Banca de QUALIFICAÇÃO: PRISCILA GOMES DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PRISCILA GOMES DE OLIVEIRA
DATA : 20/06/2022
HORA: 08:30
LOCAL: Sala de reuniões do Departamento de Nutrição/UFRN
TÍTULO:

Impacto do consumo de alimentos ultraprocessados na saúde materno-infantil: uma análise na composição de vitamina A do leite materno

PALAVRAS-CHAVES:

Processamento de alimentos. Consumo alimentar. Retinol. Lactação. Aleitamento materno.

PÁGINAS: 92
RESUMO:

O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) tem impactado negativamente na qualidade da dieta, no aumento de riscos de agravos à saúde e de deficiência de micronutrientes na população adulta, como baixa ingestão de vitamina A. Ainda há poucas evidências que estudem o impacto desse consumo na saúde materno-infantil, sendo de grande importância sistematizar essas informações e explorar a relação entre AUP e a composição do leite materno. O objetivo deste trabalho foi analisar o impacto do consumo de AUP na saúde materno-infantil e na composição de vitamina A do leite materno. O trabalho foi dividido em duas etapas: na primeira etapa foi realizada uma revisão sistemática registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) (CRD42021236633), seguindo o PRISMA, nas bases de dados PubMed/Medline, Scopus, Web of Science, Scielo e diretório da CAPES. Os critérios de elegibilidade foram: a) consumo alimentar pela classificação NOVA, b) desfecho de saúde (nutricional e doenças) associados ao consumo de AUP; e c) estudos observacionais com a população materno-infantil (gestantes, lactantes e lactentes/crianças). Todos os dados foram analisados e extraídos para uma planilha estruturada por dois revisores independentes. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada com a Escala de Newcastle-Otawa. Na segunda etapa deste trabalho está sendo desenvolvido um estudo de corte transversal com mulheres lactantes atendidas em unidades de saúde de Natal-RN. As coletas de leite e recordatório de 24 horas são realizadas em dois momentos: 1º, com 30 a 120 dias após o parto e o 2º, com 30 a 60 dias após o 1º. A concentração de retinol no leite foi analisada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. Os resultados da revisão sistemática recuperaram 7.801 estudos e 15 contemplaram os critérios de elegibilidade. A maioria foram estudos de coorte (n= 8,53%), tinham crianças como população (n = 9, 60%) e apenas um estudo avaliou o consumo de AUP em mulheres lactantes. Uma maior participação de AUP na dieta tem sido associada ao aumento do ganho de peso, da adiposidade, do excesso de peso, desmame precoce, pior qualidade da dieta, doenças e consumo de plástico. Apenas um dos estudos incluídos não apresentaram alta qualidade metodológica. Nos dados parciais da segunda etapa deste trabalho, das 38 mulheres lactantes avaliadas foi encontrada 1,21 μmol/L (IC95% 0,99-1,43) de retinol no leite maduro, com 23% (n=9) de indicação de deficiência de vitamina A (≤ 1,05 μmol/L). Estimando teoricamente a ingestão do leite analisado conforme recomendação de volume diário (780 mL/dia), observou-se que 78,9% dos leites não atingiriam a ingestão recomendada de vitamina A (400 μgRE/dia), apresentando 261 μgRE/dia. Os estudos encontrados na revisão sistemática mostraram um impacto negativo dos AUP na saúde materno-infantil, com repercussões nos indicadores nutricionais, presença de doenças e toxicidade. Adicionalmente, demonstrou a necessidade de mais estudos na fase da lactação, justificando a importância da segunda etapa deste trabalho. Esta, mesmo em andamento, sugere uma inadequação de vitamina A no leite materno nas amostras analisadas, e as análises finais irão possibilitar entender se o consumo de AUP pode ser determinante para esse quadro.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2578592 - KARLA DANIELLY DA SILVA RIBEIRO RODRIGUES
Interna - 2646462 - BRUNA LEAL LIMA MACIEL
Interna - 1452705 - SEVERINA CARLA VIEIRA CUNHA LIMA