Loucura e amor sexual na metafísica de Arthur Schopenhauer
Amor sexual. Impulso sexual. Loucura. Vontade.
A presente dissertação tem como objeto direto de investigação o entrelaçamento entre a teoria da loucura e o amor sexual na metafísica de Arthur Schopenhauer. Este exame se dá, especialmente, a partir das leituras do segundo tomo de O Mundo como Vontade e como Representação (1844), sobretudo no capítulo 32 que trata Sobre a Loucura, e capítulo 44, intitulada de A Metafísica do Amor Sexual. A intersecção proposta entre a loucura e o amor sexual diz respeito aos embates que os desejos imperativos da Vontade – representados na estrutura da natureza pelo impulso sexual – têm com a racionalidade humana, no que tange aos interesses dissonantes entre o querer determinante da natureza (o interesse da espécie) e o querer racionalizado humano. Nesse sentido, o choque entre estes dois interesses faz com que surja a possibilidade da loucura como ponto da fissão presente nesse conflito, uma vez que a loucura, aqui, será a atividade que visa solucionar um possível prejuízo ao indivíduo, enquanto exercício da Vontade de vida. Este conflito se apresenta na perspectiva que a ideia metafísica do amor sexual, no campo da representação, é um artifício utilizado pela Vontade para enganar o homem e objetivar seu querer intempestivo. Em síntese, a proposta de atuação da loucura no amor sexual realizar-se-á em relação aos possíveis problemas que a efetivação do impulso sexual pode encontrar no seu trajeto até a finalidade do enamorar-se.