ANÁLISE DE FATORES DE RISCO CARDIOMETABÓLICOS EM UMA COORTE DO ESTUDO BRAZUCA/NATAL RN
Doenças cardiovasculares. Fatores de risco. Avaliação nutricional.
As doenças cardíacas são a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por grande parte de hospitalizações e custo para o serviço público. A estratificação do risco cardiovascular e controle nos fatores de risco modificáveis na população, são intervenções cruciais e eficazes para a prevenção e controle dessas enfermidades. Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi identificar e analisar os fatores de risco cardiometabólicos em uma coorte. Esse estudo é do tipo coorte prospectivo, que está vinculado ao estudo multicêntrico “Estudo Brazuca: Brazilian Usual Consumption Assessment, CAEE n° 60777522.0.0000.5292. Foram comparados os dados obtidos dos 112 participantes da coleta inicial realizada em 2019 com os dados atuais de 2024, obedecendo os mesmos critérios metodológicos da primeira análise. Foram coletados dados sociodemográficos, clínicos, bioquímicos e antropométricos. Em seguida foi calculado o escore de risco global e definido o risco cardiovascular. Avaliou-se também parâmetros antropométricos (IMC, PC e PP) e bioquímicos (TG,CT,LDL e HDL), e realizado outros índices para estratificação do risco cardiometabólico. Para comparação da variação das variáveis foi realizado o teste paramétrico. A curva ROC foi utilizada para identificar o índice de risco cardiovascular com melhor predição. Por fim, realizou-se um teste de correlação entre o índice de melhor predição e variáveis antropométricas e bioquímicas. Observou-se um aumento na variação de todos os parâmetros analisados durante a pandemia, com destaque para triglicerídeos (4,55mg/dL, p=0,680), lipoproteína de baixa densidade (3,93mg/dL, p=0,503) e perímetro da cintura (3,36cm, p=0,487). O Índice Aterogênico no Plasma (IAP) teve um valor preditivo significativo quando comparado ao padrão ouro (AUC= 0,21, p=0,031). O IAP também teve uma correlação positiva e franca com o Índice de Massa Corporal (IMC) (p=0,047, rho =0,372). Portanto, conclui-se que houve aumento nos parâmetros bioquímicos e antropométricos durante a pandemia, estes podendo contribuir para o risco de doenças cardiovasculares. Por fim, o controle nesses fatores de risco modificáveis e utilização do IAP podem ser coadjuvantes prevenção primária e estratificação do risco para doenças cadiometabólicas, respectivamente, auxiliando na prevenção de enfermidades e agravos na saúde da população estudada.