Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNO WESLEY SOARES DA COSTA ARAÚJO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BRUNO WESLEY SOARES DA COSTA ARAÚJO
DATA : 20/10/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Virtual - meet.google.com/uwm-sxah-hne
TÍTULO:

AS METAMORFOSES DOS BRASIS E O SER PERIFÉRICO: O LUGAR COMO PAUSA NA ESCUTA SENSÍVEL DA ALTERIDADE NA FILMOGRAFIA DE EDUARDO COUTINHO (1962-2005)

PALAVRAS-CHAVES:

Eduardo Coutinho; Cinema documentário; Espaço de experiência; Múltiplos Brasis; Ser periférico.

PÁGINAS: 95
RESUMO:

A presente pesquisa disserta sobre a filmografia do cineasta brasileiro Eduardo de Oliveira Coutinho (1933-2014), com ênfase nos espaços de experiência de sua trajetória, desde o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes à sua fase documentarista (1962-2005). Busco problematizar de que forma o Brasil, como problema, foi abordado em seus mais distintos filmes, em que o diretor, construiu respostas às inquietações que mobilizou os cineastas e artistas de sua geração: de como representar o outro de classe sem ser de forma populista, autocrática e paternalista. O que levou Coutinho a desenvolver uma filmografia documentária, a partir da escuta das histórias de vida de pessoas comuns, que denomino de ser periférico, isto é, a partir dos de baixo, daqueles e daquelas que estão às margens sociais dos diversos Brasis, que diz respeito ao homens e mulheres dos morros e favelas, do mundo rural, da espacialidade sertaneja nordestina, o avesso dos cartões postais dos grandes centros urbanos, da luta comunitária por direitos basilares. Para tanto, em um primeiro momento, situo-o nos espaços de formação da arte engajada na segunda metade dos anos 1950 e na década de 1960, em que o Brasil como problema mobilizou sua energia e esforço intelectual, até que o Golpe empresarial-militar, em 1964, interrompeu seu primeiro trabalho Cabra marcado para morrer (1964). Em um segundo momento, dimensiono como o Nordeste se tornou uma espacialidade central para sua formação e compreensão da alteridade, constituindo um laboratório visual-espacial imersivo a partir dos anos no Globo Repórter, da Rede Globo, apontando as trilhas do documentário como profissão. E, em um terceiro momento, analiso como seus documentários populares, entre o Cabra marcado para morrer e O fim e o princípio (2005), construiu uma metodologia de filmar junto ao ser periférico nos mais distintos Brasis, em que a espacialidade dos sujeitos se tornou primordial para efetivação de uma escuta sensível da alteridade. Em poucas palavras, o lugar como pausa que requer máxima atenção diante da oralidade do outro de classe. Para tanto, trabalhando com a categoria de espaço, mobilizo o conceito de espaço de experiência e lugar como pausa do movimento do geógrafo humanista Yu-Fu Tuan (2013), dimensionando as camadas dos sentidos sensoriais, subjetivos, culturais e políticos, que atravessam a trajetória de Coutinho. Diante disso, aponto a centralidade dos conceitos para a construção de uma rede interconectada dos temas dos filmes do diretor que versam sobre os Brasis. Assim, podendo dimensionar uma geografia coutiniana, o seu dar-se no mundo e sua relação com o outro da alteridade. Metodologicamente, parto do diálogo interdisciplinar com o campo do cinema, para analisar os filmes do diretor, efetuando uma assistência repetida e sistemática das produções e compondo um fichamento fílmico, do qual estruturei a decupagem de sua linguagem interna, dos elementos narrativos e estéticos como assinala Marcos Napolitano (2008), sem perder de vista os pontos de fricções com o mundo social que os produzem e que os historiciza. Além disso, recorro as entrevistas do diretor com foco nos espaços de experiência.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ***.394.804-** - FRANCISCO FIRMINO SALES NETO - UFCG
Interno - 1518086 - FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
Interno - 1675519 - SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
Externa à Instituição - ANA RITA UHLE - UNILA