O estresse oxidativo e o desenvolvimento do córtex auditivo em ratos modelo de autismo: efeito da Lidibia Ferrea na formação das redes perineuronais
autismo, córtex auditivo, desenvolvimento
O período crítico é uma época pós-natal em que o desenvolvimento cortical é altamente suscetível à plasticidade induzida pelos estímulos sensoriais do ambiente. Os eventos que ocorrem durante a abertura e o fechamento do período crítico têm então, impactos importantes sobre a formação dos mapas corticais de processamento sensorial, e também sobre a percepção sensorial na vida adulta. Tem sido descrito na literatura que a abertura do período crítico do desenvolvimento pós-natal é caracterizada pelo início da maturação dos interneurônios parvalbumino-positivos (PV+) no córtex sensorial. Esta maturação se inicia quando componentes da matriz extracelular começam a envolver os interneurônios PV+, formando redes perineuronais que estabilizam as sinapses destes neurônios, reduzem a plasticidade dependente de experiência sensorial e protegem as células PV+ do estresse oxidativo. Atualmente, sugere-se que a fisiopatologia do transtorno do espectro autista (TEA) envolva alterações nas células PV+ e nas redes perineuronais por aumento do estresse oxidativo, que resultariam de modificações nas condições locais necessárias para iniciar e fechar o período crítico de áreas corticais sensoriais. O TEA, por sua vez, é uma desordem do neurodesenvolvimento clinicamente caraterizada por déficits de comunicação, falta de interação social e comportamentos repetitivos com interesse restrito. A presente monografia de pesquisa sugere que os déficits de percepção auditiva originados no córtex auditivo primário (A1) em indivíduos com TEA possam estar relacionados a falhas na abertura ou fechamento do período crítico para o desenvolvimento espectral de A1, como consequência do estresse oxidativo das células PV+ e do prejuízo no desenvolvimento da rede perineuronal. Portanto, irá descrever os efeitos da administração intraperintoneal do extrato de Libidia Ferrea, durante o período crítico do desenvolvimento espectral de A1, no desenvolvimento das redes perineuronais.