Banca de QUALIFICAÇÃO: MIRIAM FARIAS DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MIRIAM FARIAS DA SILVA
DATA : 24/09/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Sessão pública realizada por meio de vídeo conferência
TÍTULO:

Insegurança Alimentar, Qualidade de Vida e de Saúde em Pessoas com Deficiência: Estudo Brazuca Natal

PALAVRAS-CHAVES:

Segurança alimentar e nutricional, insegurança alimentar, qualidade de vida, pessoa com deficiência.

PÁGINAS: 41
RESUMO:

O número de Pessoas com Deficiência (PcD) tem aumentado continuamente no Brasil, e tal cenário está relacionado ao envelhecimento populacional, aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), elevada taxa de acidentes de trânsito e armas de fogo, avanços tecnológicos nos cuidados intensivos e de emergência, bem como relação com doenças infecciosas. PcD por sua vez, são mais vulneráveis e tendem a apresentar desfechos de saúde mais desfavoráveis em virtude das barreiras que enfrentam, resultando na desigualdade de acesso à educação, emprego, cuidados de saúde, qualidade de vida e consequentemente em insegurança alimentar (IA). Objetivo: Compreender a dimensão da insegurança alimentar e nutricional, qualidade de vida e das condições de saúde de PcD da pesquisa Brazuca Natal. Metodologia: Estudo híbrido, considerando estudo transversal e caso controle, realizado a partir do Estudo BRAZUCA Natal. Foram avaliadas 39 pessoas (16 adultos e 23 idosos) com deficiência para o estudo transversal. Para o caso controle, 115 pessoas (58 adultos e 62 idosos). A coleta de dados foi realizada de forma presencial entre agosto de 2019 a março de 2020, sendo suspensa devido à pandemia de COVID-19. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, de estilo de vida, condições de saúde e de desequilíbrios nutricionais. Foi aplicada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), questionários de Qualidade de Vida (QV) da Organização Mundial da Saúde – WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD e mensuradas medidas antropométricas. Resultados: A deficiência física foi a mais frequente (48,7%). A IA foi identificada em 56,4% da população, 81,6% não possuía trabalho remunerado, 86,8% relataram não beber e 78,6% não fumar e 44% apresentaram excesso de peso. Em relação a dificuldade na compra de alimentos, 63,2% (IC 47,4% – 78,9%) relataram dificuldade alta/extrema para industrializados e 57,9% (IC 42,1% – 73,7%) alimentos frescos. Proporção elevada tiveram dificuldades de comer em restaurantes (47,4%; IC 31,6% – 63,2%); para armazenar (52,6%; IC 36,8% – 68,4%); e para preparar alimentos (60,5%; IC 44,7% – 76,3%). Enquanto nenhuma ou baixa dificuldade foram encontradas para identificar alimentos impróprios para consumo (63,2%; IC 47,4 – 78,9); colocar alimento no prato (50%; IC 34,2 – 65,8); comer alimentos sólidos (55,3%; IC 39,5 – 71,1); alimentos pastosos (97,4%; IC 92,1 – 100); utilizar garfo e faca (62,2%; IC 47,4 – 78,9) e encher copos e garrafas (47,4%; IC 31,6 – 63,2). A maioria relatou a necessidade de cuidadores ou familiares para comprar alimentos (86,8%). Quando se comparou casos e controles, observou-se ocorrência de IA em 33,3% de PcD e 66,7% em não PcD (p=0,140). Entre as PcD houve maior proporção de IA grave (59,3%). Conclusão: PcD apresentam baixa autonomia para comprar e preparar os próprios alimentos, o que pode impactar nas escolhas alimentares e em hábitos não saudáveis. PcD não apresentaram maiores proporções de IA em relação a não PcD na população avaliada. A QV de PcD foi baixa, e quando comparado com pessoas sem deficiência observou-se que o domínio físico foi o que apresentou maior diferença média, colocando as PcD em condição pior.

MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 1692571 - ANNA CECILIA QUEIROZ DE MEDEIROS
Presidente - 2149611 - CLELIA DE OLIVEIRA LYRA
Interna - 2306763 - KARINE CAVALCANTI MAURICIO DE SENA EVANGELISTA
Interna - 1891751 - URSULA VIANA BAGNI