ARGUMENTAÇÃO PERSUASIVA: UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DA ESCRITA DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
Argumentação. Gêneros textuais. Artigo de opinião.
Por muitos motivos, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs defendem propostas pedagógicas que assumam enquanto objeto de ensino-aprendizagem uma diversidade de gêneros textuais. Entre eles, destaca-se a necessidade de formar indivíduos com competência linguística para que possam interagir em uma pluralidade de situações comunicativas. Nessa perspectiva, tomamos o artigo de opinião como um importante gênero para o funcionamento das relações sociais, uma vez que, são os argumentos que geram os parâmetros dos valores da sociedade e que, por isso, orientam os comportamentos dos grupos sociais. O pleno exercício da cidadania é, portanto, muito relacionado à capacidade dos sujeitos de compreenderem e atuarem nas diversas situações que envolvem a argumentação. Todavia, é notório que os alunos do ensino fundamental II possuem muitas dificuldades para assumir um posicionamento diante de uma questão de polêmica social. Nesse sentido, nossa pesquisa possui o objetivo de sugerir uma proposta de sequência didática para a escrita do gênero artigo de opinião. Justificamos a escolha desse gênero por ser capaz de propiciar a discussão sobre valores que fundamentam a tomada de posição em situações sociais polêmicas, resultando no efetivo exercício da cidadania. Mas, para isso, é necessário conhecer as condições de produção, parâmetro indispensável e que também será discutido em nossa sequência didática, uma vez que é fundamental para a produção do discurso. A abordagem metodológica adotada neste estudo baseia-se em uma pesquisa qualitativa-interpretativa, com foco na pesquisa-ação, porque trabalharemos junto aos alunos com sequências didáticas. A fundamentação teórica seguirá a perspectiva do interacionismo sociodiscursivo (ISD). Para isso, adotaremos a concepção de língua de Bakhtin (2003), a perspectiva de gênero textuais de Marcuschi (2008), a visão de Antunes (2003) sobre o ensino de Língua Portuguesa, a definição de argumentação de Perelman (1996) inerente à Nova Retórica e o aporte teórico de Bronckart, Schneuwly e Dolz (2004), pesquisadores pertencentes à escola de Genebra. Também nos ancoramos no conceito de sequências textuais propostos por Adam (1992) e Magalhães (2014). Portanto, esperamos que, ao final de nossa intervenção, os alunos possam escrever artigos de opinião nos quais consigam se posicionar de forma eficaz e crítica diante de questões sociais polêmicas. Desse modo, objetivamos ajudar os alunos a exercer o papel de sujeitos conscientes e atuantes, aptos a utilizar argumentos convincentes e éticos e, principalmente, capazes de colaborar para a reconstrução de valores tão necessários para o bem-estar coletivo.