Banca de DEFESA: INGRID DE CARVALHO LAVOR

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : INGRID DE CARVALHO LAVOR
DATA : 05/07/2019
HORA: 14:30
LOCAL: Sala de Aula 02 – SEPA
TÍTULO:

NARRATIVAS DE CRIANÇAS SOBRE O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL: ABRINDO A CAIXA DAS MEMÓRIAS, EXPERIÊNCIAS E EXPECTATIVAS

 


PALAVRAS-CHAVES:

crianças; acolhimento institucional; abordagem (auto) biográfica.


PÁGINAS: 200
RESUMO:

O acolhimento institucional é uma medida provisória, de caráter excepcional, utilizada apenas quando a criança se encontra em contexto de risco. A institucionalização de crianças e adolescentes no Brasil está presente desde a época colonial, tendo passado por várias transformações até o reconhecimento da criança como sujeito de direitos, em condição peculiar do desenvolvimento e prioridade absoluta, dentro da doutrina da proteção integral.  O referencial teórico desta pesquisa conjuga a Sociologia da Infância, que demarca as crianças como ponto de partida para investigações científicas e a Abordagem Autobiográfica que permite a reconexão, nas pesquisas sobre o humano, entre a razão, concebida enquanto sujeito epistêmico (do conhecimento) e a emoção, concebida enquanto sujeito empírico (da experiência). A presente pesquisa visou compreender de que forma as crianças significam a experiência do acolhimento institucional, em suas histórias de vida, nos momentos anteriores a experiência do acolhimento institucional, durante a experiência de estar em acolhimento e as perspectivas e projeções futuras. Estudo compreensivo, de natureza qualitativa, a pesquisa foi realizada com a participação de 6 crianças acolhidas na Unidade de Acolhimento II, entre 7 e 13 anos, em Natal-RN, dois meninos e quatro meninas. Etapas da pesquisa: (a) Observação participante; (b) Conversas com as crianças: momento no qual, foram trabalhados três eixos principais referentes aos objetivos específicos e mediados por recursos lúdicos construídos a partir da entrada em campo. Esses recursos foram: (a) “Caixinha de memórias”, referente às memórias anteriores ao acolhimento; HQ - História em quadrinhos, sobre o estar na Unidade II; (b) “Cartas para o futuro” referente ao futuro. Somando-se a esses, também foram escritas cartas para o juiz da vara de infância, como fechamento do processo. A trajetória analítico-interpretativista desta pesquisa apoia-se na hermenêutica autobiográfica. Algumas categorias temáticas foram produzidas a partir de unidades de sentidos das narrativas. Percebe-se a partir dessa construção, que se trata de um ambiente institucional marcado por mudanças e rupturas, além de muitas demandas. Quanto aos resultados, observamos: (a) As crianças conseguem narrar suas histórias, embora não sem marcas, mas com as significações possíveis; (b) Elas percebem a transitoriedade de suas relações, e do lugar onde habitam, elas compreendem a necessidade de serem cuidadas e por vezes se deparam com uma proteção, desprotegida; (c) O brincar se destaca como recurso, as crianças imaginam e criam seu mundo, a despeito das descontinuidades que dele fazem parte; (d) Elas apresentam uma necessidade de maior participação e reivindicações referentes a casa e ao ambiente em que vivem, bem como as decisões jurídicas sobre seus futuros; (e) Apesar dos conflitos familiares, as crianças apostam em suas famílias e buscam se projetar em um futuro com sonhos ligados a profissões ou mesmo ao estar com a família. Por fim, defende-se nessa pesquisa, a relevância de estudos que tragam as histórias de vida das crianças participantes como escopo fundamental para a construção de conhecimento na área da infância e para subsidiar construção de políticas públicas voltadas para as crianças.


MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 1298984 - CLARA MARIA MELO DOS SANTOS
Presidente - 1720819 - ILANA LEMOS DE PAIVA
Externa à Instituição - MARIA DA CONCEICAO FERRER BOTELHO SGADARI PASSEGGI - UCSP
Externa à Instituição - ROSANGELA FRANCISCHINI - UMinho
Notícia cadastrada em: 18/06/2019 14:39
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