Banca de DEFESA: ANA LUISA DOS SANTOS MEDEIROS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA LUISA DOS SANTOS MEDEIROS
DATA : 25/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Sessão pública realizada por meio de videoconferencia
TÍTULO:

PADRÕES NA COMPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DE DIFERENTES CLASSES DE ANIMAIS SILVESTRES: REVISÃO SISTEMÁTICA


PALAVRAS-CHAVES:

Carne. Animais silvestres. Composição nutricional. Segurança Alimentar e Nutricional.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

A carne derivada da caça de animais silvestres é fundamental para a segurança alimentar de comunidades tradicionais. No entanto, ainda são escassas as informações sobre o perfil nutricional desses alimentos. Neste estudo desenvolvemos uma revisão sistemática com o objetivo de examinar a influência de diferentes partes do animal (músculo versus vísceras) e da classe taxonômica (mamíferos, aves, répteis) na composição nutricional da carne de caça. Utilizamos o protocolo PRISMA para selecionar artigos de diversas bases de dados, aplicando um questionário de qualidade e uma análise de concordância (Kappa de Fleiss = 1,00) para assegurar a robustez dos estudos incluídos. Empregamos técnicas de inteligência artificial (KNearest Neighbors) para estimar valores nutricionais não reportados em 22 artigos selecionados, que abrangem 33 espécies de animais e 10 nutrientes essenciais (macronutrientes e minerais). Considerando a natureza dos dados, realizamos testes paramétricos ou não paramétricos, adotando um valor-p de 0.05 para determinar a significância estatística dos resultados e, por fim, em situações de diferenças significativas, procedemos com testes post hoc. Nossos resultados revelam variações significativas na composição nutricional entre as diferentes partes do corpo e entre as classes de animais. As vísceras de répteis, por exemplo, apresentam mais que o dobro do teor de lipídeos (p = 0.0486) e o triplo de ferro (p = 0.00000) quando comparadas aos músculos. No caso dos mamíferos, as vísceras contêm cinco vezes mais ômega 6 (p = 0.0000000153) e selênio (p = 0.0000114), quatro vezes mais ferro e manganês (p = 0.00000 e p = 0.00000000272, respectivamente) e quase o dobro de zinco (p = 0.000232) em comparação com os músculos. Observamos também diferenças na composição nutricional entre as classes, destacando-se o teor de lipídeos nas aves, superior em mais de 90% aos encontrados nos músculos dos mamíferos (p = 0.000327) e 20% aos dos répteis (p = 0.0376); o zinco em mamíferos, com valores mais de 100% superiores aos das aves (p-value = 0.00192); e o selênio nos répteis, ultrapassando em mais de 400% as aves (p-value = 0.00379). Contudo, não identificamos diferença significativa no conteúdo de ferro entre mamíferos e aves, o que pode ser atribuído ao método de abate das aves e não aos aspectos fisiológicos da classe. Concluímos que a carne de caça, no contexto das populações que consomem esse alimento, deve ser tratada como um recurso relevante tanto pela dimensão do acesso, no que diz respeito ao conceito de segurança alimentar, como pela dimensão da utilização, dada a sua qualidade nutricional. Este estudo não apenas preenche uma lacuna de um perfil nutricional abrangente da carne de caça, mas também introduz, pela primeira vez no contexto da análise desse recurso, uma metodologia para o tratamento de dados ausentes (K-Nearest Neighbors), oferecendo uma solução analítica para enfrentar a escassez de dados, considerando os dilemas éticos e legais na análise da vida silvestre. As conclusões deste trabalho podem nortear aspectos nutricionais em políticas de segurança alimentar, bem como decisões de manejo da vida silvestre em políticas de conservação, buscando um equilíbrio entre conservação e subsistência. 


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - André Pinassi Antunes
Interna - 3211846 - KARLA SUZANNE FLORENTINO DA SILVA CHAVES DAMASCENO
Presidente - 3859825 - MICHELLE CRISTINE MEDEIROS JACOB
Notícia cadastrada em: 12/03/2024 13:21
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