ÍNDICE INFLAMATÓRIO DIETÉTICO ASSOCIADO AO ESTADIAMENTO TUMORAL EM PACIENTES COM NEOPLASIA DA TIREOIDE NO ESTADO DO RIO GRANDE NO NORTE
Câncer de Tireoide, Consumo Alimentar, Índice Inflamatório da dieta, Ingestão de Nutrientes, Prognóstico Histopatológico.
O câncer de tireoide (CT) corresponde ao tumor mais comum do sistema endócrino. Fatores dietéticos podem trazer benefícios na diminuição do risco de CT ou na gravidade do mesmo. O estudo teve como objetivo avaliar a associação entre o consumo alimentar e dietético, o índice inflamatório e dietético e o estadiamento histopatológico tumoral (invasão angiolinfatica, extensão tieroidiana, metástase linfonodal e multicentricidade) de pacientes com neoplasia da tireoide no estado do Rio Grande do Norte. Trata-se de um estudo transversal que incluiu 98 indivíduos atendidos na Liga Contra o Câncer, submetidos à tireoidectomia total ou parcial por suspeita de neoplasia maligna da tireoide. Para avaliação do consumo alimentar e dietético e Índice Inflamatório Dietético (IID) foi aplicado o Recordatório de 24 horas (R24h) coletado em três momentos. As análises e classificações citológicas e histopatológicas dos tumores foram realizadas no Laboratório de Patologia do Hospital Luiz Antônio (HLA) por médicos patologistas. Utilizou-se os testes t de Student, Mann–Whitney, Qui-quadrado ou teste exato de Fisher e Regressão Logística Binária quando apropriado. Os pacientes foram classificados como: Neoplasia benigna (n=25) e maligna (n=73). Foram encontradas associações significativas entre o Colesterol (p=0,007), Iodo (p=0,028), Ômega 3 (p=0,031), Vitamina D (p=0,041) e a presença de nódulos malignos, com a ingestão de Colesterol > 246,97 g associada a 13,00 vezes maiores chances de malignidade. Vitamina D (p=0,031) e Ômega 3 (p=0,039) estiveram associados com a presença de invasão angiolinfática. Cálcio (p=0,008) e Cafeína (p=0,027) foram associados com extensão extratireoidiana, com a ingestão de cálcio > 640,06 mg representando fator proteção de 5,43. Vitamina E associou-se com a presença de metástase linfonodal (p=0,029). Vitamina B6 (p=0,026) esteve associada à presença de multicentricidade. A ingestão de vitamina A > 276,17 mcg foi associada a 4,714 e 6,111 maiores chances de presença de multicentricidade e extensão extratireoidiana e a ingestão de riboflavina > 2,4 mg foi associada a 4,375 maiores chances de presença de extensão extratireoidiana. Em relação ao IID não foram encontradas associações com o estadiamento histopatológico do CT. Os hábitos alimentares parecem associar-se ao estadiamento tumoral histopatológico do carcinoma da tireoide, sendo necessários mais estudos e investigações que se confirmados podem ter implicações importantes para a saúde pública.