PPGH/CCHLA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA Telefone/Ramal: (84) 3342-2246/755 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgh
Dissertações/Teses

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2025
Dissertações
1
  • PEDRO GABRIEL DOS SANTOS SILVA
  • ENTRE O PODER IMPERIAL ROMANO E AS ELITES SOCIAIS PROVINCIAIS: ESTUDO SOBRE OS IULIUS, AEMILIUS E CORNELIUS EM AUGUSTA EMÉRITA (I SÉC A.C. AO II SÉC D.C.)

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • AIRAN DOS SANTOS BORGES DE OLIVEIRA
  • VAGNER CARVALHEIRO PORTO
  • Data: 12/04/2025

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a prática de produção epigráfica vinculada às elites sociais emeritenses como um hábito introduzido na região provincial a partir do contato com o Império Romano, no estabelecimento de redes de trocas, confrontos culturais e sociais que dão forma e moldam o espaço social e memorial de Augusta Emérita enquanto capital provincial da Lusitânia. Entre o I século a.C. e o II século d.C., temos o crescimento progressivo da produção epigráfica vinculada a grupos específicos da elite emeritense que, de alguma forma, estão envolvidos na dinâmica provincial, possuem cidadania latina e localizam-se em meio a reprodução e adaptação de práticas culturais que moldam as relações de Emérita com o Império pelo consumo e produção do hábito epigráfico. Neste meio, propomos a análise do conjunto epigráfico emeritense vinculado as gens do Iulius, Cornelius e Aemilius, entre as epígrafes votivas, funerárias e, em menor medida, imperiais, para compreender e problematizar novas formas de entender o Imperium como uma construção histórica, em que a literatura epigráfica serve de indicador de como as redes de costumes compartilhados pelas elites do Império preenchem os espaços de memória e constituem uma cultura viva de representação social e preservação da genealogia familiar, frente as negociações com a dominação romana. Para tanto, pretendemos, metodologicamente, analisar à epigrafia emeritense a partir de duas ênfases: (1) como um fator ligado a nova gestão do espaço e a introdução do direito latino como regulador do processo de integração; por conseguinte (2) em um contexto conjuntural de práticas globais – no sentido de ser e existir no Império – no qual, o monumento epigráfico assume-se como um contrapoder, evocando a imagem de uma memória de uma identidade que não se quer perder, que não hesita em se fazer presente, em um meio artificialmente criado, como uma decisão exterior.


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  • The present work aims to analyze the practice of epigraphic production linked to the social elites of Emerita as a habit introduced in the provincial region after the contact with the Roman Empire, in the establishment of exchange networks, cultural and social confrontations that shaped the social and memorial space of Augusta Emérita as the provincial capital of Lusitânia. Between the 1st century BC and the 2nd century AD, we have the progressive growth of epigraphic production linked to specific groups of the provincial elite who, in some way, are involved in the provincial dynamics, have Latin citizenship and are located in the midst of reproduction and adaptation of cultural practices that shape Emérita's relations with the Empire through the consumption and production of the epigraphic habit. In this way, we propose the analysis of the Emeritus epigraphic set linked to the gens of Iulius, Cornelius and Aemilius, among the votive, funerary and, to a lesser extent, imperial epigraphs, to understand and problematize new ways of understanding the Imperium as a historical construction, in that epigraphic literature serves as an indicator of how networks of customs shared by the Empire's elites fill memory spaces and constitute a living culture of social representation and preservation of family genealogy, in the face of negotiations with Roman domination. To this end, we intend, methodologically, to analyze the epigraphy from two emphases: (1) as a factor linked to the new management of space and the introduction of Latin law as a regulator of the integration process; therefore (2) in a conjunctural context of global practices – in the sense of being and existing in the Empire – in which the epigraphic monument assumes itself as a counter-power, evoking the image of a memory of an identity that does not want to be lost, that does not hesitate to be present, in an artificially created environment, as an external decision.

2024
Dissertações
1
  • KARINE MARIA LIMA LOPES
  • A CIDADE E AS SUAS PRAÇAS: FORMAÇÃO DOS ESPAÇOS DESOCIABILIDADES PÚBLICAS E SEUS USOS SOCIAIS EM NATAL (1893-1929)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO LUIZ MACEDO SILVA E FILHO
  • BRUNO BALBINO AIRES DA COSTA
  • GABRIELA FERNANDES DE SIQUEIRA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 22/03/2024

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  • Este trabalho tem como finalidade analisar e compreender o processo de construção das praçasda cidade de Natal como espaços de sociabilidades públicas, entre os anos de 1893 e 1929.Nesse período, as classes dirigentes norte-rio-grandenses, sobretudo os grupos políticos ligadosàs famílias Albuquerque Maranhão e Bezerra de Medeiros, buscaram legitimar um discurso demodernização da cidade para elevá-la ao status e à posição de centralidade econômica,requerida por uma capital. Para tanto, mobilizaram empréstimos internacionais, créditosestaduais e recursos da Intendência Municipal para construção, embelezamento e ajardinamentodas praças André de Albuquerque, Augusto Severo, Pedro Velho, João Maria e Sete deSetembro, idealizadas pelos intelectuais e cronistas locais como redutos de lazer e deaprendizagem de códigos comportamentais refinados, emanados da Europa do norte.Consideramos que as mudanças nos usos sociais atribuídos a esses ambientes de convívio foramsuscitadas por diferentes indivíduos, em proporções distintas, de modo consonante oudissonante com as transformações materiais e simbólicas nesses espaços. Assim, pretendemosreconstituir o papel que as cinco praças natalenses escolhidas assumiram no período da PrimeiraRepública por meio do esforço republicano de readequação de suas toponímias, da elaboraçãode uma imagem modernizante da urbe e de seus habitantes, dos rituais cívicos, da dinâmicacomercial e da gestão administrativa da cidade. O estudo parte da compreensão do espaço emduas principais acepções, a saber, na dimensão pública e na perspectiva sociológica. A primeiradiz respeito à análise do espaço como objeto de intervenções do estado nas suas formasarquitetônicas e materiais, o que inclui as praças, as edificações ao entorno, seus mobiliários, apadronização de calçamentos, medidas de arrumamento e a instalação de equipamentosurbanos. A segunda, por sua vez, consiste na investigação acerca do potencial dos agentes desseespaço concreto para desenvolver diversas relações sociais que transcendem a esfera privada eforam controladas, idealmente, por regulamentos legislativos, resoluções municipais econvenções consuetudinárias. Sob essa ótica, tomamos como eixo norteador da pesquisa oquestionamento acerca da inscrição dos desejos de constituição de uma ordem republicana naestrutura social, principalmente no âmbito da rede política local e das sociabilidades orientadaspor modelos cosmopolitas de conduta social e de educação cívica. Assim, examinamos comotestemunhos históricos jornais do Partido Republicano situacionista e da oposição, mensagensanuais dos governadores, relatórios dos intendentes municipais, resoluções e editais do governomunicipal, crônicas, fotografias e almanaques.


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  • This work aims to analyze and understand the process of construction of squares in the city ofNatal as spaces for public sociability, between the years 1893 and 1929. During this period, theruling classes of Rio Grande do Norte, especially political groups linked to familiesAlbuquerque Maranhão and Bezerra de Medeiros, sought to legitimize a discourse ofmodernization of the city to elevate it to the status and position of economic centrality, requiredby a capital. To this end, they mobilized international loans, state credits and resources fromthe Municipal Administration for the construction, beautification and landscaping of the squaresAndré de Albuquerque, Augusto Severo, Pedro Velho, João Maria and Sete de Setembro,idealized by local intellectuals and chroniclers as havens of leisure and of learning refinedbehavioral codes, emanating from northern Europe. In different proportions, material andsymbolic transformations in these social environments led to changes in the social usesattributed to them by different subjects. Thus, we intend to reconstruct the role that the set offive squares in Natal played in the period of the First Republic through toponymy, theelaboration of a modernizing image of the city and its inhabitants, civic rituals, commercialdynamics and administrative management of the city. The study starts from the perspective ofspace in two main senses, namely, in the public and sociological dimension. The first concernsthe analysis of space as an object of state interventions in its architectural and material forms,which includes squares, surrounding buildings, their furniture, the standardization of sidewalks,storage measures and the installation of urban equipment. The second, in turn, consists ofinvestigating the potential of agents in this concrete space to raise various social relations thattranscend the private sphere and were controlled, ideally, by legislative regulations, municipaland customary resolutions. From this perspective, we take as the guiding axis of the researchthe questioning about the inscription of the desires to establish a republican order in the socialstructure, mainly within the scope of the local political network and sociability guided bycosmopolitan models of social conduct and civic education. Thus, we examined as historicaltestimonies newspapers from the situationist Republican Party and the opposition, annualmessages from governors, reports from municipal intendants, resolutions and notices from themunicipal government, photographs and almanacs.

2
  • ALVARO LUIS LINS DE PAIVA
  • Cartografias da perda: a Cidade Alta na literatura memorialística (1950-1980)
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FABIULA SEVILHA DE SOUZA
  • ANTONIO PAULO DE MORAIS REZENDE
  • Data: 03/04/2024

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  • O bairro de Cidade Alta, o mais antigo de Natal, foi um centro político, social e cultural desde o período colonial até a República. Sede dos poderes e residência das elites no período colonial, passou por reformas republicanas, incluindo a praça dos três poderes. Entre 1950 e 1980,   tornou-se   o   principal   polo   comercial   da   capital,   com   uma  vida   boêmia   vibrante, atraindo intelectuais, artistas e políticos. A partir do final dos anos 1970, surgiram crônicas e obras   memorialísticas   refletindo   a   preocupação   em   preservar   sua   memória.   A   literatura memorialística surge como resistência às mudanças urbanísticas e à afirmação de Natal como polo turístico do Nordeste. Esta pesquisa analisa as transformações e a cidade construída pela obra   memorialística,   destacando   a   importância   do   bairro.   Utilizamos   a   metodologia   de Análise do Discurso de Eni Orlandi, as categorias conceituais de memória de Aleida Assman e as categorias de espaço e lugar de Yi-Fu Tuan e Edward Relph, aliadas à ideia de espaço de saudade de Durval Muniz Albuquerque Júnior.


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  • The neighborhood of Cidade Alta, the oldest in Natal, was a political, social, and cultural center from the colonial period until the Republic. As the seat of power and residence of the elites during the colonial period, it underwent republican reforms, including the establishment of the square of the three powers. Between 1950 and 1980, it became the capital's main commercial hub, with a vibrant bohemian life, attracting intellectuals, artists, and politicians. From the late 1970s, chronicles and memorialistic works emerged reflecting the concern to preserve its memory. Memorialistic literature emerges as resistance to urban changes and the assertion of Natal as a tourist hub in the Northeast. This research analyzes the transformations and   the   city   constructed   by   memorialistic   works,   highlighting   the   importance   of   the neighborhood. To make the research possible, we used the Discourse Analysis methodology of Eni Orlandi, the conceptual categories of memory by Aleida Assman, and the space and place categories of Yi-Fu Tuan and Edward Relph, coupled with the idea of a space of longing by Durval Muniz Albuquerque Júnior.

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  • DANILLO MELO DA FONSECA
  • PRÁTICAS RELIGIOSAS NO EGITO GRECO-ROMANO: O CULTO DE SERÁPIS

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARIA ISABEL D AGOSTINO FLEMING
  • Data: 05/04/2024

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  • Serápis, uma divindade concebida por Ptolomeu I Sóter, o primeiro faraó da dinastia lágida(305-30 a.C.), foi projetado para assumir o papel de guardião dos novos soberanos e da cidade de Alexandria, no Egito. Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender as práticas religiosas associadas ao culto de Serápis durante o período do Egito greco-romano, adotando como principal fonte de análise a cultura material representada, principalmente, em estatuetas e lamparinas de terracota que retratam a divindade em diversas formas e contextos. Além da análise dessa cultura material, propomos catalogar, organizar e realizar uma análise dos dados materiais coletados, buscando entender não apenas as representações visuais de Serápis, mas também as práticas rituais e o contexto social e cultural em que essas peças foram produzidas e utilizadas. A iconografia de Serápis, influenciada por características das divindades gregas e por elementos distintamente egípcios, como seu próprio nome, reflete as interações culturais entre essas duas civilizações e seus respectivos sistemas de crenças. Com base na cultura material, esta pesquisa visa investigar como essas interações culturais se manifestaram na representação material da divindade e nas práticas de culto associadas a ela, permitindo uma compreensão mais profunda das dinâmicas religiosas e sociais do Egito greco-romano. Defendemos que Serápis emergiu do processo de emaranhamento das culturas egípcia e grega, conforme conceituado pelo arqueólogo Phillip Stockhammer (2012), evidenciando a complexidade das relações culturais e religiosas no Mundo Antigo, permeadas por influências e interações constantes.



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  • Serapis, a deity conceived by Ptolemy I Soter, the first pharaoh of the Lagid dynasty (305-30 BC), was designed to assume the role of guardian of the new sovereigns and the city of Alexandria, in Egypt. This research’s main objective is to understand the religious practices associated with the cult of Serapis during the period of Greco-Roman Egypt, adopting as the main source of analysis the material culture represented, mainly, in figurines and terracotta lamps that portray the divinity in different forms and contexts. In addition to analyzing this material culture, we propose to catalogue, organize and carry out an analysis of the material data collected, seeking to understand not only the visual representations of Serapis, but also the ritual practices and the social and cultural context in which these pieces were produced and used. The iconography of Serapis, influenced by characteristics of Greek deities and distinctly Egyptian elements, such as her own name, reflects the cultural interactions between these two civilizations and their respective belief systems. Based on material culture. This research aims to investigate how these cultural interactions manifested themselves in the material representation of the deity and the cult practices associated with it, allowing a deeper understanding of the religious and social dynamics of Greco-Roman Egypt. We argue that Serapis emerged from the process of entanglement of Egyptian and Greek cultures, as conceptualized by archaeologist Phillip Stockhammer (2012), highlighting the complexity of cultural and religious relationships in the Ancient World, permeated by constant influences and interactions.

     



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  • JOSÉ JHONYS FERREIRA
  • UM ESPAÇO PARA OS LEPROSOS: PLANEJAMENTO, EDIFICAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO LEPROSÁRIO SÃO LÁZARO E DA COLÔNIA DO CARPINA (Parnaíba – PI): 1928-1944

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • FRANCISCO GLEISON DA COSTA MONTEIRO
  • AGOSTINHO JÚNIOR HOLANDA COE
  • GABRIEL LOPES ANAYA
  • Data: 08/04/2024

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  • O trabalho objetiva analisar o planejamento, a construção e o funcionamento de um espaço edificado para atender leprosos, numa época em que a lepra era considerada uma desgraça para quem dela se aproximasse. A meta é compreender, a partir do Leprosário São Lázaro e da Colônia do Carpina as transformações espaciais ocorridas para abrigar homens e mulheres identificados clinicamente, socialmente e culturalmente como “leprosos”. Trata-se de uma instituição que teve duas denominações: Leprosário São Lázaro (no intervalo compreendido entre 1928, quando foi elaborado o seu projeto de construção, até o ano de 1941, quando a entidade passou para o controle do Governo do Estado) e Colônia do Carpina (no período entre 1941 e 1944, quando pertencia ao governo estadual). Essa instituição está situada na cidade de Paranaíba, que está localizada no litoral piauiense, a 330 quilômetros de Teresina. Temporalmente o estudo está delimitado ao período entre 1928 e 1944, que também delimita a amplitude das fontes trabalhadas. Essas fontes foram organizadas a partir de seis grupos documentais: 1) as leis federais e estaduais que regulamentaram o tratamento da lepra; 2) os materiais produzidos cotidianamente no leprosário São  Lázaro, de  maneira destacada  os prontuários médicos e as fichas dos internos; 3) as obras de memorialistas que vivenciaram experiências com a instituição; 4) as versões do Almanaque da Parnaíba, elaboradas nos anos de 1932 e 1940; 5) as fotografias que expressam edificações da Colônia do Carpina, pacientes  trabalhando  na  agricultura  e  de  autoridades  que  trabalhavam  nesse  espaço;  e, finalmente, 6) O livro Hospital colônia do Carpina. Do ponto de vista teórico o trabalho está ancorado em Gofman, no que se refere ao conceito de estigma e em Michel de Certeau, para quem o espaço é um lugar praticado, no qual os sujeitos realizam suas transgressões das ordens estabelecidas.


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  • This work aims to analyze the planning, construction and operation of a space built to care for lepers, at a time when leprosy was considered a disgrace for anyone who came close to it. The goal is to understand, from the São Lázaro Leprosarium and the Carpina Colony, the spatial transformations that took place to house men and women identified clinically, socially and culturally as "lepers". This is an institution that has had two names: Leprosário São Lázaro (in the interval between 1928, when its construction project was drawn up, until 1941, when the entity passed under the control of the state government) and Colônia do Carpina (in the  period  between  1941  and  1944,  when  it  belonged  to  the  state  government).  This institution is located in the city of Paranaíba, on the coast of Piauí, 330 kilometers from Teresina. The timeframe of the study is limited to the period between 1928 and 1944, which also defines the scope of the sources used. These sources were organized into six groups of documents:  1)  the  federal  and  state  laws that regulated the  treatment  of  leprosy;  2) the materials produced on a daily basis at the São Lázaro leprosarium, in particular the medical records  and  inmates'  files;  3)  the  works  of  memorialists  who  had  experiences  with  the institution; 4) the versions of the Almanaque da Parnaíba, produced in 1932 and 1940; 5) the photographs that show the buildings of the institution.

Teses
1
  • ARTHUR RODRIGUES FABRICIO
  • EU FIZ PARA TI: OS APORTES DE RAMESSÉS III (1187-1157 AEC) PARA O DESENVOLVIMENTO DA PAISAGEM MEMORIAL TEBANA NO EGITO ANTIGO DA XX DINASTIA
  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • JOHNNI LANGER
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • LUIZA OSORIO GUIMARÃES DA SILVA
  • THAIS ROCHA DA SILVA
  • Data: 28/03/2024

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  • A antiga cidade de Tebas, localizada no Alto Egito, foi uma das cidades mais importantes de toda a história deste país. De capital administrativa e religiosa do Egito, ao lar de Âmon-Rê, passando por local de enterramento dos monarcas do Reino Novo (1539-1077 AEC), ela assumiu e comportou diversas atribuições e significados, com grande destaque para a construção de dezenas de templos nas duas margens do Nilo - erigidos ao longo de sua milenar existência - que, dentre outras funções, perpetuavam as memórias dos faraós que ali atuaram. Esta tese tem por objetivo analisar o aporte monumental de Ramessés III (1187-1157 AEC), segundo rei da XX dinastia (1190-1077 AEC), a este lugar, compreendido como uma paisagem memorial tebana, em constante devir e coletivamente elaborada. Para tanto, propõe-se investigar a existência desta paisagem memorial em longa duração, dos primeiros indícios de ocupações locais ao final da XIX dinastia (1292-1191 AEC), de maneira a identificar a gênese e as principais características desta paisagem propagadas no decurso de vários séculos. A partir deste contexto, de forma a perscrutar as contribuições individuais do terceiro Ramessés ao desenvolvimento da paisagem memorial tebana, parte-se de um grande escopo documental, composto por documentos escritos, sobretudo o Papiro Harris I, e materiais, como, por exemplo, os próprios monumentos edificados pelo rei. Uma vez delimitada a extensão do envolvimento do monarca, busca-se aferir, por meio dos relevos parietais que decoravam seus monumentos, o cerne das memórias que Ramessés III desejava propagar, intencionalmente, por toda a eternidade


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  • The ancient city of Thebes, located in Upper Egypt, was one of the most important cities in the entire history of this country. From being the administrative and religious capital of Egypt, to the home of Amun-Ra, and the burial place of the monarchs of the New Kingdom (1539-1077 BCE), it assumed and carried various assignments and meanings, with great emphasis on the construction of dozens of temples on both banks of the Nile - erected throughout its millennial existence - which, among other functions, perpetuated the memories of the pharaohs who acted there. This thesis aims to analyze the monumental contribution of Ramesses III (1187-1157 BCE), the second king of the XX dynasty (1190-1077 BCE), to this place, understood as a Theban memorial landscape, in constant becoming and collectively elaborated. To this end, we propose to investigate the existence of this memorial landscape in the long term, from the first indications of local occupations to the end of the XIX dynasty (1292-1191 BCE), in order to identify the genesis and the main characteristics of this landscape propagated over the course of several centuries. From this context, as a way to scrutinize the individual contributions of the third Ramesses to the development of the Theban memorial landscape, we start from a large documentary scope, composed of written documents, especially the Papyrus Harris I, and materials, such as, for example, the monuments built by the king himself. Once the extent of the monarch’s involvement is delimited, we seek to ascertain, through the wall reliefs that decorated his monuments, the core of the memories that Ramesses III wished to propagate, intentionally, for all eternity

2023
Dissertações
1
  • RAFAEL FIEDORUK QUINZANI
  • QUE SABERES E DEMANDAS COMPÕEM O LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA ATUAL (2001-2016)
  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 24/02/2023

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  • Em oposição a perspectivas que olhavam para o livro didático de História considerando-o apenas como uma reprodução imperfeita do conhecimento produzido na academia, nos últimos anos, tem se tornado comum a afirmação de que o livro didático é composto por vários saberes. Porém, não encontramos estudo que coloque esta complexidade em discussão, para compreender quais são, afinais, estas diversas dimensões que constroem o livro didático. Estabelecido este como nosso objetivo, um primeiro passo é abandonar a busca de um conceito totalizante sobre o livro didático. Este material se transforma ao longo do tempo e se desejássemos agrupar todos os livros didáticos que já existiram em uma única caracterização, precisaríamos abdicar dos elementos particulares de cada modelo que se consolidou ao longo do tempo e dos espaços. Estamos interessados, em especial, no modelo de livro escolar que se tornou conhecido nas últimas décadas, e vigorou, aproximadamente, do PNLD 2004 ao 2018. Para a metodologia com que estudaremos nosso problema, nos inspiramos no método histórico, na análise de conteúdo (como discutida em BARDIN, 1977) e na Análise de Discurso. Buscamos dar conta de três discussões que estão relacionadas ao nosso objetivo. Primeiramente, usando um escopo de 493 trabalhos (teses, dissertações, dentre outros), realizamos uma cartografia da produção a respeito do livro didático de História, analisando uma série de características da mesma. Nesta, observamos, por um lado, que dimensões do livro didático são tratadas como centrais nas pesquisas ao longo do tempo, estudo que nos permitiu concluir que, mesmo que a qualidade das pesquisas tenha melhorado, a produção acadêmica, enquanto conjunto, continua focando em apenas alguns aspectos do livro escolar. Por outro lado, também observamos que concepções sobre livro didático se configuram e como estas são utilizadas por outros estudos. Foi possível perceber que os usos dos conceitos assumem uma configuração marcadamente diferente das propostas originais. Também identificamos que há uma série de outras concepções sobre o livro didático que não assumem, necessariamente, o formato de conceitos. Em um segundo momento, revisitamos a História do livro didático para refletir sobre como os vários elementos deste material são abordados na mesma, observando dimensões que são consideradas centrais e outras que não recebem a mesma atenção na História escrita sobre estematerial. Por fim, analisamos livros didáticos para identificar e demonstrar, nestas fontes primárias, o prisma de elementos que as constituem. Esperamos que, com a leitura deste estudo que visa entender o que significa o livro didático ser composto por uma pluralidade de dimensões, as pesquisas com este material passem a abordá-lo considerando a existência destes vários elementos. Pois, o entendimento adequado da complexidade de uma fonte é um passo fundamental para que esta seja estudada de forma cada vez mais pertinente.


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  • In opposition to perspectives that looked at the History textbook considering it only as an imperfect reproduction of the knowledge produced in the academy, in recent years, the statement that the textbook is composed of several types of knowledge has become common. However, we did not find a study that puts this complexity under discussion, to understand what are, after all, these different dimensions that build the textbook. Having established this as our objective, a first step is to abandon the search for a totalizing concept about the textbook. This material changes over time and if we wanted to group all the textbooks that ever existed into a single characterization, we would need to abdicate the particular elements of each model that was consolidated over time and spaces. We are particularly interested in the school textbook model that has become known in recent decades, and was in force, approximately, from PNLD 2004 to 2018. For the methodology with which we will study our problem, we are inspired by the historical method, the content analysis (as discussed in Bardin, 1977) and in the speech analysis. We seek to account for three discussions that are related to our objective. First, using the scope of 493 works (theses, dissertations, among others), we carried out a cartography of the production regarding of the History textbook, analyzing a series of its characteristics. Here, we observe, on the one hand, which dimensions of the textbook are treated as central in research over time, a study that allowed us to conclude that, even if the quality of the research has improved, the academic production, as a whole, continues to focus on just a few aspects of the textbook. On the other hand, we also observed what conceptions about textbooks are configured and how they are used by other studies. It was possible to perceive that the uses of the concepts assume a configuration markedly different from the original proposals. We also identified that there are a number of other conceptions about the textbook that do not necessarily take the form of concepts. In a second moment, we revisit the History of the textbook to reflect on how the various elements of this material are approached in it, observing dimensions that are considered central and others that do not receive the same attention in the History written about this material. Finally, we analyzed textbooks to identify and demonstrate, in these primary sources, the prism of elements that constitute them. We hope that, with the reading of this study, which aims to understand what it means for the textbook to be composed of a plurality of dimensions, research with this material will approach it considering the existence of these various elements. Since, the adequateunderstanding of the complexity of a source is a fundamental step for it to be studied in an increasingly pertinent way.

2
  • MATHEUS OLIVEIRA DA SILVA
  • Saberes da disciplina, saberes da profissionalização: uma leitura sobre a institucionalização da História por meio de Introdução ao Estudo da História na Faculdade de Filosofia de Natal (1963-1968).
  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 27/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho teve como objetivo compreender se houve contribuição dadisciplina Introdução ao Estudo da História à institucionalização da História no curso daFaculdade de Filosofia de Natal, entre 1963 e 1968. A partir da metodologia análise deconteúdo, e das categorias de disciplina, institucionalização e profissionalização, setrabalhou com os programas da referida disciplina, currículos e legislações da época. Aofinal, se percebeu que a disciplina em questão, na verdade como elemento dainstitucionalização, contribuir com tal processo ao ser não só um espaço que permitiuum outro tipo de caracterização à formação em História para a época, como tambémcom a maneira pela qual podemos interpretar a institucionalização para além dasnarrativas de fundação de cursos.


  • Mostrar Abstract
  • The objective of this work was to understand whether the disciplineIntroduction to the Study of History contributed to the institutionalization of History inthe course of the Faculty of Philosophy of Natal, between 1963 and 1968. Based on themethodology of content analysis, and the categories of discipline, institutionalization,and professionalization, if he worked with the programs of that discipline, curricula andlegislation of the time. In the end, the discipline in question, actually as an element ofinstitutionalization, contributes to this process by being not only a space that allowed adifferent type of characterization to training in History for the time, but also with theway in which we can interpret institutionalization beyond the foundation narratives ofcourses.

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  • SARAH KAROLINA SUCAR FERREIRA
  • “APAIXONEI-ME DEVERAS [...] PELO ESTUDO DE PAPÉIS VELHOS”: OS USOSDO PASSADO NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO NORTE-RIO-GRANDENSE NOSESCRITOS DE VICENTE DE LEMOS (1907-1912)

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • RODRIGO TURIN
  • Data: 13/03/2023

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  • Esta dissertação objetiva compreender os usos do passado na construção do lugar norte-riograndense a partir dos escritos do intelectual pernambucano e sócio fundador do IHGRN,Vicente de Lemos, de 1907 a 1912. Esse recorte se justifica pelos escritos do intelectual: oprimeiro refere-se à publicação da coluna Papéis Velhos; o segundo diz respeito ao ano deimpressão do único livro do autor, intitulado Capitães-mores e Governadores do Rio Grandedo Norte. O ato de revolver os velhos papéis no início do século XX, nem de longe consistiuem uma atividade desinteressada. A Questão de Grossos teria sido o gatilho para a buscadocumental sistematizada no estado norte-rio-grandense. Assim, diante de tal empreitada, aocorrer os arquivos e ao paginar a empoeirada documentação, Lemos não somente selecionouos documentos interessantes para a história, como também definiu junto ao grupo dominante,Albuquerque Maranhão, qual história deveria ser contada. Por meio da escrita o ilustradosignificou o espaço estadual, mediante uso da história, atribuindo-lhe sentido e valor,transformando-o em lugar. Desse modo, o estudioso também contribuiu para fomentar umavisão de passado e um projeto de futuro. Dessa forma, para melhor entender esse intelectual,este trabalho debruça-se sobre sua sociabilidade, sobre sua atuação como historiador epolítico. Para compreender como a historiografia do letrado o ajudou a gestar o lugar norterio-grandense, esta pesquisa dedica-se a analisar os escritos dele, identificando ospersonagens, os fatos, ou seja, a versão do passado que pretendia contar. No que concerne àmetodologia, foi realizada por meio do levantamento documental, tabulação e análisequalitativa, quantitativa e indiciária de jornais, revistas, livros, Relatórios de Presidente deProvíncia e Governadores, almanaques e outros textos.


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  • This dissertation aims to understand the uses of the past in the construction of the place in theof Rio Grande Norte from the writings of the intellectual from Pernambuco and foundingpartner of the IHGRN, Vicente de Lemos, from 1907 to 1912. This selection is justified bythe writings of the intellectual: the first refers to the publication of the Papéis Velhos column;the second concerns the year of printing of the author's only book, entitled Capitães-mores eGovernadores do Rio Grande do Norte. The act of turning over old papers at the beginning ofthe 20th century was far from being a disinterested activity. The Question of Grossos wouldhave been the trigger for the systematized document search in the state of Rio Grande doNorte. Thus, in the face of such an undertaking, when going through the archives and pagingthe dusty documentation, Lemos not only selected the documents that were interesting for thestory, but also defined, together with the dominant group, Albuquerque Maranhão, whichstory should be told. Through writing, the illustrated meant the state space, through the use ofhistory, attributing meaning and value to it, transforming it into a place. In this way, thescholar also contributed to fostering a vision of the past and a project for the future. Thus, tobetter understand this intellectual, this work focuses on his sociability, on his work as ahistorian and politician. In order to understand how the scholar's historiography helped him tomanage the place in the north of Rio Grande, this research is dedicated to analyzing hiswritings, identifying the characters, the facts, that is, the version of the past that he intended totell. With regard to the methodology, it was carried out through documental survey, tabulationand qualitative, quantitative and evidence analysis of newspapers, magazines, books, Reportsof President of Province and Governors, almanacs and other texts.

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  • THAISE GABRIELLA DE ALMEIDA RODRIGUES
  • ESPAÇO, PRÁTICAS MÉDICAS E INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LOUCURA: UM OLHAR SOBRE O HOSPITAL COLÔNIA DE NATAL (1957-1963)
  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANA FACCHINETTI
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 07/07/2023

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  • O trabalho tem como objeto de estudo o Hospital Colônia, instituição psiquiátrica situada na cidade de Natal. Está delimitado temporalmente ao período compreendido entre julho de 1957 (quando ocorreu a transferência dos pacientes do Hospital de Alienados para o Hospital Colônia) e março de 1963 (momento em que uma mudança na diretoria da instituição alterou as práticas médicas ali vivenciadas). Analisa como se formou o discurso que clamava por um novo espaço para o tratamento da loucura. Discute a mudança dos pacientes do Hospital de Alienados  (1911-1957)  para  o  Hospital  Colônia.  Identifica  as  condições  das  práticas sanitárias e terapêuticas do Hospital de Alienados e  a proposta  “inovadora”  do Hospital Colônia.  Demostra  como  a  nova  instituição  se  estruturou  fisicamente  para  que  fossem adotadas  práticas  médicas  então  vistas  como  progressistas,  como  a  laborterapia  e praxiterapia. Investiga como a psiquiatria potiguar identificava, diagnosticava e tratava a loucura  naquele  contexto  histórico.  Utiliza  como  fontes  principais:  os  relatórios  dos presidentes de província e dos presidentes do estado do Rio Grande do Norte; os artigos de periódicos que discutem essa temática e os prontuários dos pacientes internados no Hospital Colônia. Nos relatórios foram encontradas as demandas sociais por um espaço específico para tratar a loucura, o surgimento do Hospital dos Alienados para satisfazer essas demandas e, posteriormente, os problemas que passaram a existir nesse espaço hospitalar durante o seu funcionamento. Nos artigos de periódicos foram encontradas disparidades entre as estruturas físicas das duas instituições. Os prontuários dos pacientes internados no Hospital Colônia foram analisados com o intuito de captar as práticas médicas desenvolvidas, identificando as continuidades e/ou descontinuidades dessas práticas em relação ao Hospital de Alienados, bem como observando a forma pela qual os “desajustamentos sociais” eram tratados.

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  • The object of study is the Hospital Colônia, a psychiatric institution located in the city of Natal.  It  is  temporally  delimited  to  the  period  between  July  1957  (when  patients  were transferred from the Hospital de Alienados to Hospital Colônia) and March 1963 (when a change in the institution's board of directors altered the medical practices experienced there). It analyzes how the discourse that called for a new space for the treatment of madness was understood.  Discuss  the  transfer  of  patients  from  Hospital  de  Alienados  (1911-1957)  to Hospital Colonia. It identifies the conditions of the sanitary and therapeutic practices of the Hospital de Alienados and the “innovative” proposal of the Hospital Colônia. It demonstrates how the new institution was physically structured so that medical practices that were then seen as progressive, such as labor therapy and praxitherapy, were adopted. It investigates how Potiguar psychiatry identified, diagnosed and treated madness in that historical context. It uses as main sources: the report of the provincial presidents and the presidents of the state of Rio Grande do Norte; newspaper articles about this theme and the medical records of patients interned at Hospital Colônia. They reported that the social demands for a specific space to treat madness were met, starting with the Hospital de Alienados to receive these demands and, later, the problems that came to exist in this hospital space during its operation. In  journal  articles,  disparities  were  found  between  the  physical  structures  of  the  two institutions.  The  medical  records  of  patients  hospitalized  at  the  Hospital  Colônia  were analyzed  with  the  aim  of  capturing  the  medical  practices  experienced,  identifying  the continuities and/or discontinuities of these practices in relation to the Hospital for the Insane, as well as observing the way in which the “social maladjustments” were treated.

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  • FRANCISCO DIDIER GUEDES ALBUQUERQUE JUNIOR
  • DE TOCAIA COM O MEU SOM:  BANDA TOCAIA DA PARAÍBA E A CONSTRUÇÃO DE UMA PAISAGEM SONORA HÍBRIDA NO ALTO SERTÃO PARAIBANO (1995-2010)

  • Orientador : FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSÉ ADRIANO FENERICK
  • ADALBERTO DE PAULA PARANHOS
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • Data: 02/08/2023

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  • Este trabalho tem como objetivo historicizar a composição de novas paisagens sonoras no  Alto  Sertão  paraibano,  particularmente  através  dos  hibridismos  musicais empreendidos pela banda Tocaia da Paraíba, entre os anos de 1995 a 2010. Para tanto, compreende-se que o grupo é fruto de uma complexa cena musical alternativa formada na cidade de Cajazeiras (Paraíba),  em  finais dos  anos  1980. Nesse ritmo,  como  uma ramificação dessa cultura musical local, a banda Tocaia da Paraíba se tornou um dos principais expoentes do circuito musical paraibano durante as décadas de 1990 e 2000, destacando-se, sobretudo, por dois motivos: primeiramente, pela estrutura híbrida de sua sonoridade que, instaurada em pleno Alto Sertão paraibano, trouxe para suas práticas culturais novas referências musicais do rock às bandas de pífano, do jazz ao coco de roda, do samba ao repente sertanejo, unindo a esfera local ao global e levando o grupo a compor canções autorais que tensionaram as pétreas concepções tradicionalistas da musicalidade nordestina, particularmente a do espaço sonoro do sertão paraibano; em seguida, pela notoriedade  conquistada  nos  eventos  musicais  aos  quais  participou,  espalhados  por praticamente todas as regiões do território nacional, bem como da aparição em matérias jornalísticas  de  destacados  meios  da  imprensa  nacional.  Em  vista  dessa  temática,  a presente análise histórica busca compreender o fazer cultural que esse grupo cajazeirense propôs a partir de suas concepções estéticas e da configuração de uma paisagem sonora híbrida, marcada por uma postura de independência artística e alternância ao mainstream musical. Como fontes, utiliza-se do encarte (capa, contracapa) e das canções inseridas nos  discos  Tocaia  (2000)  e  Botando  pra  quebrar  (2005),  além  de  periódicos  que noticiaram o grupo (a exemplo da Folha de São Paulo, Tribuna da Imprensa e Gazeta do Alto Piranhas), blogs, materiais de divulgação física (panfletos e cartazes dos shows), registros fotográficos, gravações audiovisuais e entrevistas – tanto com os integrantes da banda Tocaia como de outros grupos da cena alternativa local (GONZÁLEZ, 2013). Em relação ao embasamento teórico, realiza-se a partir da operacionalização dos conceitos de: paisagem sonora, perspectiva espacial edificada por Murray Schafer (2011a; 2011b) e Tim Ingold (2015); sertões, discutido por Janaína Amado (1995) e Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2014); canção popular, instrumentalizado por Marcos Napolitano (2002), José Geraldo Vinci de Moraes (2000), Adalberto Paranhos (2015) e Luiz Tatit (2012); e de hibridismo cultural, possibilitado por Nestor Canclini (2019) e Peter Burke (2003).


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  • This work objective to historicize the composition of new soundscapes in Alto Sertão paraibano, particularly through the musical hybridisms undertaken by the band Tocaia da Paraíba, between 1995 and 2010. Therefore, it is understood that the group is the result of a complex alternative music scene formed in the city of Cajazeiras (Paraíba), in the late 1980s. In this rhythm, as an branch of this local musical culture, the band Tocaia da Paraíba became one of the main exponents of the musical circuit of Paraíba during the 1990s and 2000s, especially, for two reasons: first, by the hybrid structure of its sonority that, established in the middle of Alto Sertão paraibano, brought to its cultural practices new musical references from rock to the bands of pífano, from jazz to coco de roda, from samba to repente sertanejo, uniting the local and global spheres and leading the group to compose  authorial  songs  that  tensioned  the  traditional  conceptions  of  northeastern musicality, particularly the sound space of the sertão paraibano; then, for the notoriety conquered in the musical events to which participated, spread to practically all regions of the  national  territory,  as  well  as  the  appearance  in  journalistic  articles  of  prominent national press. In view of this theme, the present historical analysis seeks to understand the  cultural  practice  that  this  group  proposed  from  its  aesthetic  conceptions  and  the configuration of a hybrid soundscape, positioned by an attitude of artistic independence and alternation with the musical mainstream. As sources, are used the CD insert (cover, back cover) and songs inserted in the albums Tocaia (2000) and Botando pra quebrar (2005),  as  well  as  periodicals  that  reported  the  group  (such  as  Folha  de  São  Paulo, Tribuna  da  Imprensa  and  Gazeta  do  Alto  Piranhas),  blogs,  physical  dissemination materials  (pamphlets  and  posters  of  the  shows),  photographic  records,  audiovisual recordings and interviews - both  with the band Tocaia and other groups of the local alternative scene (GONZÁLEZ, 2013). Regarding the theoretical basis, it is carried out from the operationalization of the concepts of: soundscape, spatil perspective built by Murray Schafer (2011a; 2011b) and Tim Ingold (2015); sertões, discussed by Janaína Amado  (1995)  and  Durval  Muniz  de  Albuquerque  Júnior  (2014);  popular  song, instrumentalized by Marcos Napolitano (2002), José Geraldo Vinci de Moraes (2000), Adalberto Paranhos (2015) and Luiz Tatit (2012); and cultural hybridity, made possible by Nestor Canclini (2019) and Peter Burke (2003).

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  • CLIVYA DA SILVEIRA NOBRE
  • “NÃO HOUVESSEM NO BRASIL ESSES AUTODIDATAS PRECURSORES”: DOCENTES E A PRODUÇÃO DO ENSINO SUPERIOR DE HISTÓRIA NO RIO GRANDE DO NORTE (1955-1991).

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOÃO PAULO GAMA OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 21/08/2023

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  • Em 1955, foi criada a Faculdade de Filosofia de Natal (FAFIN), que se tornou a Faculdade de  Filosofia,  Ciências  e  Letras  (FFCL)  em  1963,  e  teve  seus  cursos  incorporados  à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 1968.  Neste processo, um grupo de intelectuais teve participação fundamental na idealização e constituição inicial destes espaços, os precursores, professores que participaram da fundação e estruturação dos cursos em suas primeiras décadas. O objetivo geral da dissertação é analisar de qual modo os precursores João Wilson Mendes Melo, Tarcísio da Natividade Medeiros e Hélio Dantas produziram o espaço de ensino do Curso de História da FAFIN/FFCL/UFRN, de 1955  a  1991.  Para  isto,  investiguei  a  participação  deles  na  fundação  e  estruturação curricular; analisei suas concepções teóricas e historiográficas por meio de seus escritos na  Revista  do  Instituto  Histórico  e  Geográfico  do  Rio  Grande do  Norte  (IHGRN);  e discorri  sobre  o  ensino  desses  sujeitos  no  Curso  de  História,  ao  buscar  compreender aproximações e distanciamentos com o proposto por eles na produção no IHGRN. Utilizo como fontes  as  atas de  reuniões docentes, programas das  cátedras/disciplinas,  artigos publicados na Revista do IHGRN, artigos publicados na Revista História – UFRN 30 anos, e as entrevistas concedidas pelos docentes disponíveis no DVD 50 anos de História e no acervo do Laboratório de História Oral da UFRN (LABHO). Trabalho com a análise qualitativa crítica das  fontes, e com a abordagem de fontes orais.  Investigar como os precursores  produziram  o  espaço  de  formação  do  Curso  de  História  da FAFIN/FFCL/UFRN,  e  suas  opções  metodológicas  e  historiográficas  ao  ensinar  e pesquisar, auxiliou na compreensão de aspectos da História produzida e ensinada no Rio Grande do Norte e no Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • In 1955, the Faculdade de Filosofia de Natal (FAFIN) was created, which became the Faculdade  de  Filosofia,  Ciências  e  Letras  (FFCL)  in  1963,  and  had  its  courses incorporated into the Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) in 1968. In this process, a group of intellectuals had a fundamental participation in the idealization and initial constitution of these spaces, the precursors, professors who participated in the foundation and structuring of the courses in their first decades. The general objective of the dissertation is to analyze how the precursors João Wilson Mendes Melo, Tarcísio da Natividade Medeiros and Hélio Dantas produced the teaching space of the History Course at FAFIN/FFCL/UFRN, from 1955 to 1991. Their participation in the foundation and structuring of the curriculum; I analyzed his theoretical and historiographical conceptions through his writings in the Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN); and I discussed the teaching of these subjects in the History Course, seeking  to  understand  similarities  and  differences  with  what  they  proposed  in  the production at IHGRN. I use as sources the minutes of faculty meetings, chair/discipline programs, articles published in Revista do IHGRN, articles published in Revista História – UFRN 30 anos, and interviews given by professors available on the DVD 50 anos de História and in the Laboratório de História Oral da UFRN (LABHO). I work with the critical  qualitative  analysis  of  the  sources,  and  with  the  approach  of  oral  sources. Investigating how the precursors produced the training space of the FAFIN/FFCL/UFRN History Course, and their methodological and historiographical options when teaching and researching, helped to understand aspects of the History produced and taught in Rio Grande do Norte and in Brazil.

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  • BENIGNA INGRED AURÉLIA BEZERRIL
  • “NA ORLA CINZENTA DO HORIZONTE”: O ESPAÇO DAS MEMÓRIAS DE MARIA FIRMINA DOS REIS (1859-1917)

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • RÉGIA AGOSTINHO DA SILVA
  • Data: 28/08/2023

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  • Maria Firmina dos Reis foi uma escritora, professora e compositora maranhense (1825-1917). Sua primeira obra publicada, Úrsula (1859) é considerada o primeiro romance abolicionista do Brasil. Este trabalho tem como objetivo investigar o espaço das memórias na literatura de Maria Firmina dos Reis. Para isso, é investigado o contexto em que a autora viveu: o Maranhão do século XIX e o espaço ocupado por ela na literatura e na imprensa. As experiências de Firmina dos Reis enquanto mulher negra e a construção de seu espaço literário são relacionados com o objetivo de analisar o protagonismo  negro  e  feminino  em  suas  obras.  As  fontes  principais  elencadas  para  essa investigação são o romance Úrsula (1859) e os contos A escrava (1887) e Gupeva (1861). Os jornais do Maranhão do século XIX são mobilizados como fontes de cotejo, assim como o diário da autora chamado O Álbum. A literatura neste trabalho é pensada enquanto espaço das memórias de Firmina dos Reis a partir de Aleida Assmann, Jacques Le Goff, Luís Santos e Silvana Oliveira. Esse espaço construído por meio da escrita é considerado como lugar de atuação do sujeito no qual suas  experiências  e  vivências  transbordam  nas  representações  literárias.  Esse  sistema  de representações vinculado às experiências do sujeito é analisado a partir de Conceição Evaristo e Jacques  Derrida.  A  literatura  aqui  também  é  pensada  enquanto  espaço  político  a  partir  das considerações de Rene Rémond, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Busca-se compreender como Firmina dos Reis representa a sociedade oitocentista na sua literatura, especialmente no que diz respeito às mulheres e aos negros, bem como as possíveis críticas que podem surgir de suas tramas, tendo em vista sua condição de mulher negra no Brasil do século XIX.


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  • Maria Firmina dos Reis was a writer, teacher and composer from Maranhão (1825-1917). Her first published work, Úrsula (1859) is considered the first abolitionist novel from Brazil. This work aims to investigate the space of memories in the Maria Firmina dos Reis’ literature. For this, the present research investigates the context in which the author lived: Maranhão in the 19th century and the space occupied by her in literature and the press. This work relates Firmina dos Reis' experiences as a black woman with the construction of her literary space with the objective of analyzing  the  black  and  female  protagonism  in  her  works.  The  main  sources  listed  for  this investigation are the novel  Úrsula (1859)  and the  short stories  A escrava (1887) and  Gupeva (1861). As sources of comparison are used the 19th century Maranhão newspapers, as well as the write's diary called O Álbum. This research looks the literature as a space for Firmina dos Reis' memories by the concepts of Aleida Assmann, Jacques Le Goff, Luís Santos and Silvana Oliveira. This work consider the space built through writing as a place for the subject to act in which her experiences overflow in literary representations too. Conceição Evaristo and Jacques Derrida think this  system  of  representations  linked  to  the  subject’s  experiences  and  their  contributions  are relevant to this work. This research also thinks the literature as a political space based on the considerations of Rene Rémond, Gilles Deleuze and Félix Guattari. It seeks to understand how Firmina dos Reis represents 19h century society in her literature, especially with regard to women and black people, as well as the possible criticisms that may arise from her plots, in view of her condition as a black woman in Brazil in the 19th century.

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  • ALESY SOARES OLIVEIRA
  • REVISANDO UM PAÍS: O HISTORIADOR RODRIGO OCTÁVIO E A PRODUÇÃO DO
    ESPAÇO DA NAÇÃO NO IHGB (1893-1940)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MICHELINI MENONCELLO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 30/08/2023

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  • Esta dissertação tem como objeto de estudo a produção intelectual do historiador Rodrigo
    Octávio, destacando suas contribuições para a construção da história republicana do Brasil e
    sua abordagem em relação ao espaço pan-americano. A pesquisa visa compreender como suas
    obras influenciaram a historiografia do início do século XX e sua relevância para o
    entendimento da política externa brasileira. Os objetivos deste estudo são analisar as primeiras
    obras de Rodrigo Octávio em relação ao posicionamento republicano e sua relação com o
    IHGB, compreender sua abordagem sobre o espaço pan-americano e a influência dos
    Congressos de História Nacional, e investigar a construção da obra "Alexandre de Gusmão e
    o Monroísmo" como uma junção de seus estudos sobre a temática. As fontes utilizadas
    incluem as obras de Rodrigo Octávio, as conferências documentadas na revista do IHGB,
    além de textos de outros autores que discutem a política externa brasileira e o
    pan-americanismo. A metodologia empregada nesta dissertação é de cunho analítico e
    interpretativo, utilizando a análise de conteúdo das obras de Rodrigo Octávio e das fontes
    secundárias para identificar suas principais abordagens e contribuições para a historiografia
    do período. A pesquisa pretende demonstrar como as obras iniciais de Rodrigo Octávio
    revelam a organização da narrativa histórica no início do século XX e a relação do IHGB com
    o novo governo republicano. Além disso, destaca-se sua abordagem singular em relação ao
    espaço pan-americano, enfocando uma perspectiva mais brasileira ou americana, o que o
    diferencia de outros intelectuais da época. Por fim, pretende-se apontar a relevância do
    trabalho de Rodrigo Octávio na construção da história republicana do Brasil e na formulação
    de narrativas pró-republicanas. Sua obra representa um importante acervo intelectual que
    influenciou a historiografia do período, abrindo caminhos para a compreensão da política
    externa brasileira e sua relação com o pan-americanismo. Em síntese, esta dissertação
    contribui para o entendimento da produção intelectual de Rodrigo Octávio e seu papel na
    historiografia brasileira, destacando sua importância para a compreensão da história
    republicana do Brasil e sua abordagem única em relação ao espaço pan-americano.


  • Mostrar Abstract
  • This dissertation has as object of study the intellectual production of the historian Rodrigo
    Octávio, highlighting his contributions to the construction of the republican history of Brazil
    and his approach in relation to the Pan-American space. The research aims to understand how
    his works influenced the historiography of the early twentieth century and its relevance to the
    understanding of Brazilian foreign policy. The objectives of this study are to analyze Rodrigo
    Octávio's first works in relation to the republican position and his relationship with the IHGB,
    to understand his approach to the Pan-American space and the influence of the National
    History Congresses, and to investigate the construction of the work "Alexandre de Gusmão e
    o Monroísmo" as a junction of his studies on the subject. The sources used include the works
    of Rodrigo Octávio, the conferences documented in the IHGB magazine, as well as texts by
    other authors who discuss Brazilian foreign policy and Pan-Americanism. The methodology
    used in this dissertation is analytical and interpretative, using content analysis of Rodrigo
    Octávio's works and secondary sources to identify his main approaches and contributions to
    the historiography of the period. The research aims to demonstrate how the early works of
    Rodrigo Octávio reveal the organization of the historical narrative in the early twentieth
    century and the relationship between the IHGB and the new republican government. In
    addition, his unique approach to the Pan-American space stands out, focusing on a more
    Brazilian or American perspective, which differentiates him from other intellectuals of the
    time. Finally, it is intended to point out the relevance of Rodrigo Octávio's work in the
    construction of republican history in Brazil and in the formulation of pro-republican
    narratives. His work represents an important intellectual collection that influenced the
    historiography of the period, paving the way for the understanding of Brazilian foreign policy
    and its relationship with Pan-Americanism. In summary, this dissertation contributes to the
    understanding of Rodrigo Octávio's intellectual production and his role in Brazilian
    historiography, highlighting his importance for understanding the republican history of Brazil
    and his unique approach in relation to the Pan-American space.

    ThisdissertationaimstoapproachthehistoriographicalproductionofRodrigoOctávio
    LangaardMenezes(1866-1944),understandinghisprivilegedpositionaroundthemomentof
    transitionfromtheMonarchicRegimetotheRepublicandhisparticipationinthespatial
    construction ofthe contours of the nationinaPan-Europeanregion.-American,whichgained
    increasing proportions along its intellectualjourney.Subsidiarity, weseekhere to pointout the
    dynamicsofthedisciplineofHistoryand itsuseinsustainingtherepublicanprojectinthe midst
    of a context ofdisputes and uncertaintiesat the beginning ofthe 20thcentury.
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  • MARIA JOSÉ FÉLIX MARTINS
  • ILHA BELA, ESPAÇOS DA RECORDAÇÃO: ENTRE RUÍNAS, MEMÓRIAS E O DIREITO DE NARRAR (CEARÁ-MIRIM, 2002-2022)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • JOÃO MAURICIO GOMES NETO
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo analisar a memória que vem sendo construída sobre uma comunidade que se encontra em processo de arruinamento, a Ilha Bela, localizada na zona rural da cidade de Ceará-Mirim, que faz parte da região metropolitana da capital do Rio Grande do Norte. Mais especificamente, o estudo aqui analisado parte das memórias dos reminiscentes da Ilha Bela no tempo presente, o tempo das ruínas, tendo como fonte principal de análise para a pesquisa o livro de recordações escrito por um reminiscente do espaço ilhabelense, o Sr. Francisco Canindé Dias. A comunidade entrou em processo de arruinamento na década de 1990, quando seus últimos moradores foram obrigados a deixar suas residências, que em seguida foram demolidas, restando apenas as ruínas do prédio da usina de açúcar, que foi a base econômica da população ilhabelense e parte importante da produção açucareira na cidade de Ceará-Mirim. A partir da década de 1990, quando as casas foram demolidas, o grupo de reminiscentes que vivenciou o lugar no tempo em que a usina ainda produzia e servia de vínculo empregatício sentiu a necessidade de continuar a se reunir para rememorar os anos de prática e experiência no local que faz parte de suas histórias de vida. Os encontros de ex-moradores da Ilha Bela se iniciaram no ano de 2002, e a partir de então acontecem todos os anos, no mês de dezembro, reunindo sujeitos que hoje habitam diferentes estados do país. As reuniões possibilitaram a escrita do livro do Sr. Dias a partir de suas memórias e das rememorações coletivas que acontecem todos os anos nos encontros de ex-moradores da Ilha Bela. O livro compõe as fontes principais analisadas neste estudo sobre as memórias de Ilha Bela no tempo presente e as memórias que vêm sendo construídas com o passar dos anos nas reuniões anuais e que servem de objeto de representação para o grupo que persiste em recordar o espaço.


  • Mostrar Abstract
  • This work aims to analyze the memory that has been constructed about a community that is in the process of ruin, Ilha Bela, located in the rural area of the city of Ceará-Mirim, which is part of the metropolitan region of the capital of Rio Grande do Sul. North. More specifically, the study analyzed here starts from the memories of the reminiscent of Ilha Bela in the present time, the time of the ruins, having as the main source of analysis for the research the book of memories written by a reminiscent of the space of Ilhabela, Mr. Francisco Canindé Dias. The community went into ruination in the 1990s, when its last residents were forced to leave their homes, which were then demolished, leaving only the ruins of the sugar mill building, which was the economic base of the population of Ilhabela and part important part of sugar production in the city of Ceará-Mirim. From the 1990s onwards, when the houses were demolished, the group of reminiscent people who experienced the place in the time when the plant still produced and served as an employment bond felt the need to continue to meet to recall the years of practice and experience in the place that is part of their life stories. The meetings of ex-residents of Ilha Bela began in 2002, and since then they have been held every year, in December, bringing together individuals who now live in different states of the country. The meetings enabled the writing of Mr. Days based on his memories and the collective remembrances that take place every year in the meetings of former residents of Ilha Bela. The book composes the main sources analyzed in this study on the memories of Ilha Bela in the present time and the memories that have been built over the years in the annual meetings and that serve as a representation object for the group that persists in remembering the space.

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  • MARIA LUIZA DANTAS LINS
  • “Aprender para ensinar, conhecer para descobrir”: os ensinos de História nos cadernos de planejamento de uma professora em Natal

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • EDILSON APARECIDO CHAVES
  • Data: 06/09/2023

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  • O objetivo deste trabalho é compreender os elementos que constituem os ensinos de História entre os anos de 1991 e 1992 presentes nos cadernos de planejamento da professora Ana Afra, que foram tornados fontes ao entrar em contato com o NDM - Núcleo de Documentação e Memória da Educação do RN/IFESP - Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy. Os cadernos, como objetos da cultura escolar e registros cotidianos, podem ser reveladores de exemplos de ensinos-aprendizagens de História na capital do Rio Grande do Norte. A metodologia que será desenvolvida é baseada no método histórico e ressalta a necessidade de escrever narrativas que revelam a diversidade de ensinos e de como se aprende História. Tal proposição leva em consideração os debates existentes dentro do campo de pesquisa  do ensino de História para extrapolar uma construção historiográfica dicotomizada que é limitada a produções sobre um ensino tradicional e inovador ou restritos a prescrições e legislações educacionais.


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  • The objective of this study is to understand the elements that constitute History teachings between the years 1991 and 1992, as found in the lesson planning notebooks of Professor Ana Afra. These notebooks were turned into sources upon contact with the NDM - Núcleo de Documentação e Memória da Educação do RN/IFESP - Institute of Higher Education Presidente Kennedy. As objects of school culture and daily records, these notebooks can reveal examples of History teaching and learning in the capital of Rio Grande do Norte. The methodology that will be employed is based on the historical method and emphasizes the need to write narratives that unveil the diversity of teaching and learning History. This proposition takes into consideration the existing debates within the research field of History teaching, in order to go beyond a dichotomized historiographical construction that is limited to productions about traditional and innovative teaching or constrained by educational prescriptions and legislation.

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  • RENATA NOBRE BEZERRA
  • Territorialidade e alteridade no Japão Tokugawa: os diversos contatos na ilha de Kyûshû, 1603-1639
  • Orientador : RONALDO VAINFAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MARIANA AMABILE BOSCARIOL
  • RONALDO VAINFAS
  • THIAGO ALVES DIAS
  • Data: 29/09/2023

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  • No âmbito do comércio marítimo no índico e no pacífico no final do século XVI e início do século XVII, o Japão está no período da sua história conhecido como reunificação. Após o período de guerras internas, ou Sengoku Jidai, em 1603, a casa Tokugawa assumiu o título shogunal iniciando uma administração que duraria duzentos anos. No início do governo Tokugawa, as nações europeias estavam ativamente fazendo comércio com os japoneses. Como mediadores entre esses povos estavam os membros da Companhia de Jesus, ordem mendicante que nasceu com o propósito de disseminar o cristianismo pelo mundo. O século XVI, para o Japão, foi um momento de transição de um período de conflitos intensos para uma época de relativa paz, entretanto os primeiros anos da administração Tokugawa foi marcado por várias medidas que visavam, entre outros fins, evitar que os senhores de terras, ou Daimyou, tivessem a oportunidade de se rebelar de novo contra o governo central. Nesse cenário de mudanças está Kyûshû, umas das quatro maiores ilhas do arquipélago, e que está localizada ao sul do arquipélago. Kyûshû, por sua posição geográfica privilegiada foi palco da maior interação entre os japoneses e os diversos povos estrangeiros que estiveram presente em solo nipônico. Este trabalho se propõe a analisar os diversos espaços de contato entre os japoneses e os diferentes grupos de estrangeiros que estavam presentes no arquipélago no início do período Tokugawa, 1603, até a outorga do édito que decretou o fechamento dos portos do Japão em 1639; entendendo o conceito de Espaço como lugar praticado (CERTAU, 2014), e pensando este conceito aliado ao de territorialidade compreendido como um híbrido, nunca indiferenciado, de concreto e simbólico (HAESBAERT, 2004), e de alteridade (TODOROV, 2003), para analisar as mudanças territoriais e os diversos contatos que aconteceram na terra do sol nascente, dando enfoque à ilha de Kyûshû, que por sua especificidade que nos proporciona uma melhor compreensão do contexto analisado.


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  • Within the scope of maritime trade in the Indian and the Pacific Ocean at the end of the 16th century and beginning of the 17th century, Japan is in the period of its history known as reunification. After the period of internal wars, or Sengoku Jidai, in 1603, the Tokugawa house assumed the shogunal title, beginning an administration that would last two hundred years. At the beginning of the Tokugawa government, European nations were actively trading with the Japanese. As mediators between these people were the members of the Society of Jesus, a mendicant order that was born with the purpose of spreading Christianity throughout the world. The 16th century, for Japan, was a time of transition from a period of intense conflicts to a time of relative peace, however the first years of the Tokugawa administration were marked by several measures that aimed, among other purposes, to prevent the landlords, or Daimyou, had the opportunity to rebel against the central government again. In this scenario of changes is Kyûshû, one of the four largest islands in the archipelago, which is located on the south of the archipelago. Kyûshû, due to its privileged geographical position, was the scenario of the greatest part of the interaction between the Japanese and various foreign peoples who were present on Japanese lands. This work aims to analyze the different spaces of interaction between the Japanese and the different groups of foreigners who were present in the archipelago at the beginning of the Tokugawa period, 1603, until the granting of the edict that decreed the closure of Japan's ports in 1639; understanding the concept of Space as a practiced place (CERTAU, 2014), and thinking about this concept combined with that of territoriality understood as a hybrid, never undifferentiated, of concrete and symbolic (HAESBAERT, 2004), and otherness (TODOROV, 2003), to analyze the territorial changes and the various contacts that took place in the land of the rising sun, focusing on the island of Kyûshû, which, due to its specificity, provides us with a better understanding of the analyzed context.

Teses
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  • THÁBATA DE ARAÚJO ALVARENGA
  • UMA ESCOLA DA INFÂNCIA: CULTURA E ESPAÇO ESCOLAR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL (1979-2008)
  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • SOLYANE SILVEIRA LIMA
  • LISIANE SIAS MANKE
  • Data: 10/03/2023

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  • Esta tese tem como objeto de pesquisa a cultura e o espaço escolar do Núcleo de Educação Infantil (NEI-CAp-UFRN), entre os anos de 1979 e 2008. Utilizamos como referencial teórico para interpretar  o  NEI  o  conceito  de  cultura  e  espaço  escolar,  uma vez  que professores  e crianças, como sujeitos do processo educativo, foram compreendidos em suas ações cotidianas, nas relações que estabeleceram uns com os outros, com o espaço e com os saberes escolares. O estudo pautado nestes conceitos possibilitou-nos discorrer tanto sobre as invariantes estruturais da escola, quanto a responder questões acerca das suas transformações, procurando entender as práticas escolares e questões cotidianas, como forma de apropriação do espaço e do tempo escolar. Nesse sentido, trabalhamos com um escopo documental constituído por documentos de caráter burocrático-administrativo, fotografias, relatos de práticas pedagógicas, narrativas produzidas pelas crianças e publicadas, pelo NEI, nos livros das turmas da alfabetização, bem como teses e dissertações produzidas pelo corpo docente da instituição. A partir de tais fontes procuramos demonstrar como ocorreu o processo de instituição de uma “escola diferente” no âmbito da UFRN e como, no decurso do tempo, processou-se a organização de um espaço que forjou uma cultura escolar calcada no entrelaçamento entre as vivências e experiências infantis, a  mediação  pedagógica  e  os  saberes  historicamente  construídos.  Além  disso,  procuramos demonstrar, de um lado, como a cultura escolar proveniente do aprendizado e das descobertas derivadas dos temas de pesquisa e, de outro, a kindercultura e a cultura de massa estiveram presentes no imaginário infantil, tornando-se parte da vivência e da experiência das crianças do NEI. Analisamos, ainda, o cotidiano das relações infantis e a representação, na infância, de temas, tais como: família, maternidade e questões de gênero; vivências e experiências infantis no  espaço  extraescolar;  espaços  de  sociabilidade  infantil;  o  “mapa  dos  sentimentos”  e  as “paisagens do medo”; e, por fim, as percepções acerca do eu, do nós e do outro. Nosso trabalho demonstrou, de um lado, o protagonismo infantil na produção de uma cultura e de um espaço escolar e, de outro, o caráter renovador de uma proposta pedagógica que, fundamentada no método  ativo,  foi  capaz  de  articular  ao  fazer  pedagógico  os  interesses,  as  vivências  e  a experiência infantil na produção do conhecimento escolar. Tal prática pedagógica fez com que, ao  longo  de  sua  trajetória  histórica,  o  NEI  se  tornasse  uma  escola  de  educação  infantil paradigmática na cidade de Natal e no estado do Rio Grande do Norte.


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  • This thesis has as object of research the culture and school space of the Núcleo de Educação Infantil (NEI-CAp-UFRN), between the years of 1979 and  2008.  We used as a theoretical reference to  interpret the NEI  the  concept of  culture  and  school  space,  since teachers and children, as subjects of the educational process, were understood in their daily actions, in the relationships they established with each other, with the space and with school knowledge. The study based on these concepts allowed us to discuss both the structural invariants of the school and to answer questions about their transformations, trying to understand school practices and everyday issues, as a way of appropriating school space and time. In this sense, we work with a  documentary  scope  consisting  of  documents  of  a  bureaucratic-administrative  nature, photographs,  reports  of  pedagogical  practices,  narratives  produced  by  the  children  and published, by the NEI, in the books of the literacy classes, as well as theses and dissertations produced by the teaching staff. of the institution. From such sources, we seek to demonstrate how the process of establishing a “different school” took place within the scope of UFRN and how, over time, the organization of a space was processed that forged a school culture based on the intertwining between the experiences and children's experiences, pedagogical mediation and historically constructed knowledge. In addition, we seek to demonstrate, on the one hand, how school culture resulting from learning and discoveries derived from research topics and, on  the  other  hand,  kinderculture  and  mass  culture  were  present  in  children's  imagination, becoming part of the experience and from the experience of the children of the NEI. We also analyzed the daily life of children's relationships and the representation, in childhood, of themes such as: family, motherhood and gender issues; children's experiences and experiences in the extracurricular space; children's sociability spaces; the “map of feelings” and the “landscapes of fear”; and, finally, the perceptions of oneself, us and others. Our work demonstrated, on the one hand, the children's role in the production of a culture and a school space and, on the other hand, the renewing character of a pedagogical proposal that, based on the active method, was able to articulate the interests and children's experience in the production of school knowledge. Such  pedagogical practice  made,  throughout  its historical  trajectory,  the  NEI  to  become  a paradigmatic early childhood education school in the city of Natal and in the state of Rio Grande do Norte.

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  • JANDSON BERNARDO SOARES
  • O LIVRO DIDÁTICO DISPUTADO: UMA ANÁLISE DO ESPAÇO DIDÁTICO-EDITORIAL BRASILEIRO (1995-2016)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • EDILSON APARECIDO CHAVES
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • Data: 13/04/2023

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  • O presente trabalho se propõe a investigar como aconteceram as disputas entre o Estado brasileiro e os autores de livros didáticos, entre 1995 e 2016, em torno da constituição de um conceito de livro didático, entendido aqui como um saber-fazer. Nesse sentido, relaciono os documentos produzidos e divulgados pela Associação Brasileira de Autores de Livros Educacionais (ABRALE), e os Guias do PNLD, elaborados pelo Estado Brasileiro. Tais produções foram observados a luz da Análise de conteúdo, o que possibilitou ampliar a sua leitura para atingir aspectos práticos, psicológicos, históricos, econômicos e sociológicos (Laurence Bardin, 1980), os quais foram adensados a partir escritos de Jürgen Habermas (1996) e Michel de Certeau (2013), autorizando a observar a linguagem e as práticas no mundo como duas faces da mesma moeda, elementos que dialeticamente comporiam as formas de agir, produzir e se relacionar com a realidade.


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  • The present work proposes to investigate how the disputes between the Brazilian State and the authors of textbooks took place, between 1995 and 2016, around the constitution of a concept of textbook, understood here as a know-how. In this sense, I list the documents produced and disseminated by the Brazilian Association of Authors of Educational Books (ABRALE), and the PNLD Guides, prepared by the Brazilian State. Such productions were observed in the light of Content Analysis, which made it possible to expand their reading to reach practical, psychological, historical, economic and sociological aspects (Laurence Bardin, 1980), which were consolidated from the writings of Jürgen Habermas (1996) and Michel de Certeau (2013), authorizing the observation of language and practices in the world as two sides of the same coin, elements that would dialectically compose the ways of acting, producing and relating to reality.

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  • VINÍCIUS ALEXANDRE ROCHA PIASSI
  • NOS MEANDROS DO ARQUIVO E DA HISTÓRIA: (DES)CAMINHOS DAMEMÓRIA NOS ENSAIOS DE JOÃO MOREIRA SALLES (2007-2017)

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MÔNICA BRINCALEPE CAMPO
  • ANA MARIA MAUAD DE SOUSA ANDRADE ESSUS
  • Data: 20/04/2023

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  • Esta tese apresenta uma pesquisa sobre as cartografias afetivas construídas com imagens de arquivo nos ensaios documentais de João Moreira Salles, Santiago (2007) e No IntensoAgora (2017). De sua extensa produção como documentarista, roteirista e produtor do cinema brasileiro, destacamos esses dois títulos para compor o corpus principal desta pesquisa por seu cariz autobiográfico e pelos modos como, em cada produção, mobiliza- se um olhar introspectivo para as memórias pessoais do cineasta e para seus dramas familiares, utilizando- se de imagens de arquivo à maneira do filme-ensaio. Tais filmes constroem uma perspectiva histórica sobre o passado a partir de uma abordagem que realça a memória e a história, transitando entre as dimensões do privado e do coletivo. Metodologicamente, partindo da análise fílmica, a argumentação remete a apreciação crítica dessas obras a um corpus fílmico expandido que abrange a filmografia do diretor e produções culturais com as quais ela dialoga, bem como a materiais extra fílmicos, como informações adicionais contidas nos DVDs, cartazes de divulgação, entrevistas, ensaios jornalísticos, críticas de cinema, resenhas e artigos impressos e disponíveis na internet.


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  • This thesis presents a research on affective cartographies constructed with archival images in the documentary essays by João Moreira Salles, Santiago (2007) and No Intenso Agora (2017). From his extensive production as a documentary filmmaker, screenwriter and producer of Brazilian cinema, we highlight these two titles to compose the main corpus of this research due to its autobiographical nature and the ways in which, in each production, an introspective look at how the filmmaker's personal memories are mobilized and for his family dramas, using archival images in the manner of the essay film. Such films build a historical perspective on the past from an approach that enhances memory and history, moving between the dimensions of the private and the collective. Methodologically, based on film analysis, the argument refers to the critical evaluation of these works to an expanded film corpus that includes the director's filmography and cultural productions with which it dialogues, as well as extra filmic materials, such as additional information contained on DVDs, publicity posters, interviews, journalistic essays, film critics, reviews and articles in print and available on the internet.

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  • ERICK MATHEUS BEZERRA MENDONÇA RODRIGUES
  • LA TIERRA DE GUERRA: CONFLITOS, CULTURAS E ESPAÇOS NAS DISPUTAS HISPANO-MAPUCHES (1541-1626)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • THIAGO ALVES DIAS
  • HUGO FRANCISCO CONTRERAS CRUCES
  • JAIME VALENZUELA MÁRQUEZ
  • MAURICIO ARANGO PUERTA
  • Data: 29/05/2023

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  • Tierra de guerra foi um termo usualmente utilizado nos escritos hispânicos referentes ao Chile colonial. Ele descrevia um espaço de beligerância, onde a guerra funcionava como um constante mecanismo de produção de territórios, entre outros aspectos. A guerra, nesse cenário, moldou uma forma indissiocrática de relação entre os grupos de conquistadores e povoadores espanhóis e os povos indígenas que habitavam o atual território chileno. Destacar-se-iam os promaucaes, como os chamaram os incas, mas que ficaram mais conhecidos como araucanos ou Mapuche, como foram identificados em tempos posteriores. Contingenciados por conflitos e outras formas de interação, os mundos espanhol e mapuche coexistiram adversos ou alinhadamente no marco temporal de nossa pesquisa, centrada entre os anos de 1541 e 1626. Dessa forma, permitimo-nos questionar o significado, para espanhóis e indígenas, da chamada tierra de guerra: em que consistia? Como era pensada? Como pacificá-la? Que relações político-espaciais engendrava? Entender os conflitos coloniais hispano-mapuches é parte fundamental para ensaiar respostas para essas dúvidas. Começamos, portanto, na gênese desse conflito: as conquistas da América. Foram as preconcepções ibéricas de expansionismo, religião, direito, guerra e relação com o outro que permitiram que alguns fidalgos chegassem tão longe quanto Pedro de Valdivia à Nueva Extremadura. A partir daí, passamos a buscar a compreensão dos fatores gerais que levaram à conquista, fixação e formação hispânica de um novo território, o mais austral do seu espraiado império americano: o Reino do Chile. Sequelado por décadas de constantes guerras e rebeliões contra uma população indígena que resistia à submissão, os espanhóis, distendidos do Copiapó a Chiloé, em rincões isolados e cidades sitiadas, tiveram que lidar com um levante indígena de proporções descomunais (1598-1604). A queda e abandono das sete cidades e fortes ao sul do rio Biobío foi o marco disruptivo do fracasso espanhol na conquista e pacificação da terra de guerra. Disso desenvolveu-se, no decorrer do século XVII, uma muito debatida situação fronteiriça. A Fronteira seria uma marca indelével dessa realidade colonial, consubstanciada em uma grande variedade de fronteiras de guerra ou de paz: nascia, portanto, um prolongado complexo fronteiriço, marcado pela alteridade, pelos conflitos e pela noção de limite subjacente. Por fim, advém perguntar como os sujeitos históricos pensavam, deliberavam e planejavam alterar, manter ou obliterar a tierra de guerra. Perpassamos obrigatoriamente pela ideação e efetivação da guerra defensiva do padre jesuíta Luis de Valdivia, contraposta pela proposta de guerra ofensiva, a fuego y sangre, levada a cabo por vários comandantes e governadores, entre os quais destacou-se Alonso de Ribera. Capitães, jesuítas, vice-reis e líderes indígenas conviviam e digladiavam-se em torno de diferentes projetos políticos para esse espaço. Palco de conflitos históricos centenários, a tierra de guerra é parte da fundamental das renhidas relações entre espanhóis e indígenas. Altíssona, emite vultosos ecos que são ouvidos até os dias de hoje.


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  • Tierra de Guerra (land of war) was a common definition used in the Hispanic texts about colonial Chile. It commonly described, as we shall see, a wide space of warlike, where the war functioned as a constant mechanism of making territories. In that scene, war modeled an idiosyncratic form of relationship between Spaniard conquerors and settlements and the indigenous people who inhabited the current Chilean territory. The promaucaes, as the Incas called them, also known as Araucanians or Mapuche in later times, would stand out by their resistance. Influenced by conflicts and other forms of interaction, the World of Spaniards and Mapuches coexisted either against each other or aligned, into the temporal borders of our research, which goes from the mid-16th to mid-17th. In that way, we questioned the meaning of the Tierra de Guerra: what is this about? How was it thought? What kind of political and spatial relations did it produce? Understanding the Hispanic-Mapuche colonial conflicts is a fundamental part to draft answers to these doubts. We started with the origins of the conflict: the Conquests of America. It was the Iberic preconceptions of expansionism, religion, law, war, and otherness that permitted some hidalgos to get so long as Pedro de Valdivia in the Nueva Extremadura. From that, we begin to question the understanding of the general factors that led to the conquest, occupation, and Hispanic formation of a new territory, the most southward on the scattered empery of Spain: The Kingdom of Chile. Afflicted by decades of constant wars and rebellions against an indigenous population that resisted submission, the Spaniards, settled from Copiapó to Chiloé, living in isolated fortresses and sieged cities, needed to deal with monumental native uprisings between 1598-1604. The fall and abandonment of the seven cities and fortress in the south of Biobío River was a disruptive milestone to the Spanish failure at the conquest and pacification of the land of war. From that, a much-debated frontier situation would develop in the 17th century. The Frontier would be an indelible mark of this colonial reality, embodied by several frontiers of war and peace. Thereafter, was born a longstanding complex of frontiers, characterized by otherness, conflicts, and by the notion of the existence of a limit. To finish, it is necessary to question how the historical subjects thought, deliberated, and planned change, hold, or obliterate the Tierra de Guerra. We mandatorily pass through the idealization and realization of the defensive war thought by Father Pedro de Valdivia, opposing to offensive war proposal, a Fuego y Sangre (by fire and blood), led by several commanders and governors, among them was detached, Alonso de Ribera. Captains, Jesuits, viceroys, and indigenous leaders coexisted and digladiated around different political projects for that spatiality. A stage to historical and centenaries conflicts, the land of war is a fundamental part of the fierce conflicts between Spaniards and Indigenous. Loudly, this land emits echoes that can be listening until our own time.

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  • RENAN VINÍCIUS ALVES RAMALHO
  • O MÉDICO, OS MÚSICOS E O MONSTRO: JOSUÉ DE CASTRO, O MANGUEBEAT E O HEAVY METAL NA (RE)PRESENTAÇÃO DO NORDESTE NA DÉCADA DE 1990

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADALBERTO DE PAULA PARANHOS
  • JOÃO ERNANI FURTADO FILHO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 02/10/2023

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  • Este trabalho tem como objetivo investigar a circulação e transformação das imagens e conceitos do romance Homens e Caranguejos, de Josué de Castro, na década de 1990 em sua relação com os debates sobre as representações espaciais da regionalidade nordestina. Partiu-se de dois pressupostos: o fato de que, em sua ficção, o autor reciclou noções e personagens esboçados em escritos anteriores (desde contos da década de 1930, até suas produções geográficas e sociológicas das décadas posteriores); bem como aquilo que Castro chamou da dimensão autobiográfica do seu romance. A partir disso, primeiramente analisou-se a operação que resultou no romance, em que se observou uma correlação entre as representações espaciais e um sentido pessoal na escrita do autor, de modo a fundamentar o posterior exame das leituras de tais conteúdos pelos sujeitos do nosso recorte. Ao fim, constatou-se que as imagens e conceitos de Josué de Castro, ao serem recolocados em tempos e espaços distintos, assumiram significados originais e imprevisíveis, rompendo, eventualmente, a consciência do seu vínculo com o autor. Foram utilizados como fontes os escritos de Castro, periódicos e produções artísticas diversas, como encartes de discos, canções e videoclipes.


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  • This work aims to investigate the circulation and transformation of the images and concepts of the novel Homens e Caranguejos, by Josué de Castro, in the 1990s and its relation to the debates on the spatial representations of the northeastern regionality. It was based on two assumptions: the fact that, in his fiction, the author recycled notions and characters outlined in previous writings (from short stories from the 1930s to his geographical and sociological productions in later decades); as well as what Castro called the autobiographical dimension of his novel. From this, the operation that was proven in the novel was firstly analyzed, in which a retrospective between the spatial representations and a personal meaning in the author's writing was demonstrated, in order to support the subsequent examination of the readings of such contents by the subjects of the our clipping. In the end, it was found that Josué de Castro's images and concepts, when placed in different times and spaces, took on original and unpredictable meanings, eventually breaking the awareness of his bond with the author. Castro's writings, periodicals and various artistic productions, such as album inserts, songs and video clips, were used as sources.

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  • GIOVANNI ROBERTO PROTÁSIO BENTES FILHO
  • ENTRE O RIO E O MAR, ROCAS: DE BAIRRO SINÔNIMO DE INFERNO A BAIRRO DA TRADIÇÃO E DA CULTURA POPULAR. (1900-1950)
  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTHUR LUIS DE OLIVEIRA TORQUATO
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 20/10/2023

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  • Esta tese tem por objetivo investigar o processo de urbanização da cidade de Natal, assim como o seu processo de suburbanização, na primeira metade do século XX, tendo como objeto privilegiado nas análises o bairro das Rocas. A partir da leitura e crítica das fontes como jornais, relatórios governamentais, leis, decretos, fotografias, assim como pela própria produção historiográfica sobre o tema da história urbana da cidade do Natal do período em exame, é possível perceber como alguns espaços da cidade foram favorecidos durante seu processo de urbanização/modernização e como o bairro das Rocas, além de estar localizado fisicamente à margem do rio e do mar, esteve também à margem daquele processo e, num certo sentido, à margem da história. Os projetos, os planos urbanísticos, o desenho das ruas, a legislação regulamentadora dos espaços e sua fiscalização, que tinham no ideário sanitarista a ponta de lança de suas ações, possuíam um caráter segregador e excludente, pois estavam relacionados aos desejos das classes dirigentes de garantir o aformoseamento e a modernização da cidade, a partir da técnica, da racionalidade, do domínio da natureza e do progresso. Até a década de 1930, a imagem das Rocas era associada ao lugar da marginalização social, do perigo, da insalubridade, da desordem, da pobreza e do crime. A partir da década de 1940, principalmente durante a gestão de Sylvio Pedroza, a forma como esse lugar essa percebido vai aos poucos se alterando, sendo relacionado ao espaço da tradição, da cultura e dos festejos populares. À vista disso, buscamos lançar luz sobre essa parte da cidade, que ficou à margem do processo urbanização de Natal durante boa parte do período em exame, a fim de compreender o que teria motivado a produção daqueles discursos e como isso, de certa maneira, influenciou no processo de desenvolvimento das Rocas que, inclusive, só foi reconhecido oficialmente enquanto bairro da cidade no ano de 1947, através da lei nº 251, que dividia a cidade de Natal em onze bairros, sendo nove deles pertencentes a área urbana, dos quais Rocas fazia parte, e dois deles pertencentes à região suburbana, os bairros das Quintas e do Carrasco.

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  • This thesis aims to investigate the urbanization process of the city of Natal, as well as its suburbanization process, in the first half of the 20th century, having as a privileged object the analyzes of the neighborhood of Rocas. From the reading and criticism of sources such as newspapers, government reports, laws, decrees, photographs, as well as the historiographic production itself on the theme of the urban history of the city of Natal in the period under review, it is possible to see how some spaces in the city were favored during this process of urbanization/modernization and how the neighborhood of Rocas, in addition to being physically accommodated on the banks of the river and the sea, were also on the margins of that process and, in a certain sense, on the margins of history. The projects, the urban plans, the design of the streets, the legislation regulating the spaces and their inspection, which did not have sanitary ideals at the forefront of their actions, had a segregating and excluding character, as they were related to the desires of the direct classes of guarantee the beautification and modernization of the city, technology, rationality, mastery of nature and progress. Until the 1930s, the image of Rocas was associated with a place of social marginalization, danger, unhealthy conditions, disorder, poverty and crime. From the 1940s onwards, lasting mainly under the management of Sylvio Pedroza, it was formed as you could see, it gradually changed, being related to the space of tradition, culture and popular festivities. In view of this, we seek to shed light on this part of the city, which was on the margins of the urbanization process of Natal during a good part of the period under examination, in order to understand what would have motivated the production of those speeches and how, in a certain way, , influenced the development process of Rocas, which was only officially recognized as a city district in 1947, through law nº 251, which divided the city of Natal into eleven districts, nine of which belong to the urban area, of which which Rocas were part of, and must belong to, the suburban region, the neighborhoods of Quintas and Carrasco.

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  • CID MORAIS SILVEIRA
  • “Um navio de papel com emigrados que me dizem adeus”:  a geografia literária de Teixeira de Pascoaes e a crise dos espaços em Portugal (1877-1928)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIO LEONARDO CASTELO BRANCO BRITO
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • FRANCISCO RÉGIS LOPES RAMOS
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 27/10/2023

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  • Esta tese se propõe a analisar a relação entre o poeta português Teixeira de Pascoaes e os espaços que aparecem em sua obra, articulando-a com uma crise que atingia dados espaços na sociedade portuguesa entre o fim do século XIX e início do século XX. Meu objetivo é analisar as dimensões simbólicas –  imagens, significados e  valores  - construídas e  agenciadas pelo  discurso literário  de Teixeira de Pascoaes e como esse discurso enuncia e constrói paisagem afetivas e saudosas da casa, da montanha, das aldeias, das cidades. Na contramão dos estudos que tendem a reduzir a obra de Pascoaes a uma expressão do Saudosismo, a uma literatura da ausência ou uma filosofia da saudade, desejo inaugurar uma outra forma de interpretação, e é aqui onde se encontra a tese central deste trabalho: pensar a poética do espaço em Pascoaes como uma literatura de resistência a um processo de desterritorialização sofrido por grande parte da população de Portugal no período destacado. Ao lado de acontecimentos traumáticos, de desestabilizações sociais, políticas e econômicas, surgiu o que chamo de crise dos espaços, ou seja, uma quebra do vínculo entre dados grupos sociais e a terra, o desenraizamento coletivo do lugar natal, um movimento de afastamento e uma perda de controle das territorialidades  individuais  e  coletivas,  provocada  pelos  tempos  de  crise  e  pelo  avanço  da modernidade capitalista e burguesa. Cultivo a hipótese de que a figura de Pascoaes, juntamente com sua geografia poética, representa um desejo de luta frente a esse processo, fazendo justamente o movimento contrário: o sujeito que retorna à aldeia onde nasceu e à Casa de Pascoaes, em ruínas, para reconstruí-la e lá viver até o resto de sua vida, à beira da montanha.


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  • This thesis aims to analyze the relationship between the Portuguese poet Teixeira de Pascoaes and the spaces that appear in his work, articulating it with a crisis that affected certain spaces in Portuguese society between the end of the 19th century and the beginning of the 20th century. My objective is to analyze the symbolic dimensions – images, meanings and values – built and touted by Teixeira de Pascoaes'  literary  discourse  and  how  this  discourse  enunciates  and  builds  the  affectionate  and nostalgic landscape of the house, the mountain, the villages, the cities. Contrary to studies that tend to reduce Pascoaes' work to an expression of Saudosismo, a literature of absence or a philosophy of saudade, I want to inaugurate another form of interpretation, and this is where the central thesis of this work is found: thinking the poetics of space in Pascoaes as a literature of resistance to a process of deterritorialization suffered by a large part of the population of Portugal in the highlighted period. Alongside traumatic events, social, political and economic destabilization, what I call the crisis of spaces emerged, that is, a break in the link between social groups and the land, the collective uprooting of the home place, a movement of estrangement and a loss of control over individual and collective territorialities, caused by times of crisis and by the advance of capitalist and bourgeois modernity. I cultivate the hypothesis that the figure of Pascoaes, together with his poetic geography, represents a desire to fight against this process, making exactly the opposite movement: the subject who returns to the village where he was born and to the Casa de Pascoaes, in ruins, to rebuild it and live there for the rest of your life, on the edge of the mountain.

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  • TYEGO FRANKLIM DA SILVA
  • “ENTRADA DOS PALMARES E SOSSEGO DOS TAPUIAS DO RIO GRANDE”: AS GUERRAS DE CONQUISTA DOS SERTÕES DAS CAPITANIAS DO NORTE DO ESTADO DO BRASIL (1654-1716)
  • Orientador : LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTHUR ALMEIDA SANTOS DE CARVALHO CURVELO
  • ANA LUNARA DA SILVA MORAIS
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • RONALDO VAINFAS
  • Data: 27/10/2023

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  • A segunda metade do século XVII na América portuguesa foi marcada por uma conjuntura bélica que tinha como principal intento a efetiva conquista das porções mais interioranas das capitanias. Após a expulsão dos holandeses, em 1654, a pauta militar das principais instituições da governança voltou-se para as mobilizações bélicas em duas fronteiras: os mocambos da região dos Palmares, na capitania de Pernambuco; e os sertões das capitanias do Rio Grande, Paraíba e Ceará, onde os indígenas “bárbaros” eram um obstáculo ao avanço da colonização. Tais guerras de conquistas aconteceram praticamente de forma simultânea, com dispêndio de tropas e recursos para ambas as frentes de conquista. Não era incomum que sujeitos atuassem nas duas fronteiras, de forma alternada, objetivando alcançar seus interesses pessoais, agregando serviços à Coroa que poderiam ser convertidos em mercês régias. Esta tese tem por objetivo analisar o processo de consolidação da região colonial das Capitania do Norte do Estado do Brasil a partir das guerras de conquista dos sertões, a saber: as Guerras dos Palmares e a chamada “Guerra dos Bárbaros”. Tomar-se-á as ações de indivíduos e instituições diretamente ligados aos movimentos de conquista dos territórios como norteadores das análises, buscando compreender, principalmente, quais as suas motivações e intervenções nos processos de conquista, no intervalo que se estende de 1654 e 1718. Para tanto, foram consultados conjuntos documentais diversificados, tais como o Arquivo Histórico Ultramarino, a Coleção Documentos Históricos da Biblioteca Nacional e a Coleção Conde dos Arcos, que, por meio do método heurístico, foram cruzados com informações previamente conhecidas dos dois eventos estudados, de forma a expandir a compreensão existente sobre os pormenores das guerras de conquista.


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  • The second half of the 17th century in Portuguese America was marked by a warlike conjuncture whose main intention was the effective conquest of the most inland portions of the captaincies. After the expulsion of the Dutch, in 1654, the military agenda of the main institutions of governance turned to war mobilizations on two frontiers: the mocambos in the Palmares region, in the captaincy of Pernambuco; and the hinterlands of the captaincies of Rio Grande, Paraíba and Ceará, where the “barbarians” indigenous  were an obstacle to the advance of colonization. Such conquest wars took place practically simultaneously, with expenditure of troops and resources for both fronts of conquest. It was not uncommon for subjects to act on both frontiers, alternately, aiming to achieve their personal interests, adding services to the Crown that could be converted into royal favors. This thesis aims to analyze the process of consolidation of the colonial region of the Northern Captaincies of the State of Brazil from the conquest wars of the hinterlands, namely: the Wars of Palmares and the so-called “War of the Barbarians”. The actions of individuals and institutions directly linked to the movements of conquest of territories will be taken as guiding the analyses, mainly seeking to understand what were their motivations and interventions in the conquest processes, in the interval that extends from 1654 to 1718. To this end, diverse document sets were consulted, such as the Overseas Historical Archive, the Historical Documents Collection of the National Library and the Conde dos Arcos Collection, which, through the heuristic method, were crossed with previously known information of the two events studied, in order to in order to expand existing understanding of the details of the conquest wars.

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  • CLEYTON TAVARES DA SILVEIRA SILVA
  • “DE FATO, ELES PUNHAM OS DEVERES PARA COM OS DEUSES ACIMA DOS DEVERES PARA COM OS HOMENS”: PAISAGEM RELIGIOSA NA ESPARTA DO ARCAICO AO HELENÍSTICO
  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MÁRCIA CRISTINA LACERDA RIBEIRO
  • MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA SILVA
  • Data: 27/11/2023

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  • Esta tese visa entender por meio de que processos e ações foi viável construção, desenvolvimento e manutenção de uma Paisagem Religiosa em Esparta, entre os séculos VIII e III, tendo como ação intermediadora a linguagem religiosa, essencial à composição da pólis, por meio de seus ritos, rituais, procissões e cultos. Tal operação procurava estabelecer a coesão social através de uma Identidade Religiosa entre os habitantes da Lacônia, principalmente aqueles que residissem na Planície de Esparta, onde estavam dispostas as ôbai, as vilas formadoras da pólis. Para tanto, lançaremos mão tanto da observação dos registros literários disponíveis, assim como da análise dos artefatos da cultura material – desde pequenos objetos votivos aos conjuntos templários formados por ruínas de templos e santuários.

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  • This thesis aims to understand through which processes and actions the construction, development and maintenance of a Religious Landscape in Sparta, between the 8th and 3rd centuries, was feasible, having as intermediary action the religious language, essential to the composition of the polis, through its rites, rituals, processions and cults. Such an operation sought to establish social cohesion through a Religious Identity among the inhabitants of Laconia, especially those who resided in the Plain of Sparta, where they were arranged as ôbai, as villages that formed the polis. To do so, we will make use of both the observation of available literary records, as well as the analysis of material culture artifacts - from small votive objects to templar ensembles formed by ruins of
    temples and sanctuaries.
2022
Dissertações
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  • KRISHNA LUCHETTI
  • UMA MIRÍADE DE SENSAÇÕES: FRANCISCO DANTAS E A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO LITERÁRIO (1991-1997).

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 14/02/2022

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  • A partir das três primeiras obras literárias escritas por Francisco José Costa Dantas, respectivamente Coivara da memória (1991), Os desvalidos (1993) e Cartilha do silêncio (1997), este trabalho analisa a construção de um espaço literário que representa o estado de Sergipe entre os anos de 1900 até 1950. As narrativas de Dantas recriam esse Sergipe do passado por meio de suas sentenças e imaginação, essa última movida por experiências e
    recordações. Para tanto, procuro examinar quais são os aspectos que compõem este lugar do passado forjado por criatividade, vivências e palavras. A vista desse objetivo, irei investigar como Francisco Dantas construiu sua identidade enquanto autor e intelectual em Sergipe, assim como analisarei sua repercussão enquanto escritor no cenário nacional e local. Em seguida, irei perquirir o quanto Francisco Dantas articula suas experiências pessoais e familiares na produção de sua literatura, recriando espaços de sua juventude. Assim como, irei problematizar a ação dos personagens na sociedade sergipana recriada pelo autor, examinando as tensões sociais, e comparando esses homens e mulheres feitos por sentenças aqueles que pertenciam a experiência do vivido de Francisco Dantas. Desse modo, também busco compreender como o autor mobiliza o regionalismo em sua literatura, para construir esse recorte espacial nordestino, repleto de nostalgia e tópicas tradicionais regionalistas. A partir da análise de tais elementos, será possível estudar como Francisco Dantas forjou seu Sergipe literário enquanto uma representação criativa do espaço pertencente a experiência do vivido.


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  • Based on the first three literary works written by Francisco José Costa Dantas, respectively Coivara da Memória (1991), Os Desvalidos (1993) and Cartilha do Silêncio (1997), this work analyzes the construction of a literary space that represents the state of Sergipe between 1900 and 1950. Dantas' narratives recreate this Sergipe of the past through his sentences and imagination, the latter moved by experiences and memories. Therefore, I try to examine what are the aspects that make up this place of the past forged by creativity, experiences and words. In view of this objective, I will investigate how Francisco Dantas constructed his identity as an author and intellectual in Sergipe, as well as analyzing his repercussions as a writer on the national and local scene. Then, I will investigate how much Francisco Dantas articulates his personal and family experiences in the production of his literature, recreating spaces from his youth. As well, I will problematize the action of the characters in Sergipe society recreated by the author, examining the social tensions, and comparing these men and women made by sentences to those that belonged to Francisco Dantas' lived experience. In this way, I also seek to understand how the author mobilizes regionalism in his literature, to build this northeastern spatial cutout, full of nostalgia and traditional regionalist topics. From the analysis of such elements, it will be possible to study how Francisco Dantas forged his literary Sergipe as a creative representation of the space belonging to the lived experience.

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  • ARESSA MAÍRA NASCIMENTO PAIVA
  • "OS NEGROS FAZEM A SUA ESTREIA”: A IRMANDADE DO ROSÁRIO E A CONSTRUÇÃO DOS ESPAÇOS SAGRADOS NA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (1885-1930).

  • Orientador : HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • CLAUDIA CRISTINA DO LAGO BORGES
  • Data: 17/02/2022

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  • Na Província do Rio Grande do Norte, no ano de 1885, foi oficializada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da cidade de Jardim na Freguesia de Nossa senhora da Conceição, espaço de administração eclesiástica que compreendeu o município da Cidade de Jardim, que depois e até os dias de hoje tem o nome de Jardim do Seridó/RN. Esse trabalho teve como objetivo analisar o processo da construção dos espaços sagrados pelos Negros do Rosário na Freguesia de Nossa senhora da Conceição entre os anos de 1885 e 1930. Para o constructo dessa dissertação, foi imprescindível reunir uma base de dados em fontes impressas, escritas e orais que foram previamente autorizadas pelos responsáveis dos arquivos e pelos depoentes e foram elas os Livro de atas, Medidas e Resoluções (1885-1944), Livro de Receitas e Despesas da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário (1919-1949) e o Livro de Tombo 1, a Lei Provincial nº 951, do dia 16 de abril de 1885 e as entrevistas concedidas pelos atuais Negros do Rosário das famílias do “povo da Boa Vista” e “Caçotes” durante a Festa do Rosário 2019/2020. Para a análise das fontes escritas e impressas foi utilizado o método onomástico, preconizado por Ginzburg e para a análise das fontes orais foi aplicada a metodologia da história oral e o método regressivo. de Marc Bloch (2001). No tempo sagrado da festa em devoção à Nossa Senhora do Rosário, as famílias de várias condições e qualidades que integraram o grupo que constituiu a Irmandade do Rosário na freguesia, se direcionavam ao núcleo urbano abrangido por esse espaço. Dessa forma, para o referencial teórico deste estudo, operacionalizamos com a categoria espacial de hierópolis, postulado pela geógrafa Zeny Rosendahl (2018). Nesse sentido, esse espaço era constituído por espaços sagrados e profanos, engendrados pelas hierofanias (o ato sagrado manifestado na raiz) dos Negros do Rosário, como por exemplo, a “Dança do Espontão” (ou pulo), as procissões e os rituais de coroação. Nesse período, o catolicismo praticado em território nacional estava afastado do catolicismo pregado por Roma. Dessa forma, no país, para ocorrer essa aproximação do catolicismo praticado no território dos ditames do tridentino, ocorreu o processo da reforma devocional católica, que constituiu em uma reforma no clero, no culto, na liturgia e na reordenação de devoções do catolicismo praticado no Brasil. Foi nesse contexto que o processo da construção dos espaços sagrados por esses agentes, foi desenvolvido.


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  • In 1885 at Rio Grande do Norte´s province, the Irmandade de Nossa Senhora do Rosário da cidade de Jardim was officialized in the Freguesia of Nossa Senhora da Conceição, ecclesiastical administration´s space in the city, which afterwards, and until nowdays, was named Jardim do Seridó/RN. The aim of this study was to analyze the construction process of the sacred spaces by the Negros do Rosário in the Freguesia of Nossa Senhora da Conceição between the years 1885 and 1930. For the dissertation´s construction was essential to gather a database of printed, written, and oral sources that were previously authorized by the responsible of the archives and by the interviewees. The sources include Livro de atas, Medidas e Resoluções (1885-1944), Livro de Receitas e Despesas da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário (1919-1949) and the Livro de Tombo 1, the Lei Provincial nº 951 from 16 April of 1885 and the interviews granted by the current Negros do Rosário from the families of “povo da Boa Vista” and “Caçotes” during the Festa do Rosário 2019/2020. For the analysis of the written and printed sources was used Ginzburg´s onomastic method, and for the oral sources were applied the methodology of oral history and Marc Bloch´s regressive method (2001). During the sacred festivities in devotion to Nossa Senhora do Rosário, families of several conditions and qualities were part of the group that constituted the Irmandade do Rosário in the parish, headed to the urban core covered by this space. Thus, the study´s literature review was operationalized with the spatial category of hieropolis, postulated by the geographer Zeny Rosendahl (2018). In this sense, the space was constituted by sacred and profane places, engendered by hierophanies (sacred act manifested in the root) of the Negros do Rosário, such as the "Dança do Espontão" (or “pulo”), the processions and the coronation rituals. In this period, the Catholicism practiced in the national territory was far from the Catholicism preached in Rome. Thus, in the country, to bring the Catholicism practiced in the territory closer to the dictates of the Tridentine, took place the process of Catholic devotional reform which constituted a reform in the clergy, in worship, in the liturgy, and in the reordering of devotions of the Catholicism practiced in Brazil. It was in this context that the process of the construction of sacred places by these actors was developed.

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  • PAULO HIGOR DUARTE DE SOUZA
  • (RE)CANTOS DE SAUDADE DA TERRA NATAL: A CONSTRUÇÃO SONORA DO NORDESTE NA OBRA DE LUIZ GONZAGA (1941-1968)
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • ADALBERTO DE PAULA PARANHOS
  • Data: 31/05/2022

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  • O presente trabalho propõe discutir de que forma se organizou um dado regime de audibilidade atrelado a região nordeste a partir da instrumentalização de um arquivo sonoro ligado a esta região na obra do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga (1912 – 1989). Para tanto, concentraremos a análise na atuação do artista no rádio, mais especificamente no programa “No Mundo do Baião” (1950-1951), estrelado por ele e seus principais parceiros de composição – Humberto Teixeira (1915- 1979) e Zé Dantas (1921 – 1962) – na Rádio Nacional. Partindo desta documentação e recorte, buscaremos mostrar de que forma a construção de dadas espacialidades está ligada a uma apreensão e composição simbólica do espaço, que no caso em questão envolve a articulação de elementos, marcos sonoros e sons fundamentais atribuídos ao Nordeste e que conferem à região uma pretensa pureza estética, cultural e formal. Uma análise mais aprofundada sobre a obra de Luiz Gonzaga nos permitirá entender as condições históricas de possibilidade do surgimento do baião e dos outros ritmos agenciados por Gonzaga nessa enunciação de uma paisagem sonora nordestina através dos mecanismos da produção radiofônica no Rio de Janeiro da década de 50. Nesse sentido, este trabalho buscará narrar o processo de composição dessa espacialidade na obra gonzagueana através da articulação dos elementos formais, estéticos e do “arquivo sonoro” que tentaram fixar à região sua pretensa autenticidade e pureza, com as condições materiais de produção, recepção e circulação da música nos grandes centros do Brasil no recorte exposto, bem como a própria trajetória do artista, seus percursos e percalços até a consagração como “artista do Nordeste”.


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  • The present paper proposes to discuss how a certain regime of audibility linked to the northeastern region was organized from the instrumentalization of a sound archive linked to this region in the work of the accordion player from Pernambuco, Luiz Gonzaga (1912-1989). To do so, we will concentrate the analysis on the artist's performance on the radio, more specifically on the program "No Mundo do Baião" (1950-1951), starring him and his main songwriting partners - Humberto Teixeira (1915-1979) and Zé Dantas (1921-1962) - on Rádio Nacional. Starting from this documentation and clipping, we seek to show how the construction of given spatialities is linked to a symbolic apprehension and composition of space, which in the case in question involves the articulation of elements, sound marks and fundamental sounds attributed to the Northeast and that confer on the region a pretended aesthetic, cultural and formal purity. A deeper analysis of Luiz Gonzaga's work will allow us to understand the historical conditions of possibility for the emergence of the baião and the other rhythms influenced by Gonzaga in the enunciation of a Northeastern soundscape through the mechanisms of radio production in Rio de Janeiro in the 1950s. In this sense, this paper will seek to narrate the process of composition of this spatiality in Gonzaga's work through the articulation of formal and aesthetic elements and the "sound archive" that tried to fix to the region its alleged authenticity and purity, with the material conditions of production, reception and circulation of music in the large centers of Brazil in the exposed cut, as well as the trajectory of the artist himself, his paths and mishaps until his consecration as an "artist from the brazillian Northeast".

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  • ALAIDE MATIAS RIBEIRO
  • A ÁFRICA NA GEOGRAFIA DE ESTRABÃO: A CONSTRUÇÃO DE PAISAGENS EGÍPCIAS, ETÍOPES E LÍBIAS NO IMPÉRIO ROMANO
  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRAN DOS SANTOS BORGES DE OLIVEIRA
  • JOANA CAMPOS CLÍMACO
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • Data: 02/06/2022

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  • Nesta dissertação investigamos uma descrição produzida no início do Império Romano
    intitulada Geografia de Estrabão (64 a.C. 24 d.C.). Analisamos a construção espacial
    apresentada no décimo sétimo e último livro da obra, recorte em que o Egito, a Etiópia e a Líbia,
    os quais constituíam a terceira parte do orbe habitado na Antiguidade, isto é, a África, são
    descritos. Utilizando como fundamentação teórica a ideia de paisagem e mundo-tempo de
    Timothy Ingold (2000; 2015) e optando por traduzir khora (τῆς χώρας) como território,
    identificamos expressões discursivas e elementos caracterizadores dos territórios que
    possibilitaram a identificação de paisagens egípcias, etíopes e líbias no discurso.Destarte,
    realizamos a crítica histórica da Geografia e submetemos o livro XVII à análise categorial
    proposta a partir da análise de conteúdo de Laurence Bardin(2011). Portanto, argumentamos
    que Estrabão apresenta uma determinada África antigadentre as várias produzidas por autores
    ao longo do Império Romano.

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  • In this research we investigate the work produced in the beginning of the Roman Empire entitled Strabo’s Geography (64 BC – 24 AD). We analyze the spatial construction presented in the seventeenth and last book of the work of the Greek historian and geographer from Asia Minor, a section in which the spaces that constituted the third part of the inhabited and known orb in Antiquity, that is, ancient Africa, are described. Using Timothy Ingold’s (2000; 2015) notions of landscape and weather-world as theoretical foundations and the translation of khora as territory, we identified the discursive strategies and elements that characterize the territories of Egypt, Ethiopia and Libya that resulted in the construction of African landscapes. For this, we performed the historical critique of the Strabo’s Geography and submitted the XVII book to the categorical analysis proposed from the content analysis by
    Laurence Bardin (2011). Therefore, we developed an understanding of how the author-work discursively constructed, from his perspective of the world and the geographic description of the territories, a series of Egyptian, Ethiopian and Libyan landscapes that were articulated in a conception of the inhabited world, known and integrated in the context of Roman Imperialism.

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  • MATHEUS PINHEIRO DA SILVA RAMOS
  • Um lugar de produção e a produção de um lugar: a construção da centralidade do eixo Rio-São Paulo na Historiografia acadêmica brasileira.
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • JOÃO OHARA
  • WAGNER GEMINIANO DOS SANTOS
  • Data: 22/11/2022

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  • Este trabalho tem como objetivo principal produzir um estudo acerca da hierarquização espacial do saber histórico no Brasil através dos lugares de produção e das narrativas historiográficas em que o eixo Rio-São Paulo emerge como espacialidade generalizada e difusa no território nacional. Esse acontecimento se deu em tessitura com o delineamento de uma Historiografia brasileira profissional e acadêmica, bem como num ambiente – a partir dos anos 80 e 90 – em que houve a emergência nos periódicos acadêmicos e na literatura especializada de reflexões historiográficas de maneira generalizada. Isso se deu, em grande medida, pela discussão em torno de renovações historiográficas, surgimento de novos programas de pós-graduação nas distintas regiões do país e pela produção de uma  memória  historiográfica  das  instituições.  Desse  modo,  este  empreendimento  de pesquisa se situa entre a história da historiografia e uma história cultural dos espaços. Isso significa enfatizar a construção espacial como aspecto resultante de operações discursivas que  atribuem  sentido  ao  espaço  nacional  por  meio  de  imagens  e  representações historiográficas,  bem  como  através  de  lugares  de  produção  e  enunciação  do  saber histórico em constante litígio na narrativa dos historiadores. Essas camadas de tensões se expressam entre narrativas, problemas vistos como falibilidades metodológicas no trato com a documentação, erros no recorte espacial das pesquisas, de disputas institucionais e/ou entre grupos de historiadores e através de um paradigma nacional. Nessas disputas, o discurso histórico se mostra como um aspecto relevante, pois é através dele que as fronteiras são erigidas e os territórios se materializam, assim como as identidades e os lugares sociais e de sujeito. As fontes mobilizadas foram os escritos dos historiadores e os escritos sobre e em torno das disputas institucionais no âmbito da história no sentido perspectivar um empreendimento cujo próprio objeto seja o mapeamento das tensões de caráter espacial existentes. A cartografia é a metodologia pensada no sentido de sugerir a coexistência  de  diferentes  percursos,  caminhos  e  trajetórias  históricas  que  acabaram circunscrevendo regimes espaciais na escrita dos historiadores que atuam em território nacional.  Sendo  assim,  problematizaremos  a  construção  histórica  de  dados  recortes espaciais na narrativa dos historiadores, proporcionando o avanço nas pesquisas sobre as hierarquizações espaciais na historiografia brasileira. 


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  • The main objective of this work is to produce a study about the spatial hierarchization of historical knowledge in Brazil through production places and historiographic narratives in which the Rio-São Paulo axis emerges as widespread  and  diffuse  spatiality in the national territory. This event occurred in parallel with the design of a professional and academic Brazilian Historiography, as well as in an environment – from the 1980s and 1990s – in which there was an emergency in academic journals and in the specialized literature of historiographical reflections as a wholesome. This was largely due to the discussion around historiographic renewals, the emergence of new graduate programs in the different regions of the country and the production of a historiographical memory of the  institutions.  Thus,  this  research  venture  is  situated  between  the  history  of historiography  and  a  cultural  history  of  spaces.  This  means  emphasizing  spatial construction as an aspect resulting from discursive operations that attribute meaning to the  national  space  through  historiographical  images  and  representations,  as  well  as through  places  of  production  and  enunciation  of  historical  knowledge  in  constant litigation in the narrative of historians.  These layers of tensions are expressed between narratives,  problems  seen  as  methodological  fallibility  in  the  treatment  with documentation, errors in the spatial clipping of research, institutional disputes and/or between  groups  of  historians  and  through  a  national  paradigm.    In  these  disputes, historical discourse is shown as a relevant aspect, because it is through it and that borders are raised and territories materialize, as well as identities and social and subject places.  The sources mobilized were the writings of historians and the writings on and around institutional disputes within the scope of history in the sense of a venture whose own object  is  the  mapping  of  existing  spatial  tensions.  Cartography  is  the  methodology designed to suggest the coexistence of different paths, paths and historical trajectories that ended up circumscribing spatial regimes in the writing of historians who work in the national  territory.  Thus,  we  will  problematize  the  historical  construction  of  spatial clipping  data  in the  narrative  of  historians,  providing  progress in  research  on  spatial hierarchies in Brazilian historiography.

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  • ISABELA DA SILVA FERREIRA
  • FORMAÇÃO HISTÓRICA DE SENTIDO: PRÁTICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA NO MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE (MEB) (1961-1970).

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • WESLEY GARCIA RIBEIRO SILVA
  • Data: 30/11/2022

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  • Este trabalho tem por objetivo investigar e analisar o ensino de história nos programas e aulas radiofônicas empreendidas pelo Movimento de Educação de Base (MEB) no Sistema Radioeducativo de Natal-RN durante a década de 1960. O movimento foi uma experiência lograda pela Igreja Católica com o decreto 50.370/1961 e que contou com a participação de leigos para a construção de uma educação de base para jovens e adultos nas áreas rurais do Brasil. Para tal estudo, analisou-se a espacialidade da memória histórica construída pelos pesquisadores sobre esta experiência educativa a fim de situar a atual pesquisa e problematizar a homogeneização da narrativa no que diz respeito ao MEB e a história do ensino de História. Analisaram-se ainda os materiais didáticos utilizados pelo movimento, tais quais: cartilhas educativas, planejamentos de aula, transcrições de programas e aulas radiofônicas e atividades de avaliação disponíveis no Arquivo Pessoal de Roberto Monte, a fim de se investigar a presença do ensino de história no movimento. Para guiar este estudo, foram utilizados como referenciais teóricos as contribuições de Michel de Certeau sobre a escrita da história enquanto a construção de um espaço de memória, de Pierre Bourdieu sobre o campo, de André Chervel com disciplina escolar e ainda das teorias de Jörn Rüsen sobre aprendizagem histórica e narrativa histórica. Estes conceitos auxiliam na compreensão sobre como o MEB estabeleceu usos e funções de práticas do ensino de História para a mobilização dos educandos e das comunidades rurais em prol da construção de outros futuros possíveis para a sociedade brasileira.


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  • This work aims to investigate and analyze the teaching of history in radio difused classes developed by Movimento de Educação de Base (MEB) in the Radioeducational System of Natal-RN during the 1960s. The movement was an experience achieved by the Catholic Church with the decree 50.370/1961 and which had the participation of lay people for the building of an education basis for young people and adults in rural areas of Brazil. For such study, was analyzed the spatiality of the historical memory built by the researchers about this educational experience in order to situate the current research and discuss the homogenization of the narrative with regard to the MEB (Movimento de Educação de Base) and the history of History teaching. Were also analyzed the didactic materials used by the movement, as: educational booklets, lesson plans, transcriptions of the radio difused classes and programs and tests available in the Roberto Monte’s Personal Arquive, in order to investigate the presence of history teaching in the movement. To guide this study, were used, as theoretical references, the contributions of Michel de Certeau on the writing of history as the construction of a space, of Pierre Bordieu about field, of André Chervel with school discipline and still Jörn Rüsen’s theories about historical learning and historical narrative. These concepts help in understanding how the MEB established uses and functions of practices of History teaching for the mobilization of students and rural communities in favor of building other possible futures of Brazilian historical society.

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  • ANDRESSA FREITAS DOS SANTOS
  • CARTOGRAFANDO A FANTASIA:A identidade regional da Nova Inglaterra representada nas cartografias literárias de horrorde H. P. Lovecraft (1912 – 1930)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JÖRN SEEMANN
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 05/12/2022

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  • Monstros e criaturas fantásticas que fogem a compreensão humana são elementos literáriosmarcantes nas narrativas de Howard Phillips Lovecraft (1890 – 1937). Classificado comoautor do gênero do insólito ficcional, a sua fantasia confere uma reconstrução da identidadeestadunidense nas primeiras décadas do século XX. Para causar o medo e a repulsa comvisões deformadas acerca do  Outro  – povos não-teutônicos – seja por meio de cartas,artigos de jornal ou nos monstros em narrativas ficcionais, Lovecraft revela um sentimentoxenófobo, de cunho racista, contra o fluxo migratório dos diversos povos que passaram ahabitar   a   Nova   Inglaterra   -   região   idealizada   pelo   autor   como   a   única   detentora   daverdadeira essência dos Estados Unidos. Através dos conceitos geográficos de lugar epaisagem do medo, Yi-Fu Tuan (2005; 2013) apresenta como os indivíduos se apropriam erecriam espaços a partir da experiência. Somado com o método da cartografia literária deRobert Tally (2013) evidencia-se como o escritor, tal como o cartógrafo, utiliza de váriosartifícios   imaginários,   baseados   nas   percepções   da   própria   vivência,  para  criar   mapassimbólicos que representam a realidade. Assim, observa-se que Lovecraft reconstruiu osignificado   da  região  em   que  habitou  usando   suas  próprias  experiências,   sensoriais  eafetivas; como ocorreu em diversos escritos– narrativas ficcionais, epistolares e artigos emperiódicos – utilizando-se do imaginário histórico para ressignificar a identidade culturalestadunidense.


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  • Monsters and fantastic creatures that escape from human understanding are remarkableliterary elements in Howard Phillips Lovecraft’s (1890 - 1937) narratives. He is also knownas   the   author   of   the   uncanny   fiction   genre.   His   fantasies   writings   point   up   to   areconstruction of American identity in the first decades of the 20th century. To cause fearand disgust with distorted views about the Other - non-Teutonic peoples - whether throughletters, newspaper articles or in the monsters in fictional narratives, Lovecraft reveals axenophobic feeling, of a racist nature, against the migratory flow of diverse peoples whocame to inhabit New England - a region idealized by the author as the holder of the trueessence of the United States. Through the geographical concepts of place and landscape offear, Yi-Fu  Tuan  (1983;  2005)  demonstrates  how  individuals  appropriate and  recreatespaces from experience. In addition to the method of literary cartography by Robert Tally(2020), it demonstrates how the writer, just like the cartographer, uses several imaginarymechanisms, based on the perceptions of his own experience, to create symbolic maps thatrepresent reality. Thus, it is observed that Lovecraft reconstructed the meaning of theregion in which he lived from his own sensory and affective experiences; just like occurredin several writings - fictional, epistolary narratives and articles in periodicals - using thehistorical imaginary to reframe the American cultural identity

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  • BÁRBARA CAROLLINE SANTOS CAVALCANTE
  • ATLAS PORTÁTIL DA HISTÓRIA LATINO-AMERICANA Cartografias de nuestramérica na trilogia Memória do Fogo
  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • ÂNGELA MEIRELLES DE OLIVEIRA
  • Data: 16/12/2022

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  • Amparando-se em perspectivas teóricas que associam a cultura e a política e pondo em foco o engajamento político do autor, o objetivo desta pesquisa é investigar a cartografia da  América  Latina  desenhada  na  trilogia  Memória  do  fogo  (1982-1986),  do  escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015). Tomando como fonte de análise o último tomo da obra, O século do vento, publicado em 1986, a presente pesquisa tenciona descortinar não só o viés literário e histórico da trilogia, mas também os objetivos políticos do autor e  suas  motivações  para  a  escrita.  A  operação  metodológica  consistiu  na  análise  das histórias  contadas  no  livro  e  nas  reflexões  do  autor  sobre  a  trilogia  em  artigos  e entrevistas, objetivando compreender o que o Galeano quis dizer com “dar voz ao que a história oficial esqueceu” e “resgatar a memória sequestrada” da América Latina, que são os pontos-chave da trilogia.

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  • .

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  • DOUGLAS ARAÚJO DE MEDEIROS DANTAS
  • “PROGRESSO QUE NA TERRA LEVANTA”: o Sanatório Meduna e a modernização doespaço urbano em Teresina (1954-1958)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 20/12/2022

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  • Essa dissertação pretende construir uma análise das relações existentes entre a construção doSanatório Meduna e o ideal progresso e modernidade existente em Teresina na década de1950. Teresina foi fundada em 1952, planejada para ser uma cidade moderna em meio a umaprovíncia que ainda carregava aspectos coloniais. O Sanatório Meduna é inserido na cidadeem um contexto de desassistência à saúde mental. A instituição e seu idealizador, Clidenor deFreitas Santos, tiveram papel indispensável na constituição de uma psiquiatria  piauiense.Dessa forma, afim de analisar a relação entre o Sanatório Meduna e a modernização doespaço   urbano   teresinense,   adentramos   em   outras   questões   importantes   para   o   tema.Consequentemente  investigamos   os  eventos  necessários   que   levaram   Clidenor   de   FreitasSantos em considerar a construção do Sanatório Meduna; como se deu à assistência aosloucos antes e depois do nosocômio, sem esquecer da importância de Clidenor de FreitasSantos nesse  processo; qual concepção  sobre a loucura existia no Piauí nesse recorte; arelação entre loucura e criminalidade; qual era o perfil social dos pacientes do SanatórioMeduna; entre outros aspectos. Para tanto, foi preciso fundamentarmos a discussão à luz deteóricos como Foucault, Henri Lefebvre, Norbert Elias. Como fonte, foram utilizados jornais,relatórios, depoimentos e mensagens dos governadores do Piauí, as fichas prévias do quadrogeral dos pacientes do Sanatório Meduna, o regimento do Sanatório Meduna e uma entrevistacom a filha de Clidenor de Freitas Santos. Com a análise dessa documentação, associada como debate historiográfico do período, constatamos a importância da construção do SanatórioMeduna, inserido em um cenário presente em muitas outras cidades brasileiras, referente àmodernização do espaço urbano e assistência aos loucos.


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  • This   dissertation   intends   to   build   an   analysis   of   the   existing   relationships   between   theconstruction of the Sanatorium Meduna with the ideal progress and modernity existing inTeresina in the 1950s. Teresina was founded in 1952, planned to be a modern city in the midstof a province that still carried aspects colonial. Meduna Sanatorium is inserted in the city in acontext of lack of mental health assistance. The institution and its founder, Clidenor de FreitasSantos, played an indispensable role in the constitution of a Piauí psychiatry. Thus, in order toanalyze the relationship between Sanatório Meduna and the modernization of Teresina's urbanspace, we enter into other important issues for the theme. Consequently, we investigated thenecessary events that led Clidenor  de Freitas Santos to consider the construction of theMeduna Sanatorium; how assistance was given to the insane before and after the hospital,without   forgetting   the   importance   of   Clidenor   de   Freitas   Santos   in   this   process;   whatconception of madness existed in Piauí in this clipping; the relationship between madness andcriminality; what was the social profile of the Meduna Sanatorium patients; among otheraspects. Therefore, it was necessary to base the discussion in the light of theorists such asFoucault, Henri Lefebvre, Norbert Elias. As a source, newspapers, reports, testimonies andmessages from the governors of Piauí, the previous files of the general picture of the patientsof Sanatório Meduna, the regiment of Sanatório Meduna and an interview with the daughterof Clidenor de Freitas Santos were used. With the analysis of this documentation, associatedwith the historiographical debate of the period, we verified the importance of the constructionof the Sanatorium Meduna, inserted in a scenario present in many other Brazilian cities,referring to the modernization of the urban space and assistance to the insane.

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  • BÁRBARA SILVA ARAÚJO
  • A (DES)CONSTRUÇÃO DA DECADÊNCIA DA RIBEIRA, NATAL/RN (1950-1980)

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIEGO JOSE FERNANDES FREIRE
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • WESLEY GARCIA RIBEIRO SILVA
  • Data: 22/12/2022

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  • A ideia de que o bairro da Ribeira, Natal/RN, entrou em decadência é tão comum que ela surge com certa “naturalidade” e muitas vezes não se procura problematizar seu significado ou se sabe qual sua historicidade. Nesse sentido, esta pesquisa visa identificar a emergência da imagem de decadência associada a Ribeira na segunda metade do século XX a partir da análise de textos memorialísticos (1970-1980) e jornais locais (1950). Busca-se compreender quais e como se deu a construção dos significados do bairro que se tornaram centrais para certo tipo de seu enredamento da trajetória urbana no tempo histórico. Fundamentam as análises desenvolvidas nesta pesquisa o conceito de representação, conforme postulam Roger Chartier (2002) e Sandra Jatahy Pesavento (1994, 1999, 2007, 2008); as noções de experiência (Yi-Fu Tuan, 2006; 2013) e apego ao lugar (Edward Relph, 1977), bem como as reflexões sobre mídia na modernidade desenvolvidas por John B. Thompson (2013). A pesquisa destaca a memória do bairro da Ribeira como determinante de imagens, conceitos e discursos, presentes e atuantes hoje, sobre a forma de compreender a cartografia da cidade de Natal, que associa alguns de seus bairros a um passado superado. Evidencia-se que a construção da imagem de decadência da Ribeira tem base em questões políticas, econômicas e sociais, sendo a apropriação do espaço por populares um elemento basilar deste processo.


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  • The idea that the neighborhood of Ribeira, Natal/RN, has fallen into decay is so commom that it comes up with a certain “naturalness” and often one does not try to problematize its meaning or know its historicity. In this sense, this researc aims to identify the emergence of the image of decadence associated with Ribeira in the second half of the 20th century from the analysis pf memorial texts (1970-1980) and local newspaper (1950). It seeks to understand which and how the construction of the meanings of the neighborhood took place, wich became central to a certain type of its entanglement in the urban trajectory in historical time. The analyzes developed in this research are based on the concept of representation, as postulated by Roger Chartier (2002) and Sandra Jatahy Pesavento (1994, 1999, 2007, 2008); the notions of experience (Yi-Fu Tuan, 2006; 2013) and attachment to place (Edward Relph, 1997), as well as reflections on media in modernity develope by John B. Thompson (2013). The research highlights the memory of the Ribeira neigborhood as a determinant of images, concepts and discourses, present and active today, on how to understand the cartography of the city of Natal, wich associates some of its neighborhoods with an outdated past. It is evident that the construction of the decadent image of Ribeira is based on political, economic and social issues, with the apropriation of space by the popular being a basic element of this process.

2021
Dissertações
1
  • JUSCELINO BARROS DA SILVA FILHO
  • Os espaços da modernidade: Alteridades espaciais na literatura de José Lins do Rêgo (1932 1936)
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • ANDRE SOUZA MARTINELLO
  • Data: 12/01/2021

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  • Analisamos neste trabalho a produção discursiva do internato, da cidade e da usina, como espaços de alteridade em relação ao espaço do engenho banguê, na literatura do romancista e memorialista José Lins do Rêgo. Pretendemos problematizar a dimensão simbólica – significados, valores e imagens – mobilizada por esse literato para constituir estas espacialidades, ou seja, como se dá em sua obra a construção figurativa desses espaços literários. Partimos do pressuposto de que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em um dado momento e por determinados sujeitos. A nossa pesquisa teve como fontes principais as obras do chamado ‘’ciclo da cana-de-açúcar’’, notadamente os romances Doidinho (1933), Moleque Ricardo (1935) e Usina (1936), mas por nos situar no campo da história cultural, trabalhamos com uma diversidade de fontes: escritos memorialísticos, jornais e cartas trocadas. Nosso recorte temporal é baseado no período de publicação das obras analisadas: ele começa em 1933 – data de publicação do primeiro romance Doidinho–e vai até 1936 – data de publicação do último, Usina. 


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  • In this work we analyze the discursive production of the internato, the cidade and the usina, spaces of otherness in relation to the space of the engenho banguê, in the literature of the novelist and memorialist José Lins do Rêgo. We intend to problematize the symbolic dimension: meanings, values and images, mobilized by this scholar to constitute these spatialities, that is, how the figurative construction of these literary spaces takes place in his work. We start from the assumption that the most different spaces are social constructions, the result of material and symbolic investments, carried out at a given moment and by certain subjects. Our research had as main sources the works of the so-called '' sugar cane cycle '', notably the novels Doidinho (1933), Moleque Ricardo (1935) and Usina (1936), but because we are situated in the field of cultural history, we work with a variety of sources: memorial writings, newspapers and letters exchanged. Our time frame is based on the publication period of the analyzed works: it starts in 1933 - date of publication of the first novel Doidinho - and goes until 1936 - date of publication of the last one, Usina.

2
  • LUCIANO ACIOLLI RODRIGUES DOS SANTOS
  • “CRUZETA EM REVOLUÇÃO”: JUVENTUDE, PODER E RELIGIÃO NUMA COMUNIDADE RURAL POTIGUAR (1957-1964)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 28/01/2021

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  • Entre as décadas de 1950 e 60, a Igreja Católica brasileira passou por um processo de renovação e atualização institucional, estimulado por fatores endógenos e externos, ligados à especificidade da conjuntura sociopolítica e econômica do período, que afetou profundamente suas instituições eclesiais e seus modelos pastorais. Esse processo de atualização institucional vivenciado no plano mais global como resposta aos dilemas colocados pelo mundo contemporâneo, que ficaria conhecido por aggiornamento, adquiriu traços particulares à medida que foi sendo implementado nos mais variados lugares. Em Cruzeta, paróquia pertencente a Diocese de Caicó, província eclesiástica do Rio Grande do Norte, coube a figura do padre Ernesto da Silva Espínola (1928-2011), o papel pioneiro nesse processo de renovação. Insuflado por esse novo espírito eclesiástico, ele seria responsável de implementar várias práticas de inovação pastoral, que intensificaria a atuação da Igreja junto à comunidade local, especialmente entre os jovens e os trabalhadores rurais, no sentido de promover a unidade da Igreja, agora concebida mais como “povo de Deus” do que como hierarquia e clero. Suas ações no âmbito da pastoral rural que faria da paróquia de Cruzeta uma das mais progressistas da Diocese de Caicó, marcariam o advento da Igreja moderna na localidade. Nesse processo de renovação institucional, a juventude católica adquiriria uma função importante, passando a ser vista pela hierarquia como principal agente social transformador e um importante “aliado” no seu projeto de transformação da história, haja vista ser entendida como o setor mais sensível às mudanças históricas. São as ações pastorais desenvolvidas no âmbito social da paróquia pelo vigário Ernesto em parceria com o laicato católico, notadamente do setor juvenil, em prol de um projeto cristão de comunidade defendido pela Igreja como “alternativa contemporânea” a um projeto de transformação mais radical e virulento da ordem social propagada pelas ideologias de esquerda, que tencionamos investigar mais de perto nesse estudo. 


  • Mostrar Abstract
  • Between the 1950s and 60s, the Brazilian Catholic Church went through a process of institutional renewal and updating, stimulated by endogenous and external factors, linked to the specificity of the socio-political and economic situation of the period, which profoundly affected its ecclesial institutions and its pastoral models . This process of institutional updating experienced at the most global level in response to the dilemmas posed by the contemporary world, which would become known as aggiornamento, acquired particular features as it was being implemented in the most varied places. In Cruzeta, a parish belonging to the Diocese of Caicó, ecclesiastical province of Rio Grande do Norte, the figure of Father Ernesto da Silva Espínola (1928-2011), played the pioneering role in this renewal process. Inflated by this new ecclesiastical spirit, he would be responsible for implementing various practices of pastoral innovation, which would intensify the Church's work with the local community, especially among young people and rural workers, in order to promote the unity of the Church, now conceived more as “people of God” than as hierarchy and clergy. His actions in the field of rural pastoral work that would make the parish of Cruzeta one of the most progressive in the Diocese of Caicó, would mark the advent of the modern Church in the locality. In this process of institutional renewal, Catholic youth would acquire an important role, coming to be seen by the hierarchy as the main transforming social agent and an important “ally” in its project to transform history, since it is seen as the sector most sensitive to changes historical. These are the pastoral actions carried out in the social sphere of the parish by the vicar Ernesto in partnership with the Catholic laity, notably from the youth sector, in favor of a Christian community project defended by the Church as a “contemporary alternative” to a more radical and virulent transformation project of the social order propagated by leftist ideologies, which we intend to investigate more closely in this study. 

3
  • THIAGO VENICIUS DE SOUSA COSTA
  • A cidade jurídica da República da Bruzundanga: a burocracia e o espaço em Lima Barreto (1900-1922)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • ANA CRISTINA MENESES DE SOUSA
  • Data: 18/02/2021

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  • Esta pesquisa se propõe a discutir as criações ficcionais do país da Bruzundanga na obra de Lima Barreto, que reflete os acontecimentos históricos da cidade do Rio de Janeiro, nos quadros do Brasil da Primeira República. Será tratado, sobretudo a dimensão jurídica deste país, das dificuldades que, segundo o escritor, foram enfrentadas para dar carnalidade aos sonhos da cidade ordenada e republicana. A partir daí se mostra os empecilhos vivenciados pelos homens de Estado que tentaram fazer, que fizeram pouco ou quase nada para tirar do papel os sonhos republicanos de um país e de uma cidade ideal. O objeto desta pesquisa são as referências constantes que, Barreto, fez acerca do Direito, em seus escritos que giram, quase sempre, em torno do tema da falta de organização e gerencia de um sistema burocrático nacional. Os debates sobre história do corpo e da sensibilidade norteiam as discussões deste trabalho, e ao longo da pesquisa se constrói pontes de diálogo com David Le Breton, Georges Vigarello, Erving Goffman, Jean Jacques Courtine e Claudine Haroche. As fontes mobilizadas para desenvolver a discussão são os escritos jornalísticos, os literários e os biográficos barretianos. O recorte temporal desta pesquisa se inicia em 1900, com base no tempo de escrita das primeiras notas de Lima Barreto em seu Diário íntimo. Enceramos a nossa investigação em 1922, que marca a morte do escritor.


  • Mostrar Abstract
  • This research aims to discuss the fictional creations of the country of Bruzundanga in the work of Lima Barreto, which reflects the historical events of the city of Rio de Janeiro, in the context of Brazil’s First Republic. Above all, the legal dimension of this country will be dealt with, of the difficulties that, according to the writer, were faced to give carnality to the dreams of the ordered and republican city. From there, it shows the obstacles experienced by the statesmen who tried to do it, who did little or almost nothing to take away the republican dreams of na ideal country and city. The object of this research is the constant references that Barreto made about the Right, in his writings that almost always revolve around the theme of the lack of organization and management of a national bureaucratic system. The debates on the history of the body and the sensitivity guide the discussions of this work and, throughout the research, bridges of dialogue are built with David Le Breton, Georges Vigarello, Erving Goffman, Jean Jacques Courtine and Claudine Haroche. The sources mobilized to develop the discussion are Barretian journalistic, literary and biographical writings. The time frame of this research begins in 1900, based on the writing time of the first notes by Lima Barreto in his Intimate Diary. We ended our investigation in 1922, which marks the death of the writer.

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  • JHON LENON DE JESUS FERREIRA
  • “Mandingas dos pretos”: diáspora africana e religiosidade na Bahia (século XVIII)

  • Orientador : RONALDO VAINFAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RONALDO VAINFAS
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • DANIELA BUONO CALAINHO
  • Data: 25/02/2021

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  • Entre os casos documentados pelo Santo Ofício no momento de seu exercício no Mundo Atlântico português, as bolsas de mandinga aparecem como a religiosidade mais recorrente entre as praticadas pelos africanos e seus descendentes. Encaradas como dotadas de poder, elas foram utilizadas por vários grupos étnicos, negros e não-negros, que buscavam solucionar os inumeráveis problemas decorrentes do colonialismo.  Entre as fontes arroladas para esta pesquisa no âmbito inquisitorial, notamos que a maior parte dos envolvidos com esses materiais foram aqueles que, em grande medida, foram traficados como escravos para o Brasil. Partindo desse pressuposto, objetivamos entender as cosmovisões trazidas por esses sujeitos para a capitania da Bahia do século XVIII e como eles as consubstanciaram a outras praticas para realizar a manutenção de suas etnicidades em um espaço desfavorável para isso por causa da perseguição religiosa. Por meio dessa análise, percebemos que as interações atlânticas possibilitaram a homens e mulheres negras o acesso a protagonismos, a partir de uma visão de mundo aberta ao novo, mas sem ignorar o antigo.


  • Mostrar Abstract
  • Among the cases documented by the Holy Office at the time of its exercise in the Portuguese Atlantic World, the “bolsa de mandiga” appear as the most recurrent religiosity among those practiced by Africans and their descendants. Seen as empowered, they were used by various ethnic groups, blacks and non-blacks, who sought to solve innumerable problems that were victimized in the colonial period. Among the sources listed for this research at the inquisitorial scope, we note that most of those involved with these materials were those who, to a large extent, were trafficked as slaves to Brazil. Based on this assumption, we aim to understand the worldviews brought by these subjects to the capitaincy of Bahia of the eighteenth cetury and how they consubstantiated them to other practices to perform maintenance their ethnicities in an unfavorable space for this because of religious persecution. Through this analysis, we realized that the Atlantic interactions made it possible for black men and women to access protagonism, through a worldview open to the new, but without ignoring the old.

5
  • JOÃO GUILHERME SANTOS DE ARAÚJO LOPES
  • VOCIFERANDO PAISAGENS, BRADANDO NOSTALGIAS: A CENA MUSICAL BLACK METAL NORUEGUESA COMO ESPAÇO DE (RE)SIGNIFICAÇÕES SOBRE O MUNDO NATURAL

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • PEDRO ALVIM LEITE LOPES
  • Data: 04/03/2021

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  • Este trabalho busca analisar a cena Black Metal norueguesa, tendo um recorte temporal que permeia a década de 1990 até meados dos anos 2010, a qual tornou-se uma espacialidade responsável por boa parte dos pilares influenciadores deste subgênero do Heavy Metal. Inicialmente marcada pela produção artística baseada em satanismo, misantropia e morte, acaba em determinado momento encontrando na natureza e nos usos do passado um novo viés exploratório lírico e imagético, acarretando em uma leva de discursos que evocam desde nostalgias e topofilias até críticas ao mundo moderno por elementos do nazifascismo e reproduzidos em variadas formas midiáticas como discos, revistas, fitas k7 e fanzines. Tal trabalho parte do pressuposto que esta cena, no período estudado, se configura – sendo dos mais influentes dentre os variados subgêneros da musicalidade e cultura Heavy Metal – em um espaço que incorpora (re)leituras materiais e simbólicas, como justificação de determinadas visões e contradições de seus atores.


  • Mostrar Abstract
  • The present work seeks to analyze the Norwegian Black Metal scene, having a temporal cut that permeates the 1990s until the mid 2010s, which became a spatiality responsible for many of the influencing pillars of this subgenre of Heavy Metal. Initially marked by the artistic production based on satanism, misanthropy and death, ends at certain moment finding in nature and uses of past a new exploratory lyrical and imagery bias, resulting in a series of discourses that evoke nostalgia and topophilia to criticism of so-called modern world through nazifascist elements and reproduced in some media formats such as records, magazines, k7 tapes and fanzines. Such work started from the assumption this scene in the studied period is configured – being one of the most influential among the varied heavy metal music and culture subgenres – in a space that incorporates symbolic and material readings, as a justification for certain views and contradictions of its actors. 

6
  • EDCARLOS DA SILVA ARAUJO
  • PATRIMÔNIO, POLÍTICA E PASSADO: O TOMBAMENTO DO SÍTIO HISTÓRICO DE SOBRAL-CE NOS, 1995-2020.

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • JOSÉ ÍTALO BEZERRA VIANA
  • Data: 26/03/2021

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  • Quando em 1999 um lugar em Sobral-CE, foi tombado como sítio histórico
    pelo Instituto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional–IPHAN iniciou-se um
    processo que mudou drasticamente a forma como o espaço passaria a ser entendido na
    cidade até os dias atuais.Saindo da situação em que as edificações mais antigas
    estavam sendo derrubadas, para um momento em que se investe na requalificação de
    edificações e de espaços. Inauguram-se então novos equipamentos culturais e assim
    tenta-se mobilizar certo passado na tentativa de seu reconhecimento. Mas de que
    passado estamos falando? Como se obteve a declaração patrimonial? Como foram
    realizados os investimentos nas obras do sítio histórico? Procuramos dar vazão a essas
    questões tensionando temas relacionados ao patrimônio cultural, investigando políticas
    públicas e pensando sobre os passados que os patrimônios podem resguardar, para
    entender como uma área urbana pode ser um registro de processos históricos e sociais
    que formaram e formam o Brasil.

  • Mostrar Abstract
  • In 1999 when a place was heritage listed in Sobral-CE has a historic place by the Historic Patrimony and National Artistic Institute - IPHAN, a process was being started that changed drastically the way how space would be understood in the city until the present days. Leaving a situation where the most ancient buildings were being taken down to a moment where is usual to invest at requalification of buildings and spaces. New cultural equipments are inaugurated and through the iwe tried to mobilize a certain past in attempt of its acknowledgment. Althrough, which kind of past are we talking about? How was obtained the patromonial statement? How the investments were made at the requalification works of the historic place? We seek to consume these questions tensioning related themes to the cultural heritage listed patrimony, also insvestigating public polices and refleting about the past events that the patrimony could preserve, through this we try to understand how the urban area may be a record of social and historic processes that formed and still from Brazil.

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  • LARISSA DANIELE MONTEIRO LACERDA
  • UM NOVO TERRITÓRIO JURISDICIONAL, UMA NOVA DINÂMICA SOCIOPOLÍTICA: O SERTÃO DO PIANCÓ E OS REFLEXOS POLÍTICOS DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVIII NO INTERIOR DA PARAÍBA

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • RONALDO VAINFAS
  • THIAGO ALVES DIAS
  • RODRIGO CEBALLOS
  • Data: 31/03/2021

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  • A segunda metade do século XVIII foi um dos períodos mais intensos na história do reino português e, especialmente, da América lusitana, dado as transformações administrativas, econômicas e políticas advindas das reformas pombalinas. A criação da vila de Pombal, no sertão do Piancó, em 1772, é apenas um dos reflexos dessas mudanças na capitania da Paraíba. Sua instalação foi significativamente importante, pois, além de viabilizar o projeto régio de apropriação, controle e organização do território, possibilitou a instalação de uma câmara própria no sertão do Piancó, instituição que se somou às demais autoridades (militares, jurídicas e religiosas) já existentes, desde fins do século XVII e início do XVIII, e proporcionou certa autonomia e poder de barganha aos homens do sertão. Nesse novo contexto, eclodiram conflitos em nível interno e externo, envolvendo autoridades locais e litorâneas, que colocaram o Piancó e a vila de Pombal em situação de destaque no cenário político da capitania, indicando assim possíveis transformações em sua dinâmica local. E é essa dinâmica que buscamos investigar. O presente trabalho tem por objetivo analisar as transformações ocorridas na dinâmica sociopolítica do sertão do Piancó, na segunda metade do século XVIII, período em que ocorreu a criação e organização administrativa de seu novo território jurisdicional, a vila de Pombal. Para isso, além do uso de bibliografia especializada (clássica e acadêmica), contamos com a análise de fontes oficiais e manuscritas, produzidas ao longo do século XVIII, tanto em âmbito local, quanto externo, são elas: ordens régias, correspondências, atas do Senado da Câmara de Pombal, Livros de Notas, inventários e batismos. 


  • Mostrar Abstract
  • The second half of the 18th century was one of the most intense periods in the history of the Portuguese kingdom and, especially, of Portuguese America, given the administrative, economic and political transformations arising from the Pombaline reforms. The creation of the Village of Pombal, in the hinterland of Piancó, in 1772, is only one of the reflexes of these changes in the captaincy of Paraíba. Its installation was significantly important, because, in addition to making viable the royal project of appropriation, control and organization of the territory, it made it possible for the Piancó hinterland to have its own chamber, an institution that joined the other existing authorities (military, legal and religious), since the end of the 17th century and the beginning of the 18th, and provided some kind of autonomy and bargaining power to the men of that hinterland. In this new context, political conflicts broke out at the internal and external levels, involving local and coastal authorities, which placed Piancó and the Village of Pombal in a prominent position in the political scenario of the captaincy, thus indicating possible changes in their local dynamics. And it is this dynamic that we investigate. The present work aims to analyze the changes that took place in the socio-political dynamics of the Piancó backlands in the second half of the 18th century, a period in which the creation and administrative organization of its new jurisdictional territory, the Village of Pombal. For this, in addition to the use of specialized bibliography (classical and academic), we rely on the analysis of official and manuscript sources, produced throughout the 18th century, both locally and externally. They are: royal orders, correspondence, population maps, council terms of the senate of the chamber of Pombal, books of notes and inventories.

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  • JÉSSICA MARTINS GUEDES DE SOUZA
  • "O QUE VEM DA RUA": CIDADE, PATRIMÔNIO E PICHAÇÃO EM FORTALEZA NOS ANOS 1990

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 05/05/2021

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  • O presente trabalho, se debruça sobre a pichação na cidade de Fortaleza, compreendendo os anos de 1990. A investigação se dedica não somente aos recados nos muros, mas também, explora a pichação pensando a relação entre sujeito, cidade, grupos e espacialidades. Deste modo, entendemos que a cidade não era somente o suporte em que eram feitas as pichações, mas elemento constituidor que pertencia à cidade. A pichação produzia, a partir de lugares já postos e definidos, uma outra forma de apropriação do espaço. Tendo assim, seus próprios lugares de socialização e memória dentro de uma cidade na qual estavam inseridos diversas propostas e formulação da cidade, sendo empreendida as políticas neoliberais na década de 1990. Faz parte desta investigação como os sujeitos operacionalizavam a sua prática enquanto grupo. Para este fim, foram analisados seus discursos, ideias e ideais – por meio de entrevistas com pichadores da época – sobre o fazer do picho e o que significava a cidade para os pichadores. Procurando evidenciar o lastro histórico da pichação, é objeto da composição deste trabalho a percepção dos não-pichadores, moradores da cidade, sendo os periódicos fonte dessa interlocução. O jornal O Povo foi fonte para esta pesquisa, uma vez que o Caderno de Cidades propunha um diálogo com o ramerrame da cidade e seus leitores, fossem os leitores da cidade e os leitores do jornal. Esta pesquisa aborda a pichação como uma ação política e produtora de espacialidades que evidenciavam uma forma de pertencimento e significação da cidade, sendo central o quanto a cidade não é somente pano de fundo dos acontecimentos, mas elemento central à prática dos seus sujeitos, que davam significado à cidade de diversas formas na apropriação dos espaços.


  • Mostrar Abstract
  • The present work focuses on graffiti in the city of Fortaleza, including the 1990s. The investigation is dedicated not only to messages on the walls, but also explores graffiti thinking about the relationship between subject, city, groups and spatialities. In this way, we understand that the city was not only the support of the place where graffiti was made, but a constituent element that belonged to the city as well as other forms of expression. The graffiti produced, from places already defined and defined, another offer of space. Thus, having their own places of socialization and memory within a city in which various proposals and offers from the city were inserted, being undertaken neoliberalism policies in the 1990s. To this end, their speeches, ideas and ideas were analyzed - by informing graffiti artists at the time - about making grape and what the city meant to graffiti artists. Trying to highlight the historical ballast of graffiti, the object of the composition of this work is the perception of non-graffiti artists, residents of the city, being the periodicals source of this dialogue. The newspaper O Povo was consulted for this research, since the Caderno de Cidades proposed a dialogue with the city ramerrame and its readers. City and newspaper readers. This research approaches the graffiti as a political action and a producer of spatialities that showed a form of belonging and meaning of the city, being central how much the city is not only the background of events, but an irremediable element to the practice of its subjects, who gave meaning to the city of different forms of appropriation of spaces.

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  • EMERSON JOSÉ FERREIRA DE SOUSA
  • “EXPERIÊNCIAS DE INVERNO”: A PRÁTICA DO ROUBO DE SANTO E A SACRALIZAÇÃO DE ESPAÇOS SERTANEJOS EM COMUNIDADES RURAIS DE POMBAL-PARAÍBA (1950-2015)

  • Orientador : FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • LOURIVAL ANDRADE JUNIOR
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • ROSILENE ALVES DE MELO
  • Data: 18/06/2021

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  • Este trabalho investiga como o roubo de santo, prática realizada em prol das chuvas no Nordeste, constitui os sertões como espaço sagrado. A partir do roubo de imagens católicas, em especial a do Padroeiro das chuvas, São José, em comunidades rurais do munícipio de Pombal, analisamos essa experiência de inverno, seus significados e interesses cotidianos para compreendermos a sacralização dos espaços rurais no sertão paraibano. No campo teórico – com base em Certeau (1998), Segaud (2016), J. Assmann (2016), A. Assmann (2011), Dubar (2006), Hall (2006), Tuan, (1983), Hobsbawn (1997), Geertz (2008), Ingold (2012), Descola (2015), Haesbaert (2007) e Zambrano (2001) – a pesquisa operacionaliza os conceitos de espaço, memória, identidade, experiência, tradição e território, a fim de perscrutar os aspectos socioculturais mobilizados junto à prática para configurar essa espacialidade sertaneja. Como metodologia, a partir das análises de Meihy e Holanda (2011) e Delgado (2006), utilizamos a História Oral para problematizarmos as memórias em torno dessa prática religiosa, constituídas pelas narrativas daqueles que vivenciam o cotidiano local, percebendo como estas memórias atuam na formação de espaços da recordação e estabelecem identidades que territorializam as vivências sociorreligiosas nestas localidades. A análise iconológica de imagens e de artefatos da fé ligados ao roubo, baseada em Menezes (2003), e a apreciação de documentos escritos a respeito da vida de pessoas que ali habitaram complementam o aporte metodológico da pesquisa. Portanto, ao evidenciarmos que o roubo de santo ressignificou saberes, memórias e identidades comunitárias, constatamos que os sertões estudados constituem espacialidades sagradas. 


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  • This work investigates how the theft of a saint, a practice carried out in favor of the rains in the Northeast of Brazil, constitutes the sertões as a sacred space. Based on the theft of Catholic images, especially that of the patron saint of rains, São José, in rural communities in the municipality of Pombal, we analyzed this winter experience, its meanings and everyday interests to understand the sacredness of rural spaces in the sertão of estate of Paraiba. In the theoretical field – based on Certeau (1998), Segaud (2016), J. Assmann (2016), A. Assmann (2011), Dubar (2006), Hall (2006), Tuan, (1983), Hobsbawn (1997 ), Geertz (2008), Ingold (2012), Descola (2015), Haesbaert (2007) and Zambrano (2001) – the research operationalizes the concepts of space, memory, identity, experience, tradition and territory in order to examine the socio-cultural aspects mobilized together with the practice to configure this sertaneja spatiality. As a methodology, from the analyzes of Meihy and Holanda (2011) and Delgado (2006), we used Oral History to problematize the memories around this religious practice, constituted by the narratives of those who experience the local daily life, realizing how these memories act in the formation of spaces for remembrance and establish identities that territorialize socio-religious experiences in these locations. The iconological analysis of images and artifacts of faith linked to theft, based on Menezes (2003), and the appreciation of written documents about the lives of people who lived there, complement the methodological support of the research. Therefore, by showing that the theft of saints gave new meaning to community knowledge, memories and identities, we found that the sertões studied constitute sacred spaces. 

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  • PEDRO HUGO CANTO NÚÑEZ
  • O ESPAÇO FUNERÁRIO NO EGITO ANTIGO: A TUMBA DE NAKHT (REINO NOVO, c. 1401 – 1353 A.E.C.).

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RONALDO GUILHERME GURGEL PEREIRA
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MARÍA VIOLETA PEREYRA
  • Data: 24/06/2021

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  • Nakht, um escriba e astrônomo do deus Âmon, teve sua tumba construída em uma colina, chamada atualmente de Sheik el-Qurna, na cidade de Tebas, atual Luxor, entre os anos de 1401 e 1350 A.E.C., que a faz pertencer ao Reino Novo (c. 1550-1070 A.E.C.), mais especificamente à XVIII Dinastia (c. 1550-1307 A.E.C.), entre os reinados de Tutmés IV e Amenhotep III. Nossa intenção nessa dissertação é analisar a tumba de Nakht (TT 52), compreendendo o discurso funerário produzido pela elite tebana na XVIII Dinastia, assim como o período histórico ao qual ela está inserida. Para tanto, este trabalho está dividido em quatro partes, cada uma buscando interpretar esse espaço funerário do macro para o micro, a saber: construir a Paisagem tebana da XVIII Dinastia, na qual a tumba será analisada em conjunto com outras do mesmo tipo e temporalidade; examinar a estrutura da tumba e os objetos encontrados, elucidando os rituais efetuados em seu interior; inserir as imagens dispostas nela em um contexto espacial e analisá-las; e, por fim, compreender os textos em conjunto com as imagens. Para este fim, utilizaremos teorias tanto da própria Egiptologia como da Arqueologia e Antropologia, disciplinas que se relacionam com a História, como a Arqueologia Cognitiva, de Colin Renfrew, e o Ambiente Construído, de Amos Rapoport, com suporte da Teoria do Engajamento Materia, de Lambros Malafouris, e da proposta metodológica de Valérie Angenot para análise de imagem e texto, propondo, então, um Sistema de Atividades Ritualísticas para a tumba de Nakht (TT 52).


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  • Nakht, a scribe and astronomer of the god Amon, had his tomb built on a hill, now called Sheik elQurna, in the city of Thebes, current Luxor, between 1401 and 1350 BCE, which makes it belong to the New Kingdom (c. 1550-1070 BCE), specifically the Eighteenth Dynasty (c. 1550-1307 BCE), between the reigns of Thutmose IV and Amenhotep III. Our intention in this dissertation is to analyze the tomb of Nakht (TT 52), understanding the funerary discourse produced by the Theban elite in the Eighteenth Dynasty, as well as the historical period to which he lived. Therefore, this work is divided into four parts, each seeking to interpret this funerary space from makros to mikros: build the Theban Landscape of the Eighteenth Dynasty, in which the tomb will be analyzed together with others of the same type and temporality; inspect the structure of the tomb and the objects found, explaining the rituals performed inside; insert the images in a spatial context and analyze them; and finally comprehend the texts together with the images. To this proposition, we will use theories of Egyptology itself in addition with Archaeology and Anthropology (disciplines that relate to History), such as Colin Renfrew's Cognitive Archaeology and Amos Rapoport's Built Environment, assisted by Lambros Malafouris’ Material Engagement Theory, and Valérie Angenot's methodological proposal for image and text analysis, thus proposing a System of Ritualistic Activities for Nakht's tomb (TT 52).

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  • CLARA MARIA DA SILVA
  • Família escrava e relações de compadrio: estudo das territorialidades escravas na Freguesia de Sant’Ana de São José de Mipibu (1841-1862).
  • Orientador : HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GIAN CARLO DE MELO SILVA
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • Data: 28/06/2021

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  • O  objetivo  deste  trabalho  é  analisar  a  presença  de  famílias  cativas  na  freguesia  de Sant’Ana de São José de Mipibu entre os anos de 1841 e 1862, observando a construção de uma territorialidade escrava em um espaço que não era deles a priori, mas sim da Igreja e sociedade católica. Interpretamos a formação das instituições familiares escravas neste espaço como um ato de resistência e sobrevivência por partes dessas mulheres e homens escravizados, os quais estavam inseridos dentro de uma sociedade escravista. Para isso, temos como fonte principal de estudo os registros de batismo desta freguesia, os quais foram lidos, transcritos, analisados e sistematizados com base na metodologia da História  Serial  e  Quantitativa.  Assim,  acreditamos  que  as  escolhas  dos  padrinhos  e madrinhas pelas famílias cativas no momento do batismo das crianças escravas seria uma estratégia  de  sobrevivência,  (re)existência  e  busca  por  autonomia  destes  seres escravizados. A escolha pelo estudo da freguesia de Sant’Ana se deu, pois, parte de seu território eclesiástico está localizado na zona rural da cidade de São José de Mipibu que no século XIX desempenhou um papel importante economicamente dentro da província do Rio Grande do Norte,  contando com pequenos  e  médios  engenhos  produtores de açúcar, rapadura  e  cachaça,  atividades  que  necessitam  de  significativa  mão  de  obra escrava para trabalhar nas plantações de cana de açúcar. 

     

     

  • Mostrar Abstract
  • The objective of this study is to analyze the presence of slave families in the parish of Sant'Ana  of  São  José  de  Mipibu  between  the  years  1841  and  1862,  observing  the construction of a slave territoriality in a space that was not theirs a priori, but rather the Church and Catholic Society. We interpret the formation of slave family institutions in this space as an act of resistance and survival by these enslaved women and men, who were inserted in a slave society. For this, we have as the main source of study the baptism records of this parish, which were read, transcribed, analyzed and systematized based on the methodology of Serial and Quantitative History. In fact, we believe in the choices of godfathers and godmothers by captive families at the time of the baptism of slave children would be a  strategy for  survival, (re)existence  and the search  for autonomy  of  these slavery  people. The  choice  to  study  the  parish of  Sant'Ana  was  because  part  of  this ecclesiastical territory is located in the rural area of the city of São José de Mipibu, which in the 19th century played an important role economically within the province of Rio Grande do Norte, counting on small and medium sugar, rapadura and cachaça sugar mills, activities that require significant slave labor to work in the sugar cane plantations.

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  • GABRIEL BARRETO DA SILVEIRA OLIVEIRA
  • O Intelectual e a Cidade Imaginada: Manoel Dantas e a construção de uma Natal do futuro (1900-1923).

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO LUIZ MACEDO SILVA E FILHO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 29/06/2021

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  • Esta pesquisa analisa a produção intelectual de Manoel Dantas sobre a cidade de Natalno início do  século XX. Essa produção consiste numa série de crônicas, intituladaCoisas da terra, em que o autor abordou alguns aspectos do cotidiano da cidade, e naconferência, Natal d’aqui a cincoenta annos, na qual imaginou algumas projeções parao futuro da capital do estado. Consideramos que, no conjunto desses escritos, ManoelDantas fez emergir imagens da cidade de Natal em diferentes temporalidades, que eramtentativas de estimular as mudanças que eram vistas como necessárias por ele e pelogrupo dirigente ao qual ele se vinculava naquele momento, os Albuquerque Maranhão eo Partido Republicano, que exerciam o comando do estado. Esse grupo empreendeuações tanto com o objetivo de realizar transformações materiais na cidade, quanto deconstruir representações sobre ela – sendo este último, um domínio no qual Dantas deugrande   parte   de   sua   contribuição.   Constatamos   que   os   escritos   de   Manoel   Dantasevocavam uma concepção de progresso, ideia que esteve muito presente no pensamentoocidental ao longo do século XIX até o início do século XX. Observamos que, no RioGrande do  Norte, a exemplo de outros lugares do Brasil e do mundo ocidental, oprogresso esteve ligado a práticas políticas e a ideias como liberdade. Manoel Dantas,inicialmente,  associou  o  progresso  à educação – uma  ligação que os governadorestambém   ecoaram   em   suas   mensagens   oficiais.   Poucos   anos   depois,   entretanto,percebemos que Dantas e seus correligionários mudaram o discurso e passaram a usar aideia   de   progresso   em   referência   às   intervenções   materiais   na   cidade   de   Natalexecutadas   pelos   governadores   republicanos,   difundindo   a   narrativa   de   que   essesgovernos  representavam   uma nova  era   na  história   da cidade,   em contraposição aoperíodo   monárquico,   que   aparecia   nos   discursos   como   sendo   caracterizado   peloabandono da cidade capital. As crônicas tinham um caráter pedagógico e buscavamdiagnosticar problemas que Dantas observava na cidade e instruir os leitores na adoçãode novos hábitos compatíveis com uma cidade moderna. A conferência serve como exemplo de um  pensamento utópico, uma vez que criava a imagem  de uma Natalperfeita no futuro, que teria resolvido todos os problemas da cidade do presente, masque estava condicionada à continuidade do projeto político dos republicanos.


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  • This research analyzes the intellectual production of Manoel Dantas about the city ofNatal in the early twentieth century. Said production consists in a series of chronicles,entitled Coisas da terra, in which the author approached some aspects of the city's dailylife, and in the conference, Natal d'aqui a cincoenta annos, in which he imagined someprojections for the future of the state capital. We consider that, in the set of thesewritings,   Manoel   Dantas   brought   out   images   of   the   city   of   Natal   in   differenttemporalities, which were attempts to stimulate the changes that were seen as necessaryby him and by the ruling group to which he was linked at that time, the AlbuquerqueMaranhão and the Republican Party, who were in charge of the state government. Thisgroup undertook actions aiming to make both material transformations in the city, andto construct representations about it - the latter being a domain in which Dantas mademuch of his contribution. We  found that  the  writings of Manoel Dantas evoked aconception of progress, an idea that was very present in the western thought throughoutthe 19th century until the beginning of the 20th century. We observed that, in RioGrande do Norte, as in other places in Brazil and in the western world, progress waslinked   to   political   practices   and   ideas   such   as   freedom.   Manoel   Dantas   initiallyassociated progress with education – a link that the governors also made in their officialmessages.  A   few   years   later,  however,   we   noticed  that  Dantas   and   his  associateschanged the discourse and started using the idea of progress in reference to the materialinterventions in the city of Natal executed by the republican governors, spreading thenarrative that these governments represented a new era in the city's history, as opposedto the monarchic period, which appeared in the speeches as being characterized by theabandonment of the capital city. The chronicles had a pedagogical character and soughtto diagnose problems that Dantas observed in the city and instruct readers to adopt newhabits compatible with a modern city. The conference serves as an example of a utopianthought, since it created the image of a perfect Natal in the future, which would have solved all the problems of the city of the present, but that was conditioned to thecontinuity of the republicans' political project.

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  • LUIZ SOARES PESSOA JUNIOR
  • UMA FICÇÃO POLÍTICA-EMPRESARIAL: A COHAB/RN E A EDIFICAÇÃO DE CONJUNTOS HABITACIONAIS (1970-1979)
  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • SARA RAQUEL FERNANDES QUEIROZ DE MEDEIROS
  • YURI SIMONINI SOUZA
  • Data: 02/07/2021

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  • Esta pesquisa objetiva analisar a atuação da Companhia de Habitação Popular do Rio Grande do Norte (COHAB/RN) na edificação de conjuntos habitacionais através da sua estrutura organizacional no final da década de 1970. A COHAB/RN foi constituída pelo estado do Rio Grande do Norte dentro da lógica política e burocrática estabelecida pelo Banco Nacional da Habitação (BNH) durante o período da Ditadura Militar Brasileira para atuar no âmbito das políticas habitacionais. Para a realização dessa história institucional, utilizamos pela primeira vez uma documentação interna da instituição, as Atas da Diretoria da COHAB/RN de 1977-1979. Essa fonte teve seu conteúdo cruzado com outros documentos, tais como: os jornais O Poti e Diário de Natal; leis, decretos e regulamentações emitidas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH). No primeiro capítulo, abordamos o desenvolvimento das políticas públicas do BNH. O segundo capítulo se voltou ao estudo da história dos primeiros anos da COHAB/RN e no terceiro capítulo foi feita a historicização da edificação do Projeto Pirangi por intermédio da relação da companhia potiguar com o BNH. Ao longo da dissertação, percebemos que o banco federal conseguiu estabelecer uma tecnoestrutura capaz de controlar a maneira pela qual se edificaram habitações no Brasil entre 1964 até 1985. No Rio Grande do Norte, a COHAB/RN, que pertencia ao governo do estado e em tese seria independente administrativa e financeiramente, em realidade atuou como se fosse uma sucursal do BNH. Assim, entendemos que a companhia de habitação do estado participava de uma estrutura administrativa centralizada no BNH em vez do governo do estado e que essa administração, apesar de regulada em normatização interna do próprio banco federal, é legalmente contestável. O projeto Pirangi realizado pela COHAB/RN foi uma edificação “pioneira” pelo tamanho do financiamento, volume de habitações e um aparelhamento social previsto desde o projeto. Porém, a sua construção foi mais pautada por uma perspectiva política e eleitoral do que pela busca da diminuição do déficit habitacional estadual. Assim, os moradores do conjunto tiveram que sobreviver distantes de uma infraestrutura adequada (falta de água, transporte, escola, comércio e posto de saúde adequado) e o discurso de garantir um aparelhamento social desde o começo não se consolidou na realidade da vida daquelas pessoas. Além disso, o conflito entre praticar uma política pública voltada aos mais pobres e ter de manter uma lucratividade resultou em diversas contradições nas quais essa política pública não conseguiu atingir direito os mais necessitados e a busca pela lucratividade não se realizava devido à obrigatoriedade dessas empresas de tentarem atingir essa camada da sociedade.


  • Mostrar Abstract
  • This research aims to analyze the performance of the Popular Housing Company of Rio Grande do Norte (COHAB / RN) in the construction of housing estates through its organizational structure in the late 1970s. COHAB / RN was constituted by the state of Rio Grande do North within the political and bureaucratic logic established by the National Housing Bank (BNH) during the period of the Brazilian Military Dictatorship to act within the scope of housing policies. For the realization of this institutional history, we used for the first time internal documentation of the institution, the Minutes of the Board of Directors of COHAB / RN from 1977-1979. This source had its content crossed with other documents, such as the newspapers O Poti and Diário de Natal; laws, decrees and regulations issued by the National Housing Bank (BNH). In the first chapter, we discuss the development of BNH's public policies. The second chapter turned to the study of the history of the early years of COHAB / RN and in the third chapter the historicization of the construction/edification of the Pirangi Project was done through the relationship between the potiguar company and BNH. Throughout the dissertation, we realized that the federal bank managed to establish a technostructure capable of how the housing was built in Brazil between 1964 until 1985. In Rio Grande do Norte, COHAB / RN, which belonged to the state government and in theory would be administratively and financially independent, in fact it acted as if it were a branch of BNH. Thus, we understand that the state housing company participated in a centralized administrative structure at BNH instead of the state government and that this administration, despite being regulated by the internal regulation of the federal bank itself, is legally contestable. The Pirangi project carried out by COHAB / RN was a “pioneer” building due to the size of the financing, the volume of housing and the social facilities provided since the project. However, its construction was more guided by a political and electoral perspective than by seeking to reduce the state housing deficit. Thus, the inhabitants of the complex had to survive far from an adequate infrastructure (lack of water, transportation, school, commerce and an adequate health post) and the discourse of guaranteeing social equipment from the beginning was not consolidated in the reality of those people's lives. In addition, the conflict between practicing a public policy aimed at the poorest and having to maintain profitability resulted in several contradictions in which this public policy failed to reach the neediest right and the search for profitability was not carried out due to the mandatory nature of these companies trying to reach that layer of society.

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  • MIQUÉIAS DE MEDEIROS BEZERRA
  • “REVOLVENDO AS CINZAS DO PASSADO”: A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO SACROPROFÂNICO NOS SANTUÁRIOS AOS PROTOMÁRTIRES DO BRASIL, PELA ARQUIDIOCESE DE NATAL/RN (1988-2017).

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • EVANDRO DOS SANTOS
  • FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
  • Data: 05/07/2021

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  • Este trabalho pretende lidar com a problemática dos usos do passado pelo presente. Para tal fim, debruça-se sobre os espaços sagrados devotados aos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, ou Protomártires do Brasil, mais especificamente, tangente aos três santuários, centros de função religiosa, criados pela Arquidiocese de Natal em Canguaretama, São Gonçalo do Amarante e Natal, municípios do Rio Grande do Norte. Visa-se investigar os elementos recapturados e agenciados pela Igreja, seus fiéis e colaboradores com vista à composição dos santuários, no espaço temporal de 29 anos (1988 a 2017), no qual foi demandado beatificação, canonização de atores e sujeitos que sofreram martírio e a construção de espaços sagrados. Para tal fim, nessa circunspecção, almeja-se analisar e refletir a respeito de que tecnologias de memória foram cooptadas e a quais retóricas na contemporaneidade se pretenderam os santuários; de que forma e com qual intuito os vestígios do passado e de uma memória foram aludidos e aventados publicamente pelos processos de feitura dos santuários; e que tipo de topofilias esses espaços sagrados pretenderam aflorar, disparar ou estabelecer no público apreciador. Os principais pressupostos teórico-metodológicos advêm do conceito de história como mito e da operação historiográfica, bem como o de hierópolis, referindo-se a um local de confluência de uma demonstração de fé que adquire nítida espacialidade, pois envolve o deslocamento de um lugar a outro. Há nas hierópolis uma ritualística sacroprofânica na qual o sagrado e o profano, apesar de distintos, não se opõem e nem se excluem. Nestes vínculos, demonstra-se uma força propulsora do fenômeno religioso redimensionando o econômico, o político, o social, o lugar e a organização espacial. Quanto às fontes, soma-se algumas obras historiográficas que abordaram os mártires e a primeira edição do livro Protomártires do Brasil: Cunhaú e Uruaçu – RN, do monsenhor Francisco de Assis Pereira, postulador da causa dos mártires. Ao concluirmos nossas análises e reflexões, observamos que fora efetuado um uso mitológico do passado, criando-se uma narrativa e espaços dentro dos quais os fiéis pudessem habitar e encontrar sentido.


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  • This work intends to deal with the problem of the uses of the past for the present. To this end, it focuses on the sacred spaces devoted to the Martyrs of Cunhaú and Uruaçu, or Protomártires do Brasil, more specifically, tangent to the three sanctuaries, centers of religious function, created by the Archdiocese of Natal in Canguaretama, São Gonçalo do Amarante and Natal, municipalities of Rio Grande do Norte. The aim is to investigate the elements recaptured and managed by the Church, its faithful and collaborators with a view to the composition of the sanctuaries, in the space of 29 years (1988 to 2017), in which beatification, canonization of actors and subjects who suffered martyrdom and the construction of sacred spaces. To this end, in this circumspection, it aims to analyze and reflect on which memory technologies were co-opted and which rhetoric in contemporary times the sanctuaries were intended; how and for what purpose the vestiges of the past and of a memory were alluded to and publicly suggested by the processes of making the sanctuaries; and what type of topophilia these sacred spaces intended to emerge, shoot or establish in the appreciating public. The main theoretical and methodological assumptions come from the concept of history as a myth and from the historiographical operation, as well as from the hieropolis, referring to a place of confluence of a demonstration of faith that acquires clear spatiality, as it involves the displacement of a place other. In the hieropolis there is a sacroprofan ritual in which the sacred and the profane, although distinct, are not opposed or excluded. In these links, a driving force of the religious phenomenon is demonstrated, resizing the economic, the political, the social, the place and the spatial organization. As for the sources, there are some historiographical works that addressed the martyrs and the first edition of the book Protomártires do Brasil: Cunhaú e Uruaçu - RN, by Monsignor Francisco de Assis Pereira, postulator of the cause of the martyrs. Upon concluding our analyzes and reflections, we observed that a mythological use of the past had been made, creating a narrative and spaces within which the faithful could inhabit and find meaning.

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  • SELLY LARYSSA DA FONSÊCA LINS
  • REMEMORANDO AS CARNES: O CORPO FEMININO COMO ESPAÇO DE INSCRIÇÃO DAS MEMÓRIAS DAS TORTURAS DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA. 

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA SCHEIBE WOLFF
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 06/07/2021

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  • Este trabalho tem por objetivo produzir um estudo sobre ocorpo e como as memórias se inscrevem sobre a sua superfície espacial. Para tanto, aopensarmos no corpo enquanto um espaço, temos que especificar que corpo é este aoqual   direcionamos   nossa   pesquisa;   como   é   visto,   descrito   e   entendido   dentro   docontexto histórico e social no qual se encontra. Assim, esta dissertação ancora-se nocorpo feminino visto e entendido como subversivo, mas também se dedica ao estudodesses mesmos corpos e suas transformações em temporalidades diversas. Isto é, nãocabe no trabalho aqui desenvolvido uma delimitação temporal fixa e imutável, uma vezque o suporte principal da pesquisa é constituído a partir das memórias de mulheres quevivenciaram a política de perseguição e tortura posta em prática durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), que por ser um evento relativamente fronteiriço com aatualidade, ainda produz reflexos na vida das mulheres sobre cujas memórias iremosnos   deter.   Ademais,   tratamos  de  como  a  violência   foi   produzida   contra   o   espaçocorpóreo feminino e o porquê de certos locais dos corpos serem atingidos e outros nãoe,  consequentemente,   como o   corpo   submetido a  essas  violações respondia.  Outroimportante aspecto sobre o qual iremos refletir faz referência a esses mesmos corpos eos  seus  respectivos  processos   de resistência   e reconstrução.   Para tal,   a  análise  dediscurso arqueogenealógica e  a  história   quantitativa  serão procedimentos  essenciaisdurante   o   desenvolvimento   da   análise   das   inúmeras   declarações,   testemunhos   eentrevistas que foram realizadas desde o final dos anos de 1990 até o presente momento


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  • This work has the objective to produce a study about the body andhow memories are inscribed on its spatial surface. Therefore, when thinking about thebody as a space, we have to specify which body is this to which we direct our research;as it is seen, described and understood within the historical and social context in whichit   is   found.   Therefore,   this  dissertation   is   anchored   in   the   female   body   seen   andunderstood as subversive, but it is also dedicated to the study of these same bodies andtheir transformations in different temporalities. That is, a fixed and immutable temporaldelimitation does not fit in the work developed here, since the main support of theresearch is constituted  by   the   memories  of women who experienced  the   policy   ofpersecution and torture put into practice during the Brazilian civil-military dictatorship(1964-1985), that   because   it  is a relatively   borderline  event with the   present,   stillproduces  reflections   in the  lives  of women  whose   memories we  will   focus  at.  Inaddition, we treated how the violence was produced against the female bodily space and why certain spots of the bodies were affected and others were not, and, consequently,how the body submited to these violations responded. Another important aspect that wewill reflect on makes reference to these same bodies and their respective processes ofresistance   and   reconstruction.   To   this   purpose,   the   analysis   of   archeogenealogicaldiscourse and quantitative history will be essential procedures during the developmentof the analysis of the countless statements, testimonies and interviews that were carriedout from the end of the 1990s to the present moment.

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  • PEDRO HENRIQUE DA SILVA PAES
  • “PRECIOSIDADES E RELÍQUIAS HISTÓRICAS DIGNAS DE SEREM TOMBADAS”: O PATRIMÔNIO CEARENSE NA QUERELA INTELECTUAL MODERNISTA (1934-1959)

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JANAINA CARDOSO DE MELLO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • Data: 06/07/2021

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  • Ao compreender que o patrimônio é um conceito plural que historicamente foi construído por intelectuais atuando politicamente em instituições públicas, buscamos refletir os processos de sistematização e institucionalização da memória nacional entre 1934 e 1959. Para isso, tomaremos o Ceará como espaço imagético-discursivo elaborado a partir da cartografia paisagística patrimonial por sujeitos que se localizavam institucionalmente no Museu Histórico Nacional (MHN) e no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Este recorte temporal deve-se à fundação da Inspetoria de Monumentos Nacionais, tutelado ao MHN, e a morte de Gustavo Barroso, diretor do museu entre 1922 e 1959. Ressaltando as disputas intelectuais entre os projetos identitários do MHN e do SPHAN, analisamos como concepções e práticas de preservação foram elaboradas concomitantemente ao processo de visibilização da cultura material cearense através da narrativa historiográfica de Barroso e da preservação do seu patrimônio histórico e artístico a partir do instrumento legal estabelecido pelo Decreto-lei N° 25 de 30 de novembro de 1937, o tombamento. Portanto, empenhando-se em alcançar estes objetivos, nos utilizamos dos Anais do MHN, da Revista do Patrimônio publicada pelo SPHAN, das narrativas historiográficas de Gustavo Barroso publicadas na revista O Cruzeiro e dos processos de tombamento da Coleção Arqueológica da Antiga Escola Normal de Fortaleza (1941) e da Igreja Matriz do Aracati (1954) como suporte de informação no qual nos permitiu acessar o complexo campo de disputa estabelecido no interior do Estado brasileiro entre as décadas de 30 e 50 do século XX.


  • Mostrar Abstract
  • When we understand that heritage is a plural concept that was historically built by intellectuals acting politically in public institutions, we seek to reflect the processes of systematization and institutionalization of national memory between 1934 and 1959. For that, we will take Ceará as an imagetic-discursive space elaborated on from the patrimonial landscape cartography by subjects that were institutionally located in the Museu Histórico Nacional (MHN) and in the Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). This time frame is due to the foundation of the Inspetoria de Monumentos Nacionais, under the tutelage of the MHN, and the death of Gustavo Barroso, director of the museum between 1922 and 1959. Highlighting the intellectual disputes between the identity projects of the MHN and SPHAN, we analyze how conceptions and preservation practices were developed concurrently with the process of visualizing Ceará's material culture through Barroso's historiographical narrative and the preservation of his historical and artistic heritage based on the legal instrument established by Decree-Law No. 25 of November 30, 1937, tipping. Therefore, striving to achieve these objectives, we use the annals of the MHN, the heritage magazines published by SPHAN, the historiographical narratives of Gustavo Barroso published in the newspaper O Cruzeiro and the processes of overturning the Archaeological Collection of the Former Normal School of Fortaleza (1941) and the Igreja Matriz do Aracati (1954) as information support in which it allowed us to access the complex field of dispute established in the interior of the Brazilian state between the 30s and 50s of the 20th century.

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  • JUSSIER DANTAS
  • A CAMINHO DO HORTO: A POÉTICA DO ESPAÇO NA OBRA DE AUTA DE SOUZA (1893-1901).

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • TERESINHA DE JESUS MESQUITA DE QUEIROZ
  • Data: 15/10/2021

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  • O objetivo deste trabalho é estudar os espaços presentes na vida e na obra da poetisa potiguar Auta de Souza, mais precisamente a construção poética desses espaços. Organizamos esses espaços em duas categorias: espaços interiores e exteriores. Para isso, tomamos como base o conceito de espaço apresentado pelo historiador Michel de Certeau, construindo um diálogo com as reflexões do filósofo Gaston Bachelard. Assim, por meio da concepção de um espaço  interior,  buscamos pensar a obra de Auta  de  Souza  enquanto  uma  escrita  de  si,  na  qual  a  poetisa  narra a sua vida, suas relações com familiares e amigos, seus sentimentos, suas dores e saudades. Por outro lado, a partir da noção de espaço exterior, procuramos pesquisar os deslocamentos realizados por Auta de Souza em razão de sua enfermidade  -  a  tuberculose  -,  assim  como  os  locais  e  as  histórias  de  outras  pessoas registrados pela poetisa em seus versos. Por fim, buscamos pensar Auta de Souza  enquanto uma intelectual negra do século XIX do Rio Grande do Norte a partir da discussão em torno dos espaços conquistados pela poetisa em meio a um  universo  intelectual dominado por homens brancos. Utilizamos como fonte privilegiada o seu  único livro de poemas, Horto , assim como alguns outros trabalhos biográficos e acadêmicos  que  apresentam  a  poetisa  enquanto  objeto  de  estudo.


  • Mostrar Abstract
  • The objective of this work is to study the spaces present in the life and work of poetess Auta de Souza, more precisely the poetic construction of these spaces. We organize these spaces into two categories: interior and exterior spaces. For this, we take as a basis the concept of space presented by the historian Michel de Certeau, building a dialogue with the reflections of the philosopher Gaston Bachelard. Thus, through the conception of an interior space, we seek to think Auta de Souza's work as a self-writing, in which the poetess narrates her life, her relationships with family and friends, her feelings, her pains and nostalgia. On the other hand, based on the notion of exterior space, we sought to research the displacements made by Auta de Souza due to her illness - tuberculosis -, as well as the places and stories of other people recorded by the poetess in her verses. Finally, we seek to think Auta de Souza as a  nineteenth-century  black  intellectual  from  Rio  Grande  do  Norte,  based  on the discussion of the spaces conquered by the poetess  in  the  midst  of  an  intellectual universe dominated by white men. We use as a privileged source her only book of poems, Horto, as well as some other biographical and academic works that present the  poetess  as  an  object  of  study.

    The objective of thisworkistostudythespacespresentinthelifeandworkof
    poetessAutadeSouza,morepreciselythepoeticconstructionofthesespaces.We
    organizethesespacesintotwocategories:interiorandexteriorspaces.Forthis,we
    takeasabasistheconceptofspacepresentedbythehistorianMicheldeCerteau,
    buildingadialoguewiththereflectionsofthephilosopherGastonBachelard.Thus,
    throughtheconceptionofaninteriorspace,weseektothinkAutadeSouza'swork
    asaself-writing,inwhichthepoetessnarratesherlife,herrelationshipswithfamily
    andfriends,herfeelings,herpainsandnostalgia.Ontheotherhand,basedonthe
    notionofexteriorspace,wesoughttoresearchthedisplacementsmadebyAutade
    Souzaduetoherillness-tuberculosis-,aswellastheplacesandstoriesofother
    peoplerecordedbythepoetessinherverses.Finally,weseektothinkAutade
    Souzaasanineteenth-centuryblackintellectualfromRioGrandedoNorte,basedon
    thediscussionofthespacesconqueredbythepoetessinthemidstofanintellectual
    universedominatedbywhitemen.Weuseasaprivilegedsourceheronlybookof
    poems,Horto,aswellassomeotherbiographicalandacademicworksthatpresent
    thepoetessasanobjectofstudy.
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  • ANTONIO EMANUEL BATISTA DE SOUSA
  • O neopaganismo em terras de Piagas: experiências neopagãs, aspectos formadores do Piaganismo e a construção da Vila Pagã no Piauí (2007-2021).

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • BEATRIZ DE MIRANDA BRUSANTIN
  • Data: 02/12/2021

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  • Este trabalho objetiva, primeiramente, realizar uma breve abordagem historiográfica acerca daconstituição do neopaganismo‘ enquanto categoria histórica, bem como discutir a polissemia o conceito, destacando suas temporalidades e as relações dos neopagãos com determinadas espacialidades ao longo dos séculos XIX e XX. Analisamos as experiências e sociabilidades dos neopagãos teresinenses, tanto as que ocorreram presencialmente‘ quanto as que foram forjadas por meio dos ciberespaços. A finalidade é evidenciar que, em um primeiro momento, a internet foi uma importante ferramenta não só para conhecer ou difundir o neopaganismo, mas também possibilitou a construção de uma cibercultura neopagã que os conectava cotidianamente, seja entre os sujeitos do próprio grupo ou com outros neopagãos em todo o mundo. Utilizando diversos suportes documentais produzidos pelos neopagãos teresinenses, buscamos compreender como estes sujeitos fundamentaram e sistematizaram a vertente religiosa politeísta denominada de ̳Paganismo Piaga‘ como também historicizar a construção e utilização da Vila Pagã (localizada na zona rural do município de José de Freitas-PI, cerca de 30km da capital Teresina) como um espaço sagrado. O recorte temporal desta pesquisa se dá no contexto dos anos de 2007-2021, no qual, para estabelecermos essas discussões, partimos, em cada capítulo, de algumas antinomias que atravessam as fundamentações e sistematizações do conceito de neopaganismo‘ e do Piaganismo, como intuito de localizar as suas devidas temporalidades.


  • Mostrar Abstract
  • This work aims, firstly, to carry out a brief historiographical approach to the constitution of 'neopaganism' as a historical category, as well as to discuss the polysemy of the concept, highlighting its temporalities and the relations of neopagans with certain spatialities throughout the 19th and 20th centuries. We analyzed the experiences and sociability of neopagans from Teresina, both those that occurred 'in person' and those that were forged through cyberspaces. The purpose is to show that, at first, the internet was an important tool not only to know or spread neopaganism, but also enabled the construction of a neopagan cyberculture that connected them on a daily basis, whether among the subjects of the group itself or with others neopagans throughout the world. Using various documentary supports produced by neopagans from Teresina, we seek to understand how these subjects founded and systematized the polytheistic religious aspect called 'Paganism Piaga' as well as historicizing the construction and use of Vila Pagã (located in the rural area of the municipality of José de Freitas-PI , about 30km from the capital Teresina) as a sacred space. The time frame of this research takes place in the context of the years 2007-2021, in which, in order to establish these discussions, we start, in each chapter, from some antinomies that cross the foundations and systematizations of the concept of 'neopaganism' and of Piaganism, such as in order to locate their due temporalities.

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  • DOUGLAS ANDRÉ GONÇALVES CAVALHEIRO
  • A FESTA QUE JAMAIS TERMINOU: a memória e o silêncio na reconstrução da identidade paulistana durante os festejos comemorativos do IV centenário do aniversário da cidade de São Paulo (1947 – 1955).

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO MANUEL DE PAULA NOGUEIRA ROQUE DE OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 15/12/2021

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  • A organização de festejos comemorativos expõe como grupos sociais são agentes criadores da narrativa histórica – preservando a memória, silenciando ou esquecendo - que ressignifica sua própria identidade cultural. Permeados por sentimentos e emoções, esses agentes transformam as representações de seus espaços em novas formas de vivências espaciais, tal como ocorreu em São Paulo entre os anos de 1947 até 1955. Ressentidos pela exclusão política causada desde a Revolução de 1930 - a elite econômica ligada ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e o grupo político do Partido Social Progressista (PSP) - idealizaram as comemorações do IV Centenário da capital paulista à luz de uma nova ressignificação identitária para representar todo espaço da região. Ao longo de quase meia década, o cargo da chefia para promover as comemorações foi digladiado entre a elite paulista e outros grupos – políticos dissidentes e intelectuais universitários - que observaram no evento uma forma de ganhos de capital – seja político ou econômico – para seu grupo social. Através dos discursos desses diversos grupos forma-se um cenário historiográfico, no qual, em especial a atuação dos bandeirantes – símbolo identitário paulista – será alvo de profundos debates entre distintos representantes dos grupos que disputavam a autoria das narrativas acerca dos festejos comemorativos. Fundamentado sobre a metodologia tropológica, sugerida na Metahistória de Hayden White (1992), observa-se como o discurso historiográfico distancia-se por meio de distintos espaços sociais – e visões ideológicas políticas - em que os historiadores se encontram inserido na sociedade. Distanciando-se das narrativas historiográficas paulistas da década de 1920, em que se buscava uma aproximação da região de São Paulo ao Brasil, os conceitos cartográficos da Ilha-Brasil – debatidos ao longo da Querela Bandeirante entre o historiador lusitano Jaime Cortesão e o historiador paulista Sérgio Buarque de Holanda - e a escultura da Aspiral Ascendente - construída no Parque do Ibirapuera por Oscar Niemeyer – ressignificaram a identidade paulista contemporânea por meio de uma apoteose regional, esquecendo e silenciando a identidade de outrora que era fundamentada apenas como uma região da espacialidade territorial brasileira.


  • Mostrar Abstract
  • The organization of commemorative celebrations exposes how agents and social groups are creators of the historical narrative - preserving memory, silencing or forgetting - that gives another meaning to their own cultural identity. Permeated by feelings and emotions, these agents transform the representations of their spaces into new forms of spatial experiences, such as occurred in São Paulo between the years 1947 to 1955. Resentful of the political exclusion caused since the Revolution of 1930 - the economic elite linked the São Paulo State Industries Center (CIESP) and the political group of the Progressive Social Party (PSP) - idealized the celebrations of the IV Centenary of the Sao Paulo capital in light of a new identity resignification to represent the entire space of the region. Over the course of almost half a decade, the leadership position to promote the celebrations will be divided between the São Paulo elite and other groups – politicians dissidents and university intellectuals - who observed in the event a form of capital gains - whether political or economic - for their social group. Through the speeches of these diverse groups, a historiographic scenario is formed, in which, in particular, the performance of the Bandeirantes - a São Paulo identity symbol - will be the target of deep debates among different representatives of the groups that disputed about the narratives about the celebrations. Based on the tropological methodology, suggested by Metahistory’s Hayden White (1992), we observed how historiographic discourse distances itself through the different social spaces - and political ideological views - in which historians are inserted in society. Moving away from the São Paulo historiographical narratives of the 1920s, in which an approximation between the São Paulo region and Brazil was sought, the cartographic concepts of Ilha-Brasil - debated along the Querela Bandeirante between the Portuguese historian Jaime Cortesão and the historian Sérgio Buarque de Holanda - and the sculpture of Aspiral Ascendente - built in Ibirapuera Park by Oscar Niemeyer - re-signified the contemporary São Paulo identity through a regional apotheosis, forgetting and silencing the identity of formerly grounded only as a region of Brazilian territorial spatiality.

2020
Dissertações
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  • HENRIQUE ALEXANDRE MEDEIROS DE LUCENA
  • UM INSTANTE NO TEMPO, GÊNESIS DE MUNDOS: A CONSTRUÇÃO DE UM RIO GRANDE DO NORTE NA PERSPECTIVA DE NEWTON NAVARRO (1928-1980)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA MAUAD DE SOUSA ANDRADE ESSUS
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 18/05/2020

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  • O presente trabalho analisa a importância da obra do artista e intelectual Newton Navarro Bilro (1928-2002) para a formação de uma identidade para a cidade do Natal e para o estado do Rio Grande do Norte, partindo de uma dualidade espacial dicotomizada entre o sertão e o mar e a personagens ligados a esses espaços. O trabalho buscou analisar a construção de sua arte, que ao mesmo tempo foi uma representação de experiências biográficas, como também de um arquivo de imagens extraídas de suas leituras e de suas experiências estéticas. Ele elaborou uma serie de indivíduos psicossociais definidos por suas atividades profissionais como: vaqueiros, pescadores, marinheiros e jangadeiros que se constituíram em personagens ligados à cidade do Natal, bem como ao Rio Grande do Norte. Navarro estabelece uma figuralidade cartografando imagetica e socialmente esses espaços. O texto procura evidenciar que a produção artística atua como um documento histórico e ferramenta identitaria, que no caso da arte navarrena foi apropriada pelos governos municipal e estadual, entre os anos de 1960 a 1980. A análise das obras pictóricas navarreanas foi feita a partir de dois pressupostos: a compreensão de Navarro como sujeito psicossocial e, ao mesmo tempo, as transformações que Natal e o Rio Grande do Norte passaram, indo da modernização do sertão algodoeiro e pecuarista, passando pela Segunda Guerra Mundial e seus reflexos nas políticas de modernização dos governos municipais e estaduais, como o de Sylvio Pedrosa, Djalma Maranhão e Aluisio Alves. O primeiro capítulo consiste na análise de uma imagética navarreana ligada ao imaginário do sertão, articulando o elemento terra, a dimensão masculina, a relação com a figura paterna, em obras que buscam a representação do poder telúrico. O segundo capítulo se se volta para a constituição de um mundo matriarcal, representado por sua mãe e avó, que foi reestruturado pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Nesse capítulo analiso a construção navarreana de um mundo natalense ligado ao líquido, ao onirismo erótico masculino que cartografa uma Natal litorânea e um espaço híbrido entre o rio e o mar. O terceiro capítulo, a partir da trajetória da vida adulta de Navarro, busca analisar a gramática visual navarreana, apoiada na hibridação de imagens do sertão e do mar, atravessada por uma profunda religiosidade e o conflito entre o sagrado e o profano, o desejo e a censura, o dionisíaco e o apolínio, a gramática visual de um homem dilacerado subjetivamente por conflitos e por performances sociais contraditórias.


  • Mostrar Abstract
  • The dissertation analyzes the importance of Newton Navarro Bilro (1928-2002) intellectual and artist works for Natal and Rio Grande do Norte identity formation from a dichotomized spatial duality between the hinterland and the sea by the characters connected to these spaces. The work aims to analyze the construction of his art, which at the same time was a representation of biographical experiences, as well as an archive of images extracted from his readings and his aesthetic experiences. He elaborated a series of psychosocial individuals defined by their professional activities, such as: cowboys, fishermen, sailors and raftsmen who became characters linked to Natal, as well as to Rio Grande do Norte. Navarro establishes a kind of figurality by mapping imagetically and socially these spaces. The text aims to analyse how artistic production acts as a historical document and an identity tool, which in the case of Navarrese art was appropriated by the municipal and state governments, between 1960 and 1980´s. The navarrean pictorial works analysis was made based on two assumptions: understanding Navarro as a psychosocial subject and, at the same time, the transformations that Natal and Rio Grande do Norte went through, from the cotton modernization and cattle ranching, through the World War II and its effects on the modernization policies of municipal and state governments, such as Sylvio Pedrosa, Djalma Maranhão and Aluisio Alves govern roles. The first chapter analyse a navarrean imagery linked to the idea of sertão, articulating earth element, male dimension, and relationship with his father figure, in works that seek the representation of telluric power. The second chapter focuses on the constitution of a matriarchal world, represented by his mother and grandmother, which was restructured by the effects of the Second World War. Besides, it analyzes the navarrean construction about the city of Natal as a world connected to the liquid, to the male erotic oneirism that maps a coastal city and a hybrid space between the river and the sea. The third chapter, based on the trajectory of Navarro's adult life, seeks to analyze his visual grammar, supported by the hybridization of images about the hinterland and the sea, crossed by a deep religiosity and the conflict between the sacred and the profane, the desire and censorship, Dionysus and Apollo, the visual grammar of a man subjectively torn apart by conflicts and contradictory social performances.

2
  • VICTOR ANDRÉ COSTA DA SILVA
  • GUERRA JUSTA E DESTERRITORIALIZAÇÃO: OS ÍNDIOS E AS NOVAS CONFIGURAÇÕES ESPACIAIS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE (C. 1680-1720)

  • Orientador : LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • RICARDO PINTO DE MEDEIROS
  • Data: 21/05/2020

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  • Este trabalho de pesquisa se propõe a analisar a trajetória de utilização do aparato jurídico da
    Guerra Justa enquanto um meio que catalisou o processo de desterritorialização da capitania do
    Rio Grande, em especial a área do Açu, nas décadas finais do século XVII e iniciais do século
    XVIII. Ao partir dos debates jurídicos e teológicos desde o século XV, pretende-se observar os
    desdobramentos dessas discussões na realidade prática dos colonizadores ao se defrontarem
    com grupos indígenas diversos, aos quais se propõe um processo de desnaturalização. Desse
    modo, pode-se perceber a instrumentalização desse artificio jurídico não apenas na legislação
    indigenista, como também nas ações de autoridades e moradores que, amparados pelo
    argumento da guerra justa, puderam intensificar o alastramento de fronteiras institucionais e
    novas territorializações na América Portuguesa. Através da análise dos discursos produzidos
    pelas instituições e autoridades coloniais, como a Junta das Missões de Pernambuco, e o
    cruzamento de outras fontes, pôde-se perceber a proporção da incidência da justiça sobre as
    guerras contra os índios, entre 1680 e 1720 aproximadamente, no sertão do Açu, período
    compreendido como a Guerra dos Bárbaros. Os índios daquela espacialidade, portanto, tiveram
    de se reorganizar enquanto grupos, num novo contexto histórico expansionista e em novos
    espaços, haja vista as apropriações que tinham de seus territórios. Aqui, objetiva-se refletir
    historicamente de maneira mais específica sobre as discussões que tratam das guerras justas no
    Açu, atentando para essa parte da Guerra dos Bárbaros de modo que privilegie uma perspectiva
    voltada, apesar da restrição representada pelo caráter burocrático das fontes, para o
    protagonismo indígena.


  • Mostrar Abstract
  • This research work proposes to analise the trajectory of use of legal apparatus of Just War while
    a way that increased the process of deterritorialization of Capitancy of Rio Grande, especially
    the area of Açu, in the late seventeenth century. When starting with the legal and theological
    debates since the fifteenth century, it is intended to observe the developments of these
    discussions in the pratical reality of colonizers when faced with several indigenous groups, to
    whom it proposes a denaturalization’s process. Thereby, it can perceive a instrumentalization
    of this legal apparatus, just not in the indigenous legislation, as also in the actions of authorities
    and residentes who supported by the argument of just war, they could intesify the spread of
    institutional frontiers and new territorializations in the Portuguese America. Through of the
    discourse analysis produced by the colonial institutions and authorities, as Junta das Missões
    de Pernambuco, and the crossing of sources it could perceive the proportions of justice’s
    incidence about the wars against the indians, between 1680 and 1720, in the hinterland of Açu,
    period that comprised the Guerra dos Bárbaros. So, the indians that espaciality, had to
    reorganize while a group, in a new historical and expansionist context in the new spaces, in
    view of the apropriations that had with their territories. The aim of this work is reflect
    historically in the specific way about the discussions that deal of just wars in the Açu, paying
    attetion to this part of Guerra dos Bárbaros so that it privileges a perspective turning to
    indiginous protagonism, although of restriction represented by the bureaucratic character of the
    sources.

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  • GUSTAVO MELO COUTO
  • “NA DISTÂNCIA E LARGUEZA DO SERTÃO”: ADMINISTRAÇÃO E SEDIÇÃO NOS SERTÕES DO SIARÁ GRANDE (1682-1735)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • ALMIR LEAL DE OLIVEIRA
  • Data: 27/05/2020

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  • Nas primeiras décadas do século XVIII, os conflitos mais violentos ocorridos na capitania
    do Ceará estavam ligados à questão de terra e foram empreendidos por duas famílias: a
    família Montes e a família Feitosa e outros grupos ligados a estes. Tais conflitos tornaramse mais frequentes à medida que se adentrou na capitania em direção aos seus sertões.
    Não se pode crer, contudo, que ao se falar em disputas por terras trata-se apenas de
    embates que tinham como objetivo final o espaço físico, considerando-se que em muitos
    casos pode-se identificar motivações diversas ligadas à honra, diferenciação social e
    poder. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar os confrontos entre
    essas duas famílias, os quais foram acentuados com a criação da ouvidoria do Siará
    Grande no ano de 1723, a fim de que possa ser demonstrado como a conquista do interior
    desta capitania resultou na exacerbação da violência e que tal espaço foi produto direto
    das disputas entre o poder real e as ações dos poderosos locais.


  • Mostrar Abstract
  • Abstract:In the first decades of the 18th century, the most violent conflicts that occurred in the captaincy of Ceará were linked to the land issue and were undertaken by two families: the Montes family and the Feitosa family and other groups linked to them. Such conflicts became more frequent as the conquest entered the captaincy towards its backlands. This research does not considered, however, that disputes over land it is only a matter of struggles that had as their final objective the physical space, considering that in many cases it is possible to identify different motivations related to honor, social differentiation and power. In this sense, the present work aims to analyze the confrontations between these two families, which were accentuated with the creation of the Siará Grande ombudsman in 1723, so that it can be demonstrated how the conquest of the interior of this captaincy resulted in the exacerbation of the violence and that such space was a direct product of the disputes between the royal power and the actions of the powerful locals.

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  • LUANA BARROS DE AZEVEDO
  •  “PRECES PARA DISPOR A BEM MORRER”: HIGIENISMO, CONSTRUÇÃO DO CEMITÉRIO E OS RITOS FÚNEBRES NA POVOAÇÃO DE CONCEIÇÃO DO AZEVEDO (1850-1904)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARA REGINA DO NASCIMENTO
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • Data: 29/05/2020

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  •  

    O presente trabalho analisa, a partir das falas e relatórios dos presidentes de província, como se deram os discursos médicos e higienistas na segunda metade do século XIX, no interior da província do Rio Grande do Norte. Foram analisados os fatores que levaram à construção do cemitério público da povoação de Conceição do Azevedo, atualmente Jardim do Seridó, município localizado no interior do Rio Grande do Norte, e como esses fatores implicaram nas mudanças culturais fúnebres e os processos sociais da percepção da morte e do morrer. O cemitério discutido na referida pesquisa continua sendo utilizado desde 1858, quando sua construção foi feita em terreno doado pelo senhor Antonio de Azevedo Maia (3º), juntamente com sua esposa Úrsula Leite de Oliveira. A benção litúrgica do cemitério se deu no dia 12 de março de 1858, pelo Padre Francisco Justino Pereira de Brito. A influência do Estado e dos clérigos nas construções de cemitérios extramuros no país foram questões pensadas como relação entre poderes políticos e religiosos a respeito dos discursos higienistas e os espaços da morte, no século XIX.  Partindo do pressuposto que o cemitério é a parte integrante de toda cidade, uma vez que para se pensar planos de urbanização para a cidade deve-se ter em mente o lugar para onde vão as pessoas que têm seu destino final, o propósito inserido a esse estudo é buscar entender qual a relação entre a cidade dos mortos e a cidade dos vivos, diante dos ritos fúnebres vividos pelas pessoas, pensando até que ponto a morte era um ocorrido terrível para a época, tendo em vista o número de mortos que ocorriam devido às doenças que assolavam o Seridó, na segunda metade do século XIX. O período compreende o surto de cólera e a morte de crianças entre 0 e 4 anos, causadas por variadas doenças. Compreender como as doenças atacavam a região também faz pensar a respeito da atenção dada ao interior de um estado, cujas falas dos representantes políticos muitas vezes mostravam espaço saudáveis e controláveis. Com isso, não se trata apenas da construção do cemitério, nem tão pouco das mudanças nos ritos de morte, pois estes fatores são mostrados pela historiografia há um tempo, mas sim, pensar a respeito de como os políticos reagiam diante de higiene pública no sertão do Rio Grande do Norte, assim como a forma que as pessoas da Vila de Jardim passaram a reagir diante da morte e do morrer. Os estudos foram realizados por meio dos livros de óbito, leis, decretos municipais, testamentos e códigos de posturas.

     


  • Mostrar Abstract
  • ABSTRACT

    The present work analyzes, based on speeches and reports of the provincial presidents, how the medical and hygienist discourses took place in the second half of the 19th century, in the countryside of the province of Rio Grande do Norte. The factors that led to the construction of the public cemetery of the village of Conceição do Azevedo, currently Jardim do Seridó, a municipality located in Rio Grande do Norte, were analyzed, as well as how these factors led to changes in funeral culture and the social processes of perception of death and dying. The cemetery discussed in this research has been used since 1858, when it was built on a piece of land donated by Mr. Antonio de Azevedo Maia (3rd) with his wife, Úrsula Leite de Oliveira. The liturgical blessing of the cemetery took place on March 12, 1858, by Father Francisco Justino Pereira de Brito. In the 19th century, the influence of the State and of the Clergy in the construction of extramural cemeteries in the country were questions thought as a relation between political and religious powers regarding hygienist speeches and the spaces of death. Based on the assumption that the cemetery is an integral part of every city, in order to think about urbanization plans for the city, one must keep in mind the place where the people who have their final destination go;therefore, the purpose inserted in this study is to try to understand what is the relationship between the city of the dead and the city of the living, given the funeral rites lived by the people, drafting to what extent death was a terrible event for that time, and considering the number of deaths that occurred due to the diseases that plagued Seridó in the second half of the 19th century. The period studied includes the cholera outbreak and the death of children between 0 and 4 years old, caused by various diseases. Understanding how diseases attacked the region also makes one think about the attention given to the hinterland of thestate by the political actions, given that the speeches of political representatives often showed healthy and controllable spaces. Thereby, it is not just the construction of the cemetery that matters here, nor the changes in the death rites, as these factors have been shown by the historiography for some time, but rather, thinking about how politicians reacted to questions of public hygiene in the hinterland of Rio Grande do Norte, as well as the way that people in Vila de Jardim started to react to death and dying. The studies were carried out using death books, laws, municipal decrees, wills and posture codes.

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  • PEDRO LUIZ CÂMARA DANTAS
  • “MOSTRAI-NOS VOSSA SANTA FACE E SEREMOS SALVOS”: Cultura política e construção dos espaços na Igreja Palmariana

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • CARLOS ANDRÉ SILVA DE MOURA
  • Data: 10/06/2020

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  • A Igreja Cristã Palmariana dos Carmelitas da Santa Face, também denominada de Igreja Católica Apostólica e Palmariana é uma dissidência do Catolicismo Romano surgida no povoado espanhol de El Palmar de Troya como Ordem religiosa em 1975. Três anos mais tarde, em 1978, seu fundador, Clemente Domínguez y Gómez, que era cego e afirmava ter visões celestiais, proclamou-se legítimo Papa Católico com o nome de Gregório XVII. A partir deste acontecimento, a Igreja Palmariana começou a propagar uma série de documentos por ela produzidos, através dos quais normatizou seus princípios doutrinários e litúrgicos, rompendo integralmente com suas raízes católicas romanas e se tornando uma nova religião. Através da cultura política presente nas narrativas religiosas dessa Igreja, analisou-se como a mesma edificou um espaço sagrado com claras raízes no pensamento católico tradicionalista, mas com profundas divergências e acréscimos doutrinários em relação a este último. 


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  • ABSTRACT: The Christian Palmarian Church of the Carmelites of the Holy Face, also called the Palmarian Catholic and Apostolic Church, is a dissent church from Roman Catholicism that emerged in the Spanish village of El Palmar de Troya as a religious order in 1975. Three years later, in 1978, its founder, Clemente Domínguez y Gómez, who was blind and claimed to have heavenly visions, proclaimed himself as the legitimate Catholic Pope with the name of Gregory XVII. From this event, the Palmarian Church began to propagate a series of documents produced by it, whereby it showed all its doctrinal and liturgical principles, breaking completely with its Roman Catholic roots and becoming a new religion. Through the political culture present in its religious narratives, it will be seen how this Church has built a sacred space with clear roots in traditionalist Catholic thought, but with profound divergences and doctrinal additions to the latter one.

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  • RODRIGO DE MORAIS GUERRA
  • PERGUNTANDO GEOGRAFIAS E CAMINHANDO CALENDÁRIOS: FRAGMENTOS DE UM MOSAICO ZAPATISTA

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • WALDO LAO FUENTES SÁNCHEZ
  • Data: 02/07/2020

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  • RESUMO: Partindo de uma posição perspectivista da História, na qual ela está intimamente relacionada aos sujeitos e cenários de sua produção, esta pesquisa versa sobre as mais variadas espacialidades vinculadas ao Movimento Zapatista, de modo que, compreendemos o espaço como ator protagonista nas ações, construções simbólicas, discursivas, estruturais e subjetivas deste rico e complexo movimento social-indígena. Perscrutando as diferentes dimensões espaciais, perpassando o âmbito local, nacional, internacional e metafórico/simbólico/imagético/estético de sua construção como movimento histórico, as espacialidades zapatistas – que aqui trazemos como fragmentos de um mosaico – são inquiridas a fim de descortinar penumbras escondidas na história do movimento, bem como do México e do mundo – e contribuir para uma compreensão histórica mais densa sobre o processo histórico que culminou na sublevação armada desses indígenas do estado de Chiapas – e, de mesmo modo, oferecer novas perspectivas para as visões de mundo, identidades, culturas e histórias que constroem o atual cenário mexicano e do mundo, a partir do contexto de globalização e de relações geopolíticas ideologicamente vinculadas ao neoliberalismo. Para tanto, dispomos de fontes primárias como discursos oficiais zapatistas, bem como representações acerca dos zapatistas que nos contribuem para a compreensão dos seus signos e símbolos. Em suma, nossa proposta é suscitar novas provocações históricas a partir deste movimento e suas relações com os espaços na busca de um novo México e de nova sociabilidades para um novo mundo.


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  • ABSTRACT: Starting from a prospective position of History, in which it is closely evaluated in relation to the levels and levels of production, this research deals with the most varied spatialities linked to the Zapatista Movement, so that they understand space as an actor in actions, symbolic, discursive, selected and subjective constructions of this rich and complex social-indigenous movement. Looking at how different spatial dimensions, crossing or local, national, international and metaphorical / symbolic / imagery / aesthetic of their construction as a historical movement, as zapatistas of space - which we bring here as fragments of a mosaic - are investigated in order to reveal hidden shadows history of the movement, as well as Mexico and the world - and contribute to a deeper historical analysis of the historical process that culminated in the armed upheaval of these indigenous people in the state of Chiapas - and, in the same way, offer new perspectives for worldviews , identities, cultures and histories that build the Mexican and world scene, from the context of globalization and geopolitical relations ideologically linked to neoliberalism. For this, we have primary sources such as official Zapatista speeches, as well as representations about Zapatistas that contribute to the understanding of their signs and symbols. In short, our proposal is to provoke new historical provocations from this movement and its relations with spaces in the search for a new Mexico and new sociability for a new world. 

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  • RISTEPHANY KELLY DA SILVA LEITE
  • O REGRESSO DOS PAIAKU:

    DESLOCAMENTOS E AGÊNCIAS INDÍGENAS ENTRE AS CAPITANIAS DO RIO GRANDE DO NORTE E CEARÁ (1700-1768)

  • Orientador : LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE BRAZ PEIXOTO DA SILVA
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • Data: 10/07/2020

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  • Percorrendo os sertões do que posteriormente foi dividido administrativamente como Capitanias do Rio Grande do Norte e do Ceará, viviam diversos grupos indígenas no período anterior ao contato com os conquistadores europeus. A chegada dos portugueses provocou alterações sem precedentes nas formas destes grupos se relacionarem entre si e com os demais. Esse estudo analisa os processos de territorialização pelos quais os indígenas Paiaku são submetidos no decorrer do século XVIII. O primeiro processo de territorialização ocorreu quando, em decorrência dos conflitos que ficaram conhecidos como Guerra do Açu (c. 1680-1720), os Paiaku foram aldeados em diversos locais entre as ribeiras dos rios Apodi e Choró. O segundo processo ocorreu quando, por determinação régia, dois desses grupos Paiaku são enviados, com outros grupos de índios, para compor a Vila de Portalegre. O Diretório dos Índios - legislação criada em 1757 para o Estado do Grão-Pará e Maranhão, e adaptada para o Estado do Brasil como Direção de Pernambuco em 1759, foi o dispositivo legal que promoveu os deslocamentos destes grupos indígenas que, por vezes eram voluntários e outras vezes eram impostos pelos oficiais da Coroa. No entanto, uma parte do grupo dos Paiaku que havia se deslocado voluntariamente do Ceará, empreendeu viagem de regresso para o território que habitava. Pretende-se, portanto, analisar as agências realizadas pelos Paiaku, através não somente da resistência armada e da submissão aos conquistadores, mas também da realização de alianças com as autoridades representativas da Coroa portuguesa e da tomada de decisões. Para tanto, analisando fontes manuscritas produzidas por estas autoridades coloniais que estavam coordenando estes processos e em constante contato com esses grupos indígenas, cruzando-as com a bibliografia existente sobre os Paiaku e a criação das missões e vilas de índios, pretende-se refletir historicamente sobre como estes grupos indígenas se apropriavam de seus territórios sociais ao mesmo tempo que se confrontavam e experienciavam esses processos de territorialização.

     


  • Mostrar Abstract
  • Through the hinterlands of what was later administratively divided as Captaincies of Rio Grande do Norte and Ceara, lived many indigenous groups before the contact with european conquerors. The arrival of the Portuguese caused unprecedented changes on the relationship between these groups. This study aims to analyze the territorialization process by which Paiaku indigenous were submitted through XVIII century. The first territorialization process occurred when, as a consequence of the conflict known as Açu War (c. 1680 – 1720), the Paiaku were settled in different places between the Apodi and Chororó river. The second process occurred when, by royal determination, two of these Paiaku groups were sent, with other indigenous, to be part of Portalegre village. The Indigenous Directory – legislation created in 1757 for the State of Grão-Pará and Maranhão, and adapted for the state of Brazil as Direction of Pernambuco in 1759, was the legal argument that promoted the displacement of these indigenous groups that sometimes were volunteer and at other times were imposed by Crown servants. However, part of the Paiaku group that had voluntarily moved from Ceará returned to the territory they inhabited. Therefore, it is intended to analyze the agencies created by Paiaku, not only through armed resistance and submission to the conquerors, but also through the decision-making and accomplishment of alliances with the authorities who represented the Portuguese Crown. For that reason, it will be analyzed handwritten manuscripts produced by these colonial authorities who coordinated these processes and were in frequent contact with this indigenous group, linking it to the existing bibliography about Paiaku and the creation of Jesuit reductions and indigenous villages. It is intended to reflect historically about how these indigenous groups appropriated their social territories at the same time that they confronted and experienced the territorialization process.

     

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  • ISAC ALISSON VIANA DE MEDEIROS
  • TERRITORIALIZANDO OS ESPAÇOS A PARTIR DA FÉ: TEMPLOS RELIGIOSOS E ATOS DE DESOBRIGA NO TERRITÓRIO DA FREGUESIA DO SERIDÓ (1788-1838)

  • Orientador : HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELISGARDÊNIA DE OLIVEIRA CHAVES
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • Data: 13/07/2020

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  • Propõe um estudo acerca do território da Freguesia da Gloriosa Senhora de Santa Ana do Seridó (1788 a 1838), a partir dos templos religiosos – matriz e capelas – construídos no recorte em questão. Segundo Marcelo Lopes Souza o território compreende-se por um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder. Nesse sentido, aborda a territorialização da freguesia entendendo a Igreja Católica como agente modelador do espaço. Considera-se que a doutrina cristã se estabelece como um conjunto de práticas que tem como função o controle do território e das pessoas sobre as suas próprias diretrizes e interesses, a partir de estratégias que visam manter a existência e legitimar a fé, assim como a sua reprodução ao longo da história. A construção de templos religiosos tratava-se de uma dessas estratégias que agiam com o intuito de modelar o espaço conquistado com características cristãs que ajudassem a manter o controle e posse das terras sob o poder da Coroa Portuguesa em parceria com a Igreja Católica. Nesse sentido também agiam as desobrigas – processo pelo qual os padres se locomoviam pelo território realizando ritos cristãos –, a partir da assistência religiosa dada a população mais afastada dos centros da freguesia, os padres exerciam ao mesmo tempo certo controle e organização do território, evitando que seu “rebanho” se desviasse das normas cristãs. Já o conceito de Cristianização espacial apropriado de Cláudia Damasceno é essencial para discutir a espacialidade dos prédios religiosos dispostos na Freguesia do Seridó, assim como a contribuição destes para o controle e manutenção do poder da religião católica no território. Nesse sentido, o estudo parte do pressuposto de que uma porção da conquista da Igreja passava pela cristianização do espaço a ser dominado, dando a ele características próprias da sua religião, com o intuito de marcar o seu domínio e estabelecer um sistema de manutenção de sua fé entre a população que ali residia. Metodologicamente, parte de revisão historiográfica; seleção, coleta e análise quantitativa e qualitativa das fontes paroquiais – livros de batizado, casamento e óbito, que vão de 1788 a 1838 e que juntos somam um total de 4.024 registros – para estabelecimento de perfil das cerimônias ocorridas nos templos religiosos da freguesia, assim como a produção da trajetória do processo histórico de seus surgimentos e contribuição para a produção do território. Concluiu-se que a Freguesia do Seridó constituiu-se como um território cristão, tendo na figura dos templos religiosos um elemento de grande relevância para esse processo, já que os mesmos atuaram como centros difusores da religião católica – símbolo do sucesso da conquista portuguesa nos sertões – se entendermos que sua construção estava diretamente vinculada ao processo de povoamento das terras do sertão da capitania do Rio Grande do Norte, tendo o estabelecimento das povoações e sede da Freguesia estreitamente vinculado a construção desses edifícios na área a ser povoada.


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  • DANIELLE BRUNA ALVES NEVES
  • CRISTIANIZAÇÃO ESPACIAL E ESTRATÉGIAS MATRIMONIAIS DE ESCRAVOS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE: TERRITÓRIO, ESCRAVIDÃO E MESTIÇAGENS NA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO (1727- 1760)

  • Orientador : HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • EDUARDO FRANÇA PAIVA
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • Data: 13/07/2020

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  • Analisa a influência da territorialização da Igreja Católica e da cristianização dos espaços no litoral leste da Capitania do Rio Grande na evangelização e moralização de escravos por meio do sacramento matrimonial, entre 1727 a 1760, com base nos registros de casamento da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, da Cidade do Natal, tratados metodologicamente a partir dos aportes da História Serial, da História Quantitativa e do Método Onomástico. A freguesia era um espaço jurisdicional do poder eclesiástico nesta localidade, cuja igreja matriz estava situada na Cidade de Natal e suas 9 capelas e 3 aldeamentos indígenas se estendiam pelas ribeiras dos rios Jundiaí, Ceará-mirim, Mipibú, Potengi e Cajupiranga, nas localidades que, atualmente, são municípios da região metropolitana de Natal (Macaíba, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, São José de Mipibú e Nísia Floresta). O processo de apropriação espacial se deu por meio de construção de prédios sagrados, que mantinham um controle sobre o território e seus moradores por meio da articulação matriz-aldeamentos-capelas anexas. O marco inicial do recorte temporal, 1727, foi selecionado por não ter sido encontrado registros de matrimônio anteriores a esta data e o mais próximo ao período denominado “Guerra dos Bárbaros” (1683- 1720), que ocasionou a captura e escravidão e indígenas dos sertões, além do seu extermínio parcial. Uma parcela dos nativos, provavelmente, foi enviada para o litoral da Capitania do Rio Grande para supri a necessidade de mão de obra escrava. O recorte cronológico escolhido termina no ano de 1760, quando a paróquia sofreu alterações no seu espaço geográfico e a área de assistência da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação foi modificada, com a diminuição de sua abrangência territorial. Este período foi marcado pela estabilização das estruturas eclesiásticas da freguesia, após a dominação holandesa (1633-1654) e a Guerra dos Bárbaros. O trabalho analisou o perfil dos matrimônios de cativos neste território e observou as estratégias dos cativos, principalmente no tocante à escolha dos parceiros com os quais optavam por se unir. Percebeu que os registros apresentavam um número expressivo de casamentos de cativos de origens diferentes, a endogamia de escravos africanos do mesmo grupo de procedência e enlaces que resultaram em uma mudança de status social. Observou que este espaço foi caracterizado por uniões entre indivíduos de diferentes qualidades e condições jurídicas, o que possibilitou as mesclas biológicas e culturais encontradas nos documentos da Igreja. 


  • Mostrar Abstract
  • This thesis analyse the influence and territorial development of the Catholic Church, Christianization of the east coast of capitany of Rio Grande, and the evangelization and moralization of slaves through the marriage sacrament, between 1727 to 1760, based on the marriage records of the Perish of “Nossa Senhora da Apresentação”, from the City of Natal. The data were treated methodologically using Serial History, Quantitative History and the Onomastic Method. Perish was the ecclesiastic power’s legal jurisdiction of the area, being the Main Church located in the City of Natal and it’s 9 chapels and 3 Indigenous Settlements extended through the streams of the rivers Jundiaí, Ceará-mirim, Mipibú, Potengi and Cajupiranga. Nowadays, those areas are known as the cities which shape the metropolitan area of Natal(Macaíba, Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim, São José de Mipibú and Nísia Floresta). The process of spatial appropriation happens through the construction of sacred buildings. Those churches were responsible for the control over the territory and its populace through the articulation between main church, settlements and annex chapels. The starting point of the time cut,1727, was chosen for not being found any marriage records before this date, and it was the closest period to the nominated “Barbarian’s War” (1683-1720), which occasioned the capture and enslavement of the native people, and their partial extermination. Part of the natives, probably, was sent to the coast of the capitany of Rio Grande, to fulfill the need for slave labor. The chronologic cut chosen finishes this analyses were 1760, when the perish suffered alterations on its geographic space and the area of it’s assistance was modified, what led to the reduction of its territorial area of influence. The chosen period was marked for the stabilization of the ecclesiastical structures of the Perish, after the Dutch occupation (1633- 1654) and the Barbarian’s War. This research analyse the profile of slaves in this territory and their strategies, specially regarding to the choice around the partners they opted to unite with. The records presented an expressive number of weddings between slaves of different origins, the inbreeding of African slaves of the same ethical group and its links resulted in a change of social status. Was observed that this space was distinguished by the union of the individual's differents “qualidades” and legal conditions, which made possible the biological and cultural diversity found in the Church’s documents. 

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  • HUGO GONÇALVES BARBALHO
  • A área mais perigosa do hemisfério ocidental: O Nordeste do Brasil como problema político dos  EUA (1961-1963)

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • JOÃO GILBERTO NEVES SARAIVA
  • Data: 31/07/2020

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  • Este trabalho investiga as estratégias do governo dos EUA para o Nordeste do Brasil em um período no qual a região foi considerada a área politicamente mais instável do hemisfério ocidental. Durante a administração John F. Kennedy (1961-1963) houve uma proliferação de discursos em relação a esse espaço. O Nordeste do Brasil foi inscrito como um campo de batalha da Guerra Fria travada entre EUA e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Essa área se tornou objeto de despachos diplomáticos, relatórios de inteligência, memorandos, declarações públicas e entrevistas concedidas posteriormente por alguns dos mais importantes personagens envolvidos com o serviço diplomático norte-americano. Fizemos uso desse material, hoje disponível para consulta pública em função da Lei de Liberdade de Informação dos EUA, para analisarmos como o governo norte-americano buscou utilizar a Aliança para o Progresso, uma de suas principais políticas de ajuda estrangeira, para transformar o Nordeste do Brasil em um espaço de controle.


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  • This paper investigates the U.S. government's strategies for the Northeast of Brazil at a time when the region was considered the most politically unstable area in the Western Hemisphere. During the John F. Kennedy administration (1961-1963), there was a proliferation of discourses about this space. Northeastern Brazil was inscribed as a Cold War battlefield between the U.S. and the Union of Soviet Socialist Republics. This area became the subject of diplomatic dispatches, intelligence reports, memos, public statements, and interviews granted later by some of the most important characters involved with the U.S. diplomatic service. We used this material, now available for public consultation under the U.S. Freedom of Information Act, to analyze how the U.S. government sought to use the Alliance for Progress, one of its main foreign aid policies, to transform Northeastern Brazil into a space of control.

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  • KALLYNE FABIANE PEQUENO DE ARAÚJO
  • WICCA, A RELIGIÃO DA NATUREZA: Bruxaria e espaços sagrados no Brasil.

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • ANDRE SOUZA MARTINELLO
  • Data: 13/08/2020

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  • A Wicca é conhecida como a religião da natureza e seus praticantes consideram a Terra o corpo da Deusa, como a força sustentadora da vida. Alguns alegam que ela é uma antiga religião, com suas origens nos tempos antigos da Europa, já outros a compreendem como uma religião fruto da época de Gerald Gardner, seu fundador na Inglaterra em meados do século XX, além de ser nos tempos atuais a maior religião neopagã do mundo. Os wiccanos buscam uma religação do ser humano com a natureza, celebram os seus ciclos sazonais e compreendem o mistério dos seus deuses através dos mitos e de como eles se manifestam na própria natureza. Nessa religião o espaço é muito relevante, pois pode se apresentar através de importantes representações, como o círculo mágico e o culto à natureza no praticar dessa religiosidade. Essa pesquisa tem o objetivo de analisar como os praticantes da Wicca utilizam os espaços públicos das cidades no Brasil, para praticarem o exercício de sua religião, seja através de encontros mensais, de oficinas, de celebrações e para a realização de rituais. Problematizando como se deu o processo histórico dessa religião e a sua adaptação ao meio urbano, observando como é a sua prática nos espaços públicos urbanos e se existem dificuldades na utilização desses espaços pelos wiccanos. As principais fontes que serão analisadas, são os próprios livros religiosos da Wicca e a realização de entrevistas com alguns sacerdotes wiccanos que são organizadores de eventos de bruxaria em algumas cidades brasileiras.

     

     


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  • Wicca is known as the religion of nature and its practitioners consider Earth or the body of Goddess as the life sustaining force. Some claim that it is an ancient religion, with its origins in ancient European times, while others understand it as a fruit religion from the time of Gerald Gardner, its founder in England in the mid-twentieth century, in addition to being today the largest neopagan religion in the world. Wiccans seek a religion of the human being with nature, celebrate their seasonal cycles and understand the mystery of their gods through myths and how they manifest themselves in nature. In this religion or space it is very relevant, it can be presented through important representations, such as the magic circle and the cult of nature in practicing this religiosity. This research aims to analyze how Wicca practitioners use public spaces in cities in Brazil, to practice or exercise their religion, be it through monthly meetings, workshops, celebrations and to perform rituals. Questioning how the historical process of this religion and its adaptation to the urban environment took place, observing how it is practiced in urban public spaces and whether there are problems in the use of these spaces by Wiccans. As main sources that will be analyzed, they are the only religious books of Wicca and the accomplishment of interviews with some Wiccan priests who are organizers of witchcraft events in some Brazilian cities.

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  • TARCISIO BEZERRA DE LIMA JUNIOR
  • NOVA HOLANDA: DO TRÁFICO NO ATLÂNTICO SUL À ESCRAVIDÃO AFRICANA NO BRASIL HOLANDÊS (1630 – 1654)

  • Orientador : RONALDO VAINFAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RONALDO VAINFAS
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • THIAGO ALVES DIAS
  • RÔMULO LUIZ XAVIER DO NASCIMENTO
  • Data: 14/08/2020

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  • A pesquisa caracteriza-se como um estudo sobre o tráfico de escravos africanos no Brasil colônia sob o jugo neerlandês, entre os anos de 1630 a 1654, instituído no período histórico conhecido como dominação holandesa nas capitanias do norte, projeto consolidado pela ocupação estratégica e sistemática destas capitanias e suas regiões açucareiras em consonância com as diretivas da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC). Recife torna-se sede administrativa do novo território neerlandês. Sabendo disso, tal pesquisa traz consigo os seguintes objetivos: a) discutir de forma crítico-analítica como ocorreu o tráfico africano no Atlântico Sul pelos neerlandeses; b) estudar a dinamicidade das relações comerciais e sociais; c) observar a construção de redes urbanas conectadas e a sua economia. Assim, pretende-se desenvolver uma análise historiográfica dos espaços neerlandeses no Atlântico Sul, traçando um recorte do cenário de mundo conhecido do século XVII. Visa problematizar o advento da empresa neerlandesa na América, suas complexidades urbano sociais, tratativas institucionais (WIC) e a análise de conexões estabelecidas bem como criadas pela ocupação simultânea de regiões da África e do Brasil. O estudo consistirá em pesquisa bibliográfico-documental de dados estatísticos qualitativos e quantitativos do tráfico negreiro do período seiscentista.


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  • The research is characterized as a study on the African slave trade in colony Brazil under the Dutch yoke, between the years 1630 to 1654, instituted in the historical period known as Dutch domination in the northern captaincies, a project consolidated by the strategic and systematic occupation captaincies and sugar regions in line with the guidelines of the Dutch West India Company (WIC). Recife becomes the administrative headquarters of the new Dutch territory. Knowing this, such research brings with it the following objectives: a) to discuss in a critical-analytical way how African trafficking in the South Atlantic occurred by the Dutch; b) to study the dynamics of commercial and social relations; c) observe the construction of connected urban networks and their economy. Thus, it is intended to develop a historiographical analysis of Dutch spaces in the South Atlantic, tracing a snapshot of the known world scenario of the 17th century. It aims to problematize the advent of the Dutch company in America, its urban social complexities, institutional dealings (WIC) and the analysis of established connections as well as created by the simultaneous occupation of regions in Africa and Brazil. The study will consist of bibliographic-documentary research of qualitative and quantitative statistical data on the slave trade in the 17th century.

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  • EMANOEL JARDEL ALVES OLIVEIRA
  • “É O SONHO DA GENTE INDO EMBORA!”: RELAÇÕES TERRITORIAIS E A REIVINDICAÇÃO EXISTENCIAL DA COMUNIDADE QUILOMBOLA LAGOASPI (2005-2014)

  • Orientador : MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • MARTHA CAMPOS ABREU
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 03/09/2020

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a historicidade da organização e  territorialização da comunidade quilombola Lagoas-PI, assim como evidenciar a reivindicação  existencial dos lagoanos frente à luta pela titulação das suas terras, que ocorreram durante os anos de 2005 à 2014. Nesse sentido, partimos da ressemantização do conceito de quilombo, enquanto categoria analítica, para compreender como os lagoanos se apropriaram dos seu s
    direitos constitucionais, se organizaram, realizaram a territorialização de suas terras e reivindicaram a sua existência. Dessa maneira, a partir do relatório técnico e das entrevistas concedida pelos lagoanos, esta pesquisa tem como mote apresentar as mobilizações dos representantes das cento e dezenove (119) localidades, que são situadas em seis (06) municípios no sudeste do estado, para construir um território quilombola, quer dizer, tenciona abordar, a partir da iniciativa organizacional desses sujeitos e dos convênios estabelecidos com algumas entidades, a respeito da territorialização e materialização da comunidade quilombola Lagoas, compreendendo as suas ações como contra colonizadoras e descoloniais. Além disso, pretende discutir acerca dos conflitos territoriais que ameaçaram a sua existência, destacando a luta por políticas públicas em razão do racismo ambiental sofrido pela comunidade.


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  • The present work aims to analyze the historicity of the organization and territorialization of the
    community quilombola Lagoas-PI, as well as to highlight the existential claim of the lagoanos
    regarding the struggle for the title of their lands, which occurred during the years 2005 to 2014.
    In this sense, we started from the re-semantics of the concept of quilombo, as an analytical
    category, to understand how the lagoons appropriated their constitutional rights, organized
    themselves, territorialized their lands and claimed their existence. Thus, based on the technical
    report and the interviews granted by the Lagoans, this research aims to present the mobilizations
    of representatives from one hundred and nineteen (119) locations, which are located in six (06)
    municipalities in the southeast of the state, to build a quilombola territory, that is, intends to
    approach, based on the organizational initiative of these subjects and the agreements established
    with some entities, regarding the territorialization and materialization of the Lagoas quilombola
    communit y, understanding its actions as against colonizers and decolonials. In addition, it
    intends to discuss the territorial conflicts that threatened its existence, highlighting the struggle
    for public policies due to the environmental racism suffered by the co mmunity.

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  • KAMYLA RAPHAELY MACÊDO MONTEIRO
  • CABOCLOS DO ASSÚ: COSMOGRAFIA E IDENTIDADE ÉTNICA NO RIO GRANDE DO NORTE (c. 2005-2020)

  • Orientador : LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • ISABELLE BRAZ PEIXOTO DA SILVA
  • Data: 03/11/2020

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  • Em nível nacional, podemos entender que a emergência étnica não se trata de um evento novo, diferente do âmbito do estado do Rio Grande do Norte, que mostra um processo de autoafirmação étnica bastante recente, que se contrapõe a historiografia oficial que relega os índios ao desaparecimento. Os Caboclos do Assú, nosso objeto de estudo, dentre os demais grupos indígenas emergentes do estado, estão se (re)definindo enquanto sujeitos historicamente ativos e politicamente conscientes, uma vez que manifestam suas insatisfações diante de processos políticos e ideológicos que os deixaram à margem da sociedade. E, por outro lado, da necessidade que têm de tomarem para si a defesa de uma identidade diferenciada, mostrando que a história indígena do Rio Grande do Norte está marcada por conflitos e lutas, principalmente no que se refere a sua territorialização, estando longe desse propalado “desaparecimento” indígena na historiografia. Desta forma, foi analisando o processo atual (c. 2005-2020) de emergência étnica e construção de uma identidade diferenciada e territorial da Comunidade dos Caboclos do Assú/RN, através do uso de um conjunto de diferentes registros escritos (relatórios, atas, artigos de jornais) e utilizando a metodologia da história oral, momento em que conseguimos um conjunto expressivo de entrevistas que contribuiu na maior parte do acervo desta pesquisa, que mostramos para a sociedade esses povos como suscetíveis às políticas específicas das populações indígenas.


  • Mostrar Abstract
  • At the national level, we can understand that the ethnic emergency is not a new event, different from the scope of the state of Rio Grande do Norte, which shows a very recent process of ethnic self-assertion, which contrasts with the official historiography that relegates the Indians to the disappearance. The Caboclos do Assú, our object of study, among the other indigenous groups emerging from the state, are (re) defining themselves as historically active and politically aware subjects, since they express their dissatisfaction with the political and ideological processes that have left them on the sidelines of society. And, on the other hand, of the need that they have to take for themselves the defense of a differentiated identity, showing that the indigenous history of Rio Grande do Norte is marked by conflicts and struggles, especially with regard to its territorialization, being far from this propagated of the indigenous “disappearance” in historiography. Thus, the current process (c. 2015-2020) of ethnic emergence and the construction of a differentiated and territorial identity of the Caboclos do Assú / RN Community was analyzed, using a set of different written records (reports, minutes, articles of newspapers) and using the methodology of oral history, at which time we obtained an expressive set of interviews that contributed to most of the collection of this research, which we show these peoples to society as susceptible to the specific policies of indigenous populations.

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  • FLADEMIR GONÇALVES DANTAS
  • ENTRE OS POTIGUARA E OS TARAIRIU:
    A TEMÁTICA INDÍGENA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE (1952-1994)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • Data: 02/12/2020

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  • A proposta do presente trabalho é analisar como as nações indígenas são apresentadas em 11 livros didáticos de História do Rio Grande do Norte, tendo como marco temporal inicial o livro escolar mais antigo localizado na pesquisa, Geografia e História do Rio Grande do Norte datado de 1952, do professor Clementino Câmara, e como marco final a obra da socióloga Marlúcia Galvão Brandão, dividida em dois volumes, intitulada Rio Grande do Norte: Nossa gente... Nossa História de 1994, obra que inaugura uma proposta singular no sentido de abarcar somente o conteúdo da História, diferentemente dos nove livros da pesquisa que tratam concomitantemente os componentes da História e Geografia dentro dos moldes da antiga disciplina de Estudos Sociais. A investigação procurou entender o lugar social – a partir das reflexões de Michel de Certeau – de cada um dos 16 autores das obras didáticas, buscando compreender as transformações e modificações na materialidade dos livros didáticos conforme proposta de Circe Bittencourt e Décio Gatti Júnior. Desta forma, a pesquisa entende o livro didático enquanto um dos principais recursos presentes no espaço escolar, sendo importante fonte histórica, proporcionando múltiplas possibilidades de pesquisa e interpretação, desta forma, se revela, também, como depositário de informações sobre as sociedades indígenas no Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • The purpose of this paper is to analyze how indigenous nations are presented in 11 textbooks on the history of Rio Grande do Norte, with the oldest school book located in research, Geography and history of Rio Grande do Norte as the initial time frame, dated 1952, by professor Clementino Câmara, and as a final mark the work of the sociologist Marlúcia Galvão Brandão, divided into two volumes, entitled Rio Grande do Norte: Our people ... Our History of 1994, a work that inaugurates a singular proposal in the sense to cover only the content of History, unlike the nine research books that deal simultaneously with the components of History and Geography along the lines of the old discipline of Social Studies. The investigation sought to understand the social place – from the reflections of Michel de Certeau – of each of the 16 authors of the didactic works, seeking to understand the transformations and modifications in the materiality of the textbooks as proposed by Circe Bittencourt and Décio Gatti Júnior. In this way, the research understands the textbook as one of the main resources present in the school space, being an important historical source, providing multiple possibilities for research and interpretation, thus, it also reveals itself as a depository of information about indigenous societies in Brazil.

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  • MIRTHIS ELIZABETH COSTA DO NASCIMENTO LACERDA
  • AS VOZES INSURGENTES DA AMÉRICA LATINA/ ABYA YALA: intelectuais indígenas na contemporaneidade, o mapa da questão (1970-2018)

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • ALEXANDRE FERRAZ HERBETTA
  • Data: 11/12/2020

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  • O objetivo geral desta pesquisa consiste em expor os processos de construção histórica e social dos intelectuais indígenas em diferentes contextos da América Latina/Abya Yala, no período que vai de 1970 a 2018. O recorte temporal expõe três momentos importantes para a compreensão dessa análise: o aumento do interesse dos indígenas pelo ensino superior; a emergência dos intelectuais indígenas e o destaque e atuação desses intelectuais em diversos espaços como representantes de seus povos. As obras de dois autores indígenas contemporâneos são utilizadas aqui como fontes principais e foram estudadas de maneira mais aprofundada: “Metade cara, metade máscara” de Eliane Potiguara e “Recado confidencial a los chilenos” do autor Elicura Chihuailaf. Estes dois autores possuem espaço central dentro da pesquisa, pois é a partir de suas obras que abordaremos mais a fundo as visões e perspectivas dos indígenas, visto que eles em suas posições - como intelectuais indígenas - assumem uma postura de militância e são tidos como representantes de seus povos, em suas localidades. Os autores usam o espaço poético como lugar de manifestação de suas identidades, ancestralidade e história. O resultado dessa discussão será um mapeamento que abarca as principais discussões teóricas acerca dos intelectuais indígenas, expondo dentre outras questões a maneira como a intelectualidade indígena é constituída em diferentes contextos, e as relações desses pensadores com o espaço urbano, espaço acadêmico e espaço poético. Compreendendo, dessa forma, os processos de construção desses intelectuais e como a intelectualidade indígena se articula e constitui em diferentes contextos da América Latina/Abya Yala em espaços ainda marcados pela colonialidade.


  • Mostrar Abstract
  • The general objective of this research is to expose the processes of historical and social construction of indigenous intellectuals in different contexts in Latin America / Abya Yala, in the period from 1970 to 2018. The time frame exposes three important moments for understanding this analysis: the increased interest of indigenous people in higher education; the emergence of indigenous intellectuals and the prominence and performance of these intellectuals in different spaces as representatives of their peoples. The works of two contemporary indigenous authors are used here as main sources and have been studied in more depth: “Half face, half mask” by Eliane Potiguara and “Recado confidencial a los chilenos” by author Elicura Chihuailaf. These two authors have a central space within the research, as it is from their works that we will approach the views and perspectives of the indigenous people more deeply, since they in their positions - as indigenous intellectuals - assume a militant posture and are seen as representatives of their peoples, in their localities. The authors use poetic space as a place for the manifestation of their identities, ancestry and history. The result of this discussion will be a mapping that encompasses the main theoretical discussions about indigenous intellectuals, exposing, among other issues, the way in which indigenous intellectuals are constituted in different contexts, and the relationships of these thinkers with the urban space, academic space and poetic space. Understanding, in this way, the construction processes of these intellectuals and how indigenous intellectuals are articulated and constitute in different contexts of Latin America / Abya Yala in spaces still marked by coloniality.

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  • PATRÍCIA DA SILVA AZEVEDO
  • MOLDANDO O ESPAÇO POR MEIO DAS PALAVRAS: HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA NA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE (1903-1904)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • BRUNO BALBINO AIRES DA COSTA
  • Data: 14/12/2020

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  • O presente trabalho tem por objetivo investigar a produção historiográfica norte-rio-grandense no início do século XX a partir das publicações da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Para isso, realizamos a análise de quatro volumes da Revista do IHGRN que circulam na sociedade norte-rio-grandense, e junto as instituições congêneres, a partir do ano de 1903. A investigação parte do princípio de que a produção vinculada ao instituto é considerada como sendo o primeiro momento de desenvolvimento de uma escrita da história do estado de forma efetiva e sistemática, ou seja, marca a primeira fase da historiografia no Rio Grande do Norte. Nesse sentido, esse estudo procura analisar a produção desse periódico para compreender a perspectiva da construção de um campo intelectual que o concebe e quais as dinâmicas que eram utilizadas para a efetivação da história e do espaço norte-rio-grandense através da escrita. A circulação da Revista do IHGRN pode ser considerada uma estratégia no projeto de desenvolvimento de uma História para o estado, onde o IHGRN passou a ser a instituição oficial capaz de produzir e legitimar a narrativa histórica e geográfica norte-rio-grandense, representando o grupo de membros e os interesses que buscavam, dessa forma, o periódico passou a alcançar parte da sociedade e propor um diálogo com os pares, consequentemente, legitimando o IHGRN como lugar de produção da escrita da história do Rio Grande do Norte. O que se pretende é justamente verificar qual foi a contribuição da Revista do IHGRN na produção do espaço do estado, e assim, verificar como foi realizada a articulação entre os domínios da história e da geografia nesse processo, junto a articulação entre o IHGRN e o IHGB.


  • Mostrar Abstract
  • This study aims to investigate the North Rio Grande historical production in the early twentieth century from the publications of the Journal of Historical and Geographical Institute of Rio Grande do Norte. For this, we review four volumes of IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico do Rio grande do Norte) Journal circulating in Rio Grande do Norte society, and with similar institutions, from the year 1903. The investigation starts from the principle that the production linked to the institute is considered to be the first moment of development of a writing of the history of the state in an effective and systematic way, that is, it marks the first phase of historiography in Rio Grande do Norte. In this sense, this study seeks to review the production of this journal to understand the perspective of the construction of an intellectual field that conceives it and what dynamics were used for the realization of the history and space of the Rio Grande do Norte through writing. The circulation of IHGRN Journal can be considered a strategy development project of a history to the state where the IHGRN became the official institution able to produce and legitimize the historical and geographical narrative of Rio Grande do Norte, representing the group of members and the interests they sought, in this way, the periodical began to reach part of society and propose a dialogue with peers, consequently legitimizing the IHGRN as a place of production of the writing of the history of Rio Grande do Norte. The idea is to just find what was the journal's contribution IHGRN in the production of state of the space, and thus check how the joint was held between the fields of history and geography in the process along the joint between the IHGRN and IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro).

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  • CAMILA RAFAELA PEREIRA DE SOUZA
  • JANE AUSTEN E A HISTÓRIA: UM OLHAR SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE MULHERES, ESPAÇOS E CLASSE EM RAZÃO E SENSIBILIDADE E EMMA (1811-1815)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • JOANA MARIA PEDRO
  • JUCIENE BATISTA FELIX ANDRADE
  • Data: 16/12/2020

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  • Esta Dissertação produz uma análise historiográfica sobre como se constituíam os espaços públicos e os privados no Sulda Inglaterra através da experiência feminina. Para tanto, utiliza-se comoobjetos de análise doisromances: Razão e Sensibilidade, publicado em 1811, e Emma, publicado em 1815, ambos de autoria da romancista inglesa Jane Austen, que viveu, escreveu e publicou durante a era georgiana britânica (1714-1830). A pesquisa escolheu como recorte temporal os anos de 1811 a 1815 em função das publicações dos objetos escolhidos e daquilo que eles proporcionam, o que significa que recuos e avanços no tempo em relação a este recorte terão que ser feitos por questões que a própria obra da autora exige e pelo fato de ela mesma ter vivido entre 1775 e 1817; por esta razão, o contexto temporal insere-se entre a passagem do século XVIII para o XIX, período em que as obras foram elaboradas, e que é visto por muitos como um momento da História inglesa marcado por transformações que até hoje são fundamentais para o mundo industrial e tecnológico da vida contemporânea. Aquele era um momento de partida para o progresso decorrente da Revolução Industrial, evento que se intensificou a partir do século XIX e transformou quase todos os âmbitos daquela sociedade. Foi naquele período de transformações que Jane Austen escreveu sobre o cotidiano de famílias da gentry e de suas propriedades nos vilarejos situados no ambiente rural inglês, ambiente este que se opunha ao frenesi industrial das cidades, mas que não deixava de ser influenciado de alguma maneira pelas novasmudanças emcurso. Poristo, o exercício desta pesquisa vai além de uma leitura do que a autora escreveu: foi preciso interpretar aquilo que não estava escrito para, assim, circunscrever tudo aquilo que serviu como questão relevante para os livros. A partir daí, recorreu-se ao stimmung (ou o clima da época), proposto pelo teórico alemão Hans Gumbrecht, para compreender o processo que impulsionou a insatisfação da autora no que diz respeito à condição das mulheres de seu tempo, o que a fez transformar tais incômodos em Literatura. Além disso, incorporam-se a esta pesquisa as teorias de gênero propostas pela filósofa estadunidense Judith Butler, a fim de possibilitar uma observação das manifestações espaciais de vários grupos sociais e perceber como suas práticas culturais puderam construir diferentes espaços geográficos; pensando a partir das interseções estabelecidas entre relações de gênero e outros pertencimentos identitários. No caso deste trabalho, tanto as relações de gênero quanto as de classe servem como variáveis para entender os processos de experiência e de transformação do espaço. Aliado a esta perspectiva, o pensamento da geógrafa britânica Doreen Massey torna-se de muita relevância para esta pesquisa: afinal, para pensar sobre as multiplicidades dos espaços e de como eles podem ser experienciados de distintas formas é preciso perceber as posições que cada pessoa ocupa na sociedade.


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  • This Dissertation produces a historiographical analysis of how public and private spaces were constituted in the South of England through the feminine experience. For this purpose, two novels are used as objects of analysis: Sense and Sensibility, published in 1811, and Emma, published in 1815, both authored by the English novelist Jane Austen, who lived, wrote and published during the British Georgian Era (1714- 1830). The research chose as temporal cut the years from 1811 to 1815 and it is based on the publications of the chosen sources and what they provide, which means that setbacks and advances in time in relation to this cut will have to be made for issues that the author’s own work requires and because she herself lived between 1775 and 1817; for this reason, the temporal context is inserted between the transition from the 18th to the 19th century, a period in which the sources were elaborated, and which is seen by many as a moment in English history marked by transformations that are still considered fundamental nowadays for the contemporary industrialand technological world. That was a starting point for progress, arising from the Industrial Revolution, an event that was intensified from the 19th century onwards and transformed almost all areas of that society. It was in that period of transformation that Jane Austen wrote about the daily life of gentry’s families and their properties in villages located in the English countryside, an environment that was opposed to the industrial frenzy of the cities, but which was still influenced in some way by the new changes underway. For this reason, the exercise of this research goes beyond a readingofwhat the authorwrote: itwas necessary to interpret what was not written in order to circumscribe everything that served as a relevant issue for her works. From there, we used the stimmung (or the climate of that time), and as proposed by the German theorist Hans Gumbrecht, to understand the process that drove the author’s dissatisfaction with regard to the condition ofthe women of her time, which made her transform such living nuisances into Literature. In addition, the gender theories proposed by the American philosopher Judith Butler are incorporated in this research, in order to allow an observation of the spatial manifestations of various social groups and to understand how their cultural practices could build different geographical spaces; thinking from the intersections established between gender relations and other identity belongings. In the case of this work, both gender and class relationsserveasvariablesto understandtheprocessesofexperience and space transformation. Allied to this perspective, the thinking of the British geographer Doreen Massey becomes very relevant for this research: after all, to think about the multiplicities of spaces and how they can be experienced in different ways, it is necessary to understand the positions that each person occupies in society.

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  • JENILDA DA SILVA SOUSA
  • ENTRE O ESPAÇO PÚBLICO E O ESPAÇO PRIVADO: representações femininas
    veiculadas nos jornais impressos em Teresina/PI na década de 1970

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OLIVIA CANDEIA LIMA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 18/12/2020

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  • O propósito central deste trabalho é refletir, por meio das análises dos jornais teresinenses, a
    construção de supostos papéis e ordens morais direcionados às mulheres, na qual foram
    sujeitadas a uma investida de restrição e demarcação de seu espaço de vivência, através de
    argumentos burgueses e discursos médicos-sanitaristas, uma dinâmica de moralização que
    resultou em certas estereotipias aos comportamentos femininos e enclausuramentos em
    determinadas atribuições puídas e ultrapassadas no interior da cidade de Teresina/PI nos anos
    de 1970. Mas, ao mesmo tempo, buscamos discutir como o processo de modernização desta
    capital no mesmo período afetou a figura feminina, da qual a maior visibilidade no cenário
    público aparentava estar relacionado à conquista de direitos, sobretudo, em relação à
    educação e a profissionalização, o que certamente, foram grandes motivadores dos vários
    outros êxitos femininos no decorrer de todo o século XX. Tendo em consideração que os
    jornais locais foram testemunhas dessas mudanças e suas disposições, eventualmente
    conflitantes e contrárias, apontavam o modo como a sociedade da época refletiu e reconheceu
    determinadas transformações vivenciadas pelas mulheres nos espaços público e privado.


  • Mostrar Abstract
  • The central purpose of this work is to reflect, through the analysis of the newspapers of
    Teresina, the construction of supposed roles and moral orders directed at women, in which
    they were subjected to an onslaught of restriction and demarcation of their living space,
    through bourgeois arguments and medical-sanitary speeches, a dynamic of moralization that
    resulted in certain stereotypes to female behaviors and confinements in certain worn and
    outdated attributions in the interior of the city of Teresina / PI in the 1970s. But, at the same
    time, we seek to discuss how the modernization process of this capital in the same period
    affected the female figure, of which the greater visibility in the public scenario appeared to be
    related to the conquest of rights, especially in relation to education and professionalization,
    the which were certainly great motivators for the many other female successes throughout the
    20th century. Bearing in mind that the local newspapers were witnesses of these changes and
    their dispositions, possibly conflicting and contrary, pointed out the way in which the society
    of the time reflected and recognized certain transformations experienced by women in public
    and private spaces.

2019
Dissertações
1
  • ERICK MATHEUS BEZERRA MENDONÇA RODRIGUES
  • Espaços criados, espaços conquistados: relações de domínio da Espanha imperial com os espaços das Indias Occidentales no século XVI 

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • RODRIGO FAUSTINONI BONCIANI
  • Data: 15/03/2019

  • Mostrar Resumo
  • Baseados no conceito de dominium, amplamente debatido por letrados, intelectuais e teólogos ibéricos no século XVI, balizamos a nossa análise sobre o uso dos espaços pelo império espanhol nas Indias Occidentales. O estudo é centrado entre fins do século XV e a oitava década do XVI. Ne período, o Novo Mundo emerge como território de conquista de um poder quase que sempre virtual, El Rei. Daí surgem pontos fulcrais desse estudo: a função da coroa, o papel da legitimação teológica, os objetivos da Igreja, o trato com o espaço e sua população humana e a importância dos novos e antigos saberes. Saber e dominium se interligam numa relação frequentemente cooperativa. O espaço surge como escopo principal. Sentenciado a uma relação de forças entre diferentes vetores da epopeia colonial, transforma-se em unidade administrativa, o território. Fazendo um levantamento histórico, buscamos entender como o domínio espanhol foi implementado sobre espaços outros, e como o saber esclareceu, legitimou ou auxiliou nesse processo.


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  • Based on concept of dominium, debated for intellectual of the second scholastic of Salamanca, we marked the analysis about the use of space by Spanish empire in Indias Occidentales. The study is centered between the ends of 15th century and the eighth decade of 16th century. In this time, the New World emerge as a conquer’s territory of a power almost ever virtual, El Rei. Of this arise core points of this study: the crown’s function, the role the theological legitimation, the Church goals, the deal with the space and your human population and the importance of the new and old knowledges. Knowledge and dominium connecting either at a relationship often cooperative. The space arise like main scope. Sentenced to a force relation between different vectors of the colonial epopee, transformed itself in speech’s instance and in administrative unity, the territory. Making a historical research, we seek understand as the Spanish domain was implemented above another spaces, and as the knowledge clarified, legitimed and auxlied this process. 

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  • ELIAN JERÔNIMO DE CASTRO JÚNIOR
  • ESPAÇO FUNERÁRIO EM ALEXANDRIA: TUMBA PRINCIPAL DE KOM ELSHOQAFA, SÉCULOS I E II D.C.

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARIA ISABEL D AGOSTINO FLEMING
  • Data: 05/07/2019

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  • RESUMO Alexandria, centro político do governo dos Ptolomeus e capital da província do Egito no período romano, foi marcada pelo aspecto cosmopolita de sua população e cultura. Apesar de haver uma valorização da cultura grega, a religião egípcia exerceu grande influência nessa cidade. Aspectos religiosos são os mais notáveis, sobretudo no que diz respeito às crenças funerárias. Essa pesquisa busca investigar as interações culturais que aconteceram no espaço funerário, tendo como objeto de estudo uma tumba localizada no sítio arqueológico de Kom el-Shoqafa, situado em Alexandria, cuja construção data entre os séculos I e II d.C. A partir de uma análise da arquitetura e da iconografia presentes nessa tumba, defendemos a ideia de que as culturas egípcia, grega e romana se integraram em um processo de emaranhamento, conceito criado pelo arqueólogo Phillip Stockhammer (2012). Esse processo reflete a diversidade cultural e social de Alexandria no período romano, resultado do contato com a cultura egípcia ao longo dos séculos de dominação ptolomaica. 


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  • ABSTRACT Alexandria, the political center of the Ptolemies and capital of the province of Egypt during the Roman period, was marked by the cosmopolitan aspect of its population and culture. Although there was a valuation of Greek culture, the Egyptian tradition had a great influence in this city. Religious aspects are the most notable, especially regarding to funeral beliefs. This research seeks to investigate the cultural interactions that took place in the funerary space, having as object of study a tomb located in the archaeological site of Kom el-Shoqafa, located in Alexandria, whose construction dates between the first and second centuries AD. By analyzing the architecture and the iconography present in this tomb, we defend the idea that the Egyptian, Greek and Roman cultures were integrated in a process of entanglement, a concept created by archaeologist Phillip Stockhammer (2012). This process reflects the cultural and social diversity of Alexandria in the Roman period, the outcome of the contact with the Egyptian culture throughout the centuries of Ptolemaic domination. 

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  • PEDRO PINHEIRO DE ARAÚJO JÚNIOR
  • “NÃO É TERRA DE PRÉSTIMO E NUNCA FOI POVOADA”: A TERRITORIALIZAÇÃO DOS SERTÕES DO CABO DE SÃO ROQUE (1500-1719)

  • Orientador : HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • LEONARDO CÂNDIDO ROLIM
  • Data: 20/08/2019

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  • Investiga como se desenvolveu o processo de apropriação territorial, perpetrado pela Coroa Portuguesa, no litoral norte da Capitania do Rio Grande, entre os anos de 1500 e 1719. Para tanto, problematiza a ocupação desse espaço, pois os estudos que compõem a historiografia sobre a Capitania do Rio Grande relegaram a essa região litorânea uma grande lacuna nessas produções, tal como se aquele espaço fosse um pedaço invisível do território. Apropria-se do conceito de “território” de Antônio Robert de Moraes, em que o processo colonizador utilizou os serviços militares e todo aparato jurídicoadministrativo para expandir as terras coloniais. Metodologicamente, utiliza tanto uma análise dos documentos cartográficos e escritos do período como também investiga, através da análise da trajetória dos sujeitos, norteado pelos estudos de João Fragoso e Cristina Mazzeo Vivó, as trajetórias de vida dos sesmeiros que adquiriram terras dos sertões do Porto do Touro. Nessa análise, identificou-se indícios do contato entre indígenas Potiguara e de corsários franceses na Enseada de Pititinga e nas imediações do Cabo de São Roque no século XVI, como também identificou o sesmeiro Domingos de Carvalho da Silva como uma das figuras importantes nesse processo de apropriação dos sertões do Cabo de São Roque. Por fim, o exame dessas fontes demonstrou que o cruzamento de diferentes mananciais arquivísticos, principalmente cartográficos, traz resultados profícuos para o trabalho do historiador interessado em investigar a ocupação dos espaços coloniais e as relações entre os diferentes níveis da administração portuguesa no Ultramar


  • Mostrar Abstract
  • This research investigates the process of territorial appropriation, carried out by the Portuguese Crown, on the north coast of the Rio Grande Captaincy, between 1500 and 1719. In order to do it, we question the occupation of this space, since the historiography production on Rio Grande Captaincy has shown a huge gap about this coastal region, as if that space was an invisible part of the territory. This research appropriates Antonio Robert de Moraes's concept of “territory”, in which the colonization process used military services and all juridical-administrative structure to expand colonial lands. Methodologically, it uses an analysis of the cartographic and written documents of the period and also investigates, through the analysis of the subjects' trajectory, guided by the studies of João Fragoso and Cristina Mazzeo Vivó, the life trajectories of the sesmeiros who acquired land in the sertões of Porto do Touro. This analysis has identified some evidence of contact between Potiguara natives and French privateers in Pititinga Cove and near Cabo de São Roque in the 16th century, it has also identified the sesmeiro Domingos de Carvalho da Silva as one of the important figures in this process of appropriation of the hinterlands of Cabo de São Roque. In conclusion, the examination of these sources has shown that the crossing of different archival sources, especially cartographic, brings rewarding results to the work of the historian interested in investigating the occupation of colonial spaces and the relations between the different levels of Portuguese administration overseas.

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  • THAÍS DA SILVA TENORIO
  • ESQUADRINHANDO A NAÇÃO: a formação da identidade nacional em A Independência do Brasil em quadrinhos (1972)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALBERTO RICARDO PESSOA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 26/08/2019

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  • Esta dissertação tem como proposta analisar de que forma as histórias em quadrinhos (HQs) produzidas pela Editora Brasil América (EBAL) estavam articuladas com o processo de formação da identidade nacional promovido pelo Estado no período de 1950 a 1964. Em seguida, partiremos para análise de uma dessas obras, A Independência do Brasil em Quadrinhos, publicada em 1970 pela EBAL, procurando apontar a continuidade e o aproveitamento dessa articulação para a legitimação regime político instaurado após o Golpe de 1964. Dentre as ferramentas utilizadas para dar corpo aos discursos identitários nacionais, os quadrinhos passaram a ocupar um lugar de destaque por conta da popularidade das HQs e, do fato de que todo um gênero dos quadrinhos foi desenvolvido no intuito de auxiliar de auxiliar o ensino de história. A Independência do Brasil em Quadrinhos é estratégica para essa compreensão porque foi publicada exatamente na comemoração do sesquicentenário da Independência do Brasil, em 1972, lançando mão de temas e de um ideário que nos permitem verificar e comentar a ideologia do regime autoritário. 


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  • This dissertation proposes to analyse how the comic book stories produced by “Editora Brasil América (EBAL)” were articulated with the process of national identity formation promoted by the State in the period of 1950 to 1964. After that, we will analyse one of these Works, “A Independência do Brasil em Quadrinhos”, published in 1970 by EBAL, aiming to point the continuity and the use of this articulation to the legitimation of the political regime instated after the 1964 Coup. Among the used tools to strengthen the national identity speeches, the comics began to occupy a prominent place due to the comic book’s popularity and, the fact of an entire comic gender was developed in order to help history teaching. “A Independência do Brasil em Quadrinhos” is strategic for this comprehension because was published exactly in the sixtieth hundredth anniversary of the Independence of Brazil, abdicating themes and an ideary which allows us to verify and comment the ideology of an authoritarian regime. 

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  • Jefferson Pereira da Silva
  • RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E O ESPAÇO ESCOLAR: ARTICULAÇÕES E DISSONÂNCIAS ENTRE O MOVIMENTO NEGRO E O ESTADO BRASILEIRO A PARTIR DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (1995 – 2014)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AMILCAR ARAUJO PEREIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 27/08/2019

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  • O presente trabalho tem por objetivo central analisar as disputas, negociações e embates travados pelo Movimento Negro e o Estado brasileiro no espaço escolar, no que diz respeito à educação para as relações étnico-raciais, tendo como recorte a especificidade dos afrobrasileiros, a partir do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), entre os anos de 1995 e 2014. Para que essa análise possa ser realizada, três conjuntos de fontes são analisados: 1) documentos produzidos pelo Movimento Negro, em parceria com outros grupos da sociedade civil organizada, em eventos promovidos por secretarias como a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), com destaque aos relatórios das Conferências Nacionais de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR). Também compõe esse conjunto de fontes os documentos produzidos exclusivamente pelo Movimento Negro e que foram entregues de forma direta à Presidência da República, conforme feito com os manifestos elaborados durante a Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo pela Cidadania e a Vida e a Marcha Zumbi +10, realizadas – respectivamente – nos anos de 1995 e 2005, em Brasília/DF; 2) relatórios de gestão de duas secretarias fundamentais no diálogo entre os movimentos sociais e o Estado: a SEPPIR e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI); e 3) os editais do PNLD, documentos que apresentam os critérios observados nos materiais a serem avaliados e comprados pelo programa. Neles, estão estabelecidos todos os itens que ao longo do processo de seleção são utilizados como parâmetros que indicam se o livro está apto ou não a ser adquirido pelo Governo Federal. As inferências realizadas em tal documentação partem da análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin, metodologia que nos permite observar os argumentos utilizados com fundamentos tanto quantitativos quanto qualitativos. Ter como referência teórica a categoria de espaço praticado, a partir de Michael de Certeau, permitiu que fosse aproveitada uma concepção de espaço escolar que não fosse delimitada pelos muros que cercam as instituições de ensino. Trata-se de um trabalho que, essencialmente, parte das relações que são estabelecidas entre os grupos e os sujeitos que estão discutindo e problematizando o ensino para as relações étnico-raciais, bem como da história e cultura afrobrasileira e as instituições e órgãos responsáveis pela efetivação das políticas públicas antirracistas no país. Ao término do trabalho, foi possível constatar que o PNLD buscou dar cumprimento ao exigido pelas políticas públicas e, consequente, às demandas colocadas pelo Movimento Negro, principalmente, na qualificação dos conceitos e termos utilizados, na indicação direta da legislação específica que se refere a uma educação antirracista no Brasil, bem como na permanência do peso que as diretrizes contra preconceitos e formas de discriminação possuíam no quadro geral dos editais. Essas mudanças presentes nos editais, mesmo não estando de maneira explícita como reivindicação nos documentos produzidos pelo Movimento Negro e nos eventos, são resultantes de uma circulação das demandas trazidas pelos ativistas do Movimento e que atuavam também em variadas secretarias, conselhos e instituições que abriam espaço para a sociedade civil. 


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  • ABSTRACT: This work has the objective to analyze the disputes, negotiations and clashes of the Black Movement and the Brazilian State in the school space, focusing on the education for the ethnic-racial relations. This objective specifies on Afro-Brazilians in the context of Textbook National Program (PNLD) between 1995 and 2014. In this analysis, three sets of sources are used: 1) documents produced by the Black Movement, in partnership with other organized civil society groups, at events promoted by secretariats as the Special Secretariat for the Promotion of Racial Equality (SEPPIR), highlighting the reports of the National Conferences for the Promotion of Racial Equality (CONAPIR). It was included in this set of sources the documents produced exclusively by the Black Movement that were delivered directly to the Presidency of the Republic, as it was done with the manifestos prepared during Zumbi of Palmares’ March against Racism for Citizenship and Life and the Zumbi’s March + 10, realized - respectively - in 1995 and 2005, in Brasília/DF; 2) management reports from two main secretariats in the dialogue between social movements and the state: SEPPIR and the Secretariat for Continuing Education, Literacy, Diversity and Inclusion (SECADI); and 3) PNLD’s notices, documents that held the criteria of the materials to be evaluated and purchased by the program. These include all the items that are used throughout the selection process as parameters that indicate whether or not the book is eligible for purchase by the Federal Government. The inferences made from this documentation started from the content analysis proposed by Laurence Bardin, a methodology that allows us to observe the arguments used on both quantitative and qualitative grounds. As a theoretical reference, it was used the category of practiced space, based on Michael de Certeau, which allowed us to take advantage of a conception of school space that was not delimited by the walls that surround the educational institutions. This work is based on the relations that are established between the groups and the subjects involved in discussion and problematization of the teaching for the ethnic-racial relations, as well as of the Afro-Brazilian history and culture and the institutions and organs responsible for the implementation of anti-racist public policies in the country. At the end of the work, it was found that the PNLD sought to comply with the requirements of public policies and, consequently, the demands placed by the Black Movement, mainly in the qualification of the concepts and terms used, in the direct indication of the specific legislation that refers to anti-racist education in Brazil, and also in keeping the deepness that the guidelines uses against prejudice and forms of discrimination had in the general framework of the notices. These changes in the notices, even not been explicitly as a claim in the documents produced by the Black Movement and their events, are the result of a circulation of the demands brought by the activists of the Movement, who also worked in various secretariats, councils and institutions that made distance for civil society. 

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  • MARIA SAMARA DA SILVA
  •  LUGARES DE VIDA, A VIDA NOS ESPAÇOS: OSWALDO LAMARTINE DE FARIA E A PERSPECTIVA DA EXPERIÊNCIA (1940-1970)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 27/08/2019

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  • RESUMO

     

    O escritor Norte-Rio-Grandense Oswaldo Lamartine de Faria tem sido reconhecido, tanto entre seus pares quanto dentro da academia como um sujeito cuja a vida e a produção intelectual foram dedicadas ao Seridó. Nesta pesquisa, além de discutir a origem e a importância desta ligação investigamos outras relações espaciais e suas respectivas relevâncias na trajetória de vida do autor e para a sua carreira intelectual. Entre esses outros espaços destacamos as cidades Natal e Rio de Janeiro e as propriedades rurais Lagoa Nova e Acauã. Nossas fontes foram os livros Encouramento e Arreios do Vaqueiro do Seridó (1969); Sertões do Seridó (1980); Ferro de Ribeiras do Rio Grande do Norte (1984); Notas de Carregação (2001) todos de autoria de Lamartine, e os livros organizados por Natércia Campos, Em Alpendres d’ Acauã: Uma conversa com Oswaldo Lamartine (2001) e De Cascudo para Oswaldo (2005), além de quatro fragmentos de cartas do ano de 1994. Os conceitos ‘experiência’ e ‘topofilia’, conforme Yi –Fu Tuan foram utilizados para entender a ligação entre o autor e os diversos espaços analisados, assim como as várias abordagens do conceito de ‘paisagem’ de Gaston Bachelard, Yi- Fu Tuan e Simon Schama. Estas, nos possibilitaram colocar a hipótese de que essas diversas experiências espaciais de Lamartine impactaram direta e indiretamente a descrição das paisagens e espaços nos livros de Lamartine. Este estudo foi conduzido baseando-se na metodologia da análise do discurso de Michel Pecheux e Eni – Orlandi, e seus postulados são utilizados para pensar aspectos como o contexto imediato e amplo de Lamartine, a construção de um discurso sobre o homem e sua relação com os espaços.  Como resultado dessa investigação compreendemos que foi por meio da experimentação da figura política e o contato como legado de seu pai, Juvenal Lamartine e de todos os eventos trágicos que cercaram a sua família que Oswaldo Lamartine começa a criar uma grande afeição pelo Seridó por ser sua terra de origem e, é neste ponto que se fincam as raízes de uma identidade e espacialidade seridoense. Além disso notamos que de fato existem experiências espaciais de diversos níveis em Lamartine variando entre a apreciação visual, a necessidade do contato físico que permeiam a chegada na ideia de pertencimento e afeição Seridó. Cada espaço que ele ocupou teve sua importância para a construção de sua personalidade e de sua obra. Vemos que o grande catalizador de sua escrita é a saudade, não apenas de um espaço, mas de todo um modo de vida baseado em uma ligação forte entre homem e natureza. E por fim, a paisagem em seus textos é uma junção entre imaginação, experiência e conhecimento adquirido em uma tradição do olhar regional, construída desde o início do século XX no Nordeste.

        

     

     

     


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  • ABSTRACT

     

    The potiguar's writer Oswaldo Lamartine de Faria have been recognized, by his pairs and researchers as an important source for the history of the seridó's region. On this research besides the investigation of this connection other special relations and this consequences on the life of the author and his intellectual life have been researched. Besides other spaces we highlighted the cities of Natal, Rio de Janeiro and the farms of Lagoa Nova e Acauã. Our sources were the books Encouramento e Arreios do Vaqueiro do Seridó (1969); Sertões do Seridó (1980); Ferro de Ribeiras do Rio Grande do Norte (1984); Notas de Carregação (2001) all written by Lamartine, and the books organized by Natércia Campos, Em Alpendres d’ Acauã: Uma conversa com Oswaldo Lamartine (2001) e De Cascudo para Oswaldo (2005), besides four fragments of letters from 1994. The concepts ‘experience’ and ‘topofilia’, as defined by Yi-fu Tuan have been applied to understand the connection between the author and the many spaces analyzed, and the many approaches of the concept of ‘landscape’ of Gaston Bachelard, Yi-Fu Tuan and Simon Schama. With that it was possible to deduce the hypothesis that the many spatial experiences of Lamartine have direct and indirect impact on the description of landscapes and spaces on the books of Lamartine. This study have been conducted using the discourse methodology of Michael Pecheux and Eni Orlandi and it's thesis have been used in order to analyze the immediate context of Lamartine, the construction of a discourse about a man and his relation with spaces. As a result of the investigation we have comprehended that by the means of experimentation of the political figure and the contact the legacy of his father, Juvenal Lamartine and all the tragic events of his family that Oswaldo Lamartine start to create his affection for the Seridó region, and based on that the definition of a Sedidoense identity. Besides that it's possible to point out the fact that spatial experiences on many levels exists on the work of Lamartine, those point to a necessity of physical contact and visual appreciation in order to define his affection for the Seridó. Every space that has been occupied had it's own importance to the construction of it's personality and his work. It's possible to visualize that he is driven by the feeling of missing, not only the space, but the lifestyle based on a connection between human and nature. The landscape on the texts is the fusion between imagination, experience and the knowledge acquired of tradition, built upon since the 20th century of the Northwestern region of Brazil.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

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  • MATHEUS BRENO PINTO DA CÂMARA
  • A VIDA PARA ALÉM DA MORTE: O MUNDO DOS MORTOS NA NARRATIVA DO CANTO VI DA ENEIDA

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRAN DOS SANTOS BORGES DE OLIVEIRA
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • THIAGO EUSTÁQUIO ARAÚJO MOTA
  • Data: 28/08/2019

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  • RESUMO A obra de Virgílio tem sido analisada por incontáveis historiadores. Seu livro mais notável, a Eneida, é um marco fundamental na literatura latina na qual é conhecida como Era de Ouro dos poetas. Entretanto, para além da sua função na literatura, a Eneida também nos apresenta importantes concepções quanto à cultura, política e a religião romana do século I a.C. A presente dissertação busca analisar o espaço habitado pelos mortos no Canto VI da Eneida, entendendo a função deste para a narrativa e sua relação com o imaginário romano acerca da morte. Nosso objetivo é analisar como Virgílio constrói esse espaço imaginário a partir de elementos narrativos e alinha a viagem de Eneias pelo Orco com a cultura mortuária romana no século I a.C. As práticas funerárias romanas também são objeto de estudo para consolidação dessa análise. A metodologia utilizada para o presente trabalho se faz tendo como base a análise de discurso, mais especificamente o método de totalidades narrativas, para o qual toda narrativa gira em volta de um tema central e que os versos e parágrafos de um texto alimentam e reforçam essa concepção. A partir disso, cria-se as bases lógicas da narrativa que são construídas para atender ao enredo e desfecho da história. O autor então espelha-se no real e desenha os elementos que seguem uma linha narrativa lógica para criação de sua história. 


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  • ABSTRACT Virgil’s work has been analyzed for countless historians. His most notable book, Aeneid, is a high point in Latin literature, in a period known as the Golden Age of the poets. However, beyond its funcion in literature, Aeneid also show us some important conceptions to the roman culture, politics and religion in the 1 st century B.C. This research aims to analyze the space inhabited by the romans dead in the Aeneid’s cantus VI, seeking to understand the function of this space to the narrative and the relation with the roman imaginary about the afterlife. Our goal is to analyze how Virgil builds that imaginary space with narrative elements and aligns Aeneia’s journey through the Orco with the roman mortuary culture in the 1 st century B.C. The roman funeral pratices are also a study object in order to support our analysis. The methodology used in this research is the speech analysis, specifically the method of narrative totalities, in which all narrative encircles the central theme and the structure narrative feed this central idea. After that, logical bases are created to support the plot and the outcome of the story. The author is inspired on the real and draws the elements which follow a logical narrative line to create his story.

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  • LEONARDO CRUZ PESSOA
  • O BRASIL É ASA BRANCA: IMAGENS DO ESPAÇO NACIONAL NA TELENOVELA ROQUE SANTEIRO DE DIAS GOMES (1985)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEIZE REGINA DE LUCENA LUCAS
  • Data: 29/08/2019

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  • Esta dissertação tem como objeto de pesquisa a telenovela Roque Santeiro, exibida em 1985 pela Rede Globo, considerada um dos maiores fenômenos de audiência da televisão brasileira. Tomando como ponto de partida a trajetória de vida e obra do seu principal autor Dias Gomes, o objetivo é analisar como a telenovela narrou, a partir de sua narrativa, personagens típicos, diálogos e uma série de outros elementos, uma imagem do Brasil como espaço nacional, ressaltando-a como um produto televisivo propício para difusão imagético-discursiva de uma ideia de nação, direcionada a uma comunidade imaginada, de acordo com o conceito elaborado por Benedict Anderson. Para isso, será necessário compreender a atmosfera política e cultural na qual estava inserido Dias Gomes, entre as décadas de 1950 e a primeira metade da década de 1960 quando, filiado ao Partido Comunista Brasileiro, aproximou-se da geração de artistas e intelectuais de esquerda que pensavam suas produções culturais a partir de um viés nacionalista e popular, procurando visibilizar o que seria a “essência nacional” através da arte engajada e revolucionária. Partindo dessa relação entre autor e obra, utilizaremos como fontes peças teatrais escritas por Dias Gomes, a autobiografia do autor, manifestos de movimentos culturais como os Centros Populares de Cultura e o Cinema Novo, impressos de revistas e jornais, a sinopse original de Roque Santeiro e a própria telenovela que foi ao ar em 1985, para entendermos a brasilidadeapresentada por Roque Santeiro e o porquê de tamanha identificação do imaginário nacional com a telenovela.


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  • GUERHANSBERGER TAYLLOW AUGUSTO SARMENTO
  • VIRGULINO CARTOGRAFADO: RELAÇÕES DE PODER E TERRITORIALIZAÇÕES DO CANGACEIRO LAMPIÃO (1920-1928)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE SOUZA MARTINELLO
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • Data: 30/08/2019

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  • Este trabalho investiga as relações de poder e os processos de territorialização que o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião (1898-1938), construiu por meio do estabelecimento de uma rede de protetores e coiteiros) e em contraponto a uma rede de opositores, entre os anos de 1920 e 1928, nos estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Aqui o espaço do cangaço lampiônico não é entendido como dado e preestabelecido, mas como resultado dos jogos de poder e das múltiplas relações que esse cangaceiro agenciou com sujeitos de destaque da política sertaneja dentro do contexto da chamada Primeira República. O território é aqui percebido em sua dimensão processual possibilitando interpretar as ações de Lampião como produtoras de múltiplos territórios, que ganharam configurações espaciais diversas, como: territórios em rede, territórios em zona ou territórios em movimento. Três tipos de fontes foram explorados nesta pesquisa: os jornais, que divulgaram notícias sobre Lampião, entre os anos de 1920-1928; os relatos policiais e a bibliografia memorialística sobre o cangaço e o bando de Lampião. Partindo da problematização dessas produções e do diálogo com a historiografia do tema, busco entender como se deu as múltiplas territorializações do cangaceiro Lampião.


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  • This work investigates the relations of power and processes of territorialization that the cangaceiro1 Virgulino Ferreira da Silva, better known as Lampião2 (1898-1938), constructed through the establishment of a network of protectors and coiteiros3 and in counterpoint to a network of opponents, between the years of 1920 and 1928, in the states of Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Ceará and Rio Grande do Norte. Here the cangaço lampiônico’s4 space is not understood as given and pre-established, but as a result of the games of power and of the multiple relations that this cangaceiro has dealt with prominent subjects of the sertaneja5 politics within the context of the call First Republic. The territory is here perceived in its procedural dimension making it possible to interpret Lampião's actions as producers of multiple territories, which have gained diverse spatial configurations, such as: networked territories, territories in zones or territories in movement. Three types of sources were explored in this research: the newspapers, which published news about Lampião, between the years 1920-1928; the police reports and the memorialist bibliography about the cangaço and the band of Lampião. Starting from the problematization of these productions and the dialogue with the historiography of the theme, I try to understand how the multiple territorializations of the cangaceiro Lampião took place.

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  • SÉRGIO ROBERTO BOTELHO MIRANDA
  • IMAGENS DO BRASIL MODERNO: MODERNIDADE URBANA, ASCENSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL NA FILMOGRAFIA DA COMPANHIA CINEMATOGRÁFICA VERA CRUZ (1949–1954)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • PAULO ROBERTO DE AZEVEDO MAIA
  • Data: 30/08/2019

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  • Esta pesquisa analisa os padrões de comportamento ilícitos dos protagonistas constituintes das classes periféricas e da classe média da cidade de São Paulo, apresentados na filmografia da Companhia Cinematográfica Vera Cruz no período de 1949 a 1954. Destaca a dicotomia entre os personagens periféricos e os das elites econômicas da metrópole paulista, estes retratados como símbolos da cidadania e da ética. Trata o espaço da capital paulistana como o centro da modernidade e das oportunidades empreendedoras do país; da celebração, através das instituições públicas e privadas, daquela cidade como o palco da ascensão social através do poder aquisitivo econômico. A esse respeito, a historiografia sobre a Companhia evidencia a importância desta na projeção da metrópole paulistana como o centro da modernidade brasileira, mas que também foi um lugar de profundas desigualdades sociais, as quais puseram em questão o que significou a modernidade da metrópole paulista na década de 1950, configurando um movimento ideológico no qual a nacionalidade e a identidade caracterizavam os padrões do empresariado local, o qual produzira instituições de cultura e de saber para autointitularem-se os detentores do progresso e do desenvolvimento no país.


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  • This work analyzes the images of modern Brazil produced by the filmography of the Vera Cruz Film Company from 1949 to 1954. It highlights the dichotomy between the peripheral characters and those of the economic elites of the São Paulo metropolis, which are portrayed as symbols of citizenship and ethics. It treats the space of the capital of São Paulo as the center of modernity and entrepreneurial opportunities in the country; of the celebration, through public and private institutions, of that city as the stage of social ascension through economic purchasing power. In this regard, the historiography of the Company highlights its importance in the projection of the São Paulo metropolis as the center of Brazilian modernity, but it was also a place of profound social inequalities, which questioned what the modernity of the São Paulo metropolis meant. 1950s, constituting an ideological movement in which nationality and identity characterized the patterns of local entrepreneurship, which had produced institutions of culture and knowledge to self-label the holders of progress and development in the country.

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  • MAIARA SILVA ARAÚJO
  • TROPAS PAGAS E ORDENANÇAS: PERFIL SOCIAL DOS MILITARES DA CAPITANIA DO RIO GRANDE (SÉCULOS XVII-XIX)

  • Orientador : HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCIS ALBERT COTTA FORMIGA
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • Data: 02/09/2019

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  • Examina o ingresso de sujeitos mestiços na administração militar da Capitania do Rio Grande, com ênfase naqueles que residiram na Ribeira do Seridó, sertões da Capitania do Rio Grande, entre os séculos XVII, XVIII e XIX. Para tanto, discute, também, o perfil quantitativo dos colonos que ingressaram na administração militar do Rio Grande para, assim, entender qual foi o lugar ocupado pelo colono mestiço na administração militar desse espaço em relação aos demais que eram de qualidade branca, indígena e negra. Em consonância com isso, investiga o processo de institucionalização da administração militar na Capitania do Rio Grande e salienta as dificuldades presentes no serviço militar regular desse território colonial. A presente análise envolve, também, o papel da instituição militar no processo de territorialização da Ribeira do Seridó, que teve como primeiro marco territorial e institucional, em meio ao processo de interiorização da atuação lusitana na América, uma estrutura de caráter militar: a Casa Forte do Cuó, edificada entre os anos de 1686 e 1687, salientando, desse modo, a relação existente entre esta instituição administrativa e o processo de construção de territórios coloniais no contexto em análise. Metodologicamente, tomou como base o intercurso de escalas, discutido pelo historiador francês Jacques Revel, onde o macro (Capitania do Rio Grande) e o micro (Ribeira do Seridó) espaços se encontram no intento de abordar o papel da administração militar no processo de territorialização da Ribeira do Seridó, bem como da composição social dos corpos militares existentes na Capitania do Rio Grande. Em termos documentais, tem como fundamento fontes militares (assentamentos de praça), paroquiais (registros de batismo, matrimônio e óbito) e judiciais (inventários post-mortem e cartas de alforrias) referentes ao recorte espaço-temporal citado e que são examinadas através de um cruzamento de dados e das metodologias quantitativa, serial e qualitativa. O trabalho possibilita preencher lacunas historiográficas no que concerne à existência de pesquisas que discutam a administração militar na Ribeira do Seridó e na própria Capitania do Rio Grande, tendo como foco a atuação de sujeitos mestiços nesse âmbito da administração colonial


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  • This examines the admission of “mestiços” (mixed race) individuals into the Captaincy of Rio Grande’s military administration, with an emphasis on the ones who resides in Ribeira do Seridó, in the backlands of Captaincy of Rio Grande’s riverside, between the 17th, the 18th, and the first years of the 19th centuries. To do that, it also discusses the quantitative profile of the settlers who took on roles in the Rio Grande military administration, in order to therefore make sense of the role reserved for “mestiços” in the aforementioned space in comparison to others qualified as white, black, or indigenous individuals. In consonance with this, it also investigates the institutionalization process of the military administration in the Captaincy of Rio Grande and underlines the difficulties involved with the military service in this colonial territory. This analysis also includes the role of the military institution in the process of territorialization of Ribeira do Seridó, which had a military structure as its first territorial and institutional landmark, in between the Lusitanian efforts to expand towards the American countryside: the Casa Forte do Cuó (“Cuó Stronghold”), built between 1686 and 1687, furthermore highlighting the existing relationship between this administrative institution and the construction of colonial territory in the analyzed context. Methodologically, this has taken into consideration the play of scales, as discussed by French historian Jacques Revel, in which macro (the Captaincy of Rio Grande) and micro (Ribeira do Seridó) spaces meet to make it possible to approach the military administration’s role in territorializing Ribeira do Seridó, as well as the social composition of the military corps then existent in the Captaincy of Rio Grande. In terms of documentation, this is supported by military (assignments of army personnel), parochial (baptism, marriage and death registries), and judicial (post-mortem inventories) sources, determined by the aforementioned temporal-spatial outline and submitted to data crossexamination, as well as to quantitative, serial and qualitative analyses. This work makes it possible to fill in some of the historiographic gaps in terms of research concerning the military administration in Ribeira do Seridó and in the Captaincy of Rio Grande itself, focusing on the role of “mestiços” within that field of colonial administration

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  • CLAUDIO CORREIA DE OLIVEIRA NETO
  • “O REINO DE DEUS NO CORAÇÃO DOS HOMENS”: O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO POLÍTICA DA ARQUIDIOCESE DE NATAL (1972-1977)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÂNDIDO MOREIRA RODRIGUES
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 02/09/2019

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  • A Arquidiocese de Natal após a Segunda Guerra Mundial começa a despontar no cenário regional, nacional e internacional como celeiro de uma experiência progressista que influencia todo o pensamento católico. O Movimento de Natal (1943-1989) é uma das primeiras iniciativas da Igreja no enfrentamento prático das desigualdades socais e um novo modelo de Igreja estava sendo teorizado e praticado, uma cosmovisão que estava atrelada ao espaço que foi gerado e que orientava as ações dos sujeitos, incluindo às de cunho político. O Golpe de 1964 aumenta a repressão sobre o Movimento de Natal, o que só fez com que ele aproximasse cada vez mais de outros grupos também reprimidos, notadamente os de tendências marxistas. A partir do período que se inicia no Concilio do Vaticano II (1962) e é reforçada com a 2ª Conferência Geral do Episcopado Latino Americano em Medellín (1968), a opção pela justiça social, a sua guinada à esquerda se torna mais explícita. Neste contexto, a Arquidiocese de Natal realiza um esforço visando traduzir nos esforços do Movimento de Natal as ideias desenvolvidas no Concílio do Vaticano II e na Conferência de Medellín, expressando-as na criação do Programa de Educação Política (PEP). A pesquisa que aqui propomos é utilizar o PEP como um estudo de caso na intenção de perceber a recepção do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medellín a partir da colusão entre marxismo e catolicismo e os seus efeitos na vida dos católicos da zona rural da Arquidiocese de Natal. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.


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  • X

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  • PEDRO FILIPE BARROS OLIVEIRA
  • OS ARQUITETOS DA NEOCRISTANDADE: ANÁLISE DA ATUAÇÃO DE INTELECTUAIS CATÓLICOS E LEIGOS COMO PLANEJADORES E CONSOLIDADORES DO ESPAÇO SOCIAL CATÓLICO CENTRADO NO RIO DE JANEIRO (1930 – 1935)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • CÂNDIDO MOREIRA RODRIGUES
  • Data: 03/09/2019

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  • O objetivo desta dissertação é analisar a constituição e consolidação do espaço social católico brasileiro centrado na cidade do Rio de Janeiro na década de 1930, bem como a reestruturação social e política da Igreja Católica brasileira realizada por meio do projeto da Neocristandade encabeçado por dom Sebastião Leme. Para tanto, escolhemos como recorte temporal o período compreendido entre 1930 – 1935, pois, entendemos ser um momento estratégico para compreender a atuação e as estratégias da Igreja, que buscava reconstruir suas relações com o Estado, abaladas desde que a Constituição de 1891, de tendência positivista, oficializou o rompimento entre a Igreja e o Estado. Diante dessa nova realidade a Igreja costurou novos acordos e traçou novos planos de atuação, como a criação da Liga Eleitoral Católica, que concedendo o apoio da Igreja aos candidatos que se propusessem a defender seus interesses, ajudou a eleger uma série de deputados que se tornaram defensores dos interesses católicos no âmbito da Assembleia Constituinte de 1933. Atrelado a isto, buscamos acompanhar a trajetória de alguns importantes agentes católicos, em grande medida responsáveis por dirigir, coordenar e difundir os projetos da Igreja na primeira metade da década de 1930, em consonância com os princípios trazidos pela encíclica do papa Pio XI Ubi arcano Dei consilio, de 1922, que estimulava os católicos a sair do âmbito privado e trabalhar em prol da construção de uma sociedade cristã. Nesse sentido, nos interessa, sobretudo, as trajetórias de dom Sebastião Leme, um dos mais destacados personagens católicos do século XX, líder do projeto da Neocristandade e organizador da LEC; dom José Pereira, bispo de Niterói e diretor da Editora Vozes de Petrópolis, foi responsável pela publicação de importantes livros católicos, os quais serviram à ‘Boa Imprensa’ e, por fim, o norte-riograndense padre José Cabral, editor chefe do jornal “A Cruz”, órgão da Arquidiocese do Rio de Janeiro e da Confederação Católica, que, sendo um dos principais periódicos católicos do período, foi responsável por conferir voz aos mais destacados intelectuais católicos, especialmente os laicos, engajados na construção do discurso anticomunista católico. O padre J. Cabral destacou-se ainda como um escritor ligado ao reacionarismo católico, publicando as obras Conceitos e Factos e A Miragem Soviética, exemplos dessa vertente de sua produção, como iremos explicitar ao longo do trabalho. O jornal ‘A Cruz’, os Anais da Assembleia Constituinte de 1933 e os livros do padre J. Cabral supracitados se constituem como as principais fontes desse trabalho. Teoricamente destacam-se as contribuições de Pierre Bourdieu, Edward Shils e Renato Amado Peixoto, escritores que fundamentam as discussões referentes à atuação espacial da Igreja e as relações entre os campos político e religioso.


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  • The aim of this dissertation is to analyze the constitution and consolidation of the Brazilian Catholic social space centered in the city of Rio de Janeiro in the 1930s, as well as the social and political restructuring of the Brazilian Catholic Church carried out through the project of Neo-Christianity headed by Dom Sebastião Leme. To this end, we chose as a time frame the period from 1930 - 1935, because we believe it to be a strategic moment to understand the Church's actions and strategies, which sought to reconstruct its relations with the state, shaken since the Constitution of 1891 made it official and made, also, the rupture between church and state. Faced with this new reality, the Church made new agreements and drafted new plans of action, such as the creation of the Catholic Electoral League, which by granting Church support to candidates who would defend their interests, helped elect a number of deputies who would became defenders of Catholic interests within the Constituent Assembly of 1933. In connection with this, we seek to follow the trajectory of some important Catholic agents, largely responsible for directing, coordinating, and disseminating Church projects in the first half of the 1930s. In keeping with the principles of Pope Pius XI's encyclical Ubi arcano Dei consilio, of 1922, which encouraged Catholics to leave the private realm and work to build a Christian society. In this sense, we are interested, above all, in the trajectories of Archbishop Sebastião Leme, one of the most outstanding Catholic characters of the twentieth century, leader of the Neo-Christianity project and organizer of the Catholic Electoral League; Bishop José Pereira, bishop of Niterói and director of the Vozes de Petrópolis Publishing House, was responsible for the publication of important Catholic books, which served the Boa Imprensa and, finally, Father José Cabral, editor-in-chief of the newspaper A Cruz, organ of the Archdiocese of Rio de Janeiro and the Catholic Confederation, which, being one of the leading Catholic periodicals of the period, was responsible for giving voice to the most outstanding Catholic intellectuals, especially the laity, engaged in the construction of Catholic anti-communist discourse. Father J. Cabral also stood out as a writer linked to Catholic reactionary, publishing the works Conceitos e Factos and A Miragem Soviética, examples of this aspect of his production, as we will explain throughout the work. The newspaper A Cruz, the Proceedings of the 1933 Constituent Assembly, and the above mentioned Father J. Cabral's books constitute the principal sources of this work. Theoretically, we highlight the contributions of Pierre Bourdieu, Edward Shils and Renato Amado Peixoto, writers who base the discussions regarding the Church's spatial performance and the relations between the political and religious fields.

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  • ARTHUR FERNANDES DA COSTA DUARTE
  • VENDENDO PASSADOS: CONSTRUÇÕES DE ANGOLA A PARTIR DA OBRA DE JOSÉ EDUARDO AGUALUSA (1996–2013)

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBERTO VECCHI
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • Data: 09/09/2019

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  • O presente trabalho busca compreender o modo pelo qual o espaço nacional em Angola foi construído e/ou descontruído a partir da obra do romancista angolano José Eduardo Agualusa (1960-). Agualusa é um dos mais importantes romancistas da atualidade, e sua obra é publicada em dezenas de países ao redor do mundo, mostrando como seu alcance e força dentro do campo literário e, para além dele, é grande. A literatura é forte arma na direção de construção das nações e de suas respectivas identidades nacionais, atuando como fator importante na operação de imaginar a nação enquanto comunidade, podendo inclusive construir geografias a partir de suas linhas. É nessa perspectiva que o trabalho busca compreender o modo pelo qual a nação angolana foi imaginada e sua geografia traçada dentro do corpus literário de um de seus mais proeminentes escritores, e como esse espaço entra em conflito ou se aproxima de outras formulações da nação, como as dos intelectuais próximos ao partido dirigente, o MPLA, como de outros intelectuais e literatos. Busca-se analisar os romances Estação das Chuvas, publicado em 1996, O Vendedor de Passados, publicado em 2004, Barroco Tropical, publicado em 2009, e Teoria Geral do Esquecimento, publicado em 2012. E a partir da leitura dessas obras e do cotejamento com outras fontes e produções que tratem do período, compreender como os temas da memória, do esquecimento, da história e da identidade contribuem para a construção do espaço nacional angolano e como José Eduardo Agualusa é ator nesse cenário.


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  • This work seeks to understand how the national spaceness in Angola was constructed and/or desconstructed throught the works of angolan writer José Eduardo Agualusa (1960-). Agualusa is one of the most important novelists of today Angola, and his works is published in dozen of countries around the world, showing how the range and the strength of his work in the literary field is huge. Literature is a strong weapom in the construction of the nations and their rescpective national identities, acting as a important factor in the act of imagine the nation as a comunity. Literary works can, also, build geographies from his lines. That’s the perspective which this work seeks to understand how the nation of Angola was imaginated and her geography delinead in the literary corpus of one of the most proeminent writers, and how this space conflicts or approaches of another formulation of the Angolan nation, like the perspective of intellectuals close to the leading party, the MPLA, or the views of another intellectuals and literary artists. It seeks to analyze the novels Estação das Chuvas, published in 1996, O Vendedor de Passador, published in 2004, Barroco Tropical, published in 2009, and Teoria Geral do Esquecimento, published in 2012. And from the reading of these works and the comparison with other sources and productions dealing with the period, understand how the themes of memory, the forgetfulness, history and identity contribute to the construction of the Angolan national space and how José Eduardo Agualusa is an actor in this scenario.

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  • RENNO ALLESY VERAS DE SENNA OLIVEIRA
  • QUANDO ME DEDIQUEI À CONSTRUÇÃO MENTAL E MORAL DA PÁTRIA: A TRAJETÓRIA DE JOSÉ AUGUSTO BEZERRA DE MEDEIROS EM PROJETOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO (1915-1921)

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • SURAMA CONDE SÁ PINTO
  • Data: 20/09/2019

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  • Este trabalho teve como objetivo a reconstituição da trajetória de José Augusto Bezerra de Medeiros (1884-1971) em projetos nacionais de educação entre 1915-1921. Entende-se que essa trajetória possuiu três momentos. Em um primeiro instante, o personagem fez da educação o seu objetivo de vida, passando-se a apresentar perante a opinião pública como especialista em assuntos pedagógicos e como defensor da educação. No segundo momento, percebe-se as suas estratégias de inserção, bem como a sua atuação, em projetos nacionais de educação. A atuação em questão foi marcada pelas tensões entre os seus anseios pessoais para o ensino do país e os limites impostos por outros integrantes desses projetos as suas pretensões. A partir dessas tensões, os seus projetos foram negociados, sofreram acomodações e passaram por modificações. O terceiro momento diz respeito a uma prolongação da trajetória analisada. Trata-se do processo de construção da memória de José Augusto como pioneiro educacional a partir de certas imagens gestadas durante sua atuação nos projetos nacionais de educação. Analisou-se como ele, bem como os seus parentes e amigos, contribuíram para esse prolongamento que lhe garantiu o posto de herói da educação brasileira. O recorte temporal proposto leva em consideração o ingresso de José Augusto na Câmara dos Deputados, instante que, segundo suas palavras, passou a se dedicar à construção mental e moral da nação (PEREIRA, 1982; p-243) e a sua participação na Conferência Interestadual de Ensino Primário (1921), o último projeto nacional de educação que ele atuou. Em termos gerais, o corpus documental mobilizado nesta pesquisa é composto por parte da produção do personagem — discursos e projetos parlamentares — periódicos, livros, programas de agremiações, atas institucionais e relatórios governamentais. Do ponto de vista teórico-metodológico, o trabalho se apoia, principalmente, nos conceitos de rede de funções (ELIAS, 1994), enquadramento de memória e memória subterrânea (POLLACK, 1989) e na noção de cultura (GINZBURG, 2006).


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  • This work aimed to reconstruct the trajectory of José Augusto Bezerra de Medeiros (1884-1971) in national education projects between 1915-1921. It is understood that this trajectory had three moments. At first, the character made education as his goal of life, presenting himself to the public opinion as a specialist in pedagogical subjects and as a defender of education. In the second moment, we can perceive their insertion strategies, as well as their performance in national education projects. The performance in question was marked by the tensions between his personal yearnings for the country's education and the limits imposed by other members of these projects on his claims. From these tensions, their projects were negotiated, accommodated and underwent modifications. The third moment concerns an extension of the trajectory analyzed. This is the process of building the memory of José Augusto as an educational pioneer based on certain images created during his performance in national education projects. It was analyzed how he, as well as his relatives and friends, contributed to this extension that guaranteed him the position of hero of brazilian education. The periodization proposed takes into account José Augusto's entry into the Câmara dos Deputados, a moment that, according to his words, he began to dedicate himself to the mental and moral construction of the nation (PEREIRA, 1982; p-243) and his participation in the Conferência Interestadual de Ensino Primário (1921), the last national education project that he attended. In general terms, the documentary corpus mobilized in this research is composed of the production of the character - speeches and parliamentary projects - periodicals, books, association programs, institutional minutes and government reports. From a theoretical and methodological point of view, the work is mainly based on the concepts of network of functions (ELIAS, 1994), framing of memory and underground memory (POLLACK, 1989) and the notion of culture (GINZBURG, 2006).

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  • FRANCIMAGDA ALMEIDA AVELINO
  • IMAGENS CRISTÃS NA ANTIGUIDADE TARDIA: Mídias de identidade religiosa e memória cultural (séc. III-IV)

  • Orientador : LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIRAN DOS SANTOS BORGES DE OLIVEIRA
  • GILVAN VENTURA DA SILVA
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • Data: 26/09/2019

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  • O desenvolvimento do cristianismo foi um processo marcado por encontros culturais e assimilações que, gradativamente, promoveram a formação identitária da religião, tendo essas condições manifestado-se através de produções imagéticas articuladas às experiências espaciais. Partindo dos pressupostos da historiografia cultural, bem como das contribuições dos estudos visuais, esta dissertação propõe uma análise de um conjunto de imagens cristãs, produzidas entre os séculos III e IV em catacumbas romanas, como mídias de identificação religiosa e de memória cultural. Em um primeiro momento, buscaremos contextualizar o desenvolvimento do cristianismo e, portanto, discutir a respeito das origens judaica e gentílica da crença. Em seguida, trataremos sobre as experiências espaciais dos cristãos nos ambientes funerários onde as imagens foram produzidas, dando ênfase aos cruzamentos culturais atuantes nessas relações. E, por fim, analisaremos as imagens cristãs focando em seus temas, significados, inserção nos debates bíblico e teológico e articulação espacial. Nesse movimento, apreciamos tais imagens em três tipos de relação: articuladas ao espaço e ao tempo; vinculadas aos princípios cristãos e inseridas em uma contiguidade histórica


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  • The development of christianism was a process marked by cultural encounters and assimilations that gradually promoted an identity formation of the religion, having these conditions manifested through imagery productions articulated to the space experience. Based on the assumptions of cultural historiography, as well as the of visual studies, this dissertation is an analysis of a set of christian images, produced between the 3rd and 4th centuries in Roman catacombs as identification media religious and cultural memory. Firstly, we will seek to contextualize the development of christianism and therefore discuss the Jewish and Gentile origins of belief. We will then discuss about the spatial experience of the christians on the burial grounds where the images were produced, emphasizing the cultural crossings active in these relationships. And finally, we'll look at christian images focusing on their themes, meanings, participate in the biblical and theological debates and spatial articulation. In this movement, we appreciate these images in three relationship categories: articulated to space and time; linked to the christian principles and inserted in a historical contiguity.

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  • JEAN- PIERRE MACEDO DANTAS DE MORAIS
  • UM RIO GRANDE DO NORTE A SER ENSINADO: A TRAJETÓRIA DO ENSINO DE HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE (1892-1925)

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CIRCE MARIA FERNANDES BITTENCOURT
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 27/09/2019

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  • O presente trabalho tem como proposta construir a trajetória do ensino de história do Rio Grande do Norte durante o recorte cronológico estabelecido entre 1892 e 1925, anos da promulgação da primeira lei de ensino do estado e da proposta de utilização do primeiro livro de História nos Grupos Escolares do Rio Grande do Norte, respectivamente. O objetivo é compreender como a disciplina foi ensinada nas escolas e como atuou na formação dos novos cidadãos dentro do ideário político republicano. Nesse sentido, este trabalho busca identificar os principais conteúdos, a produção didática e a recepção de uma história potiguar, tanto pelos docentes quanto pelos discentes dos ensinos primário. Para isso, as fontes consultadas serão os Regimentos Internos dos Grupos Escolares do Rio Grande do Norte e das Escolas Isoladas; as Falas dos Governadores do Estado; os relatórios dos Diretores da Instrução Pública e do Departamento de Educação; Leis gerais e estaduais de ensino; Livros de História do Rio Grande do Norte; a Revista Pedagogium, da Associação de Professores do estado do Rio Grande do Norte; os periódicos A República e A Imprensa. Do ponto de vista conceitual, o trabalho está ancorado, entre outros, nos conceitos de cultura escolar, currículo e disciplina escolar, propostos por Dominique Julia, Ivor Goodson e André Chervel, respectivamente. Tais conceitos serão operacionalizados no intuito de entender a lógica que garantiu a instituição e permanência dessa disciplina no currículo escolar durante esse período. Quanto ao método, o trabalho direciona-se a responder três indagações: Como surgem as primeiras preocupações em construir uma história do Rio Grande do Norte para os ensinos primário e secundário; como a disciplina deveria ser ensinada; como o estado era abordado nos livros indicados pelo Departamento de Educação.


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  • The present study aims to investigate the contribution of Rio Grande do Norte’s History as an academic subject in Rio Grande do Norte’s schools during the First Brazilian Republic, with the intention of identifying the transformations e continuities on the matter during this brief republican experience. The purpose is to understand how the subject had been approached on schools in the formative process of the new citizens in the context of the republican ideology. In this sense, this work aims to identify the main topics, the created educational material and how teachers, as well primary and secondary students, received this theme. Therefore, the sources for this research are the program’s content and topics, the Provincial Presidents’ speeches, and the reports made by the directors of state’s department of education. The study uses the idea of school culture, curriculum and school subject as Dominique Julia, Ivor Goodson and André Chervel proposed, respectively, for its theoretical basis. These conceptions will be operationalized aiming to understand the logic behind the continuity of the referred subject on school’s program during that period. About the method, this work will be divided in three chapters. In the first chapter I’ll write about when the politicians recognized the importance about teach the local history; In the second chapter I will deal with what images were transmitted about the state; Finally, I will deal with how this school subject should be taught in the perspectives of the social actors involved

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  • JANAINA PORTO SOBREIRA
  • CIDADE COM ROSTO DE MULHER: A TRAJETÓRIA DO MOVIMENTO DE MULHERES/FEMINISTA EM NATAL [1978 – 1989]

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA RITA FONTELES DUARTE
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • ROZELI MARIA PORTO
  • Data: 07/10/2019

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  • O trabalho tem como objetivo desenvolver uma análise do que foi o movimento feminista e de mulheres em Natal no período entre 1978 a 1989, período que se justifica pela criação a partir do Centro da Mulher Natalense – CMN, até a criação do Grupo Autônomo de Mulheres – GAM. Considerou-se importante compreender de que forma esses grupos foram se organizando na cidade dentro de um movimento classificado em duas frentes: o de feministas e o de mulheristas. Ambos operacionalizam noções ora próximas, ora distantes na luta de reivindicações por políticas públicas na cidade em pelo menos dois eixos teóricos e metodológicos: busca de equipamentos urbanos nas áreas de habitação, saúde, trabalho, segurança e, de maneira geral, na formulação de projetos que pudessem oferecer suporte na realidade de mulheres em situação de vulnerabilidade; e busca de direitos que contemplassem autonomia das mulheres no campo dos direitos sexuais, reprodutivos, violência doméstica, aborto, maternidade, direitos democráticos, dentre outros. O papel dos movimentos sociais urbanos tem se mostrado um campo frutífero na investigação das relações entre sociedade civil e Estado. Durante a Ditadura Civil Militar esses grupos criaram novas identidades e conseguiram se inserir como protagonistas no período em que as vias democráticas estavam suspensas. Foi diante deste cenário que o movimento feminista e de mulheres impulsionaram novos sentidos na agenda política do país. As mulheres começavam a questionar os papéis tradicionais de suas vidas fazendo com que muitas delas se lançassem nas lutas antiautoritárias e por questões básicas de cidadania e bem-estar social. A década de 1980 foi um campo de iniciativas por parte de feministas que vinham das universidades, mas também foi um período marcado por lutas de mulheres nas bases populares. Partindo dos pressupostos do historiador Alessandro Portelli, autor que trabalha com o sentido de valorização de subjetividades pelos quais os sujeitos passaram em determinados períodos, o trabalho se ancorou na metodologia da História Oral como possibilidade de investigação histórica valorizando as narrativas das militantes em Natal. A análise dos objetos foi viabilizada pelo arcabouço documental que contempla: Entrevistas com 10 colaboradoras; obra da socióloga Maria Rizolete Fernandes; estatutos; cartas de princípios; matérias de jornais de circulação na cidade; dados estatísticos retirados do IBGE, IPEA e SEMURB, dentre outras fontes.


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  • FELIPE HENRIQUE CADÓ SALUSTINO
  • BARTOLOMÉ DE LAS CASAS: UMA BREVÍSSIMA NARRATIVA DA NATUREZA, DOS SUJEITOS E DOS ESPAÇOS DO NOVO MUNDO

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • RODRIGO FAUSTINONI BONCIANI
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • Data: 05/11/2019

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  • Este trabalho se propõe analisar a biografia e narrativas de Bartolomé de Las Casas, concentrando em perceber aspectos da formulação de seu discurso, sua estrutura e como sua propagação tem o resultado de produzir uma imagem acerca do Novo Mundo no século XVI. O argumento a ser defendido sustenta-se, fundamentalmente, na análise da fonte: Brevísima relación de la destruición de las Indias. Neste recorte, analisamos a representação da alteridade, os mecanismos da escrita sobre o Outro e a propagação desses discursos no período. Las Casas, em seu texto, apresenta um processo de decodificação, desvio sistemático e mecanismo de tradução para que a Europa compreenda a representação sobre as Índias Ocidentais. Neste aspecto, tornou-se possível produzir um estudo que analise a constituição do Novo Mundo narrado pelo dominicano a partir dos reflexos de sua visão eurocêntrica sobre o dado território. Sendo esta uma visão produzida a partir do real, o contato proporcionado pela colonização espanhola produziu um encobrimento do Outro, pois, Las Casas produz em seus escritos um espaço diferenciado ao caracterizar a descoberta por Colombo com caracteres essencialmente europeias. 


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  • This work aims to analyze the biography and narratives of Bartolomé de Las Casas, concentrating on perceiving aspects of the formulation of his discourse, its structure and how its propagation has the result of producing an image about the New World in the 16th century. The argument to be defended is based, fundamentally, on the analysis of the source: Brevísima relación de la destruición de las Indias. In this section, we analyze the representation of otherness, the mechanisms of writing about the Other, and the propagation of these discourses in the period. Las Casas, in its text, presents a process of decoding, systematic deviation and translation mechanism for Europe to understand the representation on the West Indies. In this regard, it became possible to produce a study analyzing the New World constitution narrated by the dominican from the reflections of his eurocentric vision on the given territory. Being this a vision produced from the real, the contact provided by the Spanish colonization produced a "cover-up" of the Other, because, Las Casas produces in its writings a differentiated space when characterizing the discovery by Colombo with essentially european characteristics. 
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  • LUCICLEIDE DA SILVA ARAÚJO
  • O Corpo em Cena: o feminino trágico no espaço ateniense (século V. a.C.).

  • Orientador : LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MARTA MEGA DE ANDRADE
  • Data: 16/12/2019

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  • Neste trabalho, analiso o corpo feminino no contexto do teatro grego antigo a partir de personagens e contextos das peças produzidas na pólis grega no século V a.C. O discurso sobre o corpo feminino é acessado na poiesis trágica de Eurípides (Δὐξηπίδεο - c. 480 a.C.- 406 a.C.) em peças do gênero trágico apresentadas nas Dionisíacas Urbanas no espaço ateniense entre 431 e 414 a.C.: Medeia (Μήδεηα), Hécuba (἗θάβε) e Electra (Ἠιέθηξα). Busco compreender como o poeta ateniense constrói os espaços de atuação relacionados ao feminino e a expressão do corpo dessas heroínas trágicas. Intento perceber como os corpos dessas personagens femininas são observados, ouvidos, expressados e narrados no logos trágico do poeta ateniense. Para historicização do corpo feminino, e das expressões do feminino na poética euripidiana, priorizo elementos que auxiliam na decodificação e percepção das vozes e presença das mulheres na narrativa trágica: as lamentações (ζξῆλνο, thrênos), silêncios (ζησπήο, siopis), transgressão (ὕϐξηο, hýbris) e movimentos (θίλεζηο/ kinesis). A percepção dessa experiência mítica do feminino, e do corpo feminino, é acessada a partir do conceito de Espaço Feminino (Female Space), de Aspasia Skouroumouni Stavrinou (2010). A experiência de corpo que é atrelado ao feminino nestes espaços, as formas de subjetividade que produzem este corpo, que cria (m) essas identidades sobre este corpo, enquanto experiências subjetivas, entendo que perpassam pela linguagem. Meu propósito é observar como este corpo feminino é apresentado nestes discursos no que diz respeito aos espaços de atuação dessas mulheres e o modo como são narrados seus corpos, gestos e ações na poética trágica. 

     


  • Mostrar Abstract
  • In this work I analyze the female body in the context of ancient Greek theater from the characters and contexts of the plays produced in the Greek polis in the 5th century BC. The discourse on the female body is accessed in Euripides' tragic poiesis (Δὐξηπίδεο - c. 480 - 406 BC) in tragic plays presented in The City Dionysia in the Athenian space between 431 and 414 BC: Medea (Μήδεηα), Hecuba (἗θάβε) and Electra (Ἠιέθηξα). I seek to understand how the Athenian poet builds the spaces related to the female and the expression of the body of these tragic heroines. I intend to understand how the bodies of these female characters are observed, heard, expressed and narrated in the tragic logos of the Athenian poet. To historicize the female body and the expressions of the female in Euripidian poetics, I prioritize elements that aid in the decoding and perception of women's voices and presence in the tragic narrative: the lamentations (ζξῆλνο, thrênos), silences (ζησπήο, siopis), transgression (ὕϐξηο, hýbris) and motions (θίλεζηο / kinesis). The perception of this mythical female experience and the female body is accessed from the concept of Aspasia Skouroumouni Stavrinou's Female Space (2010). The body experience that is linked to the female in these spaces, the forms of subjectivity that produce this body, which creates these identities about this body, as subjective experiences, I understand that permeate the language. My purpose is to observe how this female body is presented in these discourses regarding the spaces of action of these women and the ways in which their bodies, gestures, actions in tragic poetics are narrated.

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  • FELIPE AIALA DE MELLO
  • IDENTIDADES E ESPAÇOS: AS REPRESENTAÇÕES DE CLEÓPATRA E DO EGITO EM VIDA DE ANTÔNIO, DE PLUTARCO

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA SILVA
  • Data: 17/12/2019

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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar as representações de Cleópatra e do Egito forjadas por Plutarco na obra Vida de Antônio. Na biografia do general romano, Plutarco acaba por imprimir sua visão a respeito da rainha do Egito e do Oriente. Ao falar de um lugar ideologicamente marcado, sob o ponto de vista de um cidadão de uma pólis grega (Queroneia) que viveu sob o domínio romano, Plutarco (re)configura fatos, dados, enfim, a própria história, com uma escrita de cunho biográfico, documental e histórico e, ao mesmo tempo, estrategicamente, dramática, teatral, emocionada e moralizante. Esta pesquisa pretende mostrar que Plutarco, ao compor a imagem identitária de Cleópatra e a representação do Egito, o faz sob uma perspectiva imperialista e orientalista, coadunando com a visão romana dos fatos (re)tratados. As principais categorias analíticas utilizadas na consecução desta dissertação são imperialismo, orientalismo, romanização e representação/identidade. O instrumental teórico, assim como os autores e textos selecionados, oferece as bases epistemológicas necessárias para fundamentar os procedimentos analíticos e permite desenvolver pontos de vista sobre o corpus escolhido. A metodologia utilizada na análise baseia-se na forma tradicional do trabalho do historiador, qual seja, a das críticas internas e externas das fontes, aliada à análise de conteúdo. Vemos que Plutarco, a partir de dicotomias opositivas estereotipadas sustentadas por ideologias moralistas e moralizantes, subjuga a rainha do Egito e o Oriente, em prol de uma suposta superioridade baseada em uma hierarquização cultural e moral, em sintonia com a propaganda romana. 


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  • RESUME Cette dissertation a pour objectif d'analyser les représentations de Cléopâtre et de l'Egypte forgées par Plutarque dans l'œuvre Vie d’Antoine. Dans la biographie du général romain, Plutarque enregistre sa vision de la reine d'Égypte et de l'Orient. Parlant d'un lieu idéologiquement marqué, du point de vue d'un citoyen d'une polis grecque (Chéronée) qui vivait sous l'autorité romaine, Plutarque ré-configure les faits, les données, enfin, l'histoire elle-même, avec une écriture biographique, documentaire et historique et, en même temps, stratégiquement, dramatique, théâtral, émotionnel et moralisant. Cette recherche a pour but de montrer que Plutarque, lorsqu’il compose l’image identitaire de Cléopâtre et la représentation de l’Égypte, le fait dans une perspective impérialiste et orientaliste, conformément à la conception romaine des faits ré-traités. Les principales catégories d'analyse utilisées dans la réalisation de cette dissertation sont l'impérialisme, l'orientalisme, la romanisation et la représentation / identité. L'instrument théorique, ainsi que les auteurs et les textes sélectionnés, offrent les bases épistémologiques nécessaires pour soutenir les procédures analytiques et permettent de développer des points de vue sur le corpus choisi. La méthodologie utilisée dans l'analyse est basée sur la forme traditionnelle du travail de l'historien, à savoir la critique interne et externe des sources, associée à l'analyse du contenu. Nous voyons que Plutarque, à partir de dichotomies d’opposition stéréotypées soutenues par des idéologies moralistes et moralisatrices, soumet la reine d’Egypte et d’Orient à la supériorité supposée fondée sur une hiérarchie culturelle et morale, en accord avec la propagande romaine. 

2018
Dissertações
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  • ABIMAEL ESDRAS CARVALHO DE MOURA LIRA
  • “UM IMPÉRIO DE PAPEL”: Um histórico do ofício de escrivão da Câmara do Natal (1613-1759)"

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • LIGIO JOSE DE OLIVEIRA MAIA
  • ROBERTA GIANNUBILO STUMPF
  • Data: 26/01/2018

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  • Esta dissertação analisa o ofício de escrivão da Câmara do Natal e a função desempenhada por estes oficiais na administração burocrática do Império português, com a finalidade de compreender a sua atuação e seu papel de intermediários nas relações entre o reino – centro – e a Capitania do Rio Grande – periferia. As balizas temporais justificam-se, na medida em que, no ano de 1613, D. Filipe II ordenou que fossem estabelecidos os ‘modos de governo’ na Capitania do Rio Grande, criando uma câmara com seus respectivos oficiais, e, entre eles, o ofício de escrivão dessa edilidade. Findou-se a análise em 1759, quando por ordem do Marquês de Pombal, elevaram-se os aldeamentos indígenas existentes no Rio Grande à categoria de vilas, resultando na criação de novas câmaras, com seus respectivos escrivães concelhios, que possuíam outro perfil. Utilizou-se os Livros de Cartas e Provisões do Senado da Câmara do Natal e os Livros de Termos de Vereação dessa instituição; bem como, os registros paroquiais da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação; os Documentos Históricos, da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; os Documentos Avulsos e o Livro de Registro de Consultas Mistas, do Arquivo Histórico Ultramarino – disponíveis online. Serviu-se também do Livro de Registro Geral de Mercês de D. Pedro II e dos Processos do Tribunal do Santo Ofício de Évora, sob a guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, também online. Esses conjuntos documentais foram analisados com um cruzamento intensivo de dados, baseado nos métodos indiciário e onomástico, sob a perspectiva da relação centro e periferia. A partir disso, investigou-se a emergência do ofício de escrivão da câmara nas Ordenações do Reino, atentando-se para as transformações que esse ofício passou, nas diferentes conjunturas geopolíticas enfrentadas pela Coroa Lusitana. Procedeu-se a esse estudo a fim de se perceber como as especificidades locais e regionais ditaram as demandas pela criação das câmaras municipais em alguns pontos da América portuguesa e como isto se relacionava com o ofício de escrivão. Averiguou-se as práticas dos escrivães da Câmara do Natal, confrontando-as às prescrições estabelecidas pelas Ordenações Filipinas. E, por meio disso, aclarou-se o papel de broker – espécie de intermediário – desempenhado pelos escrivães camarários do Natal nas redes institucionais de circulação de informações pelo Império, nos níveis intracapitania, intercapitanias e transcontinental. Estabeleceu-se o perfil social e econômico dos agentes providos na escrivania concelhia do Natal, com o propósito de compreender a representatividade desses oficiais na sociedade local. Discutiu-se o caráter venal desse ofício, interligando-os às polêmicas e controvérsias dessa prática para a Coroa portuguesa. E estabeleceu-se, por fim, a trajetória emblemática de ascensão social de Bento Ferreira Mouzinho, – português, criminoso e fugitivo –, que foi escrivão da Câmara do Natal durante dezessete anos, chegando a assumir, posteriormente, o ofício de provedor da Real Fazenda do Rio Grande e juiz de órfãos da Capitania de Itamaracá. Ao fim e ao cabo, percebeu-se que o processo de conquista/colonização também passava pelo ofício de escrivão da Câmara do Natal, sobretudo diante da mobilidade dos agentes que foram providos nesse ofício. Soma-se a isso, a importância do escrivão concelhio como intermediário entre o universo letrado e o iletrado, assim como para a comunicação interinstitucional no Império. Por fim, compreendeu-se o caráter estratégico desse ofício no contexto da geopolítica local, verificada na disputa pelo domínio hegemônico da escrivania por algumas famílias.


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  • This dissertation analyzes the role of scrivener of the Assembly of Natal and the function developed for these officers in the bureaucratic administration of the Portuguese Empire, for the purpose of understanding their operation and their role as intermediaries in the relation between reign - center - and the Captaincy of Rio Grande - suburb. The temporal beacons are justified, in so far as, in the year of 1613, D. Filipe II ordered that were implemented the “modes of government” in the Captaincy of Rio Grande, creating an assembly with its related officers, and, between them, the function of scrivener of this building. The analysis ended in 1759, when for the order of Marquis of Pombal, elevated the existing indigenous settlements in the Rio Grande to the village category, resulting in the creation of new assemblies, with their respective  counties scriveners, who had another kind of profile. It was used the Books of Files and Provision of Senate of Assembly of Natal and the Books of Terms of Council of this institution; as well as the parish records of Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação; Historical Documents of the National Library of Rio de Janeiro; Single Documents and the Book of Mixed Query Log of Ultramarine Historical Archive - available online.It was also used the Book of General Registration of Mercy of D. Pedro II and the Processes of the Court of Holy Office of Évora under the guard of National Archive of Tower of Tombo, also online. These documentary sets were analyzed with intensive data crossing, based on indicia and onomastic methods, under the perspective of the relation center and suburb. From this, it was investigated the emergency of the role of the scrivener of the assembly in the Kingdom Ordinations, paying attention to the changes this occupation suffered, in the different geopolitical conjectures faced by Portuguese Crown. This study was done in order to comprehend the local and regional specificities dictated the demands for county assemblies creation in some points of Portuguese America and how it was related to the role of scrivener. It was examined the scrivener practices of the Assembly of Natal, confronting them to the established prescriptions by Ordenações Filipinas. This way was clarified the function of the broker - a kind of intermediary - developed by the assembling scriveners of Natal in the institutional networks of circulation of information by the Empire, in the levels of intracaptaincy, intercaptaincy and transcontinental. It was established the social and economic profiles of the agents provided in the county secretary of Natal, for the purpose of understanding the representativeness of these officers in the local society. It was discussed the venal character of this role, interconnecting them to the polemic and controversy of this practice to the Portuguese Crown. It was established, lastly, the emblematic trajectory of social ascension of Bento Ferreira Mouzinho, - Portuguese, criminal and fugitive -, who was scrivener from Assembly of Natal for seventeen years, even assuming, posteriorly, the role of provider of the Royal Treasury of Rio Grande and judge of orphans of Captaincy of Itamaracá. Finally, it was realized that the process of conquest/colonization also passed by the role of scrivener of Assembly of Natal, especially according to the mobility of the agents who were provided in this function. Add to that, the importance of the county scrivener as intermediary between literate universe and illiterate, even as to the interinstitutional communication in the Empire. Lastly, it was understood the  strategic character of this role in the local geopolitical context, verified in the contention for hegemonic domain of the script for some families.

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  • LEONARDO PAIVA DE OLIVEIRA
  • CAPITÃES-MORES DAS CAPITANIAS DO NORTE: PERFIS, TRAJETÓRIAS E HIERARQUIAS ESPACIAIS NO RIO GRANDE E CEARÁ (1656 – 1755)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AUGUSTO DA SILVA
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • FABIANO VILAÇA DOS SANTOS
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • Data: 19/02/2018

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  • Este estudo teve como objetivo analisar o perfil e a trajetória dos capitães-mores do Rio Grande e do Ceará entre os anos de 1656 e 1755, bem como daqueles que tentaram ocupar esse posto, mas não conseguiram. O recorte temporal explica-se pela necessidade de comparação entre as duas sobreditas capitanias em estatutos políticos distintos ao longo desse período, estando o Ceará na condição de capitania anexa a Pernambuco desde 1656, enquanto o Rio Grande apenas em 1701 adquiriu tal estatuto. Portanto, pretendeu-se comparar o perfil e a trajetória dos governantes dessas capitanias quando uma era anexa e outra não e depois quando ambas eram anexas. A partir desse estudo comparativo foi possível compreender melhor a distribuição dos agentes régios de acordo com uma lógica de hierarquização espacial adotada pela Coroa Portuguesa.


  • Mostrar Abstract
  • This study had as objective to analyze the profile and a trajectory of the captains-major of Rio Grande and Ceará between the years of 1656 and 1755, as well those who tried to occupy this position, but did not succeed. The temporal cut is explained by the need to compare two captaincies in different political statutes throughout the period, with Ceará being a captaincy annexed to Pernambuco since 1656, while Rio Grande only acquired such status in 1701 acquired such status. Therefore, it was intended to compare the profile and a trajectory of the rulers of the captaincies when one was annex and another not and, then, when both are annexes. Based on this comparative study, it was possible to better understand the distribution of the royal agents according to a hierarchical spatial logic adopted by the Portuguese Crown.

     

     

     

3
  • MARCOS ARTHUR VIANA DA FONSECA
  • Sob a sombra dos governadores de Pernambuco? Jurisdição e administração dos capitães-mores da capitania do Rio Grande (1701-1750) 

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • FABIANO VILAÇA DOS SANTOS
  • GUSTAVO CÉSAR MACHADO CABRAL
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • Data: 19/02/2018

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  • Este estudo analisa a jurisdição do ofício de capitão-mor da capitania do Rio Grande durante a primeira metade do século XVIII. O recorte temporal escolhido para ser analisado está relacionado aos primeiros 50 anos em que a capitania esteve subordinada ao governo de Pernambuco, a partir da carta régia de 11 de janeiro de 1701. Durante a primeira metade do setecentos, os capitães-mores do Rio Grande entraram em inúmeros conflitos contra os governadores de Pernambuco por disputas relacionadas a jurisdição sobre o governo da capitania, incluindo o principal ponto de atrito: à jurisdição sobre o provimento dos postos militares e sobre as provisões de ofício. Desta forma, foram analisados os documentos normativos que atribuíam e delimitavam a jurisdição do ofício de capitão-mor: os regimentos produzidos pelos governadores-gerais durante a segunda metade do século XVII (1663 e 1690) e a legislação extravagante produzida pela Coroa durante a primeira década do setecentos. Em um segundo momento, a legislação foi posta à prova por meio da análise das relações dos capitães-mores com os governadores de Pernambuco. Foram analisados os conflitos envolvendo estas duas autoridades e o provimento de postos militares na capitania do Rio Grande durante a primeira metade do século XVIII, investigando as tentativas de manutenção e da conservação por parte dos capitães-mores da jurisdição do seu ofício sobre a capitania.

     


  • Mostrar Abstract
  • This study analyzes the jurisdiction of the captain-major of the Rio Grande captaincy during the first half of the 18th century. The temporal cut chosen to be analyzed is related to the first 50 years when the captaincy was subordinated to government of Pernambuco, since the royal charter of January 11, 1701. During the first half of the eighteenth century, the captains-majors of Rio Grande conflicted several times against the governors of Pernambuco for the jurisdiction over the captaincy's government, including the main point of friction: jurisdiction over the provision of military posts and over the job provisions. Thus, the normative documents that assigned and delimited the jurisdiction of the captain-major office were analyzed: the regiments produced by governors-general during the second half of the seventeenth century (1663 and 1690) and the extravagant legislation produced by the Crown during the first decade of the eighteenth century. In a second moment, the legislation was put to test by the analysis of the relations between captains-majors and the governors of Pernambuco. It was analyzed the conflicts involving these two authorities and the provision of military posts in Rio Grande captaincy during the first half of eighteenth century, seeking the attempts of the captains-majors to maintain and conservate the jurisdiction of their office over the captaincy.

     


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  • MONIQUE MAIA DE LIMA
  • POR UM CHÃO “NA RUA QUE VAI PARA O RIO DE BEBER”: OS VASSALOS D’EL REI E A FORMAÇÃO DA CIDADE DO NATAL SETECENTISTA(1700-1785).

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • CLOVIS RAMIRO JUCÁ NETO
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • RUBENILSON BRASAO TEIXEIRA
  • Data: 07/05/2018

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  • Este estudo teve por objetivo analisar a ocupação da cidade do Natal entre 1700-1785, e o perfil social dos vassalos d’El Rei que pretenderam por meio de requerimentos ao Senado da Câmara aforar chãos de terra na urbe.  O recorte temporal se explica pela necessidade do aparato de um equipamento urbano, que fosse capaz de consolidar o povoamento da cidade, traduzi na construção da igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, finalizada em 1694, fator que favoreceu a fixação de pessoas na urbe no início do século XVIII. Por essa razão, os estudos iniciam-se em 1700, estendendo-se até 1785, quando foi possível constatar que nas últimas décadas que envolveram essa pesquisa houve um consistente avançoda povoação em direção à Ribeira da cidade.  Ao analisar os avanços em relação à ocupação do solo urbano, foi possível identificar também o estabelecimento de relações familiares entre os requerentes de terra da cidade do Natal, bem como suas estratégias para manter as áreas aforadas ou adensar seus domínios. Com base nesse estudo, foi possível compreender como e por quais indivíduos a cidade foi povoada e ocupada.


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  • CID MORAIS SILVEIRA
  • “Fagueira esperança de melhores dias”: O Centro Social Morrinhense e a invenção da cidade emancipada (1952-1959)
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • FRANCISCO DENIS MELO
  • Data: 17/08/2018

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  • Esta pesquisa se dedica à compreensão da emergência de uma espacialidade, a cidade de Morrinhos emancipada, por meio da atuação dos intelectuais do Centro Social Morrinhense. Importa-nos analisar as relações historicamente construídas entre essa instituição e a então vila de Morrinhos, que começava a ter sonhos de ser cidade no início dos anos cinquenta. Entendendo a realidade e as construções espaciais como fabricações humanas, almejamos pensar como essa instituição criou uma forma singular de ver e dizer a cidade, através de práticas intelectuais, políticas e identitárias, permeadas pelo desejo e o sonho da cidade moderna, progressista e civilizada. Formas de ver e dizer a cidade que foram posteriormente utilizadas para legitimar e acelerar seu processo de emancipação político-religiosa. Sendo assim, esta pesquisa faz parte do campo da chamada história intelectual, notadamente aquela de “sabor francês”, atentando para as questões das sociabilidades dos membros do CSM, para a análise de seus discursos, de seus itinerários pessoais e intelectuais, bem como a abordagem da organização, modos de filiação e do funcionamento dessa instituição. Esta pesquisa também pode ser inscrita no interior da chamada história urbana, notadamente uma história cultural do urbano, das práticas urbanas, problematizando as aproximações e tensões entre os projetos da cidade ideal, da cidade desejada, urdidos pelo CSM; e suas relações com a cidade real, a cidade vivida. As fontes mobilizadas na pesquisa são jornais, discursos e pronunciamentos parlamentares, atas de reuniões, documentos legislativos, estatutos, registros paroquiais, imagens, etc. O recorte temporal foi escolhido para uma melhor explicação dos objetivos do trabalho: 1952, ano em que o Centro Social Morrinhense é fundado em Fortaleza, até 1959, ano de consolidação do processo de emancipação política de Morrinhos com a chegada de seus novos governantes. Verificamos também, durante esse período, uma intensa mobilização de atividades do CSM. Por fim, esta pesquisa torna-se importante não apenas para uma melhor compreensão do processo de emancipação de Morrinhos, sob o olhar do CSM, tornando-a uma cidade institucional, mas também entender como o Centro Social Morrinhense, um lugar hoje do ausente, da ruína, fracassou na preservação de sua memória, sofrendo posteriormente uma invisibilização dentro da história do município.

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  • GABRIEL JOSÉ POCHAPSKI
  • Entre corpos e espaços: uma história da criminalidade nas matas de araucárias (Mallet-PR, 1931-1950)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • DENISE BERNUZZI DE SANT''''ANNA
  • HÉLIO SOCHODOLAK
  • Data: 17/08/2018

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  • Este trabalho tem como objetivo principal produzir um estudo da criminalidade a partir dos corpos e dos espaços no município de Mallet, localizado nas matas de araucárias do Estado do Paraná. Buscamos concentrar esta pesquisa entre os anos de 1931 a 1950, período em que o registro da criminalidade se intensificou, tendo os corpos como as superfícies atingidas nos conflitos conduzidos até o Poder Judiciário. Desde o final do século XIX e na primeira metade do século XX, o território onde se desenvolveu Mallet foi marcado pelo contato da população cabocla com milhares de imigrantes eslavos, principalmente de origem ucraniana e polonesa, que ali se estabeleceram em decorrência das estratégias de colonização do sul do Brasil. As relações desenvolvidas entre os diferentes habitantes dessas áreas predominantemente rurais implicaram na formação e delimitação de espaços marcados por tensões, desavenças e violências que inscreveram seus sinais nos corpos e que ganharam visibilidade governamental nas décadas de 1930 e 1940. Tendo os processos criminais da Comarca de Mallet como o principal suporte documental e a história serial como a base metodológica, pretendemos investigar como os registros da criminalidade ganharam impulso a partir da década de 1931; quais relações os corpos estabeleceram com os espaços nessas ocasiões de conflitos; de que modo as desavenças estiveram ligadas às singularidades temporais, étnicas e culturais dos moradores e das autoridades judiciárias e policiais; e quais foram os padrões recorrentes, as descontinuidades e as rupturas perceptíveis nos crimes que atingiram os corpos entre os anos de 1931 a 1950. Por fim, tendo a cartografia como o conceito a ser instrumentalizado nesse estudo sobre a criminalidade, este trabalho pretende compreender os espaços relacionados com os crimes nos seus diferentes fluxos, devires e movimentos, bem como, busca colocar a presença do corpo como um aspecto fundamental e indissociável da narrativa historiográfica.


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  • This work aims to produce a study of criminality from the bodies and spaces in the municipality of Mallet, located in the Araucaria forests of the state of Paraná. We sought to concentrate this research between the years 1931 to 1950, a period when the records of crimes intensified, having the bodies as areas reached in conflicts conducted to the judiciary power. Since the end of the 19th century to the first half of the 20th century the territory where Mallet-PR was developed was defined by the contact of the cabocla population with thousands of Slavic immigrants, mainly of Ukrainian and Polish ethnic backgrounds, who settled there as a result of colonization strategies of southern Brazil. The relations developed between the different inhabitants of these predominantly rural areas implied in the formation and delimitation of spaces marked by tensions, disagreements and violence that inscribed their signs in the bodies and that gained governmental visibility in the decades of 1930 and 1940. With Mallet’s criminal processes as the main documentary support and serial history as the methodological basis, we intend to investigate how criminal records gained momentum beginning in 1931; what relations the bodies established with the spaces in these occasions of conflicts; how the disagreements were linked to the temporal, ethnic and cultural singularities of the residents and the judicial and police authorities; and what were the recurring patterns, discontinuities and perceived ruptures in the crimes that hit the bodies between 1931 to 1950. Finally, having the cartography as the concept to be used in this study on the criminality, this work intends to understand the spaces related to crimes in their different flows, becoming and movements, as well as intents to place the presence of the body as a fundamental aspect and inseparable from the historiographical narrative.

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  • FRANCISCO LEANDRO DUARTE PINHEIRO
  • O VALE DAS MIRAGENS: GRANDES PROJETOS HÍDRICOS E A 'REDENÇÃO' DO BAIXO AÇU (1911-1983)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • KENIA SOUSA RIOS
  • Data: 20/08/2018

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  • O presente trabalho se debruça sobre o Vale do Açu (RN), tomando esse recorte espacial sob uma temática particular: os grandes projetos públicos de gestão das águas. Ao longo do século XX, o Vale foi considerado por dados agentes sociais (entre eles os técnicos e políticos) como uma área fértil, de enorme potencial agrícola, mas com baixa capacidade produtiva. Essa baixa produtividade se devia, segundo o discurso dos técnicos e engenheiros, à susceptibilidade da geografia local às ambivalências do clima (às secas e enchentes); ou à falta de modernidade nas relações de trabalho e na própria produção agrícola (como a irrigação sistemática, por exemplo). Assim, por meio da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), e, depois, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), o Estado implementou dois grandes projetos hídricos que visavam atacar aqueles problemas, instalando uma modernidade capaz de superar os dramas impostos pela natureza e de dinamizar a capacidade produtiva, cuja pretensa precariedade os técnicos explicavam pelo atraso técnico. Na década de 1940 e 1950, o Projeto Oiticica foi apresentado pela IFOCS como a solução para o Vale do Açu, como a obra que regularizaria o regime das águas, trazendo tranquilidade às comunidades locais vitimadas pelas enchentes periódicas – o projeto, entretanto, foi abandonado depois de um tempo; na década de 1970, tomando como base uma série de novos estudos, o DNOCS decidiu investir em um novo projeto, o chamado Projeto Baixo Açu, do qual resultou a construção da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, obra inaugurada em 1983, limite final do nosso recorte temporal. Portanto, essa pesquisa se propõe a estudar os grandes projetos hídricos planejados para Vale do Açu entre os anos de 1911, quando ocorreram os primeiros estudos sistemáticos sobre a geografia local (a partir de uma preocupação particular, as secas) e o ano de 1983, quando a primeira grande obra de engenharia foi inaugurada.


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  • ITALA MAYARA DE CASTRO SILVA
  • ELOY DE SOUZA E O NORDESTE COMO CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ESPAÇO DOS ESTADOS SEVICIADOS PELA SECA, NA PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA
  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • PAOLO RICCI
  • Data: 27/08/2018

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  • Este trabalho objetiva compreender a relação existente entre a política local e nacional junto à produção dos espaços no que se refere à construção identitária e espacial de uma regionalidade nordestina. Analisando através do eixo temático das secas, as transformações da construção indenitária e espacial referente à sucessão dos recortes regionais do Norte e Nordeste, durante as primeiras décadas da República brasileira. Para tanto tomamos como ponto de partida os pronunciamentos, escritos e contribuições de Eloy Castriciano de Souza acerca de um combate as secas, no período de 1894 a1919. Avaliando, assim, a elaboração deste espaço, junto às suas especificidades, constituído através de um programa político de desenvolvimento para os estados seviciados pelas secas, realizado por Eloy de Souza. Plano formulado dentro da dinâmica político-social de um lócus, do qual se apropria e reconstrói a partir de sua perspectiva imagética-discursiva. O exame da produção e trajetória política / intelectual desse jornalista e representante parlamentar do Rio Grande do Norte que, ao contrário do que aponta grande parte da historiografia sobre o tema, apresentou a formulação de uma espacialidade e identidade nordestina, já nas duas primeiras décadas do século XX. Dentro dessa perspectiva, aprofundamos a análise acerca das relações e interposições existentes no campo político local e nacional, bem como analisamos a inserção do Rio Grande do Norte dentro do novo recorte espacial em formação, o Nordeste. Espacialidade que englobava as províncias, depois estados, do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e também o norte de Minas Gerais.


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  • GIOVANNI ROBERTO PROTÁSIO BENTES FILHO
  • DO NORTE AO SUL: A MISSÃO DO CRUZADOR "JOSÉ BONIFÁCIO" E A INCORPORAÇÃO DO PESCADOR A UM PROJETO DE NAÇÃO (1900-1930).

     
  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • BERENICE ABREU DE CASTRO NEVES
  • Data: 31/08/2018

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar as ações e as políticas do Estado voltadas para o pescador, especificamente na primeira metade do século XX, com ênfase no processo que ficou conhecido como a missão do cruzador "José Bonifácio". A Marinha de Guerra, entre os anos de 1919 e 1923, organizou uma campanha que percorreu a costa brasileira, do extremo norte ao sul do país, tendo como alvo de suas ações os pescadores. A campanha ficou conhecida como a missão do cruzador "José Bonifácio". Os objetivos declarados dessa campanha, a princípio, eram a realização de estudos científicos no litoral, nas águas brasileiras, o saneamento do litoral, a organização dos pescadores em colônias, a conversão deles em reserva militar da Armada Nacional e a nacionalização da pesca. À frente dessa campanha estava o capitão de fragata Frederico Villar, oficial da Marinha que desde de 1909 estava envolvido com ações ligadas à atividade da pesca, como viagens à Europa para estudar as indústrias da pesca nos países daquele continente, bem como na elaboração de relatórios sobre como organizar a pesca no Brasil. Desde o século XIX que o poder público busca organizar a atividade da pesca no país, mas buscamos concentrar nossas análises entre os anos de 1900 a 1930, por ser um período no qual discutiu-se bastante sobre o desenvolvimento da pesca por meio de projetos, leis e decretos que procuravam estabelecer uma regularidade para a pesca, bem como, pela influência da Primeira Guerra Mundial na organização do projeto da campanha. A missão foi o ponto máximo de uma mudança administrativa em que a competência dos assuntos da pesca havia passado do Ministério da Agricultura para o da Marinha, em 1920, bem como das transformações dirigidas pelo Estado sobre a atividade da pesca. A partir da análise dos relatórios ministeriais da Marinha e da Agricultura, de periódicos, da legislação, de textos produzidos pelo oficial comandante Frederico Villar, procuramos identificar as motivações que levaram a Marinha de Guerra a organizar essa campanha, os sujeitos envolvidos, assim como os problemas, os conflitos e as resistências ao programa da missão. Alguns locais foram privilegiados em nossas análises, o Pará e o Rio de Janeiro. A escolha desses locais se fez necessário levando em consideração a maneira como a obra de Frederico Villar sobre a missão, publicada no ano de 1945, tratou o evento. Villar abordou pouco os aspectos da viagem em si. Ele restringiu-se a comentar sua atuação e a da comissão no extremo norte, nos estados do Amazonas e o Pará, e apresentou o evento como uma ação positiva. Entretanto, o que percebemos foi que aconteceram embates e tensões contra a missão do "José Bonifácio". No Rio de Janeiro, ele destacou alguns fatos como o “caso dos poveiros”, pescadores portugueses, e uma confusão envolvendo o cronista Paulo Barreto, conhecido como João do Rio. Os dois eventos ocorreram com base nas ações da missão e do governo na época em nome da lei de nacionalização da pesca, ou seja, a ideia de que o governo estava perseguindo pescadores portugueses fundamentada naquela lei. Nesses dois locais a campanha foi associada ao antilusitanismo, que Villar negou em um de seus textos, afirmando que tudo o que havia feito estava de acordo com a lei. Nesse sentido, vamos analisar uma primeira parte da viagem do cruzador José Bonifácio, quando o navio partiu do Rio de Janeiro no dia 13 de outubro de 1919 e retornou ao Rio no dia 3 de julho de 1920.


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  • FRANKLIM FLAMARIOM DE ARAÚJO MATA
  • A terra tremeu, o povo chorou: uma história de terremotos em João Câmara durante os anos de 1986-1987

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 05/09/2018

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  • Durante os anos de 1986-19887, a cidade de João Câmara, localizada na microrregião do Mato Grande, no Rio Grande do Norte, foi assolada por uma série de terremotos que mudaram a vida e o cotidiano de sua população. As pessoas precisaram se adaptar a essa nova realidade, criando formas de conviver com esses tremores de terra. Esses terremotos trouxeram grandes consequências como a destruição ou interdição de prédios públicos ou privados. Eles também afetaram as moradias da população deixando-os desabrigados durante muito tempo. Portanto, este trabalho objetiva analisar como as transformações ocorridas na cidade de João Câmara a partir dos terremotos de 1986-1987. Diante desses apontamentos questionei como a cidade de João Câmara foi afetada pelos terremotos? Como a população de João Câmara vivenciou os terremotos de 1986-1987? Como essas pessoas, cuja vida quotidiana foi drasticamente alterada, enfrentaram essa adversidade natural? Quais os sentimentos que afloraram durante esse período? Quais as percepções foram adotadas para explicar os terremotos? Quais as relações os indivíduos travaram com os espaços afetados pelos terremotos? Como eles lidaram com esse espaço instável? Quais foram as práticas desenvolvidas pela sociedade? O presente trabalho está baseado na articulação da História da Ambiental e da História do Espaço. Assim, meu objetivo é investigar as transformações ocorridas no espaço da cidade de João Câmara durante e após os terremotos de 1986 observando como a população reagiu a essas transformações. Por meio dos conceitos de Espaço e Lugar do geógrafo Yi-Fu Tuan, território e desterritorialização de Rogério Haesbaert e paisagem de Tereza Duarte Paes Luchiari, demostraremos que as transformações ocorridas na cidade de João Câmara ocorreram a partir dos terremotos e das relações humana que, em grande medida, intensificaram os desastres durante os terremotos. Para responder aos questionamentos propostos utilizei como fontes: jornais como A Ordem, Diário de Natal, Tribuna do Norte, O Poti e A República publicados entre as décadas de 1940, 1950, 1980; Imagens de fotografias; Documentos produzidos pelos geólogos e geofísicos da UFRN, UnB e USP como os relatórios das atividades sísmicas; Documentos oficiais, como o relatório da Defesa Civil e documentos feitos pela população como poesias e cordéis, além dos registros orais.


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  • ELENIZE TRINDADE PEREIRA
  • DE CAPITANIA DONATÁRIA À CAPITANIA RÉGIA: O SENHORIO DE JOÃO DE BARROS NA “TERRA DOS POTIGUARA” - SÉCULO XVI

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • JOSÉ MANUEL SANTOS PÉREZ
  • RONALDO VAINFAS
  • Data: 10/09/2018

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  • O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de conversão do senhorio de João de Barros na “Terra dos Potiguara” de capitania donatária para capitania régia, futura capitania do Rio Grande. O recorte cronológico escolhido, segunda metade do século XVI, abrange a data da concessão da capitania donatária realizada pelo rei D. João III (1521-1557) ao oficial do alto escalão da administração ultramarina portuguesa, João de Barros, em 1535, e o longo período em que se manteve como senhorio de Barros, e, posteriormente, do seu herdeiro Jerônimo de Barros. O problema norteador desta investigação perpassou pela questão de o porquê da longeva condição de capitania donatária mesmo com o fato do capitão donatário não ter tomado a posse efetiva da terra, não tê-la conquistado. Para tratar deste assunto, buscou-se analisar a situação de João de Barros na corte como um súdito a serviço das questões do império português dada sua carreira como feitor da Casa da Índia e historiador da expansão portuguesa no Oriente; examinou-se as demandas pleiteadas por Barros junto à Coroa em defesa de seus direitos sobre a capitania na “Terra dos Potiguara” e investigou-se a mudança da condição de capitania donatária para capitania régia.


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  • JOSÉ RODRIGUES DA SILVA FILHO
  • O AMIGO DO DINHEIRO: A VISITA DO CÔNEGO GARCIA VELHO DO AMARAL AOS “SERTÕES DO NORTE DE BAIXO” (1762 – 1766).

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • RONALDO VAINFAS
  • POLLYANNA GOUVEIA MENDONÇA MUNIZ
  • Data: 16/10/2018

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  • O presente trabalho tem como temática as visitas pastorais nos Sertões do Norte de Baixo do Bispado de Pernambuco, a partir do caso da visita do Cônego Garcia Velho do Amaral. Os Sertões do Norte de Baixo são analisados como uma espacialidade integrada ao bispado de Pernambuco a partir das visitas, bem como analisar a circulação dos padres visitadores nessa Repartição e sua influência nas freguesias visitadas. As Visitas Pastorais eram um instrumento dos prelados para tentar estabelecer nas freguesias da América Portuguesa, setecentista, as diretrizes do Concílio de Trento e obter informações acerca da conduta moral de clérigos e leigos. O objetivo das vistas era antes intimidar, manter a possibilidade de uma punição, que punir. As visitas, como a própria justiça eclesiástica como um todo, combatiam os pecados transmutados em crime, sobre o argumento que alguns pecados eram causa de escândalo. Era o bispo, segundo as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, de 1707, apoiadas no concílio tridentino, que deveria percorrer sua diocese em visita. Todavia, devido a vastidão territorial dos bispados, os bispos na América Portuguesa, muito comumente, enviavam padres em seu nome, escolhidos entre os mais proeminentes clérigos do bispado. A visita do Cônego Manuel Garcia Velho do Amaral às freguesias dos Sertões do Norte de Baixo, em nome do bispo, Dom Francisco Xavier Aranha, ocorreu entre os anos de 1762 e 1766. O procedimento do visitador motivou queixas ao prelado que, em resposta, emitiu uma portaria mandando que fosse elaborado um sumário de testemunhas acerca das ações do Cônego Garcia do Amaral, durante sua visita. Foram ouvidas 96 testemunhas, a partir desses relatos foi possível perceber as queixas que tornaram a visita alvo de um processo. Os depoimentos contidos no sumário possibilitaram também a análise da sociedade de fieis dessa espacialidade e como as visitas impactavam essa população.


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  • The present work has as its theme the pastoral visits in the Sertões do Norte de Baixo do Bispado of Pernambuco, from the case of the visit of the Côvo Garcia Velho do Amaral. The Sertoes of the North of Baixo are analyzed as a spatiality integrated to the bishopric of Pernambuco from the visits, as well as to analyze the circulation of the visiting priests in this Department and its influence in the visited parishes. The Pastoral Visits were an instrument of the prelates to try to establish in the parishes of Portuguese America, eighteenth century, the directives of the Council of Trent and to obtain information about the moral conduct of clerics and laity. The purpose of the views was before to intimidate, to maintain the possibility of a punishment, to punish. The visits, like the ecclesiastical justice itself, fought the sins transmuted into crime, on the argument that some sins were a cause of scandal. He was the bishop, according to the First Constitutions of the Archbishopric of Bahia, 1707, supported by the Tridentine Council, which was to visit his diocese. However, because of the territorial expanse of the bishoprics, the bishops in Portuguese America, very commonly, sent priests in their name, chosen among the most prominent clerics of the bishopric. The visit of the Canon Manuel Garcia Velho do Amaral to the parishes of the Sertões do Norte de Baixo, in the name of Bishop Francisco Xavier Aranha, occurred between 1762 and 1766. The procedure of the visitor motivated complaints to the prelate that, in response, issued a decree ordering that a summary of witnesses be prepared on the actions of Cônego Garcia do Amaral during his visit. A total of 96 witnesses were heard, from these reports it was possible to perceive the complaints that made the visit a target of a process. The testimonies contained in the summary also allowed the analysis of the faithful society of this spatiality and how the visits impacted this population.

2017
Dissertações
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  • PATRICIA WANESSA DE MORAIS
  • AS COLUNAS DA ORDEM: IMPRENSA, IDENTIDADE E ATUAÇÃO POLÍTICA DA IGREJA CATÓLICA NORTE-RIO-GRANDENSE (1935-1936).

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÂNDIDO MOREIRA RODRIGUES
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 27/04/2017

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  • Este trabalho objetiva investigar a construção da identidade católica norte-rio-grandense através da atuação política e religiosa da Igreja Católica norte-rio-grandense entre 1935 e 1936, por meio do exame do órgão oficial da Diocese de Natal, o jornal ‘A Ordem’. Entendemos que esta atuação se relaciona com os problemas colocados à Igreja com o advento da República e a Constituinte de 1892, quando aquela instituição ficou formalmente separada do Estado e precisava reagir ao seu declínio enquanto instituição. A partir da reorganização e expansão diocesana, a ampliação dos quadros de clérigos e intelectuais leigos, foi posto em prática o paradigma da Neocristandade, amparado no catolicismo ultramontano, e assim a Igreja reconstruiu a sua influência na sociedade e política do país. Na década de 1930, no contexto da queda do liberalismo, a Igreja já contava com uma vasta rede diocesana, com uma imprensa católica e com intelectuais militantes para poder disseminar o seu pensamento e combater os “males modernos”. A partir da fundação do jornal ‘A Ordem’, no ano de 1935, como resultado dos esforços organizacionais da Diocese de Natal, pretendemos mostrar que, no caso norte-rio-grandense a recusa à modernidade é apenas parcial, como evidencia a própria imprensa, que em um contexto de crise da identidade católica, passa a ser, ao mesmo tempo, um meio para reinserção dos princípios católicos na sociedade e um fim que deveria constituir contrapartida a imprensa laica. É neste sentido que investigaremos a imprensa como parte de uma autocompreensão da Igreja, ligada ao projeto internacional da ‘Boa Imprensa’ que, no Rio Grande do Norte demonstrou ser um dos componentes da formação da identidade católica. Subjacente a isto se desenvolve o projeto de intelectual católico, que analisaremos a partir da trajetória de Otto Guerra que, assim como a imprensa católica, responde à modernidade e possui como objetivo a recatolicização da sociedade. Por último, ainda perseguindo a compreensão da identidade católica norte-rio-grandense, analisaremos alguns acontecimentos que colaboram reafirmar o compromisso de incorporação da Igreja ao discurso anticomunista, elemento este sem o qual não podemos entender o catolicismo dos anos 1930 e tampouco, a constituição de sua identidade em oposição ao comunismo. Estes acontecimentos são o Levante Comunista de 1935, a proposta de comemoração do tricentenário da chegada de Maurício de Nassau à Recife elaborada em 1936 e, por fim, a Guerra Civil Espanhola. Analisaremos esses acontecimentos a partir das publicações do jornal ‘A Ordem’ e demonstraremos que eles foram apresentados e rememorados de forma concatenada, entrelaçando períodos, personagens e acontecimentos diferentes em meio a uma recusa parcial da Igreja à modernidade e à elaboração do Rio Grande do Norte enquanto um território católico.


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  • HENRIQUE MASERA LOPES
  • A CAMINHO DO PLANETÁRIO: UMA HISTÓRIA DE PAISAGENS SONORAS, POÉTICAS E EXISTENCIAIS DAS PSICODELIAS NORDESTINAS (RECIFE 1972- 1976)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • EDWAR DE ALENCAR CASTELO BRANCO
  • Data: 02/05/2017

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  • Este trabalho se ocupa em pesquisar a relação entre história, música e a invenção de espaços de experimentação coletivos. Seu objetivo principal é compreender as condições históricas de possibilidade das paisagens sonoras, poéticas e existenciais cartografadas pelas psicodelias nordestinas que foram expressas musicalmente entre 1972 e 1976 na cidade de Recife. O ponto de partida é a movimentação musical e existencial ligada à contracultura que emergiu na década de 70 na capital pernambucana. Através desse momento iremos compreender certos deslocamentos que se deram no período e que estão presentes na discografia de jovens compositores que lançavam seus primeiros discos à época, como Zé Ramalho, Lula Côrtes, Alceu Valença, Marconi Notaro, Flaviola e a banda Ave Sangria. A dissertação se divide em três capítulos: o primeiro deles propõe uma espécie de cartografia de experiências contraculturais na cidade de Recife. Aqui o objetivo será compreender - a partir destas movimentações musicais – os territórios existenciais e as estratégias de vida que ganharam corpo neste momento, no país, marcado pela repressão política com a ditadura civil e militar. O segundo capítulo consiste numa análise que parte da experiência coletiva que envolveu a produção do álbum Paêbiru: Caminho da Montanha do Sol - lançado por Lula Côrtes e Zé Ramalho em 1975 – para entender certos tensionamentos espaço-temporais que ganharam consistência na década de 70 através dos eventos da Era Espacial e de que maneira essas transformações reverberam na desterritorialização do Nordeste. Por fim, o capítulo final, procura traçar um histórico sobre a construção de um arquivo sonoro nordestino ao longo do século XX e como a discografia destes jovens músicos da década de 70 remanejam, atualizam e transgridem os comandos vindos desse arquivo, inventando paisagens sonoras, poéticas e existenciais em suas obras que expressam uma ruptura, uma fissura, uma quebra no regime de audibilidade que definia certas fronteiras para a música do Nordeste até o período em questão.


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  • JANDSON BERNARDO SOARES
  • ESPAÇO ESCOLAR E LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA NO BRASIL:

     A INSTITUCIONALIZAÇÃO DE UM MODELO A PARTIR DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (1994 A 2014)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 10/07/2017

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  • Este trabalho tem por objetivo mapear, compreender e analisar os elementos que estruturaram o espaço escolar, assim como as relações e ações desenvolvidas pelos sujeitos históricos no momento de produção dos critérios de qualificação dos livros didáticos e de História, institucionalizados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), através do estudo de sua historicidade. Para tal, analisou-se a produção de pesquisas sobre os livros didáticos de História a fim de refletir sobre como os especialistas visitaram essa espacialidade quando tratam do livro didático de História, assim como situar a presente produção em relação às outras pesquisas sobre livros didáticos de História e como esta atende a uma lacuna: o estudo dos usos, formas, funções e sentidos atribuídos ao conhecimento histórico no espaço escolar e no livro didático de História. Esse fato filia essa pesquisa à Didática da História, campo que estuda tais aspectos do conhecimento histórico. Analisou-se também os documentos que fundamentaram o processo de seleção das características que um bom livro didático de História deveria possuir, a saber: Definições de Critérios para Avaliação dos Livros Didáticos – Português, Matemática, Estudos Sociais e Ciências/ 1ª a 4ª (1994) e Recomendações para uma política pública dos Livros Didáticos (2001), que demarcariam os esforços iniciais nessa direção. Por último, estudou-se os Editais do PNLD do Ensino Fundamental entre 2000 e 2013, documentos que deram continuidade ao processo de parametrização da prática social de produção de livros didáticos. Tratou-se, assim, de observar sócio-historicamente o que levou à seleção dos parâmetros de qualidade que se atribuíram ao livro didático de História pós-ditadura civil-militar, a partir do que estava tensionado no espaço escolar no momento de sua elaboração. Para isso, utilizou-se da análise de conteúdo, fundamentada por Laurence Bardin, como metodologia de trabalho, a qual permitiu que se observasse os documentos para além de sua mensagem aparente, revelando elementos Históricos, sociológicos e, até mesmo, psicológicos. Aportou-se também na teoria de espaço praticado, desenvolvida por Michel de Certeau, uma vez que este permitiu compreender o espaço escolar enquanto um espaço difuso, marcado, acima de tudo, por sua dimensão relacional. Procurou-se com essa análise perceber as tensões que perpassam o espaço escolar no momento em que foi praticado por seus agentes ao tratarem do livro didático de História no período de 1994 a 2013.


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  • This work aims to map, understand and analyze the elements that structured the school space, as well as the relationships and actions developed by historical subjects at the time of production of the qualification criteria of textbooks and History, institutionalized by the National Textbook Program (PNLD), through the study of its historicity. For that, we analyzed the production of researches on History textbooks in order to reflect on how specialists visited this spatiality when they deal with the didactic book of History, as well as situate the present production in relation to other researches on textbooks of History and how it addresses a gap: the study of the uses, forms, functions and meanings attributed to historical knowledge in the school space and in the textbook of History. This fact links this research to Didactics of History, a field that studies such aspects of historical knowledge. It was also analyzed the documents that based the selection process of the characteristics that a good textbook of History should have, namely: Definitions of Criteria for Evaluation of Didactic Books - Portuguese, Mathematics, Social Studies and Sciences / 1st to 4th (1994 ) And Recommendations for a Public Policy on Didactic Books (2001), which would mark initial efforts in this direction. Finally, we have studied the PNLD Public Elementary School Notices from 2000 to 2013, documents that continued the process of parameterization of the social practice of textbook production. It was therefore a question of observing socio-historically what led to the selection of the parameters of quality that were attributed to the textbook of History after civil-military dictatorship, from what was strained in the school space at the time of its elaboration. For this, it was used the content analysis, founded by Laurence Bardin, as a methodology of work, which allowed to observe the documents beyond its apparent message, revealing historical, sociological and even psychological elements. He was also involved in the theory of space practiced, developed by Michel de Certeau, since it allowed to understand the school space as a diffuse space, marked, above all, by its relational dimension. This analysis sought to understand the tensions that permeate the school space at the time when it was practiced by its agents when dealing with the textbook of History from 1994 to 2013.

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  • ISA CRISTINA BARBOSA ANTUNES
  • LEPROSÁRIO SÃO FRANCISCO DE ASSIS (1923-1941): O ESPAÇO FÍSICO E AS PRÁTICAS MÉDICAS.

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • GABRIEL LOPES ANAYA
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 28/08/2017

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  • Este trabalho objetiva analisar como ocorreu a construção e o funcionamento do Leprosário São Francisco de Assis, entre os anos de 1923 a 1941. Construído em 1926 e inaugurado oficialmente no ano de 1929, em uma área distante seis quilômetros da cidade, este espaço tinha a função de isolar todos os leprosos notificados no Estado do Rio Grande do Norte. A lepra, definida atualmente como doença crônica e bacteriológica, de notificação compulsória, durante a década de 1920 fez parte do grupo das endemias que eram vistas como problema nacional. O combate à lepra, regulamentado pelo Decreto nº 16.300, de trinta e um de dezembro de 1923, foi realizado através do isolamento compulsório dos doentes em leprosário ou colônias agrícolas. Seguindo a diretriz nacional, de combate à lepra, o Rio Grande do Norte edificou o Leprosário São Francisco de Assis. Dirigido pelo Médico Varela Santiago, o Leprosário foi construído para oferecer aos doentes uma vida plena, com atividades de trabalho, de lazer e tratamento adequado. Diante desses apontamentos questionei quais as razões para a construção desse isolamento? Como esse espaço foi estruturado fisicamente? Quem foram os seus internos? Quais as práticas desenvolvidas nesse espaço? O presente trabalho está baseado na articulação da História da Doença e da história do Espaço, assim meu objetivo é investigar as mudanças e permanências ocorridas no espaço concreto, o Leprosário São Francisco de Assis, desenvolvidas no combate a lepra.  Para responder aos questionamentos propostos utilizei como fonte: jornais entre os anos de 1920 a 1950, publicados em diferentes cidades como: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Maranhão; Documentos oficiais, como Decretos, Resoluções e Mensagem dos Governadores apresentadas na Assembleia Legislativa; Documentos clínicos presentes no arquivo do Leprosário São Francisco de Assis.


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  • This work aims to analyze how the construction and operation of the Leprosário São Francisco de Assis, occurred between the years 1923 to 1941. Built in 1926 and officially inaugurated in 1929, in an area distant six kilometers from the city, this space had the purpose of isolate all lepers notified in the state of Rio Grande do Norte. Leprosy, currently defined as a chronic and bacteriological disease, during the 1920’s, part of the group of endemic diseases that were viewed as a national problem and should be compulsorily notificated. The fight against leprosy, regulated by Decree No. 16,300, on December 31, 1923, was carried out through the compulsory isolation of patients in leprosarium or agricultural colonies. Following the national guideline, against the leprosy, Rio Grande do Norte built the leprosário São Francisco de Assis. Directed by Doctor Varela Santiago, this Leprosarium was built to offer patients a full life, with activities of work, leisure and proper treatment. In view of these points I asked what are the reasons for the construction of this isolation? How was this space structured physically? Who were your inmates? What are the practices developed in this space? The present work is based on the articulation of the History of Disease and the history of Space, so my objective is to investigate the changes and permanences that occurred in the concrete space, the Leprosário São Francisco de Assis, developed in the fight against leprosy. In order to respond to the proposed questions, I used as a source: newspapers from 1920 to 1950, published in different cities such as: Rio de Janeiro, São Paulo, Recife and Maranhão; Official documents, such as Decrees, Resolutions and Message of Governors presented at the Legislative Assembly; Clinical documents present in the archive of the Leprosário São Francisco de Assis.

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  • ALEDSON MANOEL SILVA DANTAS
  • UMA VILA E SEU POVO: RELAÇÕES HIERARQUICAS E PODER LOCAL (OLINDA, SÉCULO XVII)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
  • Data: 29/08/2017

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  • Busca-se, neste trabalho, analisar as hierarquias espaciais no contexto de retomada dos portugueses do domínio sobre a capitania de Pernambuco, assim como da presença propriamente dita de autoridades régias detentores de ofícios e do status que Olinda possuía, em paralelo com a posição social de seus moradores mais ilustres, e sua relação com as disputas pelo controle político e administrativo da capitania de Pernambuco, na segunda metade do século XVII. Um ponto importante para a elite de Olinda, principalmente para as pessoas que estavam na câmara, foi a reestruturação da economia e do espaço físico da capitania Apesar das dificuldades enfrentadas, esse grupo permaneceu politicamente dominante durante boa parte do período compreendido entre 1654 e 1711. As divergências entre autoridades coloniais e locais representaram entraves para a reestruturação e reocupação da vila após 1654. A Coroa portuguesa, representada pelo Conselho Ultramarino e pelos governadores da capitania tinham interesses que divergiam da câmara de Olinda, provocando tensões no equilíbrio desta vila como centro de poder. Nesse sentido, o local de assistência dos governadores é um tema de debate durante o período estudado, assim como a condição de “capital” de Olinda, tendo em vista a sua estrutura física. A câmara buscou, então, trazer melhoramentos que eram considerados condizentes com sua posição, com argumentos que ressaltavam sua “qualidade” e “capacidade”. 


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  • In this dissertation, we analyze the captaincy of Pernambuco’s spatial hierarchies in the late 17th century, as well as the presence of royal officials and the parallel between Olinda’s status and noble people which served in the current municipal council. Therefore, the conflict for controlling municipal budget included both regional elites as colonial governos and others royal authorities. An importante point for the local elite was the restructuring of the economy and the town space, a wishful desire to revive the previous situation, before socially and politically Netherland’s domination. Despite the difficulties faced by the locals, the regional elite remained dominant for much of the period between 1654 and 1711. Disagreements between portuguese colonial control and local authorities represented obstacles to the restructuring and reoccupation of the village after 1654. Portuguese Crown, represented by the Overseas Council and the governors of the captaincy, had interests that diverged from the Olinda’s municipal council, provoking tensions in the balance of the center of power. Thus, the place of assistance of the governors is a topic of debate during the studied period, as well as the condition of "capital" of Olinda, due to its physical structure. The municipal council, then, sought to make improvements that were considered consistent with its position, with arguments that emphasized its "quality" and "capacity".

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  • DJAIR SILVA
  • As experiências do bolsa família e da educação contextualizada nas vivências das imparáveis mulheres insurgentes do semiárido baiano.

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 29/08/2017

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  • A presente dissertação de mestrado tem como objetivo compreender a contribuição do Programa Bolsa Família e da Educação Contextualizada que se utiliza do Método CAT – Conhecer, Analisar, Transformar – para o processo de empoderamento das mulheres do semiárido baiano em relação às permanências e mudanças nas relações sociais, políticas e organizativas, analisando como o empoderamento reestrutura a inserção das mulheres e altera a dicotomia público/privado no contexto das comunidades rurais do Território do Sisal. O Bolsa Família, por meio da política de transferência de renda, controle e gestão de recursos interfere na autonomia, na autoestima e na independência econômica das mulheres em relação aos seus conjugues, bem como por meio de condicionalidades, aproxima a população pobre dos serviços públicos de saúde e educação, sendo que essa situação interfere no ciclo intergeracional da pobreza nas famílias beneficiárias. Por outro lado, a Educação Contextualizada por meio de um projeto político pedagógico de empoderamento e de convivência com o semiárido estimula o protagonismo político e a cidadania participativa das mulheres. Por se tratar de uma História do Tempo Presente a nossa pesquisa se utilizou de narrativas das histórias de vida a partir da seleção de um grupo de mulheres representativas, com aplicação de questionário e realização de entrevistas. Além disso, a pesquisa se utiliza do levantamento bibliográfico e outras fontes secundárias de pesquisa. Os resultados apontam para a ampliação dos espaços das mulheres nas tomadas de decisões econômicas, familiares e educacionais. As mulheres valorizam bastante a independência financeira gerada pelo Programa Bolsa Família e a redução da dependência em relação aos companheiros, bem como o poder de decisão pela capacidade de planejamento que o Bolsa Família propiciou para as beneficiárias. É importante observar que as mulheres das organizações da sociedade civil e que mantém algum vinculo com as ações do MOC/CAT falam claramente em mudanças de papeis dentro da família, sendo que praticamente todas se sentem as principais provedoras ou pelo menos dividindo de forma compartilhada as decisões sobre o usos dos recursos dentro da família. A pesquisa percebeu uma diferença muito grande no valor atribuído à educação do campo por parte das beneficiárias que foram alunas da escola CAT e que atuam na sociedade civil em relação ao grupo de mulheres que tem apenas filhos frequentado a escola CAT. As mulheres que foram alunas CAT e atuam na Sociedade civil acreditam que a Educação Contextualizada teve um papel transformador em suas vidas, enquanto o grupo de mulheres que tem apenas filhos, muitas desconhecem inclusive a terminologia CAT. Logo, o empoderamento econômico das mulheres por meio do controle dos recursos da família, ao propiciar tomadas de decisões e capacidade de escolhas, quando conectado a processos de formação e participação por meio da Educação Contextualizada têm contribuído para o empoderamento e inserção das mulheres nos espaços públicos da sociedade.


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  • This dissertation has the purpose to understand the contribution of the Bolsa Família Program and the Contextualized Education. The latter uses the CAT method - Know, Analyze,Transform – as a way towards the empowerment of women from Bahia’s semiarid region in relation to the permanence and changes in social, political and organizational structures, analyzing how empowerment restructures the insertion of women and changes the public/private dichotomy in the context of rural communities on the Sisal Territory. The Bolsa Família Program, through the policy of income transfer, control and management of resources, interferes in the autonomy, self-esteem and economic independence of women in relation to their spouses, as well as through conditionalities, brings the poor population towards public services such as health and education, being that this situation interferes on the intergenerational cycle of poverty when it comes to the beneficiary families. On the other hand, the contextualized education through a political pedagogical project of empowerment and coexistence with the semiarid region stimulates the political protagonism and participatory citizenship of women. On the grounds that this work is a History of the Present Time, our research emerged of life story narratives based on the selection of a representative group of women, with questionnaire application as well as interviews were conducted with the subjects. Additionally, the present dissertation uses bibliographic survey and other secondary sources of research. The results point to the expansion of women's spaces in economic, family and educational decisions. The conclusion is that women appreciate the financial independence generated by the Bolsa Família Program and the reduction of dependence towards their partners, as well as the decision-making power for the planning capacity that Bolsa Família provided for the beneficiaries. It is important to note that women from civil society organizations which maintains some connection with MOC/CAT actions openly speak of changes in roles within their families, with virtually all of them feeling as the main providers or, when that’s not the case, as one who share responsibilities when it comes to the use of resources within the family. The research perceived a great difference between the value attributed to the rural’s education by the beneficiaries who were students themselves of CAT school and with an active role in the Civil society when compared to the group women in which only had children enrolled in CAT school. Women who were CAT students and worked in civil society organizations believed that Contextualized Education has had a transformative role in their lives, meanwhile the group of women who had children enrolled, were even sometimes unaware of the CAT terminology. Therefore the economic empowerment of these women through the control of family resources by facilitating decision-making when connected to the development and participation through Contextualized Education, have contributed to the empowerment and inclusion of women in the public spaces of society.

     

     

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  • JÚLIO CÉSAR VIEIRA DE ALENCAR
  • Para que enfim se colonizem estes sertões: a Câmara de Natal e a Guerra dos Bárbaros (1681-1722)

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • JUCIENE RICARTE APOLINÁRIO
  • Data: 30/08/2017

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  • Neste trabalho pretendemos analisar o papel desempenhado pelo Senado da Câmara da cidade do Natal no processo de conquista do sertão da capitania do Rio Grande, a partir da atuação dessa instituição e dos homens que nela exerceram cargos oficiais durante a chamada Guerra dos Bárbaros, cujos acontecimentos se desenrolaram entre as duas últimas décadas do século XVII e as duas primeiras décadas do século XVIII. Consideramos que, estabelecida no litoral desde o início do século XVII, a Câmara de Natal foi constituída por indivíduos que atuaram, juntamente com outros personagens, no sentido de ordenar e efetivar a conquista colonial sobre os vastos sertões do Rio Grande. Dessa maneira, percebemos, através da leitura da documentação camarista, que o sertão e a cidade do Natal seriam espaços considerados como opostos, a saber, o mundo do caos e da falta de controle régio, em contraposição ao mundo da ordem e da cristandade, representado pelo litoral e pelas instituições civis e eclesiásticas nele estabelecidas. Mesmo construído a partir do litoral como o espaço da selvageria e da barbárie, o sertão colonial também era encarado como um espaço vazio e disponível, possibilitando o avanço da colonização e a geração de riquezas para a Coroa e para os moradores da América portuguesa, o que despertava o interesse dos diferentes grupos e atores sociais envolvidos no processo de conquista, gerando diversos conflitos entre eles. Assim, partimos principalmente da documentação oficial produzida pelos camarários da cidade do Natal – nas atas de reuniões da Câmara ou em comunicação com outras autoridades da capitania do Rio Grande e do Estado do Brasil, e com o próprio centro do império – para analisar de que maneira as concepções predominantes na sociedade colonial sobre os sertões e sobre os povos que neles habitavam, além dos interesses ligados à efetivação da conquista sobre tais espaços, influenciaram as ações que tornaram possível a sua conquista.

     


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  • RESUMEN

     

    En este trabajo pretendemos analizar el papel desempeñado por el Senado de la Cámara de la ciudad de Natal en el proceso de conquista del Sertão de la capitanía del Rio Grande do Norte, desde la actuación de esa institución y de los hombres que en ella ejercieron cargos oficiales durante la llamada Guerra de los Bárbaros, cuyos acontecimientos se desarrollaron entre las dos últimas décadas del siglo XVII y las dos primeras décadas del siglo XVIII. Consideramos que, establecida en la costa desde el inicio del siglo XVII, la Cámara de Natal fue constituida por individuos que actuaron juntamente con otros personajes, en el sentido de ordenar y realizar la conquista colonial sobre los vastos sertões de Rio Grande. De ese modo, percibimos, a través de la lectura de la documentación de la Cámara, que el sertão y la ciudad de Natal serian espacios considerados como opuestos, o sea, el mundo del caos y de la falta de control regio, en contraposición al mundo del orden y de la cristiandad, representado por la costa y por las instituciones civiles y eclesiásticas pertenecientes a él. Incluso construido a partir de la costa como el espacio de salvajismo y de la barbarie, el sertão colonial también era visto como un  espacio vacío y disponible, posibilitando el avance de la colonización y el aumento de riquezas para la Corona y para los habitantes de América portuguesa, lo que despertaba el interés de los distintos grupos y actores sociales involucrados en el proceso de conquista, generando conflictos entre ellos. Por lo tanto, empezamos principalmente por la documentación oficial producida por los oficiales de Cámara de la ciudad de Natal – en las actas de reuniones de la Cámara o en comunicación con otras autoridades de la capitanía de Rio Grande y del Estado de Brasil, y con el propio centro del imperio – para analizar de qué manera las concepciones predominantes en la sociedad colonial sobre los sertões  y sobre todos los habitantes que vivían allí, además de los intereses enlazados a la realización de la conquista sobre tales espacios, influenciaron las acciones que hicieron posible su conquista.

     

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  • LÍVIA BRENDA DA SILVA BARBOSA
  • DAS RIBEIRAS O TESOURO, DA RECEITA O SUSTENTO: A ADMINISTRAÇÃO DA PROVEDORIA DA FAZENDA REAL DO RIO GRANDE (1606-1723)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • MAXIMILIANO MAC MENZ
  • MOZART VERGETTI DE MENEZES
  • Data: 18/09/2017

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  • Este trabalho analisa, dentro de uma perspectiva da História administrativa e das instituições, o estabelecimento e a consolidação da administração fazendária na capitania do Rio Grande, por meio da ação dos oficiais da Provedoria da Fazenda Real do Rio Grande, entre 1606 e 1723. O recorte temporal abarca a instalação de um elementar aparelho fiscal na capitania do Rio Grande, por volta de 1606, e a redução da área de jurisdição da Provedoria do Rio Grande, em 1723, à ocasião da criação da Provedoria do Siará Grande, antes espaço sob a competência da administração fazendária do Rio Grande. Nesse sentido, a instituição de um burocrático sistema fiscal na capitania do Rio Grande é compreendida como uma forma de a Coroa legitimar a presença de sua ação colonizadora em seus territórios ultramarinos. Da criação de um simples quadro de oficiais, no início do século XVII, à consolidação das zonas fiscais, as ribeiras da capitania, na transição do século XVII para o XVIII, estabeleceu-se em um organizado sistema administrativo. Desse modo, por meio de variados conjuntos documentais, analisou-se a fundação da Provedoria da Fazenda Real do Rio Grande, a organização do seu quadro de oficiais a partir da segunda metade do século XVII, o processo de arrecadação realizado pela Provedoria do Rio Grande, bem como as suas circunscrições jurisdicionais. Por fim, será possível entender como, ao longo desse processo, se consolidaram na capitania as zonas fiscais de arrecadação de tributos, construídas ao longo de décadas de atuação dos homens da Fazenda d’el rei no século XVII.


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  • XX

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  • ANTONIO FERREIRA DE MELO JUNIOR
  • A ASSINATURA “GUSTAVO BARROSO”: ANÁLISE DO DISCURSO NARRATIVO DE IDEIAS E PALAVRAS, A RONDA DOS SÉCULOS E OS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DE SIÃO (1917-1936)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNO FRANCISCO DE JESUS SANTOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • RODRIGO COPPE CALDEIRA
  • Data: 19/09/2017

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  • O objetivo desta dissertação é discutir o processo de autonomização da assinatura “Gustavo Barroso” por meio do exame do discurso narrativo presente em Ideias e Palavras, em A Ronda dos Séculos e em Os Protocolos dos Sábios de Sião, obras publicadas por Gustavo Adolfo Dodt Luiz Guilherme da Cunha Barroso entre 1917 e 1936. Defendemos a ideia de que Os Protocolos dos Sábios de Sião constituem um novo texto produzido por Barroso a partir dos insumos das suas obras anteriores, e não simplesmente uma tradução da versão francesa do documento-marco do antissemitismo contemporâneo. Nesse intuito, baseamo-nos nos textos da Nova História Política, da história do espaço nacional e da Religião Política para percebermos como essa assinatura vai se adensando a partir da tese do imperialismo judaico e da afirmação da nacionalidade brasileira, tendo em vista a produção de um discurso narrativo contra os judeus. Em respeito a isso, utilizamos como referencial metodológico os livros Narrative Discourse: An Essay in Method (1990) e Paratexts: Thresholds of interpretation (2001), de Gérard Genette, e dedicamos um capítulo da dissertação para cada obra. No primeiro capítulo, caracterizamos o discurso narrativo de Ideias e Palavras, mostrando como a dubiedade da assinatura “João do Norte (Gustavo Barroso)” explicita uma apreciação positiva dos judeus. No segundo capítulo, caracterizamos o discurso narrativo de A Ronda dos Séculos pensando a autonomia da assinatura e o processo de negativação dos judeus. No terceiro capítulo, analisamos o discurso narrativo dos Protocolos dos Sábios de Sião e discutimos que a assinatura “Gustavo Barroso”, já autônoma, assume a forma de antijudaísmo e antissemitismo. Demonstramos a continuidade da escala internacional como compreensão espacial e temporal, a descrição de ambientes físicos como pressuposto da psicologia dos personagens, a inserção de pássaros como marcação das clivagens na narrativa, o aparecimento da guerra como constante histórica, citação de judeus para discorrer sobre os judeus e a compreensão da natureza humana como tendente à destruição.


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  • This Study aims discuss the process of autonomy of signature “Gustavo Barroso” with the exam of the Narrative discourse present in Ideias e PalavrasA Ronda dos Séculos and Os Protocolos dos Sábios de Sião, books published by intellectual Brazilian Gustavo Adolfo Dodt Luiz Guilherme da Cunha Barroso between 1917 and 1936. We defend the idea that Os Protocolos dos Sábios de Sião [The Protocols of the Elders of Zion] constitute a new text, not simply a translation of French version. . In this sense, we are based on the texts of the New Political History, the history of the national space and the Political Religion, in order to understand how this signature builds on the thesis of the Jewish imperialism and the affirmation of Brazilian nationality, in view of the production of narrative discourse against the Jews. In this respect, we use as a methodological reference the books Narrative Discourse: An Essay in Method (1990) and Paratexts: Thresholds of interpretation (2001), by Gérard Genette, and dedicate a chapter of the dissertation for each work. In the first chapter, we characterize the narrative discourse of Ideias e Palavras, showing how the dubiousness of the signature "João do Norte (Gustavo Barroso)" makes explicit a positive appreciation of the Jews. In the second chapter, we characterized the narrative discourse of A Ronda dos Séculos, thinking about the autonomy of the signature and the process of negativation of the Jews. In the third chapter, we analyze the narrative discourse of Os Protocolos dos Sábios de Sião and we discuss that signature "Gustavo Barroso" and Anti-semitism. We demonstrate the continuity of the international scale as spatial and temporal comprehension, the description of physical environments as a presupposition of the psychology of the characters, the insertion of birds as a mark of the cleavages in the narrative, the appearance of war as a historical constant, citation of Jews to discuss the Jews and the understanding of human nature as tending to destruction.

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  • GABRIELA CAVALCANTI MACÊDO
  • USOS DA PAISAGEM EDÊNICA NO CINEMA BRASILEIRO NOS ANOS 1970: O CASO DE COMO ERA GOSTOSO MEU FRANCÊS

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • ROSANE KAMINSKI
  • Data: 22/09/2017

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  • A dissertação tem como objetivo analisar como a memória cultural da visão de paraíso e do indígena foram atualizadas na produção cinematográfica nacional durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), notadamente, no filme Como era gostoso meu francês, de Nelson Pereira dos Santos. Parte-se do pressuposto que o Paraíso é uma concepção espacial historicamente construída e que compõe, junto ao seu principal habitante (o nativo americano) um recorte espacial de paisagem edênica. A hipótese é que o filme de Nelson Pereira dos Santos instituiu possibilidades de leituras alegóricas por meio do uso desta paisagem edênica. Relacionaremos os estudos visuais e análise histórica, nos interessando por identificar as matrizes visuais e discursivas espaciais com os quais o filme dialoga. Para isso, nos utilizaremos da metodologia narrativa-iconológica, fundamentada simultaneamente na narratologia de David Bordwell (2013) e iconologia de W.J.T. Mitchell (2000). Para o primeiro a narrativa é a maneira fundamental de se compreender o objeto filme e a iconologia crítica de Mitchell (2000) permite acesso aos elementos iconológicos e aos regimes de visibilidade constituídos historicamente. Dito isto, o presente trabalho analisará as representações da paisagem edênica legadas na memória cultural e visual, que estão presentes na composição da imagem e na organização formal do filme, estrutura e elementos estéticos de forma a compreender como o filme percebe e constrói uma determinada imagem de Brasil.


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  • This dissertation aims to analyze how the cultural memory of the perception of paradise and indigenous people were updated in the national cinematographic production throughout the Civil-Military Dictatorship (1964-1985), specifically in the film Como é gostoso meu francês by Nelson Pereira dos Santos. It is assumed that Paradise is a spatial conception historically constructed that, united with its main inhabitant (Native American) composes a spatial cut of the edenic landscape. The hypothesis is that Nelson Pereira dos Santos' film installed possibilities of allegorical readings through the use of this edenic landscape. The research relates the visual studies and the historical analysis, focusing in the identification of the visual and discursive matrices with which the film dialogues. However, for this it will be used the narrative-iconological methodology, based simultaneously on the narratology of David Bordwell (2013) and iconology of W.J.T. Mitchell (2000). For the former the narrative is fundamental for the understanding of the film’s object. As for the latter, the critical iconology of Mitchell (2000) allows access to the iconological elements and to the visibility regimes historically constituted. That said, the present dissertation will analyze the representations of the edenic landscape that lie in cultural and visual memory, which are present in the composition of the cinematographic image in a way that helps the understanding the manner the film perceives and constructs a certain image of Brazil.

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  • ARILENE LUCENA DE MEDEIROS
  • DORIAN GRAY CALDAS: A TRAJETÓRIA BIOGRÁFICA DE UM ARTISTA PRECURSOR DE UMA IDENTIDADE POTIGUAR

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MARCIA DE ALMEIDA GONÇALVES
  • Data: 25/09/2017

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  • O presente trabalho analisa a trajetória biográfica do artista plástico e escritor natalense Dorian Gray Caldas (1930-2017), tido como um dos precursores da modernidade artística no Rio Grande do Norte. Sua produção pictórica incluiu desenho, pintura de cavalete, pintura mural, mosaico, escultura, cerâmica, gravura e tapeçaria. O objetivo principal da dissertação é investigar como Dorian Gray construiu uma identidade alicerçada na arte moderna e de que forma seu protagonismo interferiu na constituição de uma arte potiguar. Prioriza um recorte temporal que vai de 1950, ano que marca o início de sua atividade profissional, com o II Salão de Arte Moderna de Natal, em parceria com os artistas Newton Navarro e Ivon Rodrigues, até 1989, com a publicação do livro “Artes Plásticas no Rio Grande do Norte (1920-1989)”, obra de sua autoria que consolida a ideia de uma identidade artística potiguar. O primeiro capítulo analisa de que forma a arte se tornou uma opção de vida para Dorian Gray e como ele construiu a ideia de uma tradição artística para sua família. O segundo capítulo investiga sua produção cultural no período demarcado, as redes de sociabilidade construídas por ele e sua participação na construção de uma modernidade artística natalense. O terceiro capítulo examina, de um lado, as imagens que Dorian construiu sobre si e sobre o que considerava ter feito para o mundo cultural e intelectual do Rio Grande do Norte, e, de outro, como os seus contemporâneos representavam o artista e sua obra. Recupera-se alguns discursos produzidos após sua morte e os mecanismos mobilizados pela família e instituições culturais para promover a manutenção da memória do artista. Como aportes teóricos, utiliza as noções de biografia (DOSSE, 2009; LORIGA, 2011), configuração social (ELIAS,1994), modernidade (BERMAN, 1986) e enquadramento da memória (Pollack, 1989, 1992) e o referencial teórico-metodológico da história oral de vida (PORTELLI, 1997). A relação entre história e espaço é discutida na perspectiva do geógrafo Yi-Fu Tuan (2013), para quem o espaço é o lugar que constrói identidade. As principais fontes utilizadas são entrevistas fundamentadas na história oral, notícias publicadas nos jornais A República, O Poti e Diário de Natal, discursos e textos de memorialistas.


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  • X

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  • FLAVIA CELESTE MARTINI ASSAF
  • BOI DE PRATA: POLÍTICA E CULTURA NA ESTREIA DO SERTÃO DO SERIDÓ NO CINEMA TERCEIRO-MUNDISTA BRASILEIRO (1970-1980)

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • ROSANE KAMINSKI
  • Data: 10/10/2017

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  • Este estudo analisa as muitas faces da primeira representação cinematográfica do Seridó e sua relação com a cultura política do cinema brasileiro. Na virada do ano de 1978 para 1979, era filmado na cidade de Caicó – RN o longa metragem intitulado Boi de Prata, que fez parte da primeira leva de filmes realizados através da política de regionalização da produção da recém-criada estatal de cinema Embrafilme. Ao realizar a película sobre e no sertão do Seridó, seu lugar de origem, o diretor Carlos Augusto Ribeiro Jr elaborou a construção discursiva imagética sobre o sertão seridoense e o Brasil como territórios do Terceiro Mundo, colocando-a como a alternativa na disputa entre a produção espacial de matriz conservadora-regionalista e a de matriz progressista-marxista. Vamos mostrar que o diretor atuou dentro da tradição do cinema brasileiro, que é a de contribuir para a formação da identidade regional e nacional, ao fazer uso de tópicos da cultura popular como a religião, as lendas, a música, a dança e a literatura oral.


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  • This study analyzes the many aspects of the first cinematographic representation of the Seridó and its relation to the political culture of brazilian cinema. From the end of 1978 to the beginning of 1979, the feature film Boi de Prata was filmed in Caicó - Rio Grande do Norte, and was one of the first movies produced through the decentralization policy of the newly created state movie company Embrafilme. By producing the film both about and in the Seridó, where he was born, the director Carlos Augusto Ribeiro Jr created an imagetic narrative about the Seridó’s Sertão and Brazil as Third World territories, providing an alternative to the dispute between the conservative and the progressive-marxist notions of the decentralised spatial production. We’ll show that the director acted according to the Brazilian cinema tradition, which is to contribute to the regional and national identity, by using topics of the popular culture such as religion, legends, music, dance and oral literature.

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  • KLEYSON BRUNO CHAVES BARBOSA
  • A Câmara de Natal e os Homens de Conhecida Nobreza: Governança Local na Capitania do Rio Grande (1720-1759)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • NAUK MARIA DE JESUS
  • Data: 17/10/2017

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  • Esta dissertação analisa a governança local da capitania do Rio Grande, por meio da Câmara da cidade do Natal, entre os anos de 1720-1759. O recorte temporal explica-se pelo contexto da capitania do Rio Grande. O ano de 1720 caracteriza-se por ser um marco, pois a partir desta data a chamada Guerra dos Bárbaros é entendida como finalizada, e o processo de territorialização nos sertões a oeste da capitania teriam sido efetivados de forma mínima. A partir de 1759, a capitania do Rio Grande sofreu uma mudança em sua dinâmica interna, com a criação das novas vilas, implementadas pelo Marquês de Pombal. Assim, Natal deixava de ser a única localidade a possuir uma Câmara na capitania. Portanto, esta dissertação volta-se para o período anterior a este, em que as políticas camarárias de Natal ressoavam por toda a capitania. Para isto, foram percebidos os homens bons desta Câmara do Rio Grande, traçando-se um perfil daconhecida nobreza, afazendada e integrante das melhores famílias da terra. Em seguida, foram analisadas as políticas de administração e organização espacial da cidade do Natal, e o reflexo destas na própria capitania do Rio Grande. Desta forma, além dos aspectos de interferência sobre o espaço urbano de Natal, como abastecimento alimentar, ofícios mecânicos, festividades, entre outros; buscou-se pensar o papel de centralidade exercido por esta cidade sobre a capitania do Rio Grande, em um diálogo constante com as categorias de centro-periferia, tanto no interior da própria capitania, como no diálogo da Câmara do Natal com outras instâncias administrativas do império ultramarino português.


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  • This dissertation analyzes the local governance of the captaincy of Rio Grande, through the city council of Natal, between the years of 1720-1759. The period analyzed is explained by the context of the captaincy of Rio Grande. The year 1720 is characterized by being a landmark, because from this date the so-called “Guerra dos Bárbaros” is understood as finalized, and the process of territorialization in the “sertões” west of the captaincy would have been effected in a minimal way. From 1759, the captaincy of Rio Grande underwent a change in its internal dynamics, with the creation of new villages, implemented by the Marquis of Pombal. Therefore, Natal ceased to be the only locality to own a council in the captaincy. This dissertation turns to the period before this, in which the town policies of Natal resounded throughout the captaincy. For this, the “homens bons” of this council of Rio Grande were perceived, tracing a profile of the “conhecida nobreza”, “afazendada” and belonging of the best local families. Then, the policies of administration and spatial organization in the city of Natal were analyzed, and the reflection of these in the own captaincy of Rio Grande. Thus, in addition to the aspects of interference on the urban space of Natal, such as food supply, mechanical crafts, festivities, among others; we sought to think of the central role played by this city over the Rio Grande captaincy, in a constant dialogue with the central-periphery categories, both within the captaincy itself and in the dialogue of the Council of Natal with other administrative instances of the Portuguese overseas empire.

2016
Dissertações
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  • KEIDY NARELLY COSTA MATIAS
  • CARTOGRAFIAS DO ALÉM:

    O MUNDO DOS VIVOS E O UNIVERSO DOS MORTOS NO ANTIGO EGITO

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • ROGÉRIO PAULO NUNES FERREIRA DE SOUSA
  • Data: 22/08/2016

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  • O Livro dos Mortos é um dos documentos mais conhecidos do Antigo Egito. Trata-se de uma espécie de guia que o morto utilizava em sua busca pela eternidade; desvela algumas ideias egípcias relativas ao destino post-mortem, apresentando o mundo dos mortos como um lugar onde os egípcios deveriam praticar essencialmente aquilo que se fazia em vida. Identificamos a presença de dois motivos recorrentes no Livro: a necessidade de se movimentar e de se alimentar após a morte. Desta forma é que o morto poderia se restabelecer do caos representado pela finitude do corpo físico. Neste trabalho, propomo-nos a classificar e a analisar esses dois motivos recorrentes nos capítulos do Livro dos Mortos de Ani, datado do Novo Império. Com isso, apoiamo-nos na ideia de que o mundo dos mortos era uma extensão daquele dos vivos e de que o Livro dos Mortos era uma verdadeira cartografia do além.


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  • The Book of the Dead is one of the most known documents of Ancient Egypt. It is a kind of guide, which the deceased used in their search for eternity. It reveals some Egyptian ideas concerning the post-mortem destination, presenting the world of the dead as a place where the Egyptians should essentially practice what they did in life. We identified the presence of two recurring motifs in the Book: the need to move and the need to eat after death. Through these, the dead could recover from the chaos represented by the finiteness of the physical body. In this study, we propose to classify and analyze these two recurring motifs in the chapters of Ani’s Book of the Dead, which dates from the New Kingdom. Based on that, we conceived that the world of the dead was an extension of the world of the living, and the Book of the Dead was a real cartography of the beyond.

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  • MAGNA RAFAELA GOMES DE ARAÚJO
  • A cidade como altar: discursos, templo e a festa de Nossa Senhora da Apresentação na produção de identidade para a cidade de Natal, 1910 - 1939.

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA MAUAD DE SOUSA ANDRADE ESSUS
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 26/08/2016

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  • Realizamos uma análise acerca da relação entre catolicismo e cidade de Natal (RN) na primeira metade do século XX, período no qual o Brasil vivera um momento histórico marcado pela consolidação de um novo sistema político e expansão urbana como aconteceu em Natal. A presente pesquisa analisa a relação entre práticas discursivas católicas e o lugar Natal nos anos de 1910-1939. Nesse sentido, refletimos se a festa de Nossa Senhora da Apresentação, a padroeira da cidade, e a Matriz representada como monumento foram práticas produtoras da cidade? Quais sentidos foram imaginados? Objetivamos neste estudo analisar a associação imbrincada entre instituição religiosa, crença e lugar a partir da conjuntura histórica na qual o Brasil passava por um momento de efervescência social e cujos princípios trazidos pela modernidade não nasceram do catolicismo. De tal modo, buscamos compreender a reação da Igreja Católica frente a esse novo momento histórico através do uso do simbolismo da padroeira, de marcos memorias, cortejos sagrados, sensibilização e construção de uma característica para a cidade por meio da fé católica. As respostas para as nossas questões foram encontradas nos discursos presentes nas páginas dos periódicos A República, 1910-1939, A Ordem, 1935-1939, e o capítulo A Matriz de Natal escrito pelo potiguar Nestor dos Santos Lima na revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Buscamos nos escritos do italiano Giulio Argan o entendimento de que as cidades são frutos da materialidade arquitetônica, da relação com a natureza, da vivência humana transformadora. As ideias de Michel Foucault sobre discurso, Doreen Massey sobre espaço e lugar, Fredrik Barth quanto a identidade, Aleida Assmann sobre o local de recordação representam o referencial teórico adotado. Também foi muito importante para este trabalho a pesquisa a respeito da festa no Brasil Colonial desenvolvida por Mary Del Priore, a construção/uso de espaços religiosos públicos e privados por Sérgio Chahon, Luís da Câmara Cascudo e a sua leitura histórica sobre a cidade que consiste no nosso objeto, Denise Monteiro e a história do Rio Grande do Norte, a história da cidade de Natal nas pesquisas coordenadas por Raimundo Arrais e Angela Ferreira.  Em suma, problematizamos uma relação traçada entre religiosidade e cidade. Pretendemos com esta pesquisa contribuir para o conhecimento das trajetórias de formação da cidade de Natal no início do século XX.


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  • We conducted an analysis of the relationship between Catholicism and the city of Natal (RN ) in the first half of the twentieth century, a period in which Brazil lived a historic moment marked by the consolidation of a new political system and urban sprawl as in Christmas. This research examines the relationship between Catholic discursive practices and Natal place in the years 1910-1939  In this sense, we reflect the feast of Our Lady of the Presentation, the patron saint of the city, and represented Matrix as monument were producing practices of the city? Which way were devised? This study aimed to analyze the imbricated association between religious institutions, faith and place, considering the historical context when Brazil went through a moment of social unrest, in which the principles brought by modernity were not originated in Catholicism. In this way, we sought to understand the reaction of the Catholic Church to this new historical moment, through the use of patroness symbolism, memory landmarks, sacred processions, awareness and the construction the city features on the Catholic faith. The answers to our questions were found in discourses contained in the pages of the newspapers A República, 1910-1939, A Ordem, 1935-1939 and chapter A Matriz de Natal written by  Nestor Santos Lima, a potiguar writer, to the journal of the Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. We sought to understand that cities are the result of architectural materiality, the relationship with nature, and the transforming human experience, in the lines of the Italian writer Giulio Argan. Michel Foucault’s ideas about discourse, Doreen Massey’s conception about space and place, Fredrik Barth’s as identity, Aleida Assmann’s on memory location compose the theoretical framework adopted. It was also very important for this work to research on the party in Brazil Colonial developed by Mary Del Priore, construction/use of public and private religious spaces by Sergio Chahon, Luis da Câmara Cascudo and its historical reading of the city that is our object, Denise Monteiro and the history of Rio Grande do Norte, the history of the city of Natal in the research coordinated by Raimundo Arrais and Angela Ferreira. In short, we question a scribed relationship between religiosity and city. We intend this research contribute to the knowledge of Natal training trajectories in the early twentieth century.

     

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  • ARTHUR RODRIGUES FABRICIO
  • O COMPLEXO DE CULTO REAL DE RAMESSÉS III: ESPAÇO E MEMÓRIA NA XX DINASTIA DO ANTIGO EGITO

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MARÍA VIOLETA PEREYRA
  • Data: 29/08/2016

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  • Ramessés III (1187 – 1157 a.C.), segundo faraó da XX dinastia egípcia, reinou durante a passagem da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, no contexto de um delicado clima político e social, com tentativas de invasão por estrangeiros, greves de trabalhadores e uma tentativa de regicídio em meio a um golpe de estado. Apesar das adversidades, este faraó foi o responsável pela construção de um suntuoso complexo de culto real, em Medinet Habu, a última grande estrutura monumental erigida no Novo Império. Neste espaço sagrado, um dos exemplos mais bem conservados da estrutura axial templária da época, reúne-se grande parte da herança cultural egípcia do período, seus padrões artísticos, arquitetônicos, escultóricos, seus mitos, anseios e rituais, suas crenças no pós-vida e na função do faraó, principal mediador entre as esferas divina e humana. Neste sentido, com base no conceito de memória cultural, este trabalho tem por objetivo realizar uma análise do templo memorial de Ramessés III, por meio de suas iconografias e de suas inscrições, buscando demonstrar como este pode ter sido utilizado para perpetuar uma memória de longa duração da sociedade egípcia e de seus valores, ressaltando os diversos tipos de recursos e estratégias que foram adotados neste espaço para a consolidação deste projeto rememorativo e da autoimagem de Ramessés III à época. 


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  • Ramesses III (1187 – 1157 BC), the second pharaoh of the XX Egyptian dynasty, reigned during the transition from the Bronze Age to the Iron Age, in the context of a delicate political and social climate, with invasion attempts by foreigners, workers’ strikes and an attempted regicide in the midst of a coup d’etat. Despite the adversities, this Pharaoh was the responsible for the construction of a sumptuous royal cult complex at Medinet Habu, the last large monumental structure erected in the New Kingdom. In this sacred space, one of the best preserved examples of templar axial structure of the time, gathers much of the Egyptian cultural heritage of the period, its artistics and architectural patterns, sculptural models, their myths, anxieties and rituals, its beliefs in the afterlife and the roles of the Pharaoh as the main mediator between the divine and the human spheres. Considering this, based on the cultural memory concept, this work aims to realize an analysis of the memorial temple of Ramesses III, through its iconographies and its inscriptions, searching to demonstrate how this may have been used to perpetuate a long-term memory of Egyptian society and its values, highlighting the different types of resources and strategies that have been adopted in this space to the consolidation of this remembrance project and of the self-image of Ramesses III at the time.

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  • LILIANE TEREZA PESSOA CUNHA
  • O SAGRADO NA ROMA IMPERIAL DO SÉCULO II D.C.: CONSTRUÇÃO ESPACIAL E RITUALÍSTICA DO CULTO ÍSIACO NA OBRA O ASNO DE OURO

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • SONIA REGINA REBEL DE ARAUJO
  • Data: 30/08/2016

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  • O madaurense Apuleio, autor da obra O Asno de Ouro, fora um importante cidadão romano, difusor de concepções filosóficas e religiosas - como o movimento da Segunda Sofística e o Médio-platonismo - bem marcantes em seus escritos, durante o século II d.C. Apuleio escreveu durante a dinastia Antonina, na época imperial, período em que uma considerável pluralidade cultural florescia no Império e ressignificava os seus costumes. O culto de Ísis adentrou em Roma, provavelmente no século I a.C. e, após algumas fases de perseguição e de acolhimento, no período imperial já estava completamente adaptado às necessidades romanas. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo compreender a importância da construção de um espaço sagrado na obra apuleiana, refletido na maneira como o autor apresenta uma série de cultos considerados, em sua maioria, à margem da religião romana e que foram introduzidos em sua realidade. O culto dedicado à deusa Ísis, o cerne desta análise, é tratado por Apuleio de modo benfazejo, uma vez que ele já estava atrelado a religião imperial oficial. Pretende-se, então, apresentar o culto dedicado à deusa Ísis e a edificação de espaços sagrados isíacos, a partir da obra O Asno de Ouro, dando ênfase ao seu culto de Mistério, suas festividades e rituais, de modo a apresentar a relevância da divindade para esta cultura e a intenção de Apuleio em apresentar positivamente um culto em detrimento de outros, com o nítido objetivo de realizar uma apologia à deusa nilótica.


  • Mostrar Abstract
  • The madaurensis Apuleius, author of book The Golden Ass, was an important Roman citizen, diffusor of religious and philosophical conceptions – as the movement of the Second Sophistic and the Middle Platonism – very remarkable in his writings, during the second century AD. Apuleius wrote during the Antonine dynasty, in the imperial time, period during which a considerable cultural diversity flourished in the Empire and reframe their customs. The cult of Isis entered Rome, probably in the first century BC and, after some fases of persecution and reception, in the imperial period it was alredy completely adapted to the Roman needs. Considering this, this study aims to understand the importance of the construction of a sacred space in Apuleius work, reflected as the way the author presents a series of cults considered, mostly, on the margins of the Roman religion and that have been introduced into their reality. The cult dedicated to the goddess Isis, the core of this analysis, is treated by Apuleius in a positive way, since it was already tied to the oficial imperial religion. It is intended, then, to present the cult dedicated to the goddess Isis and the edification of sacred isiac spaces, from the book The Golden Ass, giving emphasis to her cult of Mystery, her festivals and rituals, in order to show the relevance of the deity to this culture and the intention of Apuleius to present positively a cult at the expense of others, with the clear objective of making an apology to the Nilotic goddess.

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  • MARIA ILKA SILVA PIMENTA
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    Um Traço Sobre o Ser(tão): Pinturas de Iran Dantas, Assis Marinho e Assis Costa entre as décadas de 1980 a 2000.

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DE SOUZA LEÃO VIEIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2016

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    O presente estudo objetiva refletir sobre as construções identitárias acerca do sertão do Seridó nas obras dos artistas potiguares Iran Dantas, Assis Marinho e Assis Costa (1960-2010). As obras serão analisadas a partir da visão empregada na História Social da Arte, a qual faz uma relação entre o artista, a obra e a sociedade tendo como contribuição os pressupostos teóricos metodológicos de Michael Baxandall, T. J. Clark, Enrico Castelnuovo e Jorge Coli. Além de utilizar-se de Stuart Hall, Albuquerque Júnior e Muirakytan K. de Macêdo na discussão sobre identidade cultural e regional. Procura-se problematizar os ícones representativos desse espaço marcado por uma construção histórica, tramada nas múltiplas dimensões do vivido humano e do cotidiano impregnado de um imaginário coletivo, que criam um sentimento de pertencimento ao lugar, fundando uma identidade espacial. Nessa perspectiva, o intuito é tecer um enredo que possa contextualizar essa arte produzida no interior do Estado do Rio Grande do Norte. No primeiro capítulo a partir dos artistas Newton Navarro e Dorian Gray Caldas, abordaremos uma reflexão sobre suas obras na condição de uma iconografia construída para identificar o Estado, sedimentando um sentimento identitário, particularmente, para a cidade de Natal que também define o Seridó. A iconografia desses dois nomes se constitui como um acervo pictórico para os artistas seridoenses, como Iran Dantas, Assis Marinho e Assis Costa, cuja as obras é investigada nos dois capítulos seguintes e elaboram um conjunto de imagens produzindo uma forma de ver seu espaço regional. O estudo propõe costurar os fios da tessitura pictórica dos referidos artistas vendo-se a arte como uma produção humana articulada com uma construção imagético-discursiva. Pode-se afirmar que o sentimento de identidade seridoense é construído por um discurso regionalista e reafirmado na produção pictórica dos artistas, que possuem suas singularidades estéticas e culturais. 


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  • This study aims to reflect on the identity constructions about Seridó as portrayed in works of Potiguar artists Iran Dantas, Assis Marinho and Assis Costa (1960-2010). The works will be analyzed from vision applied in Social History of Art, which is a relationship between the artist, the work and society, based on the methodological theoretical assumptions of Michael Baxandall, T. J. Clark, Enrico Castelnuovo and Jorge Coli. In addition to referring to Stuart Hall, Albuquerque Junior and Muirakytan K. Macêdo in the discussion of cultural and regional identity. We aim to question the representative icons in this space marked by a historical construction characterized by the multiple dimensions of human experience and daily life pervaded of a collective imagination, creating a sense of belonging to the place, establishing a spatial identity. In this perspective, the aim is to develop an outline that can contextualize the art produced in the interior of Rio Grande do Norte. Starting out with the artists Newton Navarro and Dorian Gray Caldas, we discuss a reflection on their works provided, which constitute an iconography built to identify the state, solidifying some sense of identity, particularly towards the city of Natal. Thus, the iconography of these two painters provides a pictorial reference repository to Seridoense artists such as Iran Dantas, Assis Marinho and Assis Costa, who produce a set of images creating a way to see this regional space. In practical terms, the study proposes sew the threads of these artists’ pictorial fabric, full of historicity, seeing art as a human and historical production, pervades with an imagetic-discursive construction. One can say that the sense of Seridó identity is built on a regionalist discourse and reaffirmed in the pictorial production of the artists who have their aesthetic and cultural singularities. In addition, we emphasize the understanding of individual and creative universe for each of them in developing their art.

     

     

     

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  • LUIZ HENRIQUE FELÍCIO DO NASCIMENTO
  • O OCIDENTE COMO IDEAL, PROPÓSITO E PROGRAMA: A ESG E A GEOPOLÍTICA DO BRASIL DE GOLBERY DO COUTO E SILVA

     

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • EDU SILVESTRE DE ALBUQUERQUE
  • CÂNDIDO MOREIRA RODRIGUES
  • Data: 31/08/2016

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  • O estudo e compreensão do período denominado República Democrática - ou República Liberal - transcorrido entre 1946 e 1964, coloca em evidência um processo político nacional essencialmente afetado pela dinâmica política externa, a Guerra Fria, que ficou caracterizada pela bipolaridade ideológica com efeitos extensivos a inúmeros outros aspectos, especialmente o militar. No Brasil, seguiu-se a tendência de alinhamento com os EUA e contra o bloco composto pela URSS e seus aliados. Nesse contexto foi fundada, em 1949, a Escola Superior de Guerra (ESG). A instituição encarregou-se da elaboração de uma Doutrina de Segurança Nacional (DSN) e tornou-se o locus de produção de um conhecimento Geopolítico que seria responsável pela formatação intelectual e ideológica de uma elite militar e civil que, em última instância, estaria preparada para assumir os encargos inerentes à condução dos destinos da Nação. Tal constructo intelectual, sob a forma dos conteúdos dos Cursos Superiores de Guerra, dava sequência a um trabalho de homens e instituições de Estado que tivera início no século XIX e que tinha por base uma lógica que colocava em pauta os interesses e as prioridades estatais, de forma atemporal e independente dos governos estabelecidos. A narrativa sobre a formação do território brasileiro, inerente aos estudos desenvolvidos na Escola, se faria ainda acompanhar da construção de uma historiografia que teceu um discurso que evocava uma tradição “cristã ocidental” e o anticomunismo, ao mesmo tempo em que se elaboravam as diretrizes para a consecução do projeto geopolítico de tornar o Brasil uma nação forte, uma potência. Nesse sentido, o estudo do pensamento político do general Golbery do Couto e Silva – a partir de sua obra “Geopolítica do Brasil” – apresenta-se como elemento indispensável para o entendimento daquele período da história brasileira. 

     


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  • The study and understanding of the period called Democratic Republic - or Liberal Republic - elapsed between 1946 and 1964, highlights a national political process primarily affected by a dynamic foreign policy, the Cold War, which was characterized by ideological bipolarity with effects extended to numerous other aspects, especially the military one. In Brazil, it was followed by alignment trend with the US against the bloc formed by the USSR and its allies. Within this context, the Superior School of War (ESG) was founded in 1949. The institution was responsible for drafting the Homeland Security Doctrine (DSN) and became the locus of production of a Geopolitical knowledge that would be responsible for the intellectual and ideological formatting of a military and civilian elite that ultimately would be prepared to take on the burden of conducting the nation's destiny. Such intellectual construct, as the syllabus of the Superior War School Courses, continued the work of men and state institutions that had begun in the 19th century and which was based on a logic that put in question the interests and state priorities, in a timeless way and independent of established governments. The narrative of the formation of Brazil, inherent to the studies conducted at the school, would be even followed by the making of a historiography that wove a speech that evoked a "Western Christian" tradition and the anticommunism, while outlining the guidelines for accomplishing the geopolitical project of making Brazil a strong nation, a power. In this sense, the study of general Golbery do Couto e Silva's political thinking – from his work “Geopolitics of Brazil” – is presented as vital to the understanding of that period of Brazilian history.

     

     

     

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  • ADRIEL FELIPE DE ALCÂNTARA SILVA
  • BRASIL, ONU, E HAITI: IMAGENS SOBRE A CRISE HAITIANA ENTRE 2004 E 2014

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 01/09/2016

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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a construção e o uso de representações sobre o 

    Haiti  e  as  tropas  da  Missão  das  Nações  Unidas  para  Estabilização  no  Haiti  (MINUSTAH) 

    durante  a  crise  política,  entre  os  anos  de  2004  e  2014.  Foram  investigadas  as  versões 

    construídas  sobre  esta  conjuntura  pelo  Conselho  de  Segurança  (CS)  da  Organização  das 

    Nações Unidas (ONU), e dentro dela o posicionamento brasileiro em relação ao Haiti, através 

    dos  encontros  do  CS,  bem  como  versões  construídas  pela  imprensa  haitiana.  Buscou-se 

    averiguar como se deu a troca de olhares entre estes dois distintos pontos de vista e de que 

    forma  as  imagens  fabricadas  por  cada  um  deles  interagiram,  ora  aproximando-se,  ora 

    distanciando-se,  outras  vezes  entrando  em  conflito.  Para  tanto,  foram  utilizadas  diferentes 

    fontes  históricas  na  análise.  No  que  se  refere  ao  Conselho  de  Segurança  da  ONU,  foram 

    estudados os registros de encontros e resoluções do Conselho de Segurança e relatórios do 

    representante  do  secretário  geral  no  Haiti.  Com  relação  à  imprensa  haitiana,  foram 

    selecionados  dois  periódicos:  o  Haïti  Liberté  e  Le  Nouvelliste.  Nas  ocasiões  em  que 

    trabalhamos o posicionamento brasileiro, além dos registros de discussão na ONU, utilizamos 

    como  fontes, os  discursos  dos  Presidentes da República  e representantes  do Ministério das 

    Relações Exteriores.

     

     


  • Mostrar Abstract
  • This  study  has  as  purpose  analyzing  the  construction  and  use  of  representations  related  to 

    Haiti  and  United  Nations  Stabilization  Mission  in  Haiti  (MINUSTAH)  troops,  during  the 

    polítical crisis, between 2004 and 2014. Versions of how the United Nations (UN) Security 

    Council  (SC)  sees  the  conjuncture,  and  inside  it,  the  Brazilian  position  about  Haiti,  were 

    analyzed  through  the  SC  meetings,  as  well  as  versions  built  by  the  Haitian  press.  It  was 

    enquired how happened the view exchange between these two distinct actors and how their 

    produced images interacted, sometimes getting  close, distant or even in  conflict. To do so, 

    different historical sources were used in the analyzes.  Regarding the UN Security Council, 

    were subject of study, the UNSC meetings and resolutions adopted, as well as the reports of 

    the Secretary-General on the United Nations Stabilization Mission in Haiti. As regards to the 

    Haitian press, two periodicals were subject of analysis: the Haïti Libertè and Le Nouvelliste. 

    In  the  occasions  which  the  Brazilian  position  was  subject  of  analysis,  further  the  UN 

    documents,  Republic  Presidents  speeches  and  Foreign  affairs  representative  speeches  were 

    also used.

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  • ANDERSON DA SILVA SOARES
  • Discursos e representações do corpo na ditadura militar no Brasil (1968-1979).

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 01/09/2016

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  • O objetivo deste trabalho é discutir as representações e discursos sobre o corpo produzidos durante a ditadura militar no Brasil (1968-1979). Para historicizá-los, pretendemos analisar documentos originários dos órgãos de censura e repressão (principalmente os originários do DCDP: Divisão de Censura de Diversões Públicas), cartas de cidadãos comuns endereçadas ao governo, registros de memórias, matérias de revistas e ainda produção bibliográfica sobre o período pesquisado. Além da análise documental, observamos particularidades e contradições que faziam parte do contexto histórico. Ainda a relação da ‘moral revolucionária’ das esquerdas deste contexto com o corpo. Por meio deste exame, percebemos o corpo como um locusprivilegiado para abordar e compreender a sociedade daquele momento, seus elementos simbólicos e a produção de subjetividades. Buscamos na historicização do corpo, dar visibilidade as forças de poder e formas de saber que substanciavam os discursos e representações que sustentavam a censura e defesa da “moral e dos bons costumes” (ditame que foi recrudescido a partir do AI-5 em 1968) tão fomentada pelo regime ditatorial e pela parcela conservadora e autoritária da sociedade que os apoiava. Localizamos discursos de controle, estigma, normatização e categorização dos corpos que eram considerados desviantes, imorais ou anormais. Inclui-se a discussão da dimensão política da prática da tortura, como o exercício de tentativa de controle e máximo poder punitivo aos corpos rebelados.

     

     


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  • FLÁVIA EMANUELLY LIMA RIBEIRO MARINHO
  • A última fronteira: a construção de um território brasileiro no Atlântico Sul (1960-1979).

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • TEREZA CRISTINA NASCIMENTO FRANÇA
  • Data: 02/09/2016

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  • O trabalho tem como tema a construção de um território brasileiro no Atlântico sul. Objetiva analisar o processo de construção do território nacional, partindo da análise da constituição das fronteiras marítimas do Estado brasileiro. Entender como esse Estado Nacional operacionalizou o esquadrinhamento de um novo território, na década de 1970, com a extensão do Mar Territorial brasileiro para 200 milhas náuticas, é o nosso principal problema. Nessa perspectiva, no primeiro capítulo analisamos as modificações administrativas do Estado brasileiro e a formação de uma tecnoestrutura estatal, que acabou dotando a organização estatal de uma nova lógica técnica e administrativa para dar sustentação aos novos limites marítimos. Pudemos observar que a intervenção do Estado em pesquisas voltadas para o mar e na propaganda sobre os novos limites foi um dos pilares de sustentação do projeto de construção do território brasileiro no Atlântico Sul. No capítulo seguinte, realizamos um breve estudo sobre as proposições de um grupo de apoio ao projeto de extensão do Mar Territorial de 200 milhas, operacionalizado na Marinha do Brasil. No último capítulo, tratamos da fragilidade do governo brasileiro em sustentar o mar territorial de 200 milhas, frente à imposição de acordos de pesca feitos por países que não reconheciam os novos limites marítimos do Brasil.


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  • The theme of the present work is the construction of a Brazilian territory in the South Atlantic. When we observe the national territory building process, based on the analysis of the constitution of the maritime borders of the Brazilian state, our central problem concerns to the understanding of how this National State operationalized the full exploration of a new territory, in the 1970s, with the extension of the Brazilian Territorial Sea to 200 nautical miles. Thus, in the first chapter, we will turn to the administrative changes of the Brazilian state and the formation of a state techno structure in order to provide the state organization of a new technical and administrative logic, to give support to the new maritime boundaries. Therefore, the intervention of the State in researches about the sea and advertisement about the new limits, was one of the supporting pillars of the mentioned project. In the next chapter we will take a brief study about the proposals of a support group for the extension project of the Territorial Sea of 200 miles, operationalized by the Navy of Brazil. In the last chapter, we will discuss about the fragility of the Brazilian government to support the Territorial Sea of 200 miles, against the imposition of fishery agreements made by countries that did not recognize the new maritime boundaries of Brazil.

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  • FAGNER DAVID DA SILVA
  • TRAÇANDO CAMINHOS E LIGANDO ESPAÇOS: AS ESTRADAS DO RIO GRANDE DO NORTE E O AUTOMÓVEL (1914-1934)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • ANTONIO LUIZ MACEDO SILVA E FILHO
  • Data: 05/09/2016

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    Esta pesquisa tem como objeto de estudo as estradas de rodagem e o automóvel no Rio Grande do Norte durante os anos 1914-1934. Trata-se de um momento em que determinados espaços do estado começaram a ser ligados por caminhos adaptados ao tráfego de veículos automotores, tendo em vista os interesses de determinados grupos políticos que, à época, buscaram exercer suas hegemonias no território norte-rio-grandense ao reivindicarem o progresso das estradas para os espaços que se nomeavam defensores: no litoral, os interesses dos Albuquerque Maranhão e no sertão, os interesses da oligarquia do Seridó. Além disso, o processo de construção das estradas de rodagem no Rio Grande do Norte teve um avanço significativo na ligação dos espaços de produção econômica a partir dos anos 1920 com a atuação da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS) no estado, evidenciando possíveis tensões entre os interesses dos engenheiros dessa instituição no planejamento do traçado das estradas e a realidade que encontraram no campo de trabalho. Desse modo, pretendemos compreender até que ponto as estradas e o automóvel atenderam a tais interesses e quais os efeitos desses meios de transportes na configuração do território norte-rio-grandense. Com base na análise de notícias e matérias do periódico A Republica, das mensagens dos governadores do estado e dos relatórios da Inspetoria Federal de Obras Contras as Secas (IFOCS), foi possível identificar nesse processo o ritmo e andamento das obras, assim como também os interesses e os conflitos envolvidos no processo de construção das estradas.

     

     


  • Mostrar Abstract
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    This research has focused on studying the highways and the automobile in Rio Grande do Norte during the years 1914-1934. This is a time when certain state spaces began to be linked by paths adapted to the traffic of motor vehicles, with a view to the interests of certain political groups at the time, sought to exercise their hegemony in the north of Rio Grande territory to claim the progress of roads to the spaces that they used to named defenders: on the coast, the interests of Albuquerque Maranhão family’s subjects and in the hinterland, the interests of Seridó’s individuals. Moreover, the process of the highways construction in Rio Grande do Norte was a significant step forward in linking economic production spaces from the 1920s with the Federal Works Inspectorate Against Drought (IFOCS) work in the state, showing a conflict of interest of that institution’s engineer in relation to the developed planning in tracing these pathways and the reality found at the work field. This way, the central issue of this research seeks to understand to wich extent the roads and the automobile responded to these interests, trying to think what the effects of such means of transport over North Rio Grande territory’ configuration. Based on news and journal reports of The Republic periodical analysis, governors of the state messages and the Federal Works Inspectorate Against Drought (IFOCS) reports we were able to identify in this process the pace and progress of the works, as well as the interests and conflicts involved in these ways construction process.

     

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  • MARY CAMPELO DE OLIVEIRA
  • Espaços da religiosidade popular:

    Dr. Carlindo de Souza Dantas, um milagreiro de cemitério (Caicó/ RN, século XX)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
  • Data: 05/09/2016

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  • Este trabalho visa analisar a devoção que está caracterizada na figura do Dr. Carlindo de Souza Dantas que, ao ser assassinado no dia 28 de outubro de 1967 em frente ao Caicó Esporte Clube, foi alçado ao patamar de milagreiro de cemitério. A investigação dessa pesquisa se baseou nas práticas ritualísticas realizadas por comunidades de fiéis em torno da sepultura de Carlindo, que se localiza no Cemitério Campos Jorge – fato que potencializa simbolicamente o túmulo em lugar de devoção, de busca por milagres. Partindo da perspectiva da História Cultural que envolve as tradições, os mitos e os costumes de um povo, analisaremos a formação do imaginário seridoense, que transformou o médico Carlindo no milagreiro mais procurado daquela região. Trabalharemos com as definições de religiosidade, santidade, morte e recordação para a compreensão de um “sagrado alternativo”. É nesse momento que examinaremos os aspectos favoráveis ao surgimento dos milagreiros. O espaço, as crenças e o contexto social são fundamentais ao entendimento do comportamento religioso dos caicoenses. Logo, foi através das memórias – individuais e coletivas – e das imagens fotográficas que constatamos uma devoção na qual o devoto mantém uma ligação direta com o milagreiro Carlindo Dantas.


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  • The purpose of this study is to analyze the devotion that is featured in Dr. Carlindo figure de Souza Dantas to be killed on October 28, 1967 in front of the Caico Sports Club was raised to the level of miracle worker Cemetery. The investigation of this research was based on ritualistic practices made by faith communities around the Carlindo grave, which is located in Campos Jorge Cemetery. Fact that symbolically enhances the tomb in place of devotion, search for miracles. From the cultural history surrounding the traditions, myths and customs of a people we analyze the formation of the Seridó imaginary, which transformed the medical Carlindo the most sought miracle of Seridó Potiguar region. We will work with religious settings, holiness, death and remembrance for understanding an "alternative sacred." This is when we examine the aspects favorable to the emergence of miracle workers. The space, beliefs and social context is fundamental to understand the religious behavior of caicoenses. Just then, it was through the individual and collective memories, the images that we see a devotion in which the devotee maintains a direct connection with the miracle worker Carlindo Dantas.

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  • ANA PAULA SANTANA FILGUEIRA
  • POLÍTICA, VIDA CÍVICA E RELIGIÃO: UMA ANÁLISE DAS MEMÓRIAS DE ENEIAS NO LIVRO III DA ENEIDA DE VIRGÍLIO (SÉC. I A. C.)

  • Orientador : LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • RAFAEL SCOPACASA
  • Data: 09/09/2016

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  • No ano 29 a. C. Publius Vergilius Maro deu início à escrita do poema épico Eneida. Nele Eneias, personagem que já havia aparecido em algumas páginas da Ilíada e de outros textos, um troiano que após a destruição da sua pátria é incumbido pelos deuses a percorrer mares e terras, junto com alguns compatriotas, em busca do local ideal para fundar uma nova cidade. Nesta pesquisa, tomamos a Eneida como objeto de estudo, visando demonstrar como seu autor resignificou, no perfil do seu herói, alguns valores que permeavam a Roma governada por Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus, entre 14 a. C. e 27 d. C. Para isso, concentramos nossa análise no Livro III da epopeia virgiliana, no qual Eneias narra seus primeiros anos de exílio para a rainha de Cartago, Dido. Fizemos uma reflexão sobre como o mytho e a memória foram concebidos na literatura e história grecoromana e como se articularam ao enredo da Eneida. Diante disso, procuramos traçar o perfil do herói da epopeia virgiliana, a fim de identificar como suas características podem revelar detalhes sobre a religião, vida cívica e a política que se desejava que os cidadãos de Roma e até mesmo seu governante possuíssem. 


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  • In the year 29 a. C. Publius Vergilius Maro began the writing of the epic poem Aeneid. In it Aeneas, a character who had already appeared on some pages of the Iliad and other texts, a Trojan that after the destruction of his homeland is entrusted by the gods to go through seas and lands, along with some compatriots, to search for the ideal place to found a new City. In this research we intended to take the Aeneid as an object of study aiming to demonstrate how its author gave new meanings, in the profile of his hero, some ethical values that permeated the Rome ruled by Gaius Iulius Caesar Octavianus Augustus, between 14 a. C. and 27 d. C. For this, we focus our analysis in Book III of the Virgilian epic in which Aeneas recounts his early years of exile to the Queen of Carthage, Dido. We made a reflection on how mytho and memory were designed in the literature and Greco-Roman history, aiming to understand how these concepts have been designed for this tradition and how the plot of the Aeneid fits in this context. Therefore we seek to trace the Virgilian epic hero profile’s in order to identify how their characteristics can reveal details of religion, civic life and politics that were wanted the citizens of Rome and even its ruler to possessed. 

     

     

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  • FELIPE ALVES PAULO CAVALCANTI
  • O avesso da ruína: invenção e reinvenção de Pasárgada na obra de Manuel Bandeira (1917-1954)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • EDUARDO DOS SANTOS COELHO
  • Data: 14/09/2016

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  • No presente trabalho, analisamos a construção histórica de uma imagem já consolidada no imaginário brasileiro: o espaço de Pasárgada. Acreditando que as imagens se constroem por meio dos vários investimentos de desejo que lhe são destinados, que elas são alvo de elaborações e reelaborações, intentamos aqui mostrar o surgimento e as sucessivas reformulações do espaço de Pasárgada na obra de Manuel Bandeira. Assim, dividimos nossa investigação em quatro momentos: primeiramente, tratamos do declínio social da família, marcado pela transição entre um regime patriarcal idealizado e um novo tempo de relações urbanas e burguesas no Brasil. Em um segundo momento, traçamos um percurso pelas primeiras duas obras de Bandeira, A Cinza das Horas e Carnaval, compostas após seu adoecimento em 1904, apontando algumas das diretrizes poéticas aí presentes que futuramente seriam implicadas na criação do poema “Vou-me Embora Pra Pasárgada”. No terceiro capítulo, abordamos o desenvolvimento de novos recursos e procedimentos criativos na obra deste autor durante os anos 1920, ocorrido no contato com três frentes de renovação – a boemia intelectual carioca, o modernismo paulista e o regionalismo tradicionalista freyreano –, cujas ideias tornaram possível a criação do espaço nomeado de Pasárgada. Por fim, no quarto e último capítulo, discutimos o sentido “biográfico” que Bandeira e outros autores passam a atribuir a este espaço após o lançamento de Libertinagem, em 1930, dando início a uma série de textos biográficos e autobiográficos que culmina na publicação da autobiografia de Manuel Bandeira, o Itinerário de Pasárgada, em 1954.  


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  • ABSTRACT

     

    In this work, we analyze the historical construction of a well-established image in the Brazilian imaginary: Pasárgada. Believing that images are made of the various investments of desire which incide upon them, that they are elaborated and reelaborated in the course of time, we aim to expose here the birth and the successive reformulations of Pasárgada in the work of Manuel Bandeira. Hence, we divided our investigation in four chapters: firstly, we approach the social decline of Manuel Bandeira’s family, marked by the transition of an idealized patriarchal regime and a new era of bourgeois and urban social relations in Brazil. In a second moment, we examine Bandeira’s first works, A Cinza das Horas and Carnaval, composed after the poet became ill in 1904, to expose some of the creative procedures that would persist in his later work, also being used in the creation of the poem “Vou-me Embora Pra Pasárgada”. In the third chapter, we investigate the development of new creative procedures and resources by Manuel Bandeira during the Brazilian “roaring 1920s”, acquired in the contact with three different artistic fronts: the bohemian scene, in Rio de Janeiro; the Brazilian modernist movement, in São Paulo; and the traditionalist regionalism, led by Gilberto Freyre in Recife, which provided Bandeira with the ideas and the poetical resources he would employ in the creation of the poetical space called “Pasárgada”. Lastly, in the fourth chapter, we discuss the “biographical” sense that Bandeira and other authors would associate to this poetical space after the publication of Libertinagem, in 1930, starting a series of biographical and autobiographical texts that culminate in the publishing of  Manuel Bandeira’s autobiography, Itinerário de Pasárgada, in 1954.

     

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  • LAÍS LUZ DE MENEZES
  • ORDEM E DISCIPLINA, SENTIMENTOS E EMOÇÕES: UMA HISTÓRIA DA PENITENCIÁRIA DE ALCAÇUZ.

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • ÂNGELA MEIRELLES DE OLIVEIRA
  • Data: 15/09/2016

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  • Neste trabalho, pretende-se analisar o espaço da Penitenciária Estadual de Alcaçuz (PEA), inaugurada no ano de 1998 e localizada no município de Nísia Floresta (RN), a qual abriga uma média de mil homens em cumprimento de pena privativa de liberdade no regime fechado. No tocante à contribuição teórica, utilizaremos principalmente os autores Michel Foucault (instituição disciplinar), Augusto Thompson (sistema de poder), Erving Goffman (instituição total), Yi-Fu Tuan (lugar) e Michel de Certeau (subjetividade). Portanto, pretendemos demonstrar que a penitenciária é um espaço multifacetado, ora pode ser enxergado como um espaço de objetividades, no qual impera a ordem e a disciplina, ora pode ser enxergada como um lugar permeado pelas subjetividades de seus integrantes (agentes penitenciários, apenados e visitantes). Nesse sentido, enxergamos a existência de três lugares de destaque: o lugar de reencontro (pela perspectiva dos visitantes), o lugar do aprisionamento (pela perspectiva do apenado) e o lugar de trabalho (pela perspectiva do agente penitenciário). Buscamos, assim, problematizar esses lugares, nos questionando como esses sujeitos vêm ocupando e se apropriando do espaço prisional? E o que esse espaço vem produzindo nesses sujeitos? Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizadas, além de outras fontes, entrevistas colhidas com agentes, apenados e visitantes, utilizando a metodologia da história oral.

     


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  • In this work, we intend to analyze the space of the State Penitentiary Alcaçuz (PEA), which opened in 1998 and located in the county of Nisia Floresta (RN), which houses an average of thousand men in fulfillment of deprivation of liberty in closed regime. With regard to theoretical contribution, we will use mainly the authors Michel Foucault (disciplinary institution), Augusto Thompson (power system), Erving Goffman (total institution), Yi-Fu Tuan (place) and Michel de Certeau (subjectivity). Therefore, we intend to demonstrate that the prison is a multifaceted space, sometimes can be understood as an space of objectivities, where order and discipline prevails, sometimes can be understood as a place permeated by subjectivity of its members (prison guards, inmates and visitors). In this sense, we see the existence of three prominent places: the place of reunion (from the perspective of visitors), the place of imprisonment (from the perspective of inmates) and the place of work (from the perspective of prison guard). Therefore, we seek interrogate these places, questioning how these people have been occupying and appropriating the prison space? And what this space has been producing in these people? For the development of the work were used in addition to other sources, interviews with prison guards, inmates and visitors, using the methodology of oral history.

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  • DANIELA ARAÚJO LEIRIAS
  • “LOUVADO SEJA O SANTÍSSIMO SACRAMENTO”:

    O ANTICOMUNISMO CATÓLICO E A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE E

    DA ESPACIALIDADE NORTE-RIO-GRANDENSE

    (1934-1937)

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • GIZELE ZANOTTO
  • Data: 15/09/2016

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  • O propósito dessa dissertação é analisar a formulação do anticomunismo católico no Brasil entre 1934 – 1937, comparando o plano local com o nacional, tendo como material de estudo o anticomunismo difundido no Rio Grande do Norte pelo jornal católico A Ordem e pelo jornal laico A República e, no plano nacional pela revista A Ordemeditada pelo Centro Dom Vital, do Rio de Janeiro. Entendo que essas produções remetem a um discurso anticomunista ancorado nos pressupostos e estratégias políticas em que a Igreja buscava alavancar. Sendo assim, achamos necessária a ligar a compreensão desse discurso ao pensamento católico contra a modernidade e as suas formulações, trabalhadas no século XIX e início do século XX pela Igreja para entender a especificidade de sua tradução no Brasil. Dessa maneira, compreendemos que o anticomunismo católico é apenas parte do discurso anti-moderno traduzido em razão dos pressupostos e estratégias que a Igreja procurava alavancar na década de 1930. Para esta análise, houve a necessidade de considerarmos a produção específica do campo religioso, determinando as ações e estratégias do espaço social católico e buscarmos entender os espaços políticos com os quais o nacional e o local dialogavam. Assim, percebemos que a relação entre a religião e a política se constituiu a partir da formulação de um tipo de capital simbólico específico, adaptado às experiências do nacional e do local, e, no caso local desempenhou papel central na produção do espaço e da identidade norte-rio-grandense na década de 1930.


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  • ANDRE LUIS NASCIMENTO DE SOUZA
  • A MÍSTICA DO CATIMBÓ-JUREMA REPRESENTADA NA PALAVRA,

    NO TEMPO E NO ESPAÇO

     

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • ÂNGELA MEIRELLES DE OLIVEIRA
  • Data: 20/09/2016

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    O catimbó-jurema é uma manifestação religiosa, cujas origens estariam relacionadas aos grupos indígenas que um dia habitaram o Nordeste brasileiro. As pesquisas sobre esta modalidade religiosa vêm sendo documentadas há mais de 80 anos. Com intuito de contribuir com as discussões sobre a temática, que ainda são relativamente escassas, este trabalho revisita algumas obras consideradas “clássicas” com objetivo de perceber os arranjos que o catimbó apresentava nas décadas de 1920/30, momento em que as pesquisas de Andrade, Bastide e Cascudo foram realizadas. O exercício de revisão bibliográfica ao qual nos propomos, será um suporte interessante para compreendermos alguns dos mecanismos agenciados pelos adeptos dessa religião para a (re)atualização do seu sistema de crença. Um dos pilares do catimbó está pautado na concepção de que o mundo do além possui “cidades encantadas”, descritas pelos juremeiros como lugares místicos e imaginários habitados pelos senhores mestres, caboclos, reis e seres encantados. Essas “cidades” possuem organização e topografia semelhante as deste mundo. A cosmogonia juremeira acerca destes espaços é complexa pois contempla uma série de representações imagético-discursivas forjadas pelos grupos indígenas nordestinos e reproduzidas pelos adeptos do catimbó no decorrer de sua formação enquanto religião. Tendo como base os discursos dos juremeiros, traçaremos uma análise sobre a construção imaginária e imaginada desses espaços, com intuito de apresentar ao leitor, uma “geografia do sobrenatural” das espacialidades do catimbó. Várias expressões referentes a liturgia e a cosmovisão juremeira carregam consigo noções espacializantes e metáforas espaciais usadas no cotidiano religioso: “direita-esquerda”, “cima-baixo”, dentre outras. Estas atuam de maneira profícua no sentido de auxiliarem na produção de dizibilidades e visibilidades dos espaços materiais e imateriais. Neste exercício de construção de espacialidades, o corpo humano tornou-se referência, “o homem é a medida”, ressalta Yi-Fu Tuan.

     


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  • ABSTRACT:

    Catimbó-jurema is a religious manifestation, whose origins are related to indigenous groups that once inhabited the Brazilian northeastern region. Research on this religious category has been performed for more than 80 years. In order to contribute to current discussions on the subject, which are still relatively scarce, this work revisits some related works regarded as “classical” in order to understand the arrangements that Catimbó used to present in the 1920’s and 1930’s, time in which Andrade’s, Bastide’s and Krab’s researches were conducted. The proposed literature review will be an interesting support to understanding some of the mechanisms dealt with by Juremeiros (adherents to the said religion) to (re)updating their belief system. One of Catimbó’s cornerstones is based on the concept that the spirit world has “enchanted cities”, which the Juremeiros regard as mystical and imaginary places inhabited by the lord masters, caboclos, kings and enchanted beings. Such “cities” have their topography and organization similar to this world’s. The Jurema cosmogony about such spaces is complex because it includes a series of imagetic-discursive representations forged by Northeastern indigenous groups and adopted by adherents of the Catimbó during its stage of formation as a religion. Based on the assertions of Juremeiros, we will outline an analysis of the imaginary and imagined construction of such spaces, aiming to introduce the reader to a “geography of the supernatural” of the spatiality of the Catimbó. Various expressions concerning liturgy and Jurema’s worldview carry inside themselves spatial notions and metaphors used in everyday religious “right-left”, “up-down”, among others. Such notions act in a fruitful way in order to assist in the production of descriptibility and visibility of material and immaterial spaces. In this spatiality construction practice, the human body has become a reference – “man is the measure”, says Yi-Fu Tuan.

     

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  • GILDY CLER FERREIRA DA SILVA
  • “NÓS, OS POTIGUARA DO CATU”: emergência étnica e territorialização no Rio Grande do Norte (Século XXI).

     

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • ÂNGELA MEIRELLES DE OLIVEIRA
  • Data: 20/09/2016

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    No início do século XXI, no Rio Grande do Norte, várias comunidades têm se autodeclarado indígenas e passaram a cobrar a garantia de seus direitos enquanto cidadãos perante o Estado brasileiro. Segundo os dados do IBGE/RN, o número de pessoas indígenas no estado totaliza 2.597. Entretanto, o estudo desse fenômeno (a emergência indígena), tem se limitado ao campo de análise dos antropólogos, permanecendo carente de análise do ponto de vista historiográfico. Podemos inferir que esta carência, até certo ponto, deve-se aos estudos desenvolvidos por intelectuais locais durante o século XX e os primeiros anos do século XXI. Analisamos algumas obras dedicadas à história do Rio Grande do Norte para buscar perceber como se construiu o que podemos chamar de “tese do ‘desaparecimento’ do índio” do estado. Assim, analisamos historicamente o processo de emergência, de construção das identidades e das tradições dos Potiguara do Catu (Goianinha/Canguaretama – RN). Por fim, examinamos a construção dos espaços por estes sujeitos (a partir de uma cartografia afetiva) levando em consideração um conjunto de possibilidades materiais, simbólicas e místicas que fazem parte desse processo de afirmação da identidade indígena.

     


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  • ABSTRACT

    In the beginning of the 21st century, in Rio Grande do Norte, many communities have declared themselves as indigenous and started to charge the warranty of their rights as citizens towards Brazilian State. According to IBGE/RN, the number of indigenous people in the State is equal 2.597. Therefore, the studies of that phenomenon (the indigenous rise) has been limited to the anthropologic analysis area, remaining absent of historiography analysis. We can infer such absence, until certain point, it’s due to the studies developed by local intellectuals during the 20th and first years of 21st century. We analyzed some works dedicated to Rio Grande do Norte’s History in order to understand how it was built what we can call “indian missing thesis” in the state. Thus, we analyzed historically the rising process, the construction of identities and the traditions of Potiguara do Catu (Goianinha/Canguaretama – RN). Finally, we examined the construction of space by those subjects (from an effective cartography) considering a set of material and mystic possibilities that are part of this indigenous identity affirmation process.

     

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  • RUAN KLEBERSON PEREIRA DA SILVA
  • GUERRA, SOBERANIA, ORDEM E EQUILÍBRIO CÓSMICO:

    REPRESENTAÇÕES SOCIAIS EM RELEVOS NEOASSÍRIOS (884 – 727 a.C.)

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • LYVIA VASCONCELOS BAPTISTA
  • KATIA MARIA PAIM POZZER
  • Data: 26/09/2016

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    Tendo como preocupação central a relação entre Guerra, Soberania, Ordem e Equilíbrio Cósmico no Império Neoassírio (884–727 a.C.), este trabalho busca analisar os relevos neoassírios esculpidos em lajes de pedra fixadas às paredes dos palácios imperiais neoassírios. Estes relevos, reunidos em um Catálogo Documental organizado por regras de homogeneidade, serão estudados a partir da Teoria da Imagem e da Teoria das Representações Sociais, privilegiando a materialidade das representações visuais e seu respectivo contexto de produção para que, com isso, se tenha o devido entendimento dos Grupos Narrativos, das Categorias Narrativas e das Tipologias Narrativas, além de demarcar as Unidades Episódicas que contribuíram para a produção de sentidos acionados pelas representações visuais vinculadas às estruturas arquitetônicas dos palácios imperiais neoassírios, o que implica, por fim, no entendimento do poder destas imagens como imagens do poder.

     


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    ABSTRACT

     

    Having as central concern the relationship between War, Sovereignty, Order and Cosmic Balance in the Neo-Assyrian Empire (884-727 BC), this work aims to analyze the Neo-Assyrian reliefs carved in stone slabs fixed to the walls of the Neo-Assyrian imperial palaces. These reliefs, gathered in a Documental Catalog organized by uniformity rules, will be studied based on the Image Theory and the Social Representations Theory, privileging the materiality of visual representations and their respective production context for, with this, have a proper understanding of the Narrative Groups, of the Narrative Categories and of the Narrative Typologies, as well as demarcating the Episodic Units which contributed to the production of meanings triggered by the visual representations attached to the architectural structures of the Neo-Assyrian imperial palaces, which implies, finally, in the understanding of the power of these images as images of the power.

     

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  • PAULO VITOR SAUERBRONN AIRAGHI
  • JOSÉ LEÃO FERREIRA SOUTO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE POTIGUAR NA TRANSIÇÃO DO SÉCULO XIX PARA O SÉCULO XX

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • ADRIANA BARRETO DE SOUZA
  • Data: 28/09/2016

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  • ABSTRACT

     

    The aim of this work is to build a historical biography of North Rio Grande José Leão Ferreira Souto (1850 - 1904) and from there analyze the gestation of a potiguar identity in the transition from the nineteenth to the twentieth century. It is intended, first, to understand how social and political relations were woven that allowed Jose Leon to adjectivize an identity to a specific people, linked to a space, Rio Grande do Norte; and, second, to realize as a concrete subject, who lived the transition from the nineteenth to the twentieth century, left his small province and approached thoughts and ideologies that come from Europe and emerging still in a limited way in Brazil. Throughout the text will be sought to demonstrate that this potiguar identity was gestated in Rio de Janeiro and was directly linked to movements of thinkers who lived through the transition from Empire to Republic. For the execution of the work was done a mapping of biographical studies in Brazil, highlighting the works of Adriana Souza and Benito Bisso. From a theoretical point of view the work is anchored in contemporary biographical studies, among which stand out Sabina Loriga and François Dosse. Research sources are organized from materials dispersed in various cities and had not yet been systematized, composed of three types of documents, namely the written production of José Leão Ferreira Souto; productions written by other authors that make references to it; and finally the productions written by others without even making references to José Leão bring explanatory material about the time he lived and on the ideas produced. This study presents three basic conclusions: the biography of a concrete subject shows that European ideas that arrived in Brazil in the nineteenth century were not simply imported because there were elements of internal disputes favoring continuous adjustments to the original assumptions; the building of a potiguar identity was gestated in Rio de Janeiro from positivist principles; Existed in the early years of the Republic, groups (silenced by memory) that made opposition to the oligarchies, surpassing the interpretation that the local oligarchies had “superpowers”.

     

     

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  • VANESSA ANELISE FIGUEIREDO DA ROCHA
  • MISSÕES FRANCISCANAS: CATEQUESE INDÍGENA NA CAPITANIA DE PERNAMBUCO (1659-1763)

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BARTIRA FERRAZ BARBOSA
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • Data: 06/10/2016

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  • Na conquista de novos territórios, Portugal contou com o apoio de instituições, como a Igreja católica, que legitimaram sua expansão e consolidaram seu Império. Frades de várias ordens religiosas estiveram presentes nas entradas de colonização, mediando o contato de culturas distintas, pacificando e dilatando regiões fronteiriças, através da atividade missionária. É pensando na importância da Igreja para a colonização do Brasil que nossa pesquisa pretende estudar as missões de catequese indígenas, em Pernambuco, administradas pela Ordem de São Francisco, objetivando compreender como esses religiosos contribuíram para delimitação espacial do território da dita capitania. Nosso recorte temporal está compreendido entre 1659, quando foi fundada a Província de Santo Antônio do Brasil, e 1763, período em que as missões foram transformadas em vilas e os franciscanos perderam a jurisdição espiritual e temporal sobre os índios. Faremos uso de uma gama de documentos, tendo como principal acervo o Arquivo Provincial Franciscano, que nos permite compreender as relações estabelecidas dentro e fora dos aldeamentos, os interesses que os circundaram e o método missionário dos frades menores.


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  • In the conquest of new territories, Portugal had the suport of institutions such as the Catholic Church, that legitimated its expansion and consolidate its empire. Friars from various religious orders were present in the colonization of entries, mediating the contact of different cultures, pacifying and dilating border regions, through missionary activity. It is thinking about the importance of the Church for the colonization of Brazil that our research aims to study the indigenous catechetical missions in Pernambuco, administered by the Order of St. Francis, in order to understand how these religious contributed to spatial delimitation of the territory of said captaincy. Our time frame is from 1659, when it was founded the Province of St. Anthony of Brazil, and in 1763, during which the missions were transformed into towns and the Franciscans lost their spiritual and temporal jurisdiction over the Indians. We will use a range of documents, the main collection the Provincial Archives Franciscan, which allows us to understand the relationships established within and outside the villages, the interests that circled and the missionary method of the Friars Minor.

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  • DIEGO MARCOS BARROS DE CASTRO
  • O MOVIMENTO ANTIPROIBICIONISTA EM NATAL: HISTÓRIAS, ATUAÇÕES E ESPAÇOS

     

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • EDWARD JOHN BAPTISTA DAS NEVES MACRAE
  • Data: 14/10/2016

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  • RESUMO Surge no início do século XXI, no setor II da UFRN, um coletivo antiproibicionista organizando as marchas da maconha (desde 2010) e ciclos de debate no âmbito acadêmico. Este trabalho busca entender a historicidade do movimento social antiproibicionista no Rio Grande do Norte que está, a partir de 2010, profundamente ligado à história do Coletivo Antiproibicionista de Estudantes e Demais Frequentadores - Cannabisativa - e suas respectivas conexões, processos, produções, concepções, imagens e memórias que constituem as espacialidades e as temporalidades contemporâneas multiculturais. A questão das drogas é um dos temas centrais da realidade social dos nossos tempos. Problematizar o conhecimento sobre as “drogas” é o objetivo desta pesquisa, levantando questionamentos de importância social, utilizando procedimentos ligados à história oral e à análise crítica documental. Estão associados à discussão das “drogas” as temáticas das desigualdades sociais, da criminalização do pobre e do negro, das políticas públicas ineficazes, das leis ineficientes. Esta dissertação discorre sobre o “apagamento” de uma cultura e de uma história (cannábica) que volta à tona no século XXI, na resistência dos corpos e nas práticas materiais e imagéticas da sociedade, seja por meio dos usos proibidos, seja pela discussão da legalização, seja pelas imagens e sentidos atribuídos às lutas antiproibicionistas nos últimos anos. 


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  • ABSTRACT It appears at beginning of XXI century, in Sector II UFRN, an anti-prohibitionist collective organizing as marijuana marches (since 2010) and cycles of debate in Academic Scope. This work seeks understand anti-prohibitionist movement historicitys in Rio Grande do Norte that is, from 2010, deep on History of the collective Antiprohibitionist Students and Other II Sector goers UFRN Cannabisativa and their connections, processes, productions, concepts, images and memories, that constituent as spatiality and how temporalities multicultural contemporary. The issue of drugs and one of the central themes of our social reality times. Problematize the knowledge about the "drug" is the objective of this research, raising social importance of questioning, linked procedures to history and oral critical analysis documental. Get ahead here some examples that are associated with discussion of "drugs" as the inequalities social thematic, the criminalization of the poor and black, the ineffective public policies, inefficient laws. This dissertation discusses about erasing culture and history (cannabis) that resurfaces on the XXI century in bodies resistance and on the materials practices and society imagery, by prohibited uses, by legalization discussion, by for the images and meanings attributed to the anti-prohibitionists fights in the last year.

22
  • JOÃO PAULO ARAÚJO MEDEIROS
  • WHIPLASH DISCOS E A PRODUÇÃO DA CENA HEADBANGER EM NATAL
    DOS ANOS 80/90

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • PEDRO ALVIM LEITE LOPES
  • Data: 16/12/2016

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  • Resumo
    O cenário da música, mundialmente falando, a partir das décadas de 50 e 60 teve como
    um dos atores o jovem que foi mudando seu estilo, corpo de acordo com a moda
    influenciada pelos artistas nos filmes, revistas, e programas de televisão.nesse
    sentido,este trabalho refere-se ao cenário em que Natal no Rio Grande do Norte foi
    influenciado através do rock, heavy metal e punk, construindo cenas que de alguma
    maneira se uniram para a produção da música. A juventude natalense de alguma forma
    teve a oportunidade de experienciar nas décadas de 80 e 90 a música pesada e criar para
    sí espaços de sociabilidade. A partir de um cenário político e
    econômico desfavorável ao crescimento, a cena heavy metal teve como ponto de
    encontro a loja de discos Whiplash onde jovens se aglomeravam para criar vínculos e
    principalmente ouvir discos que eram tocados de dentro da loja. A partir dessa união,
    formou-se bandas e com isso puderam tocar em festivais e eventos na cidade com outros
    grupos de rock e punk. As informações que inicialmente circulam dentro das cenas
    chegavam através de fanzines. O fanzine foi o meio pelo qual criou-se uma rede de
    amizades se espalhando pelo Brasil onde a troca de informação e também de material
    fonográfico ajudava a minimizar o problema da crise financeira e o fato de muitos
    destes jovens não terem trabalho para comprar seus bens de consumo. Estes fanzines
    funcionaram também para criar uma imprensa independente onde as bandas locais e
    eventos eram apresentados.


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  • Abstract
    The world music scene from the 50s and 60s had as one of the actors the young man
    who was changing his style, body according to the fashion influenced by the artists in
    the movies, magazines, and television programs. This work refers to the scenario in
    which Natal in Rio Grande do Norte was influenced through rock, heavy metal and
    punk, constructing scenes that somehow got together for the production of music. The
    Natal youth somehow had the opportunity to experience heavy music in the 80's and
    90's and create spaces for sociability. From a political and economic scenario
    unfavorable to growth, the heavy metal scene had as a meeting point the Whiplash
    record store where young people crowded together to create bonds and especially to
    listen to records that were played from inside the store. From this union, bands formed
    and with that they could play in festivals and events in the city with other groups of rock
    and punk. The information that initially circulated within the scenes came through
    fanzines. The fanzine was the means by which a network of friendships was created
    spreading through Brazil where the exchange of information and also of phonographic
    material helped to minimize the problem of the financial crisis and the fact that many of
    these young people did not have work to buy their goods Consumption. These fanzines
    also worked to create an independent press where the local bands and events were
    presented.

2015
Dissertações
1
  • KATIANE MARTINS BARBOSA DA SILVA
  • Os usos e funções do ensino de História a partir da disciplina “Cultura do
    RN”.

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 09/04/2015

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  • Quais os usos e funções do ensino de História na vida dos sujeitos? A partir disso, como os
    currículos escolares estão sendo pensados? Quais os elementos simbólicos e disputas que
    estão envolvidas nesse processo? Partindo desses questionamentos, a presente pesquisa busca
    problematizar os usos e funções do ensino de História em relação à construção ou definição
    de uma identidade norte-rio-grandense. Para tanto, utilizaremos a disciplina “Cultura do RN”
    percebendo-a enquanto uma política de estado que objetiva levar ao conhecimento dos
    agentes escolares expressões culturais que estão ligadas a uma identidade potiguar. Desse
    modo, investigaremos as narrativas que foram selecionadas, organizadas e produzidas diante
    do processo de institucionalização da disciplina no ano de 2007 e que modificou a Estrutura
    Curricular do Ensino Fundamental das escolas públicas estaduais do Rio Grande do Norte.


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  • Quais os usos e funções do ensino de História na vida dos sujeitos? A partir disso, como os
    currículos escolares estão sendo pensados? Quais os elementos simbólicos e disputas que
    estão envolvidas nesse processo? Partindo desses questionamentos, a presente pesquisa busca
    problematizar os usos e funções do ensino de História em relação à construção ou definição
    de uma identidade norte-rio-grandense. Para tanto, utilizaremos a disciplina “Cultura do RN”
    percebendo-a enquanto uma política de estado que objetiva levar ao conhecimento dos
    agentes escolares expressões culturais que estão ligadas a uma identidade potiguar. Desse
    modo, investigaremos as narrativas que foram selecionadas, organizadas e produzidas diante
    do processo de institucionalização da disciplina no ano de 2007 e que modificou a Estrutura
    Curricular do Ensino Fundamental das escolas públicas estaduais do Rio Grande do Norte.

2
  • JOÃO GILBERTO NEVES SARAIVA
  • TODO NORDESTE QUE COUBER A GENTE PUBLICA: O THE NEW YORK TIMES E O NORDESTE BRASILEIRO NA ERA DA POLÍTICA DE BOA VIZINHANÇA (1933-1945)

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA DA SILVA AZEVEDO
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • Data: 10/04/2015

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  •  O Nordeste brasileiro foi um tema constante para os jornalistas de um dos principais veículos de imprensa do mundo – oThe New York Times – entre 1933 e 1945. Nesse recorte, o governo dos Estados Unidos implementou uma nova política externa para a América Latina – conhecida como Política de Boa Vizinhança. Ela pregava, entre outros pontos, mais respeito e atenção para os países ao sul das suas fronteiras. Dada sua importância geoestratégica, o Brasil foi um dos países que mais recebeu atenção do corpo burocrático e imprensa estadunidense. Esta pesquisa investiga as múltiplas representações do Nordeste formuladas nas páginas do diário nova-iorquino nesse momento em que os holofotes estadunidenses estiveram sobre a região. Este trabalho delineia aproximações e distanciamentos entre o NYT, a imprensa e os governos dos Estados Unidos e do Brasil a partir das formas de se conceber essa parte específica do seu território brasileiro. Por meio da análise de textos, fotografias e mapas, essa dissertação se dedica a estabelecer conexões entre espaços, jornais e política dos anos 1930 e 1940. Nessas décadas houveram relevantes transformações no cenário político de ambos os países que permearam as notícias, reportagens e artigos do jornal. Conjunturas como as insurreições armadas de 1935 – conhecidas como Intentona Comunista -, a instalação e funcionamento do Estado Novo, e especialmente, a participação brasileira e norte-americana na Segunda Guerra e as negociações bilaterais em torno da instalação de bases estadunidenses no Brasil foram cardeais para as distintas imagens do Nordeste que circularam na publicação. A região foi reiteradamente tema do correspondente do diário nova-iorquino no Brasil, Frank M. Garcia, mas também esteve presente nas matérias de profissionais responsáveis por seções variadas: resenha de livros, editorial, turismo, assuntos exteriores, etc. Ao longo do recorte temporal investigado, as visões da região formuladas nas matérias publicadas no jornal sofreram metamorfoses profundas que também foram identificadas e analisadas. Do Nordeste da estiagem, fome e morte recorrente na literatura brasileira de então a ponto mais perigoso para a defesa hemisférica, passando com representações do Oeste norte-americano sem lei do século XIX e as da América Latina demarcada pelo domínio da natureza exótica e da estagnação, um espaço para ser transformado pelo conhecimento técnico norte-americano. 


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  •  O Nordeste brasileiro foi um tema constante para os jornalistas de um dos principais veículos de imprensa do mundo – oThe New York Times – entre 1933 e 1945. Nesse recorte, o governo dos Estados Unidos implementou uma nova política externa para a América Latina – conhecida como Política de Boa Vizinhança. Ela pregava, entre outros pontos, mais respeito e atenção para os países ao sul das suas fronteiras. Dada sua importância geoestratégica, o Brasil foi um dos países que mais recebeu atenção do corpo burocrático e imprensa estadunidense. Esta pesquisa investiga as múltiplas representações do Nordeste formuladas nas páginas do diário nova-iorquino nesse momento em que os holofotes estadunidenses estiveram sobre a região. Este trabalho delineia aproximações e distanciamentos entre o NYT, a imprensa e os governos dos Estados Unidos e do Brasil a partir das formas de se conceber essa parte específica do seu território brasileiro. Por meio da análise de textos, fotografias e mapas, essa dissertação se dedica a estabelecer conexões entre espaços, jornais e política dos anos 1930 e 1940. Nessas décadas houveram relevantes transformações no cenário político de ambos os países que permearam as notícias, reportagens e artigos do jornal. Conjunturas como as insurreições armadas de 1935 – conhecidas como Intentona Comunista -, a instalação e funcionamento do Estado Novo, e especialmente, a participação brasileira e norte-americana na Segunda Guerra e as negociações bilaterais em torno da instalação de bases estadunidenses no Brasil foram cardeais para as distintas imagens do Nordeste que circularam na publicação. A região foi reiteradamente tema do correspondente do diário nova-iorquino no Brasil, Frank M. Garcia, mas também esteve presente nas matérias de profissionais responsáveis por seções variadas: resenha de livros, editorial, turismo, assuntos exteriores, etc. Ao longo do recorte temporal investigado, as visões da região formuladas nas matérias publicadas no jornal sofreram metamorfoses profundas que também foram identificadas e analisadas. Do Nordeste da estiagem, fome e morte recorrente na literatura brasileira de então a ponto mais perigoso para a defesa hemisférica, passando com representações do Oeste norte-americano sem lei do século XIX e as da América Latina demarcada pelo domínio da natureza exótica e da estagnação, um espaço para ser transformado pelo conhecimento técnico norte-americano. 

3
  • FRANCISCA DAS CHAGAS MARILEIDE MATIAS DA SILVA
  • O Processo de Formação Territorial de Angicos (1760-1836)

  • Orientador : MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • LEMUEL RODRIGUES DA SILVA
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • Data: 21/07/2015

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  • Esta pesquisa tem como finalidade discutir as transformações ocorridas no processo de formação territorial de Angicos/RN, desde sua ocupação colonial registrada na segunda metade do século XVII, até a criação da Vila, na primeira metade do século XIX.Em seu texto, enfocam-se especialmente as relações existentes entre a produção dos espaços e a disputa pelo poder político. Para entender essas relações, foram utilizadas as seguintes fontes: Jornal A República, Relatório dos Presidentes de Província, Decreto Provincial que cria a Vila dos Angicos e a Paróquia de São José, Código de Posturas da Câmara de Angicos, documentos do acervo do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco e cartas de sesmarias, encontradas na Plataforma SILB (Sesmarias do Império Luso Brasileiro). Como metodologia, elaborou-se a compreensão da questão espacial associada ao contexto social e político colonial/imperial, através da análise das fontes documentais e bibliográficas, de forma a problematizar a formação territorial angicana à luz do conjunto historiográfico sobre o tema desenvolvido. Nas considerações apresentadas, foram tomados como base os conceitos de território, de Milton Santos;espaço, de Henri Lefevre e de lugar, de Cláudia Damasceno.


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  • Esta pesquisa tem como finalidade discutir as transformações ocorridas no processo de formação territorial de Angicos/RN, desde sua ocupação colonial registrada na segunda metade do século XVII, até a criação da Vila, na primeira metade do século XIX.Em seu texto, enfocam-se especialmente as relações existentes entre a produção dos espaços e a disputa pelo poder político. Para entender essas relações, foram utilizadas as seguintes fontes: Jornal A República, Relatório dos Presidentes de Província, Decreto Provincial que cria a Vila dos Angicos e a Paróquia de São José, Código de Posturas da Câmara de Angicos, documentos do acervo do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco e cartas de sesmarias, encontradas na Plataforma SILB (Sesmarias do Império Luso Brasileiro). Como metodologia, elaborou-se a compreensão da questão espacial associada ao contexto social e político colonial/imperial, através da análise das fontes documentais e bibliográficas, de forma a problematizar a formação territorial angicana à luz do conjunto historiográfico sobre o tema desenvolvido. Nas considerações apresentadas, foram tomados como base os conceitos de território, de Milton Santos;espaço, de Henri Lefevre e de lugar, de Cláudia Damasceno.

4
  • AVOHANNE ISABELLE COSTA DE ARAÚJO
  • Curar, fiscalizar e sanear: as ações médico-sanitárias no espaço público da Cidade do Natal (1850-1889)

  • Orientador : MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 22/07/2015

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  • Esta pesquisa tem como problemática compreender de que maneira os saberes e ações médico-sanitários moveram as transformações no espaço público da Cidade do Natal, no período de 1850 a 1889, especificamente na saúde pública. Para responder a este questionamento, faz-se necessário enfocar em três aspectos: no exercício médico e farmacêutico, na fiscalização dos gêneros alimentícios e no ordenamento urbano da Cidade do Natal. Neste sentido, foram utilizadas as seguintes fontes: Relatórios dos Presidentes de Província do Rio Grande do Norte, correspondência ativa dos Presidentes de Província do Rio Grande do Norte para a Câmara Municipal da Cidade do Natal; Atas das sessões da instituição camarária, Códigos de Posturas; documentos da Inspetoria da Saúde Pública, jornais (Correio Natalense, Liberdade e O Conservador) e as Legislações Imperiais (Constituição de 1824 e o Decreto da Junta Central de Higiene). Compondo a metodologia, para o tratamento e análise das fontes, foram utilizados: a leitura e transcrição paleográfica, classificação das temáticas encontradas na documentação, cruzamento das informações obtidas na documentação, a historicidade e condições de produção das fontes hemerográficas, produção de tabela e estudos comparativos relacionados a outras realidades provinciais do Império.


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  • Esta pesquisa tem como problemática compreender de que maneira os saberes e ações médico-sanitários moveram as transformações no espaço público da Cidade do Natal, no período de 1850 a 1889, especificamente na saúde pública. Para responder a este questionamento, faz-se necessário enfocar em três aspectos: no exercício médico e farmacêutico, na fiscalização dos gêneros alimentícios e no ordenamento urbano da Cidade do Natal. Neste sentido, foram utilizadas as seguintes fontes: Relatórios dos Presidentes de Província do Rio Grande do Norte, correspondência ativa dos Presidentes de Província do Rio Grande do Norte para a Câmara Municipal da Cidade do Natal; Atas das sessões da instituição camarária, Códigos de Posturas; documentos da Inspetoria da Saúde Pública, jornais (Correio Natalense, Liberdade e O Conservador) e as Legislações Imperiais (Constituição de 1824 e o Decreto da Junta Central de Higiene). Compondo a metodologia, para o tratamento e análise das fontes, foram utilizados: a leitura e transcrição paleográfica, classificação das temáticas encontradas na documentação, cruzamento das informações obtidas na documentação, a historicidade e condições de produção das fontes hemerográficas, produção de tabela e estudos comparativos relacionados a outras realidades provinciais do Império.

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  • DÉBORA QUÉZIA BRITO DA CUNHA CASTRO
  • “DO PARAÍSO AO INFERNO: AS REPRESENTAÇÕES JESUÍTICAS DO NOVO MUNDO E DAS MULHERES TUPI NOS SÉCULOS XVI E XVII”

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUNICIA BARROS BARCELOS FERNANDES
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • Data: 23/07/2015

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  • As crônicas jesuíticas foram, por muito tempo, uma das principais fontes históricas sobre o período colonial. No entanto, a organização e a regra da Companhia de Jesus influenciaram na descrição que os seus membros fizeram do Novo Mundo. As visões e conceitos da Companhia foram transportados da Europa, adaptados ao ambiente colonial e, por vezes, modificados pelo contato que tiveram com os nativos, o que se refletiu em suas representações sobre o Novo Mundo e os nativos. Parte dos escritos jesuíticos foi dedicada às representações do Novo Mundo, que foi visto de início como Paraíso, depois como Inferno, Purgatório e, por fim, como Terra. As figuras femininas também receberam representações diferentes, que acompanharam as do Novo Mundo, pois os seus costumes influenciaram o modo como eram vistas e representadas nas epistolas jesuíticas, como também nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Assim, as mulheres tupi ora foram representadas a partir da ideia de Eva, ora como demônios e ora como seguidoras de um ideal mariano. Mas essas mulheres também foram vistas como mulheres humanas e com uma forte influência sobre a sociedade colonial, assim, enquanto mulher terrena, a mulher tupi foi utilizada como instrumento de alianças e seu trabalho aproveitado pela Ordem jesuíta. Portanto, o objetivo da minha pesquisa foi compreender a organização e a regra que regiam a Companhia de Jesus, para então examinar o mundo colonial a partir das correspondências dos jesuítas e, assim, analisar as representações feitas por eles do Novo Mundo e da mulher Tupi entre os séculos XVI e XVII e como esse olhar se refletiu na proposta jesuítica para a colonização. Assim, quando os jesuítas utilizaram a mulher tupi na formulação de alianças, quando organizaram o tempo e o espaço para terem essas mulheres como ajudadoras na pregação do “evangelho”, eles trabalhavam para obterem o principal objetivo da Ordem: a “salvação das almas perdidas”. Em nossa pesquisa utilizamos Roger Chartier para compreendermos o conceito de representação que usamos para definir o olhar dos jesuítas sobre o Novo Mundo e as mulheres tupi; como também Laura de Souza e Mello para compreendermos o olhar demonizador europeu sobre os nativos.

     


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  • As crônicas jesuíticas foram, por muito tempo, uma das principais fontes históricas sobre o período colonial. No entanto, a organização e a regra da Companhia de Jesus influenciaram na descrição que os seus membros fizeram do Novo Mundo. As visões e conceitos da Companhia foram transportados da Europa, adaptados ao ambiente colonial e, por vezes, modificados pelo contato que tiveram com os nativos, o que se refletiu em suas representações sobre o Novo Mundo e os nativos. Parte dos escritos jesuíticos foi dedicada às representações do Novo Mundo, que foi visto de início como Paraíso, depois como Inferno, Purgatório e, por fim, como Terra. As figuras femininas também receberam representações diferentes, que acompanharam as do Novo Mundo, pois os seus costumes influenciaram o modo como eram vistas e representadas nas epistolas jesuíticas, como também nos sermões do Pe. Antônio Vieira. Assim, as mulheres tupi ora foram representadas a partir da ideia de Eva, ora como demônios e ora como seguidoras de um ideal mariano. Mas essas mulheres também foram vistas como mulheres humanas e com uma forte influência sobre a sociedade colonial, assim, enquanto mulher terrena, a mulher tupi foi utilizada como instrumento de alianças e seu trabalho aproveitado pela Ordem jesuíta. Portanto, o objetivo da minha pesquisa foi compreender a organização e a regra que regiam a Companhia de Jesus, para então examinar o mundo colonial a partir das correspondências dos jesuítas e, assim, analisar as representações feitas por eles do Novo Mundo e da mulher Tupi entre os séculos XVI e XVII e como esse olhar se refletiu na proposta jesuítica para a colonização. Assim, quando os jesuítas utilizaram a mulher tupi na formulação de alianças, quando organizaram o tempo e o espaço para terem essas mulheres como ajudadoras na pregação do “evangelho”, eles trabalhavam para obterem o principal objetivo da Ordem: a “salvação das almas perdidas”. Em nossa pesquisa utilizamos Roger Chartier para compreendermos o conceito de representação que usamos para definir o olhar dos jesuítas sobre o Novo Mundo e as mulheres tupi; como também Laura de Souza e Mello para compreendermos o olhar demonizador europeu sobre os nativos.

     

6
  • ALDENISE REGINA LIRA DA SILVA
  • Da Casa de Detenção à Colônia Penal “Doutor João Chaves”: o processo deafastamento da prisão em relação ao espaço urbano da cidade de Natal (11940-1975)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MARCOS LUIZ BRETAS DA FONSECA
  • Data: 18/08/2015

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  •  Em 1970, foi desativada a Casa de Detenção de Natal, localizada no bairro dePetrópolis, sendo substituída pela Colônia Penal “Doutor João Chaves”, situada em umambiente de características rurais, o distrito de Igapó. Porém, o processo que levou aesse afastamento da prisão em relação ao espaço urbano de Natal havia começado trêsdécadas antes. A fundação da Colônia Penal “Doutor João Chaves” no município deMacaíba,  e  posteriormente,  sua  transferência  para  Igapó,  no  município  de  Natal,envolvem questões políticas, sociais e relativas à legislação prisional, que agem sobre adefinição do lugar que a prisão deveria ocupar na cidade. Neste trabalho, pretendemosanalisar o fenômeno do afastamento da prisão em relação ao espaço urbano da cidade deNatal, entre 1940 e 1975. Buscaremos investigar as relações que se estabeleciam entre aprisão e a  cidade  de Natal,  com base no modo como as prisões aqui  estudadas sãoenunciadas nos jornais e pensadas por seus planejadores,  o que sofre  interferências,entre outros fatores, das diferentes identidades espaciais contidas no território da cidade.Mas  também  buscaremos  perceber  a  maneira  como  os  sujeitos  ligados  à  prisão,sobretudo os presos, interagem com o espaço urbano. Abordaremos a prisão enquantoinstituição, marcada por apropriações e adaptações de modelos prisionais estrangeiros, e planejada por parte do Estado, cujas expectativas acerca da prisão envolvem relaçõespolíticas locais e nacionais, mas também envolvem um projeto de como deveria ser acidade. Contudo, também é uma tentativa de analisar o preso como sujeito em interaçãocom a sociedade intra e extramuros, através de suas formas de adaptação e resistênciaao encarceramento. 


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  •  Em 1970, foi desativada a Casa de Detenção de Natal, localizada no bairro dePetrópolis, sendo substituída pela Colônia Penal “Doutor João Chaves”, situada em umambiente de características rurais, o distrito de Igapó. Porém, o processo que levou aesse afastamento da prisão em relação ao espaço urbano de Natal havia começado trêsdécadas antes. A fundação da Colônia Penal “Doutor João Chaves” no município deMacaíba,  e  posteriormente,  sua  transferência  para  Igapó,  no  município  de  Natal,envolvem questões políticas, sociais e relativas à legislação prisional, que agem sobre adefinição do lugar que a prisão deveria ocupar na cidade. Neste trabalho, pretendemosanalisar o fenômeno do afastamento da prisão em relação ao espaço urbano da cidade deNatal, entre 1940 e 1975. Buscaremos investigar as relações que se estabeleciam entre aprisão e a  cidade  de Natal,  com base no modo como as prisões aqui  estudadas sãoenunciadas nos jornais e pensadas por seus planejadores,  o que sofre  interferências,entre outros fatores, das diferentes identidades espaciais contidas no território da cidade.Mas  também  buscaremos  perceber  a  maneira  como  os  sujeitos  ligados  à  prisão,sobretudo os presos, interagem com o espaço urbano. Abordaremos a prisão enquantoinstituição, marcada por apropriações e adaptações de modelos prisionais estrangeiros, e planejada por parte do Estado, cujas expectativas acerca da prisão envolvem relaçõespolíticas locais e nacionais, mas também envolvem um projeto de como deveria ser acidade. Contudo, também é uma tentativa de analisar o preso como sujeito em interaçãocom a sociedade intra e extramuros, através de suas formas de adaptação e resistênciaao encarceramento. 

7
  • ARLAN ELOI LEITE DA SILVA
  • O JORNAL TRIBUNA DO NORTE E A PUBLICIDADE DO CRIME NA ESFERA PÚBLICA (1950-1970)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MARCOS LUIZ BRETAS DA FONSECA
  • Data: 19/08/2015

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  • O estudo problematiza, por um lado, a produção do jornal Tribuna do Norte como um elemento de intervenção na esfera pública do Rio Grande do Norte; por outro lado, a publicidade do crime em suas mudanças históricas. A discussão teórica reuniu Habermas (2003) e Thompson (2013), entre outros, os quais lançam ideias sobre a relação da imprensa com o espaço público. O recorte compreende de 1950, ano de fundação do periódico, a 1970, quando do início da vigência do AI-5. Esse período assinalou a consolidação do referido veículo de comunicação no contexto do populismo de Aluízio Alves, bem como sua articulação com as mudanças políticas antes e depois do golpe militar de 1964. A publicidade do crime é buscada como uma construção histórica, envolvendo procedimentos jornalísticos, sujeitos e espaços. A publicidade compreende questões comerciais e políticas quando determinados acontecimentos são transformados em um evento público. Nesse sentido, o foco desta pesquisa é a publicidade em sua dimensão política. A questão principal é analisar de que maneira o jornal se consolidou e publicou o crime pelas palavras impressas. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo empírico, de ordem documental e de base qualitativa, com abordagem descritiva e interpretativista, conforme Luca (2008). O corpus de análise foi composto de notas, manchetes, notícias, reportagens, propagandas comerciais, textos imagéticos, entre outros gêneros. Os capítulos reúnem o estudo sobre as construções e transformações do jornalismo populista; a publicidade do crime em tempos democráticos; além de o golpe militar de 1964 e as transformações da publicidade do crime. Os resultados da análise revelam que a Tribuna do Norte, embora tenha adotado modelos mais liberais da imprensa norte-americana, permaneceu, durante esse recorte, contemporizando com padrões conservadores e autoritários dos velhos impressos potiguares. Quanto à prática política, apesar dos interesses mercadológicos diversos, foi elemento importante na trajetória desse jornalismo ambíguo, inclusive influenciando, de maneira significativa, as confecções da notícia de crime. 


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  • O estudo problematiza, por um lado, a produção do jornal Tribuna do Norte como um elemento de intervenção na esfera pública do Rio Grande do Norte; por outro lado, a publicidade do crime em suas mudanças históricas. A discussão teórica reuniu Habermas (2003) e Thompson (2013), entre outros, os quais lançam ideias sobre a relação da imprensa com o espaço público. O recorte compreende de 1950, ano de fundação do periódico, a 1970, quando do início da vigência do AI-5. Esse período assinalou a consolidação do referido veículo de comunicação no contexto do populismo de Aluízio Alves, bem como sua articulação com as mudanças políticas antes e depois do golpe militar de 1964. A publicidade do crime é buscada como uma construção histórica, envolvendo procedimentos jornalísticos, sujeitos e espaços. A publicidade compreende questões comerciais e políticas quando determinados acontecimentos são transformados em um evento público. Nesse sentido, o foco desta pesquisa é a publicidade em sua dimensão política. A questão principal é analisar de que maneira o jornal se consolidou e publicou o crime pelas palavras impressas. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo empírico, de ordem documental e de base qualitativa, com abordagem descritiva e interpretativista, conforme Luca (2008). O corpus de análise foi composto de notas, manchetes, notícias, reportagens, propagandas comerciais, textos imagéticos, entre outros gêneros. Os capítulos reúnem o estudo sobre as construções e transformações do jornalismo populista; a publicidade do crime em tempos democráticos; além de o golpe militar de 1964 e as transformações da publicidade do crime. Os resultados da análise revelam que a Tribuna do Norte, embora tenha adotado modelos mais liberais da imprensa norte-americana, permaneceu, durante esse recorte, contemporizando com padrões conservadores e autoritários dos velhos impressos potiguares. Quanto à prática política, apesar dos interesses mercadológicos diversos, foi elemento importante na trajetória desse jornalismo ambíguo, inclusive influenciando, de maneira significativa, as confecções da notícia de crime. 

8
  • LEONARDO SILVA DIAS
  • VOAR, DANÇAR E JOGAR: A organização do Aero-Club do Rio Grande do Norte e cidade do Natal nos anos 20.

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • Data: 24/08/2015

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  • Trata-se de um trabalho sobre uma instituição social, desportiva e aviatória: o Aero-Club do Rio Grande do Norte. Estudaremos as relações que as atividades desenvolvidas pelo clube tiveram com os valores de uma cultura natalense e com o projeto político de fomento à aviação do Rio Grande do Norte. Além disso, discutiremos como gradativamente o clube passou a ser referido como um ambiente elegante e importante por seus sócios e pela imprensa local. Para tanto, nos aproximaremos das concepções sistêmicas de cultura apresentadas pela Antropóloga Mary Douglas; e das concepções sobre o espaço e a identidade de grupo apresentada por Maurice Halbwachs. Investigaremos o jornal A República, o periódico A Cigarra e algumas cartas pessoais, dentro do período de 1900 até 1930, para responder como o club se organizou “por dentro”. Como os valores da cultura natalense se apresentam internamente? Qual a relação do Aero-Club com o projeto de fomento à aviação de Juvenal Lamartine? Quem foram os principais sócios? De que imagem o club gozava na cidade?


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  • It is a work about a social, sport and avian institution: the Aero-Club of Rio Grande do Norte. We will study how the relations that develop through the club with the values of a native culture and with the political project of foment to aviation in Rio Grande do Norte. In addition, we will discuss how the club has gradually been referred to as an elegant and important environment by its partners and local press. To that end, the approaches of the systemic conceptions of culture presented by the Anthropologist Mary Douglas; And of the conceptions about space and a group identity presented by Maurice Halbwachs. Investigate the newspaper The Republic, the newspaper A Cicada and some personal letters, from the period 1900 to 1930, to answer how the club organized "inside." How are the values of natal culture presented internally? What is Aero-Club's relationship with the Juvenal Lamartine aviation development project? Who are the main partners? What image is the club enjoyed in the city? 

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  • CRISTIANO EMERSON DE CARVALHO SOARES
  • PEREIRAS E CARVALHOS: UMA HISTÓRIA DA ESPACIALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE PODER (SERRA TALHADA - PE)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • JOSE FERREIRA JUNIOR
  • PAULO PINHEIRO MACHADO
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 24/08/2015

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  • Do final do século XIX as primeiras três décadas do século XX, o Sertão do médio Pajeú pernambucano e principalmente o município de Serra Talhada (Vila Bela), se transformaram em palco de uma guerra quase que secular entre as famílias Pereira e Carvalho. A ostentação de sangues e brasões em Vila Bela, acabou por contribuir para um processo de espacialização das relações de poder entre uma liderança rural, no caso dos Pereiras, e uma liderança urbana, os Carvalhos. Campo e Cidade se configuraram como territórios de conquista e manutenção de poder. O objetivo deste trabalho é analisar os conceitos teórico-metodológicos de poder e espacialização, além de território como categoria espacial fundamental para compreender o conflito entre as Famílias Pereira e Carvalho no município de Vila Bela, atual Serra Talhada, como um episódio histórico de espacialização das relações de poder no Brasil do início do século XX.


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  • Do final do século XIX as primeiras três décadas do século XX, o Sertão do médio Pajeú pernambucano e principalmente o município de Serra Talhada (Vila Bela), se transformaram em palco de uma guerra quase que secular entre as famílias Pereira e Carvalho. A ostentação de sangues e brasões em Vila Bela, acabou por contribuir para um processo de espacialização das relações de poder entre uma liderança rural, no caso dos Pereiras, e uma liderança urbana, os Carvalhos. Campo e Cidade se configuraram como territórios de conquista e manutenção de poder. O objetivo deste trabalho é analisar os conceitos teórico-metodológicos de poder e espacialização, além de território como categoria espacial fundamental para compreender o conflito entre as Famílias Pereira e Carvalho no município de Vila Bela, atual Serra Talhada, como um episódio histórico de espacialização das relações de poder no Brasil do início do século XX.

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  • MARIA SANDRA DA GAMA
  • Entre mulheres e fronteiras, um escritor: lugares do feminino na obra de Lima Barreto (1902-1922).

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO EMILIO MORGA
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • Data: 25/08/2015

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  • O período entre os anos de 1902 a 1922 correspondem à trajetória de Lima Barreto, seja no universo das letras brasileiras, na repartição da Secretaria da Guerra ou ainda em tantos outros espaços onde ele circulou e pôde observar as diversas transformações em curso na cidade do Rio de Janeiro, como as práticas e ações discursivas que instituíam a distribuição de lugares sociais masculinos e femininos, baseada nas convenções de gênero. Nesse contexto se demarcavam, como espaços de atuação para a mulher, os ambientes privados da casa. Enquanto, para os homens, se destinavam os espaços públicos, como as repartições públicas, o parlamento, entre outros. Durante esse período, o escritor produziu crônicas, contos, romances, nos quais apresenta uma variedade de imagens e enunciados em torno do que seria ser mulher. Nessa perspectiva, a investigação proposta no trabalho busca analisar os lugares do “feminino” presente nos escritos do autor. A mulher barretiana é apresentada, nos espaços público e doméstico, como figura submissa, de capacidade intelectual limitada. E, ao mesmo tempo e de forma contraditória, ela é inscrita, quando se apresenta nos espaços públicos, como figura transgressora dos limites dos lugares sociais impostos e capaz de empreender mecanismos de subversão da ordem da dominação masculina sobre ela. Dessa maneira, tais elaborações sobre as mulheres foram examinadas em conexão com a historicidade da vida e da obra do escritor, buscando, assim, acolher também à interpretação dessas cartografiasfemininas e entender as ambiguidades barretianas, nas quais, residia a coexistência de um Lima Barreto delator das mazelas vividas pelas mulheres e, ao mesmo tempo, avesso ao alvorecente movimento feminista, um crítico das certezas uniformizadoras da diversidade das pessoas e, no entanto, muitas vezes, complacente com os discursos científicos e costumes regrados masculinos que desqualificavam a mulher. As fontes estudadas foram correspondências, anotações pessoais, artigos e crônicas e, especialmente, os romances Clara dos AnjosNuma e a NinfaTriste Fim de Policarpo Quaresma e Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá. Para efetivação da pesquisa, as abordagens teóricas se ancoraram nas contribuições de Michel Foucault, Félix Guattari e Suely Rolnik, com as acepções de heterotopia e subjetividade respectivamente, além do aporte teórico-metodológico de Judith Butler, a partir de sua acepção de gênero. Suportes que autorizaram a interpretação da historicidade dos agenciamentos “do feminino”, operados pelo autor, como registros discursivos das experiências vividas por ele ao longo de seu trajeto.


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  • O período entre os anos de 1902 a 1922 correspondem à trajetória de Lima Barreto, seja no universo das letras brasileiras, na repartição da Secretaria da Guerra ou ainda em tantos outros espaços onde ele circulou e pôde observar as diversas transformações em curso na cidade do Rio de Janeiro, como as práticas e ações discursivas que instituíam a distribuição de lugares sociais masculinos e femininos, baseada nas convenções de gênero. Nesse contexto se demarcavam, como espaços de atuação para a mulher, os ambientes privados da casa. Enquanto, para os homens, se destinavam os espaços públicos, como as repartições públicas, o parlamento, entre outros. Durante esse período, o escritor produziu crônicas, contos, romances, nos quais apresenta uma variedade de imagens e enunciados em torno do que seria ser mulher. Nessa perspectiva, a investigação proposta no trabalho busca analisar os lugares do “feminino” presente nos escritos do autor. A mulher barretiana é apresentada, nos espaços público e doméstico, como figura submissa, de capacidade intelectual limitada. E, ao mesmo tempo e de forma contraditória, ela é inscrita, quando se apresenta nos espaços públicos, como figura transgressora dos limites dos lugares sociais impostos e capaz de empreender mecanismos de subversão da ordem da dominação masculina sobre ela. Dessa maneira, tais elaborações sobre as mulheres foram examinadas em conexão com a historicidade da vida e da obra do escritor, buscando, assim, acolher também à interpretação dessas cartografiasfemininas e entender as ambiguidades barretianas, nas quais, residia a coexistência de um Lima Barreto delator das mazelas vividas pelas mulheres e, ao mesmo tempo, avesso ao alvorecente movimento feminista, um crítico das certezas uniformizadoras da diversidade das pessoas e, no entanto, muitas vezes, complacente com os discursos científicos e costumes regrados masculinos que desqualificavam a mulher. As fontes estudadas foram correspondências, anotações pessoais, artigos e crônicas e, especialmente, os romances Clara dos AnjosNuma e a NinfaTriste Fim de Policarpo Quaresma e Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá. Para efetivação da pesquisa, as abordagens teóricas se ancoraram nas contribuições de Michel Foucault, Félix Guattari e Suely Rolnik, com as acepções de heterotopia e subjetividade respectivamente, além do aporte teórico-metodológico de Judith Butler, a partir de sua acepção de gênero. Suportes que autorizaram a interpretação da historicidade dos agenciamentos “do feminino”, operados pelo autor, como registros discursivos das experiências vividas por ele ao longo de seu trajeto.

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  • RENAN VINÍCIUS ALVES RAMALHO
  • AS FRONTEIRAS DOS JARDINS DA RAZÃO: O MANGUEBEAT E O ESPAÇO DA REGIONALIDADE NO RECIFE DA DÉCADA DE 1990

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • JOÃO ERNANI FURTADO FILHO
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 28/08/2015

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  • O Manguebeat foi um movimento cultural de caráter urbano que teve como uma de suas principais expressões a música, marcada pela hibridação de estilos da música pop com a tradição da música local. Em uma cidade central nas discussões em torno da regionalidade nordestina, tais artistas propuseram um deslizamento das formas tradicionais de lidar com arte, questionando as regras do cânone do folclore e da relação entre erudito e popular. Por consequência, outro limite foi posto em causa, a saber, as fronteiras da própria região. Em uma espécie de cosmopolitismo localizado, os mangueboys, como se chamavam os adeptos do movimento, propuseram um conceito que tinha como emblema uma parabólica fincada na lama. Desse modo, do repertório de experiências locais, ampliava-se o olhar para o transnacional, distanciando-se da recusa em “contaminar” a tradição local por elementos exógenos (como colocava, por exemplo, o Movimento Armorial, idealizado por Ariano Suassuna). Paralelamente, ao passo que se rejeitava uma forma engessada de pensar a localidade, a memória tradicional da região, ligada a um passado colonial ibérico, também era posta em xeque. No vácuo dessas representações, recorria-se a imagem do manguezal como a expiração de uma nova identidade para a cidade. Deste modo, Recife era vista como um produto do mangue e de seus rios e deveria, num momento de suposta inanição cultural, recolher dali a inspiração para a necessária renovação. Na análise do movimento, a questão central, que transpassa nosso trabalho, diz respeito ao diálogo dele com as representações espaciais locais de Recife, o que se evidencia no diálogo travado entre o Manguebeat e o Armorial (representante do regionalismo no momento estudado), e se desenvolve em sua relação com o espaço físico da cidade e com o mercado fonográfico brasileiro e internacional, algo que encontramos em matérias de jornais, revistas especializadas, entrevistas dos músicos e nas produções artísticas propriamente ditas. Dentre os aspectos destacados nessa nova forma de representar-se estão a biodiversidade daquele ecossistema (que em termos de cultura se expressa na predileção por diversidade) e a relação orgânica entre o homem e aquele meio, recorrendo a imagem feita pelo romancista Josué de Castro do mangue como produto e produtor do seu habitante. Assim, compreendemos o Manguebeat enquanto um movimento de revisão da identidade tendo por ponto de partida aspectos da contemporaneidade que apontam para uma revisitação dos conteúdos locais a partir de elementos globais, tendo por resultado um produto híbrido.


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  • O Manguebeat foi um movimento cultural de caráter urbano que teve como uma de suas principais expressões a música, marcada pela hibridação de estilos da música pop com a tradição da música local. Em uma cidade central nas discussões em torno da regionalidade nordestina, tais artistas propuseram um deslizamento das formas tradicionais de lidar com arte, questionando as regras do cânone do folclore e da relação entre erudito e popular. Por consequência, outro limite foi posto em causa, a saber, as fronteiras da própria região. Em uma espécie de cosmopolitismo localizado, os mangueboys, como se chamavam os adeptos do movimento, propuseram um conceito que tinha como emblema uma parabólica fincada na lama. Desse modo, do repertório de experiências locais, ampliava-se o olhar para o transnacional, distanciando-se da recusa em “contaminar” a tradição local por elementos exógenos (como colocava, por exemplo, o Movimento Armorial, idealizado por Ariano Suassuna). Paralelamente, ao passo que se rejeitava uma forma engessada de pensar a localidade, a memória tradicional da região, ligada a um passado colonial ibérico, também era posta em xeque. No vácuo dessas representações, recorria-se a imagem do manguezal como a expiração de uma nova identidade para a cidade. Deste modo, Recife era vista como um produto do mangue e de seus rios e deveria, num momento de suposta inanição cultural, recolher dali a inspiração para a necessária renovação. Na análise do movimento, a questão central, que transpassa nosso trabalho, diz respeito ao diálogo dele com as representações espaciais locais de Recife, o que se evidencia no diálogo travado entre o Manguebeat e o Armorial (representante do regionalismo no momento estudado), e se desenvolve em sua relação com o espaço físico da cidade e com o mercado fonográfico brasileiro e internacional, algo que encontramos em matérias de jornais, revistas especializadas, entrevistas dos músicos e nas produções artísticas propriamente ditas. Dentre os aspectos destacados nessa nova forma de representar-se estão a biodiversidade daquele ecossistema (que em termos de cultura se expressa na predileção por diversidade) e a relação orgânica entre o homem e aquele meio, recorrendo a imagem feita pelo romancista Josué de Castro do mangue como produto e produtor do seu habitante. Assim, compreendemos o Manguebeat enquanto um movimento de revisão da identidade tendo por ponto de partida aspectos da contemporaneidade que apontam para uma revisitação dos conteúdos locais a partir de elementos globais, tendo por resultado um produto híbrido.

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  • ARTHUR CASSIO DE OLIVEIRA VIEIRA
  • ENTRE A CRUZ E A ESPADA, A FOICE E O MARTELO: A REPRESENTAÇÃO DO ANTICOMUNISMO NO RIO GRANDE DO NORTE.

     

     

  • Orientador : SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • ZILDA MÁRCIA GRÍCOLI IOKOI
  • Data: 31/08/2015

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  • Esta dissertação tem como objetivo investigar a propagação do anticomunismo no Rio Grande do Norte, em um processo iniciado nas primeiras décadas do século XX e que mostra seus reflexos até hoje. Em um primeiro momento, apresentamos essa operação promovida pelo jornal de orientação católica A Ordem. Analisamos publicações dos anos de 1935 a 1945. Nelas observamos a atuação do periódico em uma campanha de resgate dos acontecimentos referentes à chamada “Intentona Comunista”, com o intuito de legitimar o poder de grupos da direita, em especial a Igreja Católica e a Polícia Militar. Os jornais selecionados passaram pela análise do discurso, em perspectivas serial, quantitativa e qualitativa. Depois, buscamos compreender a dinâmica de espacialização deste discurso, com a criação de espaços de evocação e representação da luta contra o comunismo, transformando-se em lugares de memória. Em nossas considerações, tomamos como base o conceito de representação, de Roger Chartier, observando como o comunismo é representado pelo A Ordem e como a categorial espacial é utilizada para reativar a memória anticomunista e representa-la. Avaliamos os interesses atendidos com a instalação desses monumentos e por intermédio da História Oral, a relação das comunidades locais com os mesmos. Dialogamos, ainda, com diversos autores de livros e teses em uma abordagem que reúne elementos de História Cultural, Social e Política a fim de encontrar explicações para a articulação dos discursos e de seus agentes.


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  • Esta dissertação tem como objetivo investigar a propagação do anticomunismo no Rio Grande do Norte, em um processo iniciado nas primeiras décadas do século XX e que mostra seus reflexos até hoje. Em um primeiro momento, apresentamos essa operação promovida pelo jornal de orientação católica A Ordem. Analisamos publicações dos anos de 1935 a 1945. Nelas observamos a atuação do periódico em uma campanha de resgate dos acontecimentos referentes à chamada “Intentona Comunista”, com o intuito de legitimar o poder de grupos da direita, em especial a Igreja Católica e a Polícia Militar. Os jornais selecionados passaram pela análise do discurso, em perspectivas serial, quantitativa e qualitativa. Depois, buscamos compreender a dinâmica de espacialização deste discurso, com a criação de espaços de evocação e representação da luta contra o comunismo, transformando-se em lugares de memória. Em nossas considerações, tomamos como base o conceito de representação, de Roger Chartier, observando como o comunismo é representado pelo A Ordem e como a categorial espacial é utilizada para reativar a memória anticomunista e representa-la. Avaliamos os interesses atendidos com a instalação desses monumentos e por intermédio da História Oral, a relação das comunidades locais com os mesmos. Dialogamos, ainda, com diversos autores de livros e teses em uma abordagem que reúne elementos de História Cultural, Social e Política a fim de encontrar explicações para a articulação dos discursos e de seus agentes.

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  • PRISCILLA FREITAS DE FARIAS
  • Terra de charneca erma e de saudade: a construção simbólica do Alentejo português na obra de Florbela Espanca

    (1916 – 1930).

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FABIO HENRIQUE LOPES
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • Data: 31/08/2015

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  • Nesse trabalho, investigamos a construção simbólica de uma dada espacialidade, partindo do pressuposto teórico de que os espaços são construções subjetivas que se dão no interior de diferentes culturas, articulando sentimentos e racionalidades, mas, sobretudo, os espaços são construções humanas conduzidas pelas relações sociais, fruto do investimento material e simbólico que traduz as necessidades de uma determinada sociedade em um dado momento do devir histórico. Nesse sentido, analisaremos a construção simbólica e imagética da região central de Portugal, o Alentejo, a partir da produção literária (1916 – 1930) da poeta portuguesa Florbela D’Alma Conceição Espanca. Propomos analisar a obra florbeliana não só a partir de suas relações internas, mas também externas, enfatizando a ligação entre história, espaço e literatura. Dessa forma, propomos indagar acerca da dimensão simbólica – dos significados, das imagens e das representações – que incitou uma das mais controversas poetas portuguesa do início do século XX à se debruçar na construção poética do espaço alentejano, questionando não só os sentidos agenciados pelo discurso literário de Florbela Espanca para inventar o seu Alentejo, adornado pela memória, pela dor e pela saudade, mas investigar como o meio sociocultural em que viveu influenciou na sua obra, na sua vida e nas formas de sentir e viver o Alentejo. Para melhor compreendermos como a poeta significou a espacialidade alentejana, ao longo desse trabalho problematizaremos três categorias de espaço na obra de Florbela Espanca: a região, o campo e a paisagem. Dessa forma, essa pesquisa se insere no campo da história cultural na medida em que vamos trabalhar com toda a produção literária de Florbela Espanca, cartas, diários, fotos e biográficas e críticas literárias, delimitando um recorte temporal de 1916 – início da atividade intelectual de Florbela Espanca – à 1930 – publicação de Charneca em Flor(póstumo) e o suicídio da poeta. Portanto, num constante exercício simbólico das palavras atravessado pelos sentimentos mais subjetivos do sujeito, a todo o momento nosso trabalho será guiado pelo questionamento do que seria o Alentejo para a poeta, que sentidos e significados atravessou essa espacialidade que marcou tão soberanamente as memórias mais felizes e tristes da vida de Florbela Espanca.


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  • Nesse trabalho, investigamos a construção simbólica de uma dada espacialidade, partindo do pressuposto teórico de que os espaços são construções subjetivas que se dão no interior de diferentes culturas, articulando sentimentos e racionalidades, mas, sobretudo, os espaços são construções humanas conduzidas pelas relações sociais, fruto do investimento material e simbólico que traduz as necessidades de uma determinada sociedade em um dado momento do devir histórico. Nesse sentido, analisaremos a construção simbólica e imagética da região central de Portugal, o Alentejo, a partir da produção literária (1916 – 1930) da poeta portuguesa Florbela D’Alma Conceição Espanca. Propomos analisar a obra florbeliana não só a partir de suas relações internas, mas também externas, enfatizando a ligação entre história, espaço e literatura. Dessa forma, propomos indagar acerca da dimensão simbólica – dos significados, das imagens e das representações – que incitou uma das mais controversas poetas portuguesa do início do século XX à se debruçar na construção poética do espaço alentejano, questionando não só os sentidos agenciados pelo discurso literário de Florbela Espanca para inventar o seu Alentejo, adornado pela memória, pela dor e pela saudade, mas investigar como o meio sociocultural em que viveu influenciou na sua obra, na sua vida e nas formas de sentir e viver o Alentejo. Para melhor compreendermos como a poeta significou a espacialidade alentejana, ao longo desse trabalho problematizaremos três categorias de espaço na obra de Florbela Espanca: a região, o campo e a paisagem. Dessa forma, essa pesquisa se insere no campo da história cultural na medida em que vamos trabalhar com toda a produção literária de Florbela Espanca, cartas, diários, fotos e biográficas e críticas literárias, delimitando um recorte temporal de 1916 – início da atividade intelectual de Florbela Espanca – à 1930 – publicação de Charneca em Flor(póstumo) e o suicídio da poeta. Portanto, num constante exercício simbólico das palavras atravessado pelos sentimentos mais subjetivos do sujeito, a todo o momento nosso trabalho será guiado pelo questionamento do que seria o Alentejo para a poeta, que sentidos e significados atravessou essa espacialidade que marcou tão soberanamente as memórias mais felizes e tristes da vida de Florbela Espanca.

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  • RAFAELE SABRINA BARBOSA PEREIRA
  • Entre astros, cometas e constelações: Percepções de uma organização do espaço mítico nas gravuras renascentistas de Albrecht Dürer (1471-1528)

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • FLAVIA GALLI TATSCH
  • Data: 01/09/2015

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  • Cometas, planetas, luas e constelações foram, ao longo de civilizações, representadas por pintores, arquitetos e escultores por meio de imagens e mapas celestes e mapas zodiacais.  Na cultura renascentista essas imagens estiveram, por exemplo, nas abóbodas do palácio de Schifanoia em Ferrara, tal como em diversas gravuras de Albrecht Dürer como apontou Aby Warburg e, posteriormente, Erwin Panofsky. Nessa escrita, apontamos que as gravuras, a saber, o sifilítico (1494), o astrônomo (1500) e a mulher com zodíaco(1502), Melencolia I (1514) atribuídas a Dürer podem fazer parte de temas recorrentes no período, como a astrologia, que compôs outras gravuras da Renascença, o que chamamos de iconografia astral.  Para isso, partimos da relação entre imagem e texto presente nas imagens elencadas, de acordo com a perspectiva de W.J.T. Mitchell.  Assim, visamos entender como as imagens, que denominamos imagens astrais, podem através de sua visualidade ajudar a compor um período em que o pensamento era concebido por determinadas correspondências entre o homem e os astros, a partir da ideia do homem como um microcosmo. Assim sendo, para entender essa dada forma de se organizar, através de um espaço correspondente, ou através de uma visão de mundo, no qual os astros tinham lugar especifico, apontamos a categoria espaço mítico tal qual apontada segundo a perspectiva do geógrafo Yi-Fu Tuan.


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  • Comets, planets, moons and constellations, were throughout civilizations, represented by painters, architects and sculptors through pictures, celestial maps and zodiacal maps. In Renaissance culture these images were, for instance, in the vaults of the Schifanoia Palace in Ferrara, as well as in several prints by Albrecht Dürer as pointed by Aby Warburg and later, Erwin Panofsky. In this writing, we point out that the pictures, namely, The Syphilitic (1494), Astronomer (1500) and The Woman with Zodiac (1502), Melencolia I (1514) attributed to Dürer could be part of subjects, especially, astrology, recurring in other prints in hisage. In order to develop this idea, we start from the relationship between picture and text present in the listed images, according to the perspective of WJT Mitchell. Thus, we aim to understand how pictures can through their visuality helped the composing of a time when the thought was conceived by certain correspondences between man and the stars, from the idea of mankind as a microcosm. Therefore, to understand this given way to organize life through a corresponding space or through a worldview in which the stars had a specific place, we point to the category mythical space as it is presented in the geographer Yi-Fu Tuan’s perspective. 

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  • RENATA ASSUNÇÃO DA COSTA
  • “PORTA DO CÉU”: O PROCESSO DE CRISTIANIZAÇÃO DA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO (1681-1714)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • JUCIENE RICARTE APOLINÁRIO
  • Data: 11/09/2015

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  • O intuito deste trabalho foi analisar o processo de cristianização espacial nos diferentes espaços da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, no período compreendido entre 1681 e 1714. Para isso, o principal fundo documental pesquisado foi o livro de registro de batismo da freguesia em questão, sendo o recorte da pesquisa pautado pelos dados encontrados. Assim, os espaços da freguesia foram pensados com base em dois conceitos fundamentais, o de cristianização dos espaços (e das almas), baseado obra de Cláudia Damasceno, que trabalhou com a noção de circunscrição eclesiástica, mas reelaborado para o caso da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, e o conceito de experimentação espacial, de Yi-Fu Tuan. Cristianizar os espaços representa o processo de transformação da lógica espacial, encontrada previamente pelos portugueses, por meio da inserção da lógica eclesiástica, fosse pela construção de prédios, fosse pela iniciação das pessoas ao catolicismo. A experimentação, por sua vez, seria feita pelos moradores das localidades estudadas, bem como pelos próprios religiosos, transformando esses espaços, em lugares, na medida em que conferiam novos significados aos locais. Percebeu-se, portanto, que a Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação contava com, pelo menos, três espaços distintos, o da Cidade do Natal, o dos aldeamentos e o espaço de atuação das Missões Populares, sendo esses diversos espaços o foco deste trabalho.  


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  • O intuito deste trabalho foi analisar o processo de cristianização espacial nos diferentes espaços da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, no período compreendido entre 1681 e 1714. Para isso, o principal fundo documental pesquisado foi o livro de registro de batismo da freguesia em questão, sendo o recorte da pesquisa pautado pelos dados encontrados. Assim, os espaços da freguesia foram pensados com base em dois conceitos fundamentais, o de cristianização dos espaços (e das almas), baseado obra de Cláudia Damasceno, que trabalhou com a noção de circunscrição eclesiástica, mas reelaborado para o caso da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, e o conceito de experimentação espacial, de Yi-Fu Tuan. Cristianizar os espaços representa o processo de transformação da lógica espacial, encontrada previamente pelos portugueses, por meio da inserção da lógica eclesiástica, fosse pela construção de prédios, fosse pela iniciação das pessoas ao catolicismo. A experimentação, por sua vez, seria feita pelos moradores das localidades estudadas, bem como pelos próprios religiosos, transformando esses espaços, em lugares, na medida em que conferiam novos significados aos locais. Percebeu-se, portanto, que a Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação contava com, pelo menos, três espaços distintos, o da Cidade do Natal, o dos aldeamentos e o espaço de atuação das Missões Populares, sendo esses diversos espaços o foco deste trabalho.  

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  • VICTOR GABRIEL CAMPÊLO ASSUNÇÃO
  • O PROJETO DE CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO HUMBERTO ALENCAR CASTELO BRANCO: IMPRENSA ESPORTIVA E PODER EM NATAL (1960-1972)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • LUCIANO CANDEIA
  • Data: 11/09/2015

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção do estádio Humberto Alencar Castelo Branco (rebatizado em 1989 como estádio João Machado) enquanto projeto de inserção do Estado no esporte. Para este fim analisaremos a narrativa produzida pela imprensa esportiva de dois jornais, Tribuna do Norte e A República, entre 1960 e 1972. Assim nosso trabalho buscará entender como a imprensa esportiva atuou na constituição do campo esportivo na cidade do Natal na década de 1960 e qual o seu papel no processo de popularização do esporte. Como a imprensa construiu, a partir de uma série de narrativas, a demanda para construção de um novo estádio. Discutiremos ainda como ao longo da década de 1960 a construção do estádio da Lagoa Nova foi utilizado como meio de legitimação política e como a memória de sua construção foi disputada por diversos grupos políticos do estado.


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  • ABSTRACT The objective of this research is to analyze the construction of the Humberto Alencar Castelo Branco Stadium (renamed as João Machado Stadium in 1989) as a project to insert the State into sports. To do so, we analyze the narrative produced by the sports press in two newspapers: Tribuna do Norte and A República, between 1960 and 1972. Therefore, our work will try to understand how the sports press acted in the constitution of the sports field in the city of Natal, in the 1960s decade and what was its role in the process of popularizing the sport. How did the press build, out of a series of narratives, the need to construct a new stadium. We will discuss also how the building of the Lagoa Nova stadium throughout the 1960s decade was used as a way of political legitimation and how the memory of its construction was disputed by different political groups in the State.

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  • PAULO RIKARDO PEREIRA FONSECA DA CUNHA
  • OMBRO A OMBRO COM OS MAIS FRACOS: a inserção de João Café Filho nos espaços do trabalhador na cidade do Natal (1922-1937)

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • ANGELA MARIA DE CASTRO GOMES
  • Data: 24/09/2015

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  • O objetivo da dissertação é analisar como em diferentes espaços de sociabilidade João Café Filho constituiu um discurso de defensor dos trabalhadores e do movimento operário. Pretende-se compreender, por um lado, como foram estabelecidas relações políticas entre diferentes categorias de trabalhadores e as “classes médias” e, por outro, como foram instituídos espaços para abrigar o encontro dessas relações. Almeja-se compreender a inserção de Café Filho nas atividades sindicais no mundo urbano. Demonstra-se especificidades da cultura política em Natal, enfatizando-se a disputa entre uma cidade regida politicamente por mentalidade rural paternalista ainda reinante e o surgimento de uma nova forma de vivenciar os conflitos urbanos que se apresentavam. Temporalmente o trabalho está delimitado entre 1921 (ano proclamado pelo próprio Café Filho como o período inicial da sua ação política) a 1937 (ano em que Café Filho rompeu com Vargas e exilou-se na Argentina). Três tipos documentais se constituíram como fontes principais para a investigação: vários jornais publicados, entre as décadas de 1920 e 1930, nas cidades de Natal, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro; as memórias autobiográficas escritas pelo próprio Café Filho e memórias de outras pessoas que viveram no tempo dele. Os principais esteios que deram sustentação ao trabalho foram: os conceitos de sociedade e indivíduos (Norbert Elias), de culturas políticas (Serge Berstein) e de teatro da memória (Angela de Castro Gomes); a categoria espaços de sociabilidade (Michel Certeau, Maria Teresa Malatian e Jean Pierre Riox); a noção de biografia (François Dosse e Sabina Loriga).


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  • O objetivo da dissertação é analisar como em diferentes espaços de sociabilidade João Café Filho constituiu um discurso de defensor dos trabalhadores e do movimento operário. Pretende-se compreender, por um lado, como foram estabelecidas relações políticas entre diferentes categorias de trabalhadores e as “classes médias” e, por outro, como foram instituídos espaços para abrigar o encontro dessas relações. Almeja-se compreender a inserção de Café Filho nas atividades sindicais no mundo urbano. Demonstra-se especificidades da cultura política em Natal, enfatizando-se a disputa entre uma cidade regida politicamente por mentalidade rural paternalista ainda reinante e o surgimento de uma nova forma de vivenciar os conflitos urbanos que se apresentavam. Temporalmente o trabalho está delimitado entre 1921 (ano proclamado pelo próprio Café Filho como o período inicial da sua ação política) a 1937 (ano em que Café Filho rompeu com Vargas e exilou-se na Argentina). Três tipos documentais se constituíram como fontes principais para a investigação: vários jornais publicados, entre as décadas de 1920 e 1930, nas cidades de Natal, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro; as memórias autobiográficas escritas pelo próprio Café Filho e memórias de outras pessoas que viveram no tempo dele. Os principais esteios que deram sustentação ao trabalho foram: os conceitos de sociedade e indivíduos (Norbert Elias), de culturas políticas (Serge Berstein) e de teatro da memória (Angela de Castro Gomes); a categoria espaços de sociabilidade (Michel Certeau, Maria Teresa Malatian e Jean Pierre Riox); a noção de biografia (François Dosse e Sabina Loriga).

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  • PATRÍCIA DE OLIVEIRA DIAS
  • ONDE FICA O SERTÃO ROMPEM-SE AS ÁGUAS: PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DA RIBEIRA DO APODI-MOSSORÓ (1676-1725)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • TANYA MARIA PIRES BRANDÃO
  • Data: 25/09/2015

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  • O processo de territorialização portuguesa da capitania do Rio Grande foi iniciado em 1598, com a conquista da barra do Rio Potengi por Mascarenhas Homem. Tal processo perdurou até 1633, quando foi interrompido pela chegada dos holandeses, sendo retomado somente em 1654. A partir deste ano, incentivou-se a ocupação de terras desconhecidas da capitania, subsidiando o avanço de conquistadores rumo às terras mais ao interior, rompendo os limites divisórios com a capitania do Siará Grande até então conhecido: a ribeira do Assú. Este avanço resultou em enfretamentos com os habitantes destas terras, os conhecidos tapuias, levando à eclosão de diversos conflitos que compuseram a Guerra dos Bárbaros. O palco principal de tais acontecimentos no Rio Grande, entre os anos de 1687 e 1720, foi justamente a ribeira do Assú, um dos espaços a ser problematizado por esta pesquisa. Considerando-se isso, este trabalho tem por objetivo analisar o avanço dos conquistadores no Rio Grande, contribuindo para o processo de territorialização portuguesa, que resultou no surgimento de uma nova fronteira entre o Rio Grande e o Siará Grande: o rio Apodi-Mossoró. Para tanto, realizou-se o cruzamento de fontes produzidas entre os anos de 1659 e 1725, como as cartas de sesmarias, cartas régias, correspondências entre a Câmara de Natal, os capitães-mores do Rio Grande e o governo de Pernambuco e governo geral, bem como os documentos referentes aos terços de paulistas que atuaram na capitania.


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  • O processo de territorialização portuguesa da capitania do Rio Grande foi iniciado em 1598, com a conquista da barra do Rio Potengi por Mascarenhas Homem. Tal processo perdurou até 1633, quando foi interrompido pela chegada dos holandeses, sendo retomado somente em 1654. A partir deste ano, incentivou-se a ocupação de terras desconhecidas da capitania, subsidiando o avanço de conquistadores rumo às terras mais ao interior, rompendo os limites divisórios com a capitania do Siará Grande até então conhecido: a ribeira do Assú. Este avanço resultou em enfretamentos com os habitantes destas terras, os conhecidos tapuias, levando à eclosão de diversos conflitos que compuseram a Guerra dos Bárbaros. O palco principal de tais acontecimentos no Rio Grande, entre os anos de 1687 e 1720, foi justamente a ribeira do Assú, um dos espaços a ser problematizado por esta pesquisa. Considerando-se isso, este trabalho tem por objetivo analisar o avanço dos conquistadores no Rio Grande, contribuindo para o processo de territorialização portuguesa, que resultou no surgimento de uma nova fronteira entre o Rio Grande e o Siará Grande: o rio Apodi-Mossoró. Para tanto, realizou-se o cruzamento de fontes produzidas entre os anos de 1659 e 1725, como as cartas de sesmarias, cartas régias, correspondências entre a Câmara de Natal, os capitães-mores do Rio Grande e o governo de Pernambuco e governo geral, bem como os documentos referentes aos terços de paulistas que atuaram na capitania.

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  • TYEGO FRANKLIM DA SILVA
  • A RIBEIRA DA DISCÓRDIA: TERRAS, HOMENS E RELAÇÕES DE PODER NA TERRITORIALIZAÇÃO DO ASSU COLONIAL (1680-1720)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • HELDER ALEXANDRE MEDEIROS DE MACEDO
  • TANYA MARIA PIRES BRANDÃO
  • Data: 25/09/2015

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  • O processo de interiorização da posse portuguesa nas Capitanias do Norte – após a expulsão dos holandeses e com o desenvolvimento das atividades ligadas à criação de gado no sertão – expandiu o território português na América. Este processo teve como consequência o avanço da conquista portuguesa na região e os conflitos envolvendo os agentes da colonização e os grupos indígenas que habitavam aquele espaço, bem como os conflitos de interesses dos principais grupos sociais da capitania e pelas políticas de defesa da posse lusa do território. Dentre os rios que cortavam o território da capitania do Rio Grande, o Açu foi um dos que despertou interesse entre os conquistadores e colonizadores dos sertões, fazendo daquela espacialidade uma área onde interesses e exercícios de poder convergiam e geravam discórdias. A presente pesquisa tem como temática a análise do processo de territorialização do sertão do Assu a partir da ação de desbravadores, conquistadores e colonizadores do espaço em questão, ao longo do evento conhecido como Guerra dos Bárbaros no Assu, conflito que garantiu a integração da área ao território e aos anseios da Coroa portuguesa. Assim, tomar-se-á como objetos de estudo os fenômenos sociais que caracterizaram a ribeira do Assu – na virada do século XVII para o XVIII, em um recorte que se estende de 1680 a 1720 – como um espaço de conflitos de interesses, perceptíveis para análise a partir de documentos de época, tais como registros de concessões de sesmarias, correspondências entre autoridades coloniais e reinóis, documentos oriundos do exercício da administração da América portuguesa e legislação. 


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  • O processo de interiorização da posse portuguesa nas Capitanias do Norte – após a expulsão dos holandeses e com o desenvolvimento das atividades ligadas à criação de gado no sertão – expandiu o território português na América. Este processo teve como consequência o avanço da conquista portuguesa na região e os conflitos envolvendo os agentes da colonização e os grupos indígenas que habitavam aquele espaço, bem como os conflitos de interesses dos principais grupos sociais da capitania e pelas políticas de defesa da posse lusa do território. Dentre os rios que cortavam o território da capitania do Rio Grande, o Açu foi um dos que despertou interesse entre os conquistadores e colonizadores dos sertões, fazendo daquela espacialidade uma área onde interesses e exercícios de poder convergiam e geravam discórdias. A presente pesquisa tem como temática a análise do processo de territorialização do sertão do Assu a partir da ação de desbravadores, conquistadores e colonizadores do espaço em questão, ao longo do evento conhecido como Guerra dos Bárbaros no Assu, conflito que garantiu a integração da área ao território e aos anseios da Coroa portuguesa. Assim, tomar-se-á como objetos de estudo os fenômenos sociais que caracterizaram a ribeira do Assu – na virada do século XVII para o XVIII, em um recorte que se estende de 1680 a 1720 – como um espaço de conflitos de interesses, perceptíveis para análise a partir de documentos de época, tais como registros de concessões de sesmarias, correspondências entre autoridades coloniais e reinóis, documentos oriundos do exercício da administração da América portuguesa e legislação. 

20
  • KHALIL JOBIM
  • Do ancoradouro à sala de espera: as obras de melhoramento do porto e a construção de uma Natal moderna (1893-1913)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
  • FERNANDO DINIZ MOREIRA
  • Data: 05/10/2015

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  • Durante o século XIX foi constante no discurso dos administradores locais norte-rio-grandenses o pedido de verba ao Poder Central para as obras de melhoramento do Porto de Natal. O Porto da Capital, principal via de comunicação do Rio Grande do Norte, vinha, devido às limitações que o acompanhavam como as dunas que cercavam a cidade, espalhando areia no leito do rio, além disso, os vários recifes situados ao longo do litoral, não permitia a entrada em seu ancoradouro de navios de maior porte. Essas dificuldades trouxeram grandes problemas à província, que não conseguia realizar o escoamento da produção oriunda do interior, ocasionando, no cenário político norte-rio-grandense, o questionamento da posição de centralidade de Natal na província. Somente no Regime Republicano fora aprovado o crédito pelo Governo Federal para as obras de melhoramento do porto. O porto então se tornou no discurso político Republicano Potiguar uma das principais promessas para trazer o “progresso” às terras potiguares, sendo colocado como uma questão central da qual dependeria o “futuro” do Estado. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é analisar o surgimento de uma nova noção de Porto nos discursos e intervenções dos grupos dirigentes locais no começo do século XX. Buscamos analisar a emergência de uma noção moderna de Porto, marcada pelo esforço de organização, racionalização, regulamentação das atividades portuárias pelo Estado e a nova relação assumida pelo porto frente à cidade decorrente dessa nova percepção. O Porto se tornou para os grupos dirigentes locais a “sala de espera” da capital, sendo necessário alterar parte da composição do espaço urbano para integrar o Porto à cidade. O Porto de Natal passou a ser dotado de uma função pedagógica, incorporando no tecido urbano, códigos, valores e práticas consideradas pelos administradores locais como modernas e civilizadas. Esse novo espaço da cidade, considerado sua “sala de espera”, provocou conflitos entre os grupos dirigentes locais e figuras influentes no campo político Potiguar, que almejavam se favorecer com o processo de organização do porto, frente às figuras consideradas indesejáveis na cidade, vistas como um empecilho à imagem de progresso e modernidade que os grupos dominantes pretendiam expor pelo Porto. 


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  • Durante o século XIX foi constante no discurso dos administradores locais norte-rio-grandenses o pedido de verba ao Poder Central para as obras de melhoramento do Porto de Natal. O Porto da Capital, principal via de comunicação do Rio Grande do Norte, vinha, devido às limitações que o acompanhavam como as dunas que cercavam a cidade, espalhando areia no leito do rio, além disso, os vários recifes situados ao longo do litoral, não permitia a entrada em seu ancoradouro de navios de maior porte. Essas dificuldades trouxeram grandes problemas à província, que não conseguia realizar o escoamento da produção oriunda do interior, ocasionando, no cenário político norte-rio-grandense, o questionamento da posição de centralidade de Natal na província. Somente no Regime Republicano fora aprovado o crédito pelo Governo Federal para as obras de melhoramento do porto. O porto então se tornou no discurso político Republicano Potiguar uma das principais promessas para trazer o “progresso” às terras potiguares, sendo colocado como uma questão central da qual dependeria o “futuro” do Estado. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é analisar o surgimento de uma nova noção de Porto nos discursos e intervenções dos grupos dirigentes locais no começo do século XX. Buscamos analisar a emergência de uma noção moderna de Porto, marcada pelo esforço de organização, racionalização, regulamentação das atividades portuárias pelo Estado e a nova relação assumida pelo porto frente à cidade decorrente dessa nova percepção. O Porto se tornou para os grupos dirigentes locais a “sala de espera” da capital, sendo necessário alterar parte da composição do espaço urbano para integrar o Porto à cidade. O Porto de Natal passou a ser dotado de uma função pedagógica, incorporando no tecido urbano, códigos, valores e práticas consideradas pelos administradores locais como modernas e civilizadas. Esse novo espaço da cidade, considerado sua “sala de espera”, provocou conflitos entre os grupos dirigentes locais e figuras influentes no campo político Potiguar, que almejavam se favorecer com o processo de organização do porto, frente às figuras consideradas indesejáveis na cidade, vistas como um empecilho à imagem de progresso e modernidade que os grupos dominantes pretendiam expor pelo Porto. 

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  • JOÃO FERNANDO BARRETO DE BRITO
  • COLÔNIA AGRÍCOLA SINIMBÚ: ENTRE A REGULARIDADE DO ESPAÇO PROJETADO E OS VIOLENTOS CONFRONTOS DO ESPAÇO VIVIDO (RIO GRANDE DO NORTE, SÉC. XIX)

  • Orientador : JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • PAULO CRUZ TERRA
  • Data: 05/10/2015

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  • No ano de 1878, na província do Rio Grande do Norte, entre Ceará-Mirim e Extremoz, foi fundada a Colônia Agrícola de Sinimbú. Neste lugar chegaram a reunir-se cerca de 6.600 homens e mulheres pobres livres, fugindo da terrível seca de 1877, mas também motivados pela promessa de acesso aos gêneros de primeira necessidade, moradia e cuidados médicos, mediante trabalho, como defendiam os representantes do poder local e central. No entanto, não foi isso que os retirantes efetivamente encontraram, já que as condições dentro do estabelecimento agrícola chamavam atenção pela penúria e violência, conforme denúncia apresentada nos relatórios presidenciais daquela época. Este trabalho tem o objetivo de analisar os conflitos ocorridos na Colônia Sinimbú, procurando enfatizar as tensões e interesses dos representantes das elites locais e do governo central, relacionados à construção e posterior fechamento desse espaço, num contexto marcado pelos debates acerca do controle do trabalhador pobre livre. Assim, procuraremos demonstrar que, se por um lado, foram criados espaços institucionalizados que visavam submeter o nacional livre a uma lógica de trabalho pautada na disciplina do corpo, no controle do tempo e no ordenamento do espaço, por outro não se pode desconsiderar as diferentes formas de resistência impostas pelos homens e mulheres pobres livres, submetidos ao processo de reordenamento do mundo do trabalho.

     


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  • No ano de 1878, na província do Rio Grande do Norte, entre Ceará-Mirim e Extremoz, foi fundada a Colônia Agrícola de Sinimbú. Neste lugar chegaram a reunir-se cerca de 6.600 homens e mulheres pobres livres, fugindo da terrível seca de 1877, mas também motivados pela promessa de acesso aos gêneros de primeira necessidade, moradia e cuidados médicos, mediante trabalho, como defendiam os representantes do poder local e central. No entanto, não foi isso que os retirantes efetivamente encontraram, já que as condições dentro do estabelecimento agrícola chamavam atenção pela penúria e violência, conforme denúncia apresentada nos relatórios presidenciais daquela época. Este trabalho tem o objetivo de analisar os conflitos ocorridos na Colônia Sinimbú, procurando enfatizar as tensões e interesses dos representantes das elites locais e do governo central, relacionados à construção e posterior fechamento desse espaço, num contexto marcado pelos debates acerca do controle do trabalhador pobre livre. Assim, procuraremos demonstrar que, se por um lado, foram criados espaços institucionalizados que visavam submeter o nacional livre a uma lógica de trabalho pautada na disciplina do corpo, no controle do tempo e no ordenamento do espaço, por outro não se pode desconsiderar as diferentes formas de resistência impostas pelos homens e mulheres pobres livres, submetidos ao processo de reordenamento do mundo do trabalho.

     

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  • CAMILA ALVES DUARTE
  • “DO ALTO DA COLINA” – A PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE,  O COMÉRCIO, OS RIOS POTENGI E JUNDIAÍ E O COMPLEXO COMERCIAL DO GUARAPES

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • ROBERTO AIRON SILVA
  • Data: 23/10/2015

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  • O complexo comercial do Guarapes foi durante a segunda metade do século XIX a maior praça comercial da Província do Rio Grande do Norte. Nesse recorte temporal, é possível ver seu florescimento como um dos lugares centrais do comércio na Província, e seu posterior abandono. Esta dissertação tem como objetivo investigar, na sua primeira parte, os caminhos que auxiliam a entender, como o contexto da expansão dos mercados mundiais na segunda metade do século XIX possibilitaram as condições para o surgimento do complexo comercial. No entanto, as relações comerciais estabelecidas nesta Província, por intermédio do complexo comercial, mesmo participando dessa conjuntura de escala global, reservou características particulares em suas relações sociais e comerciais, pois, se tratando de uma Província periférica, atentamos para as singularidades das relações ocorridas nesse espaço. Na segunda parte, procuramos entender a importância que os rios Potengi e Jundiaí tiveram para a instalação do complexo comercial do Guarapes na segunda metade do século XIX. Como a posição geográfica em relação aos rios, possibilitou que esse espaço se tornasse zona de fluxo e confluência de mercadorias distribuídas para as diversas partes do interior da Província. Também acompanhamos o processo que fez esses rios saírem do protagonismo das relações de locomoção e transporte nesse espaço, cedendo lugar as linhas férreas e as estradas de rodagem. Na terceira parte, procuramos entender o complexo comercial do Guarapes em foco. Analisando sua distribuição espacial na paisagem, e como essa organização espacial guardava ao mesmo tempo traços do patriarcalismo brasileiro expostos por Gilberto Freyre, mas também, características “modernas”, devido ao incremento de uma nova cultura material inserida na Província. Também procuramos compreender elementos dessa cultura material que constituía o ambiente do complexo, e como essas fontes materiais são importantes para o entendimento dessa sociedade em estudo. Tratamos desde os maiores fragmentos aos menores, sem hierarquizá-los. Entendendo que, o estudo associado das fontes escritas e materiais propiciam um ganho no entendimento dos cotidianos dessas pessoas que viveram nesse espaço do complexo na segunda metade do século XIX.


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  • O complexo comercial do Guarapes foi durante a segunda metade do século XIX a maior praça comercial da Província do Rio Grande do Norte. Nesse recorte temporal, é possível ver seu florescimento como um dos lugares centrais do comércio na Província, e seu posterior abandono. Esta dissertação tem como objetivo investigar, na sua primeira parte, os caminhos que auxiliam a entender, como o contexto da expansão dos mercados mundiais na segunda metade do século XIX possibilitaram as condições para o surgimento do complexo comercial. No entanto, as relações comerciais estabelecidas nesta Província, por intermédio do complexo comercial, mesmo participando dessa conjuntura de escala global, reservou características particulares em suas relações sociais e comerciais, pois, se tratando de uma Província periférica, atentamos para as singularidades das relações ocorridas nesse espaço. Na segunda parte, procuramos entender a importância que os rios Potengi e Jundiaí tiveram para a instalação do complexo comercial do Guarapes na segunda metade do século XIX. Como a posição geográfica em relação aos rios, possibilitou que esse espaço se tornasse zona de fluxo e confluência de mercadorias distribuídas para as diversas partes do interior da Província. Também acompanhamos o processo que fez esses rios saírem do protagonismo das relações de locomoção e transporte nesse espaço, cedendo lugar as linhas férreas e as estradas de rodagem. Na terceira parte, procuramos entender o complexo comercial do Guarapes em foco. Analisando sua distribuição espacial na paisagem, e como essa organização espacial guardava ao mesmo tempo traços do patriarcalismo brasileiro expostos por Gilberto Freyre, mas também, características “modernas”, devido ao incremento de uma nova cultura material inserida na Província. Também procuramos compreender elementos dessa cultura material que constituía o ambiente do complexo, e como essas fontes materiais são importantes para o entendimento dessa sociedade em estudo. Tratamos desde os maiores fragmentos aos menores, sem hierarquizá-los. Entendendo que, o estudo associado das fontes escritas e materiais propiciam um ganho no entendimento dos cotidianos dessas pessoas que viveram nesse espaço do complexo na segunda metade do século XIX.

2014
Dissertações
1
  • DIEGO JOSE FERNANDES FREIRE
  • Contando o passado, tecendo a saudade: a construção simbólica do engenho açucareiro em José Lins do Rego (1919-1943).

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • FERNADO FELIZARDO NICOLAZZI
  • Data: 24/02/2014

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  •  Investigamos neste trabalho a construção simbólica de uma determinada espacialidade. Partimos do pressuposto teórico que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em dados momentos e por determinados fatores. Nesse sentido, examinamos a fabricação simbólica do engenho açucareiro a partir de algumas produções literárias do romancista paraibano José Lins do Rego. Almejamos inquirir acerca da dimensão simbólica – significados, valores e imagens – mobilizada por esse literato para constituir a propriedade canavieira. Concedendo uma atenção especial às obras do chamado “ciclo da cana de açúcar”, questionamos-nos sobre os sentidos e significados agenciados pelo discurso literário de José Lins para ficcionar o engenho, forjando essa espacialidade de uma dada maneira. Situando-nos no campo da história cultural, trabalhamos com uma variedade de fontes: romances literários, prefácios de livros, escritos memorialísticos e jornalísticos, cartas trocadas entres intelectuais e livros de história. Nosso recorte temporal vai de 1919 – início da atividade intelectual de José Lins - a 1943 – publicação de Fogo Morto, último romance por nós analisado. Em termos simbólicos, o que seria o engenho, essa espacialidade que marcou soberanamente a vida e a obra literária de José Lins do Rego? Foi o questionamento estrutural que moveu a corrente pesquisa.


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  •  Investigamos neste trabalho a construção simbólica de uma determinada espacialidade. Partimos do pressuposto teórico que os mais diferentes espaços são construções sociais, fruto de investimentos materiais e simbólicos, realizados em dados momentos e por determinados fatores. Nesse sentido, examinamos a fabricação simbólica do engenho açucareiro a partir de algumas produções literárias do romancista paraibano José Lins do Rego. Almejamos inquirir acerca da dimensão simbólica – significados, valores e imagens – mobilizada por esse literato para constituir a propriedade canavieira. Concedendo uma atenção especial às obras do chamado “ciclo da cana de açúcar”, questionamos-nos sobre os sentidos e significados agenciados pelo discurso literário de José Lins para ficcionar o engenho, forjando essa espacialidade de uma dada maneira. Situando-nos no campo da história cultural, trabalhamos com uma variedade de fontes: romances literários, prefácios de livros, escritos memorialísticos e jornalísticos, cartas trocadas entres intelectuais e livros de história. Nosso recorte temporal vai de 1919 – início da atividade intelectual de José Lins - a 1943 – publicação de Fogo Morto, último romance por nós analisado. Em termos simbólicos, o que seria o engenho, essa espacialidade que marcou soberanamente a vida e a obra literária de José Lins do Rego? Foi o questionamento estrutural que moveu a corrente pesquisa.

2
  • CARLOS HENRIQUE PESSOA CUNHA
  •  

    NOS TEMPOS DO BLACKOUT: Cena Musical, práticas urbanas e a ressignificação da Rua Chile, Natal-RN (1990-2004)

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 12/03/2014

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  • O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o processo de ressignificação da Rua Chile a partir do desenvolvimento de uma cena musical em fins dos anos 1990. A Rua Chile, enquanto parte do Centro Histórico de Natal, teve suas imagens construídas a partir das práticas cotidianas e discursivas de seus freqüentadores, levando a uma série de transformações imagéticas e simbólicas ao longo do século XX. Inicialmente transformada em espaço glamoroso pelas ações urbanísticas da nova república dos Albuquerque Maranhão, no início do século XX, a Ribeira e a Rua Chile, especificamente, passou a ser vista e dita como boêmia, nos “tempos da guerra”; seguindo por uma fase marginal, acabou sendo transformada em principal espaço roqueiro da cidade de Natal, a partir do desenvolvimento de uma cena musical, na segunda metade dos anos 1990. Essa cena musical, suas práticas, interesses econômicos, manifestações culturais e laços identitários criados entre seus praticantes construíram, “nos tempos do Blackout”, uma imagem de espaço “alternativo” acerca da Rua Chile. Como os Centros Históricos, inseridos na lógica da city marketing pós-moderna, são espaços dinâmicos tanto em suas práticas, quanto em suas imagens, a Rua Chile ainda sofreu alterações em seus significados e simbologias, por volta do ano 2000, quando de espaço alternativo-underground passou a ser representado como um espaço pop, onde pessoas de várias partes a cidade passaram a freqüentar seus eventos e recantos, transformando-a em um point de sociabilidades bastante heterogêneas. 


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  • O presente trabalho tem como objetivo principal analisar o processo de ressignificação da Rua Chile a partir do desenvolvimento de uma cena musical em fins dos anos 1990. A Rua Chile, enquanto parte do Centro Histórico de Natal, teve suas imagens construídas a partir das práticas cotidianas e discursivas de seus freqüentadores, levando a uma série de transformações imagéticas e simbólicas ao longo do século XX. Inicialmente transformada em espaço glamoroso pelas ações urbanísticas da nova república dos Albuquerque Maranhão, no início do século XX, a Ribeira e a Rua Chile, especificamente, passou a ser vista e dita como boêmia, nos “tempos da guerra”; seguindo por uma fase marginal, acabou sendo transformada em principal espaço roqueiro da cidade de Natal, a partir do desenvolvimento de uma cena musical, na segunda metade dos anos 1990. Essa cena musical, suas práticas, interesses econômicos, manifestações culturais e laços identitários criados entre seus praticantes construíram, “nos tempos do Blackout”, uma imagem de espaço “alternativo” acerca da Rua Chile. Como os Centros Históricos, inseridos na lógica da city marketing pós-moderna, são espaços dinâmicos tanto em suas práticas, quanto em suas imagens, a Rua Chile ainda sofreu alterações em seus significados e simbologias, por volta do ano 2000, quando de espaço alternativo-underground passou a ser representado como um espaço pop, onde pessoas de várias partes a cidade passaram a freqüentar seus eventos e recantos, transformando-a em um point de sociabilidades bastante heterogêneas. 

3
  • GABRIELA FERNANDES DE SIQUEIRA
  •  POR UMA “CIDADE NOVA”: APROPRIAÇÃO E USO DO SOLO URBANO NO TERCEIRO BAIRRO DE NATAL (1901-1929)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
  • MARCIA MARIA MANENDES MOTTA
  • Data: 21/03/2014

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  • Este trabalho objetivou analisar as formas de apropriação e uso do solo urbano de Cidade Nova, terceiro bairro oficial de Natal (Rio Grande do Norte), entre 1901 e 1929. Nesse período, os poderes municipal e estadual iniciaram uma remodelação urbana, tentando transformar a cidade, representá-la como nova, modernizada, capaz de acompanhar o progresso e a nova condição política da capital de um estado republicano.  Observa-se em Cidade Nova a construção de um novo território material e simbólico: a área, que outrora era ocupada por casebres construídos pelos retirantes da seca e algumas casas de veraneio, foi, a partir de 1901, transformada, esquadrinhada por meio de um plano urbanístico. Em Natal, várias resoluções municipais publicadas entre 1901-1929 demonstraram os anseios do grupo dirigente em construir em Cidade Nova um bairro aprazível, modernizado em suas estruturas, que refletisse a nova condição política da capital de um estado republicano. As análises dos editais, das matérias publicadas no jornal A Republica e Diário do Natal e, principalmente, o estudo das cartas de aforamento, demonstraram como muitas leis foram ressignificadas ou descumpridas, destacando as continuidades existentes. Assim, ao longo do trabalho pretende-se analisar como esse território foi ocupado e utilizado pelos seus habitantes, como a concessão de terrenos em aforamento pode exemplificar essa prática e descumprimento das leis e como esse território foi utilizado para consolidar relações de influência e poder. Afinal, os valores conferidos a um espaço, transformando-o em território, resultam da dimensão social desse espaço, ou seja, das categorias sociais que o utilizam. Não se pode, portanto, analisar as formas de apropriação e uso do solo urbano no terceiro bairro de Natal sem estudar os indivíduos que se apropriaram e usaram esse território. O estudo do processo de concessão de aforamentos de terras localizadas nesse bairro demonstrou a formação de um tipo de mercado específico, em que estavam em jogo não somente trocas econômicas, mas também e, sobretudo, trocas simbólicas, envolvendo capitais políticos e sociais. A análise desse mercado pessoal desenvolvido com as terras de Cidade Nova pode indicar as relações de poder existentes entre governo estadual, Intendência e foreiros, fornecendo um exemplo significativo desse processo de modernização da Natal do início do século XX, guiado por um grupo mais abastado e influente e caracterizado por mudanças sociais limitadas. 


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  • Este trabalho objetivou analisar as formas de apropriação e uso do solo urbano de Cidade Nova, terceiro bairro oficial de Natal (Rio Grande do Norte), entre 1901 e 1929. Nesse período, os poderes municipal e estadual iniciaram uma remodelação urbana, tentando transformar a cidade, representá-la como nova, modernizada, capaz de acompanhar o progresso e a nova condição política da capital de um estado republicano.  Observa-se em Cidade Nova a construção de um novo território material e simbólico: a área, que outrora era ocupada por casebres construídos pelos retirantes da seca e algumas casas de veraneio, foi, a partir de 1901, transformada, esquadrinhada por meio de um plano urbanístico. Em Natal, várias resoluções municipais publicadas entre 1901-1929 demonstraram os anseios do grupo dirigente em construir em Cidade Nova um bairro aprazível, modernizado em suas estruturas, que refletisse a nova condição política da capital de um estado republicano. As análises dos editais, das matérias publicadas no jornal A Republica e Diário do Natal e, principalmente, o estudo das cartas de aforamento, demonstraram como muitas leis foram ressignificadas ou descumpridas, destacando as continuidades existentes. Assim, ao longo do trabalho pretende-se analisar como esse território foi ocupado e utilizado pelos seus habitantes, como a concessão de terrenos em aforamento pode exemplificar essa prática e descumprimento das leis e como esse território foi utilizado para consolidar relações de influência e poder. Afinal, os valores conferidos a um espaço, transformando-o em território, resultam da dimensão social desse espaço, ou seja, das categorias sociais que o utilizam. Não se pode, portanto, analisar as formas de apropriação e uso do solo urbano no terceiro bairro de Natal sem estudar os indivíduos que se apropriaram e usaram esse território. O estudo do processo de concessão de aforamentos de terras localizadas nesse bairro demonstrou a formação de um tipo de mercado específico, em que estavam em jogo não somente trocas econômicas, mas também e, sobretudo, trocas simbólicas, envolvendo capitais políticos e sociais. A análise desse mercado pessoal desenvolvido com as terras de Cidade Nova pode indicar as relações de poder existentes entre governo estadual, Intendência e foreiros, fornecendo um exemplo significativo desse processo de modernização da Natal do início do século XX, guiado por um grupo mais abastado e influente e caracterizado por mudanças sociais limitadas. 

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  • GIL EDUARDO DE ALBUQUERQUE MACEDO
  • AS CHAVES PARA O MUNDO DO QUINTO IMPÉRIO: AS IMAGENS DE MUNDO NA HISTÓRIA DO FUTURO DO PADRE ANTÔNIO VIEIRA. 

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUNICIA BARROS BARCELOS FERNANDES
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • Data: 05/05/2014

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  •  Emblemática figura histórica, Antônio Vieira (1608-1697) é considerado um personagem indispensável para a história luso-brasileira. Entre os anos de 1646 e 1667, o padre iniciou a escrita da História do Futuro, primeiro volume da célebre “Clavis Prophetarum”, obra que anunciava o surgimento do “Quinto Império”, unidade político-teológica que alavancaria o processo de difusão do Cristianismo por todo o planeta, reconhecendo Portugal como vanguarda e centro de todo o movimento milenarista. Nelas, o jesuíta representou o “Mundo” em duas metáforas: “teatro” e “corpo”, espaços responsáveis pela visualização da abstrata verdade cristã. Partindo dos pressupostos hermenêuticos de análise, investigamos as relações históricas presentes na construção de tais representações, por meio das quais estabelecemos o diálogo entre a política, teologia e retórica seiscentista. Portanto, o seguinte estudo defende a hipótese que para além de um mera manifestação estilística, a espacialização do “Mundo” em metáforas foi formulada por Antônio Vieira como recurso em que se pudesse aguçar os ânimos de seus leitores, empenhar palavras em ações, tornar vivo e efetivo o uso de sua retórica.


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  •  Emblemática figura histórica, Antônio Vieira (1608-1697) é considerado um personagem indispensável para a história luso-brasileira. Entre os anos de 1646 e 1667, o padre iniciou a escrita da História do Futuro, primeiro volume da célebre “Clavis Prophetarum”, obra que anunciava o surgimento do “Quinto Império”, unidade político-teológica que alavancaria o processo de difusão do Cristianismo por todo o planeta, reconhecendo Portugal como vanguarda e centro de todo o movimento milenarista. Nelas, o jesuíta representou o “Mundo” em duas metáforas: “teatro” e “corpo”, espaços responsáveis pela visualização da abstrata verdade cristã. Partindo dos pressupostos hermenêuticos de análise, investigamos as relações históricas presentes na construção de tais representações, por meio das quais estabelecemos o diálogo entre a política, teologia e retórica seiscentista. Portanto, o seguinte estudo defende a hipótese que para além de um mera manifestação estilística, a espacialização do “Mundo” em metáforas foi formulada por Antônio Vieira como recurso em que se pudesse aguçar os ânimos de seus leitores, empenhar palavras em ações, tornar vivo e efetivo o uso de sua retórica.

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  • ANA LUNARA DA SILVA MORAIS
  • ENTRE VEADOS, CARNEIROS E FORMIGAS: CONFLITO PELA POSSE DE TERRA NA RIBEIRA DO CEARÁ-MIRIM, E CONCEPÇÕES DE MENTALIDADE POSSESSÓRIA, 1725 – 1761

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MARCIA MARIA MANENDES MOTTA
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • Data: 08/08/2014

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  • A construção do espaço luso-brasileiro na América portuguesa ocorreu por meio de constantes conflitos travados entre diferentes indivíduos e instituições. No que se refere à posse de terras, tais conflitos agravavam-se dependendo dos sujeitos envolvidos e de seu contexto. Na capitania do Rio Grande, destaca-se o conflito pela posse da terra Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul e seus envolvidos: padres da Companhia de Jesus missionários do aldeamento de Guajiru; índios da missão de Guajiru; e membros da família Carneiro da Cunha. Em 1725, o padre jesuíta da missão de Guajiru solicitou uma légua de terra no lugar chamado Cidade dos Veados para os índios de sua missão alegando que a terra que a missão possuía não era suficiente para a subsistência da mesma. Em 1727, o padre solicitou outra légua de terra no lugar Olho d’Água Azul, afirmando que a missão possuía mais de 192 casais. Ambas as terras foram devidamente requeridas para a missão de Guajiru. Em 1760, entretanto, com as mudanças impostas pelo Diretório dos Índios, o ouvidor responsável pela averiguação das posses indígenas percebeu que os índios não ocupavam as duas terras solicitadas na década de 1720, devido ao fato de João Carneiro da Cunha ter se apossado das mesmas. Em decorrência disto, os impasses pela posse da terra são reascendidos. Deste conflito pela posse da terra Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul, pretende-se destacar, sobretudo, as motivações e as mentalidades possessórias acerca da propriedade de cada uma das partes envolvidas. Busca-se compreender como as motivações de cada grupo envolvido possibilitou o uso de estratégias específicas e estabelecidas para tentar tomar posse das terras Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul. 


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  • A construção do espaço luso-brasileiro na América portuguesa ocorreu por meio de constantes conflitos travados entre diferentes indivíduos e instituições. No que se refere à posse de terras, tais conflitos agravavam-se dependendo dos sujeitos envolvidos e de seu contexto. Na capitania do Rio Grande, destaca-se o conflito pela posse da terra Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul e seus envolvidos: padres da Companhia de Jesus missionários do aldeamento de Guajiru; índios da missão de Guajiru; e membros da família Carneiro da Cunha. Em 1725, o padre jesuíta da missão de Guajiru solicitou uma légua de terra no lugar chamado Cidade dos Veados para os índios de sua missão alegando que a terra que a missão possuía não era suficiente para a subsistência da mesma. Em 1727, o padre solicitou outra légua de terra no lugar Olho d’Água Azul, afirmando que a missão possuía mais de 192 casais. Ambas as terras foram devidamente requeridas para a missão de Guajiru. Em 1760, entretanto, com as mudanças impostas pelo Diretório dos Índios, o ouvidor responsável pela averiguação das posses indígenas percebeu que os índios não ocupavam as duas terras solicitadas na década de 1720, devido ao fato de João Carneiro da Cunha ter se apossado das mesmas. Em decorrência disto, os impasses pela posse da terra são reascendidos. Deste conflito pela posse da terra Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul, pretende-se destacar, sobretudo, as motivações e as mentalidades possessórias acerca da propriedade de cada uma das partes envolvidas. Busca-se compreender como as motivações de cada grupo envolvido possibilitou o uso de estratégias específicas e estabelecidas para tentar tomar posse das terras Cidade dos Veados e Olho d’Água Azul. 

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  • JOÃO VINÍCIUS GONDIM FEITOSA
  • SONHO E CURA: O CULTO DE ASCLÉPIO EM EPIDAURO ENTRE OS SÉCULOS IV E II A. C.

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE CARNEIRO CERQUEIRA LIMA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • Data: 12/08/2014

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  • Mudanças profundas marcaram a sociedade grega a partir do século IV a. C.. As diversas conquistas, guerras e epidemias alteraram drasticamente a postura do grego em relação a sua vida pública, a sua concepção de deuses e, consequentemente, a construção de seus espaços, sejam eles profanos ou sagrados. Através das fontes, percebemos que o culto do deus Asclépio se tornou bastante popular, neste contexto, sobretudo, graças à maneira peculiar que o deus se relacionava com seus devotos, através de sonhos. Sabemos que o sonho era tido, para os gregos, como um espaço de existência real, era um espaço sagrado, e poderia ser acessado nos rituais de cura de Asclépio. O nosso trabalho se propõe, deste modo, a compreender o curioso e peculiar espaço onírico, principalmente através das inscrições, das estruturas arquitetônicas do santuário e dos textos antigos que fazem referência ao contexto do período, pois entendemos que este espaço foi a condição essencial para a popularização do culto, pois colocava o indivíduo em contato direto com a divindade, numa rara proximidade entre homens e deuses admitida pelo imaginário grego até então.


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  • Mudanças profundas marcaram a sociedade grega a partir do século IV a. C.. As diversas conquistas, guerras e epidemias alteraram drasticamente a postura do grego em relação a sua vida pública, a sua concepção de deuses e, consequentemente, a construção de seus espaços, sejam eles profanos ou sagrados. Através das fontes, percebemos que o culto do deus Asclépio se tornou bastante popular, neste contexto, sobretudo, graças à maneira peculiar que o deus se relacionava com seus devotos, através de sonhos. Sabemos que o sonho era tido, para os gregos, como um espaço de existência real, era um espaço sagrado, e poderia ser acessado nos rituais de cura de Asclépio. O nosso trabalho se propõe, deste modo, a compreender o curioso e peculiar espaço onírico, principalmente através das inscrições, das estruturas arquitetônicas do santuário e dos textos antigos que fazem referência ao contexto do período, pois entendemos que este espaço foi a condição essencial para a popularização do culto, pois colocava o indivíduo em contato direto com a divindade, numa rara proximidade entre homens e deuses admitida pelo imaginário grego até então.

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  • ARIANE DE MEDEIROS PEREIRA
  • ESCRAVOS EM AÇÃO: AUTONOMIA E CRIMINALIDADE DE CATIVOS NA COMARCA DO PRÍNCIPE 1870 – 1888

  • Orientador : MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTÔNIO DE PÁDUA SANTIAGO DE FREITAS
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • JULIANA TEIXEIRA SOUZA
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • Data: 14/08/2014

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  • Esta pesquisa tem como finalidade estudar as ações escravas na Comarca do Príncipe, Província do Rio Grande do Norte, (1870/1888).  Tomando o espaço como uma categoria significativa na relação servil, investiga-se como ocorreram as negociações sobre as condições do cativeiro e liberdade na jurisprudência da Comarca do Príncipe.  Os escravos são entendidos como sujeitos que lutaram por melhores condições de vida no cativeiro e para alcançarem a liberdade, por vezes recorrendo a atos considerados criminosos. Para apreender suas ações nesse meio sócio-econômico-ambiental da Comarca do Príncipe, recorreu-se a variados tipos de fontes: processos cíveis e criminais, relatórios do presidente da província do Rio Grande do Norte, o censo de 1872, jornal O Assuense, Livro do Fundo de Emancipação do Município do Príncipe (1873-1886) e Leis Imperiais. Para o tratamento e análise das fontes realizamos a catalogação, a leitura, a transcrição paleográfica, a classificação das temáticas encontradas na documentação, a análise e o cotejamento das fontes e a quantificação estatística, submentendo os dados empíricos a uma discussão construída de acordo com os atuais debates historiográficos sobre o tema.


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  • Esta pesquisa tem como finalidade estudar as ações escravas na Comarca do Príncipe, Província do Rio Grande do Norte, (1870/1888).  Tomando o espaço como uma categoria significativa na relação servil, investiga-se como ocorreram as negociações sobre as condições do cativeiro e liberdade na jurisprudência da Comarca do Príncipe.  Os escravos são entendidos como sujeitos que lutaram por melhores condições de vida no cativeiro e para alcançarem a liberdade, por vezes recorrendo a atos considerados criminosos. Para apreender suas ações nesse meio sócio-econômico-ambiental da Comarca do Príncipe, recorreu-se a variados tipos de fontes: processos cíveis e criminais, relatórios do presidente da província do Rio Grande do Norte, o censo de 1872, jornal O Assuense, Livro do Fundo de Emancipação do Município do Príncipe (1873-1886) e Leis Imperiais. Para o tratamento e análise das fontes realizamos a catalogação, a leitura, a transcrição paleográfica, a classificação das temáticas encontradas na documentação, a análise e o cotejamento das fontes e a quantificação estatística, submentendo os dados empíricos a uma discussão construída de acordo com os atuais debates historiográficos sobre o tema.

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  • TIAGO TAVARES E SILVA
  • (A)CERCA DO ESPAÇO: A NACIONALIZAÇÃO DA QUESTÃO AGRÁRIA PELO MST (1984-2002)

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • PAULO ROBERTO PALHANO SILVA
  • Data: 27/08/2014

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  • O presente trabalho tem como maior objetivo analisar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e sua relação com a reforma agrária a partir da ideia de nação. Na década de sua emergência, anos 1980, o nacionalismo brasileiro estava profundamente atrelado aos anseios por democracia e esta se constituiu em uma espécie de linguagem política do período que abarcava não apenas o MST, mas também setores conservadores da política brasileira. O MST desenvolve então uma forma de perceber sua função social diferente dos movimentos que o antecederam como as Ligas Camponesas, incorporando o elemento da nação como capital político para fortalecer sua práxis. Essa relação será estudada a partir de um debate em torno do marxismo contemporâneo e seus conceitos estruturantes.


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  • O presente trabalho tem como maior objetivo analisar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e sua relação com a reforma agrária a partir da ideia de nação. Na década de sua emergência, anos 1980, o nacionalismo brasileiro estava profundamente atrelado aos anseios por democracia e esta se constituiu em uma espécie de linguagem política do período que abarcava não apenas o MST, mas também setores conservadores da política brasileira. O MST desenvolve então uma forma de perceber sua função social diferente dos movimentos que o antecederam como as Ligas Camponesas, incorporando o elemento da nação como capital político para fortalecer sua práxis. Essa relação será estudada a partir de um debate em torno do marxismo contemporâneo e seus conceitos estruturantes.

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  • RAFAEL OLIVEIRA DA SILVA
  •  “A OAB NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA”: A SECCIONAL POTIGUAR COMO ESPAÇO DE REDEMOCRATIZAÇÃO (1979-1988)

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • JOSE GERARDO VASCONCELOS
  • MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • Data: 28/08/2014

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  • O período conhecido como Ditadura Militar (1964-1985) representou um momento da História do Brasil marcado pelo controle do Poder do Estado pelas Forças Armadas em conjunto, este iniciado com o Golpe Civil-Militar de abril de 1964. Caracterizou-se enquanto um momento onde as liberdades políticas e de expressão foram colocadas em cheque por medidas autoritárias e repressivas tomadas pelos governos militares. A seccional do potiguar da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), assim como o Conselho Federal da instituição, apoiou o estabelecimento do referido golpe, mas a partir dos anos de 1970 empreendeu medidas que buscavam corroborar com as lutas em torno da redemocratização do país, o que contribuiu para a consolidação da sua imagem de defensora da ordem democrática. Com o título inspirado no XII Encontro da OAB de outubro de 1988, a pesquisa tem como objetivo analisar a participação da OAB/RN e seus membros no âmbito da redemocratização brasileira. Esta análise se inicia no ano de 1979 com a participação da entidade nas discussões da Anistia Política até a promulgação da Constituição de 1988, uma vez que a Carta Magna representa o começo de um Estado de Direito pleno. Procuramos entender o objeto enquanto espaço de redemocratização, aliando os conceitos de História, Memória e Política. Nos norteamos teoricamente nas análises feitas por Jacques Le Goff, Pierre Nora, Maurice Halbwachs, Pierre Bourdieu e Hannah Arendt. Recostruímos o período de redemocratização em terras potiguares dando luz as ações da OAB/RN, sobretudo nos seguintes eventos: Anistia Política de 1979, nas mobilizações em torno da campanha das “Diretas Já!” e na Constituição de 1988. Fazemos uso de legislação, atas, jornais e entrevistas construídas com base na História Oral.


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  • O período conhecido como Ditadura Militar (1964-1985) representou um momento da História do Brasil marcado pelo controle do Poder do Estado pelas Forças Armadas em conjunto, este iniciado com o Golpe Civil-Militar de abril de 1964. Caracterizou-se enquanto um momento onde as liberdades políticas e de expressão foram colocadas em cheque por medidas autoritárias e repressivas tomadas pelos governos militares. A seccional do potiguar da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN), assim como o Conselho Federal da instituição, apoiou o estabelecimento do referido golpe, mas a partir dos anos de 1970 empreendeu medidas que buscavam corroborar com as lutas em torno da redemocratização do país, o que contribuiu para a consolidação da sua imagem de defensora da ordem democrática. Com o título inspirado no XII Encontro da OAB de outubro de 1988, a pesquisa tem como objetivo analisar a participação da OAB/RN e seus membros no âmbito da redemocratização brasileira. Esta análise se inicia no ano de 1979 com a participação da entidade nas discussões da Anistia Política até a promulgação da Constituição de 1988, uma vez que a Carta Magna representa o começo de um Estado de Direito pleno. Procuramos entender o objeto enquanto espaço de redemocratização, aliando os conceitos de História, Memória e Política. Nos norteamos teoricamente nas análises feitas por Jacques Le Goff, Pierre Nora, Maurice Halbwachs, Pierre Bourdieu e Hannah Arendt. Recostruímos o período de redemocratização em terras potiguares dando luz as ações da OAB/RN, sobretudo nos seguintes eventos: Anistia Política de 1979, nas mobilizações em torno da campanha das “Diretas Já!” e na Constituição de 1988. Fazemos uso de legislação, atas, jornais e entrevistas construídas com base na História Oral.

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  • ELYNALDO GONÇALVES DANTAS
  • GUSTAVO BARROSO, O FÜHRER BRASILEIRO: Nação e Identidade no discurso integralista barrosiano de 1933-1937

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÂNDIDO MOREIRA RODRIGUES
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 05/09/2014

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  • O propósito desta dissertação é buscar discernir as circunstâncias e os pressupostos a partir dos quais, Gustavo Barroso, no período em que integrou o movimento integralista, buscou construir, discursivamente, uma ideia da espacialidade brasileira. Nossa ideia é que essa construção se faz por meio de uma interpretação da história nacional marcada pela teoria da conspiração judaica e por uma doutrina racista que dialogava em vários aspectos com o Nazismo e com o pensamento da Restauração Católica, o qual Barroso busca se aproximar visando legitimar sua escrita, numa construção de uma identidade cristã católica, que é também uma representação de si, como guia do processo de construção do Estado Integral, que seria o molde da nação. Escrita que construiu uma dada imagem da nação, escrita que é produto e fonte produtora de outros discursos que operam sobre mundo, construindo, assim, realidades diversas. Na elaboração desta dissertação, nos focaremos, principalmente, no exame dos escritos do período integralista de Gustavo Barroso, ou seja, desde 1933 até 1937, empreendemos também uma análise do Plano Cohen, por nós compreendido, enquanto herdeiro da construção de Gustavo Barroso e devendo, ainda ser considerado na linha das teorias do complô político-racial antissemita e totalitário. Analisamos, assim, o discurso barrosiano sobre a nação, gestado ao longo da década de 1930, que o caracterizou como o Führer brasileiro.


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  • O propósito desta dissertação é buscar discernir as circunstâncias e os pressupostos a partir dos quais, Gustavo Barroso, no período em que integrou o movimento integralista, buscou construir, discursivamente, uma ideia da espacialidade brasileira. Nossa ideia é que essa construção se faz por meio de uma interpretação da história nacional marcada pela teoria da conspiração judaica e por uma doutrina racista que dialogava em vários aspectos com o Nazismo e com o pensamento da Restauração Católica, o qual Barroso busca se aproximar visando legitimar sua escrita, numa construção de uma identidade cristã católica, que é também uma representação de si, como guia do processo de construção do Estado Integral, que seria o molde da nação. Escrita que construiu uma dada imagem da nação, escrita que é produto e fonte produtora de outros discursos que operam sobre mundo, construindo, assim, realidades diversas. Na elaboração desta dissertação, nos focaremos, principalmente, no exame dos escritos do período integralista de Gustavo Barroso, ou seja, desde 1933 até 1937, empreendemos também uma análise do Plano Cohen, por nós compreendido, enquanto herdeiro da construção de Gustavo Barroso e devendo, ainda ser considerado na linha das teorias do complô político-racial antissemita e totalitário. Analisamos, assim, o discurso barrosiano sobre a nação, gestado ao longo da década de 1930, que o caracterizou como o Führer brasileiro.

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  • ISLANDIA MARISA SANTOS BEZERRA
  • Entre rios e ruas: água, açude e tragédia em uma cidade do Agreste potiguar (Santa Cruz, 1º de abril de 1981).  

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO LUIZ MACEDO SILVA E FILHO
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 05/09/2014

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  •  Na noite do dia primeiro de abril de 1981, a cidade de Santa Cruz foi tomada por uma inundação que destruiu o sangradouro do açude Santa Cruz e de boa parte da cidade, fazendo com que a população das áreas mais baixas abandonasse suas casas. Residências e ruas mais próximas ao açude, ao rio Trairi e ao riacho do Pecado foram totalmente afetadas, sendo muitas das casas e prédios públicos completamente destruídos. Localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte, a cidade de Santa Cruz é marcada por um clima muito quente e semiárido. Com uma média de precipitação pluviométrica normal de 498.7 mm ao ano, a cidade é acometida pelas secas desde o início de sua fundação, por volta do ano de 1831. Para que seu desenvolvimento tivesse continuidade, foi necessário que a população efetivasse diversas intervenções no meio natural, principalmente no que diz respeito ao armazenamento e à distribuição de água. Tendo em vista o processo de ocupação do espaço em questão, bem como as relações que os grupos humanos estabelecem com o meio natural, temos como objetivo analisar de que forma as intervenções humanas afetam o ambiente ao seu redor, modificando-o de forma a atender as suas necessidades e interesses. Desse modo, pretendemos compreender de que modo a cobertura jornalística possibilitou a construção de um quadro da tragédia. Pretendemos ainda observar como a ocupação de Santa Cruz levou à modificação de seu entorno, buscando discutir os efeitos das intervenções humanas sobre os desastres naturais. Dentre as fontes de pesquisa, destacamos os jornais A República, o Diário de Natal, a Tribuna do Norte, O Poti e a Folha de São Paulo, bem como entrevistas com o então prefeito da cidade de Santa Cruz, Hildebrando Teixeira de Souza, e com o casal José Henrique de Pontes e Severina Águida de Pontes, cuja casa foi atingida pela enchente. Também analisaremos mensagens do governo do estado, atas da câmara de vereadores de Santa Cruz e relatórios produzidos pelo DNOCS sobre a construção do açude e sua vistoria após a enchente.


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  •  Na noite do dia primeiro de abril de 1981, a cidade de Santa Cruz foi tomada por uma inundação que destruiu o sangradouro do açude Santa Cruz e de boa parte da cidade, fazendo com que a população das áreas mais baixas abandonasse suas casas. Residências e ruas mais próximas ao açude, ao rio Trairi e ao riacho do Pecado foram totalmente afetadas, sendo muitas das casas e prédios públicos completamente destruídos. Localizada no interior do estado do Rio Grande do Norte, a cidade de Santa Cruz é marcada por um clima muito quente e semiárido. Com uma média de precipitação pluviométrica normal de 498.7 mm ao ano, a cidade é acometida pelas secas desde o início de sua fundação, por volta do ano de 1831. Para que seu desenvolvimento tivesse continuidade, foi necessário que a população efetivasse diversas intervenções no meio natural, principalmente no que diz respeito ao armazenamento e à distribuição de água. Tendo em vista o processo de ocupação do espaço em questão, bem como as relações que os grupos humanos estabelecem com o meio natural, temos como objetivo analisar de que forma as intervenções humanas afetam o ambiente ao seu redor, modificando-o de forma a atender as suas necessidades e interesses. Desse modo, pretendemos compreender de que modo a cobertura jornalística possibilitou a construção de um quadro da tragédia. Pretendemos ainda observar como a ocupação de Santa Cruz levou à modificação de seu entorno, buscando discutir os efeitos das intervenções humanas sobre os desastres naturais. Dentre as fontes de pesquisa, destacamos os jornais A República, o Diário de Natal, a Tribuna do Norte, O Poti e a Folha de São Paulo, bem como entrevistas com o então prefeito da cidade de Santa Cruz, Hildebrando Teixeira de Souza, e com o casal José Henrique de Pontes e Severina Águida de Pontes, cuja casa foi atingida pela enchente. Também analisaremos mensagens do governo do estado, atas da câmara de vereadores de Santa Cruz e relatórios produzidos pelo DNOCS sobre a construção do açude e sua vistoria após a enchente.

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  • REGINA PAULA SILVA DA SILVEIRA
  • (RE)LENDO “HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE” DE ELPÍDIO DE ALMEIDA: UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA “GRANDE” CAMPINA

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • LUCIANO MENDONÇA DE LIMA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 05/09/2014

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  • Elpídio de Almeida (1893-1971) foi um intelectual que participou ativamente da sociedade campinense no século XX. Foi médico, político e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP). Às vésperas do primeiro centenário de Campina Grande, escreveu “História de Campina Grande”, que se tornou um clássico da historiografia da Paraíba. Nessa obra, o autor volta sua escrita para a construção de uma história de enaltecimento da cidade. Esta dissertação tem como objetivo analisar o livro “História de Campina Grande” para compreender como o IHGP e o lugar social de Elpídio de Almeida influenciaram sua escrita, além de investigar qual a noção de história que norteia a referida obra e qual a Campina Grande foi construída a partir de sua representação da cidade. Para tanto, utilizamos as contribuições teórico-metodológicas de Michel de Certeau, que em “A escrita da História” mostra que a escrita histórica é uma prática que surge a partir do lugar social e da instituição de saber aos quais pertence o historiador.


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  • Elpídio de Almeida (1893-1971) foi um intelectual que participou ativamente da sociedade campinense no século XX. Foi médico, político e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP). Às vésperas do primeiro centenário de Campina Grande, escreveu “História de Campina Grande”, que se tornou um clássico da historiografia da Paraíba. Nessa obra, o autor volta sua escrita para a construção de uma história de enaltecimento da cidade. Esta dissertação tem como objetivo analisar o livro “História de Campina Grande” para compreender como o IHGP e o lugar social de Elpídio de Almeida influenciaram sua escrita, além de investigar qual a noção de história que norteia a referida obra e qual a Campina Grande foi construída a partir de sua representação da cidade. Para tanto, utilizamos as contribuições teórico-metodológicas de Michel de Certeau, que em “A escrita da História” mostra que a escrita histórica é uma prática que surge a partir do lugar social e da instituição de saber aos quais pertence o historiador.

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  • THYAGO RUZEMBERG GONZAGA DE SOUZA
  • A EPOPEIA DO NEGRO BRASILEIRO:PRODUÇÃO DA REPÚBLICA DOS PALMARES NA ESCRITA DE ARTHUR RAMOS

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • RODRIGO TURIN
  • Data: 08/09/2014

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  •  Na segunda metade do século XX houve a ascensão da imagem do Quilombo dos Palmares e de seu líder Zumbi como heróis da liberdade, do povo negro e da nacionalidade brasileira. Porém, no final do século XIX a imagem do Quilombo estava longe de ser positiva, representava tudo que as elites intelectuais e políticas brasileiras não gostariam que estivesse vinculada a nacionalidade. Em quase cem anos o Quilombo dos Palmares passou de inimigo da nação ao status de herói nacional; deixou de ser um grupo de africanos que impediria o progresso da civilização brasileira, para ser a grande epopeia do negro brasileiro. A quantidade de escritos que abordavam esse tema, aumentou consideravelmente, durante o século XX, demonstrando a importância atribuída a Palmares, pelos intelectuais deste período. Dentre os estudiosos, estava o médico e antropólogo alagoano Arthur Ramos, ministrante de uma conferência em 1938, intitulada “O espírito associativo do negro”, e autor do capítulo “A República de Palmares”, publicado em 1939 no livro “The negro in Brasil”. O objetivo, por conseguinte, foi analisar o espaço imaginário, o Quilombo dos Palmares, composto por Ramos nos seus escritos, relacionando a construção desse espaço com a tradição historiográfica sobre Palmares e a “cena de produção” em que o autor estava inserido. A pesquisa foi desenvolvida entre os campos da História Cultural dos Espaços e da História da Historiografia. O Quilombo dos Palmares foi compreendido como espaço imaginativo, seguindo as colaborações de Edward Said concentrando-se nos significados simbólicos ou poéticos. Para analisar a historiografia, utilizamos a análise do discurso, fundamentada na descontrução de Jacques Derrida, na qual pensamos como um procedimento de questionamento, de decomposição e de re-organização dos discursos. Juntamente, com a operação historiográfica de Michel de Certeau, possibilitou compreender os mecanismos da escrita da história. Nos textos de Arthur Ramos, estavam concentradas as principais conclusões de uma nova perspectiva sobre Palmares. O professor Ramos, colocou-se como herdeiro de Raimundo Nina Rodrigues, dando continuidade as pesquisas sobre as populações negras no Brasil, ocasionando uma narrativa concentrada nos próprios palmarinos, não nos seus conquistadores. No entanto, distanciou-se da perspectiva racista de Rodrigues, aproximando-se da antropologia cultural norte-americana, possibilitando a produção de Palmares como resistência ao processo de aculturação imposto aos escravos. Como leitor das produções dos Institutos Pernambucano e Alagoano, principalmente de Jaime Altavilla e de Manoel Arão, conhecia uma narrativa heroica do evento, ainda que ligada a construção das identidades estaduais. Arthur Ramos ampliou esse discurso, ao produzir o Quilombo dos Palmares, como obra da qualidade e capacidade do Negro brasileiro, então o início da visão nacionalista sobre esse monumento histórico.


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  •  Na segunda metade do século XX houve a ascensão da imagem do Quilombo dos Palmares e de seu líder Zumbi como heróis da liberdade, do povo negro e da nacionalidade brasileira. Porém, no final do século XIX a imagem do Quilombo estava longe de ser positiva, representava tudo que as elites intelectuais e políticas brasileiras não gostariam que estivesse vinculada a nacionalidade. Em quase cem anos o Quilombo dos Palmares passou de inimigo da nação ao status de herói nacional; deixou de ser um grupo de africanos que impediria o progresso da civilização brasileira, para ser a grande epopeia do negro brasileiro. A quantidade de escritos que abordavam esse tema, aumentou consideravelmente, durante o século XX, demonstrando a importância atribuída a Palmares, pelos intelectuais deste período. Dentre os estudiosos, estava o médico e antropólogo alagoano Arthur Ramos, ministrante de uma conferência em 1938, intitulada “O espírito associativo do negro”, e autor do capítulo “A República de Palmares”, publicado em 1939 no livro “The negro in Brasil”. O objetivo, por conseguinte, foi analisar o espaço imaginário, o Quilombo dos Palmares, composto por Ramos nos seus escritos, relacionando a construção desse espaço com a tradição historiográfica sobre Palmares e a “cena de produção” em que o autor estava inserido. A pesquisa foi desenvolvida entre os campos da História Cultural dos Espaços e da História da Historiografia. O Quilombo dos Palmares foi compreendido como espaço imaginativo, seguindo as colaborações de Edward Said concentrando-se nos significados simbólicos ou poéticos. Para analisar a historiografia, utilizamos a análise do discurso, fundamentada na descontrução de Jacques Derrida, na qual pensamos como um procedimento de questionamento, de decomposição e de re-organização dos discursos. Juntamente, com a operação historiográfica de Michel de Certeau, possibilitou compreender os mecanismos da escrita da história. Nos textos de Arthur Ramos, estavam concentradas as principais conclusões de uma nova perspectiva sobre Palmares. O professor Ramos, colocou-se como herdeiro de Raimundo Nina Rodrigues, dando continuidade as pesquisas sobre as populações negras no Brasil, ocasionando uma narrativa concentrada nos próprios palmarinos, não nos seus conquistadores. No entanto, distanciou-se da perspectiva racista de Rodrigues, aproximando-se da antropologia cultural norte-americana, possibilitando a produção de Palmares como resistência ao processo de aculturação imposto aos escravos. Como leitor das produções dos Institutos Pernambucano e Alagoano, principalmente de Jaime Altavilla e de Manoel Arão, conhecia uma narrativa heroica do evento, ainda que ligada a construção das identidades estaduais. Arthur Ramos ampliou esse discurso, ao produzir o Quilombo dos Palmares, como obra da qualidade e capacidade do Negro brasileiro, então o início da visão nacionalista sobre esse monumento histórico.

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  • JACQUELINE SOUZA SILVA
  • INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA: UM ESPAÇO PARA CIÊNCIA NO RIO GRANDE DO NORTE (1960-1973)

  • Orientador : DOUGLAS ARAUJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • DOUGLAS ARAUJO
  • HELOISA MARIA BERTOL DOMINGUES
  • Data: 15/09/2014

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  • O objetivo dessa dissertação é analisar como o Instituto de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte se formou como um espaço da ciência, durante o período de 1960 a 1973, considerando o espaço social no qual ele estava inserido, as questões políticas e econômicas que estavam em pauta ao longo do período, assim como a atuação dos intelectuais ligados a sua criação: Luís da Câmara Cascudo, José Nunes Cabral de Carvalho, Veríssimo Pinheiro de Melo e Dom Nivaldo Monte. Considerar as trajetórias científicas dos seus pesquisadores, assim como, suas posições enquanto agentes sociais, no momento de criação do Instituto de Antropologia, nos permite diferenciar suas práticas científicas e pensar os motivos que levaram esses agentes a definirem seus os objetos e constituírem um espaço científico dedicado à suas práticas. Tentaremos compreender o Instituto de Antropologia inserido em um universo no qual se encontravam indivíduos e outras instituições que produziram, reproduziram e difundiram a ciência no Estado do Rio Grande do Norte, contribuindo para construção de uma história local da ciência.


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  • O objetivo dessa dissertação é analisar como o Instituto de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte se formou como um espaço da ciência, durante o período de 1960 a 1973, considerando o espaço social no qual ele estava inserido, as questões políticas e econômicas que estavam em pauta ao longo do período, assim como a atuação dos intelectuais ligados a sua criação: Luís da Câmara Cascudo, José Nunes Cabral de Carvalho, Veríssimo Pinheiro de Melo e Dom Nivaldo Monte. Considerar as trajetórias científicas dos seus pesquisadores, assim como, suas posições enquanto agentes sociais, no momento de criação do Instituto de Antropologia, nos permite diferenciar suas práticas científicas e pensar os motivos que levaram esses agentes a definirem seus os objetos e constituírem um espaço científico dedicado à suas práticas. Tentaremos compreender o Instituto de Antropologia inserido em um universo no qual se encontravam indivíduos e outras instituições que produziram, reproduziram e difundiram a ciência no Estado do Rio Grande do Norte, contribuindo para construção de uma história local da ciência.

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  • LEDA VIRGINIA BELARMINO CAMPELO POTIER
  •  

    História para “ver” e entender o passado: Didática da História, cinema e livro didático no espaço escolar

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 15/09/2014

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  • O presente trabalho tem como objetivo diagnosticar e analisar a utilização do cinema no espaço escolar, mais precisamente, no ensino de História, a partir da perspectiva teórica do historiador alemão Jörn Rüsen e, assim, tentar observar em conjunto com os pressupostos da Didática da História, elementos como os usos públicos que são feitos da história pelo cinema. Neste sentido, a investigação das proposições de filmes encontrados nos livros didáticos de História, oferecem caminhos para compreensões acerca dos impactos causados pela narrativa cinematográfica na aprendizagem histórica, sendo essa, uma aprendizagem que ocorre, também, na vida cotidiana dos alunos, e não apenas no espaço escolar. Para tanto, foram utilizados os livros didáticos presentes no Memorial do Programa Nacional do Livro Didático, aprovados nas edições dos PNLD/2005 e PNLD/2008. Para a realização desse diagnóstico utilizamos, além dos livros, os Editais de Convocação e os Guias do Livro Didático do PNLD como forma de compreendermos como se realizam as discussões e recomendações teóricas e metodológicas acerca das potencialidades da narrativa cinematográfica para as aulas de História e as possíveis aproximações destas com a teoria da história.


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  • O presente trabalho tem como objetivo diagnosticar e analisar a utilização do cinema no espaço escolar, mais precisamente, no ensino de História, a partir da perspectiva teórica do historiador alemão Jörn Rüsen e, assim, tentar observar em conjunto com os pressupostos da Didática da História, elementos como os usos públicos que são feitos da história pelo cinema. Neste sentido, a investigação das proposições de filmes encontrados nos livros didáticos de História, oferecem caminhos para compreensões acerca dos impactos causados pela narrativa cinematográfica na aprendizagem histórica, sendo essa, uma aprendizagem que ocorre, também, na vida cotidiana dos alunos, e não apenas no espaço escolar. Para tanto, foram utilizados os livros didáticos presentes no Memorial do Programa Nacional do Livro Didático, aprovados nas edições dos PNLD/2005 e PNLD/2008. Para a realização desse diagnóstico utilizamos, além dos livros, os Editais de Convocação e os Guias do Livro Didático do PNLD como forma de compreendermos como se realizam as discussões e recomendações teóricas e metodológicas acerca das potencialidades da narrativa cinematográfica para as aulas de História e as possíveis aproximações destas com a teoria da história.

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  • FELIPE TAVARES DE ARAUJO
  • A ARGAMASSA DA CASA E DO CONFLITO: OS USOS POLÍTICOS DA CONSTRUÇÃO DA CIDADE DA ESPERANÇA FEITOS PELO GRUPO ALUIZISTA (1964-1966)

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • AMERICO OSCAR GUICHARD FREIRE
  • Data: 18/09/2014

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  •  

    Durante a década de 1960, os cidadãos de Natal, capital do Rio Grande do Norte, passaram por sérios problemas envolvendo o provimento de moradias e a imprensa difundiu diversas falas a respeito do número de casas que eram de taipa ou que sofriam adversidades na área do saneamento básico e do abastecimento de água e energia elétrica. Por esse motivo, procurando atender a uma fração dessa demanda, o governo Aluízio Alves passou a construir entre os anos de 1964 e 1966 um conjunto habitacional que foi chamado de Cidade da Esperança. Com cerca de 570 residências, ele foi representado frequentemente como a resposta de um grupo político específico, o grupo aluizista, à crise de habitação existente, o que possibilitou que a Cidade da Esperança como novo espaço em produção fosse apropriada e utilizada para o exercício de poder. Por essa razão, propomo-nos a analisar os usos políticos feitos dessa criação de um conjunto habitacional situado em Natal, examinando de que maneira ele serviu ao diálogo entre o governo Aluízio Alves e trabalhadores grevistas, como foi buscada por meio dele uma acomodação ao novo regime ditatorial implantado no Brasil, como ele serviu para a formulação identitária do grupo aluizista e, por fim, como ele possibilitou a candidatura de Agnelo Alves, gestor dessa edificação, a prefeito de Natal em 1965.


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  •  

    Durante a década de 1960, os cidadãos de Natal, capital do Rio Grande do Norte, passaram por sérios problemas envolvendo o provimento de moradias e a imprensa difundiu diversas falas a respeito do número de casas que eram de taipa ou que sofriam adversidades na área do saneamento básico e do abastecimento de água e energia elétrica. Por esse motivo, procurando atender a uma fração dessa demanda, o governo Aluízio Alves passou a construir entre os anos de 1964 e 1966 um conjunto habitacional que foi chamado de Cidade da Esperança. Com cerca de 570 residências, ele foi representado frequentemente como a resposta de um grupo político específico, o grupo aluizista, à crise de habitação existente, o que possibilitou que a Cidade da Esperança como novo espaço em produção fosse apropriada e utilizada para o exercício de poder. Por essa razão, propomo-nos a analisar os usos políticos feitos dessa criação de um conjunto habitacional situado em Natal, examinando de que maneira ele serviu ao diálogo entre o governo Aluízio Alves e trabalhadores grevistas, como foi buscada por meio dele uma acomodação ao novo regime ditatorial implantado no Brasil, como ele serviu para a formulação identitária do grupo aluizista e, por fim, como ele possibilitou a candidatura de Agnelo Alves, gestor dessa edificação, a prefeito de Natal em 1965.

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  • MAIARA JULIANA GONCALVES DA SILVA
  • "Em cada esquina um poeta, em cada rua um jornal": a vida intelectual natalense (1889-1930)"

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MAGALI GOUVEIA ENGEL
  • Data: 19/09/2014

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  • O objetivo deste trabalho é analisar a vida intelectual natalense. No período de 1889 a 1930, definimos como intelectuais os indivíduos que produziram algum tipo de literatura na capital norte-rio-grandense, constituindo-se como produtores, mediadores e criadores culturais na capital potiguar. Durante as primeiras décadas da construção do regime republicano, o movimento intelectual na cidade do Natal se intensificou: os grêmios literários multiplicaram-se, as publicações de obras literárias aumentaram, a imprensa periódica, que se autointitulava de caráter literário, acompanhava o ritmo frenético das modificações na capital, os intelectuais da cidade promoviam novos eventos e buscavam novos espaços para suas reuniões. Nesse sentido, buscamos investigar a dinâmica cultural que foi constituída na capital do Rio Grande do Norte durante a Primeira República (1889-1930), realizando, assim, algumas possibilidades de leituras sobre o tema. Concedemos uma atenção especial à atuação desses intelectuais na imprensa, uma vez que a história da literatura na cidade encontra-se ligada à história do desenvolvimento da imprensa periódica potiguar. Situando nosso trabalho no campo da história intelectual, trabalhamos com uma variedade de fontes: jornais, revistas, memórias e obras literárias. Questionamos-nos sobre quem eram os homens de letras potiguares durante a Primeira República, sobre as articulações construídas por esses indivíduos entre si e com outros segmentos sociais de sua época, sobre as suas relações com a cidade, em suma, sobre o funcionamento enquanto grupo, ressaltando as regras, os laços e as disputas existentes no campo literário da cidade do Natal.  

     


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  • O objetivo deste trabalho é analisar a vida intelectual natalense. No período de 1889 a 1930, definimos como intelectuais os indivíduos que produziram algum tipo de literatura na capital norte-rio-grandense, constituindo-se como produtores, mediadores e criadores culturais na capital potiguar. Durante as primeiras décadas da construção do regime republicano, o movimento intelectual na cidade do Natal se intensificou: os grêmios literários multiplicaram-se, as publicações de obras literárias aumentaram, a imprensa periódica, que se autointitulava de caráter literário, acompanhava o ritmo frenético das modificações na capital, os intelectuais da cidade promoviam novos eventos e buscavam novos espaços para suas reuniões. Nesse sentido, buscamos investigar a dinâmica cultural que foi constituída na capital do Rio Grande do Norte durante a Primeira República (1889-1930), realizando, assim, algumas possibilidades de leituras sobre o tema. Concedemos uma atenção especial à atuação desses intelectuais na imprensa, uma vez que a história da literatura na cidade encontra-se ligada à história do desenvolvimento da imprensa periódica potiguar. Situando nosso trabalho no campo da história intelectual, trabalhamos com uma variedade de fontes: jornais, revistas, memórias e obras literárias. Questionamos-nos sobre quem eram os homens de letras potiguares durante a Primeira República, sobre as articulações construídas por esses indivíduos entre si e com outros segmentos sociais de sua época, sobre as suas relações com a cidade, em suma, sobre o funcionamento enquanto grupo, ressaltando as regras, os laços e as disputas existentes no campo literário da cidade do Natal.  

     

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  • PAULO ALEXANDRE SICATO CHITUNDA
  • Entre Missas e Batuques: Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em Recife, Goiana e Olinda – Século XVIII

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
  • Data: 24/09/2014

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  • Este trabalho representa um estudo comparativo entre três Irmandades negras que existiam em Pernambuco no século XVIII, trata-se da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Recife, Goiana e Olinda. O objetivo foi perceber as semelhanças e diferenças entre elas, tendo como parâmetro de comparação os seus estatutos de funcionamento, chamados de Compromissos. A partir da análise dos dados dos Compromissos, associados a outros documentos produzidos pelas Irmandades e pelas autoridades administrativas e religiosas da época, procurou-se traçar o perfil social das vilas em tela, bem como a participação da população negra em seu interior. Buscou-se entender as condições históricas daquele período, a partir do fato de que na sociedade escravista, o negro estava posicionado em uma situação de subalternidade. Entretanto, como elemento portador de cultura, apesar desta condição, conseguiu transpor obstáculos sociais, abrindo possibilidades para que pudessem ocorrer manifestações culturais próprias de seu grupo. A convivência nas Irmandades do Rosário, que, além de organismos de assistência mútua no âmbito da religião católica, também se constituíram como campos mediadores entre a cultura erudita e a cultura popular, fez com que aquelas organizações se tornassem espaços de sociabilidade e de representação permitidos pela ordem vigente. As Irmandades do Rosário em Recife, Goiana e Olinda, possuíam lógicas hierárquicas próprias que se engendravam ao processo de construção de novas identidades negras marcadas pela circularidade cultural que se tornou possível em função da diáspora atlântica. 


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  • Este trabalho representa um estudo comparativo entre três Irmandades negras que existiam em Pernambuco no século XVIII, trata-se da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Recife, Goiana e Olinda. O objetivo foi perceber as semelhanças e diferenças entre elas, tendo como parâmetro de comparação os seus estatutos de funcionamento, chamados de Compromissos. A partir da análise dos dados dos Compromissos, associados a outros documentos produzidos pelas Irmandades e pelas autoridades administrativas e religiosas da época, procurou-se traçar o perfil social das vilas em tela, bem como a participação da população negra em seu interior. Buscou-se entender as condições históricas daquele período, a partir do fato de que na sociedade escravista, o negro estava posicionado em uma situação de subalternidade. Entretanto, como elemento portador de cultura, apesar desta condição, conseguiu transpor obstáculos sociais, abrindo possibilidades para que pudessem ocorrer manifestações culturais próprias de seu grupo. A convivência nas Irmandades do Rosário, que, além de organismos de assistência mútua no âmbito da religião católica, também se constituíram como campos mediadores entre a cultura erudita e a cultura popular, fez com que aquelas organizações se tornassem espaços de sociabilidade e de representação permitidos pela ordem vigente. As Irmandades do Rosário em Recife, Goiana e Olinda, possuíam lógicas hierárquicas próprias que se engendravam ao processo de construção de novas identidades negras marcadas pela circularidade cultural que se tornou possível em função da diáspora atlântica. 

2013
Dissertações
1
  • CAROLINO MARCELO DE SOUSA BRITO
  • Ruínas sobre a Serra do Sincorá: a patrimonialização de Mucugê e do Cemitério Santa Isabel (1970-2012)


  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
  • SUELY MORAES CERAVOLO
  • Data: 20/03/2013

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  •     Esta pesquisa tem como intuito compreender como o Cemitério Santa Isabel, enquanto paisagem inserida no espaço urbano de Mucugê (Bahia), se construiu como símbolo da memória local. Esse processo de valoração teve início com o tombamento do cemitério – que foi construído em meados do século XIX – pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) juntamente com o conjunto arquitetônico da cidade em 1980. Nesse sentido, o Cemitério Santa Isabel, conhecido em Mucugê e na região por “Cemitério Bizantino”, além de ser um espaço funcional e simbólico desde sua edificação, vêm se consolidando, após sua preservação, como objeto histórico e como paisagem cultural símbolo da cidade diamantina.


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  •     Esta pesquisa tem como intuito compreender como o Cemitério Santa Isabel, enquanto paisagem inserida no espaço urbano de Mucugê (Bahia), se construiu como símbolo da memória local. Esse processo de valoração teve início com o tombamento do cemitério – que foi construído em meados do século XIX – pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) juntamente com o conjunto arquitetônico da cidade em 1980. Nesse sentido, o Cemitério Santa Isabel, conhecido em Mucugê e na região por “Cemitério Bizantino”, além de ser um espaço funcional e simbólico desde sua edificação, vêm se consolidando, após sua preservação, como objeto histórico e como paisagem cultural símbolo da cidade diamantina.

2
  • FRANCISCO RAMON DE MATOS MACIEL
  • " A Produção do Flagelo": a re-produção do espaço social da seca na cidade de Mossoró (1877-1903-1915).

  • Orientador : HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • FREDERICO DE CASTRO NEVES
  • Data: 26/03/2013

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  • As grandes secas (re) produziram espaços na cidade de Mossoró/RN do final do século XIX ao início do XX. Sua dimensão ultrapassa os efeitos climáticos tornando-se lócus social quando avança sobre os setores políticos e econômicos, sociais e culturais das sociedades do Norte/Nordeste do Brasil naquele período. Desse modo, analisar a (re) produção do espaço social nos episódios de secas em Mossoró nesse momento da modernidade será nossa labuta. Assim procuramos desnudar cada segmento, percurso e aspecto da produção espacial na sua dimensão e interface entre o percebido, concebido e vivido, e os sujeitos a ela relacionados – retirantes, população e setores da elite – durante as secas de 1877, 1903 e 1915 no espaço citadino mossoroense. Logo, questões como: a constituição e representação da cidade e espaço social na experiência da seca de 1877-80, a produção dos objetos fixos e fluxos do tecido urbano através do labor retirante, as tentativas de controle, disciplina e ordenamento espacial e as formas de resistências a essas imposições na esfera cotidiana, o caráter utópico e contraditório desse espaço nesse momento da modernidade são questões fundamentais tratadas nesse trabalho. Para isso usamos fontes diversas como atas da câmara municipal, relatórios dos presidentes de província, imprensa, livros de memória, projetos de estradas de ferro entre outras que nos ampara na construção de nossa narrativa e problemática. Deste modo, a produção espacial da seca em Mossoró revela-se no campo das relações e transformações político-econômicas e socioculturais, e indissociavelmente, conforma e mobiliza o próprio espaço social.


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  • As grandes secas (re) produziram espaços na cidade de Mossoró/RN do final do século XIX ao início do XX. Sua dimensão ultrapassa os efeitos climáticos tornando-se lócus social quando avança sobre os setores políticos e econômicos, sociais e culturais das sociedades do Norte/Nordeste do Brasil naquele período. Desse modo, analisar a (re) produção do espaço social nos episódios de secas em Mossoró nesse momento da modernidade será nossa labuta. Assim procuramos desnudar cada segmento, percurso e aspecto da produção espacial na sua dimensão e interface entre o percebido, concebido e vivido, e os sujeitos a ela relacionados – retirantes, população e setores da elite – durante as secas de 1877, 1903 e 1915 no espaço citadino mossoroense. Logo, questões como: a constituição e representação da cidade e espaço social na experiência da seca de 1877-80, a produção dos objetos fixos e fluxos do tecido urbano através do labor retirante, as tentativas de controle, disciplina e ordenamento espacial e as formas de resistências a essas imposições na esfera cotidiana, o caráter utópico e contraditório desse espaço nesse momento da modernidade são questões fundamentais tratadas nesse trabalho. Para isso usamos fontes diversas como atas da câmara municipal, relatórios dos presidentes de província, imprensa, livros de memória, projetos de estradas de ferro entre outras que nos ampara na construção de nossa narrativa e problemática. Deste modo, a produção espacial da seca em Mossoró revela-se no campo das relações e transformações político-econômicas e socioculturais, e indissociavelmente, conforma e mobiliza o próprio espaço social.

3
  • ALDINÍZIA DE MEDEIROS SOUZA
  • LIBERDADES POSSÍVEIS EM ESPAÇOS PERIFÉRICOS: ESCRAVIDÃO E ALFORRIA NO TERMO DA VILA DE AREZ (SÉCULOS XVIII E XIX)

  • Orientador : CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • MARCIO DE SOUSA SOARES
  • Data: 04/06/2013

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  •  

    RESUMO: Este trabalho aborda aspectos da escravidão e as alforrias no termo da vila de Arez, entre o último quartel do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Procura-se identificar o perfil dos escravos e as possibilidades de alforrias em uma região periférica da América portuguesa e de poucas atividades comerciais, tendo em vista que as abordagens sobre a manumissão consideram as vilas e cidades, onde a dinâmica econômica era mais acentuada, como lugares de maiores possibilidades dos escravos trabalharem em diversas atividades que permitissem acumular um pecúlio e, desse modo, comprar a alforria. Para tanto foi necessário levantar aspectos da escravidão na localidade estudada, o que foi realizado com base em inventários do século XVIII e primeiras décadas do século XIX e alguns mapas de população e mapas de ofícios referentes ao início do século XIX, enquanto as informações sobre as alforrias foram analisadas com base nas cartas de liberdade, registradas no tabelionato da vila de Arez entre 1774 e 1827, em face da ausência de outros documentos sobre manumissão. Os livros de notas de Arez incluem documentos de todo o termo. Assim, pode-se observar as alforrias nas localidades rurais, na vila, sede do termo e, na povoação de Goianinha. Com base nas informações dos documentos pode-se abordar alguns aspectos da escravidão como o tipo de plantel predominante, as possíveis atividades nas quais os escravos estavam inseridos, além do perfil dos escravos alforriados, as modalidades da alforria e, com isso, discutir as possíveis relações entre o espaço e as alforrias e entre senhores e escravos.


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  •  

    RESUMO: Este trabalho aborda aspectos da escravidão e as alforrias no termo da vila de Arez, entre o último quartel do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Procura-se identificar o perfil dos escravos e as possibilidades de alforrias em uma região periférica da América portuguesa e de poucas atividades comerciais, tendo em vista que as abordagens sobre a manumissão consideram as vilas e cidades, onde a dinâmica econômica era mais acentuada, como lugares de maiores possibilidades dos escravos trabalharem em diversas atividades que permitissem acumular um pecúlio e, desse modo, comprar a alforria. Para tanto foi necessário levantar aspectos da escravidão na localidade estudada, o que foi realizado com base em inventários do século XVIII e primeiras décadas do século XIX e alguns mapas de população e mapas de ofícios referentes ao início do século XIX, enquanto as informações sobre as alforrias foram analisadas com base nas cartas de liberdade, registradas no tabelionato da vila de Arez entre 1774 e 1827, em face da ausência de outros documentos sobre manumissão. Os livros de notas de Arez incluem documentos de todo o termo. Assim, pode-se observar as alforrias nas localidades rurais, na vila, sede do termo e, na povoação de Goianinha. Com base nas informações dos documentos pode-se abordar alguns aspectos da escravidão como o tipo de plantel predominante, as possíveis atividades nas quais os escravos estavam inseridos, além do perfil dos escravos alforriados, as modalidades da alforria e, com isso, discutir as possíveis relações entre o espaço e as alforrias e entre senhores e escravos.

4
  • HELENSANDRA LIMA DA COSTA NOBRE
  • A Família do Tesouro: A monumentalização da família Albuquerque Maranhão e a luta pelo poder no Rio Grande do Norte (1889-1914)

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 27/08/2013

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  • O objetivo do presente trabalho é discutir a construção de um processo de monumentalização da família Albuquerque Maranhão que se evidenciou tanto na historiografia tradicional norte-rio-grandense, representada por Tavares de Lyra, Rocha Pombo e Câmara Cascudo, quanto se refletiu nos espaços urbanos da cidade do Natal. Para compreendermos esse processo, pretendemos analisar as produções dos autores supracitados, bem como estudos mais recentes, buscando perceber ou identificar neles uma tentativa de vinculação do nome da família Albuquerque Maranhão à história do estado, o que acabou dando visibilidade a esse grupo, tornando-os personagens de destaque no cenário da história local, investindo-os de um caráter monumental. Além da análise historiográfica, observaremos as modificações da paisagem urbana da cidade do Natal no início do século XX orquestradas por membros dessa família, que vincularam sua estirpe aos espaços públicos de uma cidade nova e moderna. Por meio desse exame, teremos condições de perceber que tais práticas acabaram se revelando como palco de disputas políticas entre os Albuquerque Maranhão e os grupos de oposição que ansiavam retirá-los tanto do centro das narrativas históricas sobre o Rio Grande do Norte, bem como do espaço político do estado, ambiente de domínio exclusivo desse grupo por quase vinte anos.


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  • O objetivo do presente trabalho é discutir a construção de um processo de monumentalização da família Albuquerque Maranhão que se evidenciou tanto na historiografia tradicional norte-rio-grandense, representada por Tavares de Lyra, Rocha Pombo e Câmara Cascudo, quanto se refletiu nos espaços urbanos da cidade do Natal. Para compreendermos esse processo, pretendemos analisar as produções dos autores supracitados, bem como estudos mais recentes, buscando perceber ou identificar neles uma tentativa de vinculação do nome da família Albuquerque Maranhão à história do estado, o que acabou dando visibilidade a esse grupo, tornando-os personagens de destaque no cenário da história local, investindo-os de um caráter monumental. Além da análise historiográfica, observaremos as modificações da paisagem urbana da cidade do Natal no início do século XX orquestradas por membros dessa família, que vincularam sua estirpe aos espaços públicos de uma cidade nova e moderna. Por meio desse exame, teremos condições de perceber que tais práticas acabaram se revelando como palco de disputas políticas entre os Albuquerque Maranhão e os grupos de oposição que ansiavam retirá-los tanto do centro das narrativas históricas sobre o Rio Grande do Norte, bem como do espaço político do estado, ambiente de domínio exclusivo desse grupo por quase vinte anos.

5
  • VILTANY OLIVEIRA FREITAS
  • Cantos de bar: sociabilidades e boemia na cidade de Natal (1946-1960). 

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO CLARINDO BARBOSA DE SOUZA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 30/08/2013

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  • O trabalho Cantos de bar: sociabilidades e boemia na cidade de Natal (1946-1960) tem por objetivo o estudo da boemia na cidade de Natal na segunda metade da década de 1940 e na década de 1950, por meio da análise dos livros de memória e das crônicas dos jornais A Ordem e A República. Para melhor compreender o tema, no primeiro capítulo buscamos mostrar as transformações ocorridas na cidade de Natal e, consequentemente, na sociabilidade natalense durante a primeira metade do século XX. A boemia, apresentada na dissertação como uma forma de sociabilidade, expressava-se por meio dos encontros nos bares e das serenatas. No segundo capítulo, o estudo realizou um mapeamento dos espaços da boemia (cafés, confeitarias, bares e casas de meretrício) e estabeleceu as diferenças entre esses espaços. Concebemos o espaço como palco das relações sociais, através das conversas entre amigos e dos interesses pessoais. O último capítulo tem o propósito de investigar a boemia na cidade de Natal através da experiência do cronista Newton Navarro, que percorria as ruas escuras do bairro da Ribeira em busca de bares abertos, estendendo sua boemia até a madrugada. A atividade intelectual do escritor estava associada às suas práticas boêmias. À medida que frequentavam as áreas marginais de Natal, escrevia sobre elas nos principais jornais da cidade.


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  • O trabalho Cantos de bar: sociabilidades e boemia na cidade de Natal (1946-1960) tem por objetivo o estudo da boemia na cidade de Natal na segunda metade da década de 1940 e na década de 1950, por meio da análise dos livros de memória e das crônicas dos jornais A Ordem e A República. Para melhor compreender o tema, no primeiro capítulo buscamos mostrar as transformações ocorridas na cidade de Natal e, consequentemente, na sociabilidade natalense durante a primeira metade do século XX. A boemia, apresentada na dissertação como uma forma de sociabilidade, expressava-se por meio dos encontros nos bares e das serenatas. No segundo capítulo, o estudo realizou um mapeamento dos espaços da boemia (cafés, confeitarias, bares e casas de meretrício) e estabeleceu as diferenças entre esses espaços. Concebemos o espaço como palco das relações sociais, através das conversas entre amigos e dos interesses pessoais. O último capítulo tem o propósito de investigar a boemia na cidade de Natal através da experiência do cronista Newton Navarro, que percorria as ruas escuras do bairro da Ribeira em busca de bares abertos, estendendo sua boemia até a madrugada. A atividade intelectual do escritor estava associada às suas práticas boêmias. À medida que frequentavam as áreas marginais de Natal, escrevia sobre elas nos principais jornais da cidade.

6
  • FRANCISCO ISAAC DANTAS DE OLIVEIRA
  • O MUNDO CRIADO PELAS IMAGENS: PAISAGENS E ESPAÇOS COLONIAIS NA OBRA DO HOLANDÊS FRANS POST

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • DANIEL DE SOUZA LEÃO VIEIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • Data: 30/08/2013

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  • O objetivo desta dissertação é estudar a constituição do olhar holandês a partir da visualização da paisagem colonial nas telas do pintor Frans Post. O tema deste trabalho é perceber a constituição de um mundo colonial por meio das telas de paisagens de Frans Post, buscando entender este “mundo” pelos conceitos naturais e humanos representados nas pinturas do artista. Ele foi o primeiro pintor a retratar as paisagens sul-americanas quando veio embarcado, para o Pernambuco, com a comitiva do governador holandês da colônia, o príncipe João Maurício de Nassau, quando tinha 24 anos, ficando responsável por representar as vistas da colônia para os holandeses. O texto reflete sobre a construção visual dos aspectos naturais e humanos na paisagem do artista holandês e como este passou a compor um imaginário do colonizador sobre o estranho mundo americano. O olhar europeu (holandês) sobre as possessões conquistadas no Novo Mundo era carregada de exotismo e imaginação. Para compreender tal visão é de suma importância estudar as imagens imaginárias que foram erigidas por Frans Post no seu regresso à Holanda e as noções de paisagens e da natureza exótica, selvagem e virgem que os neerlandeses tinham quando pensavam sobre a colônia holandesa na América. Vamos utilizar primordialmente como fonte (visual) de pesquisa seis telas: Vista da Sé de Olinda (1662), Vista das ruínas de Olinda (sem data), Engenho (sem data), Engenho (1660), Vista da cidade Maurícia e do Recife (1653), e Paisagem com rio e tamanduá (1649). Todas estas imagens foram produzidas quando Frans Post regressou à Europa. Buscaremos trabalhar com uma metodologia que privilegie a leitura de fontes primárias visuais e textuais pois estas representações textuais e pictóricas refletem o olhar colonizador seiscentista  dos temas da história colonial da América que vamos chamar aqui de holandesa. 


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  • O objetivo desta dissertação é estudar a constituição do olhar holandês a partir da visualização da paisagem colonial nas telas do pintor Frans Post. O tema deste trabalho é perceber a constituição de um mundo colonial por meio das telas de paisagens de Frans Post, buscando entender este “mundo” pelos conceitos naturais e humanos representados nas pinturas do artista. Ele foi o primeiro pintor a retratar as paisagens sul-americanas quando veio embarcado, para o Pernambuco, com a comitiva do governador holandês da colônia, o príncipe João Maurício de Nassau, quando tinha 24 anos, ficando responsável por representar as vistas da colônia para os holandeses. O texto reflete sobre a construção visual dos aspectos naturais e humanos na paisagem do artista holandês e como este passou a compor um imaginário do colonizador sobre o estranho mundo americano. O olhar europeu (holandês) sobre as possessões conquistadas no Novo Mundo era carregada de exotismo e imaginação. Para compreender tal visão é de suma importância estudar as imagens imaginárias que foram erigidas por Frans Post no seu regresso à Holanda e as noções de paisagens e da natureza exótica, selvagem e virgem que os neerlandeses tinham quando pensavam sobre a colônia holandesa na América. Vamos utilizar primordialmente como fonte (visual) de pesquisa seis telas: Vista da Sé de Olinda (1662), Vista das ruínas de Olinda (sem data), Engenho (sem data), Engenho (1660), Vista da cidade Maurícia e do Recife (1653), e Paisagem com rio e tamanduá (1649). Todas estas imagens foram produzidas quando Frans Post regressou à Europa. Buscaremos trabalhar com uma metodologia que privilegie a leitura de fontes primárias visuais e textuais pois estas representações textuais e pictóricas refletem o olhar colonizador seiscentista  dos temas da história colonial da América que vamos chamar aqui de holandesa. 

7
  • CLAUDIA MEDEIROS DE ARAUJO
  • A REPRESENTAÇÃO DA MULHER E AS QUESTÕES DE GÊNERO NA TOPONÍMIA URBANA DE CAICÓ- RN

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MANOEL PEREIRA DA ROCHA NETO
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • Data: 30/08/2013

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  • Este trabalho busca realizar uma investigação a respeito das relações entre identidades de gênero e a toponímia da cidade de Caicó. Para isso, discutiremos o porquê dos lugares serem nomeados, a prática de nomear os lugares, como também discutiremos o processo de escolha dos nomes dos bairros, ruas e praças da cidade. Desse modo, investigaremos as mudanças espaciais na cidade de Caicó desde sua formação, como vila, até a década de 1970. Esse recorte temporal foi escolhido com o objetivo de discutirmos o processo toponímico da cidade, além de termos verificado que os locais e logradouros públicos de Caicó com denominações femininas só surgiram a partir da segunda metade da década de 1960 e início dos anos 1970. Nesse sentido, optamos por investigar quem foram as primeiras mulheres caicoenses que tiveram seus nomes instituídos no espaço urbano; porque as mulheres só passam a ser homenageadas a partir da década de 1960; qual a  importância e localização dos espaços que foram batizados com os nomes femininos; e que imagens de gênero estão  presentes nessas homenagens.


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  • Este trabalho busca realizar uma investigação a respeito das relações entre identidades de gênero e a toponímia da cidade de Caicó. Para isso, discutiremos o porquê dos lugares serem nomeados, a prática de nomear os lugares, como também discutiremos o processo de escolha dos nomes dos bairros, ruas e praças da cidade. Desse modo, investigaremos as mudanças espaciais na cidade de Caicó desde sua formação, como vila, até a década de 1970. Esse recorte temporal foi escolhido com o objetivo de discutirmos o processo toponímico da cidade, além de termos verificado que os locais e logradouros públicos de Caicó com denominações femininas só surgiram a partir da segunda metade da década de 1960 e início dos anos 1970. Nesse sentido, optamos por investigar quem foram as primeiras mulheres caicoenses que tiveram seus nomes instituídos no espaço urbano; porque as mulheres só passam a ser homenageadas a partir da década de 1960; qual a  importância e localização dos espaços que foram batizados com os nomes femininos; e que imagens de gênero estão  presentes nessas homenagens.

8
  • ANTONIA MARCIA NOGUEIRA PEDROZA
  • DESVENTURAS DE HYPOLITA: LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO ILEGAL NO SERTÃO (CRATO E EXU, SÉCULO XIX)

  • Orientador : MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • KEILA GRINBERG
  • Data: 30/08/2013

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  • Este trabalho analisa a história de Hypolita Maria das Dores, mulata que nasceu livre, foi escravizada e, por meio de uma ação de liberdade, recorreu à justiça para provar a ilegitimidade de seu cativeiro e recuperar a sua liberdade e de seus filhos. Os cenários principais dessa luta social e jurídica são Crato (Ceará) e Exu (Pernambuco), lugares em que ela viveu, no século XIX. O principal objetivo deste trabalho consiste em compreender como se estabeleceram as tensões e alianças que envolveram a luta pela liberdade dentro e fora da instância jurídica, em espaços provinciais diferenciados. Numa abordagem que se insere no campo da história social da escravidão, priorizaremos a narrativa de vida. Nela, Hypolita é tomada como sujeito de sua história, pois enfrenta valores senhoriais e patriarcalistas de uma sociedade escravocrata. O corpus documental que permite tal verticalização investigativa é formado por documentos paroquiais em que examinamos os registros de batismos, casamentos e óbitos; documentos cartoriais em que analisamos inventários post-mortem, petições e ofícios; relatórios dos presidentes de província e, finalmente, as informações jornalísticas d’O Araripe. A investigação do caso permitiu a compreensão de como, em espaço e tempo específicos, a liberdade foi entendida, usurpada e reivindicada por vários sujeitos sociais nas tramas dos costumes e da justiça institucionalizada. 


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  • Este trabalho analisa a história de Hypolita Maria das Dores, mulata que nasceu livre, foi escravizada e, por meio de uma ação de liberdade, recorreu à justiça para provar a ilegitimidade de seu cativeiro e recuperar a sua liberdade e de seus filhos. Os cenários principais dessa luta social e jurídica são Crato (Ceará) e Exu (Pernambuco), lugares em que ela viveu, no século XIX. O principal objetivo deste trabalho consiste em compreender como se estabeleceram as tensões e alianças que envolveram a luta pela liberdade dentro e fora da instância jurídica, em espaços provinciais diferenciados. Numa abordagem que se insere no campo da história social da escravidão, priorizaremos a narrativa de vida. Nela, Hypolita é tomada como sujeito de sua história, pois enfrenta valores senhoriais e patriarcalistas de uma sociedade escravocrata. O corpus documental que permite tal verticalização investigativa é formado por documentos paroquiais em que examinamos os registros de batismos, casamentos e óbitos; documentos cartoriais em que analisamos inventários post-mortem, petições e ofícios; relatórios dos presidentes de província e, finalmente, as informações jornalísticas d’O Araripe. A investigação do caso permitiu a compreensão de como, em espaço e tempo específicos, a liberdade foi entendida, usurpada e reivindicada por vários sujeitos sociais nas tramas dos costumes e da justiça institucionalizada. 

9
  • AUGUSTO BERNARDINO DE MEDEIROS
  • Além das xícaras: a construção do Café São Luiz como lugar de memória em Natal (1950-1980)

  • Orientador : FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO ALCIDES DO NASCIMENTO
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 02/09/2013

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  • Esta pesquisa se situa nas discussões que envolvem a relação entre memória, história e espaços. Iremos trabalhar com o Café São Luiz no bairro da Cidade Alta em Natal, um espaço que se mantém aberto e fundado em 1953. O local foi inaugurado no bairro de maior movimentação da década de 1950, uma zona de concentração de comércio e lazer. Pela vontade de memória, o Café São Luiz foi representado por diferentes enunciados, os quais o construíram como espaço que serve de apoio à memória e à identidade de um grupo. Os discursos elaboram o Café São Luiz como um monumento, um lugar de memória, no sentido atribuído por Pierre Nora. Entre esses discursos de construção do Café São Luiz destaca-se o livro de 1982 intitulado Na Calçada do Café São Luiz de autoria de José Luiz Silva. Esta pesquisa pretende problematizar a construção do Café São Luiz como lugar de memória, problematizando suas representações, perpassando a autoria dos discursos sobre o lugar.  


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  • Esta pesquisa se situa nas discussões que envolvem a relação entre memória, história e espaços. Iremos trabalhar com o Café São Luiz no bairro da Cidade Alta em Natal, um espaço que se mantém aberto e fundado em 1953. O local foi inaugurado no bairro de maior movimentação da década de 1950, uma zona de concentração de comércio e lazer. Pela vontade de memória, o Café São Luiz foi representado por diferentes enunciados, os quais o construíram como espaço que serve de apoio à memória e à identidade de um grupo. Os discursos elaboram o Café São Luiz como um monumento, um lugar de memória, no sentido atribuído por Pierre Nora. Entre esses discursos de construção do Café São Luiz destaca-se o livro de 1982 intitulado Na Calçada do Café São Luiz de autoria de José Luiz Silva. Esta pesquisa pretende problematizar a construção do Café São Luiz como lugar de memória, problematizando suas representações, perpassando a autoria dos discursos sobre o lugar.  

10
  • JOSIANE GOMES DA SILVA
  • O PAPIRO ERÓTICO DE TURIM E OS ESPAÇOS DO COTIDIANO NO EGITO ANTIGO

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIENE BARON TACLA
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • Data: 05/09/2013

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  • O presente trabalho tem como tema a análise dos espaços das representações cotidianas egípcias, observados e identificados no papiro Erótico de Turim e em outras fontes iconográficas encontradas no sitio arqueológico da antiga vila egípcia de Deir el-Medina. Para o entendimento deste tema, será utilizado um método de análise comparativa das várias fontes imagéticas com as cenas do Papiro Erótico de Turim. Essas pesquisas, além de ser um estudo sobre os espaços cotidianos, culturais, sexualidade e sátira. Tem a intenção de proporcionar uma maior visibilidade e destaque ao papiro enquanto fonte. 


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  • O presente trabalho tem como tema a análise dos espaços das representações cotidianas egípcias, observados e identificados no papiro Erótico de Turim e em outras fontes iconográficas encontradas no sitio arqueológico da antiga vila egípcia de Deir el-Medina. Para o entendimento deste tema, será utilizado um método de análise comparativa das várias fontes imagéticas com as cenas do Papiro Erótico de Turim. Essas pesquisas, além de ser um estudo sobre os espaços cotidianos, culturais, sexualidade e sátira. Tem a intenção de proporcionar uma maior visibilidade e destaque ao papiro enquanto fonte. 

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  • PABLO GOMES DE MIRANDA
  • Guerra e Identidade: um estudo da marcialidade no Heimskringla

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • JOHNNI LANGER
  • Data: 24/09/2013

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  • O objetivo de nossa dissertação é estudar como os escritos escandinavos produziram uma identidade da Noruega em ideais bélicos dentro de uma compilação de sagas islandesas chamado Heimskringla e que tem parte de seu conteúdo voltado para narrativas de um momento conturbado do surgimento das monarquias escandinavas entre o século VIII e XI, a chamada Era Viking. O Heimskringla, também conhecido como “O Círculo do Mundo” é um conjunto de escritos baseados na memória oral islandesa sobre os reis noruegueses e a formação do território norueguês. Na medida em que investigamos a relação entre os membros da realeza, seus companheiros e os povos escandinavos, passamos a delinear as relações de memória, identidade e guerra. Nosso trabalho pontua a maneira como a guerra escandinava produz, em suas narrativas, espaços próprios, seja nas relações político-sociais entre seus participantes, na organização de seus conflitos, ou na localização das atividades guerreiras, onde os lugares transformam-se em pontos essenciais dessas narrativas. A guerra é ao mesmo tempo um lugar de afirmações identitárias e um espaço de práticas necessárias para o fortalecimento do poder real.


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  • O objetivo de nossa dissertação é estudar como os escritos escandinavos produziram uma identidade da Noruega em ideais bélicos dentro de uma compilação de sagas islandesas chamado Heimskringla e que tem parte de seu conteúdo voltado para narrativas de um momento conturbado do surgimento das monarquias escandinavas entre o século VIII e XI, a chamada Era Viking. O Heimskringla, também conhecido como “O Círculo do Mundo” é um conjunto de escritos baseados na memória oral islandesa sobre os reis noruegueses e a formação do território norueguês. Na medida em que investigamos a relação entre os membros da realeza, seus companheiros e os povos escandinavos, passamos a delinear as relações de memória, identidade e guerra. Nosso trabalho pontua a maneira como a guerra escandinava produz, em suas narrativas, espaços próprios, seja nas relações político-sociais entre seus participantes, na organização de seus conflitos, ou na localização das atividades guerreiras, onde os lugares transformam-se em pontos essenciais dessas narrativas. A guerra é ao mesmo tempo um lugar de afirmações identitárias e um espaço de práticas necessárias para o fortalecimento do poder real.

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  • EDILENE GONÇALVES DO NASCIMENTO DIAS
  • "ESPAÇO SAGRADO E RELIGIOSIDADE EM SANTA CRUZ DOS MILAGRES."

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • ORIVALDO PIMENTEL LOPES JUNIOR
  • MARTA ROSA BORIN
  • Data: 14/10/2013

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  • Este trabalho teve como objetivo investigar os elementos que propiciaram a formação do espaço sagrado da cidade de Santa Cruz dos Milagres, no Estado do Piauí, em meados do século XIX, destacando a forma por meio da qual a população participou e participa dessa manifestação religiosa, legitimando sua prática. O presente texto enfoca o surgimento de um espaço sagrado que já conseguiu atingir uma representatividade local significativa que concentra milhares de fieis. Interessou-nos observar a relação do homem com o sagrado, identificando o espaço como algo sempre em processo capaz de produzir hierofanias. O santuário de Santa Cruz dos Milagres é um atrativo religioso que tem a passagem como um lugar santo, sendo este decorrente das práticas religiosas nele inseridas. A paisagem se modifica com a chegada de pessoas vindas das redondezas, de municípios vizinhos e outros estados. Esse é o momento aéreo do homem com o sagrado.


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  • Este trabalho teve como objetivo investigar os elementos que propiciaram a formação do espaço sagrado da cidade de Santa Cruz dos Milagres, no Estado do Piauí, em meados do século XIX, destacando a forma por meio da qual a população participou e participa dessa manifestação religiosa, legitimando sua prática. O presente texto enfoca o surgimento de um espaço sagrado que já conseguiu atingir uma representatividade local significativa que concentra milhares de fieis. Interessou-nos observar a relação do homem com o sagrado, identificando o espaço como algo sempre em processo capaz de produzir hierofanias. O santuário de Santa Cruz dos Milagres é um atrativo religioso que tem a passagem como um lugar santo, sendo este decorrente das práticas religiosas nele inseridas. A paisagem se modifica com a chegada de pessoas vindas das redondezas, de municípios vizinhos e outros estados. Esse é o momento aéreo do homem com o sagrado.

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  • DANIEL SOUSA DE HOLANDA CAVALCANTE
  • “ “JUSTICE WILL BE MADE”: O GOVERNO BUSH E AS GUERRAS CONTRA O TERROR”

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECILIA DA SILVA AZEVEDO
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • Data: 10/12/2013

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  • O presente trabalho tem como objetivo central analisar como se construiu o discurso da administração presidencial de George W. Bush para engendrar as Guerras Contra o Terror. Por meio de uma análise de fontes, revistas, jornais e discursos oficiais do Presidente; construímos uma pesquisa que apresenta o processo de desenvolvimento discursivo do governo estadunidense visando tornar crível ao mundo a existência de armas de destruição em massa no Iraque. Para realizar tal feito, o trabalho primeiro tenta descontruir o que seria o terrorista e suas ações contra os governos hegemônicos, além de realizar uma importante discussão com o tema da história do tempo presente e a necessidade de uma pesquisa como essa nos dias atuais. Ao desconstruirmos a ideia do ser terrorista apresentamos como o Presidente George W. Bush se utiliza dos atentados de 11 de setembro e o medo como ferramentas para construir uma guerra com uma intencionalidade real voltada para a conquista do petróleo iraquiano e terminar uma tarefa que seu pai, George H. Bush, havia deixada inacabada.


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  • O presente trabalho tem como objetivo central analisar como se construiu o discurso da administração presidencial de George W. Bush para engendrar as Guerras Contra o Terror. Por meio de uma análise de fontes, revistas, jornais e discursos oficiais do Presidente; construímos uma pesquisa que apresenta o processo de desenvolvimento discursivo do governo estadunidense visando tornar crível ao mundo a existência de armas de destruição em massa no Iraque. Para realizar tal feito, o trabalho primeiro tenta descontruir o que seria o terrorista e suas ações contra os governos hegemônicos, além de realizar uma importante discussão com o tema da história do tempo presente e a necessidade de uma pesquisa como essa nos dias atuais. Ao desconstruirmos a ideia do ser terrorista apresentamos como o Presidente George W. Bush se utiliza dos atentados de 11 de setembro e o medo como ferramentas para construir uma guerra com uma intencionalidade real voltada para a conquista do petróleo iraquiano e terminar uma tarefa que seu pai, George H. Bush, havia deixada inacabada.

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  • ARIANE LILIAM DA SILVA RODRIGUES MEDEIROS
  • Amélia Duarte Machado, a Viúva Machado: a esposa, a viúva e a lenda na Cidade do Natal (1900-1930).

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • Data: 20/12/2013

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  • A pesquisa em questão analisa as representações elaboradas sobre Amélia Duarte Machado, imagens que foram construídas em um determinado espaço: a Cidade do Natal. Amélia, uma mossoroense de vida simples, passou a ter uma vida luxuosa ao casar com o rico comerciante português Manoel Machado, em 1904. Ela levou uma vida de dama da sociedade, residia em uma residência suntuosa, viajou para a Europa, frequentava o Teatro da cidade e cuidava da imagem social de seu esposo, abrindo as portas da sua casa para a promoção de jantares e recepções. Vivenciou as transformações ocorridas em Natal nas primeiras três décadas do século XX, quando por iniciativa de uma elite política e intelectual a cidade passou a incorporar valores burgueses e a dotar de uma estrutura técnica voltada para os melhoramentos trazidos pela Revolução Industrial. Em 1934, com a morte do marido, assumiu os negócios da família. Além de viúva, tornou-se também uma mulher empreendedora, sem filhos. A viúva Amélia Machado também passou a ser alvo de suspeitas da população, boatos sobre sua vida. A partir daí emerge uma figura amedrontadora em Natal, um ser que capturava e comia o fígado de crianças, opapa-figo da Cidade do Natal, a Viúva Machado. Na presente pesquisa, iremos relacionar as diferentes imagens que circularam sobre essa mulher, que foi dama da sociedade, viúva arrojada e papa-figo, articulando essas representações com o discurso sobre o feminino que circulava na Natal de 1900 a 1930.  Ainda levantaremos hipóteses sobre a criação da Lenda da Viúva Machado. 


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  • A pesquisa em questão analisa as representações elaboradas sobre Amélia Duarte Machado, imagens que foram construídas em um determinado espaço: a Cidade do Natal. Amélia, uma mossoroense de vida simples, passou a ter uma vida luxuosa ao casar com o rico comerciante português Manoel Machado, em 1904. Ela levou uma vida de dama da sociedade, residia em uma residência suntuosa, viajou para a Europa, frequentava o Teatro da cidade e cuidava da imagem social de seu esposo, abrindo as portas da sua casa para a promoção de jantares e recepções. Vivenciou as transformações ocorridas em Natal nas primeiras três décadas do século XX, quando por iniciativa de uma elite política e intelectual a cidade passou a incorporar valores burgueses e a dotar de uma estrutura técnica voltada para os melhoramentos trazidos pela Revolução Industrial. Em 1934, com a morte do marido, assumiu os negócios da família. Além de viúva, tornou-se também uma mulher empreendedora, sem filhos. A viúva Amélia Machado também passou a ser alvo de suspeitas da população, boatos sobre sua vida. A partir daí emerge uma figura amedrontadora em Natal, um ser que capturava e comia o fígado de crianças, opapa-figo da Cidade do Natal, a Viúva Machado. Na presente pesquisa, iremos relacionar as diferentes imagens que circularam sobre essa mulher, que foi dama da sociedade, viúva arrojada e papa-figo, articulando essas representações com o discurso sobre o feminino que circulava na Natal de 1900 a 1930.  Ainda levantaremos hipóteses sobre a criação da Lenda da Viúva Machado. 

2012
Dissertações
1
  • SAUL ESTEVAM FERNANDES
  • O INIMAGINÁVEL ELEFANTE MAL-AJAMBRADO : A questão de limites entre o Ceará e o Rio Grande do Norte e o exame da formação espacial e identitária norte-rio-grandense na Primeira República

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 30/03/2012

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  • O objetivo desse trabalho é analisar de que maneira a questão de limites entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, posteriormente chamada de Questão de Grossos, esteve associada na formação espacial e identitária norte-rio-grandense na Primeira República. Ao longo dos três capítulos será analisado: as duas fases que o litígio se encontrou, desde o seu começo ainda no século XVIII até 1888 e sua retomada com a Proclamação da República, passando por diversas Instituições para ser resolvido somente em 1920;  o desenrolar da disputa no plano documental, historiográfico e identitário entre os I HGA-CE e IHG-RN ; e, por fim, o jogo político existente entre a oligarquia Albuquerque Maranhão , Manuel Pereira Reis e Rui Barbosa , explicitando ainda os silêncios e mitos construídos ao longo do tempo pela historiografia sobre as participações desses intelectuais.


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  • O objetivo desse trabalho é analisar de que maneira a questão de limites entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, posteriormente chamada de Questão de Grossos, esteve associada na formação espacial e identitária norte-rio-grandense na Primeira República. Ao longo dos três capítulos será analisado: as duas fases que o litígio se encontrou, desde o seu começo ainda no século XVIII até 1888 e sua retomada com a Proclamação da República, passando por diversas Instituições para ser resolvido somente em 1920;  o desenrolar da disputa no plano documental, historiográfico e identitário entre os I HGA-CE e IHG-RN ; e, por fim, o jogo político existente entre a oligarquia Albuquerque Maranhão , Manuel Pereira Reis e Rui Barbosa , explicitando ainda os silêncios e mitos construídos ao longo do tempo pela historiografia sobre as participações desses intelectuais.

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  • ALINY DAYANY PEREIRA DE MEDEIROS PRANTO
  • O COMITÊ PELA ANISTIA NO RIO GRANDE DO NORTE E
    A ASSOCIAÇÃO NORTE-RIO-GRANDENSE DE ANISTIADOS POLÍTICOS COMO ESPAÇOS
    DE HISTÓRIA, MEMÓRIA E POLÍTICA (1979-2001)

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • SEBASTIAO LEAL FERREIRA VARGAS NETTO
  • JOSE GERARDO VASCONCELOS
  • Data: 30/03/2012

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  • O objetivo principal deste trabalho é compreender o processo de anistia e o surgimento de Espaços de luta, que expressam História, Política e Memória. Iremos analisar a anistia desde o surgimento dos Comitês pela Anistia na década de 1970, até a criação das Associações de Anistiados Políticos no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, especialmente no Rio Grande do Norte. Utilizaremos documentos escritos, como: jornais, atas de reunião, periódicos, legislações, dentre outros. E faremos uso de depoimentos orais, já que esses são importantes para a compreensão de períodos de opressão, em que muito do que acontecia não tinha registro escrito. Para tanto, optamos pela metodologia da História Oral e pelo conceito de Memória Coletiva de Maurice Halbwachs. Trabalhamos a História na concepção de Jacques Le Goff e o Espaço na abordagem de Doreen Massey.


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  • O objetivo principal deste trabalho é compreender o processo de anistia e o surgimento de Espaços de luta, que expressam História, Política e Memória. Iremos analisar a anistia desde o surgimento dos Comitês pela Anistia na década de 1970, até a criação das Associações de Anistiados Políticos no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, especialmente no Rio Grande do Norte. Utilizaremos documentos escritos, como: jornais, atas de reunião, periódicos, legislações, dentre outros. E faremos uso de depoimentos orais, já que esses são importantes para a compreensão de períodos de opressão, em que muito do que acontecia não tinha registro escrito. Para tanto, optamos pela metodologia da História Oral e pelo conceito de Memória Coletiva de Maurice Halbwachs. Trabalhamos a História na concepção de Jacques Le Goff e o Espaço na abordagem de Doreen Massey.

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  • RENATO MARINHO BRANDAO SANTOS
  • NATAL, OUTRA CIDADE!: o papel da Intendência Municipal no desenvolvimento de uma nova ordem urbana (1904-1929)

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • JOSE TAVARES CORREIA DE LIRA
  • Data: 30/03/2012

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  • O trabalho tem como tema a gestão do espaço urbano. Objetiva analisar o papel do Conselho de Intendência Municipal de Natal na formação de uma nova ordem urbana, entre os anos de 1904 e 1929. Para melhor compreensão do objeto de pesquisa, o marco inicial poderá ser recuado para 1890, especialmente no primeiro capítulo da dissertação. Neste capítulo, nos voltaremos para o estudo do Conselho de Intendência Municipal de Natal, analisando como era regulado o seu funcionamento, a relação dessa instituição com o governo do Estado e os seus mecanismos de atuação na cidade, entre outros pontos. No capítulo seguinte, faremos um estudo da elite que administrou a cidade do Natal durante a primeira República, entendendo que a análise da formação de um projeto de cidade moderna pela Intendência Municipal passa pela compreensão de quem foram os homens que estiveram à frente dessa instituição. No terceiro capítulo, analisaremos os limites da gestão municipal para pôr em prática os seus projetos para erguimento de uma nova Natal, entre os anos de 1904 e 1921. O último capítulo mostra uma Intendência reformulada, após um processo de racionalização administrativa, e uma cidade que se transforma, especialmente durante a gestão O’Grady, recebendo obras de maior porte, as quais alteram suas feições. Serão fontes principais de nosso estudo matérias do jornal A Republica, do Diario de Natal, resoluções e editais municipais, leis e decretos estaduais, e as mensagens de governo do Estado. Para a construção de um caminho de análise, utilizamos autores como Anthony Giddens, Peter Burke e Laurent Vidal, entre outros que discutem conceitos relacionados à temática aqui proposta.


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  • O trabalho tem como tema a gestão do espaço urbano. Objetiva analisar o papel do Conselho de Intendência Municipal de Natal na formação de uma nova ordem urbana, entre os anos de 1904 e 1929. Para melhor compreensão do objeto de pesquisa, o marco inicial poderá ser recuado para 1890, especialmente no primeiro capítulo da dissertação. Neste capítulo, nos voltaremos para o estudo do Conselho de Intendência Municipal de Natal, analisando como era regulado o seu funcionamento, a relação dessa instituição com o governo do Estado e os seus mecanismos de atuação na cidade, entre outros pontos. No capítulo seguinte, faremos um estudo da elite que administrou a cidade do Natal durante a primeira República, entendendo que a análise da formação de um projeto de cidade moderna pela Intendência Municipal passa pela compreensão de quem foram os homens que estiveram à frente dessa instituição. No terceiro capítulo, analisaremos os limites da gestão municipal para pôr em prática os seus projetos para erguimento de uma nova Natal, entre os anos de 1904 e 1921. O último capítulo mostra uma Intendência reformulada, após um processo de racionalização administrativa, e uma cidade que se transforma, especialmente durante a gestão O’Grady, recebendo obras de maior porte, as quais alteram suas feições. Serão fontes principais de nosso estudo matérias do jornal A Republica, do Diario de Natal, resoluções e editais municipais, leis e decretos estaduais, e as mensagens de governo do Estado. Para a construção de um caminho de análise, utilizamos autores como Anthony Giddens, Peter Burke e Laurent Vidal, entre outros que discutem conceitos relacionados à temática aqui proposta.

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  • ROBSON WILLIAM POTIER
  • O SERTÃO VIROU VERSO, O VERSO VIROU SERTÃO: sertão e sertanejos representados e ressignificados pela Literatura de Cordel (1900 – 1940)
  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 12/07/2012

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  • O sertão não é apenas espaço geográfico circunscrito por fronteiras fisicamente estabelecidas. Ele é espaço constituído por acontecimentos, experiências, costumes, simbologias, modos de viver e ver o mundo. É espaço desenvolvido a partir de processos históricos e camadas de discursos que travam contatos umas com as outras, concorrem entre si, estabelecem acordos, promovem consensos que o definem, ressignificam e atualizam ao longo do tempo. Esse trabalho tem como objetivo analisar e discutir as formas como os discursos produzidos pela Literatura de Cordel vendida e consumida nos locais de circulação popular, nas cidades do sertão e do litoral, durante as quatro primeiras décadas do Século XX,  representaram o ambiente, os costumes, códigos morais, traços culturais, tipos sociais, ritos e crenças, associadas ao sertão nordestino, bem como serão investigadas as formas como os discursos produzidos por essas representações contribuíram com a constituição do sertão enquanto espaço culturalmente construído.  Serão utilizados poemas do poeta e editor João Martins de Athayde a fim de estabelecer diálogos entre os discursos produzidos pelo cordel e outras modalidades discursivas, tais como, jornais, literatura em prosa, pintura, textos de memorialistas e historiografia, acerca do sertão, analisando-se, assim, as formas com as quais essas representações circularam, foram consumidas e apreendidas por habitantes do sertão e de outros espaços, travaram contatos e acordos com outros tipos de discurso, ajudando a estabelecer o sertão como espaço e o sertanejo enquanto tipo social.


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  • O sertão não é apenas espaço geográfico circunscrito por fronteiras fisicamente estabelecidas. Ele é espaço constituído por acontecimentos, experiências, costumes, simbologias, modos de viver e ver o mundo. É espaço desenvolvido a partir de processos históricos e camadas de discursos que travam contatos umas com as outras, concorrem entre si, estabelecem acordos, promovem consensos que o definem, ressignificam e atualizam ao longo do tempo. Esse trabalho tem como objetivo analisar e discutir as formas como os discursos produzidos pela Literatura de Cordel vendida e consumida nos locais de circulação popular, nas cidades do sertão e do litoral, durante as quatro primeiras décadas do Século XX,  representaram o ambiente, os costumes, códigos morais, traços culturais, tipos sociais, ritos e crenças, associadas ao sertão nordestino, bem como serão investigadas as formas como os discursos produzidos por essas representações contribuíram com a constituição do sertão enquanto espaço culturalmente construído.  Serão utilizados poemas do poeta e editor João Martins de Athayde a fim de estabelecer diálogos entre os discursos produzidos pelo cordel e outras modalidades discursivas, tais como, jornais, literatura em prosa, pintura, textos de memorialistas e historiografia, acerca do sertão, analisando-se, assim, as formas com as quais essas representações circularam, foram consumidas e apreendidas por habitantes do sertão e de outros espaços, travaram contatos e acordos com outros tipos de discurso, ajudando a estabelecer o sertão como espaço e o sertanejo enquanto tipo social.

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  • CLEYTON TAVARES DA SILVEIRA SILVA
  • Da pena à espada: Xenofonte e a representação de Esparta em A Constituição dos Lacedemõnios.

  • Orientador : MARCIA SEVERINA VASQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • ADRIENE BARON TACLA
  • Data: 17/08/2012

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  • Pretende-se analisar como Xenofonte, através de suas próprias visões e práticas sociais, constrói a imagem dos espartanos e seu regime políade, tendo como pano de fundo a questão da identidade e alteridade entre os gregos durante o intervalo cronológico que se segue do final do século V ao início do século IV antes da era cristã, período de grande turbulência política nas cidades-estado helênicas. Para tanto, lançaremos mão dos escritos em A República dos Lacedemônios e Anabásis, a fim de apontar três elementos que entendemos essenciais para a compreensão da narrativa de Xenofonte: a idéia de Cidade, o que é a Pólis para Xenofonte e como ele a define enquanto comunidade de Cidadãos; quem fora Xenofonte e de que maneias seu estilo narrativo é influenciado por suas vivências e experiências; e por fim, estabelecer através de que ferramentas Xenofonte aponta critérios de auto-definição, e exclusão entre os gregos antigos.


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  • Pretende-se analisar como Xenofonte, através de suas próprias visões e práticas sociais, constrói a imagem dos espartanos e seu regime políade, tendo como pano de fundo a questão da identidade e alteridade entre os gregos durante o intervalo cronológico que se segue do final do século V ao início do século IV antes da era cristã, período de grande turbulência política nas cidades-estado helênicas. Para tanto, lançaremos mão dos escritos em A República dos Lacedemônios e Anabásis, a fim de apontar três elementos que entendemos essenciais para a compreensão da narrativa de Xenofonte: a idéia de Cidade, o que é a Pólis para Xenofonte e como ele a define enquanto comunidade de Cidadãos; quem fora Xenofonte e de que maneias seu estilo narrativo é influenciado por suas vivências e experiências; e por fim, estabelecer através de que ferramentas Xenofonte aponta critérios de auto-definição, e exclusão entre os gregos antigos.

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  • ADRIEL FONTENELE BATISTA
  • O SUMÁRIO DAS ARMADAS: GUERRAS, MISSÃO E ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA CONQUISTA DA PARAÍBA

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • REGINA CELIA GONÇALVES
  • Data: 20/08/2012

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  • As últimas décadas do século XVI foram marcadas por uma série de guerras na região ao norte da capitania de Itamaracá, que à época representava a fronteira setentrional da colonização portuguesa nas Capitanias do Norte do Brasil. Forças políticas e militares da capitania de Pernambuco e da própria Itamaracá, missionários jesuítas, índios, negros e mestiços participaram de várias armadas e expedições militares à região do rio Paraíba, conquistando-a em finais de 1585 e proporcionando o surgimento de uma nova capitania: a capitania do rio Paraíba. Essa foi uma história que os padres da Companhia de Jesus escreveram com marcas de heroísmo, de fé e também de força contra índios e franceses que se opunham ao avanço português naquela região, o que do ponto de vista da historiografia, representa uma etapa importante do processo de conquista e ocupação dos espaços coloniais da costa nordeste do Brasil. Essa dissertação de mestrado é sobre esse evento histórico: sobre os homens que lutaram de um lado e do outro do rio Paraíba, sobre as formas discursivas empregadas na representação escrita desse evento e sobre trajetória histórica desse discurso de conquista nas modernas práticas historiográficas.


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  • As últimas décadas do século XVI foram marcadas por uma série de guerras na região ao norte da capitania de Itamaracá, que à época representava a fronteira setentrional da colonização portuguesa nas Capitanias do Norte do Brasil. Forças políticas e militares da capitania de Pernambuco e da própria Itamaracá, missionários jesuítas, índios, negros e mestiços participaram de várias armadas e expedições militares à região do rio Paraíba, conquistando-a em finais de 1585 e proporcionando o surgimento de uma nova capitania: a capitania do rio Paraíba. Essa foi uma história que os padres da Companhia de Jesus escreveram com marcas de heroísmo, de fé e também de força contra índios e franceses que se opunham ao avanço português naquela região, o que do ponto de vista da historiografia, representa uma etapa importante do processo de conquista e ocupação dos espaços coloniais da costa nordeste do Brasil. Essa dissertação de mestrado é sobre esse evento histórico: sobre os homens que lutaram de um lado e do outro do rio Paraíba, sobre as formas discursivas empregadas na representação escrita desse evento e sobre trajetória histórica desse discurso de conquista nas modernas práticas historiográficas.

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  • ANNA GABRIELLA DE SOUZA CORDEIRO
  • O BAIRRO DA RIBEIRA COMO UM PALIMPSESTO: dinâmicas urbanas na Cidade de Natal (1920-1960).

  • Orientador : HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • ZITA ROSANE POSSAMAI
  • Data: 24/08/2012

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  • As cidades são textos. Textos escritos pelas sociedades que compõe os espaços.  A partir desta perspectiva propõe-se aqui uma leitura do bairro da Ribeira – Natal/RN.  Esse espaço se consolidou no início do século XX como centro comercial e cultural da capital potiguar, lugar de ação e de interação da Zona Central desta sociedade, espaço de inscrição dos signos da modernidade e do progresso então em voga.  Contudo, com o decurso do tempo e as transformações por ele exigidas, o panorama da cidade do Natal sofreu intensas modificações e o bairro da Ribeira foi relegado “à margem” desse processo, o que culminou na desvalorização, segregação e posteriormente na degradação do seu espaço, tornando-se um palimpsesto.  Ao abordar a dinâmica urbana que se processou no bairro da Ribeira, esta pesquisa dividiu o fenômeno em três fases distintas: valorização, transição e decadência.


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  • As cidades são textos. Textos escritos pelas sociedades que compõe os espaços.  A partir desta perspectiva propõe-se aqui uma leitura do bairro da Ribeira – Natal/RN.  Esse espaço se consolidou no início do século XX como centro comercial e cultural da capital potiguar, lugar de ação e de interação da Zona Central desta sociedade, espaço de inscrição dos signos da modernidade e do progresso então em voga.  Contudo, com o decurso do tempo e as transformações por ele exigidas, o panorama da cidade do Natal sofreu intensas modificações e o bairro da Ribeira foi relegado “à margem” desse processo, o que culminou na desvalorização, segregação e posteriormente na degradação do seu espaço, tornando-se um palimpsesto.  Ao abordar a dinâmica urbana que se processou no bairro da Ribeira, esta pesquisa dividiu o fenômeno em três fases distintas: valorização, transição e decadência.

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  • RODRIGO OTAVIO DA SILVA
  • SAIR CURADO PARA A VIDA E PARA O BEM: linhas, diagramas e dispersão de forças no complexus nosoespacial do Hospital de Caridade Juvino Barreto (1909-1927)

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE MOTA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 27/08/2012

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  • Este trabalho tem por objeto de estudo o Hospital de Caridade Juvino Barreto, instituição nosocomial localizada na cidade do Natal (RN), entre a Praia de Areia Preta e o Monte Petrópolis, focalizando-o no período compreendido entre 1909, ano em que o novo edifício hospitalar fora construído e inaugurado, e 1927, data da transferência de sua administração de domínio público para a recém-criada associação médica da Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH). Estudamos as condições de possibilidade da emergência desse espaço hospitalar no ambiente urbano da capital do Rio Grande do Norte, buscando compreender as diferentes táticas e estratégias implementadas pelos  sujeitos históricos envolvidos  na constituição desse nosocômio. Partindo de um corpus documental constituído de memórias médicas (tendo o Doutor Januário Cicco como observador privilegiado), informações presentes em jornais (A República e O Diário do Natal), acervo fotográfico e extenso material de natureza administrativa e legal (Discursos, Exposições, Falas, Leis, Relatórios e Resoluções), analisamos detalhadamente a geografia médica do HCJB, relacionando os discursos da Geografia e da Medicina na escolha da localização espacial do referido nosocômio hospitalar, bem como examinamos a arquitetura do hospital, sua espacialidade interna, divisões, formas de controle do espaço, e, por fim, abordamos  as práticas médicas que se desenrolaram no seu interior, conduzindo-nos, a esse respeito, a partir das experiências do chefe de clínicas do hospital, o Dr. Januário Cicco, destacando-se aí a discussão sobre a “ética” no trabalho médico-hospitalar. A percepção do HCJB como nosoespacialidade médica sempre em movimento, constituída segundo princípios taxonômicos baseados na diferença e na dispersão de forças, levou-nos a articulá-lo teoricamente a partir do arsenal conceitual-metodológico do filósofo Michel Foucault, em especial suas reflexões da fase genealógica, centradas no fenômeno do poder, posição que nos permite valorizar o espaço nosohospitalar como construção, invenção, produto de relações de força, que conferem ao nosocômio aspecto inacabado, aparente, sempre em jogo, possibilidade perpétua de modelagem que não tem matriz previamente definida, instaurando-o no campo do possível, da virtualidade, da potência: hospital que poderia ter sido e que não foi. Essa instabilidade marcou a vida do HCJB ao longo das primeiras décadas do século XX. Com efeito, a investigação dos diversos aspectos/elementos do espaço hospitalar do Juvino Barreto revelou-nos novas dimensões da espacialidade médico-hospitalar, muito mais complexa do que a simples e corrente idéia de um lugar para abrigo de doentes: a plasticidade e fluidez do espaço, que não se deixava circunscrever aos limites da empeiria, plasmando-se ao sabor das relações de força travadas entre os diferentes sujeitos; sua constituição como espaço de transição, heterotópico, fazendo conviver no seu interior elementos modernos com pré-modernos (médicos profissionais trabalhando com religiosas, pensamento cético da medicina positivista convivendo com a fé religiosa das freiras de Santana); a impossibilidade de se pensar o espaço noso-hospitalar do HCJB enquanto unidade homogênea, estática, transistórica, naturalizando essa espacialidade, sem se considerar as profundas diferenças, fraturas e deslocamentos que animavam sua própria existência, multiplicando as suas expressões identitárias.      


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  • Este trabalho tem por objeto de estudo o Hospital de Caridade Juvino Barreto, instituição nosocomial localizada na cidade do Natal (RN), entre a Praia de Areia Preta e o Monte Petrópolis, focalizando-o no período compreendido entre 1909, ano em que o novo edifício hospitalar fora construído e inaugurado, e 1927, data da transferência de sua administração de domínio público para a recém-criada associação médica da Sociedade de Assistência Hospitalar (SAH). Estudamos as condições de possibilidade da emergência desse espaço hospitalar no ambiente urbano da capital do Rio Grande do Norte, buscando compreender as diferentes táticas e estratégias implementadas pelos  sujeitos históricos envolvidos  na constituição desse nosocômio. Partindo de um corpus documental constituído de memórias médicas (tendo o Doutor Januário Cicco como observador privilegiado), informações presentes em jornais (A República e O Diário do Natal), acervo fotográfico e extenso material de natureza administrativa e legal (Discursos, Exposições, Falas, Leis, Relatórios e Resoluções), analisamos detalhadamente a geografia médica do HCJB, relacionando os discursos da Geografia e da Medicina na escolha da localização espacial do referido nosocômio hospitalar, bem como examinamos a arquitetura do hospital, sua espacialidade interna, divisões, formas de controle do espaço, e, por fim, abordamos  as práticas médicas que se desenrolaram no seu interior, conduzindo-nos, a esse respeito, a partir das experiências do chefe de clínicas do hospital, o Dr. Januário Cicco, destacando-se aí a discussão sobre a “ética” no trabalho médico-hospitalar. A percepção do HCJB como nosoespacialidade médica sempre em movimento, constituída segundo princípios taxonômicos baseados na diferença e na dispersão de forças, levou-nos a articulá-lo teoricamente a partir do arsenal conceitual-metodológico do filósofo Michel Foucault, em especial suas reflexões da fase genealógica, centradas no fenômeno do poder, posição que nos permite valorizar o espaço nosohospitalar como construção, invenção, produto de relações de força, que conferem ao nosocômio aspecto inacabado, aparente, sempre em jogo, possibilidade perpétua de modelagem que não tem matriz previamente definida, instaurando-o no campo do possível, da virtualidade, da potência: hospital que poderia ter sido e que não foi. Essa instabilidade marcou a vida do HCJB ao longo das primeiras décadas do século XX. Com efeito, a investigação dos diversos aspectos/elementos do espaço hospitalar do Juvino Barreto revelou-nos novas dimensões da espacialidade médico-hospitalar, muito mais complexa do que a simples e corrente idéia de um lugar para abrigo de doentes: a plasticidade e fluidez do espaço, que não se deixava circunscrever aos limites da empeiria, plasmando-se ao sabor das relações de força travadas entre os diferentes sujeitos; sua constituição como espaço de transição, heterotópico, fazendo conviver no seu interior elementos modernos com pré-modernos (médicos profissionais trabalhando com religiosas, pensamento cético da medicina positivista convivendo com a fé religiosa das freiras de Santana); a impossibilidade de se pensar o espaço noso-hospitalar do HCJB enquanto unidade homogênea, estática, transistórica, naturalizando essa espacialidade, sem se considerar as profundas diferenças, fraturas e deslocamentos que animavam sua própria existência, multiplicando as suas expressões identitárias.      

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  • PABLO EDUARDO DA ROCHA SOUZA
  • O campo e o jogo: uma história do estádio Castelão (1963-1991)

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • FÁBIO FRANZINI
  • Data: 30/08/2012

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  • O trabalho tem por objetivo analisar o planejamento, a construção e os usos do estádio Presidente Castelo Branco (Castelão), inaugurado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 1972. Utiliza como principais fontes documentais os jornais impressos A República, Tribuna do Norte e Diário de Natal; fotografias das décadas de 1960, 1970 e 1980 e, finalmente, uma entrevista com Moacyr Gomes da Costa, arquiteto responsável pela construção do Estádio Castelão. Procura entender as mudanças e permanências advindas com a construção desse estádio para história do futebol e da cidade. Articula no corpo do texto a inauguração do estádio com o processo de mercadorização e massificação do futebol norte-rio-grandense, que ocorreu a partir da década de 1970. Indica os lugares onde se praticava o futebol em Natal antes da construção de um estádio e analisa as necessidades históricas que conduziram à edificação de uma praça esportiva. Discute a transformação das partidas de futebol em espetáculos lucrativos, que passaram a envolver grandes interesses econômicos. Investiga como políticos potiguares se utilizaram dos estádios de futebol como mecanismo de legitimação e concretiza esse debate com as atuações de Djalma Maranhão e de Cortez Pereira, que em tempos diferentes utilizaram esse mecanismo. Pesquisa os elementos que favoreceram a popularização vivenciada pelo futebol potiguar a partir da década de 1970, o papel da imprensa esportiva nesse processo e o surgimento das torcidas organizadas.


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  • O trabalho tem por objetivo analisar o planejamento, a construção e os usos do estádio Presidente Castelo Branco (Castelão), inaugurado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 1972. Utiliza como principais fontes documentais os jornais impressos A República, Tribuna do Norte e Diário de Natal; fotografias das décadas de 1960, 1970 e 1980 e, finalmente, uma entrevista com Moacyr Gomes da Costa, arquiteto responsável pela construção do Estádio Castelão. Procura entender as mudanças e permanências advindas com a construção desse estádio para história do futebol e da cidade. Articula no corpo do texto a inauguração do estádio com o processo de mercadorização e massificação do futebol norte-rio-grandense, que ocorreu a partir da década de 1970. Indica os lugares onde se praticava o futebol em Natal antes da construção de um estádio e analisa as necessidades históricas que conduziram à edificação de uma praça esportiva. Discute a transformação das partidas de futebol em espetáculos lucrativos, que passaram a envolver grandes interesses econômicos. Investiga como políticos potiguares se utilizaram dos estádios de futebol como mecanismo de legitimação e concretiza esse debate com as atuações de Djalma Maranhão e de Cortez Pereira, que em tempos diferentes utilizaram esse mecanismo. Pesquisa os elementos que favoreceram a popularização vivenciada pelo futebol potiguar a partir da década de 1970, o papel da imprensa esportiva nesse processo e o surgimento das torcidas organizadas.

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  • ADRIANO WAGNER DA SILVA
  • Engenharia nos sertões nordestinos: o Gargalheiras, a Barragem Marechal Dutra e a comunidade de Acari, 1909-1958.

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGELA LUCIA DE ARAUJO FERREIRA
  • HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • Data: 30/08/2012

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  • No Brasil, entre fins do século XIX e as primeiras décadas do XX, os engenheiros politécnicos assumiram um importante papel na discussão da constituição de um país moderno. A problemática das secas no Nordeste brasileiro proporcionou a atuação desses profissionais, dentro de um processo intervencionista de maior monta, na concepção de planos e medidas propositivas para a integração do território afligido. Com a fundação da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS) em 1909, as ações de combate as secas seriam institucionalizadas e, a partir daí, os estudos realizados pelas comissões técnico-científicas passariam a ser aplicados de forma sistemática no Nordeste Brasileiro. Destarte, este trabalho tem como objetivo central compreender o processo histórico de implantação de toda uma infra-estrutura de caráter moderno pelo viés técnico profissional e suas conseqüências no espaço nordestino, em específico, no município de Acari no Estado do Rio Grande do Norte, na primeira metade do século XX. A política do poder público, através da instrução técnica-científica dos engenheiros politécnicos, daria ênfase, no decorrer do século XX, à edificação de açudes, barragens e canais de irrigação, poços, estradas de ferro, estradas de rodagem, entre outros elementos, que logo passariam a transformar o espaço-físico nordestino, especificadamente, o território acariense. Estas obras passaram a contribuir com a fixação do homem sertanejo a sua terra, promovendo a prática regular da agricultura mesmo em períodos de estiagens e, a integração, sobretudo, econômica do território acariense a outras regiões produtoras no Rio Grande do Norte e do Nordeste além de promover a modificação da paisagem do mundo sertanejo. Estas ações funcionaram como elementos de modernidade e progresso que transformaram o espaço ao favorecerem a formação de núcleos urbanos (redes urbanas) neste espaço.


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  • No Brasil, entre fins do século XIX e as primeiras décadas do XX, os engenheiros politécnicos assumiram um importante papel na discussão da constituição de um país moderno. A problemática das secas no Nordeste brasileiro proporcionou a atuação desses profissionais, dentro de um processo intervencionista de maior monta, na concepção de planos e medidas propositivas para a integração do território afligido. Com a fundação da Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS) em 1909, as ações de combate as secas seriam institucionalizadas e, a partir daí, os estudos realizados pelas comissões técnico-científicas passariam a ser aplicados de forma sistemática no Nordeste Brasileiro. Destarte, este trabalho tem como objetivo central compreender o processo histórico de implantação de toda uma infra-estrutura de caráter moderno pelo viés técnico profissional e suas conseqüências no espaço nordestino, em específico, no município de Acari no Estado do Rio Grande do Norte, na primeira metade do século XX. A política do poder público, através da instrução técnica-científica dos engenheiros politécnicos, daria ênfase, no decorrer do século XX, à edificação de açudes, barragens e canais de irrigação, poços, estradas de ferro, estradas de rodagem, entre outros elementos, que logo passariam a transformar o espaço-físico nordestino, especificadamente, o território acariense. Estas obras passaram a contribuir com a fixação do homem sertanejo a sua terra, promovendo a prática regular da agricultura mesmo em períodos de estiagens e, a integração, sobretudo, econômica do território acariense a outras regiões produtoras no Rio Grande do Norte e do Nordeste além de promover a modificação da paisagem do mundo sertanejo. Estas ações funcionaram como elementos de modernidade e progresso que transformaram o espaço ao favorecerem a formação de núcleos urbanos (redes urbanas) neste espaço.

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  • FELIPE SOUZA LEAO DE OLIVEIRA
  • A ESCRITA DO TEMPO E A POÉTICA DO ESPAÇO: História e Espaço no livro Geografia do Brasil Holandês de Luís da Câmara Cascudo

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • TEMISTOCLES AMÉRICO CORRÊA CÉZAR
  • Data: 31/08/2012

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  • Em 1956, Luís da Câmara Cascudo publicou seu livro Geografia do Brasil Holandês. Neste livro, ele estudou e descreveu um espaço – o “Brasil Holandês” – de uma perspectiva histórica e geográfica. Para fazer isso, ele articulou ambas as perspectivas do ponto de vista de sua própria leitura da História do Nordeste, estabelecendo um diálogo com a tradição historiográfica de estudo do “Brasil Holandês” em Pernambuco. Ao retratar a presença holandesa no “Nordeste”, Cascudo articulou um drama em que os holandeses teriam sua história descrita como um enredo tipicamente trágico, retratados como se eles já estivessem condenados ao fracasso de antemão. A essa tragédia ele opôs um enredo português predominantemente cômico, como se a vitória portuguesa sobre os holandeses tivesse sido tão desejável quanto inevitável para o espaço do “Nordeste”. Ao narrar o embate entre holandeses e portugueses pelo espaço do “Nordeste”, porém, Cascudo terminou por delinear seu próprio lugar de fala, enquanto porta-voz da identidade do espaço potiguar em oposição ao espaço pernambucano descrito por Freyre e Gonsalves de Mello. Desse modo, o espaço norte-rio-grandense teria uma identidade própria, construída a partir da ausência holandesa e constituído a partir do legado português, contrariamente ao espaço de Pernambuco, narrado a partir de uma articulação e conciliação do legado holandês e português, mesmo que destacando este último. Enquanto os holandeses teriam sido uma presença constante na história pernambucana, para Freyre e Gonsalves de Mello, eles não teriam passado de lenda no espaço do Rio Grande do Norte, retirados de sua geografia e apagados de sua história.   Ao descrever a geografia do espaço potiguar, portanto, Cascudo articula a inexistência da História de um tempo dominado por flamengos com a busca de um espaço português, através da narração de suas origens e constituição, bem como pelo registro das características de seu legado.


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  • Em 1956, Luís da Câmara Cascudo publicou seu livro Geografia do Brasil Holandês. Neste livro, ele estudou e descreveu um espaço – o “Brasil Holandês” – de uma perspectiva histórica e geográfica. Para fazer isso, ele articulou ambas as perspectivas do ponto de vista de sua própria leitura da História do Nordeste, estabelecendo um diálogo com a tradição historiográfica de estudo do “Brasil Holandês” em Pernambuco. Ao retratar a presença holandesa no “Nordeste”, Cascudo articulou um drama em que os holandeses teriam sua história descrita como um enredo tipicamente trágico, retratados como se eles já estivessem condenados ao fracasso de antemão. A essa tragédia ele opôs um enredo português predominantemente cômico, como se a vitória portuguesa sobre os holandeses tivesse sido tão desejável quanto inevitável para o espaço do “Nordeste”. Ao narrar o embate entre holandeses e portugueses pelo espaço do “Nordeste”, porém, Cascudo terminou por delinear seu próprio lugar de fala, enquanto porta-voz da identidade do espaço potiguar em oposição ao espaço pernambucano descrito por Freyre e Gonsalves de Mello. Desse modo, o espaço norte-rio-grandense teria uma identidade própria, construída a partir da ausência holandesa e constituído a partir do legado português, contrariamente ao espaço de Pernambuco, narrado a partir de uma articulação e conciliação do legado holandês e português, mesmo que destacando este último. Enquanto os holandeses teriam sido uma presença constante na história pernambucana, para Freyre e Gonsalves de Mello, eles não teriam passado de lenda no espaço do Rio Grande do Norte, retirados de sua geografia e apagados de sua história.   Ao descrever a geografia do espaço potiguar, portanto, Cascudo articula a inexistência da História de um tempo dominado por flamengos com a busca de um espaço português, através da narração de suas origens e constituição, bem como pelo registro das características de seu legado.

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  • ANDERSON DANTAS DA SILVA BRITO
  • EM NOME(S) DOS INTERESSES: imaginários toponímicos do Rio Grande do Norte na Primeira República

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 31/08/2012

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  • Esse trabalho se propõe a analisar a produção toponímica no Rio Grande do Norte durante a Primeira República, a partir da ideia de que essa produção reflete todo um processo de transição política e econômica da região do Litoral para a do Seridó, constituindo-se, deste modo, todo um Imaginário Social que procuraremos delimitar e examinar.


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  • Esse trabalho se propõe a analisar a produção toponímica no Rio Grande do Norte durante a Primeira República, a partir da ideia de que essa produção reflete todo um processo de transição política e econômica da região do Litoral para a do Seridó, constituindo-se, deste modo, todo um Imaginário Social que procuraremos delimitar e examinar.

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  • HALYSON RODRYGO SILVA DE OLIVEIRA
  • MUNDO DE MEDO: INQUISIÇÃO E CRISTÃOS-NOVOS NOS ESPAÇOS COLONAIS Capitanias de Pernambuco, Itamaracá e Paraíba (1593-1595)

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
  • ANGELO ADRIANO FARIA DE ASSIS
  • Data: 10/09/2012

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  • Fundado em 1536, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição portuguesa estabeleceu-se enquanto instituição eclesiástica, mas subordinada ao mesmo tempo aos poderes reais. Entre as principais vitimas das perseguições efetivadas pelo Santo Ofício, se encontravam os cristãos-novos – judeus convertidos compulsoriamente em 1497 ou descendentes destes – que devido a sua condição sócio-religiosa foram insistentemente acusados de heresia. Esta dissertação realizou uma pesquisa histórica que buscou compreender a atuação da Inquisição no Brasil do século XVI sobre os cristãos-novos, sobretudo, aqueles acusados de conservarem ocultamente os costumes religiosos da lei mosaica, considerando as medidas de investigação e os procedimentos punitivos empregados pela Inquisição como parte integrante de um conjunto de ações produtoras de inseguranças sociais e produtoras/difusoras de medos nas populações sob inspeção. Nesse sentido, a abordagem partiu da análise da documentação produzida na primeira visita de inspeção inquisitorial realizada no Brasil quinhentista, concernentes as capitanias de Pernambuco, Itamaracá e Paraíba (1593-1595), não desconsiderando, no entanto, as fontes da primeira etapa da visitação, ocorrida entre 1591-1593 na Capitania da Bahia de Todos os Santos, mesmo que seu uso seja auxiliar e pontual. O objetivo da pesquisa foi entender as conseqüências dos procedimentos inquisitoriais no imaginário gerado sobre, e pela Inquisição, utilizando as expressões e indícios de medos relacionados a indivíduos cristãos-novos contidas nas denúncias apresentadas ao Santo Ofício como evidências documentais do temor causado pelo Santo Tribunal. A adoção de comportamentos específicos pelos cristãos-novos no espaço doméstico – sendo estes espaços apropriados e adaptados em detrimento das práticas religiosas características do judaísmo – caracteriza a perspectiva espacial do estudo, indicando assim, mais um objetivo do trabalho: compreender como os cristãos-novos experimentaram os espaços domésticos em um contexto histórico marcado pela vigilância de comportamentos moralmente condenados e geralmente considerados suspeitos de heresia. A pesquisa realizou a análise das denúncias e o levantamento quantitativo de alguns índices contidos na documentação para a compreensão do quadro geral de acusações e de como os indivíduos cristãos-novos se relacionavam com o espaço doméstico, utilizando-os para a manutenção da religiosidade criptojudaica, transformado os lugares de moradias muitas vezes em esnogas, sinagogas improvisadas para reuniões e celebrações de cristãos-novos judaizantes. As formulações de Michel de Certeau sobre as apropriações e significações dos espaços – apresentadas pelo autor na metáfora das “práticas de espaços” – foram integradas ao trabalho no sentido de compreender os modos pelos quais os cristãos-novos apropriaram-se das habitações coloniais, destinando a estes espaços uma linguagem muito especifica dentro do criptojudaismo, no qual as mulheres são figuras de destaque. Os trabalhos de Jean Delumeau e Bartolomé Benassar se integram na discussão sobre a Inquisição e as sensibilidades de medo realizadas no trabalho. A análise da documentação permitiu a compreensão do sentido e do grau relacionado ao temor geral que a Inquisição representava. Algumas denúncias são indicativas de medos que podem ser percebidos implicitamente, baseando-se em comportamentos e atitudes adotadas pelos cristãos-novos, outras, no entanto, são expressões diretas dos medos provocados pela alusão ou iniciativa das ações da Inquisição no Brasil colonial do século XVI.


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  • Fundado em 1536, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição portuguesa estabeleceu-se enquanto instituição eclesiástica, mas subordinada ao mesmo tempo aos poderes reais. Entre as principais vitimas das perseguições efetivadas pelo Santo Ofício, se encontravam os cristãos-novos – judeus convertidos compulsoriamente em 1497 ou descendentes destes – que devido a sua condição sócio-religiosa foram insistentemente acusados de heresia. Esta dissertação realizou uma pesquisa histórica que buscou compreender a atuação da Inquisição no Brasil do século XVI sobre os cristãos-novos, sobretudo, aqueles acusados de conservarem ocultamente os costumes religiosos da lei mosaica, considerando as medidas de investigação e os procedimentos punitivos empregados pela Inquisição como parte integrante de um conjunto de ações produtoras de inseguranças sociais e produtoras/difusoras de medos nas populações sob inspeção. Nesse sentido, a abordagem partiu da análise da documentação produzida na primeira visita de inspeção inquisitorial realizada no Brasil quinhentista, concernentes as capitanias de Pernambuco, Itamaracá e Paraíba (1593-1595), não desconsiderando, no entanto, as fontes da primeira etapa da visitação, ocorrida entre 1591-1593 na Capitania da Bahia de Todos os Santos, mesmo que seu uso seja auxiliar e pontual. O objetivo da pesquisa foi entender as conseqüências dos procedimentos inquisitoriais no imaginário gerado sobre, e pela Inquisição, utilizando as expressões e indícios de medos relacionados a indivíduos cristãos-novos contidas nas denúncias apresentadas ao Santo Ofício como evidências documentais do temor causado pelo Santo Tribunal. A adoção de comportamentos específicos pelos cristãos-novos no espaço doméstico – sendo estes espaços apropriados e adaptados em detrimento das práticas religiosas características do judaísmo – caracteriza a perspectiva espacial do estudo, indicando assim, mais um objetivo do trabalho: compreender como os cristãos-novos experimentaram os espaços domésticos em um contexto histórico marcado pela vigilância de comportamentos moralmente condenados e geralmente considerados suspeitos de heresia. A pesquisa realizou a análise das denúncias e o levantamento quantitativo de alguns índices contidos na documentação para a compreensão do quadro geral de acusações e de como os indivíduos cristãos-novos se relacionavam com o espaço doméstico, utilizando-os para a manutenção da religiosidade criptojudaica, transformado os lugares de moradias muitas vezes em esnogas, sinagogas improvisadas para reuniões e celebrações de cristãos-novos judaizantes. As formulações de Michel de Certeau sobre as apropriações e significações dos espaços – apresentadas pelo autor na metáfora das “práticas de espaços” – foram integradas ao trabalho no sentido de compreender os modos pelos quais os cristãos-novos apropriaram-se das habitações coloniais, destinando a estes espaços uma linguagem muito especifica dentro do criptojudaismo, no qual as mulheres são figuras de destaque. Os trabalhos de Jean Delumeau e Bartolomé Benassar se integram na discussão sobre a Inquisição e as sensibilidades de medo realizadas no trabalho. A análise da documentação permitiu a compreensão do sentido e do grau relacionado ao temor geral que a Inquisição representava. Algumas denúncias são indicativas de medos que podem ser percebidos implicitamente, baseando-se em comportamentos e atitudes adotadas pelos cristãos-novos, outras, no entanto, são expressões diretas dos medos provocados pela alusão ou iniciativa das ações da Inquisição no Brasil colonial do século XVI.

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  • DIEGO MARINHO DE GOIS
  • JARDIM DO SERIDÓ:

    A construção dos espaços públicos na “Veneza Seridoense” nas primeiras décadas do século XX.

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 13/09/2012

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  • Sendo o espaço e a cidade objetos de desejos, interesses, seduções, sedições, apropriações, batalhas, vitórias, derrotas; requerem que se analisem historicamente. Esta pesquisa investiga e problematiza a construção dos espaços públicos da cidade de Jardim do Seridó, sertão do Rio Grande do Norte, nas primeiras décadas do século XX, quando a municipalidade jardinense foi presidida por Heráclio Pires Fernandes, que governou a cidade de 1917 a 1930 e era formado pela Faculdade de Farmácia do Recife, onde entrou em contato com as influências arquitetônicas, políticas e artísticas que circulavam na capital pernambucana. Nas primeiras décadas do século XX, o espaço jardinense passa a ganhar enunciados e práticas, frente ao discurso da modernidade, que buscava legitimar o título de “Veneza Seridoense”. Nessa época, a cidade passou por diversas transformações em seus espaços públicos, através da construção do Açougue, o Mercado, as Estradas Públicas ligando a cidade aos outros centros urbanos, a edificação da Ponte da Fazenda Pedra Lavrada, o Grupo Escolar “Antônio de Azevedo”, a criação da Banda de Música “Euterpe Jardinense”, o Grêmio Literário e Recreativo Jardinense, o Coreto, o calçamento, arborização, iluminação, nomeação e numeração das ruas, a pintura anual das residências, a chegada dos automóveis, os correios e o telégrafo. A construção desses novos cenários e a chegada de equipamentos geraram impactos no cotidiano da população e foram recepcionados de forma diferenciadas pelos sujeitos envolvidos no processo, o que mostra a tensão entre o velho e o novo na relação em história e espaço.


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  • Sendo o espaço e a cidade objetos de desejos, interesses, seduções, sedições, apropriações, batalhas, vitórias, derrotas; requerem que se analisem historicamente. Esta pesquisa investiga e problematiza a construção dos espaços públicos da cidade de Jardim do Seridó, sertão do Rio Grande do Norte, nas primeiras décadas do século XX, quando a municipalidade jardinense foi presidida por Heráclio Pires Fernandes, que governou a cidade de 1917 a 1930 e era formado pela Faculdade de Farmácia do Recife, onde entrou em contato com as influências arquitetônicas, políticas e artísticas que circulavam na capital pernambucana. Nas primeiras décadas do século XX, o espaço jardinense passa a ganhar enunciados e práticas, frente ao discurso da modernidade, que buscava legitimar o título de “Veneza Seridoense”. Nessa época, a cidade passou por diversas transformações em seus espaços públicos, através da construção do Açougue, o Mercado, as Estradas Públicas ligando a cidade aos outros centros urbanos, a edificação da Ponte da Fazenda Pedra Lavrada, o Grupo Escolar “Antônio de Azevedo”, a criação da Banda de Música “Euterpe Jardinense”, o Grêmio Literário e Recreativo Jardinense, o Coreto, o calçamento, arborização, iluminação, nomeação e numeração das ruas, a pintura anual das residências, a chegada dos automóveis, os correios e o telégrafo. A construção desses novos cenários e a chegada de equipamentos geraram impactos no cotidiano da população e foram recepcionados de forma diferenciadas pelos sujeitos envolvidos no processo, o que mostra a tensão entre o velho e o novo na relação em história e espaço.

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  • KALIANA CALIXTO FERNANDES
  • Santo de casa “faz” milagre: Luís da Câmara Cascudo, o padroeiro literário da cidade de Natal.

     

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • MARGARIDA DE SOUZA NEVES
  • Data: 13/09/2012

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  • Partindo do pressuposto teórico de que o sujeito é uma obra de rascunho em permanente “invenção”, os textos biográficos, as memórias escritas por Luís da Câmara Cascudo, entre os anos de 1967 e 1969, foram lidas como parte de uma estratégia discursiva montada pelo memorialista potiguar de construção de uma imagem de si profundamente ligada ao espaço da casa, a qual colaborou decisivamente para que o “professor e pesquisador de província”, após o anúncio da sua aposentadoria oficial, em 1968, fosse reverenciado na cidade onde nasceu como o santo de casa que “faz” milagre, se tornando, ainda em vida, o padroeiro literário da cidade de Natal. Seguindo uma ordem cronológica, que também é lógica, nós iniciamos o nosso trabalho com uma leitura sobre o modo como o memorialista potiguar selecionou, ordenou e espacializou as suas memórias da infância; problematizando, no capítulo seguinte, os significados atribuídos por Câmara Cascudo a casa no Tirol, transformada em “Principado do Tirol” pelo “jovem” príncipe Cascudinho; finalizando com as memórias do “velho professor aposentado” com o propósito de pensarmos o processo de sacralização da casa onde o “mestre” Cascudo morou quase quarenta anos de sua vida e produziu grande parte de sua obra, elegendo-a como monumento à sua memória, como a sua própria encarnação, como garantia de sua eternidade e perenidade, como seu santuário e lugar de adoração, o que vem sendo garantido pelas ações que, ainda hoje, a institucionalizam como sendo o seu espaço sagrado.


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  • Partindo do pressuposto teórico de que o sujeito é uma obra de rascunho em permanente “invenção”, os textos biográficos, as memórias escritas por Luís da Câmara Cascudo, entre os anos de 1967 e 1969, foram lidas como parte de uma estratégia discursiva montada pelo memorialista potiguar de construção de uma imagem de si profundamente ligada ao espaço da casa, a qual colaborou decisivamente para que o “professor e pesquisador de província”, após o anúncio da sua aposentadoria oficial, em 1968, fosse reverenciado na cidade onde nasceu como o santo de casa que “faz” milagre, se tornando, ainda em vida, o padroeiro literário da cidade de Natal. Seguindo uma ordem cronológica, que também é lógica, nós iniciamos o nosso trabalho com uma leitura sobre o modo como o memorialista potiguar selecionou, ordenou e espacializou as suas memórias da infância; problematizando, no capítulo seguinte, os significados atribuídos por Câmara Cascudo a casa no Tirol, transformada em “Principado do Tirol” pelo “jovem” príncipe Cascudinho; finalizando com as memórias do “velho professor aposentado” com o propósito de pensarmos o processo de sacralização da casa onde o “mestre” Cascudo morou quase quarenta anos de sua vida e produziu grande parte de sua obra, elegendo-a como monumento à sua memória, como a sua própria encarnação, como garantia de sua eternidade e perenidade, como seu santuário e lugar de adoração, o que vem sendo garantido pelas ações que, ainda hoje, a institucionalizam como sendo o seu espaço sagrado.

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  • NÍVIA PAULA DIAS DE ASSIS
  • A capitania de São José do Piauhy na racionalidade espacial pombalina (1750 - 1777)

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • JUCIENE RICARTE APOLINÁRIO
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • Data: 14/09/2012

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  •  

    Em meio às intervenções políticas, econômicas e administrativas realizadas no Brasil a partir de 1750, é possível observar como se deram as tentativas de organização da capitania de São José do Piauhy e até mesmo o seu reconhecimento como importante pólo pecuarista da colônia. Neste trabalho, realizou-se um recorte espacial priorizando a área em que a apropriação territorial teria se dado de forma mais diversa em tal capitania, pois além dos procedimentos de aquisição de sesmarias, existiram ainda os processos de herança e confisco. Sobre esses últimos, os mesmos incidiram sobre as fazendas que pertenceram ao sertanista baiano Domingos Afonso Mafrense, e que após serem deixadas de herança para os religiosos da Companhia de Jesus (1711), foram confiscadas pela Coroa Portuguesa (1759). Isso aconteceu em meio ao planejamento e execução de medidas governamentais que atingiram todos os domínios portugueses durante esse período, a chamada Política Pombalina. Tais intervenções administrativas, por sua vez, puderam ser analisadas tomando-se como referência a confecção da primeira representação cartográfica destinada a tal capitania, o Mappa Geográfico da Capitania do Piauhy, produzido pelo engenheiro italiano Henrique Antônio Galúcio. Deste modo, considerando-se as particularidades da política portuguesa destinada ao interior do Brasil, em meados do séc. XVIII, com destaque para as medidas incidentes sobre os “modos de vida indígena e rural”, observou-se a tentativa de implantar-se uma nova forma de organização espacial, a partir de “modos e instalações urbanas”. Neste contexto, São José do Piauhy passa a ser alvo de intensas investidas enquanto área oficialmente pertencente ao Estado do Grão-Pará e Maranhão


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  •  

    Em meio às intervenções políticas, econômicas e administrativas realizadas no Brasil a partir de 1750, é possível observar como se deram as tentativas de organização da capitania de São José do Piauhy e até mesmo o seu reconhecimento como importante pólo pecuarista da colônia. Neste trabalho, realizou-se um recorte espacial priorizando a área em que a apropriação territorial teria se dado de forma mais diversa em tal capitania, pois além dos procedimentos de aquisição de sesmarias, existiram ainda os processos de herança e confisco. Sobre esses últimos, os mesmos incidiram sobre as fazendas que pertenceram ao sertanista baiano Domingos Afonso Mafrense, e que após serem deixadas de herança para os religiosos da Companhia de Jesus (1711), foram confiscadas pela Coroa Portuguesa (1759). Isso aconteceu em meio ao planejamento e execução de medidas governamentais que atingiram todos os domínios portugueses durante esse período, a chamada Política Pombalina. Tais intervenções administrativas, por sua vez, puderam ser analisadas tomando-se como referência a confecção da primeira representação cartográfica destinada a tal capitania, o Mappa Geográfico da Capitania do Piauhy, produzido pelo engenheiro italiano Henrique Antônio Galúcio. Deste modo, considerando-se as particularidades da política portuguesa destinada ao interior do Brasil, em meados do séc. XVIII, com destaque para as medidas incidentes sobre os “modos de vida indígena e rural”, observou-se a tentativa de implantar-se uma nova forma de organização espacial, a partir de “modos e instalações urbanas”. Neste contexto, São José do Piauhy passa a ser alvo de intensas investidas enquanto área oficialmente pertencente ao Estado do Grão-Pará e Maranhão

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  • ANTONIO FERNANDO CORDEIRO GUEDES JÚNIOR
  • PARAHYBA OU JOÃO PESSOA? Um estudo sobre a função social da História


  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ANGELO EMILIO DA SILVA PESSOA
  • Data: 01/11/2012

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  • Este trabalho é uma discussão sobre as funções sociais da História e da Memória. Para tanto, foi pensado diante do 80º aniversário da Revolução de 1930, marco da (re)fundação da capital paraibana, pois esta memória e a produção historiográfica a respeito do tema nos é bastante instigante. Falar de João Pessoa, seja da cidade, seja do indivíduo; no que se refere aos episódios de 1930, é tocar em um assunto bastante passional, onde chegar a um consenso é algo extremamente improvável. O objetivo deste trabalho é problematizar as funções sociais da História e suas utilizações, notadamente por meio do nosso objeto de estudo, buscando contribuir para a compreensão de como a memória e a escrita da História são frutos do trabalho constante das sociedades que as engendram. Estudar sobre a produção da memória e da historiografia bem como a função da escrita da História sobre esses episódios, entendendo-os como espaços específicos de disputas, notadamente sobre os embates de memórias nos últimos dez anos, trazendo novas reflexões sobre as funções sociais destas memórias.


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  • Este trabalho é uma discussão sobre as funções sociais da História e da Memória. Para tanto, foi pensado diante do 80º aniversário da Revolução de 1930, marco da (re)fundação da capital paraibana, pois esta memória e a produção historiográfica a respeito do tema nos é bastante instigante. Falar de João Pessoa, seja da cidade, seja do indivíduo; no que se refere aos episódios de 1930, é tocar em um assunto bastante passional, onde chegar a um consenso é algo extremamente improvável. O objetivo deste trabalho é problematizar as funções sociais da História e suas utilizações, notadamente por meio do nosso objeto de estudo, buscando contribuir para a compreensão de como a memória e a escrita da História são frutos do trabalho constante das sociedades que as engendram. Estudar sobre a produção da memória e da historiografia bem como a função da escrita da História sobre esses episódios, entendendo-os como espaços específicos de disputas, notadamente sobre os embates de memórias nos últimos dez anos, trazendo novas reflexões sobre as funções sociais destas memórias.

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  • SADRAQUE MICAEL ALVES DE CARVALHO
  • Um lugar (in)existente: o "país de Mossoró" nas tramas da consciência histórica.

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • Data: 08/11/2012

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  • O presente trabalho tem como meta analisar, por um lado, como uma produção acadêmica elaborou a espacialidade "país de Mossoró" e, por outro, como o ensino de História, através dos relatos de professores, se apropria desta espacialidade. A produção acadêmica, situada nas duas últimas décadas do século XX, tem como objeto as práticas que instituíram uma memória histórica desejável que atende aos interesses políticos da família Rosado. Diante desse quadro, dividimos o trabalho em trÊs capítulos. No primeiro, identificamos como a produção acadêmica criou um conjunto de significados em torno do "país de Mossoró", que oportuniza uma detreminada maneita de ver e compreender o lugar. No segundo capítulo, fizemos uma discussão sobre os conceitos de ideologia, que estrutura os significados elaborados pela produção acadêmica, e de consciência histórica utilizado para pensar a dinâmica do ensino de História. No terceiro capítulo, analisamos como os professores, ao expressarem suas consciências históricas, constituem sentidos para esse "país de Mossoró".


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  • O presente trabalho tem como meta analisar, por um lado, como uma produção acadêmica elaborou a espacialidade "país de Mossoró" e, por outro, como o ensino de História, através dos relatos de professores, se apropria desta espacialidade. A produção acadêmica, situada nas duas últimas décadas do século XX, tem como objeto as práticas que instituíram uma memória histórica desejável que atende aos interesses políticos da família Rosado. Diante desse quadro, dividimos o trabalho em trÊs capítulos. No primeiro, identificamos como a produção acadêmica criou um conjunto de significados em torno do "país de Mossoró", que oportuniza uma detreminada maneita de ver e compreender o lugar. No segundo capítulo, fizemos uma discussão sobre os conceitos de ideologia, que estrutura os significados elaborados pela produção acadêmica, e de consciência histórica utilizado para pensar a dinâmica do ensino de História. No terceiro capítulo, analisamos como os professores, ao expressarem suas consciências históricas, constituem sentidos para esse "país de Mossoró".

2011
Dissertações
1
  • BRUNO BALBINO AIRES DA COSTA
  • MOSSORÓ NÃO CABE NUM LIVRO: LUÍS DA CÂMARA CASCUDO E A PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA DO ESPAÇO MOSSOROENSE

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MARIA IZILDA SANTOS DE MATOS
  • Data: 01/04/2011

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  • Uma cidade não é feita somente de ruas, calçadas, prédios, pontes e viadutos. A urbe é construída também pelas camadas de sedimentos do passado que se misturam com as camadas dos sedimentos do presente. A cidade é arte, é sociabilidade, é escrita. O objetivo desse trabalho é analisar como a cidade de Mossoró é construída historiograficamente pela narrativa de Luís da Câmara Cascudo.  Com esse objetivo, dividimos o trabalho em três capítulos. No primeiro, investigamos os investimentos que a prefeitura de Mossoró no início dos anos quarenta, sob a administração de Dix-sept Rosado, realizou para a construção do que seria a cultura da cidade. Uma cultura que estaria vinculada à criação de uma biblioteca, um museu, uma universidade, à realização de várias palestras sobre as temáticas da cidade, e à escrita da história de Mossoró. No segundo capítulo, abordamos as condições históricas de possibilidade que fizeram de Luís da Câmara Cascudo o historiador da cidade. No último capítulo, mostramos como Mossoró foi construída por Cascudo a partir da análise específica do livro Notas e documentos para a História de Mossoró (1955). Discutimos as condições de sua emergência, analisando o jogo de interesses que possibilitaram a sua produção.


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  • Uma cidade não é feita somente de ruas, calçadas, prédios, pontes e viadutos. A urbe é construída também pelas camadas de sedimentos do passado que se misturam com as camadas dos sedimentos do presente. A cidade é arte, é sociabilidade, é escrita. O objetivo desse trabalho é analisar como a cidade de Mossoró é construída historiograficamente pela narrativa de Luís da Câmara Cascudo.  Com esse objetivo, dividimos o trabalho em três capítulos. No primeiro, investigamos os investimentos que a prefeitura de Mossoró no início dos anos quarenta, sob a administração de Dix-sept Rosado, realizou para a construção do que seria a cultura da cidade. Uma cultura que estaria vinculada à criação de uma biblioteca, um museu, uma universidade, à realização de várias palestras sobre as temáticas da cidade, e à escrita da história de Mossoró. No segundo capítulo, abordamos as condições históricas de possibilidade que fizeram de Luís da Câmara Cascudo o historiador da cidade. No último capítulo, mostramos como Mossoró foi construída por Cascudo a partir da análise específica do livro Notas e documentos para a História de Mossoró (1955). Discutimos as condições de sua emergência, analisando o jogo de interesses que possibilitaram a sua produção.

2
  • ARTHUR LUIS DE OLIVEIRA TORQUATO
  • O plantador de cidades e a criação do espaço moderno: a construção de uma Natal moderna na administração Sylvio Pedroza (1946-1950)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO PAULO DE MORAIS REZENDE
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 23/05/2011

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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar quais foram as formas e estratégias para se elaborar e constituir uma imagem de modernidade para a cidade de Natal durante a administração municipal de Sylvio Pedroza ocorrida entre 1946-1951. Nesse sentido, questionamos como o espaço urbano da cidade foi utilizado como instrumento de visualização dessa Natal moderna. Para nossa análise, partimos da idéia de que os discursos construídos por Sylvio Pedroza e pela Prefeitura de Natal foram os responsáveis por constituir a imagem da cidade desejada, em que, tal imagem possui uma relação com a seleção das paisagens modernas da cidade promovida pelas ordens discursivas ligadas à Prefeitura de Natal.


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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar quais foram as formas e estratégias para se elaborar e constituir uma imagem de modernidade para a cidade de Natal durante a administração municipal de Sylvio Pedroza ocorrida entre 1946-1951. Nesse sentido, questionamos como o espaço urbano da cidade foi utilizado como instrumento de visualização dessa Natal moderna. Para nossa análise, partimos da idéia de que os discursos construídos por Sylvio Pedroza e pela Prefeitura de Natal foram os responsáveis por constituir a imagem da cidade desejada, em que, tal imagem possui uma relação com a seleção das paisagens modernas da cidade promovida pelas ordens discursivas ligadas à Prefeitura de Natal.

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  • THIAGO ALVES DIAS
  • DINÂMICAS MERCANTIS COLONIAIS - CAPITANIA DO RIO GRANDE NORTE (1760-1821)

  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • RODRIGO RICUPERO
  • Data: 25/07/2011

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  • A DIMENSÃO E DINÂMICA DO MERCADO PRODUTOR, CONSUMIDOR E EXPORTADOR DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1750 E 1822 É O OBJETIVO PRIMORDIAL DESSA DISSERTAÇÃO. PARA TANTO, ESTABELECEMOS RELAÇÕES ENTRE A FUNDAÇÃO DAS NOVAS VILAS CRIADAS A PARTIR DE 1750 E SUA INSERÇÃO NAS REDES DE ABASTECIMENTO E MERCADO INTERNO, EVIDENCIANDO MAIS ESPECIFICAMENTE AS RELAÇÕES ECONÔMICAS COLONIAIS ESTABELECIDAS ENTRE O LITORAL E OS SERTÔES DA CAPITANIA. PARTINDO DE REFERÊNCIAS TEÓRICOS DE AUTORES COMO EDWARD SHILS E IMMANUEL WALLERSTEIN, INVESTIGAMOS TEMAS COMO: FORMAÇÃO DO ESPAÇO COLONIA, IMPLEMENTAÇÃO/AÇÃO DAS INSTITUIÇÕES COLONIAIS NO TOCANTE AS PRÁTICAS COMERCIAIS E AS DINÂMICAS MERCANTIS DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE.


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  • A DIMENSÃO E DINÂMICA DO MERCADO PRODUTOR, CONSUMIDOR E EXPORTADOR DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1750 E 1822 É O OBJETIVO PRIMORDIAL DESSA DISSERTAÇÃO. PARA TANTO, ESTABELECEMOS RELAÇÕES ENTRE A FUNDAÇÃO DAS NOVAS VILAS CRIADAS A PARTIR DE 1750 E SUA INSERÇÃO NAS REDES DE ABASTECIMENTO E MERCADO INTERNO, EVIDENCIANDO MAIS ESPECIFICAMENTE AS RELAÇÕES ECONÔMICAS COLONIAIS ESTABELECIDAS ENTRE O LITORAL E OS SERTÔES DA CAPITANIA. PARTINDO DE REFERÊNCIAS TEÓRICOS DE AUTORES COMO EDWARD SHILS E IMMANUEL WALLERSTEIN, INVESTIGAMOS TEMAS COMO: FORMAÇÃO DO ESPAÇO COLONIA, IMPLEMENTAÇÃO/AÇÃO DAS INSTITUIÇÕES COLONIAIS NO TOCANTE AS PRÁTICAS COMERCIAIS E AS DINÂMICAS MERCANTIS DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE.

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  • GABRIEL LOPES ANAYA
  • MAUS ARES E MALÁRIA: ENTRE OS PÂNTANOS DE NATAL E O FEROZ MOSQUITO AFRICANO (1892-1932)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • CARLOS ALVAREZ MAIA
  • Data: 27/07/2011

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    O desenvolvimento de práticas epidemiológicas nos últimos anos do século XIX e início do século XX foi caracterizado tanto pela influência da geografia médica quanto pela emergência dos micróbios e vetores de doenças como modelos explicativos. Esses elementos começaram a se destacar nas questões relacionadas às epidemias no Rio Grande do Norte com uma maior visibilidade em Natal. Nesse processo foram organizadas novas instituições ligadas à saúde pública, houve a demarcação de espaços insalubres e foram prescritas medidas de higiene e profilaxia a partir da Inspetoria de Hygiene.A redefinição dos espaços devido à circulação e proliferação de novos pressupostos também foi articulada a elementos da medicina hipocrática atualizados, com ênfase no aerismo e na topografia médica. De que maneira o próprio corpo médico da cidade se organizou frente aos novos sentidos e especializações nas demarcações das doenças e na própria regulamentação de suas práticas frente aos charlatães e praticantes de medicina ilegal? Da mesma maneira, a própria ocorrência de epidemias mobilizou pessoas, inauguração de instituições e de aparatos urbanos. Mas de que maneira o legado hipocrático que remete à idéia de maus ares pantanosos que resultavam das inquietações sanitaristas do século XVIII e XIX se articulou aos novos pressupostos microbianos e relativos aos vetores no início do século XX? Como um mosquito “invasor”, o A. gambiae, vindo da África para Natal, mobilizou esforços transnacionais no combate à malária e com isso ajudou a redefinir as práticas epidemiológicas? Pretende-se compreender como as práticas epidemiológicas redefinem a maneira de se delimitar espaços, práticas e doenças a partir de uma abordagem tanto influenciada por uma abordagem relacional do espaço na história quanto a partir de uma sinergia teórica que inclui os Estudos da Ciência, Geografia Pós-estruturalista e elementos dos Estudos Feministas. Na pesquisa documental foram pesquisados os Relatórios dos presidentes de província, Mensagens de Governo à Assembléia Provincial, artigos e teses médicas especializadas, além de documentos da Fundação Rockefeller e periódicos nacionais e internacionais. Nesse sentido será privilegiado o aspecto tanto material quanto discursivo dos espaços ligados às práticas epidemiológicas que atravessam tanto Natal quanto (de maneira geral) o Rio Grande do Norte entre os maus ares e a malária no período proposto.

     


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    O desenvolvimento de práticas epidemiológicas nos últimos anos do século XIX e início do século XX foi caracterizado tanto pela influência da geografia médica quanto pela emergência dos micróbios e vetores de doenças como modelos explicativos. Esses elementos começaram a se destacar nas questões relacionadas às epidemias no Rio Grande do Norte com uma maior visibilidade em Natal. Nesse processo foram organizadas novas instituições ligadas à saúde pública, houve a demarcação de espaços insalubres e foram prescritas medidas de higiene e profilaxia a partir da Inspetoria de Hygiene.A redefinição dos espaços devido à circulação e proliferação de novos pressupostos também foi articulada a elementos da medicina hipocrática atualizados, com ênfase no aerismo e na topografia médica. De que maneira o próprio corpo médico da cidade se organizou frente aos novos sentidos e especializações nas demarcações das doenças e na própria regulamentação de suas práticas frente aos charlatães e praticantes de medicina ilegal? Da mesma maneira, a própria ocorrência de epidemias mobilizou pessoas, inauguração de instituições e de aparatos urbanos. Mas de que maneira o legado hipocrático que remete à idéia de maus ares pantanosos que resultavam das inquietações sanitaristas do século XVIII e XIX se articulou aos novos pressupostos microbianos e relativos aos vetores no início do século XX? Como um mosquito “invasor”, o A. gambiae, vindo da África para Natal, mobilizou esforços transnacionais no combate à malária e com isso ajudou a redefinir as práticas epidemiológicas? Pretende-se compreender como as práticas epidemiológicas redefinem a maneira de se delimitar espaços, práticas e doenças a partir de uma abordagem tanto influenciada por uma abordagem relacional do espaço na história quanto a partir de uma sinergia teórica que inclui os Estudos da Ciência, Geografia Pós-estruturalista e elementos dos Estudos Feministas. Na pesquisa documental foram pesquisados os Relatórios dos presidentes de província, Mensagens de Governo à Assembléia Provincial, artigos e teses médicas especializadas, além de documentos da Fundação Rockefeller e periódicos nacionais e internacionais. Nesse sentido será privilegiado o aspecto tanto material quanto discursivo dos espaços ligados às práticas epidemiológicas que atravessam tanto Natal quanto (de maneira geral) o Rio Grande do Norte entre os maus ares e a malária no período proposto.

     

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  • GUSTAVO HENRIQUE SOARES DE SOUZA SARTIN
  • AS ESTRUTURAS SOCIAIS E ECONÔMICAS DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE E O ESTABELECIMENTO DO REINO DOS VISIGODOS NAS GALLIAE AQUITANIA E NARBONENSIS

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • RENAN FRIGHETTO
  • Data: 10/08/2011

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  • No ano de 376 da era comum, uma tribo de guerreiros germânicos conhecidos como tervingi (tervíngios), de origem gótica, cruzou o rio Hister (Danúbio) rumo ao sul, adentrando o Império Romano. Eles fugiam dos hunos, um grupo nômade que vinha do leste saqueando tudo em seu caminho. Não passou muito tempo até que tivesse início conflito entre as autoridades imperiais romanas e os refugiados. A paz foi alcançada em 382 e, dali em diante, os tervíngios seriam, oficialmente, foederati (aliados) dos romanos, ganhando o direito de continuar sendo uma tribo autônoma dentro das fronteiras do Império. Durante os treze anos seguintes os guerreiros tervíngios lutaram ao lado dos exércitos imperiais romanos em cada um dos conflitos importantes. Ainda assim, após a morte do imperador Teodósio I em 395, as relações entre eles se deteriorou severamente. Em teoria, os tervíngios permaneciam aliados dos romanos; na prática, haviam começado a extorquir dinheiro e outros recursos dos imperadores Honório e Arcádio. O saque de Roma pelo “rei” tervíngio Alarico em 410 foi tanto a culminação quanto o ponto de inflexão nesse estado de coisas. Durante a década de 410, os guerreiros tervíngios lutariam novamente ao lado dos exércitos imperiais romanos e seriam recompensados com uma porção de terra na área sudoeste da diocese gaulesa. Apelidados de “visigodos”, eles permaneceriam aliados dos romanos ao longo das décadas seguintes, consolidando seu próprio reino no processo. Esta dissertação trata não apenas do estabelecimento do reino visigótico na porção sudoeste das Galliae mas também das condições sociais e econômicas que restringiram a capacidade romana de defender por conta própria seu território, dando oportunidade para que foederati como os tervíngios arrancassem um pedaço dele para si.


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  • No ano de 376 da era comum, uma tribo de guerreiros germânicos conhecidos como tervingi (tervíngios), de origem gótica, cruzou o rio Hister (Danúbio) rumo ao sul, adentrando o Império Romano. Eles fugiam dos hunos, um grupo nômade que vinha do leste saqueando tudo em seu caminho. Não passou muito tempo até que tivesse início conflito entre as autoridades imperiais romanas e os refugiados. A paz foi alcançada em 382 e, dali em diante, os tervíngios seriam, oficialmente, foederati (aliados) dos romanos, ganhando o direito de continuar sendo uma tribo autônoma dentro das fronteiras do Império. Durante os treze anos seguintes os guerreiros tervíngios lutaram ao lado dos exércitos imperiais romanos em cada um dos conflitos importantes. Ainda assim, após a morte do imperador Teodósio I em 395, as relações entre eles se deteriorou severamente. Em teoria, os tervíngios permaneciam aliados dos romanos; na prática, haviam começado a extorquir dinheiro e outros recursos dos imperadores Honório e Arcádio. O saque de Roma pelo “rei” tervíngio Alarico em 410 foi tanto a culminação quanto o ponto de inflexão nesse estado de coisas. Durante a década de 410, os guerreiros tervíngios lutariam novamente ao lado dos exércitos imperiais romanos e seriam recompensados com uma porção de terra na área sudoeste da diocese gaulesa. Apelidados de “visigodos”, eles permaneceriam aliados dos romanos ao longo das décadas seguintes, consolidando seu próprio reino no processo. Esta dissertação trata não apenas do estabelecimento do reino visigótico na porção sudoeste das Galliae mas também das condições sociais e econômicas que restringiram a capacidade romana de defender por conta própria seu território, dando oportunidade para que foederati como os tervíngios arrancassem um pedaço dele para si.

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  • FLAVIO AMERICO DANTAS DE CARVALHO
  • CLARISSIMO SPECULO BONITATIS DEI: O MUNDO DE TOMÁS DE CELANO E A SUA LEITURA DE MUNDUS

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE LUIS PEREIRA MIATELLO
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • Data: 15/08/2011

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  • O objetivo desse trabalho é perceber a versão de Francisco de Assis criada por Tomás de Celano em suas obras hagiográficas, para, a partir disso, entender como a Ordem e o Papado compreenderam a relação do cristão com o mundo e transformaram essa compreensão em uma versão de São Francisco. Fatores como a substituição do Neoplatonismo pelo Aristotelismo como paradigma filosófico e alterações econômicas e sociais contribuíram para alterar a interpretação da palavra “mundo” nas Escrituras, não mais interpretada como materialidade, mas como uma ordem para o cristão fugir do pecado. O desprezo pelo mundo foi substituído por um maior apreço pela natureza e pela sociedade. Além disso, cada vez mais, o corpo passou de inimigo a amigo, tornado-se o irmão corpo. Tal análise é importante para rever a idéia, tão comum na historiografia, de que o que Max Weber chamou de Ascese Intramundana, a vida cristã vivida em sociedade, só surgiu no Protestantismo, em oposição ao Monasticismo. As Ordens Mendicantes, sobretudo a Ordem dos Frades Menores, tentaram, durante o século XIII, período de análise desse trabalho, vivenciar o Cristianismo amando a natureza e agindo, por meio da evangelização e da caridade, nas cidades. Para fazer esse trabalho, foram analisados os discursos hagiográficos (sobre São Francisco) feitos por Tomás de Celano, Memoriale in desiderio anime (chamada de Vita Prima) e Vita beati Francisci (chamada de Vita Secunda) para, a partir disso, entender a interpretação de Celano de como deve ser a relação do cristão com o mundo. O mundo deixou de ser um reflexo distorcido de uma realidade perfeita, passando a ser reflexo perfeito do Criador.


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  • O objetivo desse trabalho é perceber a versão de Francisco de Assis criada por Tomás de Celano em suas obras hagiográficas, para, a partir disso, entender como a Ordem e o Papado compreenderam a relação do cristão com o mundo e transformaram essa compreensão em uma versão de São Francisco. Fatores como a substituição do Neoplatonismo pelo Aristotelismo como paradigma filosófico e alterações econômicas e sociais contribuíram para alterar a interpretação da palavra “mundo” nas Escrituras, não mais interpretada como materialidade, mas como uma ordem para o cristão fugir do pecado. O desprezo pelo mundo foi substituído por um maior apreço pela natureza e pela sociedade. Além disso, cada vez mais, o corpo passou de inimigo a amigo, tornado-se o irmão corpo. Tal análise é importante para rever a idéia, tão comum na historiografia, de que o que Max Weber chamou de Ascese Intramundana, a vida cristã vivida em sociedade, só surgiu no Protestantismo, em oposição ao Monasticismo. As Ordens Mendicantes, sobretudo a Ordem dos Frades Menores, tentaram, durante o século XIII, período de análise desse trabalho, vivenciar o Cristianismo amando a natureza e agindo, por meio da evangelização e da caridade, nas cidades. Para fazer esse trabalho, foram analisados os discursos hagiográficos (sobre São Francisco) feitos por Tomás de Celano, Memoriale in desiderio anime (chamada de Vita Prima) e Vita beati Francisci (chamada de Vita Secunda) para, a partir disso, entender a interpretação de Celano de como deve ser a relação do cristão com o mundo. O mundo deixou de ser um reflexo distorcido de uma realidade perfeita, passando a ser reflexo perfeito do Criador.

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  • SONNÍ LEMOS BARRETO
  • ESPAÇOS (MAL) DITOS: representações dos bordéis mossoroenses nas décadas de 1950 e 1960.

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • ANTONIO PAULO DE MORAIS REZENDE
  • Data: 19/08/2011

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  • A cidade que se apresenta aos nossos olhos não é constituída apenas de pedra. O traçado urbano esconde as táticas dos sujeitos que subjetivam os espaços, dando-lhe significação por meio das representações que elabora, sejam escritas ou orais. A cidade é arte, é representação, é o lugar onde se abrigam os bons e maus lugares. O objetivo desse trabalho consiste em analisar as representações acerca dos espaços ocupados pelos bordéis mossoroenses nas décadas de 1950 e 1960. Com esse objetivo organizamos o trabalho em três capítulos. No primeiro, apresentamos a constituição da zona do meretrício na cidade, destacando a composição das espacialidades boêmias em bons e maus lugares. No segundo capítulo analisamos como as representações elaboradas pelo jornal O Mossoroense criava uma espacialidade maldita para a zona a identificando como o lugar do crime e da contravenção. No último capítulo buscamos identificar como os moradores de Mossoró reconstroem, no tempo contemporâneo, as suas memórias sobre o tempo áureo dos bordéis na cidade. Nas narrativas orais buscamos compreender como as pessoas descrevem os lugares do bordel, comparando as espacialidades do passado com o presente vivenciado na cidade. Portanto, discutimos como esses espaços foram sendo transformados em lugares de prazer e maldição, como lugares comuns se transformaram em lugares marcados moralmente.


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  • A cidade que se apresenta aos nossos olhos não é constituída apenas de pedra. O traçado urbano esconde as táticas dos sujeitos que subjetivam os espaços, dando-lhe significação por meio das representações que elabora, sejam escritas ou orais. A cidade é arte, é representação, é o lugar onde se abrigam os bons e maus lugares. O objetivo desse trabalho consiste em analisar as representações acerca dos espaços ocupados pelos bordéis mossoroenses nas décadas de 1950 e 1960. Com esse objetivo organizamos o trabalho em três capítulos. No primeiro, apresentamos a constituição da zona do meretrício na cidade, destacando a composição das espacialidades boêmias em bons e maus lugares. No segundo capítulo analisamos como as representações elaboradas pelo jornal O Mossoroense criava uma espacialidade maldita para a zona a identificando como o lugar do crime e da contravenção. No último capítulo buscamos identificar como os moradores de Mossoró reconstroem, no tempo contemporâneo, as suas memórias sobre o tempo áureo dos bordéis na cidade. Nas narrativas orais buscamos compreender como as pessoas descrevem os lugares do bordel, comparando as espacialidades do passado com o presente vivenciado na cidade. Portanto, discutimos como esses espaços foram sendo transformados em lugares de prazer e maldição, como lugares comuns se transformaram em lugares marcados moralmente.

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  • ADRIANA GAMA DE ARAÚJO
  • Em nome da cidade vencida: A São Luís Republicana na obra de José do Nascimento Moraes (1889 - 1920).
  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MARLY DA SILVA MOTTA
  • Data: 26/08/2011

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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a cidade de São Luís do Maranhão na Primeira República presente do romance Vencidos e Degenerados de José do Nascimento Moraes, publicado em 1915. A partir do diálogo entre História e Literatura, investigamos de que maneira o autor elabora a história de uma cidade que após a libertação dos escravos e a chegada da República permanece atrelada a antigos preconceitos de cor e mergulhada em uma letargia econômica devido a permanências de ordem social e cultural. O romance faz parte de um conjunto de obras científicas e literárias de uma geração conhecida como Novos Atenienses, que pretendia problematizar e propor soluções para a crise econômica e cultural pela qual passava o Maranhão na virada do século XIX para o XX. O discurso elaborado pelos neo-atenienses combinava elementos saudosistas relacionados ao cultivo das letras para a obtenção do reconhecimento literário e os anseios de tornarem a cidade de São Luís condizente com os ideais de progresso e modernização característicos do período republicano. A esse contexto, Moraes insere discussões relacionadas aos preconceitos racial e social que persistiram após a Abolição da Escravidão e a Proclamação da República, considerados, por ele, as causas do atraso no desenvolvimento urbano da capital maranhense e das perseguições literárias sofridas por ele. Analisamos o romance buscando compreender as relações dos indivíduos entre si e com os espaços da cidade a partir dessas questões literárias, raciais e urbanas. Entendemos que a narrativa da obra é construída de maneira que a cidade, povoada por personagens negros, serve para legitimar a obra literária de Moraes, cujo nome foi silenciado nos principais círculos literários da capital durante o período por nós estudado.


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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar a cidade de São Luís do Maranhão na Primeira República presente do romance Vencidos e Degenerados de José do Nascimento Moraes, publicado em 1915. A partir do diálogo entre História e Literatura, investigamos de que maneira o autor elabora a história de uma cidade que após a libertação dos escravos e a chegada da República permanece atrelada a antigos preconceitos de cor e mergulhada em uma letargia econômica devido a permanências de ordem social e cultural. O romance faz parte de um conjunto de obras científicas e literárias de uma geração conhecida como Novos Atenienses, que pretendia problematizar e propor soluções para a crise econômica e cultural pela qual passava o Maranhão na virada do século XIX para o XX. O discurso elaborado pelos neo-atenienses combinava elementos saudosistas relacionados ao cultivo das letras para a obtenção do reconhecimento literário e os anseios de tornarem a cidade de São Luís condizente com os ideais de progresso e modernização característicos do período republicano. A esse contexto, Moraes insere discussões relacionadas aos preconceitos racial e social que persistiram após a Abolição da Escravidão e a Proclamação da República, considerados, por ele, as causas do atraso no desenvolvimento urbano da capital maranhense e das perseguições literárias sofridas por ele. Analisamos o romance buscando compreender as relações dos indivíduos entre si e com os espaços da cidade a partir dessas questões literárias, raciais e urbanas. Entendemos que a narrativa da obra é construída de maneira que a cidade, povoada por personagens negros, serve para legitimar a obra literária de Moraes, cujo nome foi silenciado nos principais círculos literários da capital durante o período por nós estudado.

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  • GIOVANNA LOPES MARQUES
  • QUEM NASCE EM CAMPINA GRANDE É CAMPINENSE: FUTEBOL E SOCIABILIDADE NA "RAINHA DA BORBOREMA" (1954-1965)

  • Orientador : HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 26/08/2011

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    O presente trabalho tem como objeto de estudo, o Campinense Clube, agremiação social fundada na cidade Campina Grande, agreste paraibano, no ano de 1915. Esse clube atingiu seu auge durante as décadas de 50 e 60, recebendo a designação de “o mais elegante” ou ainda “o mais aristocrático”. Pretendemos discutir, que elementos foram responsáveis pela popularização desse soldalício. Acreditamos que a introdução das práticas futebolísticas a partir do ano de 1954 ainda de forma amadora, tenha aproximado a agremiação dos populares. Nossa pesquisa se estende de 1954 a 1965, momento em que o clube experimenta as fases do amadorismo e do profissionalismo no futebol, num momento em que a cidade vinha sendo contemplada por uma série de imagens grandiloqüentes, entre elas a de capital do futebol paraibano. Utilizaremos como fontes de nossas pesquisas o acervo dos jornais da cidade, onde seguiremos os caminhos percorridos pelo rubro negro paraibano, as atas do clube, onde iremos direcionar nosso olhar para as condutas e os códigos que fizeram do esporte bretão, um tema tão polêmico na agremiação, e as entrevistas com populares e membros do clube, onde discutiremos os significados adquiridos pelo ser campinense, de acordo com as experiências do futebol.


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    O presente trabalho tem como objeto de estudo, o Campinense Clube, agremiação social fundada na cidade Campina Grande, agreste paraibano, no ano de 1915. Esse clube atingiu seu auge durante as décadas de 50 e 60, recebendo a designação de “o mais elegante” ou ainda “o mais aristocrático”. Pretendemos discutir, que elementos foram responsáveis pela popularização desse soldalício. Acreditamos que a introdução das práticas futebolísticas a partir do ano de 1954 ainda de forma amadora, tenha aproximado a agremiação dos populares. Nossa pesquisa se estende de 1954 a 1965, momento em que o clube experimenta as fases do amadorismo e do profissionalismo no futebol, num momento em que a cidade vinha sendo contemplada por uma série de imagens grandiloqüentes, entre elas a de capital do futebol paraibano. Utilizaremos como fontes de nossas pesquisas o acervo dos jornais da cidade, onde seguiremos os caminhos percorridos pelo rubro negro paraibano, as atas do clube, onde iremos direcionar nosso olhar para as condutas e os códigos que fizeram do esporte bretão, um tema tão polêmico na agremiação, e as entrevistas com populares e membros do clube, onde discutiremos os significados adquiridos pelo ser campinense, de acordo com as experiências do futebol.

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  • FREDERICO AUGUSTO LUNA TAVARES
  • NOS TEMPOS DOS BROTOS: JUVENTUDE E DIVERSÃO EM PETROPÓLIS E NO TIROL (1945 - 1960)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • KENIA SOUSA RIOS
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 30/08/2011

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  • O crescimento urbano da capital do Rio Grande do Norte deu o seu passo mais arrojado nas três primeiras décadas do século XX, buscando equiparar-se às metrópoles estrangeiras como também às cidades brasileiras mais desenvolvidas, como por exemplo, o Rio de Janeiro. A vultuosidade das novidades era tanta que podemos perceber o surgimento de uma nova urbe que, em muitos aspectos, se sobrepunha àquela considerada como provinciana pela intelectualidade local. Essas interferências urbanas riscaram o solo da cidade, deixando marcas indeléveis até os dias atuais. O crescimento exacerbado da cidade relacionado aos anos 1940, quando Natal passa a sediar a maior base militar aliada fora dos Estados Unidos no advento da Segunda Guerra Mundial é importante, num momento em que o número de habitantes da cidade é duplicado.  O surgimento de novas instituições de diversão, em meio já existentes, continuou marcando os lugares, como se revelam as sociabilidades e a diversão permeadas de significados e representações. Este trabalho buscou conhecer as sociabilidade dos bairros de Tirol e Petrópolis em Natal, no período de 1945 à 1960, quando a cidade vê consolidar-se um mercado cada vez mais voltado para a diversão, e a juventude passa a ter uma participação especial nesse processo.


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  • O crescimento urbano da capital do Rio Grande do Norte deu o seu passo mais arrojado nas três primeiras décadas do século XX, buscando equiparar-se às metrópoles estrangeiras como também às cidades brasileiras mais desenvolvidas, como por exemplo, o Rio de Janeiro. A vultuosidade das novidades era tanta que podemos perceber o surgimento de uma nova urbe que, em muitos aspectos, se sobrepunha àquela considerada como provinciana pela intelectualidade local. Essas interferências urbanas riscaram o solo da cidade, deixando marcas indeléveis até os dias atuais. O crescimento exacerbado da cidade relacionado aos anos 1940, quando Natal passa a sediar a maior base militar aliada fora dos Estados Unidos no advento da Segunda Guerra Mundial é importante, num momento em que o número de habitantes da cidade é duplicado.  O surgimento de novas instituições de diversão, em meio já existentes, continuou marcando os lugares, como se revelam as sociabilidades e a diversão permeadas de significados e representações. Este trabalho buscou conhecer as sociabilidade dos bairros de Tirol e Petrópolis em Natal, no período de 1945 à 1960, quando a cidade vê consolidar-se um mercado cada vez mais voltado para a diversão, e a juventude passa a ter uma participação especial nesse processo.

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  • MICHELE SOARES LOPES
  • Escravidão na Vila do Príncipe, Província do Rio Grande do Norte (1850-1888)

  • Orientador : MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • LEMUEL RODRIGUES DA SILVA
  • Data: 30/08/2011

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  • Esta dissertação apresenta um estudo sobre a população escrava da Vila do Príncipe entre 1850 e 1888, a partir da documentação manuscrita dos acervos judiciais e cartoriais de Caicó e dos Relatórios de Presidentes de Província do Rio Grande do Norte. A problemática que move a pesquisa diz respeito à reprodução do escravismo em uma região de colonização pecuarística. Portanto, a investigação pretende entender como em um espaço sócio-econômico periférico (a Vila do Príncipe no Seridó agropecuarístico), após a proibição do tráfico africano de escravos, se sustentaram e se estruturaram as relações escravistas. Neste sentido, a pesquisa analisou a dinâmica sócio-econômica das unidades escravistas e sua relação com o espaço, estrutura de posse e a família escrava.


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  • Esta dissertação apresenta um estudo sobre a população escrava da Vila do Príncipe entre 1850 e 1888, a partir da documentação manuscrita dos acervos judiciais e cartoriais de Caicó e dos Relatórios de Presidentes de Província do Rio Grande do Norte. A problemática que move a pesquisa diz respeito à reprodução do escravismo em uma região de colonização pecuarística. Portanto, a investigação pretende entender como em um espaço sócio-econômico periférico (a Vila do Príncipe no Seridó agropecuarístico), após a proibição do tráfico africano de escravos, se sustentaram e se estruturaram as relações escravistas. Neste sentido, a pesquisa analisou a dinâmica sócio-econômica das unidades escravistas e sua relação com o espaço, estrutura de posse e a família escrava.

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  • JOSSEFRANIA VIEIRA MARTINS
  • O REINO ENCANTADO DO SERTÃO: UM EXAME DA PRODUÇÃO E DO FECHAMENTO DA REPRESENTAÇÃO DO SERTÃO NO ROMANCE DE ARIANO SUASSUNA

  • Orientador : RENATO AMADO PEIXOTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 31/08/2011

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  •      Ao longo da história, o homem significou e compreendeu o espaço de diferentes formas, estas emaranhadas de múltiplos anseios e olhares são produtos e produtoras de complexas construções culturais. Partindo da relação história, literatura e espaço, nossa reflexão busca problematizar a construção simbólica que envolve a representação do sertão no Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do sangue do vai-e volta do escritor, poeta e teatrólogo paraibano Ariano Suassuna. Mediante a relevância que o sertão assume em todo o discurso suassuniano mergulhamos nas tramas que tecem e lhe atribuem uma identidade, destacando especialmente as referências paternas do escritor como elementos constituintes de seu olhar sobre tal espacialidade. Tendo perdido o pai quando tinha apenas três anos de idade e em meio às circunstâncias políticas e sociais da revolução de 1930, Suassuna parte dessa memória pessoal trágica, reinventando histórico e culturalmente o sertão. De lugar órfão do seu “Rei” (neste caso, João Suassuna), esse espaço assume na literatura de Suassuna a metáfora de “Reino” recomposto em sua grandeza cultural e histórica. Interessa-nos, portanto a dimensão sensível que envolve essa construção simbólica, o caráter sentimental e afetivo que compõe a relação dos homens com os espaços através do discurso literário. Portanto, percorremos o discurso suassuniano na tentativa de compreender a trama histórico-literária que constrói tal espaço como um “reino armorial”. Para isso, o esforço de nossa reflexão situa-se no sentido de mergulhar nas referências que demarcam a nosso ver a relação de Suassuna com o sertão. Portanto, uma historicidade na fabricação de seu olhar sobre esse espaço conferindo-lhe uma significação peculiar precisa ser verificada.  Nas páginas do romance, a cena de escritura de Suassuna vai tecendo um lugar especial para o sertão e entrecruzada às demais cenas de sua autoria, formação intelectual e vida pessoal referenciam e projetam esse espaço enquanto um “reino”. Para entender essa representação do sertão na referida obra faz-se necessária a sua desconstrução, atentando para os rastros que lhe identificam ainda que “silenciosamente” no discurso. Percorramos então, suas sendas.

     


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  •      Ao longo da história, o homem significou e compreendeu o espaço de diferentes formas, estas emaranhadas de múltiplos anseios e olhares são produtos e produtoras de complexas construções culturais. Partindo da relação história, literatura e espaço, nossa reflexão busca problematizar a construção simbólica que envolve a representação do sertão no Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do sangue do vai-e volta do escritor, poeta e teatrólogo paraibano Ariano Suassuna. Mediante a relevância que o sertão assume em todo o discurso suassuniano mergulhamos nas tramas que tecem e lhe atribuem uma identidade, destacando especialmente as referências paternas do escritor como elementos constituintes de seu olhar sobre tal espacialidade. Tendo perdido o pai quando tinha apenas três anos de idade e em meio às circunstâncias políticas e sociais da revolução de 1930, Suassuna parte dessa memória pessoal trágica, reinventando histórico e culturalmente o sertão. De lugar órfão do seu “Rei” (neste caso, João Suassuna), esse espaço assume na literatura de Suassuna a metáfora de “Reino” recomposto em sua grandeza cultural e histórica. Interessa-nos, portanto a dimensão sensível que envolve essa construção simbólica, o caráter sentimental e afetivo que compõe a relação dos homens com os espaços através do discurso literário. Portanto, percorremos o discurso suassuniano na tentativa de compreender a trama histórico-literária que constrói tal espaço como um “reino armorial”. Para isso, o esforço de nossa reflexão situa-se no sentido de mergulhar nas referências que demarcam a nosso ver a relação de Suassuna com o sertão. Portanto, uma historicidade na fabricação de seu olhar sobre esse espaço conferindo-lhe uma significação peculiar precisa ser verificada.  Nas páginas do romance, a cena de escritura de Suassuna vai tecendo um lugar especial para o sertão e entrecruzada às demais cenas de sua autoria, formação intelectual e vida pessoal referenciam e projetam esse espaço enquanto um “reino”. Para entender essa representação do sertão na referida obra faz-se necessária a sua desconstrução, atentando para os rastros que lhe identificam ainda que “silenciosamente” no discurso. Percorramos então, suas sendas.

     

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  • DIEGO SOUZA DE PAIVA
  • (POR) ENTRE PEDRA E TELA: A CONSTRUÇÃO DE UMA MEMÓRIA REPUBLICANA (NATAL - 1906 - 1919)

  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • PAULO KNAUSS DE MENDONÇA
  • Data: 05/09/2011

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  • O presente trabalho, partindo de uma perspectiva que pensa o espaço como categoria histórica e, sobretudo, como relação na qual se destaca o papel dos objetos, visa propor uma análise do processo de construção de uma memória republicana na cidade do Natal, no começo do século XX, a partir de dois objetos: o obelisco inaugurado em 1917, na Praça André de Albuquerque, na ocasião das comemorações do 1° centenário da morte de Frei Miguelinho; e o quadro intitulado “Julgamento de Frei Miguelinho”, encomendado pelo Governo do Estado ao pintor fluminense Antônio Parreiras, para figurar no Salão Nobre do Palácio do Poder Executivo de então. A proposta mais geral é a de analisar a construção dessa memória a partir desses objetos, ao mesmo tempo em que se tenta pensar o papel destes objetos na construção dessa memória. Para tanto, nos propomos a traçar percursos nos quais fosse possível estabelecer relações associativas (entre pessoas, eventos, imagens, discursos, objetos, instituições etc.) que concorrem nesse processo, nesse caminho constitutivo de pertencimentos. Assim, o nosso procedimento foi o que acompanhar esses objetos através dos percursos dentro dos quais eles se tornaram possíveis, para que ao fim pudéssemos defender a ideia de que de que eles são participantes ativos dos processos que os instituem.


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  • O presente trabalho, partindo de uma perspectiva que pensa o espaço como categoria histórica e, sobretudo, como relação na qual se destaca o papel dos objetos, visa propor uma análise do processo de construção de uma memória republicana na cidade do Natal, no começo do século XX, a partir de dois objetos: o obelisco inaugurado em 1917, na Praça André de Albuquerque, na ocasião das comemorações do 1° centenário da morte de Frei Miguelinho; e o quadro intitulado “Julgamento de Frei Miguelinho”, encomendado pelo Governo do Estado ao pintor fluminense Antônio Parreiras, para figurar no Salão Nobre do Palácio do Poder Executivo de então. A proposta mais geral é a de analisar a construção dessa memória a partir desses objetos, ao mesmo tempo em que se tenta pensar o papel destes objetos na construção dessa memória. Para tanto, nos propomos a traçar percursos nos quais fosse possível estabelecer relações associativas (entre pessoas, eventos, imagens, discursos, objetos, instituições etc.) que concorrem nesse processo, nesse caminho constitutivo de pertencimentos. Assim, o nosso procedimento foi o que acompanhar esses objetos através dos percursos dentro dos quais eles se tornaram possíveis, para que ao fim pudéssemos defender a ideia de que de que eles são participantes ativos dos processos que os instituem.

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  • ROSENILSON DA SILVA SANTOS
  • O DESEJO, O RELATO E A PRÁTICA DA CIDADE: DE COMO SÃO PRODUZIDOS TERRITÓRIOS MARGINAIS NA CIDADE DO PRÍNCIPE (1880 - 1900)

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • LIGIA BELLINI
  • Data: 09/09/2011

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  • O tema deste trabalho é o estudo dos territórios marginais da Cidade do Príncipe, esboço no tempo do que hoje se constitue como a cidade de Caicó/RN, tendo como recorte temporal os anos de 1880 a 1900. Nosso objetivo é investigar a construção desses territórios a partir dos múltiplos discursos dos sujeitos praticantes da cidade. Desta maneira, nos propomos a descobrir as cartografias do desvio na cidade em questão, como eram desenhadas, quem as experimentava e por meio de quais práticas. Investigar a construção desses espaços a partir dos discursos, além de suprir uma lacuna historiográfica, possibilita encontrar histórias cortantes, silenciadas ou ignoradas, abortos e loucuras encarceradas, paixões reprimidas e vingadas. Para o encontro com estes espaços as fontes são diversas, tais como o Jornal O Povo, os Códigos de Postura, os Relatórios dos Presidentes de Província e Chefes de Polícia e processos-crime. No que concerne aos aspectos metodológicos da pesquisa, optamos pela análise do discurso, discurso aqui concebido não somente como o que se diz sobre alguém ou alguma coisa, mas como um conjunto de enunciados que circulam em determinado momento na sociedade, articulando falas, intenções, gestos e pensamento. A cidade é então pensada a partir de seus territórios, imaginada como sendo um espaço configurado na/pelas relações de poder que a disputam, mas, também, como espaço de experiências múltiplas, de sentimentos diversos, do lugar e do não-lugar, da disciplina e da burla, do poder e da resistência.


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  • O tema deste trabalho é o estudo dos territórios marginais da Cidade do Príncipe, esboço no tempo do que hoje se constitue como a cidade de Caicó/RN, tendo como recorte temporal os anos de 1880 a 1900. Nosso objetivo é investigar a construção desses territórios a partir dos múltiplos discursos dos sujeitos praticantes da cidade. Desta maneira, nos propomos a descobrir as cartografias do desvio na cidade em questão, como eram desenhadas, quem as experimentava e por meio de quais práticas. Investigar a construção desses espaços a partir dos discursos, além de suprir uma lacuna historiográfica, possibilita encontrar histórias cortantes, silenciadas ou ignoradas, abortos e loucuras encarceradas, paixões reprimidas e vingadas. Para o encontro com estes espaços as fontes são diversas, tais como o Jornal O Povo, os Códigos de Postura, os Relatórios dos Presidentes de Província e Chefes de Polícia e processos-crime. No que concerne aos aspectos metodológicos da pesquisa, optamos pela análise do discurso, discurso aqui concebido não somente como o que se diz sobre alguém ou alguma coisa, mas como um conjunto de enunciados que circulam em determinado momento na sociedade, articulando falas, intenções, gestos e pensamento. A cidade é então pensada a partir de seus territórios, imaginada como sendo um espaço configurado na/pelas relações de poder que a disputam, mas, também, como espaço de experiências múltiplas, de sentimentos diversos, do lugar e do não-lugar, da disciplina e da burla, do poder e da resistência.

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  • ENZIO GERCIONE SOARES DE ANDRADE
  • ESSAS PESSOAS NA SALA DE JANTAR: ESPAÇOS HISTÓRICOS EM CANÇÕES TROPICALISTAS

  • Orientador : FLAVIA DE SA PEDREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FLAVIA DE SA PEDREIRA
  • ILZA MATIAS DE SOUSA
  • MARCOS ANTONIO DA SILVA
  • Data: 22/11/2011

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  • Tropicália diz respeito à tentativa de compreensão do Brasil e de uma identidade nacional caracterizada pela transitoriedade de tempos e espaços, de ação rizomática, de um perpétuo esgarçamento de fronteiras culturais e que ao mesmo instante age de forma sincrônica a instâncias como a da política e ao do social. A palavra criada pelo artista plástico Hélio Oiticica e por ele registrada no registro nacional de marcas e patentes a posteriori, foi usada para nomear a canção homônima de Caetano Veloso e também a esse fértil impulso cultural na virada da década de sessenta para os anos setenta, que teve a pretensão de formular novos espaços de criação e simultaneamente repensar os recortes espaciais da cultura brasileira, instigando-os a serem bem mais que um mito de um paraíso verdejante dentro de uma nova mirada de uma verdade tropical.


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  • Tropicália diz respeito à tentativa de compreensão do Brasil e de uma identidade nacional caracterizada pela transitoriedade de tempos e espaços, de ação rizomática, de um perpétuo esgarçamento de fronteiras culturais e que ao mesmo instante age de forma sincrônica a instâncias como a da política e ao do social. A palavra criada pelo artista plástico Hélio Oiticica e por ele registrada no registro nacional de marcas e patentes a posteriori, foi usada para nomear a canção homônima de Caetano Veloso e também a esse fértil impulso cultural na virada da década de sessenta para os anos setenta, que teve a pretensão de formular novos espaços de criação e simultaneamente repensar os recortes espaciais da cultura brasileira, instigando-os a serem bem mais que um mito de um paraíso verdejante dentro de uma nova mirada de uma verdade tropical.

2010
Dissertações
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  • EDIANNE DOS SANTOS NOBRE
  • O teatro de Deus: a construção do espaço sagrado em Juazeiro à partir de  narrativas femininas  (Ceará 1889 à 1898).

  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 24/02/2010

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  • Em nosso projeto de pesquisa discutimos a construção do povoado de Juazeiro, localizado no interior cearense, como um espaço sagrado a partir da análise do conjunto de depoimentos de nove beatas contidos em um processo episcopal do final do século XIX que foi instaurado para investigar a ocorrência de um possível milagre eucarístico com a beata Maria Madalena do Espírito Santo de Araújo. Conjeturamos, além disso, que o discurso fundador dessa sacralidade – o das narrativas femininas – ganhará força e visibilidade a partir do momento em que este território começa a ser alvo do controle da Igreja, naturalmente preocupada com seus domínios. Tomando as metáforas teatrais como o eixo de interpretação das fontes documentais, tentamos empreender um exercício de compreensão dessas metáforas nas fontes documentais ao mesmo tempo em que o teatro (o espaço do maravilhoso) ou a teatralização dos eventos aparece como o fio condutor da nossa narrativa. Pretendemos discutir também como o conjunto de estratégias punitivas da Diocese acabou por provocar um reordenamento das peregrinações a Juazeiro que até 1894 eram feitas a fim de prestar culto ao Sangue Precioso e que após a condenação dos fenômenos pela Santa Sé se rearranjaram em torno da figura do padre Cícero Romão Batista, com o pretexto de prestar culto à Nossa Senhora das Dores, atual padroeira da cidade de Juazeiro do Norte.


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  • Em nosso projeto de pesquisa discutimos a construção do povoado de Juazeiro, localizado no interior cearense, como um espaço sagrado a partir da análise do conjunto de depoimentos de nove beatas contidos em um processo episcopal do final do século XIX que foi instaurado para investigar a ocorrência de um possível milagre eucarístico com a beata Maria Madalena do Espírito Santo de Araújo. Conjeturamos, além disso, que o discurso fundador dessa sacralidade – o das narrativas femininas – ganhará força e visibilidade a partir do momento em que este território começa a ser alvo do controle da Igreja, naturalmente preocupada com seus domínios. Tomando as metáforas teatrais como o eixo de interpretação das fontes documentais, tentamos empreender um exercício de compreensão dessas metáforas nas fontes documentais ao mesmo tempo em que o teatro (o espaço do maravilhoso) ou a teatralização dos eventos aparece como o fio condutor da nossa narrativa. Pretendemos discutir também como o conjunto de estratégias punitivas da Diocese acabou por provocar um reordenamento das peregrinações a Juazeiro que até 1894 eram feitas a fim de prestar culto ao Sangue Precioso e que após a condenação dos fenômenos pela Santa Sé se rearranjaram em torno da figura do padre Cícero Romão Batista, com o pretexto de prestar culto à Nossa Senhora das Dores, atual padroeira da cidade de Juazeiro do Norte.

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  • WESLEY GARCIA RIBEIRO SILVA
  • Cartografias dos tempos urbanos - Natal (década de 1960)

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • PAULO KNAUSS DE MENDONÇA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • Data: 16/04/2010

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  • Este trabalho tem por objetivo analisar a Cidade do Natal durante a década de 1960, período de um dinâmico processo de crescimento urbano com o surgimento de novos espaços se constituindo ao redor dos núcleos de ocupação originários. Pretende-se discutir as construções em torno do espaço urbano proporcionadas por esta época de grandes transformações pela qual a cidade passava, tomando como base as discussões travadas em periódicos, a legislação e projetos de intervenção urbana. A análise sugere que tais construções podem ser apreendidas a partir de demarcações proporcionadas pela experiência do tempo, nas articulações entre os projetos de passado, presente e futuro. Neste sentido, discute-se aqui no intuito de intermédias as relações com o presente, com uma nova experiência do espaço urbano, por vezes conturbada, todo um passado da cidade é elaborado. O que está em jogo aqui são as disputas ente as imagens de uma Natal “antiga”, porém “moderna”, em face da Natal que vai se configurando. O presente impõe uma série de ações no sentido de conformá-lo, experiências que são levadas a cabo por necessidades específicas do cotidiano. É assim que se inserem as práticas da municipalidade do período que agem no sentido de legitimar os novos espaços que vão se configurando em Natal, mesmo que estes sejam renegados enquanto imagem da cidade a ser efetivada; e neste arcabouço também é elaborado um horizonte de expectativa, imagens de desejo. Baseados na utopia do progresso, na redenção pelo emprego da técnica, os Planos Urbanos construídos para Natal neste período se inserem nesta perspectiva, a partir de saberes específicos (do urbanista, do engenheiro, do economista). Apontamos assim, para o caráter múltiplo que o espaço urbano assume, seja no campo das materialidades ou das representações. Um espaço perpassado por relações de força onde está em jogo a construção de práticas e imagens da sociedade.


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  • Este trabalho tem por objetivo analisar a Cidade do Natal durante a década de 1960, período de um dinâmico processo de crescimento urbano com o surgimento de novos espaços se constituindo ao redor dos núcleos de ocupação originários. Pretende-se discutir as construções em torno do espaço urbano proporcionadas por esta época de grandes transformações pela qual a cidade passava, tomando como base as discussões travadas em periódicos, a legislação e projetos de intervenção urbana. A análise sugere que tais construções podem ser apreendidas a partir de demarcações proporcionadas pela experiência do tempo, nas articulações entre os projetos de passado, presente e futuro. Neste sentido, discute-se aqui no intuito de intermédias as relações com o presente, com uma nova experiência do espaço urbano, por vezes conturbada, todo um passado da cidade é elaborado. O que está em jogo aqui são as disputas ente as imagens de uma Natal “antiga”, porém “moderna”, em face da Natal que vai se configurando. O presente impõe uma série de ações no sentido de conformá-lo, experiências que são levadas a cabo por necessidades específicas do cotidiano. É assim que se inserem as práticas da municipalidade do período que agem no sentido de legitimar os novos espaços que vão se configurando em Natal, mesmo que estes sejam renegados enquanto imagem da cidade a ser efetivada; e neste arcabouço também é elaborado um horizonte de expectativa, imagens de desejo. Baseados na utopia do progresso, na redenção pelo emprego da técnica, os Planos Urbanos construídos para Natal neste período se inserem nesta perspectiva, a partir de saberes específicos (do urbanista, do engenheiro, do economista). Apontamos assim, para o caráter múltiplo que o espaço urbano assume, seja no campo das materialidades ou das representações. Um espaço perpassado por relações de força onde está em jogo a construção de práticas e imagens da sociedade.

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  • JOAO MAURICIO GOMES NETO
  • ENTRE A AUSÊNCIA DECLARADA E A PRESENÇA RECLAMADA: A IDENTIDADE PORTIGUAR EM QUESTÃO.

  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HAROLDO LOGUERCIO CARVALHO
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • Data: 20/08/2010

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  • Como se constrói as identidades de um povo? De que maneira, o recorte geográfico influi nas representações dos vários grupos sociais, quando estes se definem e/ou são definidos, por exemplo, como pernambucanos, gaúchos, paraibanos, cariocas, cearenses, baianos...? Que elementos simbólicos, disputa e interesses estão envoltos nesses processos de construção identitária? Tomando as discussões sobre o potiguar como recorte temático, a presente pesquisa busca problematizar os deslocamentos, os impasses nas suas representações, as quais, via de regra, costumam apresentá-lo como um ser que não é, constantemente seduzido pelos encantos do outro, pelos valores que vêm de fora de suas fronteiras. Assim, a partir da espacialidade norte-rio-grandense, investigamos de que maneira as identidades espaciais tem sido utilizadas como estratégia, por personagens diversos, na tentativa de construir e/ou definir representações que caracterizem e singularizem os potiguares, frente aos demais entes da nação.


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  • Como se constrói as identidades de um povo? De que maneira, o recorte geográfico influi nas representações dos vários grupos sociais, quando estes se definem e/ou são definidos, por exemplo, como pernambucanos, gaúchos, paraibanos, cariocas, cearenses, baianos...? Que elementos simbólicos, disputa e interesses estão envoltos nesses processos de construção identitária? Tomando as discussões sobre o potiguar como recorte temático, a presente pesquisa busca problematizar os deslocamentos, os impasses nas suas representações, as quais, via de regra, costumam apresentá-lo como um ser que não é, constantemente seduzido pelos encantos do outro, pelos valores que vêm de fora de suas fronteiras. Assim, a partir da espacialidade norte-rio-grandense, investigamos de que maneira as identidades espaciais tem sido utilizadas como estratégia, por personagens diversos, na tentativa de construir e/ou definir representações que caracterizem e singularizem os potiguares, frente aos demais entes da nação.

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  • HELICARLA NYELY BATISTA DE MORAIS
  • Viagem e Escrita: do Ceará Mirim ao Recife e do Recife ao Ceará Mirim

  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MUIRAKYTAN KENNEDY DE MACEDO
  • TANIA REGINA DE LUCA
  • Data: 30/08/2010

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  • O trabalho proposto analisa o processo de construção da escrita memorialística
    do intelectual Nilo Pereira, nascido no início do século XX, na cidade de
    Ceará-Mirm. A elaboração da escrita do cearamirinense é marcada por dimensões
    afetivas e históricas, fruto da relação do autor com os grupos sociais nos quais
    ele esteve inserido, como os regionalistas do Recife. A compreensão da formação
    dessa escrita envolve a investigação dos dispositivos de construção da memória e
    também da formação e manutenção de um grupo, já que tanto a elaboração de uma
    escrita sobre si, como a formação de um grupo, implicam um desejo
    auto-formativo. Para compreender o processo de formação da escrita
    memorialística de Nilo Pereira, analisamos crônicas e livros que ele publicou
    durante meio século de exercício intelectual, aproximadamente, de 1939 a 1988,
    associando a esse conjunto a leitura de uma bibliografia que ajudou a
    reconstituir o contexto histórico e social no qual o autor estava inserido. Não
    estudamos, portanto, um período exato da escrita do autor. Tentamos apreender em
    cada período as características do homem e da escrita, tentando compreender a
    lógica da sua trajetória intelectual. No entanto, elegemos o período de 1939 a
    1969 como o eixo principal de nossa análise por compreender o momento da
    publicação do primeiro texto memorialístico do autor e da publicação de Imagens
    do Ceará-Mirim, que consideramos o primeiro momento de sistematização dessa
    escrita memorialística.Tomamos como referências básicas de nossa análise os
    livros Evocação do Ceará-Mirim (1959), A rosa verde (1982) e Imagens do
    Ceará-Mirim (1969). Tomamos esse último como referência base de nossa análise
    por considerá-lo o mais elaborado dos livros de memória do autor, representando
    a síntese do memorialismo praticado por ele. De um modo geral, o trabalho aqui
    apresentado investiga a escrita de Nilo Pereira e sua relação com um grupo de
    intelectuais nordestinos da primeira metade do século XX e a cidade de
    Ceará-Mirim.


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  • O trabalho proposto analisa o processo de construção da escrita memorialística
    do intelectual Nilo Pereira, nascido no início do século XX, na cidade de
    Ceará-Mirm. A elaboração da escrita do cearamirinense é marcada por dimensões
    afetivas e históricas, fruto da relação do autor com os grupos sociais nos quais
    ele esteve inserido, como os regionalistas do Recife. A compreensão da formação
    dessa escrita envolve a investigação dos dispositivos de construção da memória e
    também da formação e manutenção de um grupo, já que tanto a elaboração de uma
    escrita sobre si, como a formação de um grupo, implicam um desejo
    auto-formativo. Para compreender o processo de formação da escrita
    memorialística de Nilo Pereira, analisamos crônicas e livros que ele publicou
    durante meio século de exercício intelectual, aproximadamente, de 1939 a 1988,
    associando a esse conjunto a leitura de uma bibliografia que ajudou a
    reconstituir o contexto histórico e social no qual o autor estava inserido. Não
    estudamos, portanto, um período exato da escrita do autor. Tentamos apreender em
    cada período as características do homem e da escrita, tentando compreender a
    lógica da sua trajetória intelectual. No entanto, elegemos o período de 1939 a
    1969 como o eixo principal de nossa análise por compreender o momento da
    publicação do primeiro texto memorialístico do autor e da publicação de Imagens
    do Ceará-Mirim, que consideramos o primeiro momento de sistematização dessa
    escrita memorialística.Tomamos como referências básicas de nossa análise os
    livros Evocação do Ceará-Mirim (1959), A rosa verde (1982) e Imagens do
    Ceará-Mirim (1969). Tomamos esse último como referência base de nossa análise
    por considerá-lo o mais elaborado dos livros de memória do autor, representando
    a síntese do memorialismo praticado por ele. De um modo geral, o trabalho aqui
    apresentado investiga a escrita de Nilo Pereira e sua relação com um grupo de
    intelectuais nordestinos da primeira metade do século XX e a cidade de
    Ceará-Mirim.

5
  • LUIZ FELIPE SOUSA TAVARES EMIDIO
  • As orquestras invadem as salas de estar: redefinição dos padrões e espaços para a escuta musical no Rio de Janeiro (1926-1931).

  • Orientador : RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • ELIO CHAVES FLORES
  • Data: 31/08/2010

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  • No final do século XIX e início do século XX, uma série de inovações técnicas foram difundidas comercialmente e repercutiram consideravelmente no cotidiano de alguns grupos urbanos brasileiros. Algumas dessas novidades tecnológicas desempenharam um papel importante na difusão em larga escala de obras artísticas que até então tinham um potencial de difusão extremamente restrito. O desenvolvimento de dispositivos capazes de registrar e reproduzir música mecanicamente esteve inserido nessa lógica, ao passo que a popularização de gramofones, fonógrafos, cilindros e discos inauguraram um novo momento para a produção e consumo de música. Sobretudo a partir da inauguração do sistema elétrico de registro e reprodução de sons, esse processo trouxe repercussões relevantes para as sensibilidades auditivas e maneiras de se ouvir música entre algumas camadas da população carioca, além de ter contribuído substancialmente para alterações nos referenciais espaciais desses indivíduos.


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  • No final do século XIX e início do século XX, uma série de inovações técnicas foram difundidas comercialmente e repercutiram consideravelmente no cotidiano de alguns grupos urbanos brasileiros. Algumas dessas novidades tecnológicas desempenharam um papel importante na difusão em larga escala de obras artísticas que até então tinham um potencial de difusão extremamente restrito. O desenvolvimento de dispositivos capazes de registrar e reproduzir música mecanicamente esteve inserido nessa lógica, ao passo que a popularização de gramofones, fonógrafos, cilindros e discos inauguraram um novo momento para a produção e consumo de música. Sobretudo a partir da inauguração do sistema elétrico de registro e reprodução de sons, esse processo trouxe repercussões relevantes para as sensibilidades auditivas e maneiras de se ouvir música entre algumas camadas da população carioca, além de ter contribuído substancialmente para alterações nos referenciais espaciais desses indivíduos.

6
  • DANIEL BERTRAND
  • Patromônio, memória e espaço: a construção da paisagem açucareira do Vale do Ceará-Mirim.

  • Orientador : DOUGLAS ARAUJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DOUGLAS ARAUJO
  • MARCIA SEVERINA VASQUES
  • WALTER FAGUNDES MORALES
  • Data: 05/10/2010

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  • Este trabalho tem o objetivo de entender como a instalação da cultura açucareira ao longo do rio Ceará-Mirim definiu a organização espacial do Vale, configurando assim a paisagem. Esse espaço começou a ser definido somente na segunda metade do século XIX, quando se iniciou o cultivo da cana de açúcar nas terras localizadas nas margens do rio Ceará-Mirim. A passagem deste período de grande prosperidade pode ser observada através do patrimônio material ainda presente na região. Percorrendo o Vale, verificamos um número considerável de construções arquitetônicas, muitas em ruínas, ligadas a esse momento histórico. Essa percepção, causada por essas construções, nos leva há uma viagem ao passado, para um tempo caracterizado por casas-grande, engenhos, plantações de cana, senhores de engenho, escravos, etc. Os referenciais que nos levam a considerar os engenhos de açúcar localizados ao longo do Vale do Ceará-Mirim como patrimônio, que carregam toda uma bagagem histórica, remete-nos a primeira metade do século XX. Nesse período, dois movimentos culturais tiveram um papel decisivo na construção de uma identidade nacional, o modernismo, arquitetado por intelectuais do eixo Rio – São Paulo, e o regionalismo, idealizado por intelectuais pernambucanos. O patrimônio material identificado ao longo do Vale do Ceará-Mirim definiu a sua atual organização espacial, configurando a paisagem. Mas devemos conceber essa paisagem de duas formas: primeiro, como uma representação material das praticas sociais realizadas neste espaço, onde aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais interagiram para a sua formação; como também, uma paisagem que carrega toda uma bagagem histórica formada ao longo do século XX.


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  • Este trabalho tem o objetivo de entender como a instalação da cultura açucareira ao longo do rio Ceará-Mirim definiu a organização espacial do Vale, configurando assim a paisagem. Esse espaço começou a ser definido somente na segunda metade do século XIX, quando se iniciou o cultivo da cana de açúcar nas terras localizadas nas margens do rio Ceará-Mirim. A passagem deste período de grande prosperidade pode ser observada através do patrimônio material ainda presente na região. Percorrendo o Vale, verificamos um número considerável de construções arquitetônicas, muitas em ruínas, ligadas a esse momento histórico. Essa percepção, causada por essas construções, nos leva há uma viagem ao passado, para um tempo caracterizado por casas-grande, engenhos, plantações de cana, senhores de engenho, escravos, etc. Os referenciais que nos levam a considerar os engenhos de açúcar localizados ao longo do Vale do Ceará-Mirim como patrimônio, que carregam toda uma bagagem histórica, remete-nos a primeira metade do século XX. Nesse período, dois movimentos culturais tiveram um papel decisivo na construção de uma identidade nacional, o modernismo, arquitetado por intelectuais do eixo Rio – São Paulo, e o regionalismo, idealizado por intelectuais pernambucanos. O patrimônio material identificado ao longo do Vale do Ceará-Mirim definiu a sua atual organização espacial, configurando a paisagem. Mas devemos conceber essa paisagem de duas formas: primeiro, como uma representação material das praticas sociais realizadas neste espaço, onde aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais interagiram para a sua formação; como também, uma paisagem que carrega toda uma bagagem histórica formada ao longo do século XX.

2009
Dissertações
1
  • RANIELLE CAVALCANTE DE MACEDO
  • História, memória e espaços: experiências dos ex-combatentes de Parelhas-RN na defesa do litoral brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial
  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISAFRÁN NAZARENO MOTA JUCÁ
  • MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • RUBENILSON BRASAO TEIXEIRA
  • Data: 30/03/2009

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar as lembranças dos ex-combatentes de Parelhas-RN, especialmente dos componentes da Força de Vigilância e Segurança do Litoral – FVSL, protagonistas da participação brasileira no cenário da Segunda Guerra Mundial. Ao longo deste buscamos compreender em que ambiente sócio-geográfico viviam esses homens antes da Guerra e quais foram as conseqüências de uma brusca mudança de espaço em virtude da convocação para as Forças Armadas brasileiras naquele contexto histórico. A defesa do litoral brasileiro durante a Guerra não foi tarefa tão simples, tendo em vista a precariedade logística das Forças Armadas, os ataques que submarinos do Eixo que mataram centenas de civis e militares brasileiros e a rede de espionagem montada pela Alemanha no Brasil. Partindo da noção de memória coletiva e estranhamento em Maurice Halbwachs, usaremos a História Oral como metodologia principal, com o fim de reconstruir estas “memórias subterrâneas” que também nos possibilitarão perceber a visão que os próprios protagonistas têm do evento, além da utilização de documentos, fotos, mapas e toda espécie de fontes que nos possibilitem reconstruir o cenário de Parelhas no início da Guerra e a trajetória de vida de seus veteranos.

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar as lembranças dos ex-combatentes de Parelhas-RN, especialmente dos componentes da Força de Vigilância e Segurança do Litoral – FVSL, protagonistas da participação brasileira no cenário da Segunda Guerra Mundial. Ao longo deste buscamos compreender em que ambiente sócio-geográfico viviam esses homens antes da Guerra e quais foram as conseqüências de uma brusca mudança de espaço em virtude da convocação para as Forças Armadas brasileiras naquele contexto histórico. A defesa do litoral brasileiro durante a Guerra não foi tarefa tão simples, tendo em vista a precariedade logística das Forças Armadas, os ataques que submarinos do Eixo que mataram centenas de civis e militares brasileiros e a rede de espionagem montada pela Alemanha no Brasil. Partindo da noção de memória coletiva e estranhamento em Maurice Halbwachs, usaremos a História Oral como metodologia principal, com o fim de reconstruir estas “memórias subterrâneas” que também nos possibilitarão perceber a visão que os próprios protagonistas têm do evento, além da utilização de documentos, fotos, mapas e toda espécie de fontes que nos possibilitem reconstruir o cenário de Parelhas no início da Guerra e a trajetória de vida de seus veteranos.
2
  • THIAGO DO NASCIMENTO TORRES DE PAULA
  • Teias de caridade e o lugar social dos expostos da freguesia de Nª Srª da Apresentação - Capitania do Rio Grande do Norte, século XVIII
  • Orientador : FATIMA MARTINS LOPES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • PAULO CESAR POSSAMAI
  • RENATO PINTO VENÂNCIO
  • Data: 17/08/2009

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  • O abandono de crianças recém-nascidas é uma realidade do tempo presente. Porém esta realidade nos possibilita discutir a temática em outras temporalidades, nas mais diferentes sociedades. Sendo assim, o objetivo de nosso trabalho é demonstrar como os moradores da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, localizada na capitania do Rio Grande do Norte, durante o século XVIII, inseriram socialmente as crianças recém-nascidas abandonadas, denominadas na época de expostos, a partir da inexistência de uma Roda dos expostos na região, como também da omissão dos membros da Câmara de vereadores no processo de amparo. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados os seguintes documentos: os livros de batismo, casamento e óbito da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, o Primeiro Livro de Tombo da Igreja Matriz da mesma freguesia, e os Termos de Vereação da Câmara da cidade do Natal. Todo este conjunto compõe o corpus de documentos manuscritos. Seguido destes, também foram analisados alguns documentos impressos, como, as Ordenações Filipinas, as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia de 1707, incluindo o conteúdo do Lunário, os textos de André João Antonil e Henry Koster. No desenvolvimento da analise utilizamos referenciais da História Social, assim, constatamos a construção de lugares socialmente aceitos para os expostos da região por parte dos colonos da freguesia.

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  • O abandono de crianças recém-nascidas é uma realidade do tempo presente. Porém esta realidade nos possibilita discutir a temática em outras temporalidades, nas mais diferentes sociedades. Sendo assim, o objetivo de nosso trabalho é demonstrar como os moradores da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, localizada na capitania do Rio Grande do Norte, durante o século XVIII, inseriram socialmente as crianças recém-nascidas abandonadas, denominadas na época de expostos, a partir da inexistência de uma Roda dos expostos na região, como também da omissão dos membros da Câmara de vereadores no processo de amparo. Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados os seguintes documentos: os livros de batismo, casamento e óbito da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, o Primeiro Livro de Tombo da Igreja Matriz da mesma freguesia, e os Termos de Vereação da Câmara da cidade do Natal. Todo este conjunto compõe o corpus de documentos manuscritos. Seguido destes, também foram analisados alguns documentos impressos, como, as Ordenações Filipinas, as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia de 1707, incluindo o conteúdo do Lunário, os textos de André João Antonil e Henry Koster. No desenvolvimento da analise utilizamos referenciais da História Social, assim, constatamos a construção de lugares socialmente aceitos para os expostos da região por parte dos colonos da freguesia.
3
  • TIAGO SILVA MEDEIROS
  • O SERTÃO VAI PARA O ALÉM-MAR: A RELAÇÃO CENTRO E PERIFERIA E AS FÁBRICAS DE COURO EM PERNAMBUCO NOS SETECENTOS
  • Orientador : PAULO CESAR POSSAMAI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ACÁCIO JOSÉ LOPES CATARINO
  • DENISE MATTOS MONTEIRO
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • PAULO CESAR POSSAMAI
  • Data: 17/08/2009

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  • Neste trabalho, são analisadas as relações econômicas no inteior da América Portuguesa, mas especificamente na Capitania Pernambuco do século XVIII, enfocando a discussão sobre centro-periferia, inserido no contexto da história colonial. Com isso, pretende-se estudar as exportações de couro para Portugal, suas conseqüências na Capitania de Pernambuco e a atuação dos homens de negócio envolvidos na comércio e na produção dessa manufatura. Para tal empreitada foram utilizados os manuscritos do Arquivo Histórico Ultramarino, cronistas da época e, sobretudo, mapas de carga mercantil para visualizar que a fabricação da manufatura do couro, bem como de outros produtos, proporcionaram uma conexão econômica e social entre o sertão de Pernambuco, Recife como praça de comércio, Olinda como centro administrativo Portugal.

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  • Neste trabalho, são analisadas as relações econômicas no inteior da América Portuguesa, mas especificamente na Capitania Pernambuco do século XVIII, enfocando a discussão sobre centro-periferia, inserido no contexto da história colonial. Com isso, pretende-se estudar as exportações de couro para Portugal, suas conseqüências na Capitania de Pernambuco e a atuação dos homens de negócio envolvidos na comércio e na produção dessa manufatura. Para tal empreitada foram utilizados os manuscritos do Arquivo Histórico Ultramarino, cronistas da época e, sobretudo, mapas de carga mercantil para visualizar que a fabricação da manufatura do couro, bem como de outros produtos, proporcionaram uma conexão econômica e social entre o sertão de Pernambuco, Recife como praça de comércio, Olinda como centro administrativo Portugal.
4
  • MARIANO DE AZEVEDO JUNIOR
  • As memórias cortesãs de Olivier de La Marche: O nascimento do indivíduo e a espacialização da cortesia na escrita das Mémoires(1472-1501)

  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • PAULO CESAR POSSAMAI
  • MARÍLIA DE AZAMBUJA RIBEIRO
  • Data: 18/08/2009

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  • Esta dissertação propõe a análise das Mémoires de Olivier de La Marche, homem da corte que viveu como servidor das casas da Borgonha e da Áustria de 1439 a 1502. Entendemos a sua literatura como particular para a época, pois ela nasceu motivada pelas questões pessoais do autor. Com isso ela se distanciou dos gêneros narrativos ligados à função de servir aos propósitos do príncipe, notadamente as crônicas. Acreditamos que essas intenções particulares tiveram origem na tradição da memória medieval, que se expandiu da oralidade para a escritura no fim da Idade Média. Essa escrita da memória condicionada à experiência de quem escrevia, promoveu o nascimento e a afirmação do indivíduo quando este procurou assumir os lugares de personagem e testemunha dos acontecimentos no que chamamos de “espaço do texto”. Tal afirmação nos levou à função espacializante dos discursos da obra. Motivados pela visão especializada do maître d’hôtel, tais discursos produziram um espaço da corte ideal, capaz de justificar a personalidade do autor e de exaltá-lo como o mestre da prática da cortesia.


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  • Esta dissertação propõe a análise das Mémoires de Olivier de La Marche, homem da corte que viveu como servidor das casas da Borgonha e da Áustria de 1439 a 1502. Entendemos a sua literatura como particular para a época, pois ela nasceu motivada pelas questões pessoais do autor. Com isso ela se distanciou dos gêneros narrativos ligados à função de servir aos propósitos do príncipe, notadamente as crônicas. Acreditamos que essas intenções particulares tiveram origem na tradição da memória medieval, que se expandiu da oralidade para a escritura no fim da Idade Média. Essa escrita da memória condicionada à experiência de quem escrevia, promoveu o nascimento e a afirmação do indivíduo quando este procurou assumir os lugares de personagem e testemunha dos acontecimentos no que chamamos de “espaço do texto”. Tal afirmação nos levou à função espacializante dos discursos da obra. Motivados pela visão especializada do maître d’hôtel, tais discursos produziram um espaço da corte ideal, capaz de justificar a personalidade do autor e de exaltá-lo como o mestre da prática da cortesia.

5
  • YUMA FERREIRA
  • A criança e a cidade: as transformações da infância numa Natal moderna (1890 - 1929)
  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALMIR DE CARVALHO BUENO
  • JOSÉ GONÇALVES GONDRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 21/08/2009

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  • Os primeiros anos do século XX em Natal se caracterizaram pelas várias intervenções urbanas que tinham como propósito modificar a feição da cidade quase rural, numa outra que estivesse em consonância com as cidades consideradas modelos de modernidade e civilização. Nesse processo todos os indivíduos passariam a ter papéis sociais importantes a desempenhar, o que incluíam homens, mulheres e, sobretudo crianças. Foi nessa atmosfera de futuro promissor que as crianças foram tomadas como peças-chaves de uma sociedade idealizada. Alguns processos foram indispensáveis no desencadeamento das transformações da infância natalense, entre elas, as operadas no interior das famílias, que nesse momento histórico buscou na vida pública outras possibilidades de existência; a educação escolar e a construção dos que viriam a ser o modelo de educação urbana – os Grupos Escolares, propagadores das ciências como mediadoras de todo conhecimento; e por fim, as intervenções médicas, que divulgando práticas de higiene e saúde possibilitaram não apenas a conservação da vida infantil, como também a possibilidade de construção da sua individualidade em um corpo saudável. Se por um lado esses processos tentaram cristalizar uma imagem ideal de criança estabelecendo uma identidade infantil diretamente ligada a educação escolar e ao “corpo higiênico”, por outro, deus às crianças determinada autonomia reflexiva proporcionando à elas verem o mundo através de olhos de sujeito.

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  • Os primeiros anos do século XX em Natal se caracterizaram pelas várias intervenções urbanas que tinham como propósito modificar a feição da cidade quase rural, numa outra que estivesse em consonância com as cidades consideradas modelos de modernidade e civilização. Nesse processo todos os indivíduos passariam a ter papéis sociais importantes a desempenhar, o que incluíam homens, mulheres e, sobretudo crianças. Foi nessa atmosfera de futuro promissor que as crianças foram tomadas como peças-chaves de uma sociedade idealizada. Alguns processos foram indispensáveis no desencadeamento das transformações da infância natalense, entre elas, as operadas no interior das famílias, que nesse momento histórico buscou na vida pública outras possibilidades de existência; a educação escolar e a construção dos que viriam a ser o modelo de educação urbana – os Grupos Escolares, propagadores das ciências como mediadoras de todo conhecimento; e por fim, as intervenções médicas, que divulgando práticas de higiene e saúde possibilitaram não apenas a conservação da vida infantil, como também a possibilidade de construção da sua individualidade em um corpo saudável. Se por um lado esses processos tentaram cristalizar uma imagem ideal de criança estabelecendo uma identidade infantil diretamente ligada a educação escolar e ao “corpo higiênico”, por outro, deus às crianças determinada autonomia reflexiva proporcionando à elas verem o mundo através de olhos de sujeito.
6
  • HARLEY ABRANTES MOREIRA
  • Lourenço Filho, Rodolfo Teófilo e Gustavo Barroso: a reinvenção do sertão cearense no início do século XX
  • Orientador : FLAVIA DE SA PEDREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARTINS LOPES
  • FLAVIA DE SA PEDREIRA
  • FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 24/08/2009

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  • Esta dissertação consiste em analisar os livros de Rodolfo Teófilo, Lourenço Filho e Gustavo Barroso escritos sobre as coisas do sertão do Ceará para, desse modo, discutir como um discurso, com identidade urbana e moderna, se formulava no início do século XX, reinventando o espaço sertanejo a partir dos novos paradigmas da época e colaborando para a criação de uma identidade cosmopolita comum ao campo discursivo de suas obras.

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  • Esta dissertação consiste em analisar os livros de Rodolfo Teófilo, Lourenço Filho e Gustavo Barroso escritos sobre as coisas do sertão do Ceará para, desse modo, discutir como um discurso, com identidade urbana e moderna, se formulava no início do século XX, reinventando o espaço sertanejo a partir dos novos paradigmas da época e colaborando para a criação de uma identidade cosmopolita comum ao campo discursivo de suas obras.
7
  • ALENUSKA KELLY GUIMARAES ANDRADE
  • A eletricidade chega à cidade: Inovação técnica e a vida urbana em Natal (1911 - 1940)
  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • GILDO MAGALHAES DOS SANTOS FILHO
  • Data: 28/08/2009

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  • Nas primeiras décadas do século XX, um grupo de intelectuais brasileiros tomou para si a tarefa de conduzir a nação aos caminhos do progresso, refletindo sobre as transformações das cidades e, muitas vezes, propondo e se colocando à frente das ações e medidas que direcionariam a modernização do país. Neste contexto, a cidade aparecia como sinônimo de progresso em oposição ao campo, dando-se ênfase à construção do Brasil urbano. Em Natal, esse foi um período de sensível modificação no espaço urbano, seguindo os preceitos do higienismo e da estética racionalista, que orientavam as reformas empreendidas em muitas cidades brasileiras. As elites políticas e socioeconômicas da capital do Estado do Rio Grande do Norte desenvolveram o discurso em prol da modernização que objetivava justificar as intervenções na cidade e a introdução da infra-estrutura de serviços urbanos, a exemplo dos serviços de iluminação e transporte, que a partir de 1911 passaram a ser impulsionados por eletricidade. Essa modernização materializa-se por novos equipamentos e serviços, por espaços remodelados de acordo com a racionalidade técnica do urbanista, pela utilização de novas fontes de energia (gás, eletricidade), além do crescimento da população residente nas cidades. Entretanto, não se pode esquecer que a construção da cidade moderna passou tanto pelas mudanças físicas, materiais, quanto pela absorção de valores, símbolos, gestos, vocabulários, objetos, adoção de novos padrões de comportamento e pela formação de novas sensibilidades sobre o espaço urbano e a vida citadina. Desse modo, os novos padrões tecnológicos, como a eletricidade, possibilitaram mudanças na estrutura material da cidade e na vida urbana em seus mais diversos aspectos. Este trabalho propõe analisar a relação entre energia elétrica e a vida urbana em Natal entre 1911 e 1940, levando-se em conta, para tanto, as ações de intervenção do Estado sobre o espaço urbano e as percepções de intelectuais diante das transformações urbanas que presenciavam. A partir dessa análise, buscou-se especificar os esforços governamentais pela manutenção dos serviços de eletricidade e conservação dos equipamentos urbanos; compreender como a utilização de energia elétrica ajudou a produzir novas situações cotidianas e como foi sentida, traduzida em sentimentos e percepções fundadas na convivência com essa inovação técnica. As elites locais desejavam propagar hábitos considerados modernos, construindo uma identificação com o modo de vida urbano, fortemente inspirado na vida nas cidades Européias e Norte-americanas. A eletricidade possibilitou vivências e sensações que iriam caracterizar o habitante da cidade.

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  • Nas primeiras décadas do século XX, um grupo de intelectuais brasileiros tomou para si a tarefa de conduzir a nação aos caminhos do progresso, refletindo sobre as transformações das cidades e, muitas vezes, propondo e se colocando à frente das ações e medidas que direcionariam a modernização do país. Neste contexto, a cidade aparecia como sinônimo de progresso em oposição ao campo, dando-se ênfase à construção do Brasil urbano. Em Natal, esse foi um período de sensível modificação no espaço urbano, seguindo os preceitos do higienismo e da estética racionalista, que orientavam as reformas empreendidas em muitas cidades brasileiras. As elites políticas e socioeconômicas da capital do Estado do Rio Grande do Norte desenvolveram o discurso em prol da modernização que objetivava justificar as intervenções na cidade e a introdução da infra-estrutura de serviços urbanos, a exemplo dos serviços de iluminação e transporte, que a partir de 1911 passaram a ser impulsionados por eletricidade. Essa modernização materializa-se por novos equipamentos e serviços, por espaços remodelados de acordo com a racionalidade técnica do urbanista, pela utilização de novas fontes de energia (gás, eletricidade), além do crescimento da população residente nas cidades. Entretanto, não se pode esquecer que a construção da cidade moderna passou tanto pelas mudanças físicas, materiais, quanto pela absorção de valores, símbolos, gestos, vocabulários, objetos, adoção de novos padrões de comportamento e pela formação de novas sensibilidades sobre o espaço urbano e a vida citadina. Desse modo, os novos padrões tecnológicos, como a eletricidade, possibilitaram mudanças na estrutura material da cidade e na vida urbana em seus mais diversos aspectos. Este trabalho propõe analisar a relação entre energia elétrica e a vida urbana em Natal entre 1911 e 1940, levando-se em conta, para tanto, as ações de intervenção do Estado sobre o espaço urbano e as percepções de intelectuais diante das transformações urbanas que presenciavam. A partir dessa análise, buscou-se especificar os esforços governamentais pela manutenção dos serviços de eletricidade e conservação dos equipamentos urbanos; compreender como a utilização de energia elétrica ajudou a produzir novas situações cotidianas e como foi sentida, traduzida em sentimentos e percepções fundadas na convivência com essa inovação técnica. As elites locais desejavam propagar hábitos considerados modernos, construindo uma identificação com o modo de vida urbano, fortemente inspirado na vida nas cidades Européias e Norte-americanas. A eletricidade possibilitou vivências e sensações que iriam caracterizar o habitante da cidade.
8
  • FRANCISCO FIRMINO SALES NETO
  • Luís Natal ou Câmara Cascudo: o autor da cidade e o espaço como autoria
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • RENATO AMADO PEIXOTO
  • MARGARIDA DE SOUZA NEVES
  • Data: 28/08/2009

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  • O objetivo deste trabalho é problematizar uma forte identificação do escritor norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) com a cidade do Natal, analisando a constituição de uma espacialidade que toma este escritor como expoente intelectual e como monumento cultural natalenses: o que nomeio de uma Natal cascudiana. Nesse sentido, investigo o processo de monumentalização de Câmara Cascudo pela cidade do Natal, questionando como sua vida foi sendo articulada ao local de produção de sua obra. Com essa intenção, estruturei o trabalho em três partes: na primeira delas, examino a emergência dessa relação identitária a partir da formação intelectual do jovem Cascudinho e do início de sua atividade literária, verificando os motivos que o fizeram permanecer em Natal; na segunda parte, investigo a sua nomeação ao cargo de historiador da cidade do Natal, em 1948, discutindo como essa função intelectual institucionalizou a obra cascudiana e dotou a cidade de um conhecimento histórico sobre si mesma; e, por fim, analiso a constituição de uma memória citadina sobre Cascudo, que o transformou em marcos espaciais e em toponímia urbana: nome de rua, de museu, de biblioteca, de livraria etc. Nesses termos, lido com o gênero biográfico para empreender uma história dos espaços da cidade, problematizando a monumentalização cascudiana em Natal, ou seja, interrogando o surgimento dessa Natal cascudiana.

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  • O objetivo deste trabalho é problematizar uma forte identificação do escritor norte-rio-grandense Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) com a cidade do Natal, analisando a constituição de uma espacialidade que toma este escritor como expoente intelectual e como monumento cultural natalenses: o que nomeio de uma Natal cascudiana. Nesse sentido, investigo o processo de monumentalização de Câmara Cascudo pela cidade do Natal, questionando como sua vida foi sendo articulada ao local de produção de sua obra. Com essa intenção, estruturei o trabalho em três partes: na primeira delas, examino a emergência dessa relação identitária a partir da formação intelectual do jovem Cascudinho e do início de sua atividade literária, verificando os motivos que o fizeram permanecer em Natal; na segunda parte, investigo a sua nomeação ao cargo de historiador da cidade do Natal, em 1948, discutindo como essa função intelectual institucionalizou a obra cascudiana e dotou a cidade de um conhecimento histórico sobre si mesma; e, por fim, analiso a constituição de uma memória citadina sobre Cascudo, que o transformou em marcos espaciais e em toponímia urbana: nome de rua, de museu, de biblioteca, de livraria etc. Nesses termos, lido com o gênero biográfico para empreender uma história dos espaços da cidade, problematizando a monumentalização cascudiana em Natal, ou seja, interrogando o surgimento dessa Natal cascudiana.
9
  • LUCIANA SOUZA DE OLIVEIRA
  • A FALA DOS PASSOS: IMIGRAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS JUDAICOS NA CIDADE DO NATAL (1919-1968)
  • Orientador : IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • HENRIQUE ALONSO DE ALBUQUERQUE RODRIGUES PEREIRA
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • TÂNIA NEUMANN KAUFMAN
  • Data: 31/08/2009

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  • No início do século XX, parte do continente europeu presenciou o surgimento de diversas manifestações anti-semitas que foram responsáveis tanto pela morte de milhares de judeus quanto pelo processo imigratório de judeus para outros países, entre eles o Brasil. Considerando esse processo imigratório, o presente trabalho busca dar (visi)dizibilidade ao discurso sobre a construção e a apropriação de espaços judaicos estabelecido por um grupo desses imigrantes semitas que deixaram a Europa com destino a cidade do Natal, no Rio Grande do Norte. O que questionamos é: Quais os motivos que levaram esses judeus a saírem de suas terras? Por que escolheram a cidade do Natal? Quais os espaços que foram por eles construídos e quais motivos os levaram a construir? Visando colocar em discussão tais questionamentos, buscaremos desenvolver uma reflexão sobre a construção desses espaços, utilizando como fontes revistas, jornais, documentos de imigração e entrevistas (com imigrantes, familiares e amigos) que nos permitirão dialogar com a própria noção de espaço construído por Michel Certeau, Eliade, dentre outros autores. Dessa forma, objetivando analisar como ocorreu o processo imigratório e a construção desses espaços judaicos em Natal, consideraremos não apenas suas delimitações cartográficas, mas, sobretudo, como ocorreu a construção de uma cartografia sentimental na capital potiguar.

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  • No início do século XX, parte do continente europeu presenciou o surgimento de diversas manifestações anti-semitas que foram responsáveis tanto pela morte de milhares de judeus quanto pelo processo imigratório de judeus para outros países, entre eles o Brasil. Considerando esse processo imigratório, o presente trabalho busca dar (visi)dizibilidade ao discurso sobre a construção e a apropriação de espaços judaicos estabelecido por um grupo desses imigrantes semitas que deixaram a Europa com destino a cidade do Natal, no Rio Grande do Norte. O que questionamos é: Quais os motivos que levaram esses judeus a saírem de suas terras? Por que escolheram a cidade do Natal? Quais os espaços que foram por eles construídos e quais motivos os levaram a construir? Visando colocar em discussão tais questionamentos, buscaremos desenvolver uma reflexão sobre a construção desses espaços, utilizando como fontes revistas, jornais, documentos de imigração e entrevistas (com imigrantes, familiares e amigos) que nos permitirão dialogar com a própria noção de espaço construído por Michel Certeau, Eliade, dentre outros autores. Dessa forma, objetivando analisar como ocorreu o processo imigratório e a construção desses espaços judaicos em Natal, consideraremos não apenas suas delimitações cartográficas, mas, sobretudo, como ocorreu a construção de uma cartografia sentimental na capital potiguar.
2008
Dissertações
1
  • ELSON DE ASSIS RABELO
  • A História entre Tempo e Contratempos: Fontes Ibiapina e a obscura invenção do Piauí
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • TERESINHA DE JESUS MESQUITA DE QUEIROZ
  • Data: 24/03/2008

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  • Resumo Neste trabalho, problematizamos o Piauí enquanto espacialidade nordestina, rastreando os instantes de sua inserção política e discursiva na identidade regional, que se deu entre o final dos anos 1950 e início dos anos 1970. Para isto, propomos uma análise de discursos identitários piauienses como a literatura e o folclore produzidos naquele momento, procurando relacionar tais enunciados com as práticas e interesses políticos que concorreram para a nordestinização do Piauí. Dentre estes discursos e em diálogo com eles, tomamos centralmente a obra do juiz, literato e folclorista João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, emissor de signos que surge neste momento. Nosso objetivo é discutir as imagens elaboradas sobre o Piauí e a sua inclusão nos estereótipos cristalizados do Nordeste, como a pobreza e a necessidade, a vida rural sertaneja e a predominância de uma “cultura popular” regional. Num período de importantes mutações na sociedade brasileira, na produção cultural, nos embates regionalistas nordestinos e nas formas de pensar e praticar os espaços, os intelectuais piauienses que estudamos tentaram recobrir de palavras e de significados a obscuridade e o incômodo silêncio a respeito do Piauí em âmbito nacional, enquanto o Estado se integrava, por meio da Região, ao Brasil urbano e industrializado. Palavras-chave: Piauí. Nordeste. Identidades espaciais.

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  • Resumo Neste trabalho, problematizamos o Piauí enquanto espacialidade nordestina, rastreando os instantes de sua inserção política e discursiva na identidade regional, que se deu entre o final dos anos 1950 e início dos anos 1970. Para isto, propomos uma análise de discursos identitários piauienses como a literatura e o folclore produzidos naquele momento, procurando relacionar tais enunciados com as práticas e interesses políticos que concorreram para a nordestinização do Piauí. Dentre estes discursos e em diálogo com eles, tomamos centralmente a obra do juiz, literato e folclorista João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, emissor de signos que surge neste momento. Nosso objetivo é discutir as imagens elaboradas sobre o Piauí e a sua inclusão nos estereótipos cristalizados do Nordeste, como a pobreza e a necessidade, a vida rural sertaneja e a predominância de uma “cultura popular” regional. Num período de importantes mutações na sociedade brasileira, na produção cultural, nos embates regionalistas nordestinos e nas formas de pensar e praticar os espaços, os intelectuais piauienses que estudamos tentaram recobrir de palavras e de significados a obscuridade e o incômodo silêncio a respeito do Piauí em âmbito nacional, enquanto o Estado se integrava, por meio da Região, ao Brasil urbano e industrializado. Palavras-chave: Piauí. Nordeste. Identidades espaciais.
2
  • VITAL NOGUEIRA DE SOUZA
  • O PARTIDO COMUNISTA (1922-1962): lugar de memória, espaço de disputa
  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONCEICAO FRAGA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • MANUEL DOMINGOS NETO
  • Data: 27/03/2008

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  • RESUMO Este trabalho estuda a disputa pela memória do Partido Comunista no Brasil durante e depois da cisão que resultou no aparecimento de duas agremiações intituladas comunistas, no cenário político brasileiro, no final da década de 1950 e início dos anos de 1960: o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ao longo de seus três capítulos, o autor tenta responder questões como: quais os elementos que constituíram a memória do Partido Comunista, no período de 1922 a 1956? Em que momento essa memória passou a ser disputada, por quem e quais documentos revelam isso? Como aconteceu essa disputa pela memória? A abordagem do tema considera que a produção da memória pelo Partido Comunista e a disputa por sua apropriação pelos comunistas do PCB e do PCdoB aconteceram no âmbito da realidade nacional e partidária, noções espaciais compreensíveis a partir do conceito de memória desenvolvido por autores como Halbwachs, Le Goff, Pollack, e Pierre Nora. Para dar conta dos objetivos da pesquisa histórica foi utilizado como metodologia o exame e a interpretação de fontes documentais e bibliográficas, com prioridade para os documentos partidários que representavam uma interpretação coletiva sobre os acontecimentos considerados mais relevantes. Os sites do Partido Comunista do Brasil (www.pcdob.org.br ou vermelho.org.br) e do Partido Popular Socialista (www.pps.org.br) também foram consultados. Palavras-chave: Partido Comunista do Brasil; Partido Comunista Brasileiro; Memória; Disputa pela Memória; Lugar de memória; Espaço; Cisão;

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  • RESUMO Este trabalho estuda a disputa pela memória do Partido Comunista no Brasil durante e depois da cisão que resultou no aparecimento de duas agremiações intituladas comunistas, no cenário político brasileiro, no final da década de 1950 e início dos anos de 1960: o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ao longo de seus três capítulos, o autor tenta responder questões como: quais os elementos que constituíram a memória do Partido Comunista, no período de 1922 a 1956? Em que momento essa memória passou a ser disputada, por quem e quais documentos revelam isso? Como aconteceu essa disputa pela memória? A abordagem do tema considera que a produção da memória pelo Partido Comunista e a disputa por sua apropriação pelos comunistas do PCB e do PCdoB aconteceram no âmbito da realidade nacional e partidária, noções espaciais compreensíveis a partir do conceito de memória desenvolvido por autores como Halbwachs, Le Goff, Pollack, e Pierre Nora. Para dar conta dos objetivos da pesquisa histórica foi utilizado como metodologia o exame e a interpretação de fontes documentais e bibliográficas, com prioridade para os documentos partidários que representavam uma interpretação coletiva sobre os acontecimentos considerados mais relevantes. Os sites do Partido Comunista do Brasil (www.pcdob.org.br ou vermelho.org.br) e do Partido Popular Socialista (www.pps.org.br) também foram consultados. Palavras-chave: Partido Comunista do Brasil; Partido Comunista Brasileiro; Memória; Disputa pela Memória; Lugar de memória; Espaço; Cisão;
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  • MARCIA MARIA FONSECA MARINHO
  • NATAL TAMBÉM CIVILIZA-SE: SOCIALIDADE, LAZER E ESPORTE NA Belle Époque natalense
  • Orientador : RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • SYLVIA COSTA COUCEIRO
  • Data: 27/07/2008

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  • RESUMO As iniciativas do governo no sentido de uma reorganização da estrutura urbana da cidade no início do século XX refletem o desejo vivido pelos membros da elite local de enquadrar Natal nos moldes dos grandes centros urbanos do início do mesmo período. Desejava-se transformar Natal numa cidade moderna. Nesse sentido, o governo empenhou-se na reformulação de alguns espaços físicos da cidade. No entanto, era preciso também que, além das transformações urbanas, a cidade passasse por ‘reformas’ sociais. Desta forma, esses grupos criaram novas instituições e espaços de sociabilidade que afirmariam a capital do Estado como uma cidade moderna. As instituições formais tinham um papel importante na construção dessa nova cidade almejada pela elite local. Pois, através dessas, difundiam-se novas práticas sociais que seriam refletidas nos espaços urbanos. Em lugares como cafés, clubes e associações esportivas, a elite se distinguia do popular. Nesses lugares, suas práticas eram legitimadas, em contraponto com as práticas populares. Eram nos clubes e nas atividades praticadas pelos seus membros que os ideais da elite circulavam. Era lá que a elite se formava e se transformava. Dessa forma, as aspirações de um grupo social se refletiam na organização social dos espaços da cidade. Palavras-chave: cidade; Natal; sociabilidade; elite.

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  • RESUMO As iniciativas do governo no sentido de uma reorganização da estrutura urbana da cidade no início do século XX refletem o desejo vivido pelos membros da elite local de enquadrar Natal nos moldes dos grandes centros urbanos do início do mesmo período. Desejava-se transformar Natal numa cidade moderna. Nesse sentido, o governo empenhou-se na reformulação de alguns espaços físicos da cidade. No entanto, era preciso também que, além das transformações urbanas, a cidade passasse por ‘reformas’ sociais. Desta forma, esses grupos criaram novas instituições e espaços de sociabilidade que afirmariam a capital do Estado como uma cidade moderna. As instituições formais tinham um papel importante na construção dessa nova cidade almejada pela elite local. Pois, através dessas, difundiam-se novas práticas sociais que seriam refletidas nos espaços urbanos. Em lugares como cafés, clubes e associações esportivas, a elite se distinguia do popular. Nesses lugares, suas práticas eram legitimadas, em contraponto com as práticas populares. Eram nos clubes e nas atividades praticadas pelos seus membros que os ideais da elite circulavam. Era lá que a elite se formava e se transformava. Dessa forma, as aspirações de um grupo social se refletiam na organização social dos espaços da cidade. Palavras-chave: cidade; Natal; sociabilidade; elite.
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  • LEILANE ASSUNCAO DA SILVA
  • HISTÓRIA, FILOSOFIA E ESPAÇOS: A IDÉIA DE OCIDENTE EM OSWALD SPLENGLER
  • Orientador : MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • ITAMAR FREITAS DE OLIVEIRA
  • MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
  • Data: 18/08/2008

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  • Esta dissertação trata de estabelecer uma discussão epistemológica, do ponto de vista de uma história da ciência histórica, num momento de sua história onde se definiam seu estatuto, seus métodos, abordagens e condições de possibilidade e, acima de tudo, num momento de crise da história, que se vê ameaçada na sua privilegiada posição, tanto nas instituições universitárias quanto no imaginário coletivo social dos europeus, como campo de saber por excelência da cultura. Enfrentando, por um lado, as emergentes e ambiciosas ciências sociais (geografia e sociologia principalmente) e, por outro lado, travando uma luta (tão histórica quanto a própria história) contra as pretensões hegemônicas manifestadas pelos discursos das filosofias da história, muito especialmente “A decadência do Ocidente” de Oswald Spengler. Buscando articular este contexto de lutas por espaço, poder e verdade travado nos meios intelectuais do começo do século XX, com as problemáticas teóricas, metodológicas e epistemológicas que se constituem em legados para a contemporânea prática historiográfica. Nosso foco é o conceito de espaço, questão forte para o recorte temporal em questão, tendo em vista a renuncia da filosofia e também da história em relação a esse conceito, em detrimento da questão do tempo, central até então (e até hoje) em ambos os discursos Foi preciso que os questionamentos dos discursos da geografia de Vidal de la Blache e da sociologia de Emille Durkheim e, mais tarde, da “morfologia spengleriana da História Universal”, que trouxeram respectivamente, a região, a sociedade e as civilizações para o campo das possibilidades do discurso do historiador, entendidas como espaços “de história” (e não mais “da história”.) Neste caso, os historiadores em questão são aqueles que, inseridos neste contexto de crise e questionamento da essência e autoridade do discurso historiográfico, visaram reformular as bases teórico-metodológicas do saber histórico, ao mesmo tempo que demarcavam a especificidade e afirmavam tanto do ponto de vista institucional, quanto do teórico um espaço da história: um lugar de autoridade, de poder, um lugar hegemônico no campo das ciências humanas. Trata-se dos iniciadores de uma tradição historiográfica que, iniciada na França expandiu-se e consolidou-se no Ocidente como referência de prática historiográfica: a escola dos Annales, muito especialmente Lucien Febvre e Fernand Braudel. Buscando entender como essas lutas sócio-intelectuais se traduzem em oposições epistemológica e explicam as diferenças que definiram escolhas teóricas, métodos e abordagens da história em relação aos espaços. Tendo como referência para tanto, sempre, a obra de Spengler, como este definiu os conceitos de história, ciência, espaço, civilização, cultura, cidade, campo e, principalmente, discutindo a relação spengleriana como o mundo sócio-político que o cercava, constituía e com o qual este interagia, bem como com as tradições de pensamento as quais se filia ou rejeita.

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  • Esta dissertação trata de estabelecer uma discussão epistemológica, do ponto de vista de uma história da ciência histórica, num momento de sua história onde se definiam seu estatuto, seus métodos, abordagens e condições de possibilidade e, acima de tudo, num momento de crise da história, que se vê ameaçada na sua privilegiada posição, tanto nas instituições universitárias quanto no imaginário coletivo social dos europeus, como campo de saber por excelência da cultura. Enfrentando, por um lado, as emergentes e ambiciosas ciências sociais (geografia e sociologia principalmente) e, por outro lado, travando uma luta (tão histórica quanto a própria história) contra as pretensões hegemônicas manifestadas pelos discursos das filosofias da história, muito especialmente “A decadência do Ocidente” de Oswald Spengler. Buscando articular este contexto de lutas por espaço, poder e verdade travado nos meios intelectuais do começo do século XX, com as problemáticas teóricas, metodológicas e epistemológicas que se constituem em legados para a contemporânea prática historiográfica. Nosso foco é o conceito de espaço, questão forte para o recorte temporal em questão, tendo em vista a renuncia da filosofia e também da história em relação a esse conceito, em detrimento da questão do tempo, central até então (e até hoje) em ambos os discursos Foi preciso que os questionamentos dos discursos da geografia de Vidal de la Blache e da sociologia de Emille Durkheim e, mais tarde, da “morfologia spengleriana da História Universal”, que trouxeram respectivamente, a região, a sociedade e as civilizações para o campo das possibilidades do discurso do historiador, entendidas como espaços “de história” (e não mais “da história”.) Neste caso, os historiadores em questão são aqueles que, inseridos neste contexto de crise e questionamento da essência e autoridade do discurso historiográfico, visaram reformular as bases teórico-metodológicas do saber histórico, ao mesmo tempo que demarcavam a especificidade e afirmavam tanto do ponto de vista institucional, quanto do teórico um espaço da história: um lugar de autoridade, de poder, um lugar hegemônico no campo das ciências humanas. Trata-se dos iniciadores de uma tradição historiográfica que, iniciada na França expandiu-se e consolidou-se no Ocidente como referência de prática historiográfica: a escola dos Annales, muito especialmente Lucien Febvre e Fernand Braudel. Buscando entender como essas lutas sócio-intelectuais se traduzem em oposições epistemológica e explicam as diferenças que definiram escolhas teóricas, métodos e abordagens da história em relação aos espaços. Tendo como referência para tanto, sempre, a obra de Spengler, como este definiu os conceitos de história, ciência, espaço, civilização, cultura, cidade, campo e, principalmente, discutindo a relação spengleriana como o mundo sócio-político que o cercava, constituía e com o qual este interagia, bem como com as tradições de pensamento as quais se filia ou rejeita.
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  • ENOQUE GONÇALVES VIEIRA
  • A CONSTRUÇÃO DA NATUREZA SAUDÁVEL: NATAL 1900 - 1930
  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO PEREIRA ALENCAR ARRAIS
  • Data: 21/08/2008

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  • A cidade do Natal, construída entre rio, mar e dunas, se constitui como uma paisagem peculiar, única. Uma paisagem fruto da junção do que podemos chamar de duas naturezas, aquela que se convenciona tratar como “nativa” e uma outra que reconhecemos como sendo antrópica. Uma paisagem que, ao longo do tempo, foi sendo estruturada, organizada e construída pela operosidade humana, que unindo natureza e técnica estabeleceu para a cidade, a partir de princípios de salubridade e higiene, sob a direção de uma classe médica influente, de técnicos atuantes e de governantes comprometidos com o progresso, desde os primeiros anos do século XX, a construção de uma natureza que providenciasse para as pessoas que vivem na cidade, uma vida mais salutar, um viver saudável em meio a uma natureza que, domada, livre de agentes patogênicos, possibilitasse ao natalense viver bem

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  • A cidade do Natal, construída entre rio, mar e dunas, se constitui como uma paisagem peculiar, única. Uma paisagem fruto da junção do que podemos chamar de duas naturezas, aquela que se convenciona tratar como “nativa” e uma outra que reconhecemos como sendo antrópica. Uma paisagem que, ao longo do tempo, foi sendo estruturada, organizada e construída pela operosidade humana, que unindo natureza e técnica estabeleceu para a cidade, a partir de princípios de salubridade e higiene, sob a direção de uma classe médica influente, de técnicos atuantes e de governantes comprometidos com o progresso, desde os primeiros anos do século XX, a construção de uma natureza que providenciasse para as pessoas que vivem na cidade, uma vida mais salutar, um viver saudável em meio a uma natureza que, domada, livre de agentes patogênicos, possibilitasse ao natalense viver bem
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  • ISA PAULA ZACARIAS RIBEIRO
  • As Praças de Cultura no governo Djalma Maranhão (1960-1964)
  • Orientador : FLAVIA DE SA PEDREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO TORRES MONTENEGRO
  • FLAVIA DE SA PEDREIRA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 22/08/2008

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  • Este trabalho trata da apropriação do espaço pelo poder público. Entre os anos 1956 e 1964, a cidade de Natal foi administrada pelo prefeito Djalma Maranhão, que na época, era a maior liderança política fora dos quadros das oligarquias que dirigiam o poder estadual. A trajetória política do prefeito foi marcada pelo nacionalismo do período que consistia na luta contra o imperialismo e na emancipação do povo através do que se denominou cultura popular. Dentro dessa orientação nacionalista, a prefeitura empreendeu ações sistematizadas frente às novas necessidades urbanas que surgiam ao mesmo tempo em que promoveu um movimento popular, a campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, e incorporou ao cotidiano da cidade espaços culturais, transformando algumas praças em praças de cultura. Nosso objetivo é analisar a apropriação do espaço pelo poder público, na medida em que atribuiu novos sentidos e pôde se expressar visualmente na materialidade da praça. Propomos neste trabalho para um melhor entendimento do panorama político analisar como a conjuntura dos anos 1950 e 1960 foi favorável ao surgimento, no Nordeste, de movimentos populares promovidos pelo poder público, dando origem a espaços de produção e recepção das idéias propostas por estes movimentos em torno da cultura popular. O momento político da época significou também um novo olhar sobre a cidade, na medida em que o anseio de progresso, de industrialização e de desenvolvimento econômico, das reformas sociais propagado pela política em âmbito nacional, refletiu diretamente nas transformações no espaço físico da cidade.

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  • Este trabalho trata da apropriação do espaço pelo poder público. Entre os anos 1956 e 1964, a cidade de Natal foi administrada pelo prefeito Djalma Maranhão, que na época, era a maior liderança política fora dos quadros das oligarquias que dirigiam o poder estadual. A trajetória política do prefeito foi marcada pelo nacionalismo do período que consistia na luta contra o imperialismo e na emancipação do povo através do que se denominou cultura popular. Dentro dessa orientação nacionalista, a prefeitura empreendeu ações sistematizadas frente às novas necessidades urbanas que surgiam ao mesmo tempo em que promoveu um movimento popular, a campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, e incorporou ao cotidiano da cidade espaços culturais, transformando algumas praças em praças de cultura. Nosso objetivo é analisar a apropriação do espaço pelo poder público, na medida em que atribuiu novos sentidos e pôde se expressar visualmente na materialidade da praça. Propomos neste trabalho para um melhor entendimento do panorama político analisar como a conjuntura dos anos 1950 e 1960 foi favorável ao surgimento, no Nordeste, de movimentos populares promovidos pelo poder público, dando origem a espaços de produção e recepção das idéias propostas por estes movimentos em torno da cultura popular. O momento político da época significou também um novo olhar sobre a cidade, na medida em que o anseio de progresso, de industrialização e de desenvolvimento econômico, das reformas sociais propagado pela política em âmbito nacional, refletiu diretamente nas transformações no espaço físico da cidade.
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  • JOSÉ EVANGILMARISON LOPES LEITE
  • Em nome da Ordem: a prefeitura Municipal de Natal como espaço da subversão
  • Orientador : ALMIR DE CARVALHO BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALMIR DE CARVALHO BUENO
  • ANTONIO TORRES MONTENEGRO
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 22/08/2008

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  • RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar a maneira pela qual a Prefeitura Municipal de Natal foi construída como espaço da subversão, por aqueles que denominamos de defensores da ordem, no período imediatamente posterior à deflagração do golpe militar de 1964. Para tal utilizamos como principal fonte o Relatório “Subversão no Rio Grande do Norte”, documento produzido a partir das investigações realizadas na Prefeitura Municipal de Natal como resultado do trabalho da comissão de inquérito instituída pelo governador Aluízio Alves para apurar a subversão na sociedade norte-rio-grandense. Embasado no discurso anti-comunista, o referido documento apresenta outra imagem da Prefeitura, na qual as atividades desenvolvidas na segunda administração do prefeito Djalma Maranhão (1961-1964), sobretudo aquelas desenvolvidas na área da educação, como a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, foram designadas como “subversivas”, “comunistas”, “perigosas”, “atentatórias à ordem”, designações que serviram de respaldo colocar a Prefeitura Municipal no quadro geral da subversão existente no Rio Grande do Norte, de acordo com o discurso da repressão, nesse período inicial de implantação do regime militar. Palavras-chaves: Golpe militar de 1964 – Prefeitura Municipal de Natal – subversão política – discurso repressivo.

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  • RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar a maneira pela qual a Prefeitura Municipal de Natal foi construída como espaço da subversão, por aqueles que denominamos de defensores da ordem, no período imediatamente posterior à deflagração do golpe militar de 1964. Para tal utilizamos como principal fonte o Relatório “Subversão no Rio Grande do Norte”, documento produzido a partir das investigações realizadas na Prefeitura Municipal de Natal como resultado do trabalho da comissão de inquérito instituída pelo governador Aluízio Alves para apurar a subversão na sociedade norte-rio-grandense. Embasado no discurso anti-comunista, o referido documento apresenta outra imagem da Prefeitura, na qual as atividades desenvolvidas na segunda administração do prefeito Djalma Maranhão (1961-1964), sobretudo aquelas desenvolvidas na área da educação, como a Campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, foram designadas como “subversivas”, “comunistas”, “perigosas”, “atentatórias à ordem”, designações que serviram de respaldo colocar a Prefeitura Municipal no quadro geral da subversão existente no Rio Grande do Norte, de acordo com o discurso da repressão, nesse período inicial de implantação do regime militar. Palavras-chaves: Golpe militar de 1964 – Prefeitura Municipal de Natal – subversão política – discurso repressivo.
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  • ANDRE GUSTAVO BARBOSA DA PAZ MENDES
  • A invenção da Terra da Luz: história, literatura e paisagem (1875-1914)
  • Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FREDERICO DE CASTRO NEVES
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 29/08/2008

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  • Este trabalho é um estudo de caso que analisa a construção literária da paisagem sertaneja cearense entre fins do século XIX e início do século XX. Para tanto, algumas obras ícones da produção literária do Ceará foram selecionadas, como os seguintes textos: O sertanejo (1875), de José Martiniano de Alencar; Os retirantes (1879), de José Carlos do Patrocínio; A fome (1890), de Rodolfo Marcos Teófilo; Luzia-Homem (1903), de Domingos Olímpio Braga Cavalcanti; Terra de sol: natureza e costumes do Norte (1912), de Gustavo Dodt Barroso e, por último, Aves de arribação (1914), de Antônio Sales. Essas obras além de tomarem a natureza como personagem, representam três momentos da produção literária cearense: romântica, realista e naturalista. A invenção da Terra da Luz está relacionada à idéia de uma literatura que dá ênfase na paisagem diurna do sertão do Ceará, elaborada por meio desses homens de letras em seus discursos sublimes, belos e materiais emergidos de suas relações com o mundo natural. Para realizar tal empreendimento, as idéias de Edmund Burke e Gaston Bachelard se constituíram em balizas do estudo. Pensando dessa maneira a descrição, o devaneio e a imaginação andam lado a lado na fala desses literatos que construíram um espaço simbólico específico: o sertão cearense. Dessa maneira, certos temas se tornaram cânones na forma de pensar, representar e imaginar o espaço sertanejo do Ceará. Assim, a paisagem é muito mais do que a contemplação, uma vez que ela é ligada também ao devaneio poético, à memória e a imaginação. Daí a invenção da paisagem, pois esses literatos não concebem e nem tem acesso a paisagem puramente natural porque as suas percepções e sensibilidades sobre o mundo sertanejo foram construídas historicamente, isto é, em um dado tempo e espaço.

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  • Este trabalho é um estudo de caso que analisa a construção literária da paisagem sertaneja cearense entre fins do século XIX e início do século XX. Para tanto, algumas obras ícones da produção literária do Ceará foram selecionadas, como os seguintes textos: O sertanejo (1875), de José Martiniano de Alencar; Os retirantes (1879), de José Carlos do Patrocínio; A fome (1890), de Rodolfo Marcos Teófilo; Luzia-Homem (1903), de Domingos Olímpio Braga Cavalcanti; Terra de sol: natureza e costumes do Norte (1912), de Gustavo Dodt Barroso e, por último, Aves de arribação (1914), de Antônio Sales. Essas obras além de tomarem a natureza como personagem, representam três momentos da produção literária cearense: romântica, realista e naturalista. A invenção da Terra da Luz está relacionada à idéia de uma literatura que dá ênfase na paisagem diurna do sertão do Ceará, elaborada por meio desses homens de letras em seus discursos sublimes, belos e materiais emergidos de suas relações com o mundo natural. Para realizar tal empreendimento, as idéias de Edmund Burke e Gaston Bachelard se constituíram em balizas do estudo. Pensando dessa maneira a descrição, o devaneio e a imaginação andam lado a lado na fala desses literatos que construíram um espaço simbólico específico: o sertão cearense. Dessa maneira, certos temas se tornaram cânones na forma de pensar, representar e imaginar o espaço sertanejo do Ceará. Assim, a paisagem é muito mais do que a contemplação, uma vez que ela é ligada também ao devaneio poético, à memória e a imaginação. Daí a invenção da paisagem, pois esses literatos não concebem e nem tem acesso a paisagem puramente natural porque as suas percepções e sensibilidades sobre o mundo sertanejo foram construídas historicamente, isto é, em um dado tempo e espaço.
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  • FRANCISCO FRANCIJESI FIRMINO
  • Palavras da Maldição: José Alcides e produção do Ceará entre símbolos e alegorias.
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • FREDERICO DE CASTRO NEVES
  • IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
  • Data: 29/08/2008

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  • Esta pesquisa problematiza os discursos que produziram a crise dos símbolos cearenses, investigado matérias e formas de expressão do espaço entre as décadas de 1950 e 1970. Para isso, elegemos quatro temáticas como centrais na construção da identidade do espaço, tendo a literatura, o folclore e a sociologia como suportes destas enunciações: sertão, seca, coronelismo, cangaço e religiosidade. A partir destas, estabelecemos, nas imediações do espaço produzido pela SUDENE, pelo então Governador Virgilio Távora, pela Igreja Católica e pela literatura regionalista da agremiação cearense Clã, os instantes em que os símbolos eram ditos como arruinados perante a modernização do Ceará. Dentre os discursos analisados, centramos a análise na Trilogia da Maldição – composta pelos romances O Dragão, de 1964, Os Verdes Abutres da Colina e João Pinto de Maria: a biografia de um louco – da autoria do literato cearense José Alcides Pinto. Frente à crise da enunciação do Ceará e às mudanças que reconfiguravam o espaço, o literato adotava o procedimento da alegoria, misturada ao sentimento de melancolia em relação aos tempos da modernização e à derrocada dos símbolos cearenses. Sua estratégia foi reacionária, na medida em que, mesmo admitindo que a identidade cearense estava em crise, optou por buscar moldes para restaurar pela linguagem as antigas temáticas do espaço, fazendo recair sobre o sertão o mesmo estigma de espaço anti-moderno.

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  • Esta pesquisa problematiza os discursos que produziram a crise dos símbolos cearenses, investigado matérias e formas de expressão do espaço entre as décadas de 1950 e 1970. Para isso, elegemos quatro temáticas como centrais na construção da identidade do espaço, tendo a literatura, o folclore e a sociologia como suportes destas enunciações: sertão, seca, coronelismo, cangaço e religiosidade. A partir destas, estabelecemos, nas imediações do espaço produzido pela SUDENE, pelo então Governador Virgilio Távora, pela Igreja Católica e pela literatura regionalista da agremiação cearense Clã, os instantes em que os símbolos eram ditos como arruinados perante a modernização do Ceará. Dentre os discursos analisados, centramos a análise na Trilogia da Maldição – composta pelos romances O Dragão, de 1964, Os Verdes Abutres da Colina e João Pinto de Maria: a biografia de um louco – da autoria do literato cearense José Alcides Pinto. Frente à crise da enunciação do Ceará e às mudanças que reconfiguravam o espaço, o literato adotava o procedimento da alegoria, misturada ao sentimento de melancolia em relação aos tempos da modernização e à derrocada dos símbolos cearenses. Sua estratégia foi reacionária, na medida em que, mesmo admitindo que a identidade cearense estava em crise, optou por buscar moldes para restaurar pela linguagem as antigas temáticas do espaço, fazendo recair sobre o sertão o mesmo estigma de espaço anti-moderno.
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  • RICARDO JOSE VILAR DA COSTA
  • Habitação e modernização: Cidade Nova e maneiras de viver em Natal no início do século XX
  • Orientador : HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS JOSÉ FERREIRA DOS SANTOS
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • RAIMUNDO NONATO ARAUJO DA ROCHA
  • Data: 29/08/2008

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  • Analisa a presença de novos padrões de moradia em Natal, detectados na construção da região da Cidade Nova, nos primeiros anos do século XX. Associa a presença desses novos padrões habitacionais ao momento histórico vivido pela capital, marcado pela modernização urbana e pela mudança nos modos de vida. Mapeia as vozes que, consolidadas nos grupos republicanos desde 1889, pronunciavam a superação da cidade antiga – do século XIX – e afirmavam um novo modelo de cidade. Utiliza como fontes principais crônicas urbanas produzidas por intelectuais locais e periódicos, destacadamente A República. Trabalha com crônicas que incluem desde enunciados sobre o passado “colonial” às preocupações sobre a atuação do Estado na ordenação do espaço publico. Identifica nas crônicas as motivações políticas e os elementos inerentes ao próprio capitalismo que favoreceram para as mudanças corridas no espaço urbano. Demonstra que a gradual ocupação da Cidade Nova, com um padrão inovador na arquitetura das casas e na organização do espaço público, representou importante mutação na cidade, que passou a dispor de uma área estritamente residencial e destinada a abrigar as famílias de maior poder econômico. Identifica, a partir dos vários discursos, maneiras de viver que se afirmaram na transição do século desde o início do século XX e atingiram seu auge a partir da década de 1920, sendo estas representativas do apego ao refinamento e à ordenação no âmbito da vida privada de suas elites urbanas.

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  • Analisa a presença de novos padrões de moradia em Natal, detectados na construção da região da Cidade Nova, nos primeiros anos do século XX. Associa a presença desses novos padrões habitacionais ao momento histórico vivido pela capital, marcado pela modernização urbana e pela mudança nos modos de vida. Mapeia as vozes que, consolidadas nos grupos republicanos desde 1889, pronunciavam a superação da cidade antiga – do século XIX – e afirmavam um novo modelo de cidade. Utiliza como fontes principais crônicas urbanas produzidas por intelectuais locais e periódicos, destacadamente A República. Trabalha com crônicas que incluem desde enunciados sobre o passado “colonial” às preocupações sobre a atuação do Estado na ordenação do espaço publico. Identifica nas crônicas as motivações políticas e os elementos inerentes ao próprio capitalismo que favoreceram para as mudanças corridas no espaço urbano. Demonstra que a gradual ocupação da Cidade Nova, com um padrão inovador na arquitetura das casas e na organização do espaço público, representou importante mutação na cidade, que passou a dispor de uma área estritamente residencial e destinada a abrigar as famílias de maior poder econômico. Identifica, a partir dos vários discursos, maneiras de viver que se afirmaram na transição do século desde o início do século XX e atingiram seu auge a partir da década de 1920, sendo estas representativas do apego ao refinamento e à ordenação no âmbito da vida privada de suas elites urbanas.
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  • JANIO GUSTAVO BARBOSA
  • A festa da urbe e o nascimento da cidade: “A Cidade Antiga” como prelúdio da Modernidade
  • Orientador : MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELDER DO NASCIMENTO VIANA
  • MARIA EMILIA MONTEIRO PORTO
  • RAIMUNDO BARROSO CORDEIRO JUNIOR
  • Data: 01/09/2008

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  • Este trabalho é fruto de uma pesquisa que visa compreender de que maneira a obra Cidade Antiga do historiador francês Fustel de Coulanges construiu um modelo moral para as instituições e para a construção do território francês no século XIX, entendido como “A Cidade Moderna”. Nosso intuito é apresentar um estudo sobre a maneira como a cidade antiga foi construída, levando em consideração suas ligações com as reformas espaciais e o debate nacionalista do Oitocentos na França. Nesse sentido, vamos além das obras da historiografia do século XIX sobre esse tema e dos artigos e ensaios do começo do século XX, ao ligarmos a narrativa cientificista de Fustel com o debate urbanista na França desse período e sua contribuição, através dessa ligação entre história e espaço, com a instrução nacional dos indivíduos e a formação da identidade francesa. Desse modo, entendemos que História, Nação e Espaço foram as bases de sustentação da tese de Coulanges acerca da Cidade Antiga e da formação do território francês. Além disso, o debate historiográfico entre franceses e alemães sobre as origens de suas respectivas nações influenciaram Coulanges na perspectiva de narrar uma história da Antiguidade, levando em consideração a abordagem cultural do passado e as Instituições modernas.

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  • Este trabalho é fruto de uma pesquisa que visa compreender de que maneira a obra Cidade Antiga do historiador francês Fustel de Coulanges construiu um modelo moral para as instituições e para a construção do território francês no século XIX, entendido como “A Cidade Moderna”. Nosso intuito é apresentar um estudo sobre a maneira como a cidade antiga foi construída, levando em consideração suas ligações com as reformas espaciais e o debate nacionalista do Oitocentos na França. Nesse sentido, vamos além das obras da historiografia do século XIX sobre esse tema e dos artigos e ensaios do começo do século XX, ao ligarmos a narrativa cientificista de Fustel com o debate urbanista na França desse período e sua contribuição, através dessa ligação entre história e espaço, com a instrução nacional dos indivíduos e a formação da identidade francesa. Desse modo, entendemos que História, Nação e Espaço foram as bases de sustentação da tese de Coulanges acerca da Cidade Antiga e da formação do território francês. Além disso, o debate historiográfico entre franceses e alemães sobre as origens de suas respectivas nações influenciaram Coulanges na perspectiva de narrar uma história da Antiguidade, levando em consideração a abordagem cultural do passado e as Instituições modernas.
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