Dissertações/Teses

Clique aqui para acessar os arquivos diretamente da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRN

2024
Teses
1
  • MARCIA DOS SANTOS FONTES
  • Corpo e Capital em Marx

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE LUÍS GRESPAN
  • JOÃO CARLOS KFOURI QUARTIM DE MORAES
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • SILVANA DE SOUZA RAMOS
  • Data: 25/03/2024

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo da presente pesquisa é investigar a relação entre corpo e capital nos escritos de Karl Marx, traçando um percurso cujo ponto de partida serão os Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844, onde buscaremos compreender porque Marx se direciona a uma explanação da produção da corporalidade humana, dos sentidos humanos, enquanto faz a crítica do trabalho sob o modo de produção burguês nestes escritos que representam, em sua trajetória, o início de seus estudos sobre economia política. Buscaremos investigar de que modo esta teorização
    do corpo aparece enquanto pressuposição e posição nos estudos críticos da maturidade de Marx que serão sistematizados na obra magna O Capital, livro I. Neste, ao exprimir o movimento do capital tornado sujeito, Marx nos revela a relação entre a corporalidade humana e a incorporeidade do valor servindo-se do conceito fisiológico de “metabolismo” tanto como analogia explicativa acerca do funcionamento do modo de produção do capital,
    como da representação real da condição do corpo no processo de produção do valor, onde os corpos, indiferenciados no trabalho abstrato e, ao mesmo tempo, hierarquizados no mercado, aparecem como órgãos do capital que funcionalizam vitalmente as suas determinações e expressam suas contradições.


  • Mostrar Abstract
  • This research aims to investigate the relationship between body and capital in the writings of Karl Marx, tracing a path whose starting point will be the Economic-Philosophical Manuscripts of 1844, where we will seek to understand why Marx directs himself to an explanation of the production of human corporeality, of human senses, while criticizing work under the bourgeois mode of production in these writings that represent, in his trajectory, the beginning of his studies on political economy. We will seek to investigate how this theorization of the body
    appears as a presupposition and position in the critical studies of Marx's maturity that will be systematized in the magnum opus Capital, book I. In this, by expressing the movement of capital becoming a subject, Marx reveals to us the relationship between human corporeality and the incorporeality of value using the physiological concept of “metabolism” both as an explanatory analogy about the functioning of the capital production mode, and as a real
    representation of the condition of the body in the value production process, where bodies, undifferentiated in abstract work and, at the same time, hierarchical in the market, appear as organs of capital that vitally functionalize its determinations and express its contradictions.

2
  • CLAUDIO ANANIAS ALVES DOS SANTOS
  • A VONTADE DIABÓLICA COMO UM MAL PSÍQUICO FRENTE AO PROBLEMA DO MAL NO INDIVÍDUO SEGUNDO KANT

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS MOISÉS DE OLIVEIRA
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • MARIA JOSE DA CONCEICAO SOUZA VIDAL
  • RAQUEL PATRIOTA DA SILVA
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • Data: 03/04/2024

  • Mostrar Resumo
  • A discussão do mal na filosofia kantiana pode ser vista no tocante às ações humanas, em como o bem e o mal são colocados como esquemas derivados da lei moral, ou seja, quando as ações se estabelecem como boas ou más; e concernente ao indivíduo que age, isto é, na análise da natureza do indivíduo, em seu caráter. As principais obras de Kant que discutem o tema na primeira forma são Fundamentação da metafísica dos costumes e Crítica da razão prática. E a obra que discute o tema na segunda forma é A religião nos limites da mera razão. Quanto ao mal a partir do indivíduo, ou o que seria o mal na natureza do indivíduo, ao se deparar com a lei moral em sua razão pura, o ser humano tem uma disposição para o bem e uma propensão para o mal. Kant sustenta que essa propensão se distingue em fragilidade, impureza e malignidade, mas não em uma vontade diabólica que coloca a razão livre do comando da lei moral. O presente trabalho busca verificar se haveria um caso em que tal vontade diabólica poderia ser estabelecida, não obstante o descarte do filósofo quanto a tal condição no ser humano. A partir das obras de Kant sobre filosofia moral, bem como de sua Antropologia de um ponto de vista pragmático e seu escrito pré-crítico Ensaio sobre as doenças da cabeça, bem como de comentadores kantianos nesse mesmo âmbito, busca-se ir além da proposição kantiana para o mal, e sustentar a tese de que um caso para a vontade diabólica pode ser configurado na afetação patológica (doentia) da psique acomodada na condição da psicopatia. A saber: mesmo possuindo a razão prática que tem como objeto o bem e o mal, a afetação doentia da mente exclui a razão pura prática que coloca a lei moral como incentivo. Essa configuração acarretaria a condição de um ser diabólico.

     

     

     

     


  • Mostrar Abstract
  • The discussion of evil in Kantian philosophy can be seen in relation to human actions, in how good and evil are placed as schemes derived from the moral law, that is, when actions are established as good or bad; and concerning the individual who acts, that is, in the analysis of the nature of the individual, in his character. Kant's main works that discuss the topic in the first way are Groundwork of the Metaphysics of Morals and Critique of Practical Reason. And the work that discusses the theme in the second form is Religion within the boundaries of mere reason. As for evil from the individual, or what would be evil in the individual's nature, when faced with the moral law in its pure reason, the human being has a disposition towards good and a propensity towards evil. Kant maintains that this propensity is distinguished by fragility, impurity and malignancy, but not by a diabolical will that sets reason free from the command of the moral law. The present work seeks to verify whether there would be a case in which such a diabolical will could be established, despite the philosopher's dismissal of such a condition in human beings. Based on Kant's works on moral philosophy, as well as his Anthropology from a Pragmatic Point of View and his pre-critical writing Essay on Diseases of the Head, as well as Kantian commentators in the same field, we seek to go beyond the proposition Kantian approach to evil, and support the thesis that a case for diabolical will can be configured in the pathological (sick) affectation of the psyche accommodated in the condition of psychopathy. Namely: even though we possess practical reason that has good and evil as its object, the unhealthy affectation of the mind excludes pure practical reason that places the moral law as an incentive. This configuration would result in the condition of a diabolical being.

     

     

     

     

2023
Dissertações
1
  • FLÁVIO ALBERTO DOS SANTOS COSTA
  • O Estado na obra de Marx e Engels
  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • POLYANA CRISTINA TIDRE
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • Data: 15/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação têm como objetivo explicar o que significa o Estado a partir da obra de Marx e Engels. De acordo com estes autores, a instituição sofreu diversas transformações desde a sua criação, no entanto, o que todas as formas de Estado possuem em comum é o aspecto de instrumento de opressão da classe dominante. Assim como as classes sociais, o Estado nem sempre existiu e nem existirá para sempre, se trata de uma instituição que corresponde à um determinado grau de desenvolvimento da capacidade de produção social. O conflito entre o avanço das forças produtivas e o modo em que a sociedade se organiza para produzir e reproduzir os meios de vida é refletido nas lutas de classe e na criação e extinção das instituições sociais. Com a finalidade de entender o que significa o Estado para os criadores do socialismo científico, nossa pesquisa investiga o surgimento da instituição, a relação entre Estado e ideologia e a transição para a ditadura do proletariado e o fim do Estado a partir dos pressupostos do materialismo dialético.


  • Mostrar Abstract
  • This dissertation aim to explain what means the State from the works of Marx and Engels. According to these authors, the institution has undergone several transformations since its creation, however, what all forms of State have in common is the aspect of instrument of opression of the ruling class. Just like the social classes, the State did not aways exist or exist forever, it is an institution thats corresponds to a certain degree of development of social producion capacity. The conflict between the productive forces and the way in which society organizes itself to produce and reproduce the means of life is reflected in class struggles and the creation and extinction of social institutions. In order to understand what the state means for the creators of scientific socialism, our research investigates the emergence of the institution, the relationship between state and ideology and the transition to the dictatorship of the proletariat and the end of the state from the assumptions of dialectical materialism.

2
  • LUCAS FERREIRA RODRIGUES
  • A ideologia e o pensamento revolucionário

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • ANA SELVA CASTELO BRANCO ALBINATI
  • Data: 16/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • A palavra ideologia foi criada no final do século XVIII pelo filósofo francês Destutt de Tracy e referia-se, inicialmente, ao estudo das ideias. Porém, nos anos seguintes, ela passou por modificações em seu significado e quando Marx e Engels conheceram o termo seu uso corrente tinha outro sentido: um pensamento abstrato, metafísico, distante da realidade. É com esse sentido que os dois pensadores revolucionários passam a utilizá-lo, inicialmente, em seus escritos. No entanto, podemos encontrar em suas obras, outras acepções da palavra ideologia: ilusão, consciência invertida, falsa consciência, conjunto de ideias; sempre ligada à classe burguesa, que domina politicamente. Esse trabalho trata dos sentidos do termo ideologia na perspectiva marxista; como ela é propagada à toda a sociedade; sua relação com as instituições, o Estado e o pensamento. Ademais, ressalto o caráter dialético das instituições e a importância da disputa de ideias, sendo as ideias ligadas à emancipação da classe trabalhadora e ao fim da sociedade de classes, uma contraposição à ideologia dominante.


  • Mostrar Abstract
  • The word “ideology” was created at the end of the eighteenth century by the French philosopher Destutt de Tracy and initially referred to the study of ideas. However, in the following years, its meaning underwent changes, and when Marx and Engels learned the term, its current use already had another meaning: an abstract, metaphysical thought, which is distant from reality. It is in this sense that the two revolutionary thinkers initially began to use it in their writings. Yet, we might find in his works other meanings to the word “ideology”: illusion, inverted consciousness, false consciousness, or set of ideas, always linked to the bourgeois class, which dominates politically. This work deals with the meanings of the term “ideology” from the Marxist perspective; how it is propagated throughout society; and its relationship with institutions, thinking, and the State. Furthermore, the dialectical character of the institutions and the importance of the dispute of ideas are highlighted, being the ideas both linked to the emancipation of the working class and the end of class society a counterpoint to the dominant ideology.

3
  • VALDICLEY EUFRAUSINO DA SILVA
  • A RECEPÇÃO DO CONCEITO DE NECROPOLÍTICA NO BRASIL

  • Orientador : FEDERICO SANGUINETTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DIEGO DOS SANTOS REIS
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • MARIA DE FATIMA LIMA SANTOS
  • MARIA JOSE DA CONCEICAO SOUZA VIDAL
  • Data: 03/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • Estabelecemos, no presente trabalho, uma leitura crítico-analítica acerca da recepção do conceito de necropolítica no atual cenário brasileiro. Para tanto, examinaremos, em primeiro lugar, a formulação do conceito a partir de um recuo investigativo, o qual chamamos de escavação. Tal empreendimento consiste em analisar, pontualmente, os debates propostos sobre biopolítica tanto em Michel Foucault quanto em Giorgio Agamben, assim como as discussões sobre raça, racismo e imperialismo apontadas por Hannah Arendt. Posteriormente à tarefa arqueo-genealógica, damos ênfase na elucidação, em si, da noção de necropolítica formulada por Achille Mbembe, investindo esforços em refletir sobre o estatuto paradoxal dos ditames inovadores da condição política identificada pelo pensador camaronês. Antes, o Estado era o principal responsável pelas formas de manejo e configurações dos mundos de vida e morte; já na atualidade, tais aspectos não se configuram somente por grupos sólidos, fixos, estáveis, mas por diversos grupos em diversas esferas sociais. Com isso, queremos dizer que não é somente o Estado que mata. Os exércitos privados, milícias e grupos paramilitares são exemplos explícitos desse ordenamento dentro/fora do poder convencionalmente conhecido, formulado e normalizado, o qual o filósofo chama de necropoder. Este produz tanto novos mundos de morte quanto amplia o direito de matar com irrestrita voracidade. Por fim, examinamos a recepção do conceito necropolítica no cenário brasileiro apontando o caráter multifacetado dos aportes analíticos contemporâneos no território. Nesse ínterim, o percurso nos alude identificarmos a brancura, e seus desdobramentos identitários identificados como branquitude e branquidade, como constitutivas da dinamicidade da produção de mortes incessantes de determinadas pessoas e grupos sociais, seja pelo Estado, seja pelo domínio para além dos poderes oficiais, em que matar, seja de modo físico, seja de modo psicológico, ou ainda, de modo simbólico, tornaram-se entretenimento e banalidade cotidiana. Diante desse cenário de extermínio, precisamos fazer novos questionamentos e encontrar novas respostas e ações que rompam com a estrutura hegemônica do neocolonialismo e neoimperialismo. Para tanto, precisamos repensar e rediscutir os sentidos da política no século XXI.


  • Mostrar Abstract
  • The aim of this research is to outline a critic-analytic reconstruction of the reception of the concept of necropolitics in Brazil. To this end, I will address the concept of necropolitics starting from a preliminary investigation which I call excavation. This preliminary investigation consists in a detailed analysis of the debates revolving around the concept of biopolitics in Michel Foucault and Giorgio Agamben, as well as of Hannah Arendt’s discussion about race, racism and imperialism. Then, I will elucidate Achille Mbembe’s notion of necropolitics and I will focus on the paradoxical status of the innovative features of this political strategy. While in the past the State was the main responsible for shaping the spheres of life and death and for dealing with them, nowadays life and death are not managed by solid, fixed and stable groups, but by different groups across different social spheres. This means that it is not just the State who kills. Free-fighters, militias and paramilitary groups are examples of this new political arrangement, which Mbembe calls necropower and which places itself inside/outside power as it is conventionally known, conceived and normatized. Necropower both produces new worlds of death and extends the right to kill with inconditional voracity. Lastly, I will examine the reception of the concept of necropolitics within the contemporary Brazilian landscape, emphasizing the different features of the contemporary analytic contributions in our country. Against this background, I will claim that whiteness and the identitary categories specified as branquitude and branquidade are constitutive of the dynamic character of the ceaseless production of deaths of determinate people and social groups prompted by the State and by non-official powers. Within this framework, killing - either literally, psychologically or symbolically - became entertainment and routine. In the face of this extermination machinery, we need both to produce new critical questions and to find new answers and strategies that break with neo-colonialism and neo-imperialism. To this aim, we need to rethink and rediscuss the meanings of politics in the XXI century.
     
4
  • ANTONIO DOUGLAS SAMPAIO RAMALHO
  • Loucura e amor sexual na metafísica de Arthur Schopenhauer

  • Orientador : FEDERICO SANGUINETTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • GILMARA COUTINHO PEREIRA
  • JAIR LOPES BARBOZA
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 04/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem como objeto direto de investigação o entrelaçamento entre a teoria da loucura e o amor sexual na metafísica de Arthur Schopenhauer. Este exame se dá, especialmente, a partir das leituras do segundo tomo de O Mundo como Vontade e como Representação (1844), sobretudo no capítulo 32 que trata Sobre a Loucura, e capítulo 44, intitulada de A Metafísica do Amor Sexual. A intersecção proposta entre a loucura e o amor sexual diz respeito aos embates que os desejos imperativos da Vontade – representados na estrutura da natureza pelo impulso sexual – têm com a racionalidade humana, no que tange aos interesses dissonantes entre o querer determinante da natureza (o interesse da espécie) e o querer racionalizado humano. Nesse sentido, o choque entre estes dois interesses faz com que surja a possibilidade da loucura como ponto da fissão presente nesse conflito, uma vez que a loucura, aqui, será a atividade que visa solucionar um possível prejuízo ao indivíduo, enquanto exercício da Vontade de vida. Este conflito se apresenta na perspectiva que a ideia metafísica do amor sexual, no campo da representação, é um artifício utilizado pela Vontade para enganar o homem e objetivar seu querer intempestivo. Em síntese, a proposta de atuação da loucura no amor sexual realizar-se-á em relação aos possíveis problemas que a efetivação do impulso sexual pode encontrar no seu trajeto até a finalidade do enamorar-se.


  • Mostrar Abstract
  • The present dissertation has as its direct object of investigation the intertwining between the theory of madness and sexual love in Arthur Schopenhauer's metaphysics. This examination takes place, especially, from readings of the second volume of The World as Will and as Representation (1844), especially chapter 32, which deals with Madness, and chapter 44, entitled The Metaphysics of Sexual Love. The proposed intersection between madness and sexual love concerns the clashes that the imperative desires of the Will - represented in the structure of nature by the sexual impulse - have with human rationality, regarding the dissonant interests between nature's determining will (the interest of the species) and the human rationalized will. In this sense, the clash between these two interests gives rise to the possibility of madness as a fission point present in this conflict, since madness, here, will be the activity that aims to solve a possible damage to the individual, as the exercise of the Will to live. This conflict is presented from the perspective that the metaphysical idea of sexual love, in the field of representation, is an artifice used by the Will to deceive man and objectify his untimely will. In synthesis, the proposal of the action of madness in sexual love will be carried out in relation to the possible problems that the effectuation of the sexual impulse may encounter on its way to the finality of falling in love.

5
  • ALBERTINA ELEANE NORT
  • SÊNECA E A FELICIDADE

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • RODRIGO VIDAL DO NASCIMENTO
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 13/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é apresentar a noção  de  vida feliz em Sêneca. Para alcançar esse objetivo serão consideradas as reflexões de Sêneca, dispostas nas obras: Da vida feliz (De uita beata) e Epístolas a Lucílio (Epistulae morales ad Lucilium). Um dos elementos importantes dessa discussão é a ideia de que a felicidade se encontra internamente em cada indivíduo e não nas coisas, nos bens ou nas pessoas. Outra premissa importante é a autoconfiança como fundamento da felicidade, assim como Sêneca sustenta. O reconhecimento do que sejam os vícios e as virtudes, complementam a argumentação e será central nessa tratativa.   A ideia de que o humano deve agir conforme a sua própria natureza é também fundamental para compreender o que Sêneca entende por felicidade. De forma secundária será avaliada  a  atemporalidade  do  conceito  de felicidade, assim como define o filósofo. Entende-se como atemporalidade algo que nunca perde sua validade. A atualidade se concretiza a partir do momento que a revelação das ideias de  Sêneca  sobre  a felicidade,  se torna emergente. Quando se propõe uma atemporalidade das ideias senequianas, não se quer dizer que essas ideias estão em pleno uso nesse tempo, contudo, se propõe um questionamento: existe uma demanda por essa forma de viver a felicidade?

     

     

     


  • Mostrar Abstract
  • The objective of this work is to present the notion of happy life in Seneca the Younger. To achieve this objective will be considered the reflections of Seneca encountered in the follow books: The Happy Life (De Vita Beata), Moral Epistles (Epistulae Morales ad Lucilium). One of the important elements of this discussion is the idea that happiness is encountered in each individual and not in the things, material goods and in the other people. Another important premise is self-confidence as the foundation of happiness, as Seneca maintains. The acknowledgement of what are vices and virtues completes the argumentation and will be central in this line. The idea that the human must act conforms to your self nature also is fundamental for comprehending what Seneca considers as happiness. In secondary form, it will be analyzed the atemporality of the concept of happiness, as defined by the philosopher. Atemporality is understood as something that never loses its validity. The actuality materializes from the moment that the revelation of Seneca's ideas about happiness becomes emergent. When one proposes a atemporality of Seneca's ideas, one does not mean that these ideas are in full use at our time, however, a question is proposed: is there a demand today for this way of experiencing happiness?

     

6
  • EDILSON CONSTANTINO DA SILVA
  • DEUS E O PROBLEMA LÓGICO DO MAL: UM ESTUDO DA PROPOSTA LÓGICO-MODAL DE ALVIN PLANTINGA

  • Orientador : SAMIR BEZERRA GORSKY
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • SÉRGIO RICARDO NEVES DE MIRANDA
  • VINCENZO CICCARELLI
  • Data: 11/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Um dos principais argumentos usados contra o teísmo – a crença em um Deus perfeitamente poderoso e bom – é o chamado problema do mal. No transcorrer dos séculos, filósofos expuseram o problema de múltiplas formas, mas nenhuma solução lógica definitiva pôde ser alcançada. Recentemente, a discussão foi reacendida no âmbito da filosofia analítica contemporânea. Na década de 1970 emergiu o mais formidável candidato à “solução lógica definitiva” em favor do teísmo – a saber, a proposta lógico-modal de Alvin Plantinga, conhecida como “Defesa do Livre-arbítrio”, segundo a qual é possível demonstrar a compatibilidade lógica entre Deus e o mal. Se for demonstrado que esses dois elementos podem logicamente coexistir, então o problema do mal, ao menos sua versão lógica, se dissolve e o conceito teísta de Deus se torna imune a esse tipo de objeção. Convém ressaltar que, embora a proposta de Plantinga não possua as mesmas pretensões teológicas que a teodiceia tradicional agostiniana, por exemplo, também se baseia no livre-arbítrio como um componente essencial na resolução do problema lógico do mal. De fato, a proposta de Plantinga não constitui uma teodiceia – não há a intenção de descobrir a razão de Deus ao permitir o mal e justificá-lo. Seu argumento se restringe à satisfação de critérios de lógica formal. É o objetivo geral dessa pesquisa investigar o problema lógico do mal, como enunciado e defendido por seus principais expoentes, e perquirir a resposta de Plantinga a ele. E, visto que a proposta de Plantinga é bastante complexa – devido, principalmente, ao sofisticado uso da lógica modal e da semântica de mundos possíveis –, haverá, sempre que oportuno, um esforço na direção de esclarecer a terminologia. Essa pesquisa abordará o tema da seguinte forma. Primeiro, um breve histórico da discussão sobre o mal é fornecido, e são estabelecidas algumas definições preliminares. Depois, a resposta de Plantinga ao problema lógico do mal é apresentada, em duas partes: (1) seu empenho em demonstrar que “a acusação de inconsistência”, levantada contra o teísmo, é falsa; e (2) sua defesa de que a concepção teísta de Deus é, de fato, logicamente consistente com a presença do mal no mundo. Por fim, expõe-se uma breve avaliação dos tópicos apresentados. Essa pesquisa valoriza os elementos hermenêuticos, descritivos e analíticos e não pretende ser exaustiva.


  • Mostrar Abstract
  • One of the main arguments used against theism – the belief in a perfectly powerful and good God – is the so-called problem of evil. Over the centuries, philosophers exposed the problem in multiple ways, but no definitive logical solution could be reached. Recently, a discussion has been reignited within contemporary analytic philosophy. In the 1970s, the most formidable candidate for the “ultimate logical solution” in favor of theism emerged – namely, Alvin Plantinga's modal-logic proposal, known as the “Free will Defense”, according to which it is possible to demonstrate the logical compatibility between God and evil. If these two elements can be shown to logically coexist, then the problem of evil, at least its logical version, dissolves and the theistic concept of God becomes immune to this kind of objection. It should be noted that, although Plantinga's proposal did not have the same theological pretensions as the traditional Augustinian theodicy, for example, it is also based on free will as an essential component in solving the logical problem of evil. Indeed, Plantinga's proposal does not constitute a theodicy – it is not intended to discover God's reason for permitting evil and justifying it. His argument is restricted to the satisfaction of criteria of formal logic. It is the general objective of this research to investigate the logical problem of evil, as stated and defended by its main exponents, and to inquire Plantinga's answer to it. And, since Plantinga's proposal is quite complex – mainly due to the sophisticated use of modal logic and the semantics of possible worlds –, there is, whenever possible, an effort towards clarify the terminology. This research will address the topic as follows. First, a brief history of the discussion of evil is provided, and some preliminary definitions are given. Then, Plantinga's answer to the logical problem of evil is presented, in two parts: (1) his commitments to demonstrate that “the charge of inconsistency”, leveled against theism, is false; and (2) his defense that the theistic conception of God is, in fact, logically consistent with the presence of evil in the world. Finally, a brief evaluation of the presented topics. This research values the hermeneutic, descriptive and analytical elements and does not intend to be exhaustive.
7
  • ITAIARA IZA SIMPLÍCIO DA SILVA
  •  LÉLIA GONZALEZ E A LUTA CONTRA A TRÍPLICE OPRESSÃO DE CLASSE, RAÇA E GÊNERO 


  • Orientador : FEDERICO SANGUINETTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DENISE CARVALHO DOS SANTOS RODRIGUES
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • LEONARDO DINIZ DO COUTO
  • MARIA SOCORRO RAMOS MILITÃO
  • RAQUEL PATRIOTA DA SILVA
  • Data: 12/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Podemos identificar pontos de convergência entre as opressões de classe, raça e gênero? A partir dos estudos interseccionais da filósofa brasileira Lélia Gonzalez, buscamos analisar a tríplice opressão, uma releitura do conceito de tríplice discriminação proposto pela pensadora. O nosso objetivo é analisar as conexões entre essas três opressões, enquanto nos dedicamos a desvelar a essência desse complexo fenômeno. Ao nosso ver, o conceito aponta para uma estratégia que nos impede de superar as estruturas do sistema capitalista: a naturalização das opressões por meio do estabelecimento de um racionalismo universal abstrato. Fundamentamos a nossa investigação em sua obra Primavera para as Rosas Negras, uma compilação de artigos que abrange escritos da década de 1970 até 1990. Mediante uma abordagem analítica, procuramos não apenas explicar e interpretar as teses da autora, mas também estabelecer diálogos com outras/os pensadoras/es feministas, marxianas e decoloniais, optando por uma estrutura tripartida dos capítulos para captar os entrelaçamentos entre classe (capítulo 1), raça (capítulo 2) e gênero (capítulo 3). Para isso, discutimos, primeiro, o processo de marginalização dos corpos negros, como uma das mercadorias mais exploradas para acumulação primitiva em territórios com desenvolvimento desigual e combinado; em seguida, mostramos como o mito da democracia racial foi utilizado para mascarar a sobre-exploração e criar o “lugar natural” das pessoas negras; Por fim, destacamos que a tentativa de estabelecer a categoria universal de mulher resultou na marginalização das mulheres negras dentro do próprio movimento feminista.


  • Mostrar Abstract
  • Can we identify points of convergence between the oppressions of class, race and gender? Based on the intersectional studies of Brazilian philosopher Lélia Gonzalez, we seek to analyse triple oppression, a reinterpretation of the concept of triple discrimination proposed by the thinker. Our aim is to analyse the connections between these three oppressions, while at the same time uncovering the essence of this complex phenomenon. In our view, the concept points to a strategy that prevents us from overcoming the structures of the capitalist system: the naturalisation of oppressions through the establishment of an abstract universal rationalism. We base our investigation on his work Springtime for the Black Roses, a compilation of articles covering writings from the 1970s to the 1990s. Using an analytical approach, we seek not only to explain and interpret the author's theses, but also to establish dialogues with other feminist, Marxian and decolonial thinkers, opting for a tripartite structure of chapters to capture the intertwining of class (chapter 1), race (chapter 2) and gender (chapter 3). To do this, we first discuss the process of marginalisation of black bodies, as one of the most exploited commodities for primitive accumulation in territories with unequal and combined development; then we show how the myth of racial democracy has been used to mask over-exploitation and create the "natural place" of black people; Finally, we highlight how the myth of racial democracy has been used to create the "natural place" of black people. 

8
  • ÁLVARO RICARDO CRUZ DA SILVA FILHO
  • O ESTILO DA NEGAÇÃO: O PAPEL DA VANGUARDA E DO DESVIO NA SUPERAÇÃO DA

    ARTE PROPOSTA POR GUY DEBORD

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JOÃO EMILIANO FORTALEZA DE AQUINO
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • RITA DE CÁSSIA LUCENA VELLOSO
  • Data: 12/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desse trabalho é analisar a contribuição das discussões sobre a arte moderna e a experiência dos movimentos de vanguarda do início do século XX na teoria política do pensador e estrategista francês Guy Debord. Veremos que para compreender a crítica ao capitalismo tardio desenvolvida por ele a partir de seu conceito de “espetáculo”, presente em seu livro de 1967, A Sociedade do Espetáculo, é indispensável um entendimento da crítica da cultura desenvolvida por Debord durante sua participação na Internacional Situacionista (IS). Tendo isso em vista, faremos uma análise da passagem de Guy Debord pelo Letrismo e pela Internacional Letrista, para demonstrar o pano de fundo das discussões que deram origem às noções de deriva, psicogeografia, desvio (détournement) e construção de situações – essenciais para a criação da IS. A partir disso, examinaremos a crítica à cultura da segunda metade do século XX, exposta no Relatório sobre a construção de situações (1957), para compreender como as experiências do surrealismo e do dadaísmo, bem como o estágio de dominação do homem sobre a natureza e o movimento de deperecimento das formas artísticas, foram essenciais à noção de “superação da arte” defendida por Debord e por seus companheiros. Por último, veremos como a análise da vanguarda, enquanto forma de organização artística e política, e a utilização do desvio, enquanto um método de ação que ultrapassa o seu uso meramente artístico, possibilita uma forma de retomada ao que havia de avançado no pensamento revolucionário presente na prática vanguardista do início do século XX, elaborando assim uma maneira de recolocar em jogo uma reivindicação pelo uso direto da vida, já enunciado pelas vanguardas históricas. 


  • Mostrar Abstract
  • This work aims to investigate the contribution of modern art, along with the experience of avant-garde movements at the turn of the 20th century, to the political theory of the French strategist Guy Debord. We start from the hypothesis that to understand the critique of late capitalism expressed by the author in his concept of "spectacle", as presented in his most influential book, The Society of the Spectacle (1967), it is imperative to understand his critique of culture, which was one of his main focuses during his years at the head of Situationist International (SI). Considering this, we analyze Guy Debord's passage through Letrism and Lettrist International to demonstrate the background of the discussions that gave rise to the notions of dérive, psychogeography, détournement, and construction of situations—essential for the creation of SI. From this, we examine the criticism of culture in the second half of the 20th century, set out in the founding document of Situationist International, Report on the Construction of Situations (1957), to understand how the experiences of Surrealism and Dadaism, as well as the stage of man's technical development over nature and the movement towards the destruction of artistic forms, were essential to the notion of “transcendence of art” defended by Debord and his companions. Finally, we demonstrate how the analysis of the avant-garde as a form of artistic and political organization, as well as the use of détournement as a method of action that goes beyond its application as an artistic tool, enables the resumption of the revolutionary claims present in the avant-garde practice at the turn of the 20th century, thus developing a way of putting back into action a demand for the direct use of life, already enunciated by the historical avant-garde.

     

9
  • CLARICE ROCHA DA SILVA DOMINGUEZ
  • "A relação entre trabalho, racionalidade e tecnologia na obra de Marcuse".

  • Orientador : LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AMARO DE OLIVEIRA FLECK
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • SILVIO RICARDO GOMES CARNEIRO
  • Data: 14/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre os conceitos de trabalho, racionalidade e tecnologia na obra de Herbert Marcuse entre 1928 e 1964, tendo como intuito final contextualizar a crítica da tecnologia realizada em O Homem Unidimensional. Para isso, foram selecionados trabalhos relevantes de três momentos diferentes desse recorte temporal. De início, investiga-se o papel da noção de trabalho tanto na releitura da fenomenologia heideggeriana feita por Marcuse, que pretendia utilizá-la para complementar o marxismo, quanto na sua própria concepção ontológica de trabalho. Em um segundo momento, mostra-se como, após sua adesão ao Instituto de Pesquisa Social, há uma virada racionalista no pensamento de Marcuse. O segundo capítulo deste trabalho pretende demonstrar como Marcuse posiciona a racionalidade como parâmetro para a organização social direcionada para a realização humana, sem, contudo, deixar de criticar alguns de seus desenvolvimentos e pressupostos. Nesse contexto, Marcuse escreve sua primeira crítica da tecnologia, que é analisada, nesta dissertação, junto à sua crítica da racionalidade e a trechos de Marx sobre o desenvolvimento da indústria. No terceiro capítulo, trabalho, racionalidade e tecnologia convergem na análise marcuseana da sociedade unidimensional. Pretende-se mostrar como, na obra de Marcuse, a ambiguidade da tecnologia e de seus efeitos sobre o trabalho parece estar diretamente relacionada à ambiguidade da própria racionalidade. Apresenta-se, por último, algumas das soluções propostas por Marcuse para reunir os reinos da necessidade e da liberdade.  À luz dos conteúdos pesquisados, objetiva-se contribuir para os atuais debates acerca do tema, destacadamente o postulado por Andrew Feenberg e John Abromeit.


  • Mostrar Abstract
  • The aim of this Master's thesis is to investigate the relationship between the concepts of work, rationality, and technology in Herbert Marcuse's work between 1928 and 1964, with the ultimate aim of contextualizing the critique of technology in One-Dimensional Man. To this end, relevant works from three different moments in this period were selected. Firstly, we investigate the role of the notion of labor both in Marcuse's re-reading of Heideggerian phenomenology, which he intended to use to complement Marxism, and in his own ontological conception of labor. Secondly, it is shown how, after joining the Institute for Social Research, there is a rationalist turn in Marcuse's thinking. The second chapter of this work aims to show how Marcuse set rationality as a parameter for a social organization aimed at human fulfillment, without, however, failing to criticize some of its developments and assumptions. In this context, Marcuse writes his first critique of technology, which is analyzed in this dissertation alongside his critique of rationality and some excerpts from Marx on the development of industry. In the third chapter, labor, rationality, and technology converge in Marcuse's analysis of one-dimensional society. The aim is to show how, in Marcuse's work, the ambiguity of technology and its effects on labor are directly related to the ambiguity of rationality itself. Finally, it presents some of the solutions proposed by Marcuse to bring together the realms of necessity and freedom.  In the light of the research, the aim is to contribute to the current debates on the subject, particularly those postulated by Andrew Feenberg and John Abromeit.

10
  • JONATAS IAGO DA SILVA
  • O fato do pluralismo na filosofia de John Rawls

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • ALYSON THIAGO FERNANDES FREIRE
  • JOSE IVAN RODRIGUES DE SOUSA FILHO
  • Data: 15/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente projeto visa estudar o conceito de fato do pluralismo e suas implicações no pensamento ético-político do filósofo John Rawls. O fato do pluralismo, segundo o pensador, é a constatação de uma estrutura social marcada por uma pluralidade de visões de mundo antagônicas e concorrentes entre si, ela é tida, em suas obras, como um pressuposto das sociedades modernas, marcadas pelo projeto democrático e pelo cultivo de instituições que prezam a liberdade de associação e consciência. Enquanto pressuposto, o autor entende que qualquer proposição como princípios de justiça, cooperação social ou mesmo políticas públicas tem que levar em consideração, se quiserem promover justiça, o fato do pluralismo, ou seja, que as sociedades são marcadas por profundas divisões entre os cidadãos no que tange à moralidade, filosofia e religião. Em suma, qualquer proposta social passa por entender que, antes de tudo, a sociedade é plural e os princípios para ela precisam passar pela validação política de todos que a compõem. Para conseguir abarcar a problemática da pluralidade na construção de uma sociedade justa, o autor então precisa reformular sua teoria, a teoria da justiça como equidade, parando de tratá-la enquanto uma concepção de justiça moral para tratá-la enquanto uma concepção de justiça política, acompanhando assim uma mudança estrutural no modo como a teoria se apresenta, e criando (ou atualizando) mecanismos que consigam garantir estabilidade e legitimidade para a justiça como equidade, como o de consenso sobrepostorazoabilidade e razão pública. Mesmo diante do grau da problemática, o autor aponta que o pluralismo não é um mero adendo social, mas parte constitutiva de uma sociedade democrática, pois é característico das sociedades que prezam pela liberdade, principalmente pela liberdade da razão.


  • Mostrar Abstract
  • On this paper we are about to take in-depth look into the concept of Reasonable Pluralism and its implications on the political and ethical thinking of John Rawls. For Rawls, Reasonable Pluralism it’s a confirmation of a societal structure that has multitude of world views, that usually antagonize and compete with one another. For him Reasonable Pluralism is presupposed in modern society as a whole, as it is particularly important to democracy and to the institutions that take care about freedom of association. And by presupposed, the author acknowledges the any propositions about the principles of justice or social cooperation, and even about public policies, that all of this should be taken into consideration if the matter is justice. The Reasonable Pluralism explains that morality is very devised between people in society, it comes into all sorts of beliefs, philosophy, religion. The question is that society is diverse, and it is important that politics could include everyone in it besides their own personal values. To be able to handle the problems that come with Plurality in the construction of a justice in a society, John Rawls feels the urge to revisit his theory, the theory of Justice as Equity. He now uses the concept of Justice as Politics and not anymore as Justice as something intrinsically moral. By that he changes the whole structure of his work to give a new perspective on his concept of Justice as Equity, he understands Pluralism as big part of the democratic society, especially through the optics of reason and liberty.

11
  • DIEGO ALVES DE ALMEIDA
  • Sócrates e Nietzsche: razão e instinto

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • ROSA MARIA DIAS
  • Data: 15/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • O antagonismo entre razão e instinto está no cerne da crítica que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche teceu contra Sócrates. Nietzsche viu nele a autoridade por trás de um movimento inovador que foi responsável por levar os gregos de uma cultura artística, em que os instintos prevaleciam, a uma nova cultura em princípios racionais. Sócrates fundou, diz Nietzsche, dentro da cultura grega e entre os jovens atenienses, uma revolucionária forma de reflexão, na qual os princípios lógicos eram a chave de compreensão da realidade, confirmados por sua eloquente capacidade argumentativa. O Sócrates apresentado por Nietzsche é uma figura ambivalente: um personagem capaz de grandes feitos, mas que é, por sua natureza excessivamente lógica e sua declarada oposição aos instintos, uma monstruosidade per defectum, como dito em O nascimento da tragédia. 


  • Mostrar Abstract
  • The antagonism between reason and instinct is at the core of the criticism that the German philosopher Friedrich Nietzsche leveled against Socrates. Nietzsche saw in him the authority behind an innovative movement that was responsible for leading the Greeks from an artistic culture, where instincts prevailed, to a new culture based on rational principles. Socrates, according to Nietzsche, founded a revolutionary form of reflection within Greek culture and among young Athenians, in which logical principles were the key to understanding reality, confirmed by his eloquent argumentative ability. The Socrates presented by Nietzsche is an ambivalent figure: a character capable of great achievements but, due to his excessively logical nature and declared opposition to instincts, a monstrosity per defectum, as stated in The Birth of Tragedy

12
  • LETÍCIA CARVALHO DOS SANTOS
  • Gênero: uma análise feminista e anticapitalista

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA ORTEGOSA AGGIO
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • SILVANA DE SOUZA RAMOS
  • Data: 18/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • O propósito desta dissertação é analisar, desde um referencial feminista e anticapitalista, o gênero: as condições em torno de seu surgimento e transformações históricas, suas características centrais na atualidade (entendendo que o gênero está estruturado/determinado em conjunção ao capitalismo) e, por fim, debater as premissas de sua resolução (isto é, caminhos para sua dissolução como uma forma de hierarquização social). Assim, almeja-se conduzir uma reflexão feminista que não se abstenha de pautar o fim de todas as formas de opressão e exploração. Essa investigação se inicia com a análise de perspectivas teóricas sobre as origens do gênero, abrangendo a discussão antropológica sobre a divisão generificada da humanidade, bem como os elementos conjunturais de seu desenvolvimento histórico (incluindo o colonialismo, o modo de produção capitalista e as transformações na família). Em seguida, é realizada uma discussão, a partir do feminismo, evidenciando as contribuições do feminismo marxista (em especial, a partir da Teoria da Reprodução Social), para estabelecer os elementos centrais do gênero, bem como os aspectos críticos articulados nos conceitos de gênero e patriarcado. Por fim, são analisadas algumas abordagens teóricas sobre o fim da opressão do gênero (e até do próprio gênero), com foco na relação deste projeto, de horizonte feminista, com o projeto revolucionário comunista, isto é, de superação do capital. O trabalho tem como objetivo, no todo, contribuir para a compreensão da opressão de gênero e fomentar reflexões críticas sobre a relação entre gênero e classe nas sociedades capitalistas.

     


  • Mostrar Abstract
  • The purpose of this dissertation is to analyze, from a feminist and anti-capitalist framework, gender: the conditions surrounding its emergence and historical transformations, its central characteristics today (understanding that gender is structured/determined in conjunction with capitalism) and, finally, debate the premises of its resolution (that is, paths for its dissolution as a form of social hierarchization). Thus, hoping to conduct a feminist reflection that does not refrain from calling for the end of all forms of oppression and exploitation. This investigation begins with an analysis of theoretical perspectives on the origins of the gender, encompassing the anthropological discussion on the gendered division of humanity, as well as the conjunctural elements of its historical development (including colonialism, the capitalist mode of production and transformations in the family). Then, from feminism, a discussion is held, highlighting contributions of Marxist feminism (in particular, from the Social Reproduction Theory), to establish the central elements of gender, as well as the critical aspects articulated in the concepts of gender and patriarchy. Finally, some theoretical approaches on the end of gender oppression (and even gender itself) are analyzed, focusing on the relationship between this project, which has a feminist horizon, and the communist revolutionary project, that is, overcoming capital. This work aims, as a whole, to contribute to the understanding of gender oppression and encourage critical reflections on the relationship between gender and class in capitalists societies.

13
  • ULYSSES ARAÚJO PINTO
  • A PREFIGURAÇÃO DO ABSURDO NOS ENSAIOS DE JUVENTUDE DE ALBERT CAMUS

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • JOAQUIM ADELINO DANTAS DE OLIVEIRA
  • JUSCELINO NECO DE SOUZA JUNIOR
  • MATEUS VINÍCIUS BARROS UCHÔA
  • Data: 20/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem por objetivo refletir acerca do Absurdo, conceito central do ensaio filosófico O Mito de Sísifo: Ensaio sobre o Absurdo (1942), em diálogo com os ensaios narrativos da juventude, O Avesso e o Direito (1937) e Bodas em Tipasa (1939), obras do filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960). A filosofia camusiana é marcada pela limitação da razão em apreender a realidade, restringindo-se a descrever aparências, mudanças e movimentos do Devir. A imagem é designada para a representação do entrave racional, funcionando como recurso argumentativo a fim de construir o conceito filosófico, por meio de sucessivas imagens que ilustram a transitoriedade do real. Dessa forma, o conceito de Absurdo é formado a partir das representações imagéticas que ilustram a condição negativa da existência humana. As imagens se referem as formas que o Absurdo afeta o ser humano. Primeiramente, na forma sensível chamada “sentimento de Absurdo”, em seguida na forma intelectiva, nomeada “noção de Absurdo”, expressão camusiana que denota o conceito de Absurdo. Por fim, o trabalho se encaminha à análise dos ensaios narrativos da juventude à luz do Absurdo, a fim de desvelar a presença do conceito desde os primeiros escritos de Albert Camus, indicando o elo conceitual entre os ensaios analisados.


  • Mostrar Abstract
  • The present research aims to reflect about the Absurdity, central concept of the philosophical essay The Myth of Sisyphus: Essay on the Absurd (1942), in dialogue with the narrative essays from his youth, The Other Side and the Right (1937) and Marriage in Tipasa (1939), works by the French-Algerian philosopher Albert Camus (1913-1960). Camus’ philosophy is marked by the limitation of reason in apprehending reality, restricting itself to describing appearances, changes, and movements of the Becoming. The image is designated for the representation of the rational obstacle, functioning as an argumentative resource in order to build the philosophical concept, through successive images that illustrate the transitoriness of reality. In this way, the concept of the Absurd is formed from the imagetic representations that illustrate the negative condition of human existence. The images refer to the ways that the Absurd affects the human being. First, in the sensible form called "feeling of Absurdity", then in the intellectual form, named "notion of Absurdity", a Camus’ expression that denotes the concept of Absurdity. Finally, the paper moves towards the analysis of the narrative essays of youth in the light of the Absurd, in order to unveil the presence of the concept since the first writings of Albert Camus, indicating the conceptual link between the analyzed essays.

14
  • NAYARA BRUNA MARVIN
  • "Como Avaliar o que é Digno de Amor? – uma análise da tese de Susan Wolf sobre o sentido da vida
    segundo a axiologia de Risieri Frondizi"
  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • EUGÊNIA RIBEIRO TELES
  • Data: 28/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • "Qual o sentido da vida? De que modo nossas ações cotidianas dão sentido e expressividade às nossas vidas? Este tema clássico é aqui abordado através da perspectiva da filósofa Susan Wolf, que defende que são os atos inspirados por amor aqueles fundamentais para uma vida significativa. Porém, não se trata de quaisquer atos de amor, mas apenas daqueles dirigidos ao que é digno de receber amor. Apesar da força desta ideia, ela levanta um grande desafio axiológico: como julgar o que é digno de ser amado? O objetivo desta pesquisa é esclarecer a tese de Wolf e interpretá-la utilizando a abordagem axiológica específica do filósofo argentino Risieri Frondizi. O texto inicia com uma análise da teoria de Wolf e avança para a exploração de variadas correntes axiológicas, culminando na proposta de Frondizi, que é aplicada na interpretação final da resposta de Wolf à questão do sentido da vida.”


  • Mostrar Abstract
  • What is the meaning of life? How do our daily actions impart sense and expressiveness to our lives? This classic question is explored from the perspective of philosopher Susan Wolf, who contends that actions motivated by love are essential for a significant life. However, not just any love-driven acts matter, but only those directed towards what is worthy of love. Despite the compelling nature of this idea, it poses a significant axiological challenge: how to determine what is worthy of being loved? The aim of this research is to elucidate Wolf's thesis and reinterpret it through the specific axiological lens of Argentine philosopher Risieri Frondizi. The text begins with an analysis of Wolf's theory and progresses to examining various axiological strands, culminating in the adoption of Frondizi's approach, which is then applied to the final interpretation of Wolf's answer to the question of life's meaning.

Teses
1
  • LUANA MARA DIOGO
  • DO ORDINÁRIO AO EXTRAORDINÁRIO: O TIPO CRIMINOSO EM NIETZSCHE

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANA DELBÓ LOPES
  • DANIEL FILIPE CARVALHO
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • GUSTAVO BEZERRA DO NASCIMENTO COSTA
  • MIGUEL ANGEL DE BARRENECHEA
  • ÁTILA BRANDÃO MONTEIRO
  • Data: 31/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente tese busca esclarecer a caracterização do tipo criminoso, a partir do pensamento de Friedrich Nietzsche, especialmente nas obras escritas entre 1878 e 1888. Embora apareça de maneira pontual em alguns aforismos, essa tipologia está vinculada a importantes noções investigadas pelo filósofo alemão, como moral, livre-arbítrio e castigo. Nas obras de Nietzsche, o criminoso é interpretado, por vezes, como uma espécie de “doente mental”, incapaz de tomar decisões, e outras como um homem forte que, sob as pressões sociais, degenera. Em ambos os casos, é interpretado como um infrator, incapaz de se sujeitar aos valores morais estabelecidos pela comunidade a que pertence. O criminoso põe em risco a própria organização social, pois age de acordo com seus instintos e não racionalmente, como se pretende que todo indivíduo deva agir. A predominância dos instintos diante da razão estaria em contradição com a noção de livre-arbítrio, sustentada pela moral judaico-cristã, que pressupõe que o agir livre é fruto da capacidade racional, comum a todos os seres humanos. Para que seja possível a compreensão desse tipo, é necessário seguir o percurso genealógico empreendido por Nietzsche para determinar a origem da culpa e do castigo, identificando, além do que caracteriza o criminoso, qual papel ele desenvolve nas diversas sociedades.

     


  • Mostrar Abstract
  • .

2
  • TÚLIO MADSON DE OLIVEIRA GALVÃO
  • Reconhecimento e cultura: a figura do Reconhecente(Erkennende) em Nietzsche.

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • FERNANDO FACÓ DE ASSIS FONSECA
  • LUCAS FORTUNATO REGO DE MEDEIROS
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 28/04/2023

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese aborda os tópicos do reconhecimento e da cultura a partir da figura do Reconhecente (Erkennende) nas obras de Nietzsche. O objetivo principal é evidenciar como, em Nietzsche, há uma figura central, conquanto não suficientemente explorada na literatura, do Reconhecente — que articula filosoficamente reconhecimento e vivência no âmbito da cultura. Para alcançar esse objetivo, esta tese é dividida em três capítulos. O primeiro capítulo trata de uma epistemologia do reconhecer, partindo da divisão de graus do conhecimento em Kant e da crítica de Schopenhauer à epistemologia kantiana, onde se evidencia como, em Nietzsche, o conhecimento enquanto conhecer e reconhecer possui uma importância relativa à vida. O reconhecimento é o saber tornado vivo. Já o segundo capítulo trata da figura do Reconhecente na obra nietzschiana, analisando passagens de seus estudos sobre Demócrito, seu Período Trágico e, por fim, suas obras de maturidade. O terceiro e último capítulo se dedica a formular a tese central do Reconhecente como aquele que articula conhecimento e vida e em que medida ele atua como médico da cultura.


  • Mostrar Abstract
  • This thesis addresses the topics of recognition and culture from the character of the Recognizer (Erkennende) in the works of Nietzsche. The main goal is to put into evidence how, in Nietzsche, there is a central character, although not sufficiently explored in the literature, of the Recognizer (Erkennende)—who philosophically articulates recognizing and experience in culture. In order to achieve this goal, the thesis is divided into three chapters. The first chapter deals with the epistemology of recognizing, starting from the division of levels of knowledge in Kant and passing through Schopenhauer's critique of Kantian epistemology, showing how knowledge as knowing and recognizing has a vital importance in Nietzsche. Recognition is knowing made alive. Second chapter deals with the figure of the Recognizer in Nietzsche's work, analyzing passages from his early studies on Democritus, his Tragic Period and, finally, his mature works. The third and final chapter is dedicated to formulating the central thesis on how the Recognizer articulates knowledge and life and to what extent he acts as a physician of culture.  
3
  • JOSÉ EUDO BEZERRA
  • AS RELAÇÕES HUMANAS EM EPICURO E A ÉTICA DO JARDIM

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE
  • EVERTON DA SILVA ROCHA
  • RODRIGO VIDAL DO NASCIMENTO
  • Data: 20/07/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem como propósito explicitar a tríade conceitual autarcia (autárkeia), liberdade (eleuthería) e amizade (philía) que, quando articuladas, torna possível uma interpretação ética do pensamento de Epicuro sobre as relações humanas nas comunidades moleculares. O caminho a ser investigado inicia-se com uma introdução geral sobre a ética de Epicuro, os alcances e as possibilidades dessa ética, estabelecendo relações entre as fontes textuais primárias, a saber, Carta a Heródoto, Carta a Pítocles e Carta a Meneceu, além das Máximas Principais, as Sentenças Vaticanas e, por fim, os fragmentos do Peri Phýseos (Sobre a Natureza) de Epicuro. Num segundo momento, apresentar as noções que aparecem nos textos remanescentes de Epicuro como sendo noções basilares para definir o conceito de relações humanas. A tessitura desses conceitos servirá para demonstrar que tipo de relações humanas podem ser aferidas nessas comunidades moleculares e em que diferem das relações humanas desgastadas da pólis decadente. O terceiro momento consiste em mostrar como são possíveis as relações humanas no interior da comunidade filosófica de Epicuro, através da definição do que eram as comunidades moleculares - as comunidades filosóficas de Epicuro -, bem mostrar como, no interior dessas comunidades, tais relações humanas se tornam viáveis e possíveis. A partir dessa teia conceitual das relações humanas buscaremos trilhar um novo caminho para a compreensão do modo de vida na comunidade do Jardim (Képos).

     

     

     


  • Mostrar Abstract
  • The purpose of this research is to make explicit the conceptual triad of autarchy (autárkeia), freedom (eleuthería) and friendship (philía) which, when articulated, makes possible an ethical interpretation of Epicurus' thought about human relations in molecular communities. The investigation begins with a general introduction about Epicurus' ethics, the scope and possibilities of this ethics, establishing relationships between the primary textual sources - namely, Letter to Herodotus, Letter to Pythocles, and Letter to Menoeceus, in addition to the Principal Docrtines, the Vatican Sayings and, finally, the fragments of the Peri Phýseos (On Nature) of Epicurus. In a second moment, the purpose here is to present the basic notions that appear in the remaining texts of Epicurus as basic notions helping to define the concept of human relations. The contexture of these concepts will serve to demonstrate what kind of human relationships can be assessed in these molecular communities and how they differ from the worn-out human relationships of the decadent polis. A third moment consists of showing how human relations are possible within Epicurus' philosophical community, through the definition of what Epicurus' philosophical molecular communities were, as well as showing how, within these, such human relations are made viable and possible. From this conceptual web of human relations, we will seek to tread a new path for understanding the way of life in the community of the Garden (Képos).

4
  • LEONARDO BERNARDINO RODRIGUES LOPES
  • A DESCONSTRUÇÃO ONTOLÓGICA DE HEIDEGGER SOBRE A FILOSOFIA DO SER EM TOMÁS DE AQUINO

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • EZEQUIEL LUDUEÑA
  • FRANCISCO BERTELLONI
  • JESUS FRANCISCO DE GARAY-LLANOS
  • GABRIEL KAFURE DA ROCHA
  • Data: 17/11/2023

  • Mostrar Resumo
  • Em sua desconstrução (Destruktion) fenomenológica da ontologia medieval, sempre associada à Escolástica tardia, Heidegger restringe a metafísica do ser em Tomás de Aquino à realidade efetiva. O ato de ser (actus essendi) tomista é interpretado por Heidegger como a passagem do ente meramente possível à sua atualidade, que determina a distinção entre essência e existência, delimitando a constituição ontológica entre aquilo que um ente é (essentia) e seu modo de ser simplesmente dado (Vorhandenheit). Esta tese procura analisar se esta distinção que nivela ser e ente em uma efetividade real ôntica se aplica ao ser (esse) em Tomás de Aquino assim como compreendeu Heidegger em sua tarefa de destruição fenomenológica da ontologia tradicional. Em sua ontologia fundamental, que visa um retorno às fontes originárias da questão do sentido do ser que caiu no esquecimento da diferença ontológica como sintoma da metafísica ocidental, Heidegger aponta Tomás de Aquino como um dos principais propagadores deste ocultamento, porém, este apontamento se dá na medida em que Heidegger considera a metafísica de Suárez como chave hermenêutica da análise fenomenológica do pensamento de Tomás de Aquino.


  • Mostrar Abstract
  • In his phenomenological deconstruction (Destruktion) of medieval ontology, often associated with late Scholasticism, Heidegger restricts the metaphysics of being in Thomas Aquinas to effective reality. Heidegger interprets the thomistic act of being (actus essendi) as the transition from a mere potential being to its actuality, which determines the distinction between essence and existence, delineating the ontological constitution between what an entity is (essentia) and its mode of simply being given (Vorhandenheit). This thesis seeks to analyze whether this distinction, which equates being and entity in an ontic real effectiveness, applies to being (esse) in Thomas Aquinas as Heidegger understood it in his task of phenomenological deconstruction of traditional ontology. In his fundamental ontology, aimed at a return to the original sources of the question of the meaning of being that has fallen into oblivion due to the ontological difference as a symptom of Western metaphysics, Heidegger points to Thomas Aquinas as one of the main propagators of this concealment. However, this reference is made to the extent that Heidegger considers the metaphysics of Suarez as a hermeneutical key to the phenomenological analysis of Thomas Aquinas' thought

5
  • KEOMA FERREIRA ANTÔNIO
  • Transhumanismo: uma nova metanarrativa 

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADAN JOHN GOMES DA SILVA
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MURILO MARIANO VILAÇA
  • Data: 14/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Pretendemos, neste trabalho, fazer uma defesa de que o Transhumanismo Tecnoprogressista, desenvolvido por James Hughes e David Wood, pode promover uma nova metanarrativa a partir da qual podemos contemplar um horizonte para uma possível solução ao rol numeroso de atrocidades que culminam no risco existencial. O Transhumanismo não é um movimento filosófico, cultural, político e social monolítico. As subdivisões ocorrem, proeminentemente, em virtude do matiz político que orienta cada submovimento. Além do Transhumanismo Tecnoprogressista, há o Extropinismo, fundado por Max More e inserido no neoliberalismo, e o UpWingers, fundado por FM-2030 – ou seu antigo nome Fereidon Esfandiary –, que expressa uma visão política alternativa à antiga dicotomia direita-esquerda. Criticamos aqui o extropianismo por sua fundamentação ocorrer dentro das bases falidas do neoliberalismo pós-crise de 2008 e por sua inconsistência em adotar uma filosofia de afirmação da vida fundamentada na recorrente prática da austeridade. Discutimos que, embora o transhumanismo tenha raízes no humanismo, suas proposições o transcendem. Apesar dos benefícios que o humanismo nos proporcionou ao inventar o humano e sua dignidade, seus direitos e prerrogativas, tirando-nos da dependência do divino, o movimento também inventou os processos de desumanização. Cabe, então, ao Transhumanismo Tecnoprogressista propor um cenário eutópico onde possamos conceber o fim do sofrimento de humanos e outros animais a partir do uso da tecnologia, extensão de nossa natureza, e de uma filosofia otimista de afirmação da vida.


  • Mostrar Abstract
  • In this thesys, we aim to defend the proposition that Technoprogressive Transhumanism, as formulated by James Hughes and David Wood, has the potential to cultivate a new metanarrative. This metanarrative may provide a framework for envisaging solutions to the numerous atrocities culminating in existential risk. Transhumanism is not a singular, all-encompassing philosophical, cultural, political, and social movement. The subdivisions primarily arise due to the political nuances guiding each submovement. Alongside Technoprogressive Transhumanism, there is Extropianism, established by Max More and entrenched in neoliberalism, as well as UpWingers, founded by FM-2030 – or his former name, Fereidon Esfandiary – presenting an alternative political vision to the traditional right-left dichotomy. We critique Extropianism for being grounded in the failed foundations of post-2008 neoliberalism and for its inconsistency in adopting a life-affirming philosophy based on the recurring practice of austerity. We argue that, while transhumanism has its roots in humanism, its propositions surpass it. Despite the benefits humanism provided by introducing the concept of the human and its associated dignity, rights, and prerogatives, thus liberating us from dependence on the divine, the movement also initiated processes of dehumanization. Consequently, it falls to Technoprogressive Transhumanism to propose a utopian scenario wherein an end to the suffering of humans and other animals is envisaged through the use of technology, an extension of our nature, and an optimistic philosophy of life affirmation.

6
  • CAIO CESAR DA SILVA GARCIA
  • A CONTINUIDADE ÉTICA DA FILOSOFIA WITTGENSTENIANA: DO
    TRACTATUS LOGICO PHILOSOPHICUS ÀS INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS
  • Orientador : BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • VINCENZO CICCARELLI
  • KARIEL ANTONIO GIAROLO
  • MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
  • Data: 15/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • Considerando o conteúdo da filosofia wittgensteniana, temos o Tractatus Logico Philosophicus e as Investigações Filosóficas como as duas obras mais importantes do pensador austríaco. Em ambas Wittgenstein discorre acerca de temas relevantes, como por exemplo a linguagem, seu uso e significado, a lógica e a ética. Apesar de ter construído duas fases de pensamento distintas perceberemos que a base de suas argumentações parte da análise da linguagem, ora como algo subjacente a realidade a partir de um espaço lógico no caso do Tractatus, ora como inserida no cotidiano a partir da ideia de ‘jogos de linguagem’, nas Investigações. Nessa perspectiva
    pretendemos averiguar a possibilidade de uma continuidade no pensamento wittgensteniano enfatizando como esse autor compreende a ética trabalhada incialmente no Tractatus e em seguida iremos buscar subsídios no novo modelo de linguagem retomado nas Investigações numa tentativa de elucidar as possiblidades do discurso ético se apresentar por meio dos jogos dispostos nessa segunda fase. Iniciaremos essa análise partindo de alguns argumentos contidos na Introdução das Investigações observando se há uma relação mais precisa dessas duas obras e com isso refletiremos sobre a ética seguindo a linha de raciocínio do filósofo austríaco. Com
    essa abordagem almejamos compreender se o discurso acerca da ética consegue ser sustentado nas duas fases desse autor, a partir da ideia de que há uma preocupação ou tensão ética relacionada implicitamente nas definições de alguns termos presentes nessas obras, tais como, linguagem, sentido, uso, significado, forma de vida, vida feliz, sujeito entre outros. Ratificamos que embora nos pareça compreensível entender que os conceitos apontados pelo autor variam entre uma obra e outra, isso não implica que os temas levantados sejam esquecidos, o que traz a tona a necessidade de clarificação desses conceitos observando em que ponto eles conseguem nos explicar o discurso sobre a ética.

  • Mostrar Abstract
  • Considering the content of Wittgensten's philosophy, we have the Tractatus Logico Philosophicus and the Philosophical Investigations as the two most important works of the Austrian thinker. In both Wittgenstein discusses relevant themes, such as language, its use and meaning, logic and ethics. Despite having built two distinct phases of thought, we will notice that the basis of his arguments comes from the analysis of language, sometimes as something underlying reality from a logical space in the case of the Tractatus, sometimes as inserted in everyday life from the idea of ' language games', in Investigations. From this perspective, we
    intend to investigate the possibility of continuity in Wittgensten's thought, emphasizing how this author understands the ethics worked initially in the Tractatus and then we will seek subsidies in the new language model resumed in the Investigations in an attempt to elucidate the possibilities of ethical discourse to be presented through of the games arranged in this second phase. We will start this analysis starting from some arguments contained in the Introduction of Investigations, observing if there is a more precise relationship between these two works and with that we will reflect on ethics following the Austrian philosopher's line of
    reasoning. With this approach, we aim to understand whether the discourse about ethics can be sustained in the two phases of this author, based on the idea that there is an ethical concern or tension implicitly related to the definitions of some terms present in these works, such as language, meaning, use, meaning, way of life, happy life, subject, among others. We ratify that although it seems understandable to us to understand that the concepts pointed out by the author vary from one work to another, this does not imply that the themes raised are forgotten, which brings up the need to clarify these concepts, observing at what point they manage to explain the discourse on ethics.
7
  • VICTOR PEREIRA GOMES
  • REVISITANDO O TESTE DE TURING: análises e consequências.

  • Orientador : SAMIR BEZERRA GORSKY
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • FRODE BJØRDAL
  • KÊNIO ANGELO DANTAS FREITAS ESTRELA
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • Data: 15/12/2023

  • Mostrar Resumo
  • O Teste de Turing, apresentado por Alan Turing como “o jogo da imitação” em seu artigo Computing Machinery and Intelligence (1950), trouxe à baila a discussão acerca da (im)possibilidade de máquinas digitais pensantes e inteligentes existirem. Após sua publicação, o Teste de Turing tem sido alvo de inúmeras críticas e objeções. Uma das objeções mais relevantes direcionadas ao referido teste é o Argumento do Quarto Chinês, que foi desenvolvido pelo filósofo Norte-Americano John Searle em seu artigo Minds, Brains, and Programs (1980), com o intuito de refutar o que ele chama de Inteligência Artificial Forte e também o Teste de Turing. O presente texto objetiva revisitar o Teste de Turing, assim como o Argumento do Quarto Chinês, e trazer uma análise acerca do conceito de inteligência no contexto do Teste de Turing, partindo do seguinte questionamento: “Como Turing entende o conceito de inteligência dentro do seu teste? Trata-se de inteligência humana (chamada aqui de inteligência genuína), ou trata-se de algum outro tipo de inteligência (seja qual for esta inteligência)?” Como resultados da pesquisa, argumenta-se que 1) é possível interpretar o Teste de Turing de forma a concluir que ele não foi desenvolvido objetivando avaliar se o computador digital envolvido nele possui inteligência genuína (humana) ou não, mas sim para avaliar se ele pode ser considerado inteligente, no sentido do que é aqui chamado de Turing-inteligência; 2) o Teste de Turing não está necessariamente comprometido com a Inteligência Artificial Forte; 3) o Argumento do Quarto Chinês nem sempre desafia o Teste de Turing; 4) o Teste de Turing é possível, isto é, realizável na prática, contanto que passe por algumas modificações, resultando numa nova versão do teste, aqui denominada de Teste de Turing Ideal; 5) o Chat-GPT é um exemplo de sistema de IA capaz de passar no Teste de Turing Ideal e, consequentemente, de ser classificado como Turing-inteligente. De posse de tais resultados, tem-se, como conclusão da pesquisa e como resposta ao questionamento previamente enunciado, que o TT pode ser interpretado de forma a sustentar a hipótese de que passar em tal teste é condição suficiente não para que um sistema de IA possua inteligência genuína, mas sim um outro tipo de inteligência, a saber, a Turing-inteligência. 


  • Mostrar Abstract
  • The Turing Test, developed by Alan Turing as “the imitation game” in his paper Computing Machinery and Intelligence (1950), brought to light the discussion about the (im)possibility of thinking and intelligent digital machines. After its publication, the Turing Test has been the subject of countless criticisms and objections. One of the most relevant objections to this test is The Chinese Room Argument, which was developed by the North-American philosopher John Searle in his paper Minds, Brains, and Programs (1980), aiming to refute what he calls Strong Artificial Intelligence, as well as the Turing Test itself. This text intends to revisit the Turing Test, as well as the Chinese Room Argument, and to provide an analysis of the concept of intelligence in the context of the Turing Test, from the following issue: “How does Turing understand the concept of intelligence within his test? Is it human intelligence (called here genuine intelligence), or is it some other type of intelligence (whatever that intelligence may be)?” As research results, it is argued that 1) It is possible to interpret the Turing Test as not being developed to assess whether the digital computer involved possesses genuine (human) intelligence or not, but rather to evaluate if it can be considered intelligent in the sense of what is here called Turing-intelligence; 2) the Turing Test is not necessarily committed to Strong Artificial Intelligence; 3) the Chinese Room Argument does not always challenge the Turing Test; 4) the Turing Test is possible, i.e., achievable in practice, as long as it undergoes some modifications, resulting in a new version of the test, which is here denominated the Ideal Turing Test; 5) Chat-GPT is an example of an AI system capable of passing the Ideal Turing Test and, consquentely, being classified as Turing-intelligent. With such results, as a conclusion of the research and as a response to the previously stated question, the TT can be interpreted in such a way as to support the hypothesis that passing such a test is a sufficient condition for an AI system to possess not genuine intelligence, but rather another type of intelligence, namely Turing-intelligence.

2022
Dissertações
1
  • JOSÉ ANDERSON DOS SANTOS BEZERRA
  • ANTICOLONIALISMO E ANTIRRACISMO EM MARX

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • Data: 25/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • O trabalho aqui apresentado tem por objetivo analisar os textos e os conceitos desenvolvidos por Karl Marx sobre o vínculo entre o modo de produção capitalista, o colonialismo e o racismo moderno. Sustenta-se no desenvolvimento do trabalho que Marx não foi um pensador alheio a estas questões, nem mesmo as tratou com descuido, pois, em sua análise geral do capitalismo, tanto o colonialismo quanto o racismo aparecem como elementos centrais que serviram ao processo de acumulação e expansão do capital. Argumenta-se que a dialética materialista marxiana, por ser o método de análise e exposição do autor, deve ser também o sedimento da leitura apropriada de sua obra. Esta perspectiva está atrelada a duas noções: a dialética marxiana é, enquanto Teoria que conduz a uma prática, o método que desnuda as opressões ocasionadas pelo capitalismo como também fornece a melhor compreensão sobre o sujeito capital, historicamente posto, e sobre a humanidade pressuposta, pressuposição esta fundamental para se pensar uma sociedade humana livre de opressões. Sustenta-se no decorrer do trabalho como Marx identificou, em sua principal obra, O capital, o colonialismo como parte essencial do processo de acumulação primitiva, sem o qual o capital não teria se desenvolvido e nem mesmo se expandido. O colonialismo já era identificado por Marx como violência e, por essa razão, já se apresentava uma postura anticolonialista em O capital. A partir de um diálogo aberto entre Marx e Silvia Federici, também se tratará a acumulação primitiva, processo sustentado pelo colonialismo, como um processo que reproduziu opressões, entre elas, a opressão racial. Aqui se destacará que o vínculo entre capitalismo, colonialismo e racismo moderno, destacado no século XX por Césaire e Fanon, também já aparecia na obra de Marx. O pensador alemão, embora não tenha desenvolvido uma teoria geral do racismo, já identificava que o capital se apropriara desta opressão, a partir do fenômeno da reificação, para prosseguir o seu processo de acumulação. Conclui-se que, no momento histórico de domínio do capital, a luta anticolonialista e antirracista é também a luta anticapitalista.


  • Mostrar Abstract
  • .

2
  • DIEGO VINICIUS BRITO DOS SANTOS
  • Nietzsche e a superação da moral

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • LINDOALDO VIEIRA CAMPOS JÚNIOR
  • PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO
  • Data: 30/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa evidencia o diagnóstico fisiopsicológico de Nietzsche sobre o homem
    moderno. Até o século XIX, poucos pensadores ousaram entender o mal-estar moderno que se
    tornou fenomênico no curso de nossa história. Nietzsche é um dos primeiros pensadores a
    suspeitar dos rebentos da modernidade, por isso ousou diagnosticar, compreender e até mesmo
    propor resistência e tratamento aos males de ordem psicológica e fisiológica que o Estado, a
    filosofia ocidental, a moralidade, o cristianismo e as promessas modernas impuseram de forma
    coercitiva à vida e ao modo de viver do homem. À luz do pensamento nietzschiano, somos
    levados à compreensão de que o contexto gregário adoentou o ser humano, dado que tal
    contexto impetrou um nocivo melhoramento para atalhar a manifestação de impulsos
    animalescos do homem dentro da esfera social. Quando os homens foram impelidos a não mais
    expressar seus impulsos em um contexto de rebanho, tais impulsos retroagiram ao interior do
    homem e, nesse interior, esses impulsos começaram a corroer o próprio homem de dentro para
    fora. Os sintomas que dessa interiorização nasceram são: ressentimento, sofrimento, fraqueza,
    impotência, fadiga, irritabilidade e outros. Dentre esses sintomas, empenhamos-nos em mostrar
    como, principalmente, o ressentimento banalizou-se ou tornou-se comum em nossas sociedades
    modernas. Porém, para chegarmos a esta constatação, examinaremos primeiro os três fatores
    que propiciaram a interiorização do homem, a saber: memória, castigo e medo. Ao analisar
    esses três fatores, traremos luz ao diagnóstico fisiopsicológico de Nietzsche sobre o estado
    enfermo ou niilista do homem, além de propor um tratamento viável a tal estado.

  • Mostrar Abstract
  • .

3
  • MANOELA FERREIRA LIMA
  • PORTAS DA PERCEPÇÃO: Uma leitura filosófica da poesia romântica de William Blake

     

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • ROSANNE BEZERRA DE ARAUJO
  • IRACEMA MARIA DE MACEDO GONÇALVES DA SILVA
  • Data: 26/05/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação versa sobre um dos problemas centrais da filosofia – desde sua origem até a contemporaneidade: sua relação com o mito e com a poesia. Com o intuito de compreender a ligação entre mito, poesia e filosofia (que muitos veem como opostas), mostraremos, através da visão romântica, que são indissociáveis. Sendo assim, apresentaremos um panorama do espírito romântico, assim como analisaremos o fundamento filosófico da poesia de um dos precursores do movimento, William Blake, mediante a leitura de alguns de seus poemas, entre eles, os que estão contidos em sua obra O casamento do Céu e do Inferno (2009a), abrindo um diálogo entre poesia e filosofia a partir dos conceitos de verdade, imaginação e razão. Também mostraremos a união inseparável entre poesia e conhecimento. Para isso, lançaremos mão do pensamento filosófico e poético moderno, mais precisamente na época em que esteve situado o poeta, período que nos proporciona uma melhor compreensão de sua crítica ao racionalismo exacerbado e suas consequências. E por fim, será apresentado uma reflexão sobre a “função” da poesia e o que é ser poeta.


  • Mostrar Abstract
  • .

4
  • FLADMYLLA OHANA DE SOUZA LEITE
  • A BANALIDADE DO MAL EM HANNAH ARENDT

  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FÁBIO ABREU DOS PASSOS
  • ODILIO ALVES AGUIAR
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • Data: 30/05/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa analisará a reflexão de Hannah Arendt sobre o fenômeno da “banalidade do mal”, a relação entre responsabilidade pessoal e coletiva, e o vínculo entre pensamento  moralidade que se expressa no exercício do raciocínio crítico. Elucidaremos o modo como os crimes totalitários desafiaram a compreensão e os padrões tradicionais de julgamento moral, reivindicando uma problematização da tradicional concepção do mal como derivado de uma vontade má, evidenciando o caráter superficial do mal quando praticado pela incapacidade de pensar e julgar, pela falência do senso comum e pela obediência irrefletida. O mal se torna banal quando realizado por homens que nem sequer decidiram realizá-los e apenas obedecem a regras previamente estabelecidas no regime. Investigaremos o esforço teórico da autora por tornar o pensamento relevante para a constituição e preservação do mundo comum, demonstrando o quanto o exercício do pensamento e a capacidade de julgar são importantes fatores na esfera dos assuntos humanos.


  • Mostrar Abstract
  • .

5
  • JENIFFER LOPES BATISTA
  • Um estudo da analogia entre a alma e a pólis n'A República de Platão 
     
     
    Um estudo da analogia entre a alma e a pólis n'A República de Platão
     
  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO DE ASSIS VALE CAVALCANTE FILHO
  • LOURIVAL BEZERRA DA COSTA JUNIOR
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 06/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação investiga a analogia entre a psykhé e a pólis na obra A República de Platão e busca demonstrar que as funções que os cidadãos desempenham na pólis correspondem à natureza da psykhé de cada um. Com esse fim, analisaremos a alma humana para compreender quais são os seus três princípios e como essa pode ser triádica e una; apresentaremos quais são as três classes em que Platão estrutura sua pólis ideal e verificaremos se há uma relação entre as classes e os princípios da alma, e, por fim, compreenderemos a analogia estabelecida pelo filósofo da Academia entre alma pólis.  


  • Mostrar Abstract
  • The present dissertation investigates an analogy between the psykhé and the polis in Plato's The Republic and seeks that the functions that citizens play in the polis correspond to the nature of the psykhé to demonstrate in each one. To that end, let us analyze the human soul to understand its three principles and how it can be triadic and one; What are the classes that we present the structure of its ideal polis and we verify if there are classes and principles of the soul, and, finally, we understand an analogical relationship between a relationship between the soul and polis by the philosopher of the Academy. 

6
  • LUCAS FREITAS DE ARAÚJO
  • O Mundo dos Homens e o Segundo Sexo: Do Essencialismo de gênero à Transcendência

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • JAIME BIELLA
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • Data: 14/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • Nossa dissertação tem como objetivo mostrar a evolução do conceito de gênero dentro da Filosofia sob a perspectiva feminista abordando as primeiras construções do conceito dentro do contexto histórico da primeira e da segunda ondas feministas como estratégia contra o discurso opressor e a condição de inferioridade da mulher observados nas vidas e teorias das filósofas inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797) e da brasileira Nísia Floresta (1810-1885) numa ótica da filosofia existencialista da filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) na obra O segundo sexo (1949),  que marca as discussões da segunda onda feminista desconstruindo todo essencialismo nos papéis de gênero para a livre transcendência do sujeito criador do próprio projeto como marca da liberdade compreendendo este movimento próprio do existente, tema discutido na obra Por uma moral da ambiguidade (1947). Este caminho foi seguido por estas mulheres dissidentes em suas respectivas épocas quando elas decidiram escrever, elas precisavam se justificar pelo simples ato de escrever, foram taxadas como estranhas, intrusas, exóticas e anormais no mundo dos homens, mesmo assim, elas marcaram a precariedade da consciência filosófica da tradição, denunciando o machismo da época. Portanto, pretende-se demonstrar e refletir as contribuições para uma nova forma de pensar e transgredir - transcender - que vem se desenvolvendo por longos séculos para quebrar paradigmas e o cânone sexista da história do pensamento, assim como a realização dessas reivindicações dentro do campo político. A realização do projeto de transcendência deve garantir a emancipação das mulheres contemporâneas, aqui, especificamente pensado pela influência das obras beauvoirianas sobre a importância dos estudos do significante “mulher” na Filosofia.


  • Mostrar Abstract
  • Our dissertation aims to show the evolution of the concept of gender within philosophy from a feminist perspective, approaching the first constructions of the concept within the historical context of the first and second feminist waves as a strategy against the oppressive discourse and the condition of women's inferiority observed in the lives and theories of English philosophers Mary Wollstonecraft (1759-1797) and Brazilian Nísia Floresta (1810-1885) from the perspective of existentialist philosophy of French philosopher Simone Beauvoir (1908-1985) in her work The Second Sex (1949), that marks the discussions of the second feminist wave deconstructing all essentialism in gender roles for the free transcendence of the subject creator of its own project as a mark of freedom understanding this own movement of the existent, a theme discussed in her work The ethics of ambiguity (1947). This path was followed by these dissident women in their respective eras when they decided to write, they needed to justify themselves by the simple act of writing, they were labeled as strange, intruders, exotic and abnormal in the world of men, even yet they marked the precariousness of the philosophical consciousness of the tradition, denouncing the sexism of the time. Therefore, it is intended to demonstrate and reflect the contributions to a new way of thinking and transgressing - transcending - that has been developing for long centuries to break paradigms and the sexist canon of the history of thought, as well as the realization of these claims within the political field. The realization of the transcendence project must ensure the emancipation of contemporary women, here, specifically thought through the influence of beauvoirian works on the importance of studies of the signifier "woman" in Philosophy.

7
  • CARMÉLIA TEIXEIRA DE SOUSA
  • "Escolhe a ti mesmo!": do fenômeno do desespero ao si-mesmo (Selv) na filosofia de Kierkegaard
  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MYRIAM MOREIRA PROTASIO
  • MARCOS ERICO DE ARAUJO SILVA
  • Data: 27/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação de mestrado tem por objetivo desenvolver uma interpretação acerca do problema do si-mesmo e o desespero humano sob a óptica de Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855). A expressão de ordem do título – “Escolhe a ti mesmo” – possui uma interiorização no decorrer deste trabalho, não é apenas um “escolhe a ti mesmo”, mas, antes, conhece o que é ser si-mesmo, e edifique-se. As reflexões a respeito do tema serão desdobradas em três capítulos, e nossa metodologia de pesquisa consiste em uma análise hermenêutica, principalmente, da obra A doença para a morte, publicada por Kierkegaard em 1849. Para desenvolver uma chave hermenêutica que possa estruturar a interpretação sobre a antropologia kierkegaardiana, com embasamento em sua análise psicológica e teológica, faz-se preciso abrir a discussão com a definição de “si-mesmo” e – como correspondência antagônica – a análise sobre o desespero – realidade, possibilidade, universalidade e doença mortal. Ademais, o desespero será estudado conforme a desequilíbrio da síntese e sua potencialidade, de acordo com os graus de consciência do indivíduo sobre sua existência finita e, no grau mais elevado, o desespero na qualificação de pecado, que se caracteriza por ser diante de Deus ou com a ideia de Deus. Em toda a obra o desespero é considerado como doença, nunca como remédio ou como algo natural ao indivíduo, e como sempre se busca uma cura para qualquer que seja a enfermidade, em última análise, utilizaremos da obra Os lírios do campo e as aves do céu como tentativa de mostrar os lírios e as aves como mestres a ensinar a ser si-mesmo.    


  • Mostrar Abstract
  • .

8
  • LEONARDO DOMINGOS BRAGA DA SILVA
  • O MATERIALISMO TRANSCENDENTAL E A COISA EM SI EM ŽIŽEK 

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • FERNANDO FACÓ DE ASSIS FONSECA
  • RAFAEL LUCAS DE LIMA
  • Data: 04/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa investiga o significado do materialismo transcendental proposto por Slavoj Zizek, observando a influência da questão do transcendental posta por Immanuel Kant, bem como das controvérsias acerca da coisa em si e a influência de Jaques Lacan na compreensão de um objeto virtual e da pulsão de morte que faz as vezes da coisa em si. Elucidamos parte do emaranhado de conexões conceituais que faz parte da filosofia zizekiana e observamos a sua tentativa de construir uma ontologia e metafísica capaz de escapar às armadilhas do relativismo e do realismo. Mostramos que, dar continuidade ao legado kantiano de pensamento força uma filosofia consequente a adotar um tipo de ceticismo em relação ao que está além das aparências, o que Zizek só pôde evitar ao modificar radicalmente o significado da própria coisa em si, trivializando a pergunta pelo que se encontra “além das aparências”. O mundo, assim, é contido em seu aparecer sem que a pergunta pelo que aparece seja feita. Aquilo que não é representação e pode, por isso, tomar o lugar da coisa em si é entendido como o objeto a causa do desejo, ou, noutros termos, a pulsão que, com sua negatividade, força o movimento dos elementos divididos em objeto e do sujeito; e, além disso, precede e cria a própria divisão. Todavia, nesta pesquisa, tal negatividade da pulsão só pôde ser encontrada propriamente no sujeito, restando ao objeto a negatividade da não-identidade. Desse modo, um materialismo transcendental que se propõe a tomar a pulsão como matéria, como coisa em si, se mostrou insuficiente para a superação do ceticismo e relativismo, por abandonar a prórpia coisa em si como algo que existe independetemente do sujeito. A solução encontrada e em acordo com o pensamento do autor, é considerar ambos momentos (materialismo que assume o primado da coisa em si e transcendentalismo que assume o primado da imaginação transcendental) como pontos de perspectiva irredutíveis e sem um terceiro termo de síntese, de modo que, é preciso passar de uma perspectiva à outra e se manter no entre para enxergar a verdade paraláctica do materialismo transcendental.


  • Mostrar Abstract
  • The present rese’arch investigates the meaning of the transcendental materialism proposed by Slavoj Zizek, observing the influence of the question of the transcendental posited by Immanuel Kant, as well as the controversies about the thing in itself and the influence of Jacques Lacan in the understanding of a virtual object and the death drive of a virtual object that takes the place of the thing in itself. We elucidate portion of the conceptual entaglement of zizekian philosophy that is part of the construction of philosophy and observe its attempt to constructe an ontology and metaphysics capable of escaping the traps of relativism and realism. We show that, to proceed with the Kant legacy of thought forces a consistent philosophy to adopt a kind of skepticism in relation to what is beyond appearances, which Zizek could only avoid by radically modifying the meaning of the thing in itself, trivializing the question about what is “beyond appearances”. The world, thus, is contained in its appearing without the question “what appears?” to be made. The object that is not representation and can, therefore, take its place is understood as the object of the cause of desire, or in other words, the drive that, with its negativity, forces the movement of the splited elements into subjet and object; and, moreover, it precedes and creates the split itself. However, in this research, such negativity could only be found in the subject, leaving to the object the negativity of non-identity. In this way, a transcendental materialism that takes  drive as matter, as a thing in itself, proves to be insufficient to overcome skepticism and relativism, due to abandon the thing in itself as something that exists independently of the subject. A solution found, and according to the author's thinking, is considered both moments (materialism that assumes the primacy of the thing in itself and transcendentalism that assumes the primacy of the transcendental imagination) as irreducible points of perspective and without a third term of synthesis, so it is necessary to move from one perspective to the other and remain in between to see the parallax truth of transcendental materialism.

9
  • GEORGE CARLOS DA SILVA
  • O ser e seus significados em Aristóteles

  • Orientador : GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • LUIZ FERNANDO FONTES TEIXEIRA
  • Data: 13/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem como objetivo analisar a doutrina do ser e seus significados em Aristóteles. Segundo o autor, a pergunta sobre o que é o ser sempre esteve presente como objeto de investigação entre os pensadores antigos, os quais divergiram quanto à sua natureza, unidade e diversidade. Herdeiro desta tradição, Aristóteles buscou desenvolver uma ciência do ser enquanto ser e de seus atributos essenciais e, desse modo, elaborou uma doutrina que tem como ponto de partida a identificação dos vários modos de se dizer o ser. Nesta exposição, procuramos atravessar o percurso desses significados, dentre eles: o acidente, a potência e o ato, a verdade e a substância (ousia), que foi entendida por Aristóteles como ser privilegiado e primeiro.


  • Mostrar Abstract
  • .

10
  • VOLTAIRE RIBEIRO VIANNA FILHO
  • Investigação acerca da Noção de Sophrosyne no Carmides.

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • Data: 16/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • O que é a sophrosyne?  Esta é a questão que Sócrates apresenta aos participantes do diálogo, que são Cármides e Crítias, para que juntos analisem, no Diálogo intitulado Charmides, diálogo da juventude de Platão, a σωφροσύνη. Sophrosyne é fazer todas as coisas com decência e moderação? É o que faz o Homem corar e ficar envergonhado? É cuidar cada um do que lhe é próprio? Consiste na prática do bem, em fazer coisas boas? O conhecimento de si mesmo, o autoconhecimento é σωφροσύνη? Ou ainda o conhecimento dos outros conhecimentos? No Diálogo Cármides, Sócrates e seus interlocutores examinam se a virtude σωφροσύνη é conhecimento. E sendo conhecimento, de quê? Esse breve trabalho vai procurar acompanhar as seis investigações de Sócrates sobre a noção do que é σωφροσύνη, bem como o uso da sophrosyne como enkrateia em outros diálogos de Platão.
     

  • Mostrar Abstract
  • .

11
  • ANTONIO JULIO GARCIA FREIRE
  • Do amor à verdade - um estudo lacaniano d'O Banquete de Platão

  • Orientador : MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • LÍLIAN DE ARAGÃO BASTOS DO VALLE
  • MARIA DAS GRAÇAS DE MORAES AUGUSTO
  • Data: 16/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Platão, em O Banquete, apresenta um novo paradigma para o amor que, além da experiência afetiva, ganha uma dimensão pedagógica. A psicanálise, desde Freud, também  aborda o amor como experiência de transmissão, mas é a leitura que Lacan faz do texto platônico em seu oitavo seminário que se buscará decantar no presente trabalho, sua ênfase no  conceito de agalma e, a partir daí, apontar aproximações e diferenças entre psicanálise e filosofia. Não apenas como práticas, mas como práticas discursivas, buscando compreender como o conceito de "verdade" é operado em cada uma.

  • Mostrar Abstract
  • .

12
  • ALYSSON ZENILDO COSTA ALVES
  • Três figuras de Eros em Platão
     
     
  • Orientador : MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • LÍLIAN DE ARAGÃO BASTOS DO VALLE
  • Data: 19/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo da presente dissertação é expor, investigar e analisar as influências que o amor exerce na vida dos homens e na vida da cidade. A caminhada começa com o eros cantado pelos poetas antigos, nele encontrando-se os tons de um amor que dá origem a tudo, que ordena e suas implicações no cotidiano. Um passo importante na jornada, é compreender o desenvolvimento dos atributos que vão sendo dados a eros à medida que a sociedade evolui no tempo, e o quanto o desejo atravessa as relações. Chegando ao corpus platônico nos debruçamos em três cenários possíveis para o eros: pedagogo, político e sexual. Platão, na construção dos seus diálogos, desenha esboços e aponta pistas para um melhor entendimento da força que o amor pode exercer sobre a cidade e seus habitantes. Ele é posto em prática na governança e na regulação do que é público, mas há a preocupação com a formação dos jovens, aqueles que representam as sementes de uma nova geração, mais refinada pelo amor. A formação implica num processo contínuo de maturação, quando os jovens são provados como ouro no fogo - imagens que minimamente representam as ações que as várias categorias do desejo podem exercer sobre suas almas. Um ponto de equilíbrio e fim de todos é a busca que a filosofia faz assim como eros, representa um objeto de desejo, o qual ao mesmo tempo que se mostra e se oculta, sendo a força estruturante para uma busca rumo à verdadeira contemplação do belo.

  • Mostrar Abstract
  • .

13
  • JONHKAT LEITE DOS SANTOS
  • A RETIFICAÇÃO DO ERRO NA EPISTEMOLOGIA DE GASTON BACHELARD COMO ANTECIPAÇÃO DE UMA ABORDAGEM HISTÓRICA NA FILOSOFIA DA CIÊNCIA

  • Orientador : BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • EVELYN FERNANDES ERICKSON
  • KARIEL ANTONIO GIAROLO
  • Data: 20/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho aborda aspectos da epistemologia proposta por Gaston Bachelard e tem por objetivo traçar linhas que permitam o olhar aproximado da abordagem bachelardiana de obstáculos epistemológicos e racionalismo aplicado. Em análise dos tópicos trazidos aqui, nota-se que o processo do exercício científico está repleto de obstáculos epistemológicos que interferem diretamente na relação cientista-pesquisa. O caminho escolhido aqui para tratar desse aspecto se faz na apresentação do critério de demarcação científica de Kant e na análise de componentes que permeiam a imagem do exercício científico e para isso foi escolhido trazer noções gerais da epistemologia proposta pelo Positivismo lógico, Thomas Kuhn e Imre Lakatos. Isto a fim de estabelecer pontos de concordância e afastamento de posturas que constituem a prática científica enquanto processo de criação e investigação, permeada por erros, que precisam ser retificados para que se encontre uma postura capaz de se relacionar de forma mais adequada com a ciência contemporânea. Bachelard propõe abandonar os posicionamentos extremos e acredita que apenas adotando uma postura que esteja entre o racionalismo extremo e o realismo ingênuo poderemos nos aproximar de uma abordagem mais condizente com a prática científica. A Epistemologia de Bachelard aponta para uma abordagem menos elitista e mais em conformidade com a horizontalidade necessária para e pelo exercício científico. Nosso objetivo aqui foi o de trazer
    elementos que permitam nos orientar sobre a relação estabelecida entre o humano e o mundo sobre a qual a atenção e os elementos subjetivos são direcionados.

  • Mostrar Abstract
  • The present work deals with aspects of the epistemology proposed by Gaston Bachelard and its intent is to look closely at Bachelard's approach of epistemic obstacles and applied rationalism. In the analysis proposed, one can notice that the process of scientific practice is filled with epistemic obstacles that interfere directly in the relationship between scientist-research. The path chosen here presents Kant’s scientific demarcation and analises components that permeate the image of scientific

    practice, and to this end the general epistemologies of Logical Positivism, Thomas Kuhn and Imre Lakatos are discussed. The aim is to establish points of agreement and of disagreement between these views related to scientific practice as a process of creation and investigation, filled with errors that need to be rectified in order to find a posture capable of relating more adequately with contemporary science. Bachelard proposes to abandon extremes and believes that only by adopting a posture that lies between extreme rationalism and naive realism can we come close to an approach more befitting with scientific practice. The Epistemology of Bachelard points to an approach less elitists and more in agreement with the horizontality needed for and by the exercise of science. Here we bring elements that allow us to orient the established relation between the human and the world towards which attention and
    subjective elements are directed.
14
  • ANA PAULA MENDES DE OLIVEIRA
  • Aniquilação: genealogia da crítica de Maria Zambrano ao pensamento ocidental

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • ANNITA COSTA MALUFE
  • Data: 21/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Tendo em vista que no Brasil há pouca produção bibliográfica a respeito do pensamento de Maria Zambrano, principalmente de uma perspectiva mais filosófica, uma vez que os trabalhos que constam nas plataformas se concentram mais em seu aspecto religioso/místico e literário/estético, a respectiva dissertação teve como objetivo suprir tal lacuna. Assim, a presente dissertação dedicou-se a reconstruir a crítica de Maria Zambrano da modernidade (a crise da razão), a qual consiste em uma genealogia da crise ocidental/europeia, chamada por Mercedes Gómez Blesá[1] de Aniquilação.  Desse modo, a partir da pesquisa histórico-bibliográfica, se deu, além da análise crítica do panorama histórico, político e filosófico, que permite identificar as preocupações e motivações subjacentes em sua obra (nas quais se encontram a gênese das principais noções da obra zambraniana, de razão poética e persona), também se oferece um modesta reorganização sistemática dos escritos e argumentação da filósofa ao expor as etapas e eixos temáticos de seu pensamento (crítico ou negativo e afirmativo ou positivo),  que apresentam todos os aspectos do pensamento zambraniana: que partem de uma preocupação de dimensão ética e política e migra para explicação da crise a partir de uma dimensão ontológica e epistemológica, que conduzem às contribuições, tanto nas áreas de conhecimento citadas, quanto à estética filosófica. Isso posto, tal itinerário contribuí à identificação, compreensão e justificação, das origens, relações e os fins das noções principais da obra de Zambrano (razão poética e persona), enquanto alternativa e superação da modernidade, com o intuito de que se continue desenvolvendo aspectos específicos do pensamento zambraniano.


  • Mostrar Abstract
  • Considering that in Brazil there is little bibliographic production regarding the thought of Maria Zambrano, mainly from a more philosophical perspective, since the works that appear on the platforms focus more on their religious/mystical and literary/aesthetic aspects, the respective dissertation aimed to fill this gap. Thus, the present dissertation was dedicated to reconstructing Maria Zambrano's critique of modernity (the crisis of reason), which consists of a genealogy of the Western/European crisis, called by Mercedes Gómez Blesá as Annihilation. In this way, from the historical-bibliographic research, in addition to the critical analysis of the historical, political and philosophical panorama, it was possible to identify the underlying concerns and motivations in his work (in which the genesis of the main notions of the Zambranian work can be found) , of poetic reason and persona), a modest systematic reorganization of the philosopher's writings and argumentation is also offered by exposing the stages and thematic axes of her thinking (critical or negative and affirmative or positive), which present all aspects of Zambranian thought: that start from a concern with an ethical and political dimension and migrate to an explanation of the crisis from an ontological and epistemological dimension, which lead to contributions, both in the aforementioned areas of knowledge, and in philosophical aesthetics. That said, this itinerary contributes to the identification, understanding and justification of the origins, relationships and purposes of the main notions of Zambrano's work (poetic reason and persona), as an alternative and overcoming modernity, with the aim of continuing to develop aspects specific to Zambranian thought.

15
  • JOYCE KELLY DO NASCIMENTO
  • A questão do sujeito em Cornelius Castoriadis: autonomia e razão nos labirintos do imaginário

     

  • Orientador : SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADALBERTO XIMENES LEITÃO FILHO
  • MARTHA SOLANGE PERRUSI
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 21/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação de mestrado tem como objetivo demonstrar que a filosofia de Cornelius Castoriadis renova profundamente a questão do sujeito na filosofia a partir de uma dupla condição do humano, isto é, a dimensão social-histórica, por um lado, e a dimensão psíquica, por outro, e do entrelaçamento desses elementos. Castoriadis, assim, apresenta os fundamentos para o desenvolvimento da autonomia do sujeito, da realização de sua natureza criativa e da afirmação da sua verdade. O trabalho resultado de nossa pesquisa bibliográfica está estruturado em três capítulos, sendo o primeiro dedicado a concepção ontológica do autor, fundamentada no conceito de criação e tendo como principal expoente de criação original o pensamento grego. O segundo capítulo trata das concepções de imaginário precedentes à Castoriadis, nos permitindo destacar a originalidade do autor, através do entrelaçamento da imaginação psíquica e o imaginário no domínio social-histórico. O terceiro e último capítulo é dedicado à questão da autonomia, no âmbito subjetivo e coletivo, abordando finalmente a questão da ecologia e seus desdobramentos atuais.


  • Mostrar Abstract
  • This master's thesis aims to demonstrate that the philosophy of Cornelius Castoriadis profoundly renews the question of the subject in philosophy from a double condition of the human, that is, the social-historical dimension, on the one hand, and the psychic dimension, on the other, and the interweaving of these elements. Castoriadis thus presents the fundamentals for the development of the subject's autonomy, the realization of his creative nature and the affirmation of his truth. The work resulting from our bibliographical research is structured in three chapters, the first of which is dedicated to the ontological conception of the author, based on the concept of creation and having Greek thought as the main exponent of original creation. The second chapter deals with the conceptions of the imaginary preceding Castoriadis, allowing us to highlight the author's originality, through the intertwining of the psychic imagination and the imaginary in the social-historical domain. The third and last chapter is dedicated to the issue of autonomy, in the subjective and collective scope, finally approaching the issue of ecology and its current developments.

Teses
1
  • DANIGUI RENIGUI MARTINS DE SOUZA
  • ESTADO DE EXCEÇÃO COMO PRODUÇÃO DA VIDA NUA EM GIORGIO AGAMBEN

  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • DANIEL ARRUDA NASCIMENTO
  • PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 17/01/2022

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo busca mostrar de que modo o estado de
    exceção, tal como pensado por Giorgio Agamben, consiste em um
    paradigma de governo contemporâneo capaz de produzir zonas de anomia
    que capturam a vida e despolitiza os indivíduos, bem como de apontar
    como as estruturas do messianismo podem sugerir a inteligibilidade
    necessária para construção de uma possível teoria do estado de exceção
    que falta as ciências jurídicas. Esta pesquisa visa ampliar e
    aprimorar as discussões teóricas das obras do referido filósofo,
    buscando mostrar de que forma a exceção produz uma zona de anomia a
    partir da qual as vidas são capturadas numa exclusão e excluídas na
    captura. Isso produz um sujeito (construído corpo a corpo com os
    dispositivos) destituído de toda sua potência política e reduzido a
    uma única forma de vida, a vida nua, àquela que pode ser explorada
    como um objeto e ceifada sem que quem a elimine cometa algum crime
    passível de punição. Para isso, realizamos no primeiro capítulo um
    breve percurso que visa esclarecer o método de pesquisa arqueológico
    utilizado pelo filósofo italiano enfatizando que suas pesquisas visam
    encontrar o ponto de insurgência dos fenômenos capaz de explicar o seu
    objeto de estudo. No segundo capítulo realizamos uma reconstrução
    acerca do significado do conceito de biopolítica a partir de uma
    discussão sobre a politização da vida e de como esse processo revela a
    captura de uma vida que não deveria pertencer à esfera política. No
    capítulo seguinte, são apresentados os dois autores que são as
    matrizes essenciais, segundo Giorgio Agamben, para se pensar o estado
    de exceção: Carl Schmitt e Walter Benjamin. No quarto capítulo,
    apresentamos o modo como o filósofo italiano compreende o estado de
    exceção, quais são suas possíveis raízes e quais motivos o levam a
    classificá-lo como um paradigma de governo a partir do qual é
    produzido a vida nua. No quinto e último capitulo, analisamos os
    chamados textos pandêmicos tendo em vista as polêmicas que suas
    publicações suscitaram no Brasil e propondo que a leitura dos mesmos
    seja realizada partindo do pressuposto que Agamben está a realizar um
    pensamento meditativo que indaga acerca dos significados das nossas
    ações (nesse momento aproveitamos para esclarecer alguns pontos de
    incompreensão da filosofia do pensador italiano por parte dos seus
    leitores e salientamos que o filósofo italiano escreve acerca da
    pandemia num contexto diferente do nosso e que, por isso, suas teses
    não podem e nem devem ser aplicadas às singularidades da realidade
    brasileira). Finalizamos o capítulo apresentando aquilo que
    consideramos ser os caminhos apontados pelo pensador italiano para uma
    política por vir. Isso é feito a partir de uma análise “ateológica” de
    conceitos teológicos (como o messianismo e o tempo messiânico) e de
    como os monges cenobitas podem representar uma forma-de-vida que não
    se permite ser capturada pelas instâncias do direito. Nesse sentido,
    os conceitos teológicos trabalhados por Agamben devem ser lidos a
    partir da tentativa da formulação de uma teoria da exceção que falta e
    que não pode existir nas ciências jurídicas. 



  • Mostrar Abstract
  • .

2
  • ADALBERTO XIMENES LEITÃO FILHO
  • A ambiguidade do processo de legitimação democrática em Habermas: uma leitura crítica.

  • Orientador : SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO PINZANI
  • FELIPE GONÇALVES SILVA
  • LUIZ PAULO ROUANET
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 25/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo de nosso trabalho é demonstrar a possibilidade de conciliação entre o procedimentalismo habermasiano e o princípio da justiça social, especialmente, quando este estiver associado ao projeto civilizatório, emancipador e humanista da Modernidade. Para tanto, realizamos uma leitura crítica do processo de legitimação da teoria da democracia de Habermas, exposta em Direito e democracia: entre facticidade e validade, ancorada na ambiguidade acerca da questão da justiça social. Contrapomos a teoria democrática “madura” de Habermas com sua ampla perspectiva política, presentes nos textos políticos pré e pós Direito e democracia: entre facticidade e validade, e com os princípios teóricos sob os quais ela se assenta, além, de nos valermos das observações críticas de importantes comentadores e intérpretes especializados. Nossa tese é a de que o princípio da justiça social pode ser encontrado, e justificado, nas premissas e na perspectiva geral da teoria política habermasiana, que aspira alcançar a antiga promessa do projeto de uma sociedade livre, justa, racional e auto-organizada. A teoria democrática de Habermas em Direito e democracia: entre facticidade e validade elenca duas fontes de legitimação que serão contraditas por ele em textos posteriores, onde se ressalta que não haveria legitimidade democrática sem justiça social. Isto nos levou ao seguinte dilema: esta ambiguidade aponta para uma contradição grave na teoria democrática ou é uma simples retórica, haja vista que Habermas se mantém fiel às suas premissas centrais? É possível pensar uma democracia radical e uma sociedade livre e justa sem justiça social? Devemos simplesmente, para isso, abandonar a argumentação sobre a legitimação democrática contida em Direito e democracia: entre facticidade e validade? A favor da posição de Direito e democracia: entre facticidade e validade encontra-se a constatação de direitos fundamentais sociais. A seu desfavor, a crítica excessiva a esses direitos, a rejeição do Estado de bem-estar social e, ainda, a ausência de uma proposta substituta. Argumentamos que a solução deste dilema passa pela compreensão dos direitos sociais como direitos fundamentais imprescindíveis e pelo entendimento de que um projeto político é também um projeto civilizatório, que, enquanto tal, não frutifica sem sensibilidade social perante o próximo e sem a institucionalização de um Estado social. Nosso trabalho contribui para preencher uma lacuna de uma importante problemática, até então secundarizada, do pensamento político habermasiano, que trata sobre a imprescindível e urgente reflexão sobre os fundamentos teóricos da legitimação democrática, tão duramente contestados na sociedade contemporânea.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo de nosso trabalho é demonstrar a possibilidade de conciliação entre o procedimentalismo habermasiano e o princípio da justiça social, especialmente, quando este estiver associado ao projeto civilizatório, emancipador e humanista da Modernidade. Para tanto, realizamos uma leitura crítica do processo de legitimação da teoria da democracia de Habermas, exposta em Direito e democracia: entre facticidade e validade, ancorada na ambiguidade acerca da questão da justiça social. Contrapomos a teoria democrática “madura” de Habermas com sua ampla perspectiva política, presentes nos textos políticos pré e pós Direito e democracia: entre facticidade e validade, e com os princípios teóricos sob os quais ela se assenta, além, de nos valermos das observações críticas de importantes comentadores e intérpretes especializados. Nossa tese é a de que o princípio da justiça social pode ser encontrado, e justificado, nas premissas e na perspectiva geral da teoria política habermasiana, que aspira alcançar a antiga promessa do projeto de uma sociedade livre, justa, racional e auto-organizada. A teoria democrática de Habermas em Direito e democracia: entre facticidade e validade elenca duas fontes de legitimação que serão contraditas por ele em textos posteriores, onde se ressalta que não haveria legitimidade democrática sem justiça social. Isto nos levou ao seguinte dilema: esta ambiguidade aponta para uma contradição grave na teoria democrática ou é uma simples retórica, haja vista que Habermas se mantém fiel às suas premissas centrais? É possível pensar uma democracia radical e uma sociedade livre e justa sem justiça social? Devemos simplesmente, para isso, abandonar a argumentação sobre a legitimação democrática contida em Direito e democracia: entre facticidade e validade? A favor da posição de Direito e democracia: entre facticidade e validade encontra-se a constatação de direitos fundamentais sociais. A seu desfavor, a crítica excessiva a esses direitos, a rejeição do Estado de bem-estar social e, ainda, a ausência de uma proposta substituta. Argumentamos que a solução deste dilema passa pela compreensão dos direitos sociais como direitos fundamentais imprescindíveis e pelo entendimento de que um projeto político é também um projeto civilizatório, que, enquanto tal, não frutifica sem sensibilidade social perante o próximo e sem a institucionalização de um Estado social. Nosso trabalho contribui para preencher uma lacuna de uma importante problemática, até então secundarizada, do pensamento político habermasiano, que trata sobre a imprescindível e urgente reflexão sobre os fundamentos teóricos da legitimação democrática, tão duramente contestados na sociedade contemporânea.

3
  • LEANDRO FERNANDES DANTAS
  •  O animal simbólico: simbolismo em Ernest Cassirer e Susanne Langer.

  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO JOSE DIAS DE MORAES
  • FÁBIO ABREU DOS PASSOS
  • LUCAS BARRETO DIAS
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • ÉCIO PISSETA
  • Data: 27/04/2022

  • Mostrar Resumo
  • Este estudo analisa os principais desenvolvimentos da teoria dos
    símbolos, ou filosofia das formas simbólicas, pioneiramente expressa
    na obra do filósofo alemão Ernest Cassirer e posteriormente
    desenvolvida pela obra da filósofa norte americana Susanne Langer.
    Refletimos sobre o caráter basilar do simbolismo na constituição
    humana dos significados que permeiam as formas variadas da cultura.
    Além disso, de um ponto de vista privado ou individual, consideramos o
    modo como os símbolos “configuram” a apreensão da realidade em matizes
    cognitivos e emocionais. A linguagem, o mito, a religião, a arte e o
    conhecimento são os produtos da capacidade de simbolização, que de
    modo geral constitui a cultura. A utilização de símbolos se torna um
    delimitador entre a condição humana e a animal, na medida em que por
    via do simbolismo os seres humanos podem adiar suas respostas aos
    estímulos do ambiente, enquanto os animais reagem a eles de maneira
    impulsiva. Os seres humanos possuem ideias implícitas, crenças
    subjacentes, nunca questionadas, numa palavra, cosmovisões que
    permeiam nosso comportamento e pensamento diante das coisas. Essas
    vias conceituais funcionam como “trilhos” previamente dispostos por
    onde o intelecto que compreende os fenômenos da realidade pode
    mover-se e seguir direções determinadas. Mas, a realidade é complexa,
    isto é, possui múltiplos aspectos e dimensões. Por isso nossa
    linguagem, longe de apontar para algum substrato absolutamente
    verdadeiro nos objetos, limita-se a enfatizar aspectos particulares
    das coisas. A experiência humana com os objetos não pode nunca ser
    reduzida a algum viés específico de simbolização, como a abstração de
    fórmulas científicas; porque nunca podemos separar a percepção do
    objeto das qualidades de sentimento que acompanham essa percepção.
    Cada aspecto das múltiplas experiências humanas tem uma reinvindicação
    à “realidade”, e cada forma de simbolização garante ao ser humano a
    possibilidade de “estabilização” e “consolidação” das nossas
    percepções e pensamentos, diante de um mundo em constante mutação.


  • Mostrar Abstract
  • .

4
  • RÓBSON HENRIQUE DE ALMEIDA BATISTA
  • OS JOGOS DE FOUCAULT: DA VERDADE DO DESEJO À CORAGEM DA VERDADE

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • ANDRÉ YAZBEK
  • AVELINO ALDO DE LIMA NETO
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • LUCAS TRINDADE DA SILVA
  • Data: 29/04/2022

  • Mostrar Resumo
  • Embora nem sempre explícito, o interesse de Michel Foucault pela psicanálise foi profundo e duradouro. Profundo demais, talvez, para fazer dele um simples partidário; mas duradouro o suficiente para, sem lhe tirar o rigor, nele engendrar frequentes mudanças de perspectiva em relação a ela. A vontade de saber (1976) e os demais volumes da História da sexualidade (1984a, 1984b, 2018) ilustram isso. O primeiro apresenta um conjunto de ensaios críticos a conceitos fundadores da psicanálise, e os demais, sob uma perspectiva genealógica, dela retomam noções essenciais como “sexualidade” e “desejo”. Entretanto, A vontade de saber também pode ser abordada sob outras perspectivas, como “convite à filosofia” e como “jogo filosófico”. No primeiro caso, não convém interpretá-la como um convite ao discurso filosófico, mas sim à prática filosófica. No segundo, é o fato de sua origem advir de práticas que encerram características de jogo que permite concebê-la como um jogo filosófico. Diante disso, dois são os objetivos: contextualizar a concepção de A vontade de saber através de um levantamento da relação de Foucault com a psicanálise e situar teoricamente o jogo filosófico de Foucault a partir de uma revisão das noções filosóficas de jogo. Num segundo momento, a noção de desejo é problematizada e a problemática do dizer-verdadeiro é abordada no âmbito da constituição ética do sujeito. Também aqui, são dois os objetivos: assinalar a passagem da “crítica à verdade do desejo” à “apreciação da coragem da verdade” como constitutiva de um éthos; e articular o “modo de vida filosófico” com a “parrésia”. Neste momento, erguem-se algumas questões: visto as inúmeras formas assumidas pela parrésia ao longo da história, não devemos admitir que a prática da parrésia é largamente adaptável e, por conseguinte, passível de adequação ao mundo contemporâneo? Visto as funções historicamente desempenhadas pela parrésia, não é razoável presumir que, uma vez aclimatada a certos cenários atuais, essa prática deve ser reconhecida como um dispositivo de constituição ética do sujeito? Além disto, não é provável que o jogo parresiástico, por manter uma relação constitutiva com a verdade, exerceria uma influência decisiva na formação ética do sujeito que opta pelo modo de vida intelectual? Enfim, fora algumas hipóteses e ideias a elas vinculadas, as problemáticas e argumentos aqui reproduzidos se apoiam largamente em revisões de literatura primária e secundária, bem como em obras de interlocutores de Michel Foucault.

     


  • Mostrar Abstract
  • Although not always explicit, Michel Foucault's interest in psychoanalysis was deep and enduring. Too deep, perhaps, to make him a mere partisan; but lasting enough to, without detracting from its rigor, engender in him frequent changes of perspective in relation to her. The Will to Knowledge (1976) and the other volumes of the History of Sexuality (1984a, 1984b, 2018) illustrate this. The first presents a set of essays critical to the founding concepts of psychoanalysis, and the others, from a genealogical perspective, take up essential notions such as “sexuality” and “desire” from it. However, The Will to Knowledge can also be approached from other perspectives, as an “invitation to philosophy” and as a “philosophical game”. In the first case, it should not be interpreted as an invitation to philosophical discourse, but rather to philosophical practice. In the second, it is the fact that its origin comes from practices that contain game characteristics that allows it to be conceived as a philosophical game. In view of this, there are two objectives: to contextualize the conception of The Will to Knowledge through a survey of Foucault's relationship with psychoanalysis and to theoretically situate Foucault's philosophical game from a review of the philosophical notions of game. In a second moment, the notion of desire is problematized and the problem of true-saying is addressed within the scope of the ethical constitution of the subject. Here too, there are two objectives: to point out the passage from “criticism of the truth of desire” to “appreciation of the courage of truth” as constituting an ethos; and to articulate the “philosophical way of life” with “parrhesia”. At this point, some questions arise: given the innumerable forms taken by parrhesia throughout history, should we not admit that the practice of parrhesia is largely adaptable and, therefore, subject to adaptation to the contemporary world? Given the functions historically performed by parrhesia, is it not reasonable to assume that, once acclimated to certain current scenarios, this practice should be recognized as a device for the ethical constitution of the subject? Furthermore, is it not likely that the parrhesiastic game, by maintaining a constitutive relationship with the truth, would exert a decisive influence on the ethical formation of the subject who opts for the intellectual way of life? Finally, apart from some hypotheses and ideas linked to them, the problems and arguments reproduced here are largely based on reviews of primary and secondary literature, as well as on works by Michel Foucault's interlocutors.

5
  • JOELSON SILVA DE ARAUJO
  • NIETZSCHE E A CELEBRAÇÃO DA MENTIRA POÉTICA

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • LINDOALDO VIEIRA CAMPOS JÚNIOR
  • MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN
  • ROSA MARIA DIAS
  • WILSON ANTONIO FREZZATTI JUNIOR
  • Data: 20/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Segundo Nietzsche, a linguagem não é capaz de revelar a verdade; tudo o que ela produz são metáforas, transposições, criações antropomórficas. Para ele, o homem “conhece ao inventar e inventa ao conhecer”. Criar e relacionar metáforas faz dele o único ser capaz de inventar, produzir imagens e transformá-las em signos linguísticos. Para Nietzsche, não existe adequação entre as palavras e as coisas, já que a origem da linguagem é ilógica e arbitrária, e o que se denomina como verdade é resultado de convenções humanas que foram, ao longo do tempo, poética e retoricamente enfatizadas; então, o que existem são mentiras, arbitrariedades ou, simplesmente, invenções que por inconsciência e esquecimento do animal humano não são reconhecidas como tais. O objetivo central desta tese é compreender qual é a interpretação de Nietzsche sobre a noção de mentira e também a diferença por ele estabelecida entre dois tipos de mentira: as que degeneram a vida e as que a intensificam. As mentiras negativas, contrárias à vida, estão ligadas ao sacerdote religioso e aos filósofos dogmáticos, que não se reconhecem como inventores. Nietzsche denomina as mentiras que estão a serviço da vida como mentiras poéticas ou mentiras artísticas; estas são produzidas por aqueles que se reconhecem como criadores, sabem que todo conhecimento é uma invenção humana; eles são artistas que inventam mentiras poéticas para embelezar a vida. Como veremos, as mentiras, dependendo de quem as inventa, podem levar a vida à degeneração ou à sua integral afirmação. 


  • Mostrar Abstract
  • According to Nietzsche, the language is not able to reveal the truth; all that it produces are metaphors, transpositions, anthropomorthic creations. For him, the man knows by invent and he invents by to know. Create and relate metaphors make him the unique being able to invent, to produce images and transform them in linguistic signs. For Nietzsche, there isn’t adequation between the words and the things, since the origin of language is illogical and arbitrary, and what is called truth is result of human conventions that were, over time, poetic and rethorically enphasized; so, what exist are lies, arbitrariness or, simply, inventions that by unconsciousness and oblivion of the human animal are not recognized as such. The main objective of this thesis is to understand what is the Nietzsche’s interpretation about the notion of lie and also the difference for him established between two types of lie, those that degenerate the life and those that intensify it. The negative lies, contrary to life, they are linked to religious priest and dogmatic philosophers; these are criticized by Nietzsche for not recognizing themselves as inventors. The lies that are at service of life, Nietzsche calls poetic lies or artistic lies, it is an affirmative type that serves to beautify the life and recognize the man as artistic subject, it is linked to the figure of artist, whose purpose is not to cheat, but rather to recognize the appearence and fictionality of all knowledge. As we will see, the lies, depending of who invents it, they can take the life to degeneration or to its full affirmation

6
  • JÉSSICA CÁSSIA BARBOSA
  • Potências do falso e a postulação de um outro fim de mundo possível

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ VINÍCIUS NASCIMENTO ARAÚJO
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • ESTER MARIA DREHER HEUSER
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS
  • Data: 08/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • O problema do pensamento perpassa a filosofia de Gilles Deleuze: o que significa pensar? Como se dá o pensamento? Para o filósofo, dentro da história da filosofia, tais perguntas são tidas como pressupostos que asseguram seus próprios fundamentos. O pensamento aparece como algo natural, isto é, naturalmente inclinado ao verdadeiro e a uma boa vontade do pensador. Mas o que escondem tais pressupostos? O que deseja o homem da verdade? Deleuze encontra na história da filosofia uma imagem dogmática do pensamento. O homem da verdade projeta valores superiores à vida, a partir dos quais julga a vida. “Se alguém quer a verdade, não é em nome do que o mundo é, mas em nome do que o mundo não é” (Deleuze, 2018, p. 124). A diferença é enterrada sob o modelo do Mesmo, ou do si-mesmo. A verdade é a forma pura, é o mundo de formas, das Ideias, como pensava Platão. Por definição é um mundo sem perspectiva, um mundo sem ponto de vista. Ou, quiçá, e essa é nossa hipótese, seria o mundo de uma perspectiva pura, única sobre o todo. Que deseja o homem veraz, uma vez que esse mundo não existe, nunca ninguém viu? Uma perspectiva sobre todas as outras? A europeização / cristianização / heteronormatização do mundo? A europeização, como condição desses valores superiores, tem suas consequências não só ontológicas, mas também políticas. Constitui-se como a história do capitalismo que impede o devir dos povos sujeitados. O sensível aparece como “fundo” de produção do pensamento contra uma imagem dogmática e conservadora. A partir do sensível o pensamento se aproxima de seus processos múltiplos de expressão. A potência do falso faz ver que, para além dos valores do verdadeiro ou do falso, há um jogo vital de uma atividade genérica de produção de sentido. Movimentos da diferença ditos em termos de devires, afectos e perceptos permitem passar dos limites representacionais, e lidar com um conteúdo não-representacional da experiência – as intensidades. A potência do falso é a potência da vida em seu devir próprio, quando o perspectivismo deixa de ser sólido e passa a ser temporal, criando linhas de fuga diante do poder da verdade, que é dos dominantes e do colonizador. Ao processo de descolonização do pensamento (crítica), segue um processo de reapropriação de nossa potência do falso, fabular, com-fabular, outros modos de sentir e estar nesse mundo (criação). O primeiro capítulo inicia a problematização da potência do falso a partir dos questionamentos que Deleuze faz sobre o critério do verdadeiro para o pensamento. O segundo capítulo se atem ao conceito de potência do falso, incluindo os problemas aos quais ele pretende responder. O terceiro capítulo aponta as consequências políticas da potência do falso como pensamento. Esse capítulo também se propõe a discutir os efeitos dos critérios do verdadeiro para o mundo, isto é, quais práticas encontram-se envolvidas e nosso fracasso em habitar esse mundo, que é antes de tudo um fracasso subjetivo, de valores e pensamento. E um quarto capítulo abre algumas questões para se discutir o pensamento experimentativo de um filósofo-falsário. Por fim, num apêndice, discutimos as possibilidades do devir filósofo de um indígena para os nossos tempos, como maneiras para se adiar a “queda do céu” e a descolonização do pensamento, que significa dar-nos novas maneiras de sentir, pensar e habitar esse mundo – três instâncias que parecem interligadas sob a potência do falso.


  • Mostrar Abstract
  • .

7
  • SÉRGIO CARLOS DA SILVA MENESES
  •  A METRETIKÉ TÉCHNE COMO EXERCÍCIO DA ARETÉ NO PROTÁGORAS DE PLATÃO

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANASTACIO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
  • FRANCISCO DE ASSIS VALE CAVALCANTE FILHO
  • JOSE GABRIEL TRINDADE SANTOS
  • MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 25/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • Este estudo apresentará como Platão, no Protágoras, faz Sócrates sustentar a “arte da mensuração” (μετρητική τέχνη) como o exercício da verdadeira excelência (ἀρετή). A argumentação socrática se desenvolve numa disputa com o sofista Protágoras, que propunha o ensino de uma “arte da cidadania” (πολιτικὴ τέχνη) capaz de fazer dos atenienses “melhores cidadãos” (ἀγαθοὺς πολίτας), tanto no âmbito privado quando no político, pelo ensino da capacidade de bem deliberar (εὐβουλία).  Questionado sobre a ensinabilidade do objeto de sua arte, Protágoras defenderá seu ofício de educador com uma versão do Mito de Prometeu, um esboço teórico em linguagem mítica sobre a natureza humana e o surgimento da comunidade política, no qual se apresenta o surgimento da sociedade como resultado da aprendizagem da sabedoria técnica (ἔντεχνος σοφία) e de certas habilidades (δυνάμεις) políticas como o respeito (αἰδώς) e da justiça (δίκη). Sócrates, tendo, no plano dramático, se convencido da possibilidade do ensino da ἀρετή, passa, no plano dialético, a investigá-la mais detalhadamente para concluir que ela, para ser ensinada, deve necessariamente ter alguma relação com o conhecimento (ἐπιστήμη). A partir desta conclusão, Sócrates formulará sua tese de que a verdadeira ἀρετή se manifesta como μετρητική τέχνη, uma habilidade de mensuração e hierarquização dos objetos da escolha que permite ao homem corrigir as distorções de julgamento oriundas de sua perspectiva temporal e orientar moralmente seu agir a partir da perspectiva mais ampla da adoção do Bem (ἀγαθόν) supratemporal como critério movente da vontade.


  • Mostrar Abstract
  • .

8
  • FRANCISCO EDUARDO DE OLIVEIRA
  • A liberdade agostiniana e sua influência em Lutero e em Calvino

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • GERSON FRANCISCO DE ARRUDA JÚNIOR
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MARCOS ROBERTO NUNES COSTA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • Data: 26/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • A liberdade é um tema fundamental não só na História da Filosofia, mas também no Pensamento Cristão. Da mesma forma como esse tema atravessou toda a história do pensamento, assim foi na tradição cristã, tendo sua principal sistematização com Santo Agostinho. A partir desse pressuposto, essa tese procura refletir sobre a influência que a noção de liberdade desenvolvida por Santo Agostinho, influenciou o pensamento de Martinho Lutero e João Calvino no mesmo tema, no século XVI. 


  • Mostrar Abstract
  • Freedom is a fundamental theme not only in the History of Philosophy, but also in
    Christian Thought. In the same way that this theme went through the entire history of thought,
    so it was in the Christian Tradition, having its main systematization with Saint Augustine.
    From this assumption, this thesis seeks to reflect on the influence that the notion of freedom
    developed
    by Saint Augustine inspired the thinking of Martin Luther and John Calvin on the same
    theme, in the 16th century.

9
  • VÍTOR SILVA MEIRELES
  • A convertibilidade dos transcendentais e a ocultação do Belo no pensamento de Francisco Suárez 

  • Orientador : MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • JOSE JIVALDO LIMA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • WALTER GOMIDE DO NASCIMENTO JUNIOR
  • Data: 29/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • O propósito desse trabalho é evidenciar a existência de uma Antropologia dos Transcendentais na obra de Francisco Suárez, em especial na Disputationes Metaphysicae. O coração da Doutrina dos Transcendentais é a convertibilidade entre as propriedades do Ser: Uno (unum), Verdade (verum), Bem (bonum). Aristóteles usa o termo ἀντιστρέφει para expressar que existem características gerais que são intercambiáveis. Felipe, o Chanceler, por meio da sentença Ens et Bonum convertuntur, inaugura a doutrina no século XIII. A partir de Alexandre de Hales e Tomás de Aquino, a doutrina se enraíza na experiência humana. Por estar situado cronologicamente no Renascimento, Suárez possui grande tendência de aplicar a convertibilidade dos transcendentais na vida humana. Assim, observaremos como a conceituação suareziana do indivíduo como unum ens abre espaço para a condução dos transcendentais para o âmbito antropológico e social. Para tornar ainda mais evidente essa aplicação da doutrina, destacaremos como esta se mostra difundida na linguagem humana. Por fim, compreenderemos qual é o lugar do Belo no pensamento do Doutor Exímio e Piedoso.


  • Mostrar Abstract
  • .

10
  • ADAN JOHN GOMES DA SILVA
  • MICHAEL SANDEL E A ÉTICA DO APRIMORAMENTO GENÉTICO HUMANO 

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MURILO MARIANO VILAÇA
  • MARIA CLARA MARQUES DIAS
  • Data: 29/11/2022

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é analisar a crítica que o filósofo estadunidense Michael Sandel dirige às técnicas de aprimoramento genético humano, a fim de compará-la com a obra mais ampla do autor. Com base nisso, esperamos mostrar algumas nuances do aspecto mais social do argumento de Sandel ignoradas por muitos de seus leitores, bem como apontar os limites de sua crítica, sugerindo tanto que ela assume algumas premissas que não são livres de contestação quanto que outras partes de seus escritos oferecem elementos que tornam a rejeição aos aprimoramentos genéticos por parte do autor menos radical do que pode parecer à primeira vista. Para tanto, iniciamos com uma brevíssima descrição do cenário tecnológico e filosófico em que se desenrola o debate em torno do aprimoramento genético humano (introdução), descrição que devemos estreitar e aprofundar no primeiro capítulo, ao lidarmos com o tema da eugenia liberal. Seguimos, no segundo capítulo, com uma breve avaliação da crítica dirigida contra esse movimento pelo filósofo alemão Jürgen Habermas. No terceiro capítulo, quando finalmente conhecermos a crítica de Michael Sandel ao aprimoramento genético humano, faremos uma incursão em suas ideias mais amplas sobre política, a fim de fornecer um pano de fundo capaz de emprestar mais força ao seu posicionamento bioético. No quarto capítulo é onde delineamos nossa crítica a esse autor, a qual acreditamos ser capaz de enfraquecer a confiabilidade e suposta inevitabilidade do cenário que ele desenha para um futuro de pessoas aprimoradas. Por fim, em nosso quinto e último capítulo, descrevemos qual é em nossa opinião o principal risco dos aprimoramentos, contrastando-o com aqueles apontados por Sandel, riscos que, embora não inviabilizem a ideia mais geral de aprimoramentos genéticos, reclamam um cuidado especial quanto a sua distribuição.


  • Mostrar Abstract
  • The objective of this work is to analyze the criticism that the american philosopher Michael Sandel directs to the techniques of human genetic enhancement, in order to compare it with the author’s broader work. Based on this, we hope to show some nuances of the more social aspect of Sandel’s argument ignored by many of his readers, as well as point out the limits of his criticism, suggesting both that he assumes some premisses that are not free from contestation and that other parts of his writings offer elements that make the author’s rejection of genetic enhancements less radical than it might seem at first glance. In order to do so, we begin with a very brief description of the technological and philosophical scenario in which the debate on human genetic enhancement takes place (introduction), a description that we must narrow and deepen in the first chapter, when dealing with the theme of liberal eugenics. We continue, in the second chapter, with a brief assessment of the criticism directed against this movement by the german philosopher Jürgen Habermas. In the third chapter, when we finally get to know Michael Sandel's critique of human genetic enhancement, we will make an incursion into his broader ideas about politics, in order to provide a background capable of lending more strength to his bioethical position. In the fourth chapter is where we outline our criticism of this author, which we believe is capable of weakening the reliability and supposed inevitability of the scenario he draws for a future of enhanced people. Finally, in our fifth and final chapter, we describe what, in our opinion, is the main risk of enhancements, contrasting it with those pointed out by Sandel, risks that, although do not make the more general idea of genetic enhancements unfeasible, require special care about its distribution.

11
  • WESLEY RENNYER MARTINS RABELO PORTO
  • Sofística e pirronismo: alvorecer e plenitude da razão negativa

     

  • Orientador : GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • ALDO LOPES DINUCCI
  • JAIMIR CONTE
  • PLÍNIO JUNQUEIRA SMITH
  • ROBERTO BOLZANI FILHO
  • Data: 06/12/2022

  • Mostrar Resumo
  •  

    A pesquisa aqui desenvolvida, tomando a sofística e o ceticismo como expressões do que denominamos de razão negativa, isto é, considerando tais tradições como as formas por excelência do estágio antitético do pensar em geral, busca evidenciar, sobretudo, qual o autêntico estatuto filosófico da relação que permeia a forma mentis de sofistas e céticos. Embora ambos se nos mostrem como legítimos representantes do momento antinômico do pensar em geral, os pressupostos e as peculiaridades de cada um deles são suficientes para indicar (à luz de uma análise filosófica crítico-comparativa) que apenas uma dessas tradições, o pirronismo, atinge a peculiaridade de figurar como a faceta adogmática da razão negativa, porquanto o pirronismo não se constitui como o sucedâneo negativista da especulação dogmática – como calha à sofística –, mas sim como a δύναμις de dissolução ontognosiológica que após instaurar a indecidibilidade aporética adota uma postura suspensiva perante as forças contrárias do λόγος.



  • Mostrar Abstract
  • .

12
  • BRUNO RIBEIRO NASCIMENTO
  • CREDENCIAIS EPISTÊMICAS DA CRENÇA EM DEUS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE

    ALVIN PLANTINGA E RICHARD SWINBURNE.

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SÉRGIO RICARDO NEVES DE MIRANDA
  • AGNALDO CUOCO PORTUGAL
  • JONAS MOREIRA MADUREIRA
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • RICARDO SOUSA SILVESTRE
  • Data: 07/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo central desta pesquisa é comparar as credenciais epistêmicas da crença em Deus na epistemologia religiosa de dois dos principais pensadores da filosofia analítica da religião contemporânea: Alvin Plantinga (1932 - ) e Richard Swinburne (1934 - ). Mais precisamente, busca-se investigar como a crença na existência de Deus pode obter status epistêmico positivo, ou seja, como ela pode ser intelectualmente justificada ou racional ou ainda avalizada, a partir de comparações, contrastes ou complementações que podem ser feitas entre as propostas dos dois filósofos. Deste modo, será avaliado como Plantinga e Swinburne lidam com algumas questões fundamentais da filosofia analítica da religião ligadas à natureza e à relação entre fé e razão. Para que tal objetivo seja concretizado, foram escolhidos três méritos ou credenciais epistêmicas: a justificação deontológica, a racionalidade e o aval. Na primeira parte desta tese, serão clarificados os conceitos fundamentais ligados ao debate sobre a relação entre fé e razão na filosofia analítica contemporânea a fim de elucidar o problema central dessa tese; além disso, será esclarecido o que significa precisamente uma crença ter o mérito da justificação, da racionalidade ou do aval. Na segunda parte, irão ser apresentados as duas propostas epistemológicas que serão comparadas, a saber, a Epistemologia Reformada de Alvin Plantinga e o balanço evidencial probabilístico proposto pela teologia natural de Richard Swinburne. Por fim, visa-se comparar criticamente as duas propostas e analisar a possibilidade de articulação entre essas duas diferentes abordagens.


  • Mostrar Abstract
  • The main purpose of this research is to compare the epistemic credentials for belief in God in the religious epistemology of two of the most important thinkers in the contemporary analytic philosophy of religion: Alvin Plantinga (1932 - ) and Richard Swinburne (1934 - ). More specifically, the aim is to examine how belief in the existence of God can acquire a positive epistemological status, that is, how it can be intellectually justified or rationally or even warrant, on the basis of comparisons, contrasts, or additions that can be made between the proposals of the two philosophers. In this way, the aim is to evaluate how Plantinga and Swinburne deal with some of the fundamental issues in the analytic philosophy of religion that relate to nature and the relationship between faith and reason. To achieve this goal, three merits or epistemic credentials were selected: deontological justification, rationality, and warrant. In the first part of this thesis, the basic terms associated with the debate on the relation between faith and reason in contemporary analytic philosophy are clarified in order to elucidate the central problem of this thesis; moreover, what exactly it means for a belief to have the merit of justification, rationality, or warrant is clarified. In the second part, the two epistemological proposals that will be compared will be presented, namely, Alvin Plantinga's Reformed Epistemology and the probabilistic evidential balance proposed by Richard Swinburne's natural theology. Finally, the two proposals will be critically compared and the possibility of articulation between these two different approaches will be analyzed.

     

     

     

13
  • KELSIANE DE MEDEIROS LIMA
  • LIBERDADE E SEGURANÇA: UM ESTUDO EM FILOSOFIA APLICADA.  Argumentos políticos em tempos de coronavírus

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • DELAMAR JOSE VOLPATO DUTRA
  • NEWTON DE OLIVEIRA LIMA
  • Data: 12/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • No que concerne à filosofia política, é indubitável que o Estado Moderno provocou intensa transformação no modo de ser das sociedades. O ato fundacional contratualista concebeu um modelo de sociedade regida por normas tendo como finalidade o bem comum. É nessa perspectiva que nosso problema se insere, acerca da ponderação da liberdade em face da segurança num estudo aplicado ao contexto da pandemia do coronavírus. Nosso questionamento é: a liberdade tem prevalência sobre a segurança no contexto das normas estaduais que regulamentam o coronavírus (covid-19), tal como o contratualismo clássico em todo e qualquer contexto da vida em sociedade? Dessa forma, objetivamos como proposta realizar um estudo de filosofia aplicada a partir da ponderação entre a Liberdade e a Segurança considerando as diferentes dimensões da vida política. Como parâmetro, utilizamos os instrumentos normativos do governo do Rio Grande do Norte no que diz respeito ao coronavírus. Trata de uma reflexão sobre esse atributo singular do homem, que abrange o conjunto dos sistemas de dever-ser considerando a prevalência da segurança em face da liberdade. Nossa hipótese é de que do entrelaçamento entre a liberdade e a segurança podemos observar um processo de excepcionalidade, fundamentado na questão da saúde pública oriunda do covid-19. Há uma prevalência da segurança sobre a liberdade, um “security state”, um estado em que por razões de segurança – saúde pública – pode-se impor quaisquer limites às liberdades individuais; e, consequência dessa hipótese, se essa excepcionalidade não seria uma nova forma de fazer política, um “novo normal” para a atuação do Estado. Sendo clara a nossa justificativa e pela relevância teórica e social e pela originalidade, a proposta recorre à pesquisa bibliográfica e documental com análise de conteúdo, obedecendo a uma abordagem metodológica com a administração de prova, tendo em vista sua aplicação no sentido de uma sistematização da realidade. Em síntese, reafirmamos nosso entendimento de que no período da Pandemia Global a atuação dos governos poderia ter sido com intuito de inspirar, organizar e financiar uma resposta global coordenada em termos coletivos, mas infelizmente não vimos algo de esperançoso.

     

     

     

     


  • Mostrar Abstract
  • As far as political philosophy is concerned, it is undoubted that the Modern State provoked an intense transformation in the way of being of societies. The contractualist foundational act conceived a model of society governed by norms with the purpose of the common good. It is in this perspective that our problem is inserted, about the weighting of freedom in the face of security in a study applied to the context of the coronavirus pandemic. Our question is: does freedom prevail over security in the context of state norms that regulate the coronavirus (covid-19), such as classical contractualism in any and all contexts of life in society? In this way, we aim as a proposal to carry out a study of applied philosophy from the balance between Freedom and Security considering the different dimensions of political life. As a parameter, we used the normative instruments of the government of Rio Grande do Norte with regard to the coronavirus. It is a reflection on this unique attribute of man, which encompasses the set of must-be systems considering the prevalence of security in the face of freedom. Our hypothesis is that from the intertwining between freedom and security we can observe a process of exceptionality, based on the issue of public health arising from covid-19. There is a prevalence of security over freedom, a “security state”, a state in which for reasons of security – public health – any limits can be imposed on individual freedoms; and, as a consequence of this hypothesis, whether this exceptionality would not be a new way of doing politics, a “new normal” for the performance of the State. Since our justification is clear and due to the theoretical and social relevance and originality, the proposal resorts to bibliographic and documental research with content analysis, following a methodological approach with the administration of evidence, in view of its application in the sense of a systematization of the reality. In summary, we reaffirm our understanding that the period of the Global Pandemic, the actions of governments could have been aimed at inspiring, organizing and financing a coordinated global response in collective terms, but unfortunately we did not see anything hopeful.

     

     

     

     

14
  • GILVANIO MOREIRA SANTOS
  • O PENSAR DA GELASSENHEIT HEIDEGGERIANA: O ERSCHRECKEN COMO DISPOSIÇÃO PREPARATÓRIA DA EXPERIÊNCIA POÉTICO-MEDITATIVA DO OUTRO PENSAR.

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • CLODOMIR BARROS DE ANDRADE
  • JOSÉ ROBERTO DA SILVA
  • JOSÉ ORDÓÑEZ GARCÍA
  • Data: 21/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Investiga-se o lugar da disposição fundamental do espanto (Erschrecken) na experiência poético-meditativa do outro pensar, ensaiada na obra do pensador alemão Martin Heidegger (1889-1976). A hipótese gira em torno de que este outro pensar, indicado como exercício automeditativo, está atrelado a uma forma de modulação/modificação (Modifikation) sustentada pela disposição. Se em sua fase ontológica-existencial o autor demonstrou que toda disposição fundamental se articula em um modo de temporalidade-própria (Zeitlichkeit), e que este fenômeno da antecipação-de-si do Dasein-singular está intimamente ligado à decisãoantecipadora-ante-a-morte (finitude); na sua fase tardia (Kehre), essa demonstração se completará com a noção de Ereignis. Nesse caso, por ser o Erschrecken (espanto) uma das disposições fundamentais indicada como fundadora da afinação essencial para o outro começo (anderen Anfang), acreditamos desdobra-se por meio dela o elemento correspondente à abertura própria e preparadora para esse acontecimento apropriador (Ereignis). Partindo dessa hipótese, a tese busca indicar a disposição fundamental do espanto (Erschrecken) – tal qual as Stimmungen que a partir daqui se fundam – como lugar preparador da experiência originariamente doadora do outro pensar; do pensar meditativo que se move a partir de um modo de recolhimento, silenciamento existencial: um retroceder (zurückfahren) à questão da verdade do ser como forma de resistência aos modos de desenraizamento provocado pela essência da técnica moderna, a Gestell. 


  • Mostrar Abstract
  • .

2021
Dissertações
1
  • MARILENE DE MEDEIROS ADUQUE
  • MARTIN HEIDEGGER: ACERCA DO HABITAR E DO CONSTRUIR

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • CLODOMIR BARROS DE ANDRADE
  • GABRIEL KAFURE DA ROCHA
  • Data: 22/01/2021

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação tem por objetivo analisar o habitar e o construir tendo por base o pensamento de Martin Heidegger, considerando a sua contribuição para pensar a relação entre a Filosofia e a Arquitetura. Investiga-se o habitar e o construir a partir da concepção heideggeriana do ser-aí como ser-no-mundo, bem como procura-se explicitar de que forma o homem habita e constrói numa época caracterizada pela consolidação do esquecimento do Ser e da consumação da metafísica. E, por fim, busca-se especular como o habitar e o construir podem ocorrer desde uma perspectiva de resgate do habitar essencial.


  • Mostrar Abstract
  • This dissertation aims to analyze the dwelling and building according to the philosopher’s thought Martin Heidegger, considering his contribuition to thinking about the relationship between Philosophy and Architecture. Investigates dwell and build the Heideggerian conception of being-there as be-in-the-world, as well as trying to make explicit how the human dwells and builds in an era characterized by the consolidation of the exhaustion of being and the consummation of metaphysics. And, finally, we try to speculate how to dweell and build can occur from a perspective of rescue of essential dwelling.

2
  • NAIANA DOS ANJOS LUSTOSA
  • Poéticas da existência – o caminho da razão poética no pensamento zambraniano

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • MARÍA DOLORES AYBAR-RAMÍREZ
  • Data: 25/02/2021

  • Mostrar Resumo
  • A apelação zambraniana a uma razão poética integradora capaz de recuperar o “misterioso nexo” que une-nos à realidade encontra eco na filosofia atualmente e pouco a pouco se intensifica, ganhando espaços consideráveis de atenção. Sem embargo, nem sempre é fácil orientar-se na escrita dessa autora, que, atraída pela escritura de inspiração poética, nos oferece uma linguagem enigmática ainda hoje, apesar do relativo trabalho dos comentadores. Pouco conhecida, ela nos seduz com um convite: para que penetremos o terreno da ausência de indicações. Com o intuito de fazer cargo as suas contribuições afetivas, escreveu textos que abrem um campo imenso de interpretações e enfrenta, em qualquer caso, o problema de estabelecer as coordenadas para esse pensar - circunstância que poderia determinar o lugar de seu pensamento e o tempo de sua palavra. Com esse trabalho procura-se responder a um desafio, o de elevar a voz dessa pensadora. Tal intento é senão o de promover o intercâmbio de leituras realizadas desde diferentes pontos de vistas e a partir do desenvolvimento dos diferentes aspectos que marcaram a obra da autora, no sentido de criar um caminho onde as metáforas se conciliam para dar corpo à sua proposta na filosofia: a da razão poética. Isso se dará, primeiramente, a partir da elaboração da escritura da autora, apontando para a sua trajetória que clama pela união entre vida e pensamento, além de considerar a escritura de inspiração poética e, em certa medida, mística. Em seguida será feito um retorno a Sócrates e a Platão para entender a dimensão do diálogo e da palavra, resgatando o exílio da autora para entender a dimensão do humano a partir do retorno a caverna. Por último temos o método usado pela autora para a razão poética, estabelecido a partir de uma virada interpretativa do método cartesiano, finalizando com algumas conclusões.


  • Mostrar Abstract
  • The Zambranian appealing to an integrating poetic reason capable of recovering the “mysterious nexus” that unites us and reality finds an echo that gradually intensifies, gaining considerable spaces of attention in philosophy nowadays. However, it is not always easy to orient yourself in the writing of this author, who, attracted by the writing of poetic inspiration, offers us an enigmatic language even now, despite the relative work of the commentators. Little known, it seduces us with the invitation to penetrate a ground with a lack of indications. In order to make her affective contributions, she wrotes texts that open up an immense field of interpretations and faces, in any case, the problem of establishing the coordinates for this thinking - a circumstance that could determine the place of her thought and the time of your word. This work seeks to answer a challenge, to raise the voice of this thinker. Such an attempt is to promote the exchange of readings taken from different points of view and from the development of the different aspects that marked the author's work, in the sense of creating a path where metaphors are reconciled to give body to the philosopher's proposal: the poetic reason. This will happen, first, from the elaboration of the author's writing, pointing to her trajectory that calls for the union between life and thought, besides considering the writing of poetic inspiration and, to a certain extent, mystical. Then, a return to Socrates and Plato will be made to understand the dimension of dialogue and words, rescuing the author's exile to understand the dimension of the human from the return to the cave. Finally, we have the method used by the author for poetic reason, established from an interpretative turn of the Cartesian method, ending with some conclusions.

3
  • RENEÉ STIV COSTA DE OLIVEIRA
  • A metafísica schopenhaueriana da natureza e a interpretação do mundo como vontade

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • FEDERICO SANGUINETTI
  • JORGE LUIS PALICER DO PRADO
  • Data: 18/06/2021

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa aborda o problema da Filosofia da Natureza e a interpretação do mundo como Vontade no contexto da Metafísica de Arthur Schopenhauer (1788-1860)Nesse contexto, expõe os pontos de convergência, diálogos e diferenças entre Ciência e Metafísica, uma vez que aquela encontra limitações epistêmicas em atingir o em-si do mundo, explicitando o papel que cabe à Metafísica em elucidar as “forças originárias” que permeiam os mundo como representação, haja vista que não é possível fazê-lo sob o princípio de razão suficiente, sem olvidar da importância que Schopenhauer confere às ciências como confirmação (Bestätigung)  “a posteriori” de sua doutrina, pois os dados extraídos da experiência confirmam suas ideias centrais sobre a Natureza. Ademais, discute o problema da analogia e sua utilização por Arthur Schopenhauer como recurso de interpretação metafísica entre corpo (microcosmo) e mundo (macrocosmo), em que o filósofo vislumbra uma mesma essência, isto é, vontade (Wille). Com efeito, discute sobre a objetivação da vontade e a natureza do intelecto no organismo animal e sua relação indissociável com o problema da matéria, em ambas acepções (Materie Stoff) e sua permanência no mundo, seja como substância abstrata, seja como material concreto das percepçõesSendo assim, apresenta a Teoria das Ideias na Metafísica da Natureza de Schopenhauer. Como consequência da objetivação da vontade e sua livre determinação do mundo, questiona-se sobre a Teleologia da Natureza e o “paradoxo das causas finais”. Por fim, aborda o problema da autoconsumação da Vontade no contexto da luta por matéria e conservação dos indivíduos, perpassando, inclusive, a questão do pessimismo e o sofrimento que é essencial a toda vida.


  • Mostrar Abstract
  • This research addresses the problem of Philosophy of Nature and the interpretation of the world as Will in the context of Arthur Schopenhauer's Metaphysics. Thus, it lends itself to present some differences between Science and Metaphysics, once the former has epistemic limitations for attaining the world in itself, demonstrating the role played by Metaphysics concerning the revelation of the “originary forces”, which permeate the world as representation, despite the importance that Schopenhauer attaches to Sciences as a kind of “a posteriori” confirmation (Bestätgung) of his own doctrine. This is it because the data extracted from the experience confirms his central ideas about Nature. Furthermore, it discusses the problem of analogy and its use by Arthur Schopenhauer as a resource for metaphysical interpretation of body (microcosm) and world (macrocosm), as the philosopher sees the same essence in both of them, that is, will (Wille). Indeed, it discusses the objectification of the will and the nature of the intellect in the animal organism and its inseparable relationship with the problem of matter, in both senses (Materie and Stoff) and its permanence in the world, either as an abstract substance or as a concrete material of perceptions. Thus, it presents Schopenhauer's Theory of Ideas in the Metaphysics of Nature. As a result of the objectification of the will and its free determination of the world, it is questioned about the Teleology of Nature and the “final causes’ paradox”. Finally, it addresses the problem of self-consummation of the Will in the context of the struggle for matter and conservation of individuals, including the question of pessimism and suffering that is essential to all life.

4
  • MICHELINE CACHINA CAVALCANTI
  • O ALTRUÍSMO EFICAZ COMO MEIO DE REDUÇÃO DA POBREZA EXTREMA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • SONIA SOARES
  • MARIA JOSE DA CONCEICAO SOUZA VIDAL
  • Data: 22/07/2021

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo visa a apresentar o altruísmo eficaz como meio para enfrentamento da pobreza extrema - entendida esta como a impossibilidade de atender necessidades básicas de subsistência -, sendo estruturado em quatro capítulos: o primeiro dedica-se à investigação de dados sobre a pobreza, suas possíveis causas e efeitos no mundo e no Brasil; o segundo capítulo consiste em entender o altruísmo enquanto pensamento, que remonta ao século XV; o terceiro capítulo apresenta o altruísmo eficaz, proposta criada pelos filósofos Peter Singer e William MacAskill, suas premissas e a inovadora proposta de efetivar o bem, de forma a alcançar o maior número possível de pessoas, mediante a utilização de critérios precisos e racionais; no quarto capítulo é trazida a possibilidade de maximização do bem pelo Estado brasileiro por meio da taxação de grandes fortunas.


  • Mostrar Abstract
  • This study aims to present effective altruism as a means to face extreme poverty - understood as the impossibility of meeting basic subsistence needs - and is structured in four chapters: the first is dedicated to the investigation of data on poverty, its possible causes and causes in the world and in Brazil; the second chapter consists of meaning altruism as thought, which dates back to the fifteenth century; the third chapter presents effective altruism, a proposal created by philosophers Peter Singer and William MacAskill, their premises and an innovative proposal to effect good, in order to reach the greatest possible number of people, through the use of precise and rational criteria; the fourth chapter brings the possibility of maximizing the good by the Brazilian State through the taxation of large fortunes.
5
  • ROBERTA DA CUNHA RODRIGUES
  • Feminismo e capitalismo: um rompimento necessário.

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINA DE MELO BOMFIM ARAÚJO
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • SILVANA DE SOUZA RAMOS
  • Data: 12/08/2021

  • Mostrar Resumo
  • Os movimentos de mulheres que endossam uma economia liberal, historicamente, demonstraram ser insuficientes e problemáticos diante das demandas sociais e políticas dos mais variados grupos que compõem a sociedade, pois não compreendem o que há por trás das opressões. É possível visualizar essa insuficiência a partir da obra de Betty Friedan (uma das representantes do feminismo liberal nos Estados Unidos da década de 1960), que trata a questão da subordinação feminina como uma questão autônoma, desvinculada das outras opressões mantidas e acentuadas pelo modo de produção capitalista. Para compreender esse problema e superá-lo, será necessário explorar a teoria do valor de Karl Marx e, partindo de autoras como Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti e Ana Montenegro, entender como o modo de produção capitalista se utiliza de desigualdades já existentes em sociedades pré-capitalistas para solidificar marcas sociais que permitam uma maior exploração. Ou seja, é a partir da desumanização ou inferiorização de certos grupos que se torna aceitável e se legitima que eles sejam ainda mais explorados em relação aos outros grupos. É nesse sentido que surge a necessidade de analisar o que há por trás das opressões sofridas pelas mulheres, entendendo que o feminismo não pode ser compreendido como um movimento político autônomo que busca somente a igualdade de gênero a partir de mudanças morais na construção da autonomia feminina, como propõe Friedan. Para ela, a libertação da mulher se limita à busca pela própria identidade. Essa perspectiva moraliza uma questão que demanda uma análise materialista-histórica e uma ruptura dentro do modo de produção antes de se deter nos aspectos subjetivos. Isso não significa que esses aspectos não sejam relevantes, mas sim que eles são insuficientes para realizar uma análise completa e profunda sobre as questões feministas.


  • Mostrar Abstract
  • The women's movements that endorse a liberal economy have historically proven to be insufficient and problematic in the face of the social and political demands of the most varied groups that make up society, because they do not understand what is behind the oppressions. It is possible to visualize this insufficiency from the work of Betty Friedan (one of the representatives of liberal feminism in the United States in the 1960s), who treats the issue of female subordination as an autonomous question, disconnected from the other oppressions maintained and accentuated by the capitalist mode of production. In order to understand this problem and overcome it, it will be necessary to explore Karl Marx's theory of value and, based on authors such as Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti and Ana Montenegro, understand how the capitalist mode of production uses inequalities already present in pre-capitalist societies to solidify social marks which allow greater exploitation. It is from the dehumanization or inferiorization of certain groups it becomes acceptable and legitimate they are even more exploited in relation to other groups. It is in this sense that the need to analyze what is behind the oppressions suffered by women arises, understanding feminism cannot be understood as an autonomous political movement which seeks only gender equality from moral changes in the construction of female autonomy, as Friedan proposes. For her, women's liberation is limited to their search for their own identity. This perspective moralizes an issue that demands a historical materialist analysis and a rupture within the mode of production before focusing on the subjective aspects. This does not mean that these aspects are not
    relevant, but rather they are insufficient to carry out a complete and deep analysis of feminist issues.



6
  • JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES DA ROCHA FROTA
  • Ecos de um pensamento da ambiguidade e do silêncio a partir de A estrutura do comportamento de Maurice Merleau-Ponty

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • WANDERLEY CARDOSO DE OLIVEIRA
  • Data: 03/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • Se há um tema que atravessa todo percurso filosófico de Merleau-Ponty e que, certamente, ao mesmo tempo que o insere dentro de uma tradição inaugurada por Descartes, o coloca em oposição radical a essa mesma tradição, este é o tema da relação entre consciência e natureza. Ele é posto como questão orientadora de sua primeira obra publicada, A estrutura do comportamento, e é também o tema da Fenomenologia da Percepção, trabalhos esses em que a questão é colocada a partir de um deslocamento da compreensão, desde Descartes, do que seja experiência e percepção, ancorando-as na facticidade de um corpo próprio, fazendo assim aparecer na percepção e na experiência um fundo de expressão. O mesmo tema está presente em seus escritos pós Fenomenologia, mas agora na forma de uma interrogação voltada para a questão de centralidade da expressão e da linguagem. É nesse sentido que propomos aqui que A estrutura do comportamento nos abre para questões que vão acompanhar o filósofo até seus últimos escritos, que ela não perde validade com os movimentos por vir de seu autor, mas que pelo contrário, ganha em profundidade, que se já nos introduz a pontos axiais que vão nortear as pesquisas futuras, que, simultaneamente, ela vai também se tornando, conforme a obra do autor vai se estendendo, num aspecto do todo da obra, de modo que pode se dizer que ela ilumina e é iluminada pelo pensamento que a sucede. Num primeiro momento (capítulo 1), trabalhamos sobre sua crítica a um cartesianismo que se estabelece e domina as ciências e a filosofia moderna, uma orientação para o pensamento
    objetivista que ignora e mesmo subverte a fecundidade originária da experiência ingênua, trazendo à luz a noção silêncio do mundo percebido. Aqui já apontamos para uma certa leitura da obra de Descartes que remete à noção de impensado que será trabalhada mais explicitamente nos escritos derradeiros, em especial, no ensaio “O filósofo e sua sombra”. Nos capítulos 2 e 3 buscamos expor sua crítica à Gestalttheorie e ao behaviorismo que aponta, simultaneamente, para suas insuficiências, pois que não se desvinculam das dicotomias sedimentadas a partir de Descartes, quanto para àquilo que trazem de mais fecundo, qual seja, as noções de comportamento e forma; é pela apropriação e radicalização dessas noções que as relações entre consciência e mundo (ou mesmo animal e meio) se mostram ambíguas, apontam para a necessidade de um pensamento da ambiguidade que vai permear seu percurso filosófico. Na última secção tecemos uma reflexão sobre como os temas abordados reverberam no todo da obra para em seguida fazer uma pequena reflexão acerca do movimento mais explícito do autor que aponta para a um fazer filosófico como escritura, escritura essa que simultaneamente é convocada pelo silêncio e envolvida no silêncio. Se propomos, assim, que A estrutura do comportamento tem um sentido que vai além dela, é porque defendemos que o aspecto ambíguo de nossa relação com o mundo, o silêncio do mundo percebido e a compreensão de percepção já como expressão, temas esses trabalhados nesta obra inaugural, se fazem presentes e mesmo governam aspectos centrais do percurso do filósofo.


  • Mostrar Abstract
  • If there is a theme that spans though the entire philosophical trajectory of Merleau-Ponty and which, both, places him in the interior of a tradition inaugurated by Descartes as well as in radical opposition to this same tradition, that would be the problem of the relations of consciousness and nature. It is posed as the orienting question in his first published book, The structure of behaviour, and is also present in Phenomenology of Perception; in both of these texts it is treated in terms of a shifting of the comprehension, since Descartes, of experience and perception, anchoring them in the facticity of the body proper, explicating in perception and in experience a ground of expression. The same theme is present in the post- Phenomenology writings, only this time in the form of an interrogation towards the centrality of expression and language. It is in this sense that we propose here that The structure of behavior open up to questions that will, from then on, occupy the philosopher, that this text does not get expired in view of the movements that followed it by the author, rather, that it gained in profundity, that if it already introduces us to axial issues that will guide future researches, simultaneously, it becomes, as the work progress, an aspect of the totality of the work, in the sense that we may now say that it illuminates and is illuminated by the thought that succeeds it. Our first movement (chapter 1) focus on his critique of a Cartesianism established and which dominates modern philosophy and science, an orientation to objectivism that ignores and even subverts naïve experience and its fecundity, by bringing to light the notion of silence of the perceived world. Here we point out to a particular reading of Descartes that brings to mind the notion of the unthought which will be elaborated explicitly in the last writings, in special, in the essay “The philosopher and its shadow”. In chapters 2 and 3 we expound his critique to Gestalttheorie and to Behaviorism which, simultaneously, points out its insufficiency, since they’re never able to detach themselves from the dichotomies sedimented since Descartes, as well as to what they have of originary, that is, the notions of behavior and form. By the appropriation and radicalization of these notions, the relations between consciousness and world (or between animal and its milieu) appear ambiguous, indicating the necessity of a thinking of ambiguity that will permeates his philosophical trajectory. In the last section, we bring a reflection on how the themes addressed in chapters 1, 2, and 3 reverberate in the whole of the writings of Merleau-Ponty. Finally, I bring a short reflection on the development more explicit by the philosopher that points towards a philosophy as writing (écriture), writing such that it is both; convocated by the silence and involved by silence. If we propose, therefore, that The Structure of Behaviour has a sense that extends beyond the work itself, this is because the ambiguous aspect of our relation with the world, the silence of the perceived world, and the comprehension of perception of as already involved by expression, themes introduced in this inaugural text, are present and govern central aspects of his philosophical path.

7
  • PEDRO JOÃO DA SILVA BISNETO
  • A revolta: diálogos entre Kierkegaard e Dostoiévski na construção do conceito de angústia como paradoxo fundamental ao caminho de fé

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MARCOS ERICO DE ARAUJO SILVA
  • Data: 09/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • A contemporaneidade parece não ter conseguido compreender a profundidade do conceito de angústia nem sua relação com a liberdade e a formação do sujeito. Entende-se como emergencial uma nova compreensão do conceito de angústia a partir do pensamento filosófico do dinamarquês Søren Kierkegaard, aprofundando a reflexão do paradoxo da superação teleológica da moralidade e os fundamentos do pecado hereditário. Ao observar a história da literatura, vê-se que a relação entre angústia e sujeito é recorrente. O exemplo mais forte encontra-se na literatura russa, na obra de Fiódor Dostoiévski, especialmente no “angustiado” Ivan Fiódorovitch Karamázov, que, buscando compreender a natureza humana frente a sua liberdade, encontra a angústia em suas várias manifestações. Para muito além de uma análise literária, encara-se como necessária uma releitura da obra de Dostoiévski com o auxílio dos conceitos existenciais de Kierkegaard, fazendo destes uma verdadeira chave hermenêutica para a literatura, permitindo, assim, uma nova possibilidade de análise e uma situação de encontro entre os dois autores.   


  • Mostrar Abstract
  • Contemporaneity seems not to have been able to understand the depth of the concept of anguish nor its relationship with the subject’s freedom and formation. A new understanding of the concept of anguish is understood as an emergency, based on the Søren Kierkegaard’s philosophical thought, deepening the reflection on the paradox of the teleological overcoming of morality and the foundations of hereditary sin. When looking at the history of literature, we see that the relationship between anguish and subjectivity is always recurrent. The strongest example is found in the Russian literature of Fyodor Dostoevsky, especially in the “anguished” Ivan Fyodorovich Karamazov, who, seeking to understand human nature in the face of its freedom, finds anguish in its various manifestations. Going far beyond a literary analysis, it is necessary to reread Dostoevsky’s work with the help of Kierkegaard’s existential concepts, making them a true hermeneutic key to literature, thus allowing a new possibility of analysis and a situation of meeting between the two authors.
     
Teses
1
  • LEILA MARIA DE JESUS DA SILVA
  •  

    ESTÉTICA E METAFÍSICA DA LUZ EM MARSILIO FICINO

  • Orientador : MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • LEONEL RIBEIRO DOS SANTOS
  • MARIA DAS GRAÇAS DE MORAES AUGUSTO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • Data: 19/01/2021

  • Mostrar Resumo
  • A filosofia de Marsilio Ficino (1433-1499) é marcada por um aspecto predominantemente vinculador, em que todos os temas convergem para um único movimento circular: do Bem ao Bem. O objetivo da presente pesquisa é demonstrar como, em todo esse processo, a temática da luz representa o liame que atravessa e unifica toda a estética e a metafísica do mestre florentino, sob três perspectivas, que se revelam tanto na sua forma de expressar o mundo, quanto na de concebê-lo ou de com ele interagir. Primeiramente, pretende-se evidenciar que o filósofo da luz assume a racionalidade poética como instrumento adequado para a interpretação da sua original cosmologia. A seguir, desenvolve-se, a partir da recuperação ficiniana das figuras mitológicas das três Graças, – a beleza (Pulchritudo), o amor (Amor) e o prazer (Voluptas) – o modo como a luz parece acionar a dança do Universo, marcada pela intensa dialética do amante (Criatura) e do amado (Criador). A presente investigação conclui abordando a terapêutica solar proposta por Ficino como símbolo do poder humano de reconhecer no espelho do mundo, e em si mesmo, o esplendor da face divina.


  • Mostrar Abstract
  • Marsilio Ficino's philosophy is marked by a predominantly binding aspect, in which all themes come together in a single movement: from good to good. The objective of this research is to demonstrate how in this whole process the theme of light represents the link that crosses and unites all the aesthetics and metaphysics of the fiorentino master under three perspectives that are revealed both in his way of expressing the world and in your conception of it or interact with it. Firstly, it is intended to show that the philosopher of light assumes poetic rationality as an adequate instrument for the interpretation of his original cosmology. Later, it develops from the recovery of fictional figures from the mythological figures of the three graces, -  the Beauty (Pulchritudo), the Love (Amor) and the Pleasure (Voluptas) - the way in which light seems to trigger the dance of the universe, marked by the intense dialectic of the lover (Creature) and the beloved (Creator). The present investigation concludes by approaching the solar therapy proposed by Ficino, as a symbol of the human capacity to recognize in the mirror of the world, and in itself, the splendor of the divine face.

2
  • JAN CLEFFERSON COSTA DE FREITAS
  • TRANSFIGURAÇÕES VISIONÁRIAS: AS METAMORFOSES ESTÉTICAS EM FRIEDRICH NIETZSCHE E ALEX GREY

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • GABRIEL KAFURE DA ROCHA
  • JOSE NICOLAO JULIAO
  • Data: 19/03/2021

  • Mostrar Resumo
  • A presente tese realiza uma análise do conceito de transfiguração na filosofia de Friedrich Nietzsche e na arte de Alex Grey. A introdução apresenta os movimentos conceituais mais importantes que serão realizados ao longo do texto. O capítulo inicial apresenta uma abordagem dos aspectos estéticos, fenomenológicos, psicológicos, éticos e metafísicos da transfiguração no pensamento imanentista de Nietzsche: as partes e secções subsequentes descrevem a gênese do ato estético, os ritmos extáticos e as formas oníricas, a arte humana e a criação divina; a correspondência entre arte e vida, a existência enquanto fenômeno criativo e como a arte impõe ao devir o caráter do ser; os estados contemplativos e criativos, as portas do sonho e as chaves do êxtase, os artistas oníricos e os artistas extáticos; o tema da superação do niilismo por meio da arte, a degeneração das almas doentes, a travessia do deserto da morte ao oásis da vida; os elementos metafísicos da natureza, as criações do Deus-artista e do artista-Deus, a divinização da realidade existencial; e definem como acontece a transfiguração na visão do filósofo. O capítulo intermediário apresenta uma compreensão das dimensões estéticas, fenomenológicas, psicológicas, éticas e metafísicas da transfiguração na arte transcendentalista de Grey: as partes e secções subsequentes descrevem os movimentos do processo criativo, os fundamentos da jornada do visionário, a missão planetária do artista; os estados expansivos do espírito, as possibilidades da experiência estética, a evolução da consciência criativa; a relevância da arte visionária para a saúde da humanidade, os prognósticos de um colapso da civilização, a reversão de um desastre terminal para o gênero humano; a superação do niilismo existencial através do ato estético, o labirinto dos pesadelos patológicos, o poder supraversivo da metamorfose; a constelação dos pensadores metafísicos da arte, o grupo de pioneiros do misticismo experimental, a correlação entre a filosofia perene e o pensamento contemporâneo; e definem de que modo acontece a transfiguração na perspectiva do artista. O capítulo final apresenta as proximidades e distanciamentos entre o pensamento de Nietzsche e a obra de Grey: as secções subsequentes evidenciam o movimento da transfiguração na natureza e no universo; na perspectiva da atividade estética; na circunscrição fenomenológica do artista; na experiência psicodinâmica da criação; no horizonte da metafísica visionária; e o resultado da intersecção dos mundos. Tudo somado e em suma: a conclusão da tese pretende colocar em evidência a conexão entre o conceito de transfiguração, a filosofia contemporânea e a arte visionária.


  • Mostrar Abstract
  • This thesis analyses the concept of transfiguration in the philosophy of Friedrich Nietzsche and in the art of Alex Grey. The introduction presents the most important conceptual movements that will be realized along the text. The initial chapter presents an approach to the aesthetic, phenomenological, psychological, ethical and metaphysical aspects of transfiguration in the Nietzsche’s immanentist though: the subsequent parts and sections describe the genesis of the aesthetic act, the ecstatic rythms and the oneiric forms, the human art and the divine creation; the correspondence between art and life, the existence as a creative phenomenon and as the art imposes on becoming the character of being; the contemplative and the creative states, the doors of dreams and the keys of ecstaty, the oneiric artists and the ecstatic artists; the theme of overcoming nihilism through art, the degeneration of diseased souls, the crossing from the desert of death to the oasis of life; the metaphysical elements of nature, the creations of the God-artist and the artist-God, the divinization of existential reality; and define how transfiguration takes place in the philosopher’s view. The intermediate chapter presents an understanding of the aesthetic, phenomenological, psychological, ethical and metaphysical aspects of transfiguration in the Grey’s transcendentalist art: the subsequent parts and sections describe the movements of the creative process, the foundations of the visionary’s journey, the artist’s planetary mission; the expansive states of mind, the possibilities of the aesthetic experience, the evolution of creative consciousness; the relevance of visionary art to the health of humanity, the prognosis of a collapse of civilization, the reversal of a terminal disaster for mankind; the overcoming of existential nihilism through the aesthetic act, the labyrinth of pathological nightmares, the supraversive power of metamorphosis; the constellation of metaphysical thinkers in art, the group of pioners of experimental mysticism, the correlation between perennial philosophy and contemporary though; and define how transfiguration happens from the artist’s perspective. The final chapter presents the proximities and distances between the Nietzsche’s though and the Grey’s work: the subsequent parts highlight the movement of transfiguration in nature and in the universe; from the perspective of aesthetic activity; in the artist’s phenomenological circumscription; in the psychodinamic experience of creation; on the horizon of visionary metaphysics; and the result of intersection of the worlds. All in all and in short: the conclusion of the thesis pretends to highlight the connection between the concept of transfiguration, contemporary philosophy and visionary art.

3
  • SANDERSON MOLICK SILVA
  • Topics in logical anti-exceptionalism and paraconsistent logics

  • Orientador : JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • CHRISTIAN STRASSER
  • HEINRICH WANSING
  • HITOSHI OMORI
  • Data: 03/05/2021

  • Mostrar Resumo
  • A rivalidade entre a lógica clássica e seus concorrentes não-clássicos ocupa um lugar importante na filosofia da lógica contemporânea. A questão central é saber como escolher um sistema lógico (ou teoria lógica) dentre as várias possibilidades disponíveis. Uma proposta recente, nomeada anti-excepcionalismo lógico, afirma que disputas lógicas podem ser decididas através do emprego dos mesmos métodos de escolha de teoria utilizados nas ciências exatas, isto é, através da inferência à melhor explicação e da análise das virtudes teóricas de cada teoria em disputa. Esta tese filosófica tem sido explorada como uma agenda de pesquisa para investigar problemas como a revisabilidade da lógica, o caráter a priori do conhecimento lógico, o debate pluralismo/monismo lógico, os métodos de escolha de teorias lógicas, e outras questões similares. A presente monografia consiste numa investigação de tópicos fundacionais para o anti-excepcionalismo lógico em sua relação com uma classe específica de lógicas não-clássicas, a saber, a das lógicas paraconsistentes. As lógicas paraconsistentes são conhecidas por acomodar contradições de um modo não-explosivo, uma característica ausente na lógica clássica. Entretanto, até que ponto essas lógicas podem ser consideradas como oponentes legítimas da lógica clássica ainda é um ponto de discussão. Enquanto alguns autores defendem as lógicas paraconsistentes como meros aperfeiçoamentos às aplicações errôneas da lógica clássica, outros as defendem enquanto substitutos naturais desta última. Também encontramos autores que defendem o uso da lógica clássica na metalinguagem como adequado para nossos propósitos científicos, em oposição àqueles que afirmam que nossa metalinguagem deve ser reformada por conceitos não-clássicos. A primeira parte da tese explora questões fundacionais ao debate anti-excepcionalista. Tópicos como a relação entre anti-excepcionalismo e aprioricidade, a subdeterminação dos dados lógicos, e o problema da lógica de fundo, são tratados. A segunda parte é dedicada a aspectos técnicos das lógicas paraconsistentes. Os resultados centrais são a introdução de uma nova família de lógicas paraconsistentes não-monotônicas de primeira ordem capazes de validar muitas propriedades centrais das lógicas não-monotônicas.


  • Mostrar Abstract
  • The rivalry between classical logic and its non-classical contenders occupies the centre stage in contemporary philosophical logic. The central issue is to know how to choose a logical system (or theory thereof) among the many available possibilities. A recent proposal, named logical anti-exceptionalism, claims that logical disputes may be settled through the employment of the same theory choice methods used in the hard sciences, i.e., by inference to the best explanation and the analysis of the theoretical virtues of each disputant theory. This philosophical thesis has been explored as a research agenda to investigate issues such as the revisability of logic, the a priori character of logical knowledge, the logical pluralism/monism debate, the methods for theory choice in logical theorizing, and other related questions. The present monograph is an investigation of foundational topics within logical anti-exceptionalism and its relation to one specific class of non-classical logics, namely paraconsistent logics. Paraconsistent logics are known to accommodate contradictions in a non-explosive way, a feature not shared by classical logic. However, to what extent they can be considered as legitimate opponents to classical logic is still a matter of debate. Whereas some authors defend paraconsistent logics as mere amendments to faulty applications of classical logic, others defend them as a natural surrogate of the latter. One also finds authors that defend the use of classical logic in our metalanguage as well suited for our scientific purposes, in opposition to those that claim that our metalanguage ought to be reformed by non-classical concepts. The first part of the present thesis explores foundational issues of the anti-exceptionalist debate. Topics such as the relation between anti-exceptionalism and aprioricity, the underdetermined character of logical data, and the background logic problem, are introduced and addressed. The second part is devoted to technical aspects of paraconsistent logics. The main results are the introduction of a new family of nonmonotonic first-order paraconsistent logics capable of satisfying important metaproperties of nonmonotonic logics.

4
  • EVELYN FERNANDES ERICKSON
  • Revisão racional de teorias em lógica: além do abdutivismo

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MICHAELA MCSWEENEY
  • JACK WOODS
  • CASSIANO TERRA RODRIGUES
  • MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
  • OLE THOMASSEN HJORTLAND
  • Data: 24/08/2021

  • Mostrar Resumo
  • Uma tendência recente da filosofia da lógica, sob a designação de “anti-excepcionalismo lógico”, propõe que a epistemologia da lógica deve ser aproximada à das ciências: teorias lógicas não são justificadas por intuições a priori, mas ao invés, como nas outras ciências, por evidências a posteriori ou empíricas. Como exatamente a relação entre lógica e ciência será desenvolvida por um anti-excepcionalista ainda há de ser determinada. Uma abordagem preferida por muitos é adotar o “método abdutivo”  para selecionar a melhor teoria lógica. É argumentado aqui que tal abordagem não é livre de problemas. Anti-excepcionalismo lógico não deveria suceder ou fracassar nos métodos do abdutivismo lógico, ou de qualquer método de revisão de teorias em particular. Ao invés de definir o anti-excepcionalismo em termos da aplicação do método científico de revisão de teorias à logica, a presente tese propõe definí-lo apenas em termos de revisão racional de teorias. Tal definição permite que diferentes visões ontológicas e metodológicas se enquadrem no escopo do anti-excepcionalismo. A presente tese articula o que seria revisão racional de teorias lógicas para além do abdutivismo lógico.


  • Mostrar Abstract
  • A recent trend in the philosophy of logic, under the title of "anti-exceptionalism", proposes that the epistemology of logic should be approximated to that of science: logical theories are not justified by a priori intuitions, but rather, as in the other sciences, by a posteriori (or empirical) evidence. How exactly the relation of logic and science is to be fleshed out by the anti-exceptionalist remains to be determined.  An approach favored by many is to adopt "the abductive method" to select the best logical theory. This approach is not without its problems, or so it is argued herein. Anti-exceptionalism should not stand or fall on the merits of logical abductivism, or those of any method of theory revision in particular. Rather than defining anti-exceptionalism in terms of applying the scientific methodology of theory revision to logic, the present thesis proposes to define it simply in terms of rational theory revision. Such definition allows for divergent ontological and methodological views to fall under the scope of anti-exceptionalism. The present dissertation articulates what rational theory revision of logic looks like beyond logical abductivism.

5
  • JOSÉ JURANDIR PEREIRA JUNIOR
  • APROXIMAÇÕES E DISTINÇÕES ENTRE KANT E HABERMAS A PARTIR DO PENSAMENTO COSMOPOLITA

  • Orientador : ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • CRISTINA FORONI CONSANI
  • DELAMAR JOSE VOLPATO DUTRA
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 10/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • A presente tese pretende contribuir com a pesquisa sobre Kant e Habermas, envolvendo as suas distinções e aproximações no campo da filosofia política, em especial, no tocante ao pensamento cosmopolita. Na discussão dessa problemática, requer-se uma análise sobre a crítica de Habermas ao déficit e atualização da teoria cosmopolita do filósofo Kant. Isto é, o trabalho volta-se sobre a questão, se Habermas responde ou não a crítica do pensamento cosmopolita em relação à proposta kantiana.  Nessa perspectiva, tornou-se importante destacar argumentos que alegam não alcançar tais elucubrações, apenas pela perspectiva liberal clássica e republicana do pensamento político de Kant. Assim sendo, o trabalho apresenta os esforços por parte de Habermas em direção ao resgate do pensamento cosmopolita kantiano, a partir de uma premissa histórica. Desse modo, ressalta-se a posição deste autor frente ao quadro histórico e dados reais do mundo contemporâneo. Como por exemplo, nas seguintes questões: O formato das Nações Unidas  supera a conjectura cosmopolita de Kant sobre a liga das nações, ou houve erro na formulação teórica de Kant?  Habermas parte também da problemática que procura explicar, se o filósofo Kant tinha uma concepção de soberania de Estado nação muito forte. Será que por causa dessa concepção de Estado nação forte, não existe a autorização para que haja intervenção em nome dos direitos humanos? Para tentar responder essas e outras questões, a tese tem ainda como escopo encontrar o pressuposto da primazia dos conceitos políticos de uma sociedade plural e cosmopolita. Nesse sentido, a premissa histórica de Habermas (2018 ) sofre de profundidade, devido ao Projeto cosmopolita ter uma séria dificuldade de ser implantado.  Pelo motivo de mais uma vez, advir da imposição de um processo civilizatório, que contraria a realidade histórica, social e cultural fora do Ocidente. Com mais essa problemática, na tentativa do alcance das hipóteses, destaca-se o argumento sobre a posição minimalista pela premissa histórica em Habermas. Sendo possível vê-la na ideia já existente de um fórum para discutir conflitos entre as nações, como acontece com a ONU.  Apesar também de o filósofo evidenciar esforços para uma posição maximalista, sobrevinda do construto da razão, que idealiza a possibilidade de um Estado mundial. Tendo em vista, que o direito implica também coerção em relação ao contrato global realizado entre as nações em seus aspectos supranacional e transnacional.  A tese conclui demonstrando que Habermas tenta corrigir o déficit democrático da soberania popular, a luz da premissa histórica na sua teoria discursiva e política, principalmente em relação à teoria liberal e republicana de Kant. Indicando assim, uma Democracia Constitucional que abre as portas para uma cidadania multicultural, tendo como escopo o alcance do Projeto Cosmopolita.


  • Mostrar Abstract
  • This thesis aims to contribute with the research about Kant and Habermas, involving their distinctions and similarities in the field of political philosophy, especially regarding cosmopolitan thought. In the discussion of this issue, it is required an analysis on Habermas’ critique about the deficit and update of philosopher Kant’s cosmopolitan theory. That is, the study focuses on questioning whether Habermas responds or not to the critique of cosmopolitan thought concerning the Kantian proposal. From this perspective, it has been important to highlight arguments that claim not to achieve such lucubrations, only through classical-liberal and republican perspective of Kant’s political thought. Thus, the study presents Habermas’ efforts in the direction of rescuing Kantian cosmopolitan thought from a historical premise. Therefore, this author’s position is emphasized in the face of  historical framework and real data of the Modern Worlds, such as in the two following questions: Does the United Nations’ format surpass Kant’s cosmopolitan conjectures about the league of nations, or was there an error in Kant’s theoretical formulation? Habermas also starts from the issue which tries to explain if the philosopher Kant had a very strong conception of nation-state sovereignty. Is it possible that, because of this conception of a strong nation-State, there is no permission for an intervention on behalf of Human Rights to occur? In order to try to answer these and other questions, this thesis also has the scope to find the assumption of political concepts’ primacy of a cosmopolitan and plural society. Based on this, the historical premise of Habermas (2018) suffers from depth, due to the fact that the Cosmopolitan Project has a serious difficulty to be implemented for the reason that, once again, it arises from the imposition of a civilizing process that goes against the historical, social, and cultural reality outside the Western world. Having this issue as an additional, in an attempt to achieve the hypotheses, the argument about the minimalist position by the historical premise in Habermas stands out, being possible to see it in the existing idea of a forum to discuss conflicts among nations, as it happens to the United Nations. Although the philosopher also evidenced efforts for a maximalist position, arising from the construct of reason, which idealizes the possibility of a World State. Bearing in mind that the right also implies coercion in relation to the global contract carried out among nations, and its supranationals and transnational aspects. The thesis concludes by demonstrating that Habermas tries to correct the democratic deficit of popular sovereignty, in the light of the historical premise in his discursive and political theory, mainly with regard to Kant’s liberal and republican theory. Therefore, indicating a Constitutional Democracy that opens doors to a multicultural citizenship, by having the reach of the Cosmopolitan Project as a scope.

2020
Dissertações
1
  • MARCELO HENRIQUE PEREIRA COSTA
  • CORPO, PRAZER E ESTILO: A ÉTICA HEDONISTA DE MICHEL ONFRAY

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE
  • MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN
  • Data: 17/02/2020

  • Mostrar Resumo
  •        O prazer é o principal motor do comportamento humano, uma força da natureza que impulsiona a vida à sua máxima afirmação. Por isso também ele é o maior problema ético e moral para toda uma tradição do pensamento, de Demócrito a neurocientistas contemporâneos. Michel Onfray, pensador libertário dos mais interessantes no cenário intelectual francês atual, afirma que não há ética fora do hedonismo, razão pela qual sua obra se organiza junto à longa linhagem da tradição filosófica hedonista. Concebendo o humano como um ser constituído de paixões e forças vitais brutas que precisam ser lapidadas por um projeto filosófico e ético, Onfray pensa o corpo e o prazer como guias existenciais. O presente estudo aborda essa ética jubilosa a partir de duas obras fundamentais da bibliografia onfrayriana: A arte de prazer: por um materialismo hedonista (1991); e A escultura de si: a moral estética (1993). Tomando estes textos como horizonte teórico, o trabalho está organizado em quatro capítulos. O primeiro aborda a questão do corpo, essa máquina hiperestésica da qual toda filosofia é a expressão. Hápax existencial, conceito que norteia esse capítulo, foi desenvolvido por Onfray para dar conta da relação corpo/pensamento. Em seguida, abordamos os fundamentos do hedonismo, buscando examinar a natureza própria do prazer e da dor enquanto afetos primordiais da vida. Donde as seguintes questões: por que o prazer é um problema moral? Quais são suas implicações éticas? O prazer é condição necessária para a felicidade? Hedonismo e eudemonismo são noções distintas ou inter-relacionadas? No terceiro capítulo adentramos nos desenvolvimentos éticos fundadores do hedonismo, os quais devemos às filosofias de Aristipo e de Epicuro, dois pensadores da Antiguidade grega. Propomos aqui uma apresentação comentada da interpretação que Onfray oferece destes representantes maiores do hedonismo. Prazer e estilo intitulam o último capítulo desta dissertação. De fato, para Onfray o hedonismo ético é sinônimo de estética da existência. Assim, na esteira de Nietzsche ele versa sobre um individualismo que não é um egoísmo, defende um relativismo ético contrário a toda moral castradora e pensa a construção de um eu possível a partir da matéria bruta e caótica de que somos feitos a priori. Em seguida, propõe uma teoria do gozo estético onde celebra o corpo e seus cinco sentidos, decerto, mas dá especial atenção ao olfato, ao paladar e ao tato, pois estes são, segundo a tradição idealista a que Onfray se contrapõe, “sentidos ignóbeis” desprovidos de status intelectual. Ao fim concluímos que o propósito da obra onfrayriana é o de promover uma rematerialização da vida como forma de combater o niilismo contemporâneo, algo só possível se nos reconciliarmos com o corpo a fim de afirmar sua potência hedônica. Daí sua concepção de que a filosofia é uma arte de viver, e não simples teoria. Nesse projeto ético que celebra a amizade como virtude maior, o pensador hedonista almeja “saber desfrutar lealmente do próprio ser”.


  • Mostrar Abstract
  •     Pleasure is the main engine that boosts human behavior, a force of nature that drives life to its utmost affirmation. That is why it is also the greatest ethical and moral issue for a whole thinking tradition, from Democritus to contemporary neuroscientists. Michel Onfray, one of the most interesting libertarian thinkers acting in the current French intellectual scenario, claims that there is no ethics outside Hedonism, which is why his work is organized according to the long lineage of hedonistic philosophical tradition. Onfray thinks of body and pleasure as existential guides by means of conceiving human being as an entity comprised of raw passions and vital forces that need to be shaped by a philosophical and ethical project. Therefore, this study addresses this jubilant ethics from two important works of Onfray’s bibliography: L’Art de jouir: pour un matérialisme hédoniste (1991); and La Sculpture de soi: la Morale esthétique (1993). Considering such texts as theoretical horizon, this study is organized into four chapters. The first one addresses the body – a hypesthetic machine of which every philosophy is the expression. The Existential Hapax that guides this chapter was developed by Onfray in order to manage the relation between body and thought. Afterwards, the foundations of Hedonism are addressed by seeking to examine the very nature of pleasure and pain as primary affections of life. Hence, the following questions are raised: Why is pleasure a moral issue? What are its ethical implications? Is pleasure a necessary condition for happiness? Are Hedonism and Eudemonism distinct or intertwined notions? In the third chapter, the founding ethical developments of Hedonism are discussed, which are unfolded by the philosophies of Aristippus and Epicurus – two thinkers from the ancient Greece. A commented presentation of Onfray’s interpretation concerning such representatives of Hedonism is proposed in this chapter. Pleasure and Style title the fourth and last chapter of this dissertation. In fact, the Ethical Hedonism of Onfray is synonymous with aesthetics of existence. Based on Nietzsche, Onfray addresses an individualism that is not a selfish. In addition, Onfray supports an ethical relativism contrary to all castrating morals and glimpse the conception of oneself out of the raw and chaotic material of which we are made in advance. Afterwards, Onfray proposes a theory called aesthetic enjoyment in which the author contemplates the body and its five senses but emphasizing the smell, taste and touch, since these are ignoble senses devoid of intellectual status, according to the idealistic tradition to which Onfray opposes. In conclusion, the purpose of Onfray’s work is to promote a rematerialization of life as a way to counteract the contemporary nihilism – something only possible if there is a reconciliation with the body in order to affirm its hedonic power. Hence, it arises Onfray’s conception that philosophy is an art of living and not only a theory. In this ethical project that celebrates friendship as the greatest virtue, the hedonistic thinker aims to “know how to loyally enjoy oneself”.

2
  • LUCAS ALVES ARAÚJO
  • A DEFESA DA MODERNIDADE EM JÜRGEN HABERMAS: uma reconstrução a partir da incompreensão e da intenção da pós-modernidade.

  • Orientador : ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO PINZANI
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • Data: 04/03/2020

  • Mostrar Resumo
  •     A presente pesquisa tem por objetivo investigar as obras da segunda fase de Jürgen Habermas (1929-) a fim de mostrar a defesa da modernidade que o herdeiro da Escola de Frankfurt realiza ao se confrontar com a ideia do despontar da pós-modernidade. Para ele, a ideia de uma ruptura com o mundo moderno é um equívoco, representando, na verdade, apenas uma incompreensão sobre o significado da modernidade enquanto uma consciência de tempo, marcada pelo problema da autocertificação e do duplo processo de racionalização social, e uma intenção de distanciamento do projeto formulado pela Aufklärung. Ter-se-á como referência principal a obra O Discurso Filosófico da Modernidade (1985) e obras adjacentes como Pequenos Escritos Políticos V (1985) e A Teoria do Agir Comunicativo (1981). Tendo tais obras como horizonte teórico, esta dissertação se estrutura em quatro capítulos. No primeiro, realiza-se uma exposição do projeto habermasiano de construir uma teoria crítica da sociedade, defendendo de forma salutar o conceito de emancipação e os pressupostos da modernidade, bem como recusando veementemente o prefixo “pós” para definir o nosso período histórico. No segundo, aborda-se o primeiro eixo da crítica de Habermas à pós-modernidade: a incompreensão, ou seja, o fato de que os filósofos pós-modernos querem romper com os alicerces modernos estando ainda presos a eles. Ficará evidente que a incompreensão é fruto de uma análise equivocada feita da modernidade, na qual não se considera os problemas centrais apontados por Hegel e Weber. Após a caracterização do próprio significado da modernidade, adentra-se ao terceiro capítulo, no qual se analisa a real intenção existente na tentativa de rompimento com o mundo moderno e de como essa atitude remete aos pensamentos que vigoraram entre Nietzsche e os herdeiros de Hegel. Por fim, no quarto capítulo, resgata-se a maneira com a qual Habermas pretende persistir no projeto da Aufklärung a partir de uma mudança de paradigma que abandona a filosofia centrada no sujeito e aponta para aquela centrada na comunicação e no entendimento entre sujeitos capazes de falar e agir.


  • Mostrar Abstract
  •     This research aims to investigate the works of Jurgen Habermas (1929-) second phase in order to demonstrate the modernity defense that the heir of the Frankfurt School carries out when realizes the emergence of the post-modernity. According to him, the idea of a rupture with modern world is a mistake, representing, in fact, just an incomprehension about the meaning of modernity as consciousness of time, characterized by the problem of self-reassurance and the double process of social rationalizing, and the intention to depart from the project formulated by the Aufklärung. This dissertation will have as main reference the work O Discurso Filosófico da Modernidade (1985) and adjacent works like Pequenos Escritos Políticos V (1985) and A Teoria do Agir Comunicativo (1981). It having those works as theoric horizon, this research was organized in four chapters. In the first chapter, there is an exhibition of habermasian project for the construction of a society critical theory, defending the concept of emancipation and the modernity assumptions, as well as refusing vehemently the prefix “post” to define our historic period. The second chapter approaches the first aspect of habermasian criticism to post-modernity: the incomprehension, in other words, the fact that postmodern philosophers want to break away from the modern foundations, but still being stuck to them. It will be evident that the incomprehension is a fruit of a wrong modernity analysis that doesn’t consider the central problems pointed out by Hegel and Weber. After the characterization of modernity meaning, we will get into the third chapter, in which there is an exposition of the real intention that exists in attempt to break with modern world and how this attitude is relationed to the thoughts that prevail among Nietzsche and the heirs of Hegel. In conclusion, the fourth chapter resumes the way that Habermas intends to persist with the Aufklärung project through a change of paradigm that abandons the subject-centered philosophy and points out the one that is centered on communication and mutual agreement between individuals who are able to talk and act.

3
  • PEDRO HENRIQUE DE FREITAS FERREIRA
  • DIREITO DE RESISTÊNCIA E REVOLUÇÃO POLÍTICA NA FILOSOFIA PRÁTICA DE IMMANUEL KANT

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO PINZANI
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • Data: 17/03/2020

  • Mostrar Resumo
  •    Este trabalho objetiva investigar e reorganizar sistematicamente os problemas relacionados ao direito de resistência e à revolução política na filosofia prática de Immanuel Kant. Ele está organizado em três capítulos. No primeiro, realiza-se uma exposição das principais características da filosofia política de Kant. Com vistas a fazer valer o referido aspecto sistemático da pesquisa, verifica-se sobretudo a normatividade contida na ideia de república como um elemento comum esboçado já na "Crítica da razão pura" e consolidado, posteriormente, por meio da concepção de um necessário vínculo entre os domínios da moral e do direito. No segundo, com base na estruturação prática proposta por Kant, analisa-se a questão da resistência sob as perspectivas do direito positivo e da moral. Ademais, explora-se o vínculo da obra kantiana com o conturbado contexto histórico do final do século XVIII. Almeja-se, assim, entender principalmente como elementos externos, nomeadamente a Revolução Francesa e seus ideais, podem ter influenciado os ensaios da década de 1790. No último capítulo, reconstrói-se a argumentação de Kant sob o ponto de vista do projeto de uma história universal. Aqui, em consonância com uma discussão já reconhecida pela tradição kantiana, investiga-se se a filosofia da história, a despeito dos impasses que perpassam um tema tão controverso, pode oferecer um sentido positivo para as revoluções.


  • Mostrar Abstract
  •    This work aims to investigate and reorganize in a systematic way some problems related to the right of resistance and political revolution according to Immanuel Kant’s Practical Philosophy. The work is divided into three chapters. The first one is dedicated to a presentation of Kant’s Political Philosophy in its great lines. In order to enforce the referred systematic aspect of this inquiry, it is first of all examined the normativity as a content of the idea of republic which is a common element already outlined in the Critique of Pure Reason and then consolidated through the conception of a necessary connection between the domains of morals and law. In the second chapter, based on the practical structure proposed by Kant, the question of resistance is analyzed from the perspective of Positive Law and Morality. Furthermore, it is to be mentioned the relationship between Kant’s work and the troubled historical context of the late 18th Century. Thus, the investigation aims to come to an understanding of how external elements, namely the French Revolution and its ideals, may have had some influence on the 1790s’ Kant’s essays. In the final chapter, Kant’s argument is reconstructed from the point of view of the project of a Universal History. In line with a debate already recognized by Kantian scholarship, it is investigated whether the Philosophy of History can offer a positive meaning to revolutions despite the impasses that pervade such a controversial theme.

4
  • JESSICA BARROS SILVA
  • A tese de Schopenhauer acerca da vontade como essência humana e seus desdobramentos práticos e morais

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • EDUARDO RIBEIRO DA FONSECA
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 27/05/2020

  • Mostrar Resumo
  • Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788 – 1860), a essência de tudo o que existe na natureza é vontade. O homem é uma das diversas aparências que a vontade assume quando aparece em seu espelho: o mundo como representação. Este trabalho realiza um recorte na visão schopenhaueriana do mundo como vontade, elegendo como objeto de estudo as peculiaridades assumidas pela vontade ao objetivar-se enquanto essência humana e abordando os desdobramentos práticos e morais que podem ser encontrados na filosofia de Schopenhauer para sua compreensão de essência humana. Assim, este trabalho começa pela explanação da tese fundamental de Schopenhauer de que a vontade constitui a essência metafísica e o núcleo do homem, a partir da análise de sua primazia sobre o intelecto na autoconsciência. Os desdobramentos práticos apontados para o estabelecimento da vontade enquanto essência humana são localizados no modo como a vontade determina o modo de vida do indivíduo. A depender de suas inclinações preponderantes, ele levará uma vida devotada à busca de um certo de tipo de prazeres, os quais podem ser da ordem das sensações, da ordem da vaidade, do puro conhecer, do comprazimento estético, do engajar-se em atividades criativas etc. O âmbito da moral se abre na filosofia schopenhaueriana a partir da análise da natureza da motivação por trás das ações – ou “atos de vontade”. Schopenhauer estabelece três motivações básicas para o agir: o egoísmo, a maldade e a compaixão. Cada uma delas está associada a um grau de veemência específico da vontade, o qual, por sua vez, determina o quão atado ao princípio de individuação – princípio que reúne as formas a priori do espaço e do tempo na apreensão das múltiplas aparências da vontade – é o modo como funciona o conhecimento deste sujeito. Para Schopenhauer a conduta moral só é possível quando o princípio de individuação não domina o modo de conhecer do sujeito permitindo-lhe reconhecer que a sua essência é idêntica à do outro.  É desse reconhecimento que nasce a justiça, a bondade e a compaixão. Dessa forma, nosso trabalho se conclui na realização de uma tentativa de explanação acerca do modo intrincado como Schopenhauer atrela sua análise da motivação das ações de um indivíduo à análise de quão profundamente esse sujeito reconhece sua ligação essencial com os demais seres da natureza, uma vez que tudo o que há é manifestação da mesma vontade.   


  • Mostrar Abstract
  •    According to the German philosopher Arthur Schopenhauer (1788 - 1860), the essence of every existing being in Nature is Will. Human being is one of the various appearances of the Will as it appears in its mirror, which is the world as representation. This work focuses the Schopenhauerian vision of the world as Will, choosing as an object of study the peculiarities assumed by the will when it objetifies itself as the human essence and moves towards the practical and moral developments that can be found in Schopenhauer’s thought for an understanding concerning human essence. Thus, this work begins by explaining Schopenhauer’s fundamental thesis that the Will constitutes the metaphysical essence and the core of man, starting from the analysis of its primacy in our self-consciousness regarding the intellect. The practical developments of this thesis can be found in the way the will determines individual’s way of life. Depending on his prevailing inclinations, one person will lead a life devoted to the pursuit for a certain type of pleasure, which can be in the order of sensations, in the order of vanity, of pure knowledge, of aesthetic pleasure, of engaging in creative activities etc. The scope of morality opens up in Schopenhauerian thought from the analysis of the nature of the motivation behind the actions – or “acts of will”. Schopenhauer establishes three basic motivations for acting: egoism, malice and compassion. Each of them is associated with a specific degree of vehemence of the will, which, in turn, determines how attached to the principle of individuation – a principle that gathers the a priori forms of space and time in the apprehension of the multiple appearances of the Will. For Schopenhauer, moral conduct is only possible when the principle of individuation does not dominate the subject’s way of knowing, allowing him to recognize that his essence is identical to that of the other. It is from this recognition that justice, kindness and compassion are born. Thus, our work concludes with an attempt to explain the intricate way Schopenhauer ties his analysis of the motivation of an individual’s actions to the analysis of how deeply this subject recognizes his essential connection with other beings of nature, once that all that exists is a manifestation of the same Will.

5
  • ALLANAH SÂMELA LEONEZ FERREIRA DE GÓIS
  • O problema da responsabilidade moral em Arthur Schopenhauer

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • VILMAR DEBONA
  • Data: 29/05/2020

  • Mostrar Resumo
  • Na filosofia de Schopenhauer, a liberdade reside apenas na Vontade, as ações são determinadas necessariamente pela causalidade. Diante disto, como seria compatível a atuação, simultânea no homem, da vontade metafísica livre e do determinismo das ações individuais? Schopenhauer assegura que todas as ações são determinadas na mesma proporção de um relógio, mas também assegura que o homem em sua essência é vontade, e esta por sua vez é livre, todo-poderosa e insondável. A aparente contradição pode levar ao questionamento: como o homem pode ser determinado, ou seja, não pode decidir ser outro, mas ainda assim pode ser considerado como sua própria obra?  Seguiremos analisando os conceitos envolvidos na problemática levantada, buscando as respostas que podemos encontrar para elas na filosofia schopenhaueriana. Sabendo que no determinismo as ações são resultados dos motivos conhecidos pelo intelecto em contato com o caráter individual, trataremos dos atributos do caráter, levando em consideração que ele se constitui da própria vontade objetivada no indivíduo, assim como trataremos da natureza secundária e acidental do intelecto, que, apesar de ser colocado pela tradição como núcleo do homem e centro de responsabilização moral, veremos que possui um papel auxiliar como parte de um organismo. A vontade, portanto, assume a primazia sobre o intelecto como essência e origem do homem. Para compreender sua posição de originariedade, vamos analisar o significado do termo  asseidade, considerado pelo nosso autor como imprescindível para se pensar responsabilidade e imputabilidade. Abordaremos oportunamente as principais objeções e dificuldades encontradas pelos estudiosos e comentadores. A questão principal desta pesquisa consiste em compreender em que medida o homem pode ser responsabilizado moralmente por suas ações, enquanto é a sua própria obra, no sentido de possuir asseidade, considerando-se a liberdade da vontade e o determinismo das ações.


  • Mostrar Abstract
  • In Schopenhauer’s philosophy, freedom lies in the Will only, actions are necessarily determined by causality. Thus, how would this simultaneous performance be compatible in man, the freedom of metaphysical will and the determinism of individual actions? Schopenhauer assures that every action is determined in the same proportion as a clock, but he also declares that man in his essence is will, which is free, almighty and enigmatic. This apparent contradiction can lead to the following question: how can man be determined, as in, not able to decide to be otherwise, but yet may be considered as his own work? This research follows analyzing the concepts involved in the problem brought up, looking for the answers that we can find in Schopenhauer’s thought. Once understanding that according to determinism actions are the result of motives known by the intellect in contact with the individual character, we will deal with the attributes of the character, taking into account that it is the will in itself as it comes objectified in a individual, as well as the secondary and accidental nature of the intellect, which despite being placed by tradition as the nucleus of man and the center of moral responsibility, we will see that it has an auxiliary role as a mere part of an organism. The will takes therefore precedence over the intellect as the essence and origin of man. For an understanding of its originary position we will analyze the meaning of the term aseity, considered by our author as indispensable for thinking about responsibility and imputability. We will also deal with the main objections and difficulties raised by scholars and commentators of Schopenhauer’s thought. The main question is to understand to what extent man can be held morally responsible for his actions, while it is his own work, in the sense of possessing aseity as an attribute, considering the freedom of the will and the determinism of the actions.

6
  • ROGÉRIO DE SOUZA ALVES SOBRINHO
  • É JUSTO OBEDECER A LEIS INJUSTAS? DESOBEDIÊNCIA CIVIL E O EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA EM JOHN RAWLS
  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • NEWTON DE OLIVEIRA LIMA
  • RENATO FRANCISQUINI TEIXEIRA
  • Data: 09/07/2020

  • Mostrar Resumo
  •    O presente trabalho tem como objetivo verificar a compatibilidade entre a prática da desobediência civil e a estrutura de uma sociedade democrática constitucional no âmbito da teoria do filósofo estadunidense John Rawls. Para tanto, analisam-se as noções básicas que permeiam a teoria da justiça como equidade de Rawls – com destaque especial para a sua ideia de contrato social e para os princípios de justiça dele decorrentes – e explora-se sua posterior configuração como uma concepção política de justiça para uma sociedade democrática, destacando-se as principais ideias e concepções relacionadas a este conceito. Realiza-se também uma investigação acerca das noções de justiça e legitimidade do Direito e da lei sob a perspectiva rawlsiana, bem como se analisam as considerações do autor sobre o Estado de Direito. Abordam-se, ainda, os fundamentos da obediência à lei sob a perspectiva da teoria da justiça como equidade, dando ênfase aos princípios de justiça aplicáveis aos indivíduos: o princípio de equidade e os deveres naturais. Promove-se, além disso, uma análise do conceito rawlsiano de desobediência civil, ressaltando sua definição, sua justificação e seu papel em uma sociedade democrática, bem como distinguindo-o de outras formas de dissidência à lei, como a resistência militante e a objeção de consciência. Aponta-se, ainda, as semelhanças e diferenças entre o conceito de desobediência civil de Rawls e aqueles de autores como Etiénne de La Boétie, Henry David Thoreau, Hugo Adam Bedau e Martin Luther King. Defende-se, ao fim, que a desobediência civil possui um caráter estabilizador e terapêutico na sociedade democrática e que serve não apenas como um artifício de defesa da justiça constitucional, mas também como um apelo à manutenção da ordem política nos termos da ideia de razão pública, embora seja, na teoria de Rawls, um conceito excessivamente restritivo e que não atinge a dimensão do conflito entre a democracia como um conjunto de instituições e a desobediência civil como uma manifestação democrática extra-institucional que pode assumir formas insurrecionais.


  • Mostrar Abstract
  • This paper aims to verify the compatibility between the practice of civil disobedience and the structure of a constitutional democratic society within the theory of the American philosopher John Rawls. To do so, basics that permeate Rawls’s theory of justice as fairness are analyzed - with particular emphasis on his idea of social contract and its arising principles of justice - its later configuration as a political conception of justice for a society as the main ideas and conceptions related to this concept are also explored. This paper also investigates the notions of justice and legitimacy of Law from a rawlsian perspective, as well as the analysis as considerations of the author on the rule of law. The fundamentals of obedience to the law are also approached from the perspective of justice theory as fairness, focusing on the applicable principles of justice to individual: the principle of fairness and the natural duties. It also promotes an analysis of the concept of civil disobedience, emphasizing its definition, justification and its role in democratic society, as well as distinguishing other forms of dissent from the law, such as militant resistance and conscientious objection. It still points out similarities and differences between Rawls's concept of civil disobedience and those from other authors such as Etiénne de La Boétie, Henry David Thoreau, Hugo Adam Bedau, and Martin Luther King. In the end, it is argued that civil disobedience has a stabilizing and therapeutic feature in democratic society and serves not only as a device for defending constitutional justice, but also as an appeal to maintain political order in the terms of public reason idea, although it is, in Rawls' theory, an excessively restrictive concept that does not reach the dimension of the conflict between democracy as a set of institutions and civil disobedience as an extra-institutional democratic manifestation that can assume insurrectional forms.

7
  • GABRIEL PAULO NEVES DA SILVA
  • O DESTINO DAS PALAVRAS: IGUALDADE, LITERATURA E POLÍTICA NA OBRA DE JACQUES RANCIÈRE

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • ANDRÉ FABIANO VOIGT
  • PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS
  • Data: 10/09/2020

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é apresentar e desenvolver a relação entre as palavras, a igualdade, a emancipação, a estética e a política na obra de Jacques Rancière a partir da hipótese de que elas são, para além de signos de comunicação, meios pelos quais se pode reconfigurar uma partilha do sensível. Concebe-se, em geral, que escrever é submeter as palavras a certos conjuntos de regras e de saberes. Concebe-se, ainda, que as palavras encontradas nos livros de literatura ou aquelas encontradas nos rótulos de certas embalagens não portam nenhuma potência pela qual os sujeitos poderiam verificar sua igualdade com outros sujeitos e engendrar sua emancipação. Este trabalho busca, contudo, seguir por outro caminho e demonstrar que a história nos oferece contraexemplos a essas concepções gerais, a saber, que as palavras da literatura e as das embalagens são motores potenciais da emancipação de qualquer um. Por isso, ele será divido em quatro momentos. Em primeiro lugar, mostrará a aventura intelectual de Joseph Jacotot, pedagogo francês, reevocado por Rancière na década de 1980 para sustentar sua tese da igualdade das inteligências. Essa, todavia, só é possível na medida em que é mediada pela experiência de uma distância possibilitada por um livro e suas palavras. O segundo momento do trabalho tratará do que Rancière chama de democracia literária e de que modo, indiretamente, a experiência de Jacotot é indicativo dessa democracia. As palavras voam sem controle e podem ser ditas e escritas, inclusive, por aqueles que não têm o direito de usá-las. A palavra é democrática porque pode ser dita fora de lugar. Se se pode falar de democracia literária, é graças ao modo de ser que as palavras adquirem na modernidade. É sob o modo da palavra muda que não apenas a literatura, mas as ciências ditas sociais em sua esteira, se instituíram como tais. E é acerca dessa instituição que o terceiro capítulo falará. Rancière faz uma reconstrução das origens do método da ciência historiadora remontando ao modo de escrita da literatura. Esta, por sua vez, se escreve não apenas a partir da flutuação das palavras sem controle, mas também a partir da reconfiguração do sensível que engendram. Não por acaso, escrever é uma atividade política para Rancière. Sobre isso, enfim, tratará o quarto capítulo deste trabalho, partindo da distinção aristotélica entre os que detêm a palavra (logos) e os que detêm apenas a voz (phoné). Rancière contesta essa divisão afirmando que a política só é possível pela ruptura dessa partilha sensível que estabelece, de um lado, os falantes e, de outro, os que não podem falar. No fundo, a política só é possível na medida em que há uma redefinição das palavras por aqueles que, antes, estavam proibidos de usá-las. Mas, também, a política só é possível na medida em que joga com os limites dessas proibições, fazendo falar aos que não falavam ou tornando visíveis os que não eram vistos.


  • Mostrar Abstract
  • The purpose of this work is to present and develop the relation among words, equality, emancipation, aesthetics, and politics in the work of Jacques Rancière from the hypothesis that words are, beyond signs of communication, means by which one can reconfigure a distribution of the sensible. One conceives, in general, that writing is to submit words to certain sets of rules and knowledges. One still conceives that the words found in the books of literature or those found in certain packing labels do not carry any potence by which subjects could verify their equality with other subjects and engender their emancipation. This work seeks, however, to follow another way and to demonstrate that history offers us counter-examples to these general conceptions, namely, that the words of literature and those of packing labels are potencial motors of emancipation to anyone. Therefore, it will be divided into four moments. In the first place, it will show French pedagogue Joseph Jacotot’s intellectual adventure, recalled by Rancière in the 1980’s to sustain his thesis about the equality of intelligences. This equality, however, is only possible to the extent that it is mediated by the experience of a distance made possible by a book and its words. The second moment of this work will deal with what Rancière calls literary democracy and in what way, indirectly, Jacotot’s experience indicates this democracy. Words fly without control and can be said and written, including, by those who do not have the right to use them. The word is democratic because it can be said out of its place. If one can talk about literary democracy, it is due to the way of being that words acquire in modernity. It is under the mode of the mute speech that not only literature, but the so called social sciences on its path, constituted themselves as such. And it is about this institution that the third chapter will talk. Rancière makes a reconstruction of the origins of the method of the historian science by going back to the way of literature writing. Literature, in its turn, is written not only from the fluctuation of words without control, but also from the reconfiguration of the sensible that they engender. It is not by chance that writing is, for Rancière, a political activity. The fourth chapter of this work will deal with that finally by starting from the Aristotelian distinction between those who have the speech (logos) and those who have only the voice (phonè). Rancière challenges this division by affirming that politics is only possible by the rupture of the sensible distribution that establishes, on the one hand, the speakers and, on the other hand, those who cannot speak. Finally, politics is only possible to the extent that there is a redefinition of words by those who, right before, were forbidden of using them. But also politics is only possible to the extente that it plays with the limits of those prohibitions, making speak those who did not speak or making visible those who were not seen.

Teses
1
  • ANA CAROLINA NUNES SILVA
  • O VALOR RELATIVO DAS ILUSÕES NO PENSAMENTO DE SLAVOJ ŽIŽEK

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO ALMEIDA GUIMARÃES
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • IMACULADA MARIA GUIMARAES KANGUSSU
  • LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 17/02/2020

  • Mostrar Resumo
  • Na perspectiva do filósofo esloveno Slavoj Žižek, a ideologia não é apenas algo imposto a nós, mas nossa relação espontânea com o mundo, operando de modo homólogo ao conceito lacaniano de fantasia. Segundo Lacan, pilar da filosofia de Žižek, a fantasia é uma forma de obnubilar as falhas da consistência da realidade simbólica, isto é, é uma forma de vínculo social que determina valor e significação em nossa realidade efetiva. A fantasia é, muitas vezes, uma ilusão inconsciente que nos faz desconsiderar nossa relação direta com a realidade socialmente compartilhada. Žižek insiste na existência de uma fantasia ideológica, já que a ideologia operaria como um obnubilamento da realidade, homólogo ao da fantasia. A partir de tal análise, o filósofo percebe que necessitamos permanecer na ficção, no poder da ilusão, para lidar com a ideologia. Obviamente, não em uma ilusão imaginária, mas naquela ilusão simbólica que incorpora o real. Dessa maneira, resta saber: se não há como sair da ideologia, se não existe estratégia de desalienação, já que a ideologia é a nossa maneira de relacionarmos com o mundo, como podemos identificar ou distinguir uma “ilusão verdadeira”, uma “fantasia real”, de uma ilusão imaginária imposta a nós?


  • Mostrar Abstract
  • According to the Slovenian philosopher Slavoj Žižek, ideology is not only something imposed on us. Rather, ideology is our spontaneous relation to the world, and operates in a way which is homologous to Lacan’s concept of fantasy. For Lacan, one of the main sources of inspiration for Žižek’s philosophy, masks the flaws of symbolic reality: fantasy is a form of social bond which determine value and meaning to our concrete reality. Fantasy is oftentimes an unconscious illusion which makes us disregard our direct relation with socially shared reality. Žižek claims the existence of an ideological fantasy, since the ideology masks reality just like fantasy does. Starting from this analysis, Žižek perceives that we need to remain within fiction and illusion to deal with ideology. This fiction, of course, should not be an imaginary illusion. Rather it should be a symbolic illusion which includes reality within itself. Thus, one could ask: if there is no way out of ideology (because ideology is our way to relate to the world), if there is no strategy for disalienation, how can we identify and distinguish a “truthful illusion”, a “real fantasy”, from an imaginary illusion which would be imposed on us?

2
  • MARCONE DE OLIVEIRA MAFFEZZOLLI
  • O SENTIDO DA PRAGMATEÍA EPICURISTA

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE
  • CELSO MARTINS AZAR FILHO
  • MARCUS REIS PINHEIRO
  • Data: 18/02/2020

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho postula que, por meio de uma pragmateía (πραγματεία), Epicuro busca espelhar um conhecimento acerca da natureza (physiología) num éthos equivalente, revalidando a concepção epicurista de filosofia como um saber para a vida (téchnev tiná perí ton bíon) e de sabedoria como atividade constante de reflexão sobre a natureza (phýsis) e de realização de um modo de ser de acordo com ela (katà phýsin). É em tal panorama, onde o homem busca uma aproximação com a natureza para reproduzir em sua alma um estado de imperturbabilidade (ataraxía), que se delineia a possibilidade de autorrealização ou do exercício de uma vida sábia. Nesse sentido, a pragmateía epicurista remete para uma prática filosófica desenvolvida na consecução de um conjunto de atividades (enérgeias) que traduzem em atitudes, condutas, escolhas, ações e pensamentos um éthos filosófico voltado para a busca do equilíbrio. Se nos textos de Epicuro são limitadas as ocorrências do termo pragmateía, por outro lado, ao exortar a prática filosófica por meio de exercícios de meditação (melétema) e de práxis (práxis), ele nos permite, a partir do uso dessas noções e de outras a essas vinculadas, evidenciar um sentido para a pragmateía, o que permite compreender como a physiología resulta em um modo de vida sábio. Nessa perspectiva, visamos demonstrar que a pragmateía epicurista estabelece seu sentido mais próprio quando compreendida como exercício ético. Isso porque
    é como trabalho permanente e inter-relacionado de meditação e práxis que ela conduz o pensamento e a ação para restabelecer no homem o sentido de autarquia (autárkeia), condição necessária para encetar-lhe a disposição para definir um éthos a partir do entendimento que tem da natureza e, com isso, poder fruir de uma vida livre, autêntica, equilibrada e feliz. Tais assertivas se baseiam na análise do pensamento legado por Epicuro (séc. IV a.C), preservado em três epístolas (Carta a Meneceu, Carta a Pítocles e Carta a Heródoto), 40 Máximas Capitais e 81 Sentenças Vaticanas. Também foram objetos de análises a doxografia preservada e reunida por Diógenes Laércio, por Hermann Usener, além dos fragmentos recuperados da Biblioteca de Herculano e daqueles descobertos no site arqueológico de OEnoanda. A esse conjunto de relatos, de onde se destacam as vozes de epicuristas como Filodemo de Gádara, Sexto Empírico, Diógenes de OEnoanda entre outros, também foi agregada a obra Da Natureza, do poeta romano Lucrécio (séc. I a.C). Dividiu-se o trabalho em quatro capítulos. O primeiro apresenta os fundamentos da pragmateía epicurista ou como a physiología, a phýsis, a anthropophýsis, o conhecimento (gnósis) e a técnica (téchne) são pensados por Epicuro. O segundo discorre sobre a meditação (melétema) ou como a pragmateía se constitui como um exercício da alma para pensar a natureza tendo em vista estabelecer uma prática de vida autárquica e feliz. A terceira parte deste trabalho trata da práxis (práxis) ou de como a pragmateía se relaciona com toda atividade orientada para - segundo um paradigma natural inteligido a partir da physiología - fazer o sábio experimentar em sua vida um sentido de equilíbrio e autorrealização. Por fim, no quarto capítulo, a pragmateía epicurista é discutida sob a perspectiva de um exercício ético, aspecto fundamental para compreender a coerência, unidade e sustentação de uma filosofia que se estende ao modo de pensar e de agir do sábio.


  • Mostrar Abstract
  • Ce travail postule que à travers une pragmateía (πραγματεία), Epicure cherche à refléter une connaissance de la nature (physiología) dans un éthos équivalent, revalidant la conception épicurienne de la philosophie comme savoir pour la vie (téchnev tiná perí ton bíon) et de la sagesse comme activité constante de réflexion sur la nature (phýsis) et de réalisation d'une manière d'être selon elle (katà phýsin). C'est dans un tel panorama, où l'homme cherche une approximation avec la nature pour reproduire dans son âme un état d'imperturbabilité (ataraxía), que se dessine la possibilité de réalisation de soi ou l'exercice d'une vie sage. En ce sens, la pragmateía épicurienne fait référence à une pratique philosophique développée dans la réalisation d'un ensemble d'activités (enérgeias) qui se traduisent par des attitudes, des conduites, des choix, des actions et des pensées un éthos philosophique visant la recherche de l'équilibre. Si dans les textes d'Épicure les occurrences du terme pragmateía sont limitées, en revanche, en exhortant la pratique philosophique à travers des exercices de méditation (melétema) et praxis (práxis), cela nous permet de montrer, à partir de l'utilisation de ces notions et d'autres liés à eux, un sens à la pragmateía, ce qui nous permet de comprendre comment la physiología se traduit par un mode de vie sage. Dans cette perspective, nous visons à démontrer que la pragmateía épicurienne établit sa signification la plus appropriée lorsqu'il est compris comme un exercice éthique. En effet, c'est en tant que travail permanent et interdépendant de méditation et de praxis qu'elle conduit la pensée et l'action à rétablir chez l'homme le sens de l'autarcie (autárkeia), condition nécessaire pour le entamer la disposé à définir un éthos basée sur la compréhension de la nature et, avec cela, de pouvoir jouir d'une vie libre, authentique, équilibrée et heureuse. De telles affirmations sont basées sur l'analyse de la pensée laissée par Épicure (IVe siècle avant JC), conservée dans trois épîtres (Lettre à Ménécée, Lettre à Pytoclès et Lettre à Hérodote), 40 Maximes Capitales et 81 Sentences Vaticanes. La doxographie conservée et collectée par Diogène Laërce, par Hermann Usener, ainsi que les fragments récupérés de la bibliothèque d'Herculanum et ceux découverts sur le site archéologique d'OEnoanda ont également été analysés. À cet ensemble de rapports, d’où ressortent les voix des épicuriens tels que Filodemo de Gádara, Sextus Empiricus, Diogenes de OEnoanda entre autres, a été ajoutées l'oeuvre Sur la nature des choses, du poète romain Lucrèce (1er siècle avant JC). Ce travail était divisé en quatre chapitres. La première présente les fondements de la pragmateía épicurienne ou comme la physiología, la phýsis, l’anthropophýsis, la connaissance (gnósis) et la technique (téchne) sont pensées par Epicuro. Le second aborde la méditation (melétema) ou comment la pragmateía constitue comme un exercice de l'âme pour penser la nature en vue d'établir une pratique de vie autarchique et heureuse. La troisième partie de ce travail traite de la praxis (práxis) ou de la façon dont la pragmateía se rapporte à toute activité orientée - selon un paradigme naturel compris de la physiología - pour faire éprouver au sage dans sa vie un sentiment d'équilibre et de réalisation de soi. Enfin, dans le quatrième chapitre, la pragmateía épicurienne est abordée sous l'angle d'un exercice éthique, un aspect fondamental pour comprendre la cohérence, l'unité et le soutien d'une philosophie qui s'étend à la manière de penser et d'agir du sage. 

3
  • ANDERSON BARBOSA CAMILO
  • RISO E LÁGRIMAS QUE NÃO TÊM PLANOS: o sujeito lacerado e a experiência interior, segundo Georges Bataille

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL VERGINELLI GALANTIN
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • IMACULADA MARIA GUIMARAES KANGUSSU
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • VINÍCIUS NICASTRO HONESKO
  • Data: 19/02/2020

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese tem como objetivo abordar o problema da experiência interior na abordagem crítica feita por Georges Bataille. Este trabalho privilegia os volumes de A suma ateológica e aborda a experiência interior como experiência que nega qualquer autoridade exterior, isto é, como experiência soberana. Para Bataille, a autoridade da experiência interior é a própria experiência, mas tal autoridade se expia. A experiência é um movimento constante de contestação dos dogmas e o sujeito que vive por esta contestação é um sujeito dos limites da angústia e do êxtase. Como assinalou Foucault em Prefácio à transgressão, a experiência interior para Bataille é uma experiência dos limites, o excesso comanda a experiência que é experiência da perda do sujeito. Neste sentido, o pensamento de Bataille critica a negatividade pensada por Hegel, pois a negação da experiência interior expressa uma negatividade sem emprego. Bataille quis pensar uma filosofia oposta à de Hegel, uma filosofia que põe a si mesma na colocação em questão do discurso. A escrita sobre a experiência interior reflete a difícil tarefa de abordar a experiência que escapa das formas discursivas. Como resposta às dificuldades do discurso da experiência, Bataille realiza algumas operações no seio da linguagem, como figurações e evocações de imagens no intento de expor um sujeito lacerado nas vias da alteração das formas discursivas. Além disso, nos propomos discutir nesta tese o erotismo como manifestação da experiência interior e inscrição do corpo no domínio da violência dos desejos, abordando os conceitos de transgressão e interditos, ou transgressão e limites..


  • Mostrar Abstract
  • This thesis aims to explore the problem of inner experience involved in Georges Bataille’s approach. This work focuses on the Atheological summa and discusses the inner experience as experience that denies the external authority, i.e. as sovereign experience. For Bataille, the authority of the inner experience is the own experience, but the authority expiates itself. The experience is a constant movement of dogma’s contestation and the subject that lives by this contestation is a subject of the anguish and ecstasy’s limits. As Foucault claims in his Preface to the transgression, the Bataille’s inner experience is a limit-experience, the excess commands the experience that is the experience of a subject loss. Thus, Bataille’s thought is a critique of Hegel’s negativity, because the negation of inner experience is useless negativity. Bataille wanted to think a philosophy opposite to Hegel’s, a philosophy that puts itself into the discursive question. The writing about the inner experience reflects the hard quest to discuss the experience that escapes from the discursive forms. Answering the experience discourse difficulties, Bataille does some operation in the essence of language, like figurations and evocations of some images in order to expose a lacerated subject through altered discursive forms. Furthermore, we claim in this thesis to discuss the eroticism as a manifestation of the inner experience and body inscription into the field of the desire violence, covering the concepts of transgression and prohibitions, or transgression and limits.

4
  • OSCAR CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE BISNETO
  • CETICISMO E FUNDAMENTAÇÃO NO SISTEMA DE HEGEL

  • Orientador : GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • JAIMIR CONTE
  • PLÍNIO JUNQUEIRA SMITH
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 21/02/2020

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese pretende examinar a natureza da relação que Hegel estabelece com a tradição do pensamento cético. Em suma, nossa abordagem consiste em mostrar o fato de que os principais argumentos dos antigos pirrônicos desempenham um papel fundamental no conjunto da filosofia hegeliana e que, longe de negligenciar, ou simplesmente tratar marginalmente o problema do ceticismo, Hegel parte do princípio de que a única forma viável de fundamentação filosófica legítima consiste em levar devidamente a sério o problema do ceticismo.


  • Mostrar Abstract
  • This thesis aims to examine the nature of the relationship that Hegel establishes with the tradition of skeptical thought. In short, our approach consists in showing the fact that the main arguments of the ancient pyrrhonians play a fundamental role in the whole of Hegelian philosophy and that, far from neglecting, or simply treating the problem of skepticism marginally, Hegel starts from the principle that the only viable form of legitimate philosophical foundation is to take skepticism seriously.

5
  • GABRIEL KAFURE DA ROCHA
  • META-ONTOLOGIA DOS ESPAÇOS: UMA APROXIMAÇÃO GEOPOÉTICA POR BACHELARD AO ENCONTRO DE HEIDEGGER

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIO FERREIRA ALMEIDA
  • LUIZ ROBERTO ALVES DOS SANTOS
  • NOEMI FAVASSA ALVES
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • Data: 27/02/2020

  • Mostrar Resumo
  • A presente tese de doutorado tem por objetivo tratar a questão do espaço teorizada pelo filósofo francês Gaston Bachelard (1884-1962) e sua relação de circularidade entre os conceitos de meta-ontologia e geopoética. Este trabalho se configura como uma pesquisa inédita na medida em que resgata a genealogia do conceito de meta-ontologia nos escritos de Martin Heidegger (1889-1976) e aplica-o no contexto da filosofia bachelardiana. O presente texto tem por objetivo analisar essas passagens principalmente das obras A experiência do espaço na Física Contemporânea e a Poética do Espaço, contudo, vamos além dessas obras e atravessamos toda a obra de Bachelard, incluindo seus artigos e resenhas, alguns ainda inéditos em português. Nesse caminho de ir além da obra do filósofo, encontramos o conceito de geopoética principalmente na recepção de um dos herdeiros do pensamento de Bachelard, Wunenburger, e percebemos que está perfeitamente alinhado com a perspectiva que adotamos; de que o fato da ciência ser a estética da inteligência, abre espaço para uma interpretação bachelardiana de que é possível se valer da estética como base de uma compreensão da ciência, ou seja, a estética da inteligência é lançar o leitor ao gosto pela ciência. Nesse percurso, encontraremos aproximações e rupturas entre as obras de Heidegger e Bachelard, tomando como exemplo principal a questão da técnica. Outro ponto de encontro é o fato de ambos os filósofos terem tido contato com as esculturas de Eduardo Chillida. Visando ressaltar a materialidade do espaço concreto, o elemento terra é trabalhado durante boa parte dessa tese para demonstrar o caminho de superação da dicotomia matéria-forma, onde a espacialidade das superfícies nos levam à profundidade metafísica das raízes alimentadas pelo ser da terra. A conclusão tem a pretensão de mostrar como o espaço, enquanto construção (e não concebido como a priori) meta-ontológica inaugura uma forma diferente de pensamento, que vai além de uma metafísica onto-teológica, se constituindo numa metatécnica ontológica que relaciona linguagem – imagem – conceito tanto da forma poética como epistemológica. E nisso, há uma crítica implícita às filosofias analíticas, para que não reapropriem conceitos próprio da ontologia, mas que a meta-ontologia construa uma linguagem que crie um novo ser do espaço, ciência e elementos.


  • Mostrar Abstract
  • This doctoral thesis aims to address the issue of space theorized by the French philosopher Gaston Bachelard (1884-1962) and its circularity relationship between the concepts of meta-ontology and geopoetics. This work is an unprecedented research in that it recovers the genealogy of the concept of meta-ontology in the writings of Martin Heidegger (1889-1976) and applies it in the context of Bachelardian philosophy. The present text aims to analyze these passages mainly from the works The experience of space in Contemporary Physics and The Poetics of Space, however, we go beyond these works and cross the entire work of Bachelard, including his articles and reviews, some still unpublished in Portuguese.  In this way of going beyond the philosopher's work, we find the concept of geopoetic mainly in the reception of one of the heirs of Bachelard's thought, Wunenburger, and we realize that it is perfectly aligned with the perspective we have adopted; The fact that science is the aesthetics of intelligence makes room for a Bachelardian interpretation that it is possible to use aesthetics as the basis of an understanding of science, that is, the aesthetics of intelligence is to throw the reader into the taste for science. In this way, we will find approximations and ruptures between the works of Heidegger and Bachelard, taking as main example the question of technique. Another meeting point is the fact that both philosophers had contact with the sculptures of Eduardo Chillida. Aiming to highlight the materiality of concrete space, the earth element is worked during much of this thesis to demonstrate the path of overcoming the matter-form dichotomy, where the spatiality of the surfaces lead us to the metaphysical depth of the roots fed by the being of the earth. The conclusion is intended to show how space, as a meta-ontological construction (and not conceived as a priori) inaugurates a different form of thought, which goes beyond an ontheological metaphysics, constituting an ontological metatechnique that relates language - image - concept of both poetic and epistemological form. And in this there is an implicit critique of analytic philosophies, so that they do not reappropriate ontology's own concepts, but that meta-ontology builds a language that creates a new being of space, science, and elements.

6
  • DAVID GOMES COSTA
  • Uma Abordagem Semântico-Pragmática para Classificação e Definição de Quantificadores

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANO MARQUES DA SILVA
  • ANDRÉ NASCIMENTO PONTES
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • HÉRCULES DE ARAÚJO FEITOSA
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • Data: 28/02/2020

  • Mostrar Resumo
  • Expressões quantificadoras estão na história da filosofia e da lógica pelo menos desde a criação do silogismo por Aristóteles. Outro momento central na história dessas expressões é o desenvolvimento do sistema formal do Begriffsschrift de Frege. Em seu trabalho, o autor inclui axiomas para quantificação sobre objetos individuais e conceitos. Sendo os quantificadores também um tipo de conceito, ele os denomina “conceitos de segundo nível”. Com o advento da teoria dos modelos (na década de 1950) a noção semântica de “interpretação” promove uma revolução copernicana neste campo de estudo e na maneira de definir os “conceitos” fregeanos, com ênfase nas expressões quantificadoras. Tal revolução não consiste simplesmente em uma nova forma de apresentar os quantificadores de Frege, mas possibilitou uma ampliação na variedade de quantificadores que podem ser implementados. Essa abertura a novas possibilidades é devida, basicamente, aos trabalhos de Mostowski (1957) e Lindtröm (1966) que desenvolvem a noção de quantificação generalizada. Existem, no entanto, limites tanto nessa implementação quanto na interpretação de certos quantificadores de línguas naturais. A dependência de uma expressão a um contexto é uma das barreiras que a linguagem natural impõe à lógica formal. Nesse sentido Grice em 1975 abre espaço em seu Logic and Conversation para um outro olhar sobre a “lógica da linguagem ordinária”. O presente trabalho se propõe a uma análise nas diversas tentativas de formalização de quantificadores em linguagens naturais. Partimos de uma abordagem que investigue aspectos lógicos e pragmáticos dos quantificadores. Visamos uma classificação de quantificadores que acreditamos ser capaz de elucidar problemas sobre os limites de definições destas expressões.


  • Mostrar Abstract
  • Quantifying expressions have been part of the history of philosophy and logic at least since Aristotle’s creation of syllogism. Another pivotal moment in the history of these expressions is the introduction of the formal system in Frege’s Begriffsschrift, which includes axioms for quantifying individual objects and concepts. Since quantifiers are also a type of concept, Frege calls them "second-level concepts". With the advent of model theory (in the 1950s) the semantic notion of "interpretation" promotes a Copernican revolution in this field of study and in the way of defining Fregean "concepts", by emphasizing on quantifying expressions. Such a revolution does not merely consist of a new way of presenting Frege’s quantifiers but has made it possible to expand the range of quantifiers that can be implemented. This opening to new possibilities is due, basically, to the work of Mostowski (1957) and Lindström (1966) that develop the notion of generalized quantification. There are, however, limits both to this implementation and to the interpretation of certain natural language quantifiers. The dependence of an expression on a context is one of the barriers that natural language imposes on formal logic. In this sense, Grice in 1975 makes room in his ’Logic and Conversation’ for another look at the "logic of ordinary language". This thesis proposes an analysis of the various attempts to formalize quantifiers in natural languages. We start from an approach that investigates logical and pragmatic aspects of quantifiers and aim at a classification of quantifiers that we believe can elucidate problems on the limits of definitions of these expressions.

7
  • ALVARO LUIS DOS SANTOS GOMES RIBEIRO
  •  Esforços para Uma Teoria do Significado em Psicanálise

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALBERTO LEOPOLDO BATISTA NETO
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • Data: 02/03/2020

  • Mostrar Resumo
  •   O que conhecemos quando conhecemos o significado de uma sentença ou de uma linguagem? Essa é uma pergunta de suma importância para o pensamento de Michael Dummett em seu livro The logical basis of metaphysics. Diante das possíveis respostas, critérios lógico-formais serão buscados para delinear de que maneira essas chamadas teorias do significado serão distintas. Quando é possível tal caracterização da linguagem ganhamos um modo de discutir diferentes visões metafísicas via suas respectivas teorias do significado. A psicanálise, enquanto saber que lida com o tema do significado inconsciente, pode se beneficiar com isso. Seu status científico, muitas vezes atacado, seria mais bem medido no caso de conseguirmos formalizar seus conceitos? Acreditamos ser possível destacar sua prática linguística e aplicar a ela os critérios formais exigidos por Dummett para uma descrição de uma teoria do significado. Podemos ao menos iniciar esse trabalho analisando um tema muitas vezes esquecido pelos psicanalistas: os chistes. Se ao menos dermos as indicações de como isso pode ser feito, futuros trabalhos poderão indicar formalmente que tipo de ciência podemos esperar da psicanálise, bem como sua ligação com a metafísica.


  • Mostrar Abstract
  • What do we know when we know the meaning of a sentence or language? This is a fundamental question for Michael Dummett's thinking in his book 'The logical basis of metaphysics'. Given the possible responses, logical-formal criteria will be sought to outline how these so-called theories of meaning are distinguished. When such a characterization of language is possible, we gain a way of discussing different metaphysical views via their respective theories of meaning. As a knowledge that deals with the topic of unconscious meaning, psychoanalysis can benefit from this. Would its scientific status, which is often attacked, be better measured if we were able to formalize its concepts? We believe it is possible to highlight the linguistic practice of psychoanalysis and apply to it the formal criteria demanded by Dummett for a description of a theory of meaning. We can at least begin this work by analyzing a theme often overlooked by psychoanalysts: jokes. If only we give the indications of how this can be done, future work may formally indicate what kind of science we can expect from psychoanalysis, as well as how it connects with metaphysics.

8
  • CLAYTON RODRIGO DA FONSECA MARINHO
  • POR UMA POLÍTICA DAS IMAGENS EM GEORGES DIDI-HUBERMAN

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • BETTINA RUPP
  • FRANCISCO DAS CHAGAS FERNANDES SANTIAGO JUNIOR
  • JAISON CASTRO SILVA
  • VINÍCIUS NICASTRO HONESKO
  • Data: 07/08/2020

  • Mostrar Resumo
  •           Este estudo consistiu no esforço de pensar uma política das imagens a partir de Georges DidiHuberman, o que demandou, em alguma medida, montar três planos de composição: um no campo do saber, encontrando na heurística o eixo capaz de articular um saber em relação com o páthos. Para tanto, recorremos a um paradigma estético de pensamento retirado da filosofia de Walter Benjamin, nomeado constelação. A constelação da heurística, então, possibilitounos compor esse tipo de saber conjugado com as emoções; um no campo da política, a qual, ao invés de diferenciar público e privado, ato e potência, práxis e poiesis, inscreve-se em outra esfera, a dos gestos, permitindo-nos encontrar com uma política da exposição, na qual se expõe o que está em vias de se perder, o que está desaparecendo. Aí, paradoxalmente, vemo-nos diante do ser em comum, que aparece quando exposto e quando comparecemos, demandando de nós, pois, outras modalidades de relação: a imaginação, a tomada de posição e a empatia, e; por fim, um no campo da imagem, a qual, ao contrário de ser um depósito das ilusões humanas, torna-se lugar de retirada de saberes: sobre os nossos sofrimentos, sobre o que não somos, sobre os passados que não foram, sobre o que ainda não somos capazes de saber, sobre o próprio não-saber, sobre a cólera e sobre nossas potências. Tudo isso significou pensar e assinalar os deslocamentos das imagens no corpo dessa teoria outra, dessa política das imagens, que tem como função restituir as imagens ao livre uso comum dos homens, para dar a conhecer. Talvez, seja essa sua principal atribuição: dar a conhecer para que o resto seja possível.

     


  • Mostrar Abstract
  • This study consisted in an effort of thinking a politics of images coming from Georges DidiHuberman, which, to some degree, required us to come up with three planes of composition: one in the field of knowledge, finding in his heuristics the axis capable of articulating a knowledge in relationship to páthos. Therefore, we resorted to an aesthetic paradigm of thought taken from the philosophy of Walter Benjamin, known as constellation. Thus, the constellation of heuristics has enabled us to compose one such kind of knowledge conjoined with emotions; one in the field of politics, which, instead of differentiating between public and private, potentiality and actuality, praxis and poiesis, is itself inscribed in some other sphere, the one of gestures, allowing us to meet up with a politics of exposition, in which it exposes what is about to be lost- what is disappearing. Right there, paradoxically, we see ourselves faced with the being in common, which appears when exposed and when we appear along with it, thus requiring from us other modes of relation: imagination, taking a stand and empathy; at last, one in the field of image, which, instead of being a reservoir of human illusions, becomes a place of removal of knowledges: about our sufferings, about what we are not, about pasts that didn‟t come to be, about what we‟re still incapable of knowing, about actually not-knowing, about cholera and about our potentialities. All of this meant to think and point out the displacements of images in the body of this other theory, this politics of images, whose function is to retrieve images to the free common usage of men, to make them cognizable. Perhaps, this would be it‟s main attribution: to make cognizable, so that all else is possible.

9
  • ANDRE LUIZ DOS SANTOS PAIVA
  • Genealogia e teoria de gênero em Judith Butler – subversões teórico-políticas

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA ANGELITA TIBURI
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • ANNE CHRISTINE DAMASIO
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JULIANA ORTEGOSA AGGIO
  • Data: 14/09/2020

  • Mostrar Resumo
  • A teoria de gênero desenvolvida por Judith Butler consolidou-se como um marco nos estudos feministas, de gênero e sexualidades. Em suas construções teóricas, a filósofa dialoga com o pensamento de diversos autores, tais como Hegel, Austin, Derrida, Nietzsche, Kristeva e Foucault, sendo sobre as relações da teoria de gênero em Butler com a teorização acerca do poder e das resistências neste último que se deteve predominantemente a presente tese. Inicialmente, realiza-se um apanhado geral das principais repercussões de diversos autores na obra da filósofa, evidenciando as influências que a teoria da performatividade em Austin e posteriores releituras derridianas exercem no construto teórico de Judith Butler acerca dos gêneros, corpos e sexualidades, assim como as discussões em torno do reconhecimento em Hegel; a desontologização em Nietzsche e a abjeção em Kristeva. Posteriormente, detém-se sobre os diálogos que Butler realiza com as discussões em torno do poder e das resistências em Foucault, num sentido de realização de uma genealogia do gênero enquanto categoria analítica de uma determinada distribuição dos poderes no campo social e político. Nesse sentido, é possível depreender que a concepção foucaultiana de poder permeia as discussões realizadas por Butler no campo dos gêneros, de forma que a filósofa vislumbra o caráter normativo da categoria gênero, bem como encontra nela também as possibilidades de subversão operadas a partir das lutas e resistências exercitadas pelos sujeitos que, a partir da diferença na esfera de sexo-gênero, permitem o questionamento e a modificação dos lugares simbólicos que sustentam as relações de dominação nesse campo. Por fim, explicita-se como, para chegar a essas constatações, o que Butler operou foi uma genealogia do gênero, a partir da concepção foucautiana, acrescida de diálogos com o pensamento psicanalítico, de maneira a constituir uma teoria crítica com elevado potencial de transformação epistemológica e política.


  • Mostrar Abstract
  • .

10
  • DALILA MIRANDA MENEZES
  • A proposta ético-estética de Nietzsche: da crítica ao último homem à condução artística da vida cotidiana

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • IDEUSA CELESTINO LOPES
  • LUIS ALEXANDRE DIAS DO CARMO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MIGUEL ANGEL DE BARRENECHEA
  • Data: 28/09/2020

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta tese é apresentar a proposta nietzscheana de condução estética da vida cotidiana como uma alternativa ética para o enfrentamento do rebaixamento do homem. Essa proposta ético-estética de Nietzsche aponta para uma afirmação das potências de cada singularidade, pautando a existência humana a partir de suas inclinações corpóreas criadoras, em contraposição à uniformização, à massificação e à decadência, traços referenciais presentes no modo de vida do homem moderno-tardio, denominado por Nietzsche de “último homem”. Para atingir uma ampla compreensão e alcance desse projeto ético-estético apresentamos inicialmente aspectos cruciais do novo significado imputado por Nietzsche à psicologia, a qual assume uma abordagem do homem a partir da fisiopsicologia das forças. Em seguida investigamos o diagnóstico que Nietzsche faz do seu tempo, o que exige compreender o niilismo do último homem como sintoma de decadência de um tempo, e, por fim, explicitamos a proposta ético-estética nietzscheana de elevação e refinamento do homem a partir da arte de viver, da condução estética da vida cotidiana, movimento que deságua na afirmação e no embelezamento da vida.


  • Mostrar Abstract
  • The objective of this thesis is to present the nietzschean proposal for the aesthetic conduct of everyday life as an ethical alternative to face the demotion of man. This ethical-aesthetic proposal by Nietzsche points to an affirmation of the powers of each singularity, guiding human existence from its creative bodily inclinations, as opposed to uniformity, massification and decay, referential traits present in the modern man's way of life - late, called by Nietzsche of "last man". To achieve a broad understanding and reach of this ethical-aesthetic project, we initially present crucial aspects of the new meaning imputed by Nietzsche to psychology, which assumes an approach to man from the physiopsychology of forces. Then we investigate the diagnosis that Nietzsche makes of his time, which requires understanding the nihilism of the last man as a symptom of the decay of a time, and, finally, we explain the Nietzschean ethical-aesthetic proposal of elevation and refinement of man based on art of living, the aesthetic conduct of everyday life, a movement that flows into the affirmation and beautification of life.

11
  • MARIA FERNANDA CARDOSO SANTOS
  •  Entre a proteção e a punição: o paradoxo da ideologia punitivista nas lutas por reconhecimento e direitos

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO ATTIÉ JUNIOR
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • NELSON GOMES DE SANT'ANA E SILVA JUNIOR
  • Data: 28/10/2020

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é refletir sobre o paradoxo da presença da ideologia punitivista no contexto das lutas por reconhecimento e direitos humanos. Pergunta-se pelas condições que possibilitam essa articulação entre o discurso dos direitos humanos, que visa a proteção dos “sujeitos de direitos” e critica a lógica punitiva, e a adesão às propostas de uso da punição aos violadores. Partiremos dos estudos de autores como Friedrich Nietzsche, Michel Foucault e Löic Wacquant, para falar acerca da ideologia da punição, penalização e criminalização, e de outros, ligados à criminologia, como Eugenio Zaffaroni, David Garland, Vera Malaguti e Nilo Batista, que abordam e questionam um tal paradoxo. Uma conclusão deste estudo é que, na atualidade, as lutas e os movimentos sociais por reconhecimento e direitos humanos, em decorrência da adesão à ideologia punitivista, estão em crescente judicialização e criminalização de violações, ao mesmo tempo em que buscam garantir e proteger direitos, apostando na eficácia da pena em relação a suas funções. Essa adesão mostra-se problemática porque o sistema penal apresenta características estruturais que impedem sua eficácia em relação à diminuição da criminalidade e à disseminação dos conflitos que ela buscaria combater. Nesse sentido, podemos falar em uma ideologia da punição que atua no campo das lutas por reconhecimento e direitos.


  • Mostrar Abstract
  • .

12
  • ANDRÉ VINÍCIUS NASCIMENTO ARAÚJO
  • O ser do sensível como matriz do pensamento: filosofia e arte em Gilles Deleuze

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • CRISTIANO BEDIN DA COSTA
  • DANILO BILATE DE CARVALHO
  • ESTER MARIA DREHER HEUSER
  • JONNEFER BARBOSA
  • Data: 17/12/2020

  • Mostrar Resumo
  • Partimos da seguinte proposição: para a filosofia de Gilles Deleuze toda Ideia é imediatamente estética. É possível pensar uma relação “não mediada” entre as Ideias e a sensação: a sensação é a matriz do pensamento. Tal proposição encontra sua sutentação na medida em que Deleuze extrai do encontro entre a filosofia e a arte uma concepção de gênese do pensamento através da experimentação. Tanto a filosofia quanto a arte possuem suas próprias Ideias criativas e modos específicos de atualizar esssas Ideias, mas ambas estão diretamente relacionadas com as sensibilia ou qualidades sensíveis. Nosso intuito é o de mostrar como a filosofia passa a ter como imprescindível a capacidade da arte de nos pôr em contato com as diferenças no sensível, o que Deleuze chama de empirismo transcendental sob duas implicações fundamentais: 1) a violência de encontros involuntários que tornam nossas faculdades discordantes, como uma crítica ao modo dogmático de pensar dominado pela representação; 2) a pesquisa filosófica como um modo de aprendizado que põe o pesquisador em relação com elementos de uma vitalidade pré-individual. Propomos dividir nosso trabalho em duas etapas: uma pedagogia dos sentidos e uma pedagogia do conceito. Na primeira, fazemos uma genealogia da linhagem filosófica imanentista que engendra a concepção deleuziana de ser do sensível e de empirismo transcendental. Na segunda, investigamos as relações entre arte e filosofia em seus atos de criação.


  • Mostrar Abstract
  • We start with the following proposition: in Gilles Deleuze’s philosophy, every Idea is immediately aesthetic. It is possible to think of an “unmediated” relationship between Ideas and sensation: sensation is the matrix of thought. Such proposition is supported insofar as Deleuze extracts from the encounter between philosophy and art a conception of genesis of thought throught experimentation. Both philosophy and art have their own creative Ideas and their specific ways of actualizing those Ideas, but both are directly related to the sensibilia or sensitive qualities. Our intent is to show how philosophy comes to have as indispensable the capacity that art has of putting us in contact with the differences in the sensible, which Deleuze calls transcendental empiricism under two fundamental implications: 1) the violence of involuntary encounters that make our faculties discordant, as a critic to the dogmatic way of thinking dominated by representation; 2) the philosophical research as a way of learning that puts the researcher in relationship with elements of a pre-individual vitality. We propose to divide our work in two stages: a pedagogy of the senses and a pedagogy of the concept. In the former, we make a genealogy of immanentist philosophical lineage which engenders our deleuzian concept of being of the sensible and of transcendental empiricism. In the latter, we investigate the relationships between art and philosophy in their acts of creation.

2019
Dissertações
1
  • TIAGO XAVIER
  • SUPER-HUMANO: PROPOSTA ATUAL PARA A SUPERAÇÃO DO HOMEM

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO
  • Data: 31/01/2019

  • Mostrar Resumo
  •      Desde que o homem resolveu sair da caverna e desbravar o mundo, levou consigo vários desejos. Talvez, dentre tantos que ainda carrega em seu poder, o que o afeta de forma vital, ou mais precisamente dizendo, de maneira essencial, se mostrando necessário para a manutenção da vida, é o desejo de superar a si mesmo. Diante de tamanho querer, Friedrich Nietzsche (1844-1900), aquele que procurou compreender com demasiada profundidade uma tensão interna do sentimento humano, foi o que propôs o “super-homem” como proposta para a superação do homem a partir de uma força oriunda do próprio indivíduo por se encontrar nele mesmo, a fim de transvalorar as dicotomias, erros e preconceitos que negavam a existência, em prol da afirmação da mesma. Mais tarde, a proposta de superar o homem anunciada por Nietzsche na segunda metade do século XIX, retorna, só que não mais a partir da ideia de uma força oriunda do próprio indivíduo, mas do aprimoramento deste por meio de aparatos tecnológicos, prometendo fazer do homem um “super-humano”: proposta atual para a superação do homem promovida pelo transhumanismo por entender que o homem não é o estágio final da evolução humana, devendo ser superado a partir de aparatos tecnológicos que contribuirão para o aumento das suas capacidades – ingressando numa existência na qual todas as características do corpo estarão aprimoradas.


  • Mostrar Abstract
  •        Ever since the man decided to leave the cave and discover the world, he took several desires with him. Among the many desires he still carry in his power, perhaps the one that affects him in a vital way, or more accurately saying, in an essential way, since it is necessary for the maintenance of life, is the desire to overcome himself. Friedrich Nietzsche (1844-1900), who sought to understand very deeply an inner tension of human feeling, brought up with the "superman" as a proposal for the overcoming of man through a force derived from the individual himself; in order to transvalue the dichotomies, errors and prejudices that denied existence, for the sake of its own affirmation. The proposal of overcoming the man, announced by Nietzsche in the second half of the nineteenth century, returns later, but no longer through the idea of a force derived from the individual himself, but through his improvement by means of technological devices, promising to make man into a "superhuman". This current proposal promoted by transhumanism understands that man is not the final stage of human evolution and must be overcome by technological devices that will contribute to the enhancement of his capabilities – entering an existence in which all the characteristics of the body will be improved.

2
  • LEONARDO BERNARDINO RODRIGUES LOPES
  • O COMENTÁRIO DE TOMÁS DE AQUINO AO LIBER DE CAUSIS: ELEMENTOS DE UMA METAFÍSICA NEGATIVA


  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • JOSE TEIXEIRA NETO
  • Data: 01/02/2019

  • Mostrar Resumo
  •       Esta dissertação apresenta a recepção do neoplatonismo no pensamento de São Tomás de Aquino, mais especificamente seu Comentário ao Liber de Causis. Por tratar-se de uma síntese dos Elementos de Teologia de Proclo, como identificará São Tomás, o Liber de Causis preserva a mesma ordem triádica, hierárquica e dinâmica que constituem a causa de toda existência: Divina, Inteligível e Psíquica. São Tomás se serve da doutrina neoplatônica tanto para distinguir essas causas quanto para investigar como elas se relacionam entre si, a partir do ente material ao próprio ser subsistente, considerando as ideias de participação de todos os seres no Ser primeiro por uma certa causalidade metafísica e o conceito de negatividade do conhecimento humano frente a absoluta transcendentalidade da causa primeira.


  • Mostrar Abstract
  •     This dissertation presents the reception of Neoplatonism in the thought of St. Thomas Aquinas, more specifically his Commentary on the Liber of Causis. As it is a synthesis of the Elements of Theology of Proclus, as St. Thomas will identify, the Liber de Causis preserves the same triadic, hierarchical and dynamic order that is the cause of all existence: Divine, Intelligible and Psychic. St. Thomas uses the Neoplatonic doctrine both to distinguish these causes and to investigate how they relate to each other, from the material being to the subsistent being itself, considering the ideas of participation of all beings in the First Being by a certain metaphysical causality and the concept of negativity of human knowledge versus the absolute transcendentality of the first cause.

3
  • FELIPE RODRIGUES SIMÕES
  • Liberdade, causalidade e natureza humana em Immanuel Kant

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE MEDEIROS DE ARAUJO
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • REGINALDO OLIVEIRA SILVA
  • Data: 01/02/2019

  • Mostrar Resumo
  •      A presente dissertação tem por objetivo percorrer três caminhos básicos na obra de Immanuel Kant (1724-1804): a) na Crítica da razão pura (1781/1787), investigar o problema da conciliação entre liberdade e natureza na terceira antinomia, demonstrando como, a partir de uma solução crítica enraizada no Idealismo Transcendental (sobretudo por meio da distinção fenômeno/coisa-em-si), pode o sistema da crítica admitir a possibilidade teórica do conceito de liberdade; b) na Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), examinar em que medida esse mesmo conceito de liberdade é considerado de um ponto de vista prático, contribuindo, assim, para o estabelecimento de uma analítica da moralidade com base na razão; c) na Crítica da razão prática (1788), reconstruir os principais argumentos que avaliam a hipótese de uma razão prática pura, cuja lei, que orienta o agir, é reputada como um fato imediatamente reconhecido pela consciência moral. A dissertação também ensaia a relação entre uma filosofia moral pura (expressa nos termos da Fundamentação e da segunda Crítica) e aquilo que seria uma segunda parte da ética, denominada por Kant de antropologia prática (ou, simplesmente, filosofia moral aplicada), cuja tarefa seria, sobretudo, a de estudar as condições subjetivas (pertencentes à natureza humana, interpretada sensivelmente), contrárias ou favoráveis à execução das leis da razão prática. Desse modo, não seria o conceito de liberdade mera condição de possibilidade de uma determinação imediata (isto é, a priori) da vontade por meio da razão, mas, também, aquilo que permitiria a própria experiência moral, tomada em sentido concreto (esta, objeto da antropologia).



  • Mostrar Abstract
  •         The present dissertation aims to explore three basic paths in Immanuel Kant's work (1724-1804): a) in the Critique of Pure Reason (1781/1787), investigating the problem of the conciliation between freedom and nature in the third antinomy, demonstrating how, from a critical solution rooted in Transcendental Idealism (above all through the phenomenon/thing-in-itself distinction), can the criticism's system admit the theoretical possibility of the concept of freedom; b) in the Groundwork of the Metaphysics of Morals (1785), examining to what extent this same concept of freedom is considered from a practical point of view, thus contributing to the establishment of a reason-based analytic of morality; c) in the Critique of Practical Reason (1788), reconstructing the main arguments that evaluate the hypothesis of a pure practical reason, whose law, which guides acting, is considered as a fact immediately recognized by the moral conscience. The dissertation also essays the relationship between a pure moral philosophy (as sustained in the Groundwork and in the second Critique) and what would be a second part of the ethics, called by Kant Practical Anthropology (or, simply, applied moral philosophy), whose task would be mainly to study the subjective conditions (belonging to sensibly based human nature), contrary or favorable to the implementation of the laws of practical reason. In this way, would not be the concept of freedom mere possibility of an immediate (that is, a priori) determination of the will by means of reason, but also that which would allows the moral experience, taken in a concrete sense (this, the object of Anthropology).

4
  • FERNANDA ALVES DA COSTA
  • O DILEMA DE WOLLSTONECRAFT: FEMINISMO E CIDADANIA NO PROJETO DEMOCRÁTICO DE CHANTAL MOUFFE

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • FLÁVIA CARVALHO CHAGAS
  • Data: 07/02/2019

  • Mostrar Resumo
  •     Esta pesquisa investiga o Dilema de Wollstonecraft, criado por Carole Pateman a partir de suas observações entre as reivindicações de uma cidadania pela igualdade e de uma cidadania da diferença pelo movimento feminista, partindo das reivindicações de Mary Wollstonecraft, ainda no século XVIII. E a partir da discussão provocada por Pateman a respeito da cidadania e a condição social da mulher, iremos ver como Chantal Mouffe apresenta a proposta da construção de uma cidadania pluralista agonística, que pretende ser a base de uma Democracia Radical e solucionar o dilema da reivindicação de igualdade e de reconhecimento das diferenças.


  • Mostrar Abstract
  •      This research investigates the Wollstonecraft’s Dilemma, created by Carole Pateman from her observations between the claims of a citizenship for equality and a citizenship of difference by the feminist movement, starting from the claims of Mary Wollstonecraft, still in the eighteenth century. And from Pateman’s discussion of citizenship and the social condition of women, we will see how Chantal Mouffe presentes the proposal for the construction os a pluralistic agonistic citizenship, which intents to be the basis of a Radical Democracy and solve the dilemma of the claim equality and recognition of difference.

5
  • MARINA PAES MAURÍCIO MUNIZ
  • TRABALHO ALIENADO, FETICHISMO DA MERCADORIA E TEORIA DO VALOR EM KARL MARX

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MARACAJARO MANSOR SILVEIRA
  • PAULO HENRIQUE FURTADO ARAÚJO
  • Data: 19/08/2019

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é defender que a superação do capitalismo implica emancipar os sujeitos de trabalhar nos termos da produção de mercadorias. As relações de produção capitalistas são aqui apreendidas como relações alienadas. Inicialmente, a partir dos Manuscritos econômico-filosóficos, tratar-se-á da relação estabelecida por Marx entre trabalho alienado e propriedade privada, destacando tal obra enquanto o primeiro esforço feito por Marx na direção de seus estudos sistemáticos sobre as relações capitalistas de produção. Em seguida, vemos que em O capital Marx avança ao desvelar o duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias e, consequentemente, o tipo de dominação que a lógica própria do valor nos subsume. Conforme demonstra Lukács em sua Ontologia, destaca-se que o trabalho é categoria fundante, gênese ontológica do ser social posto que se trata de uma ação teleológica dos sujeitos em seu metabolismo com a natureza. Ao mesmo tempo, como demonstrado em O Capital, o trabalho é o único tipo de atividade capaz de produzir valor, forma social tomada pela riqueza no capitalismo. A contribuição de Postone é utilizada para reafirmar que a lógica do capital consiste num movimento ensandecido de auto expansão do valor – portanto, do trabalho -, deixando claro que não é possível superar o capitalismo sem abolir o valor, ou o trabalho, enquanto mediador social. Assim, será possível defender que o caminho para realizar a liberdade humana requer a superação de duas coisas, que na verdade representam uma só: a ruptura com a lógica do valor e, consequentemente, com o tipo de trabalho que o produz. Palavras-chave: alienação; liberdade; teoria do valor; fetichismo da mercadoria; Karl Marx.


  • Mostrar Abstract
  • .

6
  • BARTOLOMEU PEREIRA LUCENA
  • DOMINAÇÃO E LIBERDADE EM HERBERT MARCUSE

  • Orientador : ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • REGINALDO OLIVEIRA SILVA
  • Data: 30/08/2019

  • Mostrar Resumo
  •       A proposta central desse trabalho é investigar em Eros e civilização (1955) e O homem unidimensional(1964)obras de Herbert Marcuse, a forma como a sociedade pré e tecnológica tem determinado os limites da liberdade através de mecanismos de controle.  Essa análise parte num primeiro momento deEros e civilização, da leitura de Marcuse sobre as especulações antropológicas de Freud. Marcuse nessa obra usa a psicanálise para problematizar a relação entre civilização e repressão, assim como para pensar os espaços de liberdade que restam, representados pelos espaços de recusa. Em seguida é abordado em O homem unidimensional os novos elementos que aparecem em torno de uma dominação mais fechada nos países capitalistas desenvolvidos que caracteriza o esvaziamento quase total da liberdade na sociedade tecnológica. A partir dessa discussão verificou-se que os argumentos de Marcuse são relevantes para entender o contexto da sociedade sem oposições e para pensar possíveis estratégias de resistência e atuação política na contemporaneidade.


  • Mostrar Abstract
  •       The main proposal of this work is to investigate in Eros And Civilization (1955) and in One-dimensional Man, both by Herbert Marcuse, the way technological and pretechnological society determined the boundaries of freedom through the mind control mechanisms. This analysis first begins with Eros And Civilization, Marcuse’s reading about Freud’s anthropological speculations. In that text, Marcuse uses psychoanalysis to problematize the connection between civilization an repression, as well as the way to think the remaining spaces of freedom, represented by the refusal elements. Next, an approach is taken about One-dimensional Man, related to the new elements which appear around a closer domination in the developed capitalist countries and mark the almost complete disappearance of freedom in the technological society. From this discussion, it was verified that Marcuse's arguments are relevant for understanding the context of unopposed society and for thinking about possible strategies of resistance and political action in contemporary times.

7
  • EDSON GONÇALVES DA SILVA FILHO
  • RAZÃO E HISTÓRIA EM HEGEL: a cultura filosófica como liberdade educação do sujeito

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • GLENN WALTER ERICKSON
  • ABRAHAO COSTA ANDRADE
  • Data: 09/09/2019

  • Mostrar Resumo
  •     Esta dissertação tem o objetivo de analisar, expor, verificar e refletir sobre os conceitos de Razão e História no sistema científico e Filosófico elaborado por Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), segundo a perspectiva da cultura (Bildung) do sujeito que desvela todo o processo de formação que engendra a lógica absoluta da idéia, como também o logos da natureza e o movimento do Espírito. Tal educação só é possível de ser realizada quando o sujeito adquire uma cultura filosófica que, a partir do método dialético de investigação histórica, foi criada pelas escolas de Filosofia que surgiram na Grécia clássica. Começando com Tales até chegar em Aristóteles. O conceito de substância e sujeito foram definidos por alguns destes pensadores que sintetizaram o mecanismo orgânico do todo como causa divina sob o preceito da teórica conceitual. Hegel é influenciado pelos estudos destes filósofos que esclareceram a história deste saber que ainda era vinculado a causa geocêntrica do universo. É neste contexto político de descoberta científica que a cidade grega desde então passa a ser o palco de estudos a respeito do poder político, da ciência da natureza e da ciência do homem como também da preocupação com o destino trágico de toda geração que é domesticada pela sofistaria de pensamento que corrompe os deuses, a natureza e os homens. Para fazer um julgamento do espirito histórico do homem moderno e de todo mundo antigo que o antecede, Hegel teve que tomar conhecimento da crise que evidencia a eticidade trágica de toda cultura ocidental que começa a ser examinada por Sófocles  (495 a.C. - 406 a.C.) que escreveu o primeiro romance policial da história. É com este intuito que o poeta revela a decadência da mitologia recalcada no barco de Teseu, isto é, no Estado e na sua razão de ser real, ideal e corrompido. A razão de Estado baseada na fortuna e na força da lei natural é posta em xeque pelo logos hegeliano. Portanto, a cultura filosófica do sujeito que adquire a liberdade de pensar na História só é possível mediante a tomada de consciência-de-si dentro de um Estado de direito segundo a sua prescrição assentada na idéia de Razão moral que quebra com os ditames do poder refletido na lei do mais forte. Este julgamento é proferido pelo tribunal filosófico segundo a defesa da Filosofia como uma ciência rigorosa que investiga toda a história do homem e do mundo através de seus conceitos.           


  • Mostrar Abstract
  •       This dissertation aims to analyze, expose, verify and reflect on the concepts of Reason and History in the scientific and philosophical system elaborated by Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), according to the perspective of the culture (Bildung) of the subject that reveals everything the process of formation that engenders the absolute logic of the idea, as well as the logos of nature and the movement of the Spirit. Such an education can only be realized when the subject acquires a philosophical culture that, from the dialectical method of historical investigation, was created by the schools of Philosophy that arose in classical Greece. Starting with Thales until get to Aristotle. The concept of substance and subject were defined by some of these thinkers who synthesized the organic mechanism of the whole as divine cause under the precept of conceptual theorist. Hegel is influenced by the studies of these philosophers who clarified the history of this knowledge that was still bound to the geocentric cause of the universe. It is in this political context of scientific discovery that the Greek city has since become the scene of studies regarding political power, the science of nature and the science of man, as well as concern for the destiny tragic of every generation that is tamed by the thought that corrupts the gods, nature and men. To make a judgment of the historical spirit of modern man and of all ancient world that precedes it, Hegel had to take cognizance of the crisis which evidences the tragic ethos of all Western culture that begins to be examined by Sophocles (495 b.C - 406 b.C) that wrote the first police novel in history. It is for this purpose that the poet reveals the decadence of the mythology repressed in the boat of Theseus, that is, in the State and its reason of being real, ideal and corrupted. The reason of State based on fortune and force of natural law is put in check by the hegelian logos. Therefore, the philosophical culture of the subject who acquires the freedom to think in History is only possible through the realization of self-consciousness within a State of law according to its prescription based on the idea of moral Reason that breaks with the dictates of power reflected in the law of the fittest. This trial is pronounced by the philosophical tribunal according to the defense of Philosophy as a rigorous science that investigates the whole history of man and the world through its concepts.

8
  • INGRID XENOFONTE RIBEIRO
  • A RESPEITO DO NEXO ENTRE A ÉTICA DO DISCURSO E A QUESTÃO DA VERDADE ATRAVÉS DO MÉTODO DE JÜRGEN HABERMAS

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • CRISTINA FORONI CONSANI
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • Data: 14/10/2019

  • Mostrar Resumo
  • A referência ao paradigma da consciência como condição para responsabilidade como fonte de nossas opções e ações leva à admissão de procedimentos de argumentação que nos leva a atingir o ponto de vista do outro. Com isso, ter-se-ia uma aplicação do imperativo categórico que, pela interpretação de Habermas, teria sua plena realização em uma razão discursiva e não individual(moral) predominantemente. Neste sentido, o caráter referencial da linguagem é imprescindível e indissociável do conceito de conhecimento como representação, de verdade como correspondência a fatos. Habermas parte das relações sociais efetivas e distingue entre a ação de fala estratégica cuja referência à realidade pode ser falsa e a ação de fala comunicativa, em que esta referência visa comunicar a realidade em questão. Contudo, a ética do discurso só se efetiva para a situação de máxima igualdade discursiva possível pela disposição para coadunação dos intuitos e institutos. Um caso específico se mostra pela tecnocracia que, como nota Habermas, surge no cenário atual como urgente de tematização. O decisionismo dos atos de vontade de especialistas deve estar em consonância com a pragmática da comunicação recíproca. Para contemplar esta discussão utiliza-se produções de autores como Habermas, Moreira e Gisele Citadino que defendem a soberania popular como garantidora da pragmática política. Alexy e Botelho divergem destes, por sua vez, defendendo, em contraponto, uma posição de ativismo judicial. Carlos Augusto Ali Amim aponta o risco sempre presente nos tribunais de confundir a deontologia das normas com a teleologia dos valores como será abordado no último artigo/secção da presente dissertação. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, documental, explicativo e qualitativo. Neste contexto surgem potenciais problemas entre Estados nacionais, Regiões e pessoas por alegações incompatíveis à realidade referida pelo discurso. Nem sempre que um discurso pode ser adequado a institutos existentes, está sendo um discurso verdadeiro/ético. A busca aqui seria, portanto, pelo critério pelo qual um discurso é ético.


  • Mostrar Abstract
  • .

9
  • SARAH MAÍRA FERNANDES DE ANDRADE
  • O absurdo na existência: uma análise da condição humana na filosofia de Schopenhauer

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • EDUARDO RIBEIRO DA FONSECA
  • JOSÉ THOMAZ ALMEIDA BRUM DUARTE
  • Data: 22/11/2019

  • Mostrar Resumo
  • Procurando situar a filosofia de Arthur Schopenhauer (1788 – 1860) a partir da hegemonia da Vontade, esta pesquisa tem por objetivo apresentar de que maneira a existência humana pode ser considerada como absurda, porque pautada em um querer viver sem finalidade ou razão. A compreensão de uma existência absurda advém de uma interpretação feita por Clément Rosset (1939 – 2018) acerca da filosofia schopenhaueriana, segundo a qual o autor expõe que o querer, manifestação fenomênica da Vontade, é o centro para o qual convergem todas as incongruências existenciais. No entanto, para além da soberania da Vontade, também devemos expor algumas questões relativas à representação, já que é no contexto do mundo fenomênico, da natureza, que o espanto perante o absurdo da existência pode se tornar consciente para os seres humanos. Para tal fim, utilizamos, principalmente, O mundo como vontade e como representação (3ª ed. 1859), de Schopenhauer, e Schopenhauer, philosophe l’absurde (2ª ed. 1994), de Rosset.


  • Mostrar Abstract
  •       In order to situate Schopenhauer's philosophy based on the hegemony of the will over the beings, this research aims to show how human existence can be considered as absurd, based on conflicts and struggles motivated by the wanting in pursue of endless satisfactions. To this end, we divide the research into four chapters: the first three chapters contemplates the main concepts and understandings that underlie the condition of man as a volitional being and submitted to the irrational force of the will exposed in the World as Will and Representation and the last chapter consists of the analysis of human existence as absurd, based on Clément Rosset's interpretation of the absurd in Schopenhauer, philosophe de l'absurde.

10
  • PEDRO CLAUDEMIR DA CRUZ COSTA
  • A NOÇÃO DE CONCÓRDIA NO IDEAL DE “ESTADO” AGOSTINIANO

  • Orientador : GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO PATATIVA DE SALES
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MARIA SIMONE MARINHO NOGUEIRA
  • Data: 27/11/2019

  • Mostrar Resumo
  •          O objetivo desta pesquisa é analisar aspectos da filosofia política agostiniana para identificar onde reside e como se dá a noção de poder dentro do contexto da concepção de Estado justo. Para tanto, parte-se, primeiramente, da mudança religiosa e cultural ocorrida no império Romano com a oficialização do cristianismo como religião oficial. É neste cenário que a noção de concórdia estudada nesta pesquisa encontra suas origens, pois todo o caminho percorrido pela nova religião aponta a necessidade de uma teorização das relações entre Estado e Igreja. A posição defendida neste trabalho é a de que se encontra em Agostinho um conjunto de ideias que contém uma reflexão acerca de como o cristianismo poderia oferecer meios estruturantes para a manutenção e consolidação da ordem social e da paz, não somente para o Estado romano, mas para qualquer povo abertos aos preceitos divinos. Tal perspectiva surge a partir de situações específicas vivenciadas pelo Bispo de Hipona, a saber: a questão donatista, o saque de Roma, em 410, e a decadência do Império. Com realidades como estas, as quais apontavam para a desestruturação imperial e para uma divisão da Igreja, Agostinho propõe uma mudança de valores capaz de fazer todos os homens viverem bem na terra. Para tanto, o filósofo divide em dois grupos toda a humanidade, a saber a cidade terrena (que serve aos desejos) e a cidade celeste (que serve a Deus), mostrando o protagonismo do segundo grupo em saber administrar melhor os bens suficientes para a construção e manutenção da paz temporal. Além disso, um elemento presente na doutrina cristã e cunhado por São Paulo, a saber, a charitas, faz com a cidade celeste tenha um substrato potencial para promover união e responsabilidade coletiva. Sendo assim, empregados os preceitos divinos naquilo que funda e define o Estado, a saber a concórdia, ele pode ser transformado numa realidade que priorize algo que todos os humanos desejam: a paz terrena. Assim, o consenso fundante deve estar pautado pela busca da ordem social à luz da lei eterna, a qual oferece os meios mais eficazes para o ordenamento da sociedade, inclusive no sentido coercitivo. Ademais, sendo a paz temporal o desejo de uma multidão em acordo, ela tem o poder de determinar as formas de governo e leis. Desse modo, os desdobramentos resultantes da concórdia levarão a tese que o poder de um Estado reside nela e depende dela para ser justo.

     


  • Mostrar Abstract
  •    The aim of this research is to analyze aspects of Augustinian political philosophy to identify where it resides and how the notion of power is given within the context of the concept of a just state. In order to achieve this, we can begin with the religious and cultural change that took place in the Roman Empire with the formalization of Christianity as an official religion. It is in this scenario that the notion of harmony studied in this research finds its origins, because all the way covered by the new religion points to the need for a theorization of the relations between State and Church. The position defended in this work is that a set of ideas is found in Augustine that contains a reflection on how Christianity could offer structuring means for the maintenance and consolidation of the social order and peace, not only for the Roman State, but for any people open to the divine precepts. This perspective arises from specific situations experienced by the Bishop of Hippo, namely: the donatist question, the plundering of Rome in 410 and the decadence of the Empire. With realities such as these, which pointed to imperial disintegration and a division of the Church, Augustine proposes a change of values capable of making all people live well on earth. To this end, the philosopher divides the whole of humanity into two groups, namely the earthly city (which serves the desires) and the heavenly city (which serves God), showing the leading role of the second group in better managing the goods sufficient for the construction and maintenance of temporal peace. Moreover, an element present in the Christian doctrine and coined by Saint Paul, namely, charitas, makes the heavenly city have a potential substratum to promote union and collective responsibility. Thus, when the divine precepts are used in what establishes and defines the State, namely concord, it can be transformed into a reality that prioritizes something that all humans desire: earthly peace. Thus, the fundamental consensus must be guided by the search for social order in the light of eternal law, which offers the most effective means for the ordering of society, even in the coercive sense. Moreover, since temporal peace is the desire of an agreement crowd, it has the power to determine the forms of government and laws. In this way, the developments resulting from concord will lead to the thesis that the power of a state resides in it and depends on it to be just.

11
  • GEÓRGIA ANDRÉA DIÓGENES ISMAEL MENDES
  • O PROJETO COSMOPOLITA HABERMASIANO: UM ESTUDO SOBRE A TEORIA E SEUS PONTOS SENSÍVEIS

  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • EVANIA ELIZETE REICH
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 28/11/2019

  • Mostrar Resumo
  • A mudança na ordem política e econômica mundial iniciada após a Segunda Guerra Mundial fez Jürgen Habermas refletir e escrever sobre ela. Este trabalho objetiva estudar a evolução da teoria cosmopolita habermasiana, que estudou fartamente sobre as condições de democracia nos Estados Nacionais, mas, observando as novas configurações da ordem mundial e tomando por base as ideias cosmopolitas de Immanuel Kant, reescreveu alguns de seus conceitos e apresentou novas formulações para uma sociedade mundial democrática e pacífica. Habermas estudou a formação das estruturas políticas dos Estados Nacionais e, em face da irreversibilidade da globalização, sugeriu uma legítima formação política em sociedades plurais, a partir de condições procedimentais de democracia diferentes das observadas nos estados nacionais, mas possíveis. Ele viu na caótica relação mantida pelos sujeitos do direito internacional uma situação insustentável, que sempre conduzia à guerra, e formulou uma nova configuração desses sujeitos estruturada em níveis de poder e competência política, de modo a praticar a democracia, manter a paz e garantir a observância dos direitos humanos. Habermas, contudo, sofreu severas críticas sobre questões essenciais de sua teoria, que também são analisadas neste estudo e confrontadas em face dos escritos do próprio Habermas e em face de outros autores que fizeram uma leitura diferente da teoria cosmopolita habermasiana.


  • Mostrar Abstract
  • The change in the world political and economic order started after World War II made Jürge Habermas reflect and write about it. The aim of this paper is to study the evolution of the Habermasian cosmopolitan theory, which studied the conditions of democracy in the National States, but, in view of the new configurations of the world order and based on the cosmopolitan ideas of Immanuel Kant, he revised some of his concepts and presented new formulations for a democratic and peaceful world society. Habermas studied the formation of the political structures of the National States and, in view of the irreversibility of globalization, suggested a legitimate political formation in plural societies, from procedural conditions of democracy different from those observed in the national states, but possible. He realized in the chaotic relationship maintained by the subjects of international law an unsustainable situation, which always led to war, and formulated a new configuration of these subjects structured in levels of power and political competence, to practice democracy, maintain peace and ensure the observance of human rights. Habermas, however, has been severely criticized on essential questions of his theory, which are also analyzed in this study and confronted in the face of Habermas's own writings and in the face of other authors who have made a different reading of Habermas' cosmopolitan theory.

12
  • ROGÉRIO LUIZ MOREIRA JUNIOR
  • TELEOLOGIA E MORALIDADE NO CONTEXTO DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA


  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • ALEXANDRE MEDEIROS DE ARAUJO
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 10/12/2019

  • Mostrar Resumo
  •            Esta dissertação visa realizar um exame acerca da teleologia e moralidade no contexto da Crítica da razão pura da autoria de Kant. O presente trabalho objetiva argumentar sobre a possibilidade de uma teleologia prática, assim como a possível ligação com a moralidade na primeira Crítica, para que seja possível esta finalidade a configuração desse trabalho segue a seguinte estrutura: no primeiro capítulo busca-se estabelecer uma distinção entre o entendimento e a razão. No segundo capítulo a meta é reconstruir a argumentação que fundamenta a teleologia entendida como teórica aos moldes traçados da Crítica. Por fim, o terceiro e último capítulo carrega o propósito de analisar a possibilidade de uma teleologia prática fundamentando a temática da moralidade no contexto da Crítica da razão pura. Desse modo, o trabalho pretende justificar que é possível pensar uma teleologia com fins práticos na obra inaugural do período crítico deste autor, possibilitando pensar outros aspectos do kantismo ao que se refere a sua ética.


  • Mostrar Abstract
  •     This dissertation aims at examining teleology and morality in the context of Kant's Critique of Pure Reason. The present work aims to argue about the possibility of a practical teleology, as well as the possible connection with morality in the first Critique, so that this purpose is possible the configuration of this work follows the following structure: in the first chapter, a distinction is made between the understanding and the reason. In the second chapter the goal is to reconstruct the argumentation that bases the teleology understood as theoretical to the molds drawn from the Critique. Finally, the third and final chapter carries the purpose of analyzing the possibility of a practical teleology grounding the theme of morality in the context of the Critique of Pure Reason. In this way, the work tries to justify that it is possible to think a teleology with practical ends in the inaugural work of the critical period of this author, allowing to think other aspects of the kantian thing to which its ethics refers.

13
  • LAÉRCIO DE ASSIS LIMA
  • Subjetividade e escrita: a experiência da escrita literária como um processo de subjetivação.

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MARCIO VENICIO BARBOSA
  • CLÁUDIA GRIJÓ VILAROUCA
  • Data: 12/12/2019

  • Mostrar Resumo
  •   Nas duas últimas décadas do século vinte, a chamada filosofia do sujeito sofreu uma redefinição conceitual. Abandonando as determinações mais gerais do termo “sujeito”, a relação subjetiva a si radicaliza-se conceitualmente enquanto processos e modos diversos de subjetivações. Assim, os sistemas de determinação da subjetividade adquirem as mais variadas formatações. A relação a si ou o trabalho sobre si se potencializa a partir de múltiplos registros, sistemas de modelização e estratos. A partir dessa guinada, esta dissertação tem como objetivo ressaltar a experiência da escrita literária como um modo possível de subjetivação. Portanto, a tese a ser defendida é de que a escritura é um lugar privilegiado de ocorrência de processos de subjetivação. Para cumprir esse objetivo busca-se o testemunho direto das experiências registradas de escritores sobre seus próprios atos de criação literária. A reflexão de escritores é tomada no sentido de uma decifração das ocorrências de modos de subjetivação durante o ato de escritura. Diários e cartas se constituem assim como documentos de reflexão e apropriação do trabalho sobre si que ocorre na escritura. O ponto de partida incide sobre a famosa correspondência de Flaubert, na qual a análise pretende entender a forma como se configura a experiência da escrita como um modo possível de subjetivação. Em seguida, toma-se os diários de Kafka como um documento no qual escritura e processos subjetivos estão intrinsecamente relacionados. Por fim, toma-se as reflexões de Italo Calvino sobre a possibilidade de uma escritura sem a inflexão de um self para tematizar uma possível reterritorialização da literatura.


  • Mostrar Abstract
  • .

Teses
1
  • RENATO DOS SANTOS BARBOSA
  • A NOÇÃO DE PAR’HEMÂS NA FILOSOFIA DE EPICURO: O QUE PODE O HOMEM?

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • OLIMAR
  • Data: 11/10/2019

  • Mostrar Resumo
  •           Para Epicuro de Samos, par’hemâs (nosso poder) designa o poder humano de conhecer, deliberar e agir livremente. A noção de par’hemâs distingue fundamentalmente o atomismo epicurista do atomismo pré-socrático, sendo fator indispensável para a construção da filosofia de Epicuro. Esta tese é produto da interpretação da filosofia epicurista a partir da análise dos textos gregos de Epicuro, discípulos, doxógrafos e pesquisa bibliográfica. O objetivo deste trabalho é apresentar uma interpretação do epicurismo a partir da noção de par’hemâs enquanto componente das bases do pensamento epicurista, delimitando seu sentido, aspectos e o uso que dela faz Epicuro na estruturação de seu pensamento. Dividida em três capítulos, a tese começa por destacar os sentidos, aspectos e relevância da noção de par’hemâs no epicurismo. O segundo capítulo trata da função primordial que par’hemâs assume na reformulação do atomismo présocrático e de como essa noção articula as partes da filosofia de Epicuro em um conjunto coerente. Por fim, enfatiza-se o papel das noções de limite, ilimitado e variação para a compreensão das distinções enunciadas por Epicuro entre acaso, necessidade e par’hemâs. Conclui-se que as considerações epicuristas sobre o poder cognitivo, deliberativo e causal do homem integram o fundamento da crítica dos epicuristas aos primeiros atomistas e são o ponto de partida e fator articulador das partes da filosofia de Epicuro.


  • Mostrar Abstract
  •      The Epicurean par’hemâs (our power) signifies the human power to know, deliberate and act freely. The notion of par’hemâs separate fundamentally the Epicurean atomism of Pre-Socratic atomism and is requisite for the Epicurean elaborations. This thesis is an interpretation of Epicurean philosophy, starting of analysis of Epicureans texts and bibliographic research. The aim’s work is show an interpretation of epicureanism starting for the notion of par’hemâs as basic component of Epicurus’ thoughts, presenting your meaning, aspects and function in the Epicurus’ doctrinal set. This thesis is divided into three chapters and start emphasizing the meaning, aspects and relevance of Epicurean par’hemâs. The second chapter considers the par’hemâs primordial function in the reformulation of Pre-Socratic atomism and how this notion articulate the Epicurean philosophy parts. Lastly, the notions of limit, unlimited and variation are highlights for the distinction's assimilation enunciated for Epicurus between chance, necessity and par’hemâs. In conclusion, the Epicurean appreciation about the cognition power, deliberative and causal power integrate the basis of Epicurean criticism of the first atomists and are the starting point and articulating factor of Epicurus’ doctrinal set.

2
  • LINDOALDO VIEIRA CAMPOS JÚNIOR
  • Ego fatum: Nietzsche e o imperativo do impulso
  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • WILSON ANTONIO FREZZATTI JUNIOR
  • THIAGO MOTA FONTENELE E SILVA
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 03/12/2019

  • Mostrar Resumo
  •      Na Primeira parte de seu Assim falou Zaratustra, no discurso Dos desprezadores do corpo Nietzsche assevera que “O corpo é uma grande razão”, assertiva donde ressoam vários e significativos questionamentos no âmbito de sua filosofia: O que é o corpo? A que conduz o corpo? Por que o corpo é uma grande razão? O que torna o corpo uma grande razão? Como atua aquilo que torna o corpo uma grande razão? No contexto daquilo que Nietzsche designa por “fisiopsicologia” (Além de bem e mal, 23), intenta-se aqui identificar, analisar, compreender e explorar o sentido e o alcance dessas ideias e provocações a partir de sua crítica aos “desprezadores do corpo” – tendo em mira, nomeadamente, sua leitura acerca das concepções platônica e cristã a respeito da relação entre corpo e alma –, percorrendo-se uma linha metodológica através da qual vincula os impulsos à “vontade de poder” e adota “o corpo como fio condutor” para alcançar a ideia de “razão poética” e, por fim, a concepção de “Ego fatum “como aquilo que o homem torna-se cumprimento da incessante tarefa de tornar-se o que é e, desse modo, jubilosa, fisiológica e irrestritamente afirmar a vida e a si mesmo em sua integralidade.


  • Mostrar Abstract
  •     In the First part of his Thus spoke Zarathustra, in the discourse On the scorners of the body Nietzsche asserts that “The body is a great reason”, assertive from which resound several significant questions within his philosophy: What is the body? Where does the body lead? Why is the body such a big reason? What makes the body a big reason? How does that make the body a great reason? In context of what Nietzsche calls “physiopsychology” (Beyond good and evil, 23), the intention here is to identify, analyze, understand and explore the meaning and scope of these ideas and provocations from his critique of “body scorners” – considering, in particular, his reading of the platonic and christian conceptions about the relationship between body and soul –, following a methodological line through which he links impulses to the “will to power” and adopts “the body as the guiding thread” for reach the idea of “poetic reason” and, finally, the conception of “Ego fatum” as that which man becomes fulfillment of the incessant task of becoming what is and thus joyful, physiological and unrestrainedly affirming life and yourself in your entirety.
3
  • JOÃO EDSON GONÇALVES CABRAL
  • ENTRE A MATÉRIA E A FORMA: O PROBLEMA DA OBJETIVIDADE DOS FENÔMENOS QUÂNTICOS EM WERNER HEISENBERG

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • OSVALDO FROTA PESSOA JUNIOR
  • STANLEY KREITER BEZERRA MEDEIROS
  • Data: 11/12/2019

  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa procura investigar a interpretação conceitual de Werner Heisenberg (1901- 1976) em torno do problema da objetividade dos fenômenos quânticos, ou seja, em torno do antigo problema metafísico que remonta à filosofia grega, de investigar os últimos constituintes da natureza, o que, no caso de Heisenberg, significa indagar o estatuto filosófico-ontológico das vinte e cinco partículas elementares conhecidas em seu tempo. Heisenberg defende a ideia segundo a qual as partículas elementares são, em última instância, formas matemáticas que a energia deve assumir a fim de tornar-se matéria, o que aproxima sua interpretação ao modo como Platão concebia as formas puras, ou eidos. Nossa pesquisa procura problematizar a interpretação idealista de Heisenberg, e discutir as variadas facetas que estão envolvidas e implicadas neste seu posicionamento filosófico idealista. Por fim, defendemos a ideia da existência de uma tensão interna entre as posturas do filósofo Heisenberg que defende uma aproximação com as formas de Platão, para o problema da objetividade dos fenômenos quânticos, e do físico Heisenberg que aceita indiretamente um fundo objetivo material inerente aos fenômenos quânticos. Defendemos ainda que a estratégia de superação dessa tensão interna entre matéria e forma em Heisenberg constitui-se no que denominamos de atitude pragmática de Heisenberg, que consiste em preservar, simultaneamente, sua atitude epistemológica-positivista no âmbito da física quântica, e seu impulso ontológico-metafísico, no âmbito da filosofia.


  • Mostrar Abstract
  • This research seeks to investigate Werner Heisenberg's (1901-1976) conceptual interpretation around the problem of objectivity of quantum phenomena, that is, around the ancient metaphysical problem, which goes back to Greek philosophy, of investigating the last constituents of nature, the which, in Heisenberg's case, means to inquire into the philosophical-ontological meaning of the twenty-five elementary particles known in his time. Heisenberg defends the idea that elementary particles are ultimately mathematical forms that energy must take in order to become matter, which approximates his interpretation to the way Plato conceived pure or eido forms. Our research seeks to problematize Heisenberg's idealistic interpretation, and to discuss the various facets that are involved and implicated in his idealistic philosophical position. Finally, we defend the idea of the existence of an internal tension between the postures of the philosopher Heisenberg that defends an approximation with Plato's forms, to the problem of the objectivity of quantum phenomena, and the physicist Heisenberg who indirectly accepts a material objective background inherent in the quantum phenomena. We further argue that Heisenberg's strategy of overcoming this internal tension between matter and form is what we call Heisenberg's pragmatic atitude, which is to, simultaneously, preserve his epistemological-positivist attitude within quantum physics and his ontological-metaphysical impulse within of philosophy.

2018
Dissertações
1
  • VICTOR HUGO MELO DE MEDEIROS
  • A razão do sábio não temer a morte na filosofia de Arthur Schopenhauer

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • VILMAR DEBONA
  • Data: 16/02/2018

  • Mostrar Resumo
  •     O presente trabalho pretende investigar uma possível relação entre os temas sabedoria de vida e temor a morte na filosofia de Arthur Schopenhauer. As obras básicas analisadas serão O mundo como vontade e representação (1819-1844), tomos I e II, e os Aforismos para a sabedoria de vida (1851). No 1° capítulo, iremos fazer um resgate histórico de alguns antecedentes filosóficos do problema da sabedoria contra o temor a morte e, no último subitem, explicitaremos algumas influências de Immanuel Kant (1724-1804) na filosofia de Schopenhauer, no que concerne à distinção entre Vontade e fenômeno. No 2º capítulo, pretendemos dialogar os Aforismos para a sabedoria de vida (1851) com a caracteriologia do Mundo. Primeiramente, almejamos efetuar a distinção entre razão prática e sabedoria de vida para, em segundo lugar, deixar claro que as características do sábio em Schopenhauer se encontram no Mundo, mas só são desenvolvidas nos Aforismos. No que se refere a caracteriologia, ou os três modos de consideração sobre o mesmo caráter (inteligível, empírico e adquirido), serão investigadas as bases ontológicas que permitem a existência de um tipo de vida sábio e no que ele se diferencia do homem comum. No 3° capítulo, será dada ênfase às considerações que Schopenhauer realizou sobre a relação entre o homem e a morte buscando entender a origem do temor à morte e se há ou não um conhecimento que consiga aplacar esse temor. No final será feito um mapeamento dos tipos de morte presente na filosofia schopenhaueriana.


  • Mostrar Abstract
  •       The present work intends to investigate a possible connection between the themes wisdom of life and fear of death in the philosophy of Arthur Schopenhauer. This work is based on the studies of The World as Will and Representation (1819-1844) Vol. I and II, and the Aphorisms on the Wisdom of Life (1851). In the 1st chapter, we will make a historical review of some philosophical antecedents on the problem of wisdom against the fear of death and, in the last subsection, we will explain some influences of Immanuel Kant (1724-1804) on the philosophy of Schopenhauer concerning the distinction between Will and Phenomenon. In the 2nd chapter, we intend to cross the Aphorism on the Wisdom of Life (1851) and characterology of the World. Initially, we aim to distinguish the practical reason from the wisdom of life, then we are going to clarify that the characteristics of the Wise in Schopenhauer’s work can be found in The World, but they can only be developed on the Aphorisms. Regarding the Characterology, or the three ways of acknowledging the same character (intelligible, empirical and acquired), it will be investigated the ontological bases which provide the existence of the Wise and what distinguish it from the regular human. In the 3rd chapter, we will emphasize the considerations of Schopenhauer regarding the relation between Men and Death, seeking to understand the origin of the fear of death and if there is any wisdom capable of easing this fear. At the end, we will make a mapping of the types of death present in Schopenhauerian philosophy.

2
  • CLAUDIO ANANIAS ALVES DOS SANTOS
  • Kant e o mal: a impossibilidade de uma pura maldade na natureza humana

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • Data: 27/06/2018

  • Mostrar Resumo
  •           A temática do mal na filosofia kantiana decorre da sua abordagem da moralidade cujo conceito do mal, em suma, é ir contra a lei moral, conquanto o mal esteja na realização de uma ação que não é uma ação moral, uma vez que a lei moral almeje a realização do mais elevado bem possível por meio de nós. Kant aborda objetivamente o mal na sua obra A Religião nos Limites da Simples Razão, de 1793, e, para tal, apresenta-o em três níveis: o mal da fraqueza, o mal da impureza e a malignidade. No entanto, ele indica o conceito de um quarto nível que não seria possível, a saber, uma vontade diabólica. A fraqueza seria uma inclinação para uma ação que contraria às próprias máximas, sendo fraco e agindo inversamente à lei moral. A impureza está numa ação correta que, no entanto, não tem como fundamento a lei moral. A malignidade seria a decisão de fazer o mal, tendo as intenções e motivações egoístas na frente da lei moral. Mas, o quarto nível de mal, que para Kant não seria possível de existir, consiste numa ação maligna em que uma vontade puramente diabólica se estabelece. O mal nesse sentido, diabólico, propõe sua querência a partir de uma corrupção natural da vontade. Kant apresenta este conceito, porém entende que ele não é possível, pois as ações humanas desse tipo de mal seriam justificadas na própria razão, uma vez que tal maldade seria a disposição de ânimo admitindo como motivo o mal enquanto mal na própria máxima. Posto que Kant entenda que o homem não alcança a condição de uma vontade diabólica, a presente pesquisa pretende investigar porque, em Kant, o mal diabólico (no sentido de uma desumanidade inata, ou num prazer natural na maldade) não seria possível. Partindo dos conceitos chaves que discute a moral em Kant, como liberdade, imperativo categórico, vontade, intenção, bem e mal, pretende-se analisar a impossibilidade dessa pura maldade na natureza humana.


  • Mostrar Abstract
  •       The theme of evil in Kantian philosophy stems from its approach to morality whose concept of evil, in short, is to go against the moral law, although evil is in the performance of an action that is not a moral action, since the moral law to achieve the highest possible good through us. Kant objectively approaches evil in his work, Religion within the Boundaries of bare Reason, 1793, and for this he presents it on three levels: the evil of weakness, the evil of impurity and malignity. However, it indicates the concept of a fourth level that would not be possible, namely a diabolical will. Weakness would be a penchant for an action that goes against our own maxims, being weak and acting inversely to the moral law. The impurity is in a correct action that, however, is not based on the moral law. Malice would be the decision to do evil, having selfish motives and intentions in front of the moral law. But the fourth level of evil, which for Kant would not be possible to exist, consists in a malign action in which a purely devilish will is established. Evil in this sense, diabolical, proposes its desire from a natural corruption of the will. Kant presents this concept, but understands that it is not possible, since human actions of this kind of evil would be justified in reason itself, since such evil would be the disposition of spirit admitting as a motive evil as evil in its own maxim. Since Kant understands that man does not attain to the condition of a diabolic will, the present research seeks to investigate why in Kant the diabolical evil (in the sense of innate inhumanity or a natural pleasure in evil) would not be possible. Starting from the key concepts that discusses morality in Kant, such as freedom, categorical imperative, will, intention, good and evil, we intend to analyze the impossibility of this pure evil in human nature.

3
  • ANDRÉA KARINE DE ARAÚJO VÉRAS
  •  A NOÇÃO DE DIKAIOSÝNE: ANÁLISE DO MITO DO ANEL DE GIGES EM PLATÃO


  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LOURIVAL BEZERRA DA COSTA JUNIOR
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • Data: 21/08/2018

  • Mostrar Resumo
  •        Este trabalho investiga a noção de justiça, dikaiosýne, na República de Platão através da análise do mito do anel de Giges. Platão ao narrar o mito do anel de Giges expõe mediante as suas imagens a máxima injustiça tanto no que se refere à alma do indivíduo, psyché, quanto no que se refere à cidade-estado, pólis. Giges é a imagem do tirano, logo possui o pior tipo de alma, a tirânica, que reflete a sua prática política. A tirania representa a máxima injustiça. Ao fazer a analogia entre psyché e pólis, percebemos a preocupação de Platão com a ética, a política e a formação paidêutica dos cidadãos. A tirania se contrapõe à melhor alma e ao melhor governo que seria a do rei-filósofo. Platão usa o mito de forma paidêutica, educativa, para provocar a reflexão na alma dos indivíduos sobre a areté por excelência, a dikaiosýne. Da narrativa da máxima injustiça, Platão caminha para tornar visível a máxima justiça que deveria existir na alma dos belos e bons cidadãos e na sua cidade ideal, a politéia.


  • Mostrar Abstract
  •         This work investigates the notion of justice, dikaiosýne, in the Republic of Plato through the analysis of the myth of Giges. Plato, in narrating the myth of Giges, exposes through his images the greatest injustice both in regard to the soul of the individual, psyché, and in regard to the city-state, pólis. Giges is the image of the tyrant, soon possesses the worst kind of soul, the tyrannical one, which reflects his political practice. Tyranny represents the greatest injustice. In making the analogy between psyché and pólis, we realized Plato's concern with ethics, politics, and the pedagogical training of citizens. Tyranny opposes the best soul and the best government that would be that of the philosopher-king. Plato uses the myth in a pedagogical, educational way, to provoke the reflection in the soul of individuals on the areté for excellence, the dikaiosýne. From the narrative of the greatest injustice, Plato goes on to make visible the maximum justice that should exist in the soul of the beautiful and good citizens and in his ideal city, the polytheia.

4
  • ANA CAROLINA MATIAS COSTA ALDECI
  • Sobre a hominis dignitate em Pico della Mirandola: Entre a vertigem da liberdade e a purificação da alma.

  • Orientador : MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • LOURIVAL BEZERRA DA COSTA JUNIOR
  • Data: 22/08/2018

  • Mostrar Resumo
  •         Esta dissertação tem por objetivo expor, analisar e identificar os limites da concepção de dignidade humana, definida por Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494), bem como averiguar os desdobramentos atuais deste conceito. Estreitamente relacionada à noção de liberdade, a dignidade que nos é atribuída pelo autor, tanto exalta a nossa autonomia como nos mantém, fatalmente, ligados a critérios morais que são abalizados por uma suposta verdade divina. A relação que Pico estabelece entre liberdade e verdade, revela o seu posicionamento acerca dos papéis da retórica e da filosofia, mas além disso, algumas de suas opiniões, formuladas em meio a esta relação, também repercutem em certas problemáticas sociais. Todas essas questões são desenvolvidas e aprofundadas, sobretudo, a partir do Discurso da dignidade do homem, no qual o autor desenvolve o conceito posto em foco e, de maneira complementar, a partir da análise de três correspondências, remetidas por Pico, Ermolao Barbaro e Philipp Melanchthon, nas quais os autores discorrem sobre o embate entre a retórica e a filosofia.


  • Mostrar Abstract
  •      Cette dissertassion vise à exposer, analyser et identifier les limites de la conception de la dignité humaine, définie par Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494), ainsi que de vérifier les développements actuels de ce concept. Étroitement liée à la notion de liberté, la dignité qui nous est attribuée par l'auteur exalte à la fois notre autonomie et nous maintient inévitablement liés à des critères moraux soulignés par une supposée vérité divine. La relation que P établit entre la liberté et la vérité révèle sa position sur les rôles de la rhétorique et de la philosophie, mais en outre, certaines de ses opinions formulées au sein de cette relation ont aussi des répercussions sur certains problèmes sociaux. Toutes ces questions sont développées et approfondies, notamment à partir du Discours sur la dignité de l'homme, dans lequel l'auteur développe le concept en perspective et, de manière complémentaire, de l'analyse de trois correspondances, envoyées par Pico, Ermolao Barbaro et Philipp Melanchthon, dans lequel les auteurs discutent le choc entre la rhétorique et la philosophie.

5
  • WITEMBURGO GONÇALVES DE ARAÚJO
  • A fraternidade e sua interpretação à luz do princípio de diferença no pensamento de John Rawls

  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • EVANIA ELIZETE REICH
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 21/09/2018

  • Mostrar Resumo
  •     Na presente pesquisa, investigamos em que medida o princípio de diferença resgata a ideia de fraternidade como categoria política na filosofia de John Rawls. Para tanto, analisamos as obras Uma Teoria da Justiça (1971) e, de forma complementar, O Liberalismo Político (1993), ambas do filósofo ora mencionado. Para Rawls, pensar a fraternidade como questão política é uma concepção praticável, desde que imaginada como um ideal que atenda aos requisitos do princípio de diferença, uma vez que, sob esta ótica, as desigualdades permitidas por instituições justas somente o são na proporção em que contribuem para o bem-estar dos menos favorecidos, e nesse sentido, parece atender às exigências da fraternidade. Assim, para expor esse posicionamento, organizamos a dissertação, além da introdução e das considerações finais, em três capítulos: no primeiro deles, apresentamos os pressupostos da teoria da justiça como equidade e alguns dos seus principais conceitos; no segundo capítulo, expomos a justiça distributiva em Uma Teoria da Justiça, bem como as críticas dos comunitaristas à justiça como equidade; e, por último, no terceiro capítulo, abordamos o princípio de diferença e sua vinculação ao princípio da fraternidade, passando pela análise das principais instituições para uma igualdade democrática e pelas reflexões sobre justiça intergeracional e o mínimo social.


  • Mostrar Abstract
  •       This research investigates to what extent the difference principle considers the idea of fraternity as a political category in the philosophy of John Rawls. To do so, we analyze his works A Theory of Justice (1971) and, in a complementary way Political Liberalism (1993). For Rawls, to think of fraternity as a political conception is feasible if it is imagined as an ideal that meets the requirements of the difference principle. From this perspective, the inequalities allowed by just institutions only happen if they contribute to the well-being of persons who are less fortunate, and in this sense, they seem to meet the demands of fraternity. Therefore, to shed light on this understanding, we organize the text into three chapters, besides the introduction and the final remarks. The first chapter regards the theoretical framework of the theory of justice as fairness and some of its main concepts. The second chapter introduces distributive justice as in A Theory of Justice, as well as some criticisms by communitarians to justice as fairness. Finally, the third chapter addresses the difference principle and its relation to the principle of fraternity, in addition to the analysis of the main institutions for a democratic equality and to some considerations on intergenerational justice and the social minimum.

6
  • LORENNA FYAMA PEREIRA MARQUES
  • A RELAÇÃO ENTRE SOCIABILIDADE INSOCIÁVEL E TELEOLOGIA NA FILOSOFIA PRÁTICA DE KANT

  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • Data: 08/11/2018

  • Mostrar Resumo
  •        O objetivo desta dissertação consiste na análise da relação entre os conceitos de sociabilidade insociável e de teleologia na filosofa prática kantiana. Tal análise se baseia, primordialmente, em textos como Ideia de Uma História Universal com um Propósito Cosmopolita (1784) e a Crítica da Faculdade de Julgar (1790). Para Kant, pensar a sociabilidade insociável segundo uma perspectiva teleológica é perceber que a natureza nada faz em vão. Uma vez que ela dotou o homem de razão e de uma natureza humana dinâmica e antagônica, ele precisa desenvolver suas disposições que visam o uso da razão e, assim, corroborar para que o fim terminal dos seres racionais se efetive no mundo. Esse fim nada mais é do que o próprio homem sob leis morais, ou seja, a finalidade proposta pela perspectiva teleológica é a moralidade. Portanto, para expor esse posicionamento a argumentação da dissertação está dividida em três capítulos. O primeiro objetiva analisar o conceito de sociabilidade insociável e suas dimensões. O segundo expõe o conceito de teleologia, em seu aspecto teórico, assim como, pensa a teleologia em seu aspecto prático e, por fim, o terceiro capítulo, é responsável por analisar a relação entre o antagonismo social e a teleologia prática dando enfoque na disciplina da sociabilidade insociável por meio do direito e da educação. 


  • Mostrar Abstract
  •       The aim of this dissertation is to analyze the relationship between the concepts of unsociable sociability and teleology in Kantian practical philosophy. This analysis is based primarily on texts such as the Idea of a Universal History with a Cosmopolitan Purpose (1784) and the Critique of the Faculty of Judgment (1790). For Kant, to think sociability unsociable from a teleological perspective is to realize that nature does nothing in vain. Since it has endowed man with reason and a dynamic and antagonistic human nature, he must develop his dispositions which aim at the use of reason and thus corroborate so that the terminal end of rational beings becomes effective in the world. This is nothing more than man himself under moral laws, that is, the purpose proposed by the teleological perspective is morality. Therefore, to expose this positioning the argumentation of the dissertation is divided into three chapters. The first objective is to analyze the concept of unsociable sociability and its dimensions. The second exposes the concept of teleology in its theoretical aspect, just as teleology thinks in its practical aspect, and finally, the third chapter, is responsible for analyzing the relationship between social antagonism and practical teleology giving focus on the discipline unsociable sociability through law and education.

7
  • CLAUDIA BARBOSA
  • A PROPRIEDADE PRIVADA EM JEAN-JACQUES ROUSSEAU: ORIGEM E LEGITIMIDADE

  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • CRISTINA FORONI CONSANI
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 09/11/2018

  • Mostrar Resumo
  •       Esta dissertação traz um debate teórico sobre a origem e a legitimação da propriedade privada nas obras éticas e políticas de Jean-Jacques Rousseau. Esses são temas que circundam a propriedade privada e as relações estabelecidas antes e depois da sua instituição na sociedade civil. Com base na leitura das obras: Discurso sobre as ciências e as artes (1750); Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1754); Contrato Social (1762); Tratado sobre a economia política (1755), a pesquisa se divide em dois capítulos. O primeiro aborda a relação entre a natureza presente tanto no homem como fora dele, demonstrando a existência de um sistema que inclui faculdades e sentimentos exclusivos ao homem, como também se ordena de forma universal. O segundo discute o fundamento do contrato dos ricos e a legitimação do poder soberano em relação a defesa do direito à liberdade civil e a igualdade política, econômica e social. Em suma, a propriedade privada não concebe a origem do Estado, mas representa um elemento que uniu as vontades e mostrou que um direito só é realmente válido quando todos os homens podem desfrutar das mesmas condições necessárias para a garantia da sua humanidade e da sua vida. 

     


  • Mostrar Abstract
  •      This dissertation explores a theoretical debate about the origin and legitimation of private property in the ethical and political works of Jean-Jacques Rousseau. These are themes that surround private property and the relationships established before and after its establishment in civil society. Based on the reading of the works: Discourse on the sciences and the arts (1750); Discourse on the origin of the inequality among the men (1754); Social Contract (1762); Treaty on Political Economy (1755), the dissertation is divided into two chapters. The first deals with the relation between the nature present in man as well as outside it, demonstrating the existence of a system that includes faculties and feelings exclusive to man, as it is also ordered universally. The second discusses the foundation of the contract of the rich and the legitimation of sovereign power in defense of the right to civil liberty and political, economic and social equality. In short, private property does not conceive the origin of the state, but it represents an element that united the wills and shows that a right is only really valid when all men can enjoy the same conditions necessary for the guarantee of their humanity and their life.

8
  • THIAGO DOS ANJOS NOLETO BARROS
  • A ilusão transcendental na Crítica da Razão Pura: Ponderações judicativas e hermenêuticas sobre a dinâmica ilusória da razão em seu uso puro e sua importância para o sistema crítico-transcendental

  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • ALEXANDRE MEDEIROS DE ARAUJO
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 26/11/2018

  • Mostrar Resumo
  •    Na Crítica da Razão Pura (KrV), especialmente na abertura da Dialética Transcendental, Kant assevera que há na razão humana uma “ilusão natural e inevitável” que a incita a extrapolar os limites da experiência possível, tomando princípios subjetivos como objetivos. Essa ilusão é chamada de “ilusão transcendental” e tem como sede de sua dinâmica a razão pura. A presente dissertação objetiva discutir e elucidar esse tópico da filosofia teórica kantiana, descrever suas particularidades, aportá-lo no sistema crítico-transcendental, e revelar, por fim, sua importância neste arcabouço. Para tanto, segmenta-se em três capítulos principais, cada qual dotado de subseções, nos quais o tema é detidamente discutido. No primeiro capítulo, denominado de Prolegômenos ao tema da ilusão transcendental, é considerado o intertexto imediato desta ilusão, a saber, a Dialética Transcendental, e o porquê de Kant compreender essa seção da KrV como “lógica da ilusão”. Adicionalmente, é aduzida uma avaliação hermenêutica de Schein, vocábulo que designa a ilusão, bem como as distinções entre a ilusão empírica, lógica e transcendental, feitas por Kant. No segundo capítulo, intitulado de A ilusão transcendental na Crítica da Razão Pura(KrV), este tema é especificamente abordado a partir de sua definição e caracterizações básicas, passando por uma análise textual acerca da natureza e da inevitabilidade desta ilusão, assim como sua relação com as ideias regulativas da razão. No último capítulo, nomeado de A importância epistemológica da ilusão transcendental, busca-se compreender a relevância deste tópico da filosofia crítico-teórica kantiana em termos epistemológicos. Destarte, abordam-se os papéis positivo e negativo da ilusão transcendental e, por fim, oferece-se uma solução heurística. Esta se encarregará de levantar os meandros deste problema e conduzi-los à formatação constitutiva da dinâmica da razão, levando-se em conta os papeis anteriormente destacados no campo epistemológico, sem deixar de oferecer justificativas para o ato de presidir novos conhecimentos e a eloquente capacidade inventiva da razão.

     

     



  • Mostrar Abstract
  • In the Critique of Pure Reason (KrV), especially in the opening of Transcendental Dialectic, Kant asserts that there is in human reason a "natural and inevitable illusion" that urges it to go beyond the limits of possible experience, taking subjective principles as objectives. This illusion is called "transcendental illusion" and is based on its dynamics pure reason. The present dissertation aims to discuss and elucidate this topic of Kantian theoretical philosophy, to describe its particularities, to contribute it in the critical-transcendental system, and, finally, to reveal its importance in this framework. For this goal, this work is divided into three main chapters, each endowed with subsections, in which the theme is discussed in detail. In the first chapter, called Prolegomena to the theme of transcendental illusion, it is considered the immediate intertext of this illusion, namely the Transcendental Dialectic, and why Kant understands this section of the KrV as "logic of illusion." In addition, a hermeneutic evaluation of Schein, a term designating the illusion, as well as the distinctions between the empirical, logical and transcendental illusion, made by Kant, is adduced. In the second chapter, titled The Transcendental Illusion in the Critique of Pure Reason (KrV), this theme is specifically approached from its definition and basic characterizations, going through a textual analysis about the nature and inevitability of this illusion, as well as its relation with ideas of reason. In the last chapter, named The epistemological importance of the transcendental illusion, it is sought to understand the relevance of this topic of Kantian critical-theoretical philosophy in epistemological terms. Thus, the positive and negative roles of the transcendental illusion are addressed and, finally, a heuristic solution is offered. This will deal with the details of this problem and will lead them to the constitutive formatting of the dynamics of reason, taking into account the roles previously highlighted in the epistemological field, without ceasing to offer justifications for the act of presiding over new knowledge and the eloquent inventive capacity of reason.

     

9
  • LUANA ALVES DE OLIVEIRA
  • O IMPESSOAL E A TÉCNICA EM MARTIN HEIDEGGER

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • LUIZ ROBERTO ALVES DOS SANTOS
  • Data: 04/12/2018

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa busca abordar dois conceitos fundamentais para o pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger, são estes: O ser e a técnica. No ano de 1927, Heidegger publicou a sua grandiosa obra, Ser e Tempo que se dedicou de maneira exemplar a compreender o sentido do ser, mas não só isso, um grande passo foi dado na questão da compreensão da existência, como fonte possibilitadora de aproximação do ser e de tudo que requer ao homem ser. Na conferência sobre A questão da técnica de 1953, Heidegger mais uma vez exalta a importância da compreensão do ser, quando apresenta a importância de se atentar para a essência da técnica. A técnica, nesse sentido, deve ser compreendida por meio de uma perspectiva ontológica, uma vez que o relacionamento próprio com sua essência é o que pode nos aproximar da compreensão do perigo salvador. Apresentamos a questão do Dasein como ser-no-mundo, ser-com, ser-em, ser-junto e a forma de ser cotidiana que é denominada de impessoal, impróprio ou a-gente. O impróprio é aquele ser que todos nós somos no cotidiano ser-um-com-o-outro. A questão da técnica será apresentada em diversos aspectos, trataremos da Gestell e da relação da técnica com a forma de ser do a-gente. Abordaremos ainda, a questão do perigo salvador e a importância da serenidade como uma atitude meditativa impulsionada por um querer superior que nos direciona para o apelo do ser. Buscaremos dessa forma, demonstrar por meio do pensamento heideggeriano, a necessidade de se voltar para o ser e ouvir o seu apelo que ecoa, em meio ao mundo técnico.


  • Mostrar Abstract
  • The present research seeks to address two fundamental concepts for the thinking of the German philosopher Martin Heidegger, are these: Being and technique. In the year 1927, Heidegger published his great work, Being and Time that was dedicated in an exemplary way to understand the sense of being, but not only that, a great step was taken in the question of the understanding of existence, as an enabling source of approximation of being and everything that requires man to being. In the lecture on The Technical Question of 1953, Heidegger once again extols the importance of the understanding of being when he presents the importance of attending to the essence of the technique. Technique, in this sense, must being understood through an ontological perspective, since the relationship itself with its essence is what can bring us closer to the understanding of the saving danger. We present the question of Dasein as being-in-the-world, being-with-be, being-in-being-together, and everyday form of being that is termed impersonal, improper, or a-gent. The improper is that being we are all in the everyday being-one-with-another. The question of technique will being presented in several aspects, we will deal with Gestell and the relation of technique to the form of being of the a-gent. We will also address the issue of saving danger and the importance’s of serenity as a meditative attitude driven by a higher will that directs us to the call of being. In this way, we will try to demonstrate, through Heideggerian thinking, the need to turn to the being and hear its echoing appeal in the midst of the technical world.

10
  • CAIO CESAR DA SILVA GARCIA
  • A ÉTICA DO SILÊNCIO NO DELINEAR DA SÉTIMA PROPOSIÇÃO DO TRACTATUS LOGICO-PHILOSOPHICUS
  • Orientador : BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN
  • Data: 04/12/2018

  • Mostrar Resumo
  • A corrente abordagem apresenta como tema “A ética do silêncio no delinear da sétima proposição do Tractatus Logico-Philosophicus”, delimitando como ponto central a proposta do silêncio referente à ética, a partir da análise da proposição 7 que ratifica a discussão acerca do ‘calar-se’ diante daquilo que não pode ser dito. Pretendemos reforçar que ao escrever o Tractatus Wittgenstein não propunha uma discussão somente lógica, mas também com um caráter ético muito forte, fato comprovado pela experiência do sujeito metafísico que por sua vez apresenta a ética ao mundo, ou mais precisamente apresenta a ética no limite do mundo. Para tanto será produzida uma análise da primeira filosofia de Wittgenstein considerando a relação entre os termos centrais evidenciados pelo autor, quais sejam, linguagem, proposição, figuração, realidade, mundo, estado de coisas, caso, sujeito, vontade, e, por conseguinte ética. Com isso perceberemos o desdobramento da filosofia wittgensteniana do Tractatus e sua influência para a construção da ética no sentido místico ou transcendental defendido pelo autor.


  • Mostrar Abstract
  • The current approach presents as a theme "The Ethics of Silence in the Tractatus Logico-Philosophicus", delimiting as the central point the proposal of silence regarding ethics, from the analysis of proposition 7 that ratifies the discussion about 'shutting down' Which can not be said. It is intended to reinforce that in writing the Tractatus Wittgenstein did not propose a discussion only logic, but also with a very strong ethical character, fact proven by the experience of the metaphysical subject that in turn presents the ethics to the world, or more precisely presents the ethics in the The world. In order to do so, an analysis of Wittgenstein's first philosophy will be produced considering the relation between the central terms evidenced by the author, namely, language, proposition, figuration, reality, world, state of affairs, case, subject, will, and therefore ethics. In this way we will see the unfolding of the Wittgenstenian philosophy of the Tractatus and its influence on the construction of ethics in the mystical or transcendental sense defended by the author.

     

11
  • GERALDO PATRÍCIO PINHEIRO FILHO
  • O Real e o Conhecimento

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • ARTHUR VIANA LOPES
  • Data: 19/12/2018

  • Mostrar Resumo
  •         O presente trabalho visa analisar a natureza geral da relação entre o conhecimento e seu objeto, tomado no sentido mais abrangente, bem como de investigar de que maneira o modo como abordamos a distinção entre ambos acarreta consequências para os campos da epistemologia e da metafísica. Buscaremos abordar essa questão por meio do estudo comparativo das filosofias de Immanuel Kant e de Bernard Lonergan e do exame da estrutura cognitiva humana. Mais especificamente, quatro problemas constituem a coluna desta dissertação: (1º) se a estrutura do conhecimento humano reflete ou não a estrutura da realidade conhecida; (2º) se as soluções ou escolhas adotadas no contexto da questão anterior acarretam consequências palpáveis para a ontologia e para o método científico; (3º) se o ponto de vista do senso comum, segundo o qual possuímos de fato um conhecimento da realidade ou do mundo, não limitado a nossas próprias construções de pensamento, ainda que imperfeito e parcial, é defensável; (4º) se, ao investigar esse tema, alguma pista para a solução do problema ontológico dos universais poderia ser encontrada.

  • Mostrar Abstract
  •             The present work aims to analyze the general nature of the relation between knowledge and its object, taken in the most comprehensive meaning, as well as to understand how the manner we approach the distinction between both entails consequences for the areas of epistemology and metaphysics. We will seek to touch on this question by the comparative study of the philosophies of Immanuel Kant and Bernard Lonergan and by the examination of the human cognitive structure. More specifically, four problems constitute the spine of this dissertation: (1º) whether the structure of human knowledge reflects or not the structure of known reality; (2º) whether the solutions or choices adopted in the context of the former question result in palpable consequences for ontology and scientific method; (3º) whether the point of view of common sense, according to which we in fact possess a knowledge of reality or of the world, not limited to our own thought constructions, even if imperfect or partial, is defensible; (4º) whether, by investigating this theme, some lead for the solution of the universals problem could be found.

2017
Dissertações
1
  • HUDSON DOS ANJOS BENEVIDES
  • Seria a identidade uma constante lógica? Entre Lógica e Metafísica
  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • GUIDO IMAGUIRE
  • Data: 31/01/2017

  • Mostrar Resumo
  •     O que chamamos de problema das constantes lógicas é uma tentativa de oferecer um critério não-arbitrário para distinguir o reino das expressões lógicas das não lógicas. Tradicional- mente, as expressões que constituem o vocabulário lógico foram vistas como responsáveis pela validade dos argumentos. Nessa tradição negação (~), conjunção (∧), disjunção (∨), implicação (→), os quantificadores universal (∀) e existencial (∃) foram considerados membros do conjunto privilegiado das constantes lógicas. Mas há ampla disputa sobre quais outras expressões deveriam ser inclusas nessa lista. Nosso objetivo é investigar um desses casos, a saber, as disputas sobre a logicidade da identidade. Observamos que nessa disputa os argumentos são essencialmente construídos numa interpretação representacionalista da identidade. Sendo assim, argumentamos que se abandonarmos esse pressuposto é possível vislumbrar uma linha de argumentação em defesa da identidade. Para fazer isso, abordamos o problema a partir das assim chamadas ‘caracterizações inferênciais’. Nessa abordagem as regras de inferência são usadas para expor o comportamento lógico das constantes lógicas. Assim, usaremos algumas das exigências dos representantes dessa abordagem para alcançar nosso objetivo. Em particular, seguiremos Popper (1946), e Dosen (1989). Usamos algumas de suas ideias, juntamente com algumas de Humberstone e Townsend (1994), para mostrar em quais condições forneceríamos uma resposta adequada ao problema da identidade enquanto constante lógica. 


  • Mostrar Abstract
  •      What we call the problem of logical constants is a attempt to afford a non-arbitrary criteria for distinguish the realm of logical expressions from non-logical ones. Traditionally the expression of logical vocabulary were viewed as responsible for the validity of arguments. In this tradition negation (~), conjunction (∧), disjunction (∨), implication (→), the universal (∀) and existencial (∃) quantifiers were considered members of the privileged set of logical constants. But there is a large dispute about which others expressions should be introduced in this list. Our goal is to investigate one of these cases, namely, the disputes about the logicality of identity (=). We note that in disputes about identity the arguments are mainly couched in a representationalistic way. Then, we argue that if we give up this assumption is possible to defend the logicality of identity. To do that we approach the problem trough the so called inferential characterizations. In such a approach rules of inference are used to expose the logical behaviour of a logical constant. In particular, we will follow Popper (1946), and Dosen (1989). We use his ideas jointly with some of Humberstone e Townsend (1994) to expose in which conditions we could give a adequate answear to the problem of identity as a logical constant.

2
  • DANIGUI RENIGUI MARTINS DE SOUZA
  • A biopolítica em Giorgio Agamben: Estado de exceção, poder soberano, vida nua e campo.

  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • DANIEL ARRUDA NASCIMENTO
  • Data: 03/02/2017

  • Mostrar Resumo
  •       O conceito de biopolítica tem se tornado um rico instrumento de análise ou uma esclarecedora chave hermenêutica para a reflexão contemporânea sobre a lógica do poder, a genealogia do governo e o significado da política no mundo moderno. As diferentes concepções de biopolítica têm cada qual suas especificidades. O foco da abordagem do presente estudo será exclusivamente o diagnóstico biopolítico do presente elaborado por Agamben, no qual o conceito de biopolítica está centrado na politização da vida biológica. Procuramos mostrar o modo como a “arqueologia da biopolítica” empreendida por Agamben pode ser compreendida a partir da análise de quatro noções fundamentais, quais sejam: poder soberano, vida nua, estado de exceção e campo. Analisamos, primeiro, de que modo Agamben pensou a associação entre o domínio político e a animalização do homem a partir das lacunas deixadas pelas investigações de Arendt e Foucault. Em um segundo momento, examinamos a relação entre a organização soberana dos corpos e o estado de exceção. No terceiro passo de nosso percurso, analisamos a politização da vida nua e a produção do homo sacer, a sacralidade da vida. Em uma quarta e última etapa, esclarecemos de que modo Agamben pensou o “campo” como “nómos” secreto da biopolítica na modernidade. Trata-se de explicitar de que forma a reflexão de Agamben sobre o nexo existente entre poder político e vida nua se articula em torno desses quatro aspectos estruturantes. Buscamos evidenciar a relevante contribuição que o pensamento de Agamben oferece para o diagnóstico crítico da racionalidade política nas sociedades contemporâneas, aprimorando nossa compreensão sobre as novas formas do poder na modernidade tardia.


  • Mostrar Abstract
  •      The concept of biopolitics is a rich instrument of analysis and interpretation of the logic of power, the genealogy of government and the meaning of politics in the modern world. The different conceptions of biopolitics each have their specificities. The focus of the present study will be exclusively the biopolitical diagnosis of the present elaborated by Agamben, in which the concept of biopolitics is centered on the politicization of biological life. We seek to show how Agamben's “archeology of biopolitics” can be understood from the analysis of four fundamental notions: sovereign power, bare life, state of exception, and field. We first analyze how Agamben thought the association between the political domain and the animalization of man from the gaps left by the investigations of Arendt and Foucault. In a second moment, we examine the relationship between the sovereign organization of bodies and the state of exception. In the third chapter, we analyze the politicization of natural life and the production of homo sacer, the sacred  life. In the fourth chapter, we clarified how Agamben thought of the “field” as a secret “notion” of biopolitics in modernity. Therefore, we seek to show how Agamben's reflection on the nexus between political power and bare life is articulated around these four structuring aspects. We seek to highlight the relevant contribution that Agamben's thinking offers to the critical diagnosis of political rationality in contemporary societies, enhancing our understanding of the new forms of power in late modernity.

3
  • SIMIÃO SEVERINO PAMPLONA
  • A POSSIBILIDADE DA FELICIDADE EM SCHOPENHAUER

  • Orientador : DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • VILMAR DEBONA
  • Data: 07/02/2017

  • Mostrar Resumo
  •     O presente trabalho tem por objetivo analisar a noção e a possibilidade da felicidade proposta pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer. Esta pesquisa é feita a partir do estudo dos escritos do próprio filósofo, especialmente as obras O mundo como vontade e como representação, tomo 1, e Aforismos para a sabedoria de vida. Também recorremos a alguns dos comentadores que, na tradição brasileira de estudos schopenhauerianos, abordam tal temática. Considerando o pensamento de Schopenhauer, este estudo traz uma análise sobre o entendimento de que a vida é sofrimento, investiga sobre a felicidade com a satisfação dos desejos, aborda a questão da superação do sofrimento pela negação da Vontade e discorre sobre a felicidade com a sabedoria de vida. O filósofo postula que todos estão sofrendo em qualquer situação que se encontrem: viver é sofrer. A fonte do sofrimento interminável é a essência em si do mundo, essência essa que Schopenhauer compreende como sendo a Vontade. Segundo o filósofo, a Vontade é uma essência autodiscordante, insaciável, ela expressando esse caráter conflituoso em cada indivíduo. Dessa forma, o sofrimento é uma expressão da Vontade. O sofrimento é a travação da Vontade, travação essa em que a Vontade impede a si mesma de realizar seus fins nos indivíduos. No entanto, podemos perceber uma superação do sofrimento pelo acontecimento da negação da Vontade, acontecimento esse em que a Vontade, em alguns indivíduos, prefere não mais afirmar a vida mediante a renúncia aos prazeres. Também podemos perceber a possibilidade de atingir uma vida agradável e feliz, vida essa que é entendida como uma vida sábia. Deste modo, surge a questão de compreender prováveis noções de felicidade, bem como a possibilidade de ser feliz na filosofia de Schopenhauer, já que, mesmo compreendendo a vida como continuo padecimento, o filósofo apresenta condições indicativas de felicidade. E o que podemos observar é que a felicidade é entendida de modo negativo, ou seja, é apenas ausência momentânea do sofrimento. Em Schopenhauer não existe felicidade como aquisição de contentamento, prazer. Podemos perceber ainda um estado de superação do sofrimento com a negação da Vontade, estado esse em que o sujeito se torna indiferente a todo padecimento. E também podemos perceber que mediante o conhecimento da sabedoria de vida, que é o caráter adquirido, as pessoas conquistam um aprendizado de como pode se conduzir na vida possibilitando viver de forma o menos infeliz possível. Esse modo de viver consiste na felicidade apresentada na eudemonologia do filósofo. Esta felicidade da eudemonologia é a que é passível de ser alcançada de forma prolongada segundo Schopenhauer.


  • Mostrar Abstract
  •     The aim of this work is to analyze the notion and possibility of happiness proposed by German philosopher Arthur Schopenhauer. This research is based on a study of his writings, especially The World as Will and Representation, volume 1, and Aphorisms on the Wisdom of Life. It also considers some critics from the Brazilian tradition of Schopenhauer studies. Proceeding from Schopenhauer’s thinking, this study offers an analysis of the understanding that life is suffering, investigates happiness through the satisfaction of desires, addresses the question of overcoming suffering through denial of the Will, and discusses happiness vis-à-vis the wisdom of life. The philosopher postulates that everyone suffers in whichever situation they find themselves: for, to live is to suffer. The source of endless suffering is the essence of the world itself; and it is this essence that Schopenhauer understands as the Will. According to him, the Will is a self-discordant, insatiable essence; and this conflicting characteristic expresses itself in each individual. Therefore, suffering is a manifestation of the Will. It is the halting of the Will, a blockage in which the Will prevents itself from achieving its ends in individuals. However, we can realize the overcoming of suffering by denial of the Will, an act by which some individuals no longer choose to affirm life through the renunciation of pleasure. We can also identify the possibility of achieving a happy and pleasant life, one that is understood as wise. Thus arises the question of understanding prospective notions of happiness, as well as the possibility of being happy in Schopenhauer’s philosophy, since even though he understands life as continuous affliction, he presents conditions that are indicative of happiness. Moreover, we can observe that happiness is understood in a negative way, that is, it is just the momentary absence of suffering. According to Schopenhauer, happiness does not appear as the acquisition of contentment or pleasure. We can still observe a state of overcoming suffering through denial of the Will, a state in which the individual becomes indifferent to all ailments. Further, we can realize that through knowledge of the wisdom of life, which is an acquisition of a character, people gain an understanding of how to behave in their lives, thereby allowing them to live as minimally unhappily as possible. This way of living produces the happiness presented in Schopenhauer’s eudemonology, according to which happiness is something that can be achieved in a processual way.

4
  • JEFFERSON EDUARDO DA PAZ BARBOSA
  • O DIREITO À MORTE E O COMPROMISSO LITERÁRIO: MAURICE BLANCHOT E JEAN-PAUL SARTRE.

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JOAO CAMILLO BARROS DE OLIVEIRA PENNA
  • MARCIO VENICIO BARBOSA
  • VINÍCIUS NICASTRO HONESKO
  • Data: 05/05/2017

  • Mostrar Resumo
  •     Esta dissertação tem como tema a tensão entre Maurice Blanchot e Jean-Paul Sartre quanto ao aspecto ético, político e filosófico da literatura. Entendemos que essa tensão faz parte da subjetividade artística moderna, tendida entre a liberdade de recusa soberana e a aceitação do compromisso com a história, de modo que ambos os autores acirram essa contradição da literatura. Se, por um lado, Blanchot (2011b) afirma que a literatura é a porta para uma experiência além dela mesma, experiência que busca tornar a morte possível, Sartre (2004) afirma que a literatura é o âmbito de uma relação entre liberdades onde tem lugar uma dialética fundamental que implica a tomada de consciência. Ambos os autores concebem a realidade humana como negatividade, por isso a importância de Hegel como fundo comum de onde a tensão emerge. A filosofia hegeliana, através dos cursos de Alexandre Kojéve (2012), com sua ênfase na ideia de morte, terá em Blanchot uma rearticulação sem a qual não poderíamos compreender suas ideias sobre a literatura. Em Sartre, a filosofia hegeliana é igualmente importante, uma vez que suas ideias sobre o existencialismo articulam não apenas a fenomenologia husserliana e o marxismo (posteriormente), mas a dialética da negatividade e do universal concreto. Para Blanchot, a literatura manifesta uma liberdade absoluta, uma interrogação radical que põe em causa todos os projetos humanos. Para Sartre, essa liberdade absoluta, que pode ter sido o afã do surrealismo, é concebida como tentação da irresponsabilidade. A literatura permanece o lugar de uma ambiguidade que está presente nos dois autores.


  • Mostrar Abstract
  •     This dissertation is about the tension between Maurice Blanchot and Jean-Paul Sartre, as to the ethical, political and philosophical aspect of literature. We understand that this tension is part of modern artistic subjectivity, stretched between freedom of sovereign refusal and acceptance of commitment to history, so that both writers stir up this contradiction of literature. If, on the one hand, Blanchot (2011b) affirms that literature is the door to an experience beyond itself, an experience seeks to make death possible, Sartre (2004) says that literature is the space of a relation between freedoms where a fundamental dialectic takes place that implies an awareness. Both authors conceive the human reality as negativity, hence the importance of Hegel as common ground from which tension emerges. The Hegelian philosophy, through the courses of Alexandre Kojéve (2012), with its emphasis on the idea of death, will have in Blanchot an rearticulation without which we could not understand his ideas about literature. In Sartre, Hegel’s philosophy is equally important, since his ideas about existentialism articulate not only phenomenology and Marxism (later), but the dialectic of negativity and the concrete universal. For Blanchot, literature manifests an absolute freedom, a radical interrogation that calls into question all human projects. For Sartre, this absolute freedom, which was the desire of surrealism, is conceived as a temptation to irresponsibility. The literature holds the place of an ambiguity that is present in the two authors.

     

5
  • HORTÊNSIA TERESA TOMAZ DA SILVA
  • O agir moral na Fundamentação da Metafísica dos Costumes e na Crítica da Razão Prática

     

  • Orientador : JOEL THIAGO KLEIN
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • LEONEL RIBEIRO DOS SANTOS
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • Data: 18/05/2017

  • Mostrar Resumo
  •       O objetivo deste trabalho será investigar como Kant explica ou fundamenta o agir moral na Fundamentação da Metafísica dos Costumes e na Crítica da Razão Prática. Com efeito, podemos dizer que o agir moral na primeira está fundamentado na espontaneidade do agir dada pela liberdade. Na KpV podemos dizer que o agir moral é fundamentado na lei moral como um factum da razão. Portanto, para mostrar esses dois pontos, o seguinte caminho será seguido: em 2.1 será mostrado o surgimento de uma nova concepção de moralidade. Em 2.2 veremos que a nova concepção interpreta a moralidade como autonomia. No ponto 3 examinaremos elementos que caracterizam a natureza do agir moral na GMS e na filosofia moral Kantiana. No ponto 3.1 veremos que Kant sustenta o agir moral na terceira seção da GMS na ideia de que, quando nos pensamos enquanto livres, somos transportados a um mundo inteligível, possível pela liberdade. Também falaremos, nessa mesma subseção, sobre os problemas relacionados ao círculo vicioso, à dedução da lei moral na GMS bem como à distinção entre um mundo sensível e inteligível. No ponto 4 sobre o factum da razão mostraremos o factum como sendo a consciência da lei moral e como não sendo passível de dedução. Mostraremos que Kant sustenta o agir moral na KpV em tal factum. Ainda introduziremos nesse mesmo tópico, as duas interpretações possíveis do factum da razão. Na subseção seguinte, em 4.1 será mostrada a interpretação de Beck (1960) segundo a qual temos na KpV o que poderia corresponder formalmente a uma dedução do princípio moral. Em 4.2 analisaremos a interpretação de Allison (1990) segundo o qual o factum da razão pode ser compreendido como factum da razão, ou seja, como evidência de que a razão pura é prática. Em 4.3 veremos que, ao contrário de Beck, Almeida (1998) irá negar que seja possível uma dedução da lei moral na KpV. Com efeito, Almeida (1998) irá verificar que em razão dessa impossibilidade o sentido de factum da razão que se imporia seria o sentido cognitivista (ou intuicionista). Nessa mesma subseção, tendo em vista a interpretação cognitivista exporemos a interpretação da Beck (1981) em que o mesmo rejeita o ponto de vista cognitivista. Na subseção 4.4 veremos, basicamente, a liberdade enquanto condição do agir moral na KpV. E, por fim, concentraremos a nossa atenção no sentimento moral na KpV.


  • Mostrar Abstract
  •      The aim of this work will be to investigate how Kant explains or grounds moral action in the Groundwork of the Metaphysics of Morals and Critique of Practical Reason. Indeed, we can say that the moral action in the first is grounded on spontaneity of action give by freedom. Therefore, to show these points, the following path will be followed: in 2.1 we will see the emergence of a new conception of morality. In 2.2 we will see that the new conception interprets the morality as autonomy. In section 3 we will examine elements that characterize the nature of moral action in the GMS and in the Kantian moral philosophy. In point 3.1 we will see that Kant sustains moral action in the third section of the GMS in the idea that when we think ourselves as free we are transposed into an intelligible world, possible for freedom. We will also speak in this same subsection of the problems related to the vicious circle, the deduction of the moral law in the GMS as well as the distinction between a sensible and intelligible world. In point 4 on the factum of reason we will show the factum as being the consciousness of the moral law and as not being able to deduction. We will show that Kant sustains the moral action in the KpV on the ideia of such factum. We will also introduce in this same topic the two possible interpretations of the factum of reason. In the next subsection in 4.1 we will show Beck’s (1960) interpretation according to which we have in KpV what could formally correspond to a deduction of the moral principle. In 4.2 we will see Allison’s (1990) interpretation according to which such factum of reason can be understood as factum of reason, that is, as evidence that pure reason is practical. In 4.3 we will show that, unlike Beck (1960), Almeida (1998) will deny that a deduction of the moral law in the KpV is possible. In fact, Almeida (1998), will conclude because of this impossibility, the sense of factum of reason that would be imposed would be the cognitivist (or intuitionist) sense. In this same subsection, in view of the cognitivist interpretation we will expose Beck’s (1981) interpretation in which he rejects the cognitivist point of view. In subsection 4.4 we will see freedom as a condition of moral in the KpV and, finally, we will focus our attention on the moral feeling in the KpV.

6
  • JOÃO PAULO RODRIGUES DOS SANTOS
  • A CONCEPÇÃO DA DUPLA DOMINAÇÃO EM HORKHEIMER [1930-1940]

  • Orientador : ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE
  • MARIA JOSE DA CONCEICAO SOUZA VIDAL
  • Data: 11/08/2017

  • Mostrar Resumo
  •     

    Nosso texto tem por objetivo tratar o tema da dominação, o qual foi muito caro na alta modernidade, por assim dizer, bem como na modernidade tardia e, ao que nos parece, continua a ser de nuclear relevância para maior e melhor entendimento acerca do destino da civilização ocidental hodierna que, de barbárie em barbárie, pavimenta sua estrada para o declínio. Nossa dissertação discorre sobre a hipótese da dupla dominação em Max Horkheimer (1898-1973). Esta pesquisa seguiu um caminho que procurou entender de que modo se deu a compreensão de nosso autor acerca da dominação da natureza e da dominação do homem. Procuramos, no presente trabalho, não só expor o que se entende por dupla dominação, mas, sobretudo, mostrar de que maneira se deu essa dominação bifurcada. Dito de modo mais claro, procuramos percorrer um caminho que nos sugere que houve uma evolução na dominação duplicada, dessa feita, nosso trabalho é mostrar em que sentido houve essa evolução e como identificá-la dentro da obra de nosso autor, tendo em vista os anos 30 e 40 do século XX, levando em consideração as mudanças de ordem histórica, social, política, econômica e psicológica – se na década de trinta tínhamos uma concepção de dominação da natureza efetivada pela ciência e dominação do homem realizada pela política, nos idos dos anos quarenta temos uma dominação da natureza externa que continua a ser controlada pela ciência positivista e uma dominação da natureza interna, a qual diz respeito à formação do ego indivíduo na civilização.


  • Mostrar Abstract
  • Our paper aims to address the issue of domination, which was very dear in high modernity and late modernity and, it seems, relevance to a bigger and bether understanding about Western civilization from barbarism in barbarism as a destiny paving his road to decline. Our dissertation discuses about the Max Horkheimer (1898-1973) duble domination hypothesis. This research toke a path that tried do understand how our author did understand nature and man’s domination. We tried, in that paper, not only expose what is meant by duble domination, however, above all, expose how that bifurcated domination happened. To be clear, we try to follow a path that suggests us there has been an evolution in duplicated domination, this, made, our work is to show is what way was this evolution and how to identify it in the our author works over the 30s and 40s twentieth century, taking into account the historical, social, political, economic and psychological changes – climate in the thirties, we had started out by politics, in the forties we have an external nature domination that keeps on controlled by positivist science and an inner nature domination, which concerns the formation of the individual ego in civilization.

7
  • LINDIÉDINA ALVES DE LIMA
  • O SIGNIFICADO DE ÉTICA EM MARX

     

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • ANA SELVA CASTELO BRANCO ALBINATI
  • Data: 20/11/2017

  • Mostrar Resumo
  •      O presente trabalho pretende apresentar o significado de ética que aparece de modo velado nos escritos de Karl Marx. Embora, este autor não tenha desenvolvido uma concepção elaborada da ética e tenha rejeitado qualquer vinculação filosófica a respeito desta questão, Marx entende que esta categoria não é capaz de superar as contradições estruturais da sociedade capitalista. Por esta razão, que a ética não é tida como objeto central de sua teoria social comparecendo de maneira dispersa ao longo de suas obras sem, portanto, desenvolvê-la plenamente. Mas, a ausência de um tratado da ética em Marx, não implica na ausência de ética. Porém, quando Marx propõe uma modificação radical da sociedade burguesa se torna algo impossível de pensar que tal transformação social não estivesse acompanhada de uma perspectiva ética. Toda a sua obra, isto é, os textos de juventude e maturidade possuem uma significação ética, na qual repousa o objetivo desta pesquisa – desvelar tal significação. Assim, a tese de base deste estudo concentra-se na análise da ética derivada da própria existência social com todos os seus condicionamentos materiais, estando ela inserida num contexto real e numa estrutura histórico-social. Partindo deste pressuposto, contempla-se uma abordagem do significado de ética na teoria de Marx seguindo dois planos opostos: Um crítico e outro derivado da luta de classes. Ou seja, o primeiro plano fixa-se na moral a partir da sua determinação social e de classe, tendo, o dispositivo ideológico como um instrumento capaz de ocultar os interesses da classe dominante ao produzir uma moral forjada pela falsa consciência da realidade. O segundo plano é derivado da luta de classes existente na sociedade capitalista, o qual está alinhado aos interesses da maioria oprimida e explorada pelo sistema, logo, este escopo da ética coloca em perspectiva valores como a solidariedade, o coletivismo, a liberdade, o respeito e a coragem de lutar para subverter a ordem dominante.


  • Mostrar Abstract
  •       The present work intends to present the meaning of ethics that appears veiled in the writings of Karl Marx. Although this author has not developed an elaborate conception of ethics and has rejected any philosophical link on this issue, Marx understands that this category is not capable of overcoming the structural contradictions of capitalist society. For this reason, that ethics is not regarded as the central object of its social theory appearing in a dispersed way throughout its works without, therefore, to develop it fully. But the absence of a treatise on ethics in Marx does not imply the absence of ethics. But when Marx proposes a radical modification of bourgeois society it becomes impossible to think that such a social transformation is not accompanied by an ethical perspective. All of his work, that is, the texts of youth and maturity, have an ethical significance, on which rests the purpose of this research - to unveil this meaning. Thus, the basic thesis of this study concentrates on the analysis of the ethics derived from the social existence itself with all its material conditioning, being inserted in a real context and in a historical-social structure. Starting from this assumption, an approach of the meaning of ethics in the theory of Marx is contemplated following two opposite planes: A critic and another derived from the class struggle. That is, the first plane is based on morality from its social and class determination, having the ideological device as an instrument capable of hiding the interests of the ruling class in producing a moral forged by the false consciousness of reality. The second plan is derived from the class struggle existing in capitalist society, which is aligned with the interests of the oppressed majority and exploited by the system, so this scope of ethics puts into perspective such values as solidarity, collectivism, freedom, respect and the courage to fight to subvert the dominant order.

8
  • ANA CAROLINA RAPOSO LEANDRO MENDES
  • O AMOR NA TEORIA DE JOHN STUART MILL

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DANIEL CAMPOS
  • Data: 22/11/2017

  • Mostrar Resumo
  •       Este trabalho tem por objetivo evidenciar o conceito e a função do amor na teoria moral de John Stuart Mill. Veremos que nesse sistema moral, o amor é sinônimo de simpatia. A simpatia é considerada um sentimento moral de ordem elevada e um prazer de qualidade superior que atende aos preceitos do princípio da utilidade. Referido princípio, que possui seu fundamento na tese hedonista, recomenda que os homens maximizem felicidade e se afastem da dor. O sentimento de simpatia (amor) é a disposição que os homens possuem naturalmente para considerarem a felicidade dos outros como sendo parte da sua própria felicidade. Esse sentimento funciona como uma poderosa sanção moral que efetivamente impele os indivíduos a agirem de acordo com o padrão da moralidade utilitarista. Para que consigamos compreender melhor as implicações que giram em torno da discussão sobre o amor na teoria de Mill, iremos analisar os pilares do sistema filosófico do autor que são: o empirismo, o hedonismo, o associacionismo, os cânones da psicologia, da etologia e a noção de aprimoramento da natureza humana e das instituições sociais. Referidos pilares fazem surgir uma série de complexificações na teoria da utilidade, quando comparamos o legado filosófico de Mill com a tradição utilitarista anterior ao autor, tais como a noção de princípios secundários da moral e de subteses da tese hedonista. Também analisaremos através dos relatos da Autobiografia como alguns eventos da trajetória da vida de Mill foram decisivos para a elaboração do seu sistema moral mais complexo e para que o amor ganhasse destaque em sua teoria. Questões relacionadas à justiça e a liberdade também serão analisadas sob a luz do conceito do amor na teoria de Mill.


  • Mostrar Abstract
  •       This paper aims to point the concept and function of love in John Stuart Mill's moral theory. We will see that in this moral system, love is synonymous with sympathy. Sympathy is considered a moral feeling of high order and a pleasure of superior quality that answer the precepts of the principle of utility. This principle, which has its foundation in the hedonist thesis, recommends that men maximize happiness and move away from pain. The feeling of sympathy (love) is the disposition that men naturally possess to consider the happiness of others as being part of their own happiness. This feeling functions as a powerful moral sanction that effectively impels individuals to act according to the standard of utilitarian morality. In order to better understand the implications that surround the discussion of love in Mill's theory, we will analyze the pillars of the author's philosophical system: empiricism, hedonism, associationism, the canons of psychology, ethology, and the notion of enhancement of human nature and social institutions. These pillars give rise to a series of complexities in the theory of utility, when we compare Mill's philosophical legacy with the utilitarian tradition before the author, such as the notion of secondary principles of morality and sub-theses of the hedonist thesis. We will also analyze through the Autobiography reports how some events in the trajectory of Mill's life were decisive for the elaboration of his more complex moral system and for the love to gain prominence in his theory. Issues related to justice and freedom will also be analyzed in the light of the concept of love in Mill's theory

9
  • RENATHO ANDRIOLLA DA SILVA
  • O CONCEITO DE PRÁXIS EM MARX

  • Orientador : MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO RUFINO VIEIRA
  • GABRIEL EDUARDO VITULLO
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • Data: 23/11/2017

  • Mostrar Resumo
  •      Pretendemos, neste trabalho, abordar o conceito de práxis em Marx. Este conceito corresponde ao cerne principal na teoria marxiana, pois é a partir dele e com ele que surgem tanto uma teoria capaz de capturar o mundo humano em seu movimento real quanto direcionamentos para ação imediatamente prática em prol da transformação do mundo. Nossa intenção é compreender os principais fatores metodológicos contidos no materialismo-histórico-dialético. Isso nos permitirá pensar tempos históricos específicos, notadamente, a Grécia clássica e o renascimento, assim poderemos iniciar nossa compreensão sobre qual era a consciência da práxis que pairava no pensamento de cada uma dessas épocas, e mais, com a aplicação do método marxiano poderemos notar as justificativas materiaishistórico-dialéticas que fundamentam uma tal visão da práxis. 1 Rastrear a consciência histórica da práxis nos levará necessariamente a Marx, que por viver em um tempo em que a transformação material do mundo permitia-lhe enxergar claramente de onde vinham as determinações que moldavam a sociedade, pôde romper com a consciência da práxis que lhe precedia. E não só isso, também conseguiu indicar o caminho da revolução necessária para a transformação do mundo contida na práxis social revolucionária, caminho este que podemos utilizar até hoje.


  • Mostrar Abstract
  •      In this work, we intend to approach the concept of praxis in Marx, this concept corresponds to the main core in Marxian theory, because it is from him and with him that arise a theory that captures the human world in its real movement as well as directions for action immediately practical for the transformation of the world. Our intention is to understand the main methodological factors contained in materialism-historical-dialectic, this will allow us to think specific historical times, notably, classical Greece and Renaissance, so we can understand what was the consciousness of the praxis that hovered in the thought of each of these Epochs. In addition, with the application of the Marxian method we can note the material-historical-dialectical justifications that underlie such a view of praxis. Tracing the historical consciousness of praxis will necessarily lead us to Marx, who, living in the moment when the material transformation of the world allowed him to see clearly the determinations that shaped society, managed to break with the consciousness of the praxis that preceded him. Moreover, not only this, too has been able to indicate the path of revolution for the transformation of the world contained in revolutionary social praxis, a path we can use today.

10
  • WENDELL WILLIAMY CRISTYE SILVA
  • Os limiter morais da guerra: Um estudo sobre a Teoria da Guerra Justa de Michael Walzer.

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO
  • Data: 06/12/2017

  • Mostrar Resumo
  •       Esta Dissertação se propõe a discutir as problemáticas morais subjacentes ao fenômeno da Guerra, a partir de uma análise da Teoria da Guerra Justa, na forma em que a mesma é delineada na obra de Michael Walzer. A Teoria da Guerra Justa trabalha assumindo como ponto de partida que há situações em que é moralmente justificável fazer uso da guerra e da violência que obrigatoriamente acompanha esta última. Ela se divide em duas partes. A justiça do guerrear (jus ad bellum) diz respeito aos motivos que justificariam o recurso à guerra, concentrando-se na discussão sobre agressão e autodefesa. Já a justiça no guerrear (jus in bello) se concentra na discussão sobre o cumprimento ou a violação das normas de combate, normas estabelecidas tanto pelo costume quanto por instrumentos legais. Uma vez que as duas partes componentes da realidade moral da Guerra se encontram separadas de forma lógica, torna-se possível que se façam julgamentos independentes entre si. Assim, segundo Walzer, é possível travar uma guerra que seja justa, ou seja, cumpra com os requisitos do jus ad bellum, mas de forma injusta, violando as normas que conformam o jus in bello. Da mesma forma, uma guerra que não seja justa pode ser travada em conformidade com as regras. Através deste estudo, procuraremos realizar uma discussão sobre a possibilidade de que a guerra possa ser analisada à luz da moralidade, bem como se é possível determinar as condições em que uma guerra pode ser dita justa ou injusta.


  • Mostrar Abstract
  •      This dissertation offers to discuss the moral problems underlying the war phenomenon, starting from an analysis of the Just War Theory, in the feature which is outlined inside Michael Walzer’s work. The Just War Theory starts from the perception of the situations in which it is morally justifiable to dispose the war and the violence that necessarily accompanies the latter. It is divided into two parts.Jus ad bellum concerns the motives which justify the use of war, and it is focused on aggression and self-defense discussing. Jus in bello concentrates on discussion about compliance or violation of combat rules, established rules by both custom and legal instruments. Once the two component parts of the war moral reality are logically separated, it becomes possible to make independent judgments. Thus, according to Walzer, it is possible to wage a war which is just, that is, it complies the jus ad bellum requirements, but unjust, by violating the norms which conform jus in bello. In the same way, an unjust war can be fought in accordance with the rules. Through this study, we will attempt to discuss the possibility that war can be analyzed in the light of morality, as well as whether it is possible to determine the conditions under which a war can be considered just or unjust.

11
  • KEOMA FERREIRA ANTÔNIO
  • Transhumanismo e suas oscilações prometeico-fáusticas: tecnoapoteose na era da ciência demiúrgica.

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • DARLEI DALL''AGNOL
  • Data: 20/12/2017

  • Mostrar Resumo
  •       Temos a pretensão, com este trabalho, de perscrutar o Transhumanismo, movimento filosófico e cultural que anseia a superação da condição orgânica humana em decorrência do exponencial avanço tecnocientífico traduzido em um aprimoramento humano que compreende um amplo espectro da ação humana. Para isso, vis-à-vis à um resgate histórico de quais sejam suas raízes ou pontos arquimedianos, asseveramos que o movimento pode ser compreendido em consonância à duas tradições tecnocientíficas, Prometeica e Fáustica, ambas constituídas, à luz da filosofia e sociologia de Hermínio Martins, por traços peculiares. O Primeiro se configura em uma estrutura tecnocientífica impelida pela ideia de que, por meio da razão, podemos modificar o mundo para algo melhor, metamorfoseá-lo no afã da obtenção do bem humano, cujo ponto de culminância é o Humanismo; o segundo exprime um caráter desmesurado, descomedido, uma hybris que estabelece uma fissura no ideal Humanista. Sustentamos, ademais, sob o prisma de Hermínio Martins e Victor Ferkiss, que o movimento ressoa uma espécie de “neognosticismo” ou “gnosticismo tecnológico”, razão pela qual, promove, em certa medida, um salvacionismo transcendente high-tech, em detrimento da pura organicidade que nos é constituinte. Apetecemos também tornar evidente que o movimento Transhumanista não se esgota em termos monolíticos, uma vez que sua configuração toma forma em díspares nuances do espectro político, se adequando, trazendo novos eixos de discussão e focos de análise e de proposição, inscritos em duas categorias: Transhumanismo Prometeico e Transhumanismo Fáustico. Por fim, ao elucidarmos o exponencial desenvolvimento das ciências demiúrgicas, almejamos estabelecer caminhos para a compreensão clara de que, não obstante o Transhumanismo seja permeado pelo risco de intensificação da injustiça global, pela flexibilização da constituição natural humana em favor de um humano abstrato e, portanto, potencialmente perigoso, o movimento pode ser concebido como uma via para a solução de inúmeros problemas da esfera humana. E diante dos impactos oriundos do avanço destas tecnologias, almejamos, por último, evidenciar o quão colossal é a relevância dessa discussão no campo filosófico e acadêmico.


  • Mostrar Abstract
  •       We have the pretension, with this work, to examine Transhumanism, a philosophical and cultural movement that longs for the overcoming of the human organic condition as a result of the exponential techno-scientific advance, expressed into a human enhancement that comprises a broad spectrum of human action. For this, in view of a historical rescue of its archimedean points or roots, we assert that the movement can be understood in accordance with the two technoscientific traditions, Promethean and Faustic, both constituted in the light of Hermínio Martin's philosophy and sociology, by peculiar traits. The first is in a technoscientific structure impelled by the idea that, through reason, we can modify the world for something better, to morph it in the desire to obtain the human good, whose point of culmination is Humanism; the second expresses an excessive, unbridled character, a hubris that establishes a fissure in the Humanist ideal. We hold, in addition, under the prism of Hermínio Martins and Victor Ferkiss, that the movement resonates a kind of "neognosticism" or "technological gnosticism", since it promotes, to some extent, a transcendent high-tech salvationism, in detriment of pure organicity that we are constituent. We also want to make it evident that the Transhumanist movement does not exhaust itself in monolithic terms, given that it is expressed in disparate nuances of the political spectrum, adapting itself, bringing new lines of discussion and focuses of analysis and proposition, inscribed in two categories: Promethean Transhumanism and Faustic Transhumanism. Finally, in elucidating the exponential development of the demiurgic sciences, we aim to establish ways for a clear understanding that, notwithstanding the Transhumanism being permeated by the risk of intensifying the global injustice, by flexibilizing the natural human constitution in favor of an abstract human, therefore potentially dangerous, movement can be conceived as a way to solve countless problems of the human sphere. And in the face of the impacts from the advancement of these technologies, we aspire to, finally, highlight how colossal is the relevance of this discussion in the philosophic and academic field.

12
  • ANDRÉ HORTA MELO
  • O conservadorismo: léxico da filosofia política

  • Orientador : SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • FRANCISCO WELLINGTON DUARTE
  • JESSÉ JOSÉ FREIRE SOUZA
  • Data: 21/12/2017

  • Mostrar Resumo
  •     Estudo do conceito do conservadorismo político. A dissertação analisa o conceito do conservadorismo, que é um recorte da direita política. Dado à manifesta abrangência semântica que este termo possui, este trabalho visa identificar uma organização e precisão de significados que permita o uso do mesmo com léxico da filosofia política. Para tanto, acompanha-se o contexto de seu surgimento no período revolucionário francês no final do século XVIII, as dissensões entre as ideias da esquerda e direita políticas que estão diretamente relacionadas com o verbete examinado. O estudo aborda a carga emotiva que acompanha essa categoria, as críticas progressistas e marxistas, e as muito particulares inter-relações com a psicologia política e social. O uso do termo na economia e aspectos da prática psicanalítica são apresentadas como parte da cartografia de utilização léxico conservadorismo, cuja observação é fecunda para validar as demarcações léxicas previamente balizadas. O estudo compreendeu a análise de uma das mais importantes obras para a categoria: Reflexões sobre a Revolução na França, de Edmund Burke, assim como o texto que inaugura um debate que se tornaria recorrente na política, os Direitos do Homem, de Thomas Paine. Os estudos contemporâneos diretamente relacionados à construção semântica albergaram o capítulo 11 do livro A Companion to Contemporary Political Philosophy, de Robert E. Goodin, Philip Pettit e Thomas Pogge, cujo tema é: Conservadorismo (Conservatism), da lavra de Anthony Quinton; o verbete  “Conservadorismo”, escrito por Tiziano Bonnazi, no Dicionário de Política de Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino; e o livro O Conservadorismo Clássico, de autoria de Laura Escorsim Netto. Estas constituíram as fontes primárias desse estudo. O trabalho se conclui destacando a relevância e o alcance que esta categoria contemporânea pode usufruir na filosofia política, constituindo um esforço para dar conta de facticidades que se apresentam conflituosas e paradoxais na realidade social.


  • Mostrar Abstract
  •    Study of the concept of political conservatism. The dissertation analyzes the concept of conservatism, which is a piece of the political right. Given the manifest semantic comprehensiveness that this term has, this work aims to identify an organization and precision of meanings that allows its use as a lexicon of political philosophy. To this aim, we explore the context of its emergence in the French revolutionary period in the late eighteenth century, which is followed by the dissensions between the ideas of the political left and right that are directly related to the concept examined. The study addresses the emotive charge that accompanies this category, the progressive and Marxist critiques, and the very particular interrelationships with political and social psychologies. The use of the term in economics and aspects of psychoanalytic practice are presented as part of the cartography of the lexicon conservatism, whose observation is fruitful to validate the previously marked lexical demarcations. The study comprised the analysis of one of the most important works for the category: Reflections on the Revolution in France, by Edmund Burke, as well as the text that inaugurates the historical antinomy of conservatism, Rights of Man, by Thomas Paine. Contemporary studies directly related to semantic construction have housed chapter 11 of Robert E. Goodin's The Companion to Contemporary Political Philosophy, Philip Pettit and Thomas Pogge, whose theme is: Conservatism – from the work of Anthony Quinton; The entry “Conservatism”, written by Tiziano Bonnazi, in the Dictionary of Politics of Norberto Bobbio, Nicola Matteucci and Gianfranco Pasquino; and the book The Classical Conservatism, authored by Laura Escorsim Netto. These were the primary sources of this study. This work concludes by highlighting the relevance and scope that this contemporary category can have in political philosophy, constituting an effort to interpret events that are conflicted and paradoxical in social reality.

2016
Dissertações
1
  • JOSÉ JURANDIR PEREIRA JUNIOR
  • DIREITO E MORAL EM HABERMAS: UMA LEITURA A PARTIR DA CONCEPÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

  • Orientador : ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • CRISTINA FORONI CONSANI
  • MARIA JOSE DA CONCEICAO SOUZA VIDAL
  • Data: 23/06/2016

  • Mostrar Resumo
  •   O presente trabalho trata de um conjunto de obras da segunda fase de Jurgen Habermas em relação a um dos aspectos da sua filosofia política, destacando as relações existentes entre o direito e a moral na concepção do Estado democrático de direito. Para Habermas, não se pode ter confusões entre as esferas da moral e do direito sob a pena de se estabelecer uma irracionalidade do sistema no todo. E isso quer dizer que não se pode exacerbar nem para um tecnicismo absoluto, nem para uma superposição acerca dos valores de forma completa, pois, para o filósofo, a moral e o direito devem se complementar, e isso se dá por meio de uma fundamentação política do exercício da democracia. Desse modo, será possível uma reflexão sobre a reabilitação da filosofia prática, para soluções de conflitos existentes em relação à inserção dos sujeitos nos Estados democráticos, o multiculturalismo e a religião. Esses dilemas, somados aos vários problemas que entram nas discussões dos Estados modernos, trazem à tona os seguintes questionamentos: como se dá a complementação do direito e da moral na concepção do Estado democrático de direito? E como é possível a legitimação do direito na democracia? 


  • Mostrar Abstract
  •   The present work consist on discussing about the set of works of the second phase of Jurgen Habermas in relation to one of the aspects of his political philosophy, emphasizing the relationship between law and morality in the design of the democratic rule of law. Since, for Habermas there cannot be confusion between the spheres of morality and law, under penalty of establishing an irrationality of the system on the whole. And this means that you cannot exacerbate or to an absolute technicality, and not to a superposition about the complete form of values as to the philosopher, the moral and the right should complement it by a political rationale of the Democracy exercise. Thus, a reflection on the rehabilitation of practical philosophy will be possible for the resolution of the existing conflict regarding the inclusion of the subject in democratic states, multiculturalism and religion. Thus, these dilemmas added to the various problems that come in the discussions of modern states, this dissertation attempts to answer how is the complementation of law and morality in the design of the democratic rule of law? And as the legitimation of law in democracy it is possible.

2
  • JAN CLEFFERSON COSTA DE FREITAS
  • QUE É ISTO – A FILOSOFIA?: UMA INTRODUÇÃO À DESTRUIÇÃO, AO ESQUECIMENTO E À QUESTÃO-DO-SER EM HEIDEGGER

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • LUIZ ROBERTO ALVES DOS SANTOS
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • Data: 02/08/2016

  • Mostrar Resumo
  •    A presente dissertação procura ser uma introdução ao pensamento heideggeriano. Para cumprir esse papel, a conferência proferida por Martin Heidegger intitulada “Que é isto – a filosofia?”, bem como a introdução de “Ser e Tempo”, serão os textos de base dessa tarefa. A partir dessa preleção, o autor apresenta os conceitos fundamentais do seu pensamento. Os temas que serão abordados nesta tessitura são os seguintes: a essência da filosofia, o projeto da destruição, o esquecimento do ser e a retomada da pergunta por este último. Nessa perspectiva, será explicitado como os conceitos aqui inqueridos apresentam a existência de uma unidade básica entre eles, de maneira que sem um, a compreensão do outro é impossível. Em poucas palavras, a partir da explicitação e discussão dos conceitos supracitados, com base nos dois trabalhos referidos, será possível compreender a necessidade, a estrutura e a precedência da filosofia heideggeriana, bem como ficará claro por qual horizonte se deve guiar o leitor à compreensão do pensamento do autor aqui tratado. 

     

     


  • Mostrar Abstract
  •    The following dissertation suggests being an introduction to the heideggerian's thinking process. Making justice to the presented conference entitled "What`s that – The Philosophy?", as well the introduction to "Being and Time" will represent the textual base to this journey. Beginning with this prelection the author introduces the fundamental concepts of his thought process. The discussed topics in this tessitura are the following:  the essence of philosophy, the destruction project, the forgetfulness of the being and the taking back of the question through this last named.  In that perspective, it will be explicit how the inquired concepts here are suggesting  an basic unity of an existence between themselves, evidencing the co-dependence of both and the obvious impossibility of separation of any of both in mutual providence of understandings. Getting it straight, since the explicitation and discussion of the above mentioned, embased in both of the refered works, will possible a proper compreheension of the necessity, the structure and the precedence of heideggerian philosophy, also there will be offered new lights and mind clarity in which exact horizont should the own reader guides himself to crystal clean thinking clearness of the mentioned author here at stake. 

3
  • JOAO DANIEL DANTAS DE OLIVEIRA
  • Revisitando o argumento Estilingue de Gödel: Será que a teoria das descrições de Russell realmente evita o Estilingue? 
  • Orientador : JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • SAMIR BEZERRA GORSKY
  • LUIZ CARLOS DIAS PINHEIRO PEREIRA
  • Data: 30/09/2016

  • Mostrar Resumo
  •    A família de argumentos chamada “Slingshot Arguments” é uma família de argumentos subjacente à visão fregeana de que se sentenças tem referência, a sua referência é os seus valores de verdade. Usualmente visto como um espécie de argumento colapsante, o argumento consiste em demonstrar que, uma vez que você suponha que há alguns itens que são as referências das sentenças (como fatos ou situações, por exemplo), estes itens colapsam em apenas dois: O Verdadeiro e O Falso. Esta é uma dissertação sobre o slingshot que é denominado o slingshot de Gödel. Gödel argumentou que há uma conexão profunda entre estes argumentos e descrições definidas. Mais precisamente, de acordo com Gödel, adotando-se a interpretação de Russell de descrições definidas (que diverge da visão de Frege de que descrições definidas são termos singulares) é possível escapar do slingshot. Nós desafiamos a posição de Gödel de duas formas, primeiramente por apresentar um slingshot mesmo com uma interpretação russelliana de descrições definidas em segundo lugar por apresentar um slingshot mesmo se mudarmos de termos singulares para termos plurais à luz do recente desenvolvimento da chamada Lógica Plural. A dissertação está dividida em três capítulos. No primeiro capítulo apresentamos o debate entre Frege e Russell sobre descrições definidas, no segundo capítulo apresentamos a posição de Gödel e reconstruções de seu argumento e no terceiro capítulo demonstramos nosso próprio slingshot para a Lógica Plural. Através desses resultados pretendemos concluir que podemos recuperar slingshots mesmo com uma interpretação russelliana de descrições definidas ou em um contexto de Lógica Plural.


  • Mostrar Abstract
  •   The family of arguments called “Slingshot Arguments” are a family of arguments underlying the fregean view that if sentences have reference at all, their references are their truth-values. Usually seen as a kind of collapsing argument, the slingshot consists in proving that, once you suppose that there are some items that are references of sentences (as facts or situations, for example), these items collapse into just two items: The True and The False. This is a dissertation about the slingshot which is dubbed Gödel’s slingshot. Gödel argued that there is a deep connection between these arguments and definite descriptions. More precisely, according to Gödel, if one adopts Russell’s interpretation of definite descriptions (which clashes with Frege’s view that definite descriptions are singular terms) it is possible to evade the slingshot. We challenge Gödel’s view in two manners, first by presenting a slingshot even with a russellian interpretation of definite descriptions and second by presenting a slingshot even when we change from singular terms to plural terms in the light of new developments of the so called Plural Logic. The text is divided in three chapters, in the first chapter we present the discussion between Russell and Frege regarding definite descriptions, in the second chapter we present Gödel’s position and reconstructions of Gödel’s argument and in the third chapter we prove our slingshot argument for Plural Logic. In light of this results we conclude that we can recovered slingshots even with a russellian interpretation of definite descriptions or in a context of Plural Logic.

4
  • LAÍSA ROBERTA TROJAIKE
  • As imagens cinematográficas no contexto da política-estética de Jacques Rancière

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JORDI CARMONA HURTADO
  • PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS
  • Data: 05/12/2016

  • Mostrar Resumo
  •      Jacques Rancière defende que as tentativas da filosofia de compreender as revoluções estéticas e políticas ao longo da história foram insuficientes ou errôneas e apresenta uma nova forma de reunir estética e política para compreender os movimentos da estrutura que ele chama de partilha do sensível. O presente trabalho expõe, primeiramente, uma análise dos três regimes de identificação das artes, a saber: o ético, o representativo e o estético; relacionando-os com seus respectivos poderes de fazer a manutenção das partilhas do sensível (polícia) ou causar rupturas (política) que alteram as partilhas. No primeiro capítulo, são analisados os dois primeiros regimes, expondo os problemas encontrados por Rancière em cada um deles, sobretudo no que diz respeito ao segundo regime, que, segundo o autor, ainda se faz muito presente na contemporaneidade, além de ser o regime no qual estão inseridos muitos dos autores que pensam a estética contemporânea. O segundo capítulo, dedicado ao regime estético, pretende demonstrar as origens da revolução estética a partir de uma reformulação do papel do espectador, pensamento cuja origem Rancière extrai de Schiller e cuja revolução é encontrada na literatura a partir de Flaubert, no poder da palavra muda. Pretende-se utilizar esse último conceito, o do mutismo das coisas que falam, para analisar como o esquema do regime estético redefine nossa relação com as imagens, o que será demonstrado através das análises que Rancière faz das contrariedades das imagens do cinema, ou seja, da fábula cinematográfica. Por fim, será mostrado o papel dessas imagens específicas, as das artes, no contexto da política, que, para Rancière, é indissociável da estética.


  • Mostrar Abstract
  •      Jacques Rancière argues that the attempts of philosophy to understand the aesthetic and political revolutions throughout history were insufficient or erroneous and presents a new way to bring together aesthetics and politics in order to understand the movements of the structure he calls the distribution of the sensible. This work presents, first, an analysis of the three regimes of arts, namely: ethical, representative and aesthetic; relating them to their respective powers to maintain the distribution of the sensible (police) or cause disruptions (policy) that change that distributions. The first two regimes are analysed in the first chapter, exposing the problems encountered by Rancière in each of them, especially with regard to the second regime, which, according to the author, still very present in contemporary times, and is the system in which are part of many authors who think contemporary aesthetics. The second chapter, dedicated to the aesthetic regime, aims to demonstrate the origins of the aesthetic revolution from a review of the spectator's role, thought whose origin Rancière extracts from Schiller and whose revolution is found in the literature since Flaubert, on the power of the mute speech. It intends to use the latter concept, the muteness of things that speak, to examine how the aesthetic regime scheme redefine our relationship with the images, which will be demonstrated through the analysis that Rancière makes of the thwart of the film images, of the thwarted fable. Finally, the role of these specific images (images of arts) will be shown in the context of politics, which for Rancière is inseparable from the aesthetic.

5
  • PEDRO DANILO GALDINO VITOR PEREIRA
  • A RELAÇÃO ENTRE ESTÉTICA E POLÍTICA NA OBRA DE JACQUES RANCIÈRE

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JORDI CARMONA HURTADO
  • PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS
  • Data: 05/12/2016

  • Mostrar Resumo
  •      O presente trabalho discutirá a relação entre estética e política na obra do filósofo francês Jacques Rancière, a partir, principalmente, do conceito de partilha do sensível. Para Rancière há um campo comum que une essas duas esferas do saber humano, a estética primeira que se refere a um a priori da sensibilidade. Neste sentido, tanto a arte quanto a política podem intervir neste tecido da sensibilidade, reconfigurando a partilha do sensível de maneira dissensual. Há, segundo o autor, uma dicotomia no campo da partilha do sensível, duas lógicas que organizam ou redistribuem as atividades, os tempos e espaços. De um lado, uma lógica do consenso e da boa ordenação das posições e, de outro lado, uma lógica que funciona nas fronteiras da dominação, criando um sensível conflituoso. A partir deste campo comum da partilha do sensível, Rancière colocará em discussão como as artes afetam o tecido das partilhas e como ganha um caráter político por esta razão. O objetivo desta dissertação é apresentar e discutir como é possível a emancipação se efetivar a partir da prática de indivíduos como proletários ou artistas, pensando as relações entre estética e política.


  • Mostrar Abstract
  •     This work will discuss the relationship between aesthetics and politics in the work of the French philosopher Jacques Rancière, based mainly on the concept of distribution of the sensible. For Rancière there is a common field that joins these two spheres of human knowledge, the primary aesthetics referred to an a priori of sensitivity. In this sense, both art and politics can intervene in this sensory fabric, reconfiguring the distribution of the sensible dissensual way. There is, according to the author, a dichotomy in the field of distribution of the sensible, two logics that organize or redistribute the activities, times and spaces. On the one hand, a logic of consensus and good order of locations and on an other hand, a logic that works on the frontiers of domination, creating a disruptive sensible. From this common ground of distribution of the sensible, Rancière put in discussion how the arts affect the fabric of the distribution and how to get a political character for this reason. The aim of this work is to present and discuss how it is possible to effective the emancipation from the practice of subjects as workers or artists, thinking the relationship between aesthetics and politics.

6
  • EVELYN FERNANDES ERICKSON
  • Uma Investigação acerca do Pluralismo Lógico e B-entailment

  • Orientador : JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ABILIO AZAMBUJA RODRIGUES FILHO
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • Data: 12/12/2016

  • Mostrar Resumo
  • O pluralismo lógico vem recentemente chamando atenção, com vários autores opinando sobre o assunto. O pluralismo lógico é a posição que diz que há mais de uma lógica correta ou legítma, o que pode ser articulado de diferentes maneiras. A presente dissertação participa nesse debate explorando o B-entailment no contexto de variedades do pluralismo presentes na literatura. O B-entailment é uma noção de consequência lógica que é capaz de expressar outras relações, como as lógicas multi-dimensionais. Em particular, esse estudo examina quatro posições sobre o pluralismo: o pluralismo eclético de Shapiro, o pluralismo através de GTT de Beall e Restall, o pluralismo intra-teorético de Hjortland e os pluralismos através de teoria da prova de Restall e Paoli. Será mostrado como o B-entailment se encaixa nessas teorias e também como fica em falta em certos aspectos. O objetivo da dissertação é tanto contribuir para a discussão sobre o pluralismo lógico quanto expandir a discussão sobre o B-entailment e outras noções de consequência lógica desse tipo.


  • Mostrar Abstract
  • Logical pluralism has recently been given much attention, with numerous authors pitching in on what they believe it to be about. In a broad sense, logical pluralism is the view that there are more than one correct or legitimate logic, which can be articulated in different ways. Among the varieties of pluralism, the present study participates in this debate by exploring B-entailment in the context of several of them. B-entailment is a logical consequence relation, which may express different consequence relations, such as those of many-dimensional logics. In particular, this study examines four different takes on pluralism: Shapiros's eclectic pluralism, Beall and Restall's GTT pluralism, Hjortland's intra-theoretic pluralism and Restall's and Paoli's pluralism based on proof-theory. It will be shown how B-entailment fits into these pluralistic theories, and a discussion is presented on how B-entailment falls short is some aspects. The aim is to contribute to the discussion on logical pluralism as well as to expand the discussion about B-entailment and consequence relations of this sort.

7
  • ROBERTO SOLINO DE SOUZA
  • Uma leitura straussiana do Teeteto, 152a

  • Orientador : GLENN WALTER ERICKSON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GLENN WALTER ERICKSON
  • JORGE DOS SANTOS LIMA
  • PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO
  • Data: 12/12/2016

  • Mostrar Resumo
  •    Este trabalho examina a possibilidade de que Sócrates esteja atacando um homem de palha no Teeteto, 152a, quando explica o dito de Protágoras de que “o homem é a medida de todas as coisas” como sendo expressão de um relativismo vulgar que iguala o conhecimento à mera percepção. Parte da sugestão de Leo Strauss de que os grandes escritores do passado fizeram uso de uma técnica peculiar, que ele denomina metaforicamente de “escrita entre linhas”, visando defender suas ideias heterodoxas da perseguição política, enquanto expressam abertamente ideias conformadas às opiniões amplamente aceitas na sociedade. Busca demonstrar que a sugestão de Strauss é válida e que na maior parte da história da filosofia a escrita entre linhas foi aceita amplamente e só recentemente esquecida. Busca clarificar a sugestão de Strauss e extrair regras mínimas que possam ser aplicadas na leitura do trecho citado do Teeteto. Considera ao final que uma leitura entre linhas do citado trecho pode indicar que a hipótese examinada está correta e sugere um ponto de partida para uma interpretação straussiana do diálogo como um todo.


  • Mostrar Abstract
  •    This work examines the possibility that Socrates is attacking a straw man in the Theaetetus, 152a, when he explains Protagoras's dictum that “man is the measure of all things” as embracing a vulgar form of relativism which takes knowledge as being merely perception. It begins with Leo Strauss’s suggestion that the great writers of the past made use of a peculiar technique, that he names metaphorically as “writing between the lines,” aiming to protect their heterodox views from political persecution while expressing openly other views that conform to generally accepted opinion. It seeks to demonstrate that Strauss’s suggestion is a valid one and that the writing between the lines was recognized throughout most Philosophy’s history and only recently forgotten. It also seeks to clarify Strauss’s suggestion and identify a minimal set of rules to be applied to the reading of that Theaetetus’s passage. In the end, it considers that reading between the lines of the said passage can point to the conclusion that the examined hypothesis is correct and suggests a starting point from where to begin a Straussian interpretation of the dialog as a whole.

8
  • EVERTON TIAGO ALVES DE OLIVEIRA
  • Significação não-natural e implicaturas: o projeto de Herbert Paul Grice

  • Orientador : BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • CANDIDA JACI DE SOUSA MELO
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MARCOS ANTONIO DA SILVA FILHO
  • Data: 13/12/2016

  • Mostrar Resumo
  •      Este trabalho irá discorrer sobre a visão de Herbert Paul Grice com relação à linguagem e ao processo de comunicação. Grice é mais conhecido por sua separação entre significação natural e significação não natural, onde a primeira trata de uma conexão natural entre fatos e a segunda de convenções que associam entidades e/ou fatos sem relações naturais entre si, sendo está última o que possibilita a comunicação humana. Ele divide a significação não natural em quatro tipos: significação atemporal, significação atemporal aplicada, significação de ocasião e significação do locutor. Apesar disto, a maior parte da literatura foca apenas na sua definição de significação do locutor, marginalizando as demais. Este fato influi no modo como sua teoria das implicaturas conversacionais é analisada. A teoria das implicaturas é muitas vezes abordada sem que se trace uma relação entre ela e o resto do pensamento griceano sobre linguagem e comunicação. Deste modo, pretendemos elucidar que tanto a significação do locutor quanto as implicaturas são partes daquilo que o próprio Grice chamou de “um projeto mais amplo”. Ao mostrarmos as ideias de Grice unidas por um mesmo enquadramento, iremos mostrar porque as implicaturas conversacionais devem ser entendidas como uma explicação sobre asignificação de ocasião, deste modo, esclarecendo como essas ideias laçam luz sobre a distinção entre semântica e pragmática.


  • Mostrar Abstract
  •      Este trabalho irá discorrer sobre a visão de Herbert Paul Grice com relação à linguagem e ao processo de comunicação. Grice é mais conhecido por sua separação entre significação natural e significação não natural, onde a primeira trata de uma conexão natural entre fatos e a segunda de convenções que associam entidades e/ou fatos sem relações naturais entre si, sendo está última o que possibilita a comunicação humana. Ele divide a significação não natural em quatro tipos: significação atemporal, significação atemporal aplicada, significação de ocasião e significação do locutor. Apesar disto, a maior parte da literatura foca apenas na sua definição de significação do locutor, marginalizando as demais. Este fato influi no modo como sua teoria das implicaturas conversacionais é analisada. A teoria das implicaturas é muitas vezes abordada sem que se trace uma relação entre ela e o resto do pensamento griceano sobre linguagem e comunicação. Deste modo, pretendemos elucidar que tanto a significação do locutor quanto as implicaturas são partes daquilo que o próprio Grice chamou de “um projeto mais amplo”. Ao mostrarmos as ideias de Grice unidas por um mesmo enquadramento, iremos mostrar porque as implicaturas conversacionais devem ser entendidas como uma explicação sobre asignificação de ocasião, deste modo, esclarecendo como essas ideias laçam luz sobre a distinção entre semântica e pragmática.

9
  • MAURICIO ALVES BEZERRA JUNIOR
  • A AMBIGUIDADE DO DISCURSO RETÓRICO: CAMINHOS E DESCAMINHOS DA PERSUASÃO (PEITHÓ) COMO INSTRUMENTO PARA A FILOSOFIA NO GÓRGIAS DE PLATÃO

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • LOURIVAL BEZERRA DA COSTA JUNIOR
  • Data: 15/12/2016

  • Mostrar Resumo
  •     Esta dissertação apresenta um estudo sobre o diálogo Górgias, de Platão, interpretando que essa obra é uma reflexão sobre a crítica platônica à retórica sofística, desenvolvendo a ideia de que ela é empeiria, produtora de lisonja (κολακευτική). Encontramos elementos ambíguos que revelam que, apesar de criticar a persuasão (πειθώ), Sócrates a reconhece como um requisito essencial para conduzir o elenchos (ελενκος). No diálogo, Sócrates vê-se diante de três interlocutores, Górgias, Polo e Cácicles. Este último sendo o seu algoz principal. Reconhecemos o diálogo em seu contexto histórico-cultural, visto que a Retórica, e seu elemento de persuasão, eram insumos constitutivos da cultura grega. Consideramos que o intuito de Platão é repensar os elementos retóricos e persuasivos dos sofistas a fim de alhures, expor a “verdadeira retórica”, ou seja, a Filosofia. Para isso, Platão faz uma análise da retórica persuasiva, colocando frente ao seu mestre um expoente da sofística, Górgias; e procura desvelar sua arte (τέχνη). Contudo, apesar de podermos reconhecer nele os elementos necessários, o diálogo finaliza sem diálogo, uma vez que não há persuasão de nenhum dos lados. Consideramos que todos esses pontos serão relevantes para compreendermos a persuasão (πειθώ) como um dos elementos basilares na oralidade grega e da dialética platônica.


  • Mostrar Abstract
  •      This essay presents a study about the Gorgias dialogue, by Plato, expounding that this piece is a reflection on the Platonic criticism to sophist Rhetoric, developing the idea that it is empeiria, producer of flattery (κολακευτική). We find ambiguous elements that show that despite criticizing persuasion (πειθώ), Socrates recognizes it as an essential requisite to conduct the elenchos (ελενκος). In the dialogue, Socrates sees himself before three interlocutors, Gorgias, Polo and Callicles. The latter being his one chief tormentor. We acknowledge the dialogue in its historical-cultural context, since Rhetoric and its element of persuasion were Greek culture's constitutive inputs. We consider that Plato's intent is to rethink the sophists rhetorical and persuasive elements in order to expose the "true rhetoric", that it, Philosophy. For this, Plato makes an analysis of the persuasive rhetoric, placing before his master an exponent of the sophistry, Gorgias; and seeks to unveil its art (τέχνη). However, although we can recognize in it the necessary elements, the dialogue ends without a dialogue, since there is no persuasion on either sides. We consider that all these points will be relevant to understand persuasion (πειθώ) as one of the basic elements of Greek orality and Platonic dialectics. 

10
  • PAULO VERÍSSIMO DE ARAÚJO FILHO
  • HACKEAR A TECNOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE A TEORIA CRÍTICA DA TECNOLOGIA DE ANDREW FEENBERG.

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • THIAGO ISAIAS NOBREGA DE LUCENA
  • CARLOS ALBERTO JAHN
  • Data: 19/12/2016

  • Mostrar Resumo
  •       Este trabalho pretende oferecer um estudo da Teoria Crítica da Tecnologia de Andrew Feenberg, refletindo sobre a plausibilidade de realização de seu projeto de transformação cultural e política que ressignifica a instrumentalização da tecnologia e restitui-lhe um espaço político democrático para seu desenvolvimento sob controle da intencionalidade humana e segundo uma concepção holística da essência bidimensional da tecnologia. Partimos do pressuposto de que o atual modelo de desenvolvimento tecnológico amplia desigualdades, enquanto serve à dominação social dos que detém seu controle, além de generalizar crises ambientais ou humanitárias, por exemplo, no interior dos sistemas racionais tecnicamente estruturados como o capitalismo. A intenção de Andrew Feenberg é oferecer ao desenvolvimento tecnológico moderno uma intervenção alternativa capaz de transformar as relações tecnicamente mediadas nas sociedades industrializadas que, neste trabalho, interpretamos como esforço em hackear a tecnologia: romper as barreiras do controle e da afirmação tecnocrática do capitalismo hegemônico, decifrar o padrão da racionalidade tecnocientífica e seu código técnico associado e subverter a concepção e o uso corrente da tecnologia apontando para um desenvolvimento que integre suas dimensões instrumental e social.


  • Mostrar Abstract
  •       This dissertation intends to offer a study of Andrew Feenberg's Critical Theory of Technology, reflecting on the plausibility of realising his project of cultural and political transformation. Feenberg aims to re-signify the instrumentalization of technology and to restore a democratic political space for its development under the control of human intentionality, and according to a holistic conception of the two-dimensional essence of technology. He starts from the assumption that the current model of technological development widens inequalities while serving the social domination by those who control it, in addition to generalizing environmental and humanitarian crises. Feenberg understands capitalism as a technically structured rational system and intends  to show the potential of modern technological development as an instrument of alternative intervention capable of transforming the technologically mediated relations in industrialized societies. It is this revolutionary potential that, in this work, we interpret as an effort to hack technology. Feenberg's hacking goals are to break the barriers of control and the technocratic assertion of hegemonic capitalism, to decipher the standard of technoscientific rationality and its associated technical code and to subvert the conception and current use of technology, pointing to a development that integrates its instrumental and social dimensions.

11
  • FRANCISCO EDUARDO DE OLIVEIRA
  • O CONCEITO DE PREDESTINAÇÃO NA FILOSOFIA DE SANTO AGOSTINHO

  • Orientador : MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • NILO CESAR BATISTA DA SILVA
  • Data: 19/12/2016

  • Mostrar Resumo
  • Está dissertação tem como objetivo a análise do conceito de predestinação na filosofia de Agostinho de Hipona. Nossa investigação terá início com a análise das origens e fontes que conduziram o filósofo no desenvolvimento desse tema. Logo após, buscaremos o lugar que o conceito ocupa nas obras e sua relação com as controvérsias maniqueísta e pelagiana. Por último, identificaremos o que seria a predestinação dentro do sistema estabelecido por Agostinho de Hipona para explicar a relação entre a liberdade da vontade humana e a soberania divina.


  • Mostrar Abstract
  • This thesis aims to analyze the concept of predestination from the Augustine of Hippo’s philosophy. Our investigation is going to start with the analysis of the sources and origins that guided the philosopher to developed of this subject. After that, we will seek the place that the concepts occupy in all his works and the relation With the Manichean and Pelagian controversies. Ultimately, we will identify what would be predestination inside of the system established for Augustine of Hippo to explain the relation between freedom of the human will and the divine sovereignty.

2015
Dissertações
1
  • JOELSON SILVA DE ARAUJO
  • NIETZSCHE E A CRÍTICA DA LINGUAGEM COMO PRODUTORA DE "VERDADES"

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 21/08/2015

  • Mostrar Resumo
  • Desde sua juventude, Nietzsche dá atenção especial ao tema da linguagem. Seu olhar filológico faz dela objeto de análise, e todo o seu pensamento filosófico não pode ser desvinculado desse tema tão importante que permeia todas as suas obras. Assim, a questão central desenvolvida nesta pesquisa consiste em refletir sobre o problema da crença na linguagem como produtora de “verdade”. No primeiro capítulo deste trabalho, entendemos que é imprescindível compreender a análise nietzschiana sobre as origens da linguagem, tendo como base os textos de juventude. O objetivo é compreender que a linguagem não é uma adequação exata da realidade e que a verdade nasce no meio gregário, sendo, desse modo, uma série de convenções e antropomorfismos. Já no segundo capítulo, nossa análise avança em direção à crítica à linguagem conceitual como forma de abreviação das coisas, como também à razão, ou “metafísica da linguagem”, como forma de discurso baseada na gramática para postular a existência de um mundo fixo, estável e imutável. Para Nietzsche, a crença na gramática fez a tradição filosófica cometer grandes equívocos, entre eles, defender a ideia de que o mundo se constitui exatamente segundo seus hábitos e pensamentos. E, no terceiro capítulo, nossa atenção estará voltada para os aspectos afirmativos do pensamento de Nietzsche sobre a linguagem. A busca por um tipo de linguagem que seja a favor da vida, considerada como vir-a-ser constante, tem o seu ápice no Zaratustra, onde Nietzsche se reapropria da linguagem para promover o ultrapassamento das categorias dicotômicas da metafísica. É aí que a sua linguagem se manifesta de forma cantada, hipotética, imagética e, além de tudo, poética.


  • Mostrar Abstract
  • Desde sua juventude, Nietzsche dá atenção especial ao tema da linguagem. Seu olhar filológico faz dela objeto de análise, e todo o seu pensamento filosófico não pode ser desvinculado desse tema tão importante que permeia todas as suas obras. Assim, a questão central desenvolvida nesta pesquisa consiste em refletir sobre o problema da crença na linguagem como produtora de “verdade”. No primeiro capítulo deste trabalho, entendemos que é imprescindível compreender a análise nietzschiana sobre as origens da linguagem, tendo como base os textos de juventude. O objetivo é compreender que a linguagem não é uma adequação exata da realidade e que a verdade nasce no meio gregário, sendo, desse modo, uma série de convenções e antropomorfismos. Já no segundo capítulo, nossa análise avança em direção à crítica à linguagem conceitual como forma de abreviação das coisas, como também à razão, ou “metafísica da linguagem”, como forma de discurso baseada na gramática para postular a existência de um mundo fixo, estável e imutável. Para Nietzsche, a crença na gramática fez a tradição filosófica cometer grandes equívocos, entre eles, defender a ideia de que o mundo se constitui exatamente segundo seus hábitos e pensamentos. E, no terceiro capítulo, nossa atenção estará voltada para os aspectos afirmativos do pensamento de Nietzsche sobre a linguagem. A busca por um tipo de linguagem que seja a favor da vida, considerada como vir-a-ser constante, tem o seu ápice no Zaratustra, onde Nietzsche se reapropria da linguagem para promover o ultrapassamento das categorias dicotômicas da metafísica. É aí que a sua linguagem se manifesta de forma cantada, hipotética, imagética e, além de tudo, poética.

2
  • SANDERSON MOLICK SILVA
  • Of madness and many-valuedness: an investigation into Suszko’s Thesis

  • Orientador : JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HEINRICH WANSING
  • JOAO MARCOS DE ALMEIDA
  • LUIZ CARLOS DIAS PINHEIRO PEREIRA
  • Data: 04/09/2015

  • Mostrar Resumo
  • Suszko’s Thesis is a philosophical claim regarding the nature of many-valuedness. It was formulated by the Polish logician Roman Suszko during the middle 70s and states the existence of “only but two truth values”. The thesis is a reaction against the notion of many-valuedness conceived by Jan Łukasiewicz. Reputed as one of the modern founders of many-valued logics, Łukasiewicz considered a third undetermined value in addition to the traditional Fregean values of Truth and Falsehood. For Łukasiewicz, his third value could be seen as a step beyond the Aristotelian dichotomy of Being and non-Being. According to Suszko, Łukasiewicz’s ideas rested on a confusion between algebraic values (what sentences describe/denote) and logical values (truth and falsity). Thus, Łukasiewicz’s third undetermined value is no more than an algebraic value, a possible denotation for a sentence, but not a genuine logical value. Suszko’s Thesis is endorsed by a formal result baptized as Suszko’s Reduction, a theorem that states every Tarskian logic may be characterized by a two-valued semantics. The present study is intended as a thorough investigation  of Suszko’s thesis and its implications. The first part is devoted to the historical roots of many-valuedness and introduce Suszko’s main motivations in formulating the double character of truth-values by drawing the distinction in between algebraic and logical values. The second part explores Suszko’s Reduction and presents the developments achieved from it; the properties of two-valued semantics in comparison to many-valued semantics are also explored and discussed. Last but not least, the third part investigates the notion of logical values in the context of non-Tarskian notions of entailment; the meaning of Suszko’s thesis within such frameworks is also discussed. Moreover, the philosophical foundations for non-Tarskian notions of entailment are explored in the light of recent debates concerning logical pluralism.


  • Mostrar Abstract
  • Suszko’s Thesis is a philosophical claim regarding the nature of many-valuedness. It was formulated by the Polish logician Roman Suszko during the middle 70s and states the existence of “only but two truth values”. The thesis is a reaction against the notion of many-valuedness conceived by Jan Łukasiewicz. Reputed as one of the modern founders of many-valued logics, Łukasiewicz considered a third undetermined value in addition to the traditional Fregean values of Truth and Falsehood. For Łukasiewicz, his third value could be seen as a step beyond the Aristotelian dichotomy of Being and non-Being. According to Suszko, Łukasiewicz’s ideas rested on a confusion between algebraic values (what sentences describe/denote) and logical values (truth and falsity). Thus, Łukasiewicz’s third undetermined value is no more than an algebraic value, a possible denotation for a sentence, but not a genuine logical value. Suszko’s Thesis is endorsed by a formal result baptized as Suszko’s Reduction, a theorem that states every Tarskian logic may be characterized by a two-valued semantics. The present study is intended as a thorough investigation  of Suszko’s thesis and its implications. The first part is devoted to the historical roots of many-valuedness and introduce Suszko’s main motivations in formulating the double character of truth-values by drawing the distinction in between algebraic and logical values. The second part explores Suszko’s Reduction and presents the developments achieved from it; the properties of two-valued semantics in comparison to many-valued semantics are also explored and discussed. Last but not least, the third part investigates the notion of logical values in the context of non-Tarskian notions of entailment; the meaning of Suszko’s thesis within such frameworks is also discussed. Moreover, the philosophical foundations for non-Tarskian notions of entailment are explored in the light of recent debates concerning logical pluralism.

3
  • DIEGO WENDELL DA SILVA
  • O CRISTIANISMO E A CRÍTICA À MODERNIDADE NA OBRA O ANTICRISTO DE NIETZSCHE

  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • FRANCISCO JOSE DIAS DE MORAES
  • Data: 23/11/2015

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo parte do esclarecimento da análise psicofisiológica do cristianismo empreendida por Nietzsche, investigando a sua relação com a instância do corpo, enquanto espaço dinâmico de processos agonísticos entre forças, e evidenciando a crítica à consciência, ao estatuto do "Eu", produto dos processos corporais, permitindo compreender, por fim, o que Nietzsche denomina processo de décadence. Em um primeiro momento, trata-se de analisar de que modo o ideário cristão deprecia e nega a vida em vista a um mundo além, o mundo verdadeiro, sendo sintoma de degeneração e fragilidade vital, elementos caracterizadores da décadence. Em seguida, examinamos a genealogia do cristianismo na obra O Anticristo de Nietzsche, tendo em vista reconstruir os pontos que permitiram o emergir do ideário cristão no seio da cultura hebraica. Veremos que todos estes processos valorativos frente à existência podem ser entendidos como processos fisiológicos que expressam uma dinâmica entre as forças que compõem os corpos, tanto os corpos dos indivíduos, quanto corpos culturais, sendo também expressões de organizações entre as múltiplas forças que compõe a totalidade, que se mantém sempre aberta para possíveis reconfigurações das forças que a constitui. Por fim, investigamos a modernidade e suas raízes no cristianismo, buscando elucidar em que medida o discurso moderno, embora tente superar o ideário cristão, mantém-se ainda vinculado ao seu âmbito metafísico. Para Nietzsche, a civilização ocidental é o desdobrar natural do ideário cristão, enquanto conjunto de ideias civilizatórias, um lento prostrar-se e quebramento dos instintos. Mesmo as ideias que parecem confrontar diretamente a religião cristã deslegitimando-a, como as ideias de democracia, ciência e progresso são derivadas do ideário cristão, são sintomas do processo de décadence.


  • Mostrar Abstract
  • *

4
  • LEANDRO FERNANDES DANTAS
  • PROGRAMAS DE VERDADE, “MUNDOS DE CRENÇA”: O VERDADEIRO SEGUNDO PAUL VEYNE

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • ORIVALDO PIMENTEL LOPES JUNIOR
  • YOLANDA GLORIA GAMBOA MUÑOZ
  • Data: 27/11/2015

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo trata de refletir sobre o lugar da verdade, no cotidiano da experiência humana. A noção de verdadeiro expressa de diferentes formas, em diferentes sistemas de pensamento, culturais e históricos, revela a não uniformidade de seus significados e a arbitrariedade de seu agrupamento sob um mesmo nome, verdade. Diante desse fato, de tantas crenças assumidas como absolutas, perguntamos junto com o historiador Jean Paul Marie Veyne, se a Verdade é apenas uma, ou muitas designadas por uma palavra homônima. Se, através de suas idéias, os homens não podem acessar um conhecimento definitivamente sólido, imutável e desenvolto das interferências de
    sua condição humana (como os seus interesses e afetos), então em que sentido ele poderá reivindicar uma Verdade maior e exclusivista? Assumindo a impossibilidade de uma apreensão da realidade desse tipo, Paul Veyne desenvolve a noção de programas de verdade, crenças referenciais assumidas como cartografias que direcionam a ação e o pensamento. Defendendo, assim, a idéia de heterogeneidade e pluralidade, como elementos irredutíveis das verdades humanas. Se de um lado há na sociedade uma pluralidade de programas de verdade, de outro há uma pluralidade de crenças que é interior ao homem. Isto é, em seu modo de crer o homem também se mostra plural, pois crê em mais de um programa e em programas contrários. O pensamento de Paul Veyne não deixa de ser uma forma de cepticismo dirigida a todas as verdades antropológicas pretensamente absolutas e universais. Pois a depender do regime de crenças estudado e do momento específico de sua história,
    um jogo de regras é instituído para distinguir o verdadeiro do falso.


  • Mostrar Abstract
  • O presente estudo trata de refletir sobre o lugar da verdade, no cotidiano da experiência humana. A noção de verdadeiro expressa de diferentes formas, em diferentes sistemas de pensamento, culturais e históricos, revela a não uniformidade de seus significados e a arbitrariedade de seu agrupamento sob um mesmo nome, verdade. Diante desse fato, de tantas crenças assumidas como absolutas, perguntamos junto com o historiador Jean Paul Marie Veyne, se a Verdade é apenas uma, ou muitas designadas por uma palavra homônima. Se, através de suas idéias, os homens não podem acessar um conhecimento definitivamente sólido, imutável e desenvolto das interferências de
    sua condição humana (como os seus interesses e afetos), então em que sentido ele poderá reivindicar uma Verdade maior e exclusivista? Assumindo a impossibilidade de uma apreensão da realidade desse tipo, Paul Veyne desenvolve a noção de programas de verdade, crenças referenciais assumidas como cartografias que direcionam a ação e o pensamento. Defendendo, assim, a idéia de heterogeneidade e pluralidade, como elementos irredutíveis das verdades humanas. Se de um lado há na sociedade uma pluralidade de programas de verdade, de outro há uma pluralidade de crenças que é interior ao homem. Isto é, em seu modo de crer o homem também se mostra plural, pois crê em mais de um programa e em programas contrários. O pensamento de Paul Veyne não deixa de ser uma forma de cepticismo dirigida a todas as verdades antropológicas pretensamente absolutas e universais. Pois a depender do regime de crenças estudado e do momento específico de sua história,
    um jogo de regras é instituído para distinguir o verdadeiro do falso.

5
  • ANDRÉ VINÍCIUS NASCIMENTO ARAÚJO
  • O ETERNO RETORNO COMO PARÓDIA E COMO COLAGEM NA FILOSOFIA DA DIFERENÇA DE GILLES DELEUZE

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • CINTIA VIEIRA DA SILVA
  • Data: 07/12/2015

  • Mostrar Resumo
  •  

    Gilles Deleuze escreveu comentários sobre vários filósofos, mas a relação que estabeleceu com Nietzsche tem um papel singular em seu pensamento: a apropriação conceitual do “eterno retorno” para pensar o eixo central de sua tese, Diferença e repetição, defendida em 1968. Os termos “diferença” e “repetição” apareciam em seu Nietzsche e a filosofia, de 1962, associados ao eterno retorno. Nosso trabalho analisa as apresentações do conceito nessas duas obras. O primeiro capítulo expõe a construção do estilo e o aspecto crítico e metodológico da filosofia nietzschiana, que são fundamentais à compreensão da interpretação em questão. Em seguida, analisa a primeira exposição do conceito expressa nos seguintes termos: existência estética inocente ou justificada a partir da figura do jogo. Veremos como a imagem do jogo implica outra concepção do acaso, que leva Deleuze a pensar um “tipo” filosófico afirmativo, capaz de criar novos valores. O segundo capítulo avalia o caráter existencial, “ético-seletivo” e “físico-cosmológico” do conceito, assim como as dificuldades que impõe ao intérprete de Nietzsche. Posteriormente, apresentamos a compreensão deleuziana do eterno retorno como “paródia” ou “simulacro de doutrina”. O terceiro capítulo analisa essa posição interpretativa como uma transmutação dos valores a partir de uma recombinação de perspectivas, visando superar as compreensões negativas da existência. Queremos problematizar o modo pelo qual Deleuze elabora outra imagem do pensamento, a partir do eterno retorno, aquela que, por uma espécie de “colagem” e de eliminação seletiva do negativo, propõe um trabalho historiográfico, e descobre uma linhagem de pensadores da imanência e da diferença. Um desvio do pensamento da identidade, do mesmo e do semelhante. Queremos, por fim, compreender através desse percurso, sua crítica ao que chama “imagem dogmática do pensamento”.


  • Mostrar Abstract
  •  

    Gilles Deleuze escreveu comentários sobre vários filósofos, mas a relação que estabeleceu com Nietzsche tem um papel singular em seu pensamento: a apropriação conceitual do “eterno retorno” para pensar o eixo central de sua tese, Diferença e repetição, defendida em 1968. Os termos “diferença” e “repetição” apareciam em seu Nietzsche e a filosofia, de 1962, associados ao eterno retorno. Nosso trabalho analisa as apresentações do conceito nessas duas obras. O primeiro capítulo expõe a construção do estilo e o aspecto crítico e metodológico da filosofia nietzschiana, que são fundamentais à compreensão da interpretação em questão. Em seguida, analisa a primeira exposição do conceito expressa nos seguintes termos: existência estética inocente ou justificada a partir da figura do jogo. Veremos como a imagem do jogo implica outra concepção do acaso, que leva Deleuze a pensar um “tipo” filosófico afirmativo, capaz de criar novos valores. O segundo capítulo avalia o caráter existencial, “ético-seletivo” e “físico-cosmológico” do conceito, assim como as dificuldades que impõe ao intérprete de Nietzsche. Posteriormente, apresentamos a compreensão deleuziana do eterno retorno como “paródia” ou “simulacro de doutrina”. O terceiro capítulo analisa essa posição interpretativa como uma transmutação dos valores a partir de uma recombinação de perspectivas, visando superar as compreensões negativas da existência. Queremos problematizar o modo pelo qual Deleuze elabora outra imagem do pensamento, a partir do eterno retorno, aquela que, por uma espécie de “colagem” e de eliminação seletiva do negativo, propõe um trabalho historiográfico, e descobre uma linhagem de pensadores da imanência e da diferença. Um desvio do pensamento da identidade, do mesmo e do semelhante. Queremos, por fim, compreender através desse percurso, sua crítica ao que chama “imagem dogmática do pensamento”.

6
  • SÉRGIO VIEIRA PEREIRA
  • Merleau-Ponty: uma ontologia do visível.

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • WANDERLEY CARDOSO DE OLIVEIRA
  • Data: 08/12/2015

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho discute a profundidade e opacidade do mundo percebido no pensamento de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) em contraposição à transparência do mundo geométrico pensado por René Descartes (1596-1650). Num primeiro momento é abordado o discurso cartesiano desenvolvido na Dióptricade Descartes,o primeiro de uma série de três discursos científicos publicados em 1637, sendo introduzidos pelo famoso Discurso do Método. Neste sentido,esta pesquisa discorre sobre a explicação mecanicista que o filósofo moderno apresenta acerca da visão, um processo que abrange a formação das imagens na retina e sua comunicação ao cérebro, bem como a posterior leitura realizada por uma mente imaterial. Discute-se a noção de imagem enquanto resultado da interpretação do espírito, pois, para Descartes, não é o olho que vê, mas sim o espírito que lê e decodifica os sinais que o corpo recebe do mundo. Noutro momento, reflete-se sobre a crítica do filósofo Maurice Merleau-Ponty ao pensamento de sobrevoo presente na Dióptrica de Descartes. Para tanto, toma-se como principal referência a terceira parte da obra O Olho e o Espírito (1961), na qual a abordagem intelectualista da visão é considerada como uma tentativa fracassada de se afastar do visível para reconstruí-lo a partir de lugar nenhum. Neste sentido, reflete-se sobre uma nova ontologia proposta por Merleau-Ponty que pensa o ser sem se afastar dos enigmas do corpo e de visão. Enigmas que manifestam uma promiscuidade entre o vidente e o visível, entre o senciente e o sensível. Desse modo, o presente trabalho discorre sobre o modo como a visibilidade foi tratada pelo filósofo contemporâneo, não como algo a ser julgado pelo espírito para obter uma real natureza das coisas, mas como uma manifestação das coisas mesmas. Por fim, esta pesquisa explora a ontologia do visível no pensamento merleaupontiano, uma ontologia que não reconstrói nem se apropria do visível por um pensamento de sobrevoo, mas que se faz a partir da própria visibilidade enquanto relação originária e incessante com a profundidade do mundo.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho discute a profundidade e opacidade do mundo percebido no pensamento de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) em contraposição à transparência do mundo geométrico pensado por René Descartes (1596-1650). Num primeiro momento é abordado o discurso cartesiano desenvolvido na Dióptricade Descartes,o primeiro de uma série de três discursos científicos publicados em 1637, sendo introduzidos pelo famoso Discurso do Método. Neste sentido,esta pesquisa discorre sobre a explicação mecanicista que o filósofo moderno apresenta acerca da visão, um processo que abrange a formação das imagens na retina e sua comunicação ao cérebro, bem como a posterior leitura realizada por uma mente imaterial. Discute-se a noção de imagem enquanto resultado da interpretação do espírito, pois, para Descartes, não é o olho que vê, mas sim o espírito que lê e decodifica os sinais que o corpo recebe do mundo. Noutro momento, reflete-se sobre a crítica do filósofo Maurice Merleau-Ponty ao pensamento de sobrevoo presente na Dióptrica de Descartes. Para tanto, toma-se como principal referência a terceira parte da obra O Olho e o Espírito (1961), na qual a abordagem intelectualista da visão é considerada como uma tentativa fracassada de se afastar do visível para reconstruí-lo a partir de lugar nenhum. Neste sentido, reflete-se sobre uma nova ontologia proposta por Merleau-Ponty que pensa o ser sem se afastar dos enigmas do corpo e de visão. Enigmas que manifestam uma promiscuidade entre o vidente e o visível, entre o senciente e o sensível. Desse modo, o presente trabalho discorre sobre o modo como a visibilidade foi tratada pelo filósofo contemporâneo, não como algo a ser julgado pelo espírito para obter uma real natureza das coisas, mas como uma manifestação das coisas mesmas. Por fim, esta pesquisa explora a ontologia do visível no pensamento merleaupontiano, uma ontologia que não reconstrói nem se apropria do visível por um pensamento de sobrevoo, mas que se faz a partir da própria visibilidade enquanto relação originária e incessante com a profundidade do mundo.

7
  • MARISANE PEREIRA SILVA
  • UM ESTUDO SOBRE O STATUS MORAL DOS ANIMAIS DESDE UMA PERSPECTIVA DEONTOLÓGICA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • FLÁVIA CARVALHO CHAGAS
  • JOEL THIAGO KLEIN
  • Data: 15/12/2015

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como objetivo analisar a possibilidade de uma abordagem ética da relação entre homens e animais que, tanto quanto possível, não se baseie nem em razões utilitárias nem em razões indiretas para explicar a atribuição de dignidade ou de direitos morais aos animais. Tomamos como pressuposto que alguns deles (se não todos) os possuem, e tentamos mostrar que uma ética de caráter deontológico, centrada no ser humano como o agente, mas não restrita a ele enquanto objeto da ação moral, pode fornecer um suporte teórico para a fundamentação de tal atribuição. A partir da análise das características principais da ética kantiana, e de algumas teorias alternativas, será possível mostrar que uma teoria ética que não pressuponha reciprocidade nem dependa exclusivamente de interesses particulares humanos não apenas é possível como também se revela a mais sensível e adequada à natureza dos nossos valores e do caso em questão.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho tem como objetivo analisar a possibilidade de uma abordagem ética da relação entre homens e animais que, tanto quanto possível, não se baseie nem em razões utilitárias nem em razões indiretas para explicar a atribuição de dignidade ou de direitos morais aos animais. Tomamos como pressuposto que alguns deles (se não todos) os possuem, e tentamos mostrar que uma ética de caráter deontológico, centrada no ser humano como o agente, mas não restrita a ele enquanto objeto da ação moral, pode fornecer um suporte teórico para a fundamentação de tal atribuição. A partir da análise das características principais da ética kantiana, e de algumas teorias alternativas, será possível mostrar que uma teoria ética que não pressuponha reciprocidade nem dependa exclusivamente de interesses particulares humanos não apenas é possível como também se revela a mais sensível e adequada à natureza dos nossos valores e do caso em questão.

8
  • MARCELO PEREIRA PAIVA MELO
  • Análise do Conceito de Justiça no Diálogo entre Trasímaco e Sócrates no Livro 1 d'A República 

  • Orientador : EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA
  • PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO
  • Data: 18/12/2015

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação tem por objetivo a reflexão acerca dos sentidos de Justiça encontrados no Livro 1 d'A República, particularmente aqueles inseridos entre os trechos 336c e 354c. Analisa-se também a possibilidade de que o conceito de Trasímaco da Justiça como conveniência do mais forte seja uma forma pré-platônica de entendimento da Justiça que, apropriada por Platão, passa a ser válida quando se considera o mais forte como sendo virtuoso e orientado ao Bem, situação apenas encontrada no contexto da República. Desse modo, defende-se que Trasímaco não está inteiramente errado quanto ao seu conceito de Justiça. Também se considera a noção de que a Justiça, ao longo d'A República, seja a harmonia entre os elementos da alma e da Cidade-Estado.


  • Mostrar Abstract
  •   This thesis intends to ponder the concepts of Justice found in The Republic’s book 1, mostly on those between excerpts 336c and 354c. It also considers the possibility that Thrasymachus’ concept of Justice – the convenience of the stronger – is a pre-Platonic view of Justice that is appropriated by Plato, who makes it valid when considering the stronger to be virtuous and oriented to the Good: such condition of the stronger can only be found on Plato’s Republic. Therefore, this thesis states that Thrasymachus may not be entirely wrong on his concept of Justice. Moreover, this thesis also considers the possibility that Justice, throughout The Republic, is harmony among the soul’s elements and the city’s.

2014
Dissertações
1
  • RENATO DOS SANTOS BARBOSA
  • A RELAÇÃO ENTRE AS NOÇÕES DE ELEUTHERÍA E AUTÁRKEIA NA FILOSOFIA DE EPICURO

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • IZABELA AQUINO BOCAYUVA
  • Data: 16/05/2014

  • Mostrar Resumo
  • Da relação entre autárkeia (autarquia) e eleuthería (liberdade) emerge o sentido de liberdade na

    filosofia de Epicuro (341-271 a.C.). Essas noções foram textualmente relacionadas nas Sentenças

    Vaticanas. Esta perspectiva é privilegiada por pôr às claras a diferença entre o sentido geral de

    liberdade e seu sentido específico. Este último se identifica com a noção grega de eleuthería. O

    sentido geral de liberdade abrange a physiología (investigação da natureza) e ética epicuristas.

    O exame da física epicurista revela um espaço natural para as ações livres: o espaço para

    construção humana (par’hemás). É nesse espaço fora do domínio da anánke (necessidade) que

    os homens exercem seu poder de livre escolha e podem ser ditos causa de suas ações ou serem

    caracterizados como autárquicos. O exercício da autárkeia condiciona a eleuthería (liberdade).

    Para ser autárquico é preciso conhecer a si mesmo e conhecer a phýsis (natureza). De posse do

    saber da natureza, o sábio se sabe livre para agir segundo sua vontade, sem intervenção de deuses

    nem do destino. No serviço da filosofia, o sábio encontra a eleuthería, a liberdade em seu sentido

    específico, a verdadeira liberdade, que se caracteriza por um agir “positivo”, na dependência

    apenas de si mesmo. Esse é o itinerário percorrido pelo pensamento de Epicuro em direção a

    solução do problema que contrapõe necessidade e liberdade: ou há anánke (necessidade) e não

    somos livres ou somos livres e não há anánke. À primeira alternativa se segue o despropósito

    da filosofia: não haveria razão para transmitir conhecimentos, pois tanto quem erra quanto

    quem acerta, erra e acerta segundo a necessidade; à segunda alternativa se segue a ausência de

    encadeamentos causais, em última instância, impossibilitando a atribuição de causa a quem quer

    que seja. Assim, Epicuro preserva as noções de necessidade e de liberdade, apenas alocando-as

    em suas devidas esferas de atuação. A idéia geral de liberdade no epicurismo excede àquela de

    eleuthería e só pode ser compreendida na conjunção entre autárkeia e eleuthería.


  • Mostrar Abstract
  • Da relação entre autárkeia (autarquia) e eleuthería (liberdade) emerge o sentido de liberdade na

    filosofia de Epicuro (341-271 a.C.). Essas noções foram textualmente relacionadas nas Sentenças

    Vaticanas. Esta perspectiva é privilegiada por pôr às claras a diferença entre o sentido geral de

    liberdade e seu sentido específico. Este último se identifica com a noção grega de eleuthería. O

    sentido geral de liberdade abrange a physiología (investigação da natureza) e ética epicuristas.

    O exame da física epicurista revela um espaço natural para as ações livres: o espaço para

    construção humana (par’hemás). É nesse espaço fora do domínio da anánke (necessidade) que

    os homens exercem seu poder de livre escolha e podem ser ditos causa de suas ações ou serem

    caracterizados como autárquicos. O exercício da autárkeia condiciona a eleuthería (liberdade).

    Para ser autárquico é preciso conhecer a si mesmo e conhecer a phýsis (natureza). De posse do

    saber da natureza, o sábio se sabe livre para agir segundo sua vontade, sem intervenção de deuses

    nem do destino. No serviço da filosofia, o sábio encontra a eleuthería, a liberdade em seu sentido

    específico, a verdadeira liberdade, que se caracteriza por um agir “positivo”, na dependência

    apenas de si mesmo. Esse é o itinerário percorrido pelo pensamento de Epicuro em direção a

    solução do problema que contrapõe necessidade e liberdade: ou há anánke (necessidade) e não

    somos livres ou somos livres e não há anánke. À primeira alternativa se segue o despropósito

    da filosofia: não haveria razão para transmitir conhecimentos, pois tanto quem erra quanto

    quem acerta, erra e acerta segundo a necessidade; à segunda alternativa se segue a ausência de

    encadeamentos causais, em última instância, impossibilitando a atribuição de causa a quem quer

    que seja. Assim, Epicuro preserva as noções de necessidade e de liberdade, apenas alocando-as

    em suas devidas esferas de atuação. A idéia geral de liberdade no epicurismo excede àquela de

    eleuthería e só pode ser compreendida na conjunção entre autárkeia e eleuthería.

2
  • JÉSSICA CÁSSIA BARBOSA
  • INVOLUÇÃO CRIADORA: O MAIOR E O MENOR NA OBRA DE GILLES DELEUZE

  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINTIA VIEIRA DA SILVA
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JORDI CARMONA HURTADO
  • Data: 07/11/2014

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho discute o pensamento político do filósofo francês Gilles Deleuze (1925 – 1995), a partir dos conceitos de menor/maior, pois, segundo eles, a filosofia de Deleuze resulta em problemáticas pertinentes para pensar a política e suas formas. Não só os conceitos de maior/menor, mas o conceito de devir, no modo de devir-menor marca a proposição, do que poderíamos dizer, uma política propriamente deleuziana. Sendo assim, o presente trabalho intenta expor a possível forma de uma tal política e de uma ética da luta a ela associada. Estudar
    o pensamento político de Deleuze hoje é não abdicar de um pensamento político que reconhece as singularidades e abraça a luta política não como revolução totalizante, mas como resistência. A análise dos conceitos de maior/menor, e do devir na forma de devir-menor mostra-se como fundamental na proposição política como tal.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho discute o pensamento político do filósofo francês Gilles Deleuze (1925 – 1995), a partir dos conceitos de menor/maior, pois, segundo eles, a filosofia de Deleuze resulta em problemáticas pertinentes para pensar a política e suas formas. Não só os conceitos de maior/menor, mas o conceito de devir, no modo de devir-menor marca a proposição, do que poderíamos dizer, uma política propriamente deleuziana. Sendo assim, o presente trabalho intenta expor a possível forma de uma tal política e de uma ética da luta a ela associada. Estudar
    o pensamento político de Deleuze hoje é não abdicar de um pensamento político que reconhece as singularidades e abraça a luta política não como revolução totalizante, mas como resistência. A análise dos conceitos de maior/menor, e do devir na forma de devir-menor mostra-se como fundamental na proposição política como tal.

3
  • POLIANA EMANUELA DA COSTA
  • HEIDEGGER E A TÉCNICA MODERNA 

  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • FRANCISCO JOSE DIAS DE MORAES
  • Data: 07/11/2014

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo geral da pesquisa consiste em esclarecer e discutir a contribuição original de Martin Heidegger para a reflexão filosófica sobre a essência da técnica moderna. Para tanto, estruturou-se o percurso interpretativo da presente dissertação em dois momentos fundamentais. Em um primeiro momento, apresentamos a interpretação heideggeriana da essência da era moderna que, por sua vez, será reconhecida a partir do fundamento metafísico que funda a essência da ciência moderna, qual seja: a subjetividade que representa, calcula, controla e produz o real. Veremos que, nesse contexto, a ciência moderna foi pensada ainda ao lado da técnica moderna, o que vai mudar consideravelmente a partir dos escritos do pós-guerra, nos quais Heidegger pensa a ciência moderna a partir de um processo muito mais amplo e fundamental em que já vem se desdobrando a essência da técnica. Assim, em um segundo momento, analisaremos de que modo, para Heidegger, a moderna metafísica da subjetividade atingiu o seu acabamento na época da técnica moderna a partir do princípio de controle e planificação dos entes em geral (Gestell), revelando o sentido não-técnico da técnica (para além da visão antropológica, humanista e instrumental) bem como o caráter ameaçador da técnica moderna em seu projeto de conversão do ente em fundo de reserva (Bestand).


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo geral da pesquisa consiste em esclarecer e discutir a contribuição original de Martin Heidegger para a reflexão filosófica sobre a essência da técnica moderna. Para tanto, estruturou-se o percurso interpretativo da presente dissertação em dois momentos fundamentais. Em um primeiro momento, apresentamos a interpretação heideggeriana da essência da era moderna que, por sua vez, será reconhecida a partir do fundamento metafísico que funda a essência da ciência moderna, qual seja: a subjetividade que representa, calcula, controla e produz o real. Veremos que, nesse contexto, a ciência moderna foi pensada ainda ao lado da técnica moderna, o que vai mudar consideravelmente a partir dos escritos do pós-guerra, nos quais Heidegger pensa a ciência moderna a partir de um processo muito mais amplo e fundamental em que já vem se desdobrando a essência da técnica. Assim, em um segundo momento, analisaremos de que modo, para Heidegger, a moderna metafísica da subjetividade atingiu o seu acabamento na época da técnica moderna a partir do princípio de controle e planificação dos entes em geral (Gestell), revelando o sentido não-técnico da técnica (para além da visão antropológica, humanista e instrumental) bem como o caráter ameaçador da técnica moderna em seu projeto de conversão do ente em fundo de reserva (Bestand).

4
  • JOSÉ AÍRTON ARAÚJO DE OLIVEIRA
  • Educação, arte e vida no pensamento do jovem Nietzsche

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 04/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • Considerando apenas os escritos pertencentes ao período de juventude do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, o presente trabalho explana a crítica à modernidade a partir de um ideal de educação formulado nos primeiros anos de docência. A preocupação com a educação (Erziehung) dá-se por identificá-la como sendo o cerne dos problemas da cultura moderna. A cultura (Kultur) tem importância maior que a educação no pensamento nietzschiano por ser o solo e o termômetro da vida. Todavia, educar é o primeiro passo para se ter uma cultura fomentadora da vida. A educação consiste, para Nietzsche, em ensinar o indivíduo a pensar, de preferência com o apoio da filosofia, uma espécie de arte para criar vida. Na educação pretendida por Nietzsche, a vida toma sentido maior do que o conhecimento aprendido na escola; o conhecimento é instrumento para expressão criativa de si e da vida, o que consequentemente definirá a cultura de um povo. Cultura, assim, é o processo de recriação do conhecimento acumulado e aprendido, que por sua vez possa ser vista como uma unidade de estilo em toda expressão artística e na vida. Estando a educação imbricada com a cultura, outro conceito se faz necessário para compreendermos o pensamento educacional em Nietzsche, a saber, formação (Bildung). Em linhas gerais, Bildung está associada à imagem (bild), à imitação (Nachbildung), à forma (Gestalt), ao comportamento e ao costume. Portanto, dando mais importância para a Bildung, pois é um conceito mais amplo para a formação do homem, Nietzsche pretende para a modernidade os centros de ensino com objetivos voltados para cultivar os poucos homens que serão os exemplos dos jovens de amanhã.


  • Mostrar Abstract
  • Considerando apenas os escritos pertencentes ao período de juventude do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, o presente trabalho explana a crítica à modernidade a partir de um ideal de educação formulado nos primeiros anos de docência. A preocupação com a educação (Erziehung) dá-se por identificá-la como sendo o cerne dos problemas da cultura moderna. A cultura (Kultur) tem importância maior que a educação no pensamento nietzschiano por ser o solo e o termômetro da vida. Todavia, educar é o primeiro passo para se ter uma cultura fomentadora da vida. A educação consiste, para Nietzsche, em ensinar o indivíduo a pensar, de preferência com o apoio da filosofia, uma espécie de arte para criar vida. Na educação pretendida por Nietzsche, a vida toma sentido maior do que o conhecimento aprendido na escola; o conhecimento é instrumento para expressão criativa de si e da vida, o que consequentemente definirá a cultura de um povo. Cultura, assim, é o processo de recriação do conhecimento acumulado e aprendido, que por sua vez possa ser vista como uma unidade de estilo em toda expressão artística e na vida. Estando a educação imbricada com a cultura, outro conceito se faz necessário para compreendermos o pensamento educacional em Nietzsche, a saber, formação (Bildung). Em linhas gerais, Bildung está associada à imagem (bild), à imitação (Nachbildung), à forma (Gestalt), ao comportamento e ao costume. Portanto, dando mais importância para a Bildung, pois é um conceito mais amplo para a formação do homem, Nietzsche pretende para a modernidade os centros de ensino com objetivos voltados para cultivar os poucos homens que serão os exemplos dos jovens de amanhã.

5
  • RÓBSON HENRIQUE DE ALMEIDA BATISTA
  • PARA UMA METAPSICOLOGIA FREUDIANA DA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA


  • Orientador : EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • GILSON DE PAULO MOREIRA IANNINI
  • GLAUCINEIA GOMES DE LIMA
  • Data: 05/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • Há muito a arte já era tema de acirradas discussões filosóficas quando do surgimento da psicanálise no fim do século XIX. Com o avanço desta e seu eventual deslocamento do campo das patologias psíquicas para as produções da cultura, superpõe-se às então produções teóricas sobre a arte um discurso que implica novas categorias do acontecer psíquico no fazer artístico. Com o conceito freudiano de inconsciente todo fazer humano passou a ser concebido como comportando a marca do ser dividido que é o homem. Julgamos a experiência estética como indissociável desse fazer. E é por apostar na singularidade da abordagem psicanalítica no campo estético que nos aventuramos a propor uma descrição metapsicológica da experiência estética. Para tanto, devemos primeiramente compreender qual o critério que Freud utiliza para o uso do conceito de sublimação, este que consideramos um conceito chave para a análise da experiência estética. A experiência é dividida ainda na experiência estética do espectador, isto é, a contemplação, e a experiência do autor, isto é, criador da obra.


  • Mostrar Abstract
  • Há muito a arte já era tema de acirradas discussões filosóficas quando do surgimento da psicanálise no fim do século XIX. Com o avanço desta e seu eventual deslocamento do campo das patologias psíquicas para as produções da cultura, superpõe-se às então produções teóricas sobre a arte um discurso que implica novas categorias do acontecer psíquico no fazer artístico. Com o conceito freudiano de inconsciente todo fazer humano passou a ser concebido como comportando a marca do ser dividido que é o homem. Julgamos a experiência estética como indissociável desse fazer. E é por apostar na singularidade da abordagem psicanalítica no campo estético que nos aventuramos a propor uma descrição metapsicológica da experiência estética. Para tanto, devemos primeiramente compreender qual o critério que Freud utiliza para o uso do conceito de sublimação, este que consideramos um conceito chave para a análise da experiência estética. A experiência é dividida ainda na experiência estética do espectador, isto é, a contemplação, e a experiência do autor, isto é, criador da obra.

6
  • DOUGLAS ANDRÉ GONÇALVES CAVALHEIRO
  • A INVESTIGAÇÃO SOBRE A ÉTICA DA CIÊNCIA: A NOVA HERMENÊUTICA DO RACIONALISMO CRÍTICO À LUZ DO POSITIVISMUSSTREIT

  • Orientador : SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • IVANALDO OLIVEIRA DOS SANTOS FILHO
  • Data: 17/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • A partir do debate sobre o positivismo das ciências sociais na Alemanha, Positivismusstreit, é possível estabelecer que ao longo do debate foi discutido a relação entre os fundamentos epistemológicos e as implicações na ética. O racionalismo crítico, advogado por Karl Popper e Hans Albert, e a teoria crítica de Theodor Adorno e Jürgen Habermas corroboram na rejeição ao relativismo epistemológico, analisando o surgimento das ideologias políticas que visam estabelecer uma fundamentação científica da ética, que tem como consequência a dominação da autoridade do Estado e na alienação do contexto social-histórico da opinião pública. O racionalismo crítico exclui a influência da economia, estabelecendo os fundamentos de um método dedutivo puro que seria uma ciência neutra e objetiva: a lógica situacional. Esse método alicerçado na tradição crítica do princípio da falseabilidade seria responsável pelo progresso das ciências sociais, pois distinguiria essas ciências do dogmatismo das ideologias políticas que geram ações intolerantes na sociedade. Porém, para Adorno, esse método gera a instrumentalização da razão, pois o objetivo juízo da totalidade sócio-histórica é alienado ao valor subjetivo do mercado e na venda da força de trabalho. Apesar da discordância metodológica é possível aproximar as perspectivas, pois ambas rejeitam a fundamentação científica para a ética, demonstrando que isso faria da ética uma dominação ideológica, política e econômica. Por isso, é necessário reformular a questão da relação sobre os fundamentos epistemológicos e as suas consequências nas ações práticas.


  • Mostrar Abstract
  • A partir do debate sobre o positivismo das ciências sociais na Alemanha, Positivismusstreit, é possível estabelecer que ao longo do debate foi discutido a relação entre os fundamentos epistemológicos e as implicações na ética. O racionalismo crítico, advogado por Karl Popper e Hans Albert, e a teoria crítica de Theodor Adorno e Jürgen Habermas corroboram na rejeição ao relativismo epistemológico, analisando o surgimento das ideologias políticas que visam estabelecer uma fundamentação científica da ética, que tem como consequência a dominação da autoridade do Estado e na alienação do contexto social-histórico da opinião pública. O racionalismo crítico exclui a influência da economia, estabelecendo os fundamentos de um método dedutivo puro que seria uma ciência neutra e objetiva: a lógica situacional. Esse método alicerçado na tradição crítica do princípio da falseabilidade seria responsável pelo progresso das ciências sociais, pois distinguiria essas ciências do dogmatismo das ideologias políticas que geram ações intolerantes na sociedade. Porém, para Adorno, esse método gera a instrumentalização da razão, pois o objetivo juízo da totalidade sócio-histórica é alienado ao valor subjetivo do mercado e na venda da força de trabalho. Apesar da discordância metodológica é possível aproximar as perspectivas, pois ambas rejeitam a fundamentação científica para a ética, demonstrando que isso faria da ética uma dominação ideológica, política e econômica. Por isso, é necessário reformular a questão da relação sobre os fundamentos epistemológicos e as suas consequências nas ações práticas.

7
  • TARCÍSIO ALVES DOS SANTOS
  • A COMPAIXÃO COMO FUNDAMENTAÇÃO MORAL EM SCHOPENHAUER

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • Data: 17/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • O escopo desse trabalho pretende investigar até que ponto o sentimento da compaixão é importante para as fundamentações morais. Desse modo, tomaremos como base de análise a fundamentação moral do filósofo Arthur Schopenhauer, em seu ensaio “Sobre o Fundamento da Moral”, que foi um defensor do sentimento da compaixão em sua fundamentação ética. A fim de aprofundarmos as discussões sobre a dicotomia do ser humano, que o divide entre razão e sensibilidade no campo moral, investigaremos, também, a crítica de Schopenhauer à moral kantiana, que é fundamentalmente racional. Entendemos que analisando tanto a sua fundamentação moral, quanto sua crítica à moral kantiana, conseguiremos entender o verdadeiro significado do sentimento da compaixão no campo moral. Sendo assim, acreditamos que se deve levar em consideração o valor desse sentimento nas fundamentações éticas. Como proposta, tentaremos uma aproximação no que diz respeito à razão e à sensibilidade no campo moral.


  • Mostrar Abstract
  • O escopo desse trabalho pretende investigar até que ponto o sentimento da compaixão é importante para as fundamentações morais. Desse modo, tomaremos como base de análise a fundamentação moral do filósofo Arthur Schopenhauer, em seu ensaio “Sobre o Fundamento da Moral”, que foi um defensor do sentimento da compaixão em sua fundamentação ética. A fim de aprofundarmos as discussões sobre a dicotomia do ser humano, que o divide entre razão e sensibilidade no campo moral, investigaremos, também, a crítica de Schopenhauer à moral kantiana, que é fundamentalmente racional. Entendemos que analisando tanto a sua fundamentação moral, quanto sua crítica à moral kantiana, conseguiremos entender o verdadeiro significado do sentimento da compaixão no campo moral. Sendo assim, acreditamos que se deve levar em consideração o valor desse sentimento nas fundamentações éticas. Como proposta, tentaremos uma aproximação no que diz respeito à razão e à sensibilidade no campo moral.

8
  • ALFRAN MARCOS BORGES MARQUES
  •  

    A POLÍTICA COMO PROJETO DE AUTONOMIA EM CORNELIUS CASTORIADIS


  • Orientador : SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • FÁBIO DE BARROS SILVA
  • JOSÉ LUIZ DE OLIVEIRA
  • Data: 19/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa consiste em apresentar os conceitos e argumentos mais importantes para Cornelius Castoriadis que permitam elucidar o papel da ação política na busca pela autonomia coletiva e individual. A partir da delimitação histórico-conceitual da reflexão filosófica sobre a autonomia, demonstrar as principais críticas de Castoriadis dirigidas ao determinismo histórico, às tendências totalitárias presentes na história da filosofia e à alienação promovida pela ideologia capitalista. Para tanto, é essencial compreender as categorias usadas por ele em todo o seu percurso filosófico: sociedade, imaginação radical, imaginário social, linguagem e social-histórico. Castoriadis opõe-se a qualquer concepção da história que apele para um plano pré-determinado, seja de origem natural, racional ou divina. Ele prossegue na ideia de que cada sociedade é o resultado da permanente tensão entre sociedade instituída e sociedade instituinte, pois cada sociedade é fruto da diferença entre a sociedade particular e o imaginário social que promove sua alteração. A história é criada pela atividade teórica e prática dos homens, na dimensão chamada de social-histórico que se impõe como limite que não se pode ultrapassar mesmo sendo objeto de constante interrogação e de mudança da ação humana. Para esclarecer a noção de democracia apresentada por Castoriadis, será necessário analisar com profundidade como o imaginário radical está inserido na formação do indivíduo e na instituição da sociedade, bem como, elucidar o modo como se relacionam os conceitos de autonomia, heteronomia, liberdade, igualdade e justiça, explicitando em qual contexto aparecem dentro da obra de Castoriadis.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa consiste em apresentar os conceitos e argumentos mais importantes para Cornelius Castoriadis que permitam elucidar o papel da ação política na busca pela autonomia coletiva e individual. A partir da delimitação histórico-conceitual da reflexão filosófica sobre a autonomia, demonstrar as principais críticas de Castoriadis dirigidas ao determinismo histórico, às tendências totalitárias presentes na história da filosofia e à alienação promovida pela ideologia capitalista. Para tanto, é essencial compreender as categorias usadas por ele em todo o seu percurso filosófico: sociedade, imaginação radical, imaginário social, linguagem e social-histórico. Castoriadis opõe-se a qualquer concepção da história que apele para um plano pré-determinado, seja de origem natural, racional ou divina. Ele prossegue na ideia de que cada sociedade é o resultado da permanente tensão entre sociedade instituída e sociedade instituinte, pois cada sociedade é fruto da diferença entre a sociedade particular e o imaginário social que promove sua alteração. A história é criada pela atividade teórica e prática dos homens, na dimensão chamada de social-histórico que se impõe como limite que não se pode ultrapassar mesmo sendo objeto de constante interrogação e de mudança da ação humana. Para esclarecer a noção de democracia apresentada por Castoriadis, será necessário analisar com profundidade como o imaginário radical está inserido na formação do indivíduo e na instituição da sociedade, bem como, elucidar o modo como se relacionam os conceitos de autonomia, heteronomia, liberdade, igualdade e justiça, explicitando em qual contexto aparecem dentro da obra de Castoriadis.

9
  • ALVARO LUIS DOS SANTOS GOMES RIBEIRO
  • Lacan, Gödel, A ciência e a verdade

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • GIOVANNI DA SILVA DE QUEIROZ
  • Data: 19/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • Jaques Lacan, o pensador que propõe um retorno às bases fundamentais da psicanálise em Freud, igualmente estipula que a matemática lhe seria cara como meio de transmissão privilegiado do saber junto à ciência moderna. O rigor dessa transmissão é o que leva esse autor a investigar os possíveis isomorfismos entre os conceitos psicanalíticos e muitos tópicos dentro das ciências exatas. Os famosos teoremas de incompletude do lógico-matemático Kurt Gödel entrariam aqui como um capítulo dessa busca. Reconhecido em tal ambiente como um verdadeiro divisor de águas, esses teoremas nunca tardam em ser citados como reveladores mesmo fora do ambiente matemático, e o próprio Lacan não se limita à indiferença. Ele faz menção ao nome de Gödel e extrai de algumas observações aparentemente modestas um apoio para sua própria teoria. Sendo que algum rebuscamento aguarda o leitor que se propõe compreender essa suposta corroboração que Gödel presta a psicanálise, introduzir o estudioso de Lacan no uso que ele faz dos teoremas de incompletude é o objetivo do presente trabalho. Para tanto, eleger-se-á um texto em particular, A ciência e a verdade, no qual o psicanalista esboça seu raciocínio de que a relação entre a psicanálise e a ciência é possível e benéfica. Cabendo aqui o espaço para localizar Gödel, deve-se questionar como apreender uma tal ideia sem incorrer na extrapolação e no abuso do saber matemático, quase corriqueiros nesse caso. Urge, para tanto, a produção de uma leitura que não sem dificuldade se equilibra entre áreas heterogêneas. Assim, esse trabalho pretende apresentar ao leitor o raciocínio subjacente aos teoremas de Gödel, familiarizá-lo quanto às pretensões matemáticas de Lacan, e indicar como se procede o uso dessa matemática implícita no texto A ciência e a verdade.

     


  • Mostrar Abstract
  • Jaques Lacan, o pensador que propõe um retorno às bases fundamentais da psicanálise em Freud, igualmente estipula que a matemática lhe seria cara como meio de transmissão privilegiado do saber junto à ciência moderna. O rigor dessa transmissão é o que leva esse autor a investigar os possíveis isomorfismos entre os conceitos psicanalíticos e muitos tópicos dentro das ciências exatas. Os famosos teoremas de incompletude do lógico-matemático Kurt Gödel entrariam aqui como um capítulo dessa busca. Reconhecido em tal ambiente como um verdadeiro divisor de águas, esses teoremas nunca tardam em ser citados como reveladores mesmo fora do ambiente matemático, e o próprio Lacan não se limita à indiferença. Ele faz menção ao nome de Gödel e extrai de algumas observações aparentemente modestas um apoio para sua própria teoria. Sendo que algum rebuscamento aguarda o leitor que se propõe compreender essa suposta corroboração que Gödel presta a psicanálise, introduzir o estudioso de Lacan no uso que ele faz dos teoremas de incompletude é o objetivo do presente trabalho. Para tanto, eleger-se-á um texto em particular, A ciência e a verdade, no qual o psicanalista esboça seu raciocínio de que a relação entre a psicanálise e a ciência é possível e benéfica. Cabendo aqui o espaço para localizar Gödel, deve-se questionar como apreender uma tal ideia sem incorrer na extrapolação e no abuso do saber matemático, quase corriqueiros nesse caso. Urge, para tanto, a produção de uma leitura que não sem dificuldade se equilibra entre áreas heterogêneas. Assim, esse trabalho pretende apresentar ao leitor o raciocínio subjacente aos teoremas de Gödel, familiarizá-lo quanto às pretensões matemáticas de Lacan, e indicar como se procede o uso dessa matemática implícita no texto A ciência e a verdade.

     

10
  • RUAN FERNANDES DA SILVA
  • CONHECIMENTO DE SI E UNIDADE: CONSIDERAÇÕES SOBRE A ALMA EM PLOTINO

  • Orientador : CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • JOSE TEIXEIRA NETO
  • NILO CESAR BATISTA DA SILVA
  • Data: 22/12/2014

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo desta dissertação é desenvolver uma análise sobre a ideia da imortalidade da alma a partir das Enéadas de Plotino pela compreensão do discurso da alma como eterna, una-múltipla e em busca da simplicidade com o Uno diante da temporalidade do corpo múltiplo. Para tanto, iniciamos tentando analisar suscintamente as hipóstases plotinianas (O Uno, o Espírito e a Alma) para melhor estabelecer as bases do pensamento de Plotino ao abordar o tema da ideia da alma e sua imortalidade. Procuramos examinar a epistéme do pensamento de Plotino e sua dialética no intuito de desenvolvermos uma compreensão das relações existentes entre as matérias sensível e inteligível e as formas. Assim, desenvolve-se nas Enéadas de Plotino o papel fundamental do Logos e dos Lógoi na formação da alma. Analisamos também na processão (proódos) e no retorno (epístrophé) as implicações dos aspectos da eternidade sobre a purificação da alma na temporalidade do corpo. Procuramos, por fim, na ideia da imortalidade da alma pelo conhecimento de si mesma a imortalidade na simplicidade do Uno, isto é, o momento último da busca do autoconhecimento pelo esquecimento de si para está só com o Uno: o “despoja-te de tudo” (Aphele pánta). 


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo desta dissertação é desenvolver uma análise sobre a ideia da imortalidade da alma a partir das Enéadas de Plotino pela compreensão do discurso da alma como eterna, una-múltipla e em busca da simplicidade com o Uno diante da temporalidade do corpo múltiplo. Para tanto, iniciamos tentando analisar suscintamente as hipóstases plotinianas (O Uno, o Espírito e a Alma) para melhor estabelecer as bases do pensamento de Plotino ao abordar o tema da ideia da alma e sua imortalidade. Procuramos examinar a epistéme do pensamento de Plotino e sua dialética no intuito de desenvolvermos uma compreensão das relações existentes entre as matérias sensível e inteligível e as formas. Assim, desenvolve-se nas Enéadas de Plotino o papel fundamental do Logos e dos Lógoi na formação da alma. Analisamos também na processão (proódos) e no retorno (epístrophé) as implicações dos aspectos da eternidade sobre a purificação da alma na temporalidade do corpo. Procuramos, por fim, na ideia da imortalidade da alma pelo conhecimento de si mesma a imortalidade na simplicidade do Uno, isto é, o momento último da busca do autoconhecimento pelo esquecimento de si para está só com o Uno: o “despoja-te de tudo” (Aphele pánta). 

Teses
1
  • LUCAS MAFALDO OLIVEIRA
  • Lógos e noûs no Fedro de Platão

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • JOSE GABRIEL TRINDADE SANTOS
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • ADMAR ALMEIDA DA COSTA
  • MARIA DAS GRAÇAS DE MORAES AUGUSTO
  • Data: 28/04/2014

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo dessa tese é estudar a relação entre lógos e noûs no diálogo Fedro de Platão. Consideramos que a tensão entre essas duas noções serve de fio condutor para organizar uma série de questões levantadas ao longo do diálogo. Em particular, consideramos que um dos objetivos de platão ao escrever o Fedro é retirar a discussão do lógos do contexto especializado da retórica e inserí-lo em uma discussão mais ampla a partir de uma discussão ontológica. Nesse sentido, consideramos que Platão está simultaneamente dialogando com a obra de dois oradores importantes: Górgias e Isócrates. Platão segue o primeiro em estabelecer uma relação entre lógos e éros,mas o abandona ao mostrar que erós, enquanto uma dynamis capaz de mover a alma humana, não serve necessariamente para provocar o engano,mas pode levar à alma em direção ao seu melhor. Em seguida, argumentos que essa direção desejável para alma seria justamente a noção de noûs enquanto ato de percepção do inteligível. Dito isso, passamos a discutir os princípios ontológicos expostos no diálogo, mostrando que o segundo dicurso de Sócrates mostra haver uma relação de semelhança entre o sensínvel e o inteligível.Essa relação leva platão a apresentar uma nova interpretação de eikós, compreendido agora como uma ponte entre a dóxa e a alethéia,o que consideramos ser um ataque direto à doutrina de Isócrates de que a dóxa seria suficiente para a persuasã. Nesse sentido, Platão abrevia o abismo entre dóxa e alethéia, mas mantém a prioridade ontológica do noús, afirmando que é por meio da epistéme que podemos conhecer o que é semelhante a verdade. Nesse sentido, a dialética surge como a téchne filosófica por excelência,na medida em que é descrita como capacidade em utilizar o lógos em busca da experiência de noús.Por fim, afirmamos ainda que, seguindo essa linha de raciocínio, Platão propôe o desenvolvimento de uma nova retórica que, para ser uma autêntica téchne, deveria se converter em uma disciplina filosófica, cujos fundamentos seriam descobertos por meio da dialética.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo dessa tese é estudar a relação entre lógos e noûs no diálogo Fedro de Platão. Consideramos que a tensão entre essas duas noções serve de fio condutor para organizar uma série de questões levantadas ao longo do diálogo. Em particular, consideramos que um dos objetivos de platão ao escrever o Fedro é retirar a discussão do lógos do contexto especializado da retórica e inserí-lo em uma discussão mais ampla a partir de uma discussão ontológica. Nesse sentido, consideramos que Platão está simultaneamente dialogando com a obra de dois oradores importantes: Górgias e Isócrates. Platão segue o primeiro em estabelecer uma relação entre lógos e éros,mas o abandona ao mostrar que erós, enquanto uma dynamis capaz de mover a alma humana, não serve necessariamente para provocar o engano,mas pode levar à alma em direção ao seu melhor. Em seguida, argumentos que essa direção desejável para alma seria justamente a noção de noûs enquanto ato de percepção do inteligível. Dito isso, passamos a discutir os princípios ontológicos expostos no diálogo, mostrando que o segundo dicurso de Sócrates mostra haver uma relação de semelhança entre o sensínvel e o inteligível.Essa relação leva platão a apresentar uma nova interpretação de eikós, compreendido agora como uma ponte entre a dóxa e a alethéia,o que consideramos ser um ataque direto à doutrina de Isócrates de que a dóxa seria suficiente para a persuasã. Nesse sentido, Platão abrevia o abismo entre dóxa e alethéia, mas mantém a prioridade ontológica do noús, afirmando que é por meio da epistéme que podemos conhecer o que é semelhante a verdade. Nesse sentido, a dialética surge como a téchne filosófica por excelência,na medida em que é descrita como capacidade em utilizar o lógos em busca da experiência de noús.Por fim, afirmamos ainda que, seguindo essa linha de raciocínio, Platão propôe o desenvolvimento de uma nova retórica que, para ser uma autêntica téchne, deveria se converter em uma disciplina filosófica, cujos fundamentos seriam descobertos por meio da dialética.

2013
Dissertações
1
  • LINDOALDO VIEIRA CAMPOS JÚNIOR
  • Nietzsche e Rosset: alegria, o impulso à criação

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 17/01/2013

  • Mostrar Resumo
  • Compreendida em um projeto de transvaloração dos valores, a alegria é um dos temas centrais do pensamento de Friedrich Nietzsche e Clément Rosset. Contrapondo-se à tradição metafísica – que a moraliza e a despoja de sua força ao pensá-la como “felicidade”, avaliada, por sua vez, como meta vinculada à virtude e à racionalidade –, estes pensadores propõem uma perspectiva em que a alegria deixa de apontar para uma instância ultramundana e volta-se para a terra, para o corpo. Para além das oposições de valores constitutivas da dogmática metafísica, a alegria e o sofrimento são concebidos como elementos que não se excluem, antes se complementam como fundamentos de uma sabedoria trágica caracterizada por uma ciência gaia(ta), consubstanciada no riso e na amizade. A partir de uma incondicional fidelidade ao real expressa nas fórmulas do amor fati (Nietzsche) e da aprovação irrestrita da existência (Rosset), a alegria é então entrevista como impulso vital, a força maior, a força plástica que incita à criação artística: a alegria de criança brincando.


  • Mostrar Abstract
  • Compreendida em um projeto de transvaloração dos valores, a alegria é um dos temas centrais do pensamento de Friedrich Nietzsche e Clément Rosset. Contrapondo-se à tradição metafísica – que a moraliza e a despoja de sua força ao pensá-la como “felicidade”, avaliada, por sua vez, como meta vinculada à virtude e à racionalidade –, estes pensadores propõem uma perspectiva em que a alegria deixa de apontar para uma instância ultramundana e volta-se para a terra, para o corpo. Para além das oposições de valores constitutivas da dogmática metafísica, a alegria e o sofrimento são concebidos como elementos que não se excluem, antes se complementam como fundamentos de uma sabedoria trágica caracterizada por uma ciência gaia(ta), consubstanciada no riso e na amizade. A partir de uma incondicional fidelidade ao real expressa nas fórmulas do amor fati (Nietzsche) e da aprovação irrestrita da existência (Rosset), a alegria é então entrevista como impulso vital, a força maior, a força plástica que incita à criação artística: a alegria de criança brincando.

2
  • AMANDA SAYONARA FERNANDES PRAZERES
  • Existência e liberdade: a trans-descendência extática da vida no livro A religião e o nada de Nishitani Keiji


  • Orientador : CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • ANTONIO FLORENTINO NETO
  • Data: 18/04/2013

  • Mostrar Resumo
  • O diálogo estabelecido entre a filosofia Oriental e o pensamento Ocidental nos permite pensar os problemas inerentes ao nosso tempo a partir de ponto de vistas diversos. Nishitani Keiji, representante da Escola de Kyoto, percebe a contemporaneidade, o tempo da vigência da técnica, nas palavras de Heidegger, como derivação e consequência imediata da perspectiva introduzida na era moderna a partir do cogito cartesiano a qual cria uma barreira que separa homem e mundo. O pensamento científico que domina a nossa Era nasceu de uma construção de pensamento que enobrece a razão humana em detrimento das demais coisas do mundo, determinando que o conhecimento somente deve ser produzido a partir do próprio homem e seu conjunto de competências racionais. No entanto, nos alerta Nishitani, este ponto de vista derivado do pensamento moderno que impõe uma subjetividade do tipo egocêntrica além de não apreender as coisas em sua verdade, também não alcança o verdadeiro eu do homem. Na tentativa de suplantar os abusos gerados na modernidade e que reverberam em nosso modo de ser até hoje, nosso pensador, irá propor o ponto de vista da vacuidade (śūnyatā) como um caminho de trans-descendência, ou seja, de superação do pensamento tradicional que supervaloriza a razão para o encontro com o rosto original do homem, o qual ao não mais impor seu poder cognitivo pode conhecer todas as coisas em sua verdade, em seu tathatā.


  • Mostrar Abstract
  • O diálogo estabelecido entre a filosofia Oriental e o pensamento Ocidental nos permite pensar os problemas inerentes ao nosso tempo a partir de ponto de vistas diversos. Nishitani Keiji, representante da Escola de Kyoto, percebe a contemporaneidade, o tempo da vigência da técnica, nas palavras de Heidegger, como derivação e consequência imediata da perspectiva introduzida na era moderna a partir do cogito cartesiano a qual cria uma barreira que separa homem e mundo. O pensamento científico que domina a nossa Era nasceu de uma construção de pensamento que enobrece a razão humana em detrimento das demais coisas do mundo, determinando que o conhecimento somente deve ser produzido a partir do próprio homem e seu conjunto de competências racionais. No entanto, nos alerta Nishitani, este ponto de vista derivado do pensamento moderno que impõe uma subjetividade do tipo egocêntrica além de não apreender as coisas em sua verdade, também não alcança o verdadeiro eu do homem. Na tentativa de suplantar os abusos gerados na modernidade e que reverberam em nosso modo de ser até hoje, nosso pensador, irá propor o ponto de vista da vacuidade (śūnyatā) como um caminho de trans-descendência, ou seja, de superação do pensamento tradicional que supervaloriza a razão para o encontro com o rosto original do homem, o qual ao não mais impor seu poder cognitivo pode conhecer todas as coisas em sua verdade, em seu tathatā.

3
  • EUDES HENRIQUE DA SILVA
  • REFLEXÕES FILOSÓFICAS EM TORNO DA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO RELIGIOSO-MORAL NO PENSAMENTO DE FREUD

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • RICARDO LINCOLN BARROCAS
  • Data: 27/09/2013

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa trata da constituição do sujeito religioso-moral no pensamento de Freud, partindo da questão da religião, enquanto um dos vários espaços de concreção do indivíduo moral. Buscamos desenhar esse sujeito a partir de alguns elementos teóricos do pensamento freudiano, desde sua ideia geral de origem da civilização, moralidade e religião a elementos mais específicos que dizem respeito ao sujeito individual, ou seja, ao psiquismo. Em seu núcleo, há a ideia de complexo de Édipo, que é estrutural na obra do pai da psicanálise, e esta, em relação à constituição do sujeito, dá-se partindo de dois períodos centrais: o primeiro, que antecede o complexo de Édipo, se dá na relação primária da criança com a mãe, entendendo-se essa relação como sendo narcisista. O segundo momento, que se dá no início propriamente dito do complexo de Édipo e, consequentemente, da estruturação do superego, se estrutura a partir do “corte” que se dá no complexo edipiano, ao qual a criança é submetida, gerando como consequência a perda e o desamparo da mesma frente a este mundo, mas isso também gera nela um jogo contraditório de sentimentos; por um lado, ver no pai um objeto de ódio, já que ele foi o responsável pela quebra da sua relação “primária” com a mãe e, por outro, aquele passa a ser objeto de admiração. Mas essa admiração não é pelo pai em si; ela se configura como um desejo narcísico, já que o que a criança deseja é “reconquistar” seu lugar na relação com a mãe. Dado o fim do complexo de Édipo e com ele a estruturação do superego, o que o sujeito mais pretende é retornar à relação recalcada com a mãe, ao seu narcisismo primário. Daí surge o sentimento religioso e a consciência moral. O primeiro apresenta-se como via que possibilita o retorno à relação primária, e o segundo, uma vez que surge do conflito edipiano, funciona também como um meio de a criança fazer por onde não perder o “amor” da mãe e do pai, que se estende para aqueles a quem ela transfere a imagem deles.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa trata da constituição do sujeito religioso-moral no pensamento de Freud, partindo da questão da religião, enquanto um dos vários espaços de concreção do indivíduo moral. Buscamos desenhar esse sujeito a partir de alguns elementos teóricos do pensamento freudiano, desde sua ideia geral de origem da civilização, moralidade e religião a elementos mais específicos que dizem respeito ao sujeito individual, ou seja, ao psiquismo. Em seu núcleo, há a ideia de complexo de Édipo, que é estrutural na obra do pai da psicanálise, e esta, em relação à constituição do sujeito, dá-se partindo de dois períodos centrais: o primeiro, que antecede o complexo de Édipo, se dá na relação primária da criança com a mãe, entendendo-se essa relação como sendo narcisista. O segundo momento, que se dá no início propriamente dito do complexo de Édipo e, consequentemente, da estruturação do superego, se estrutura a partir do “corte” que se dá no complexo edipiano, ao qual a criança é submetida, gerando como consequência a perda e o desamparo da mesma frente a este mundo, mas isso também gera nela um jogo contraditório de sentimentos; por um lado, ver no pai um objeto de ódio, já que ele foi o responsável pela quebra da sua relação “primária” com a mãe e, por outro, aquele passa a ser objeto de admiração. Mas essa admiração não é pelo pai em si; ela se configura como um desejo narcísico, já que o que a criança deseja é “reconquistar” seu lugar na relação com a mãe. Dado o fim do complexo de Édipo e com ele a estruturação do superego, o que o sujeito mais pretende é retornar à relação recalcada com a mãe, ao seu narcisismo primário. Daí surge o sentimento religioso e a consciência moral. O primeiro apresenta-se como via que possibilita o retorno à relação primária, e o segundo, uma vez que surge do conflito edipiano, funciona também como um meio de a criança fazer por onde não perder o “amor” da mãe e do pai, que se estende para aqueles a quem ela transfere a imagem deles.

4
  • ADAN JOHN GOMES DA SILVA
  • CIÊNCIA E RACIONALIDADE EM THOMAS KUHN

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALBERTO OSCAR CUPANI
  • JOSE EDUARDO DE ALMEIDA MOURA
  • MARIA DA PAZ NUNES DE MEDEIROS
  • Data: 30/09/2013

  • Mostrar Resumo
  • O trabalho pretende explorar o impacto que a obra filosófica de Thomas Kuhn teve
    sobre a filosofia da ciência, em especial sobre a ideia comum de racionalidade científica. Ao
    lado disso, pretende esclarecer a posição do autor no que diz respeito ao seu entendimento do
    que seja racionalidade em ciência. Para alcançar esse objetivo iniciamos dando um panorama
    da cena filosófico-científica da primeira metade do século vinte, a fim de evidenciar o
    conceito de racionalidade comum na época de Kuhn. Num segundo momento mostramos
    como as ideias desse autor contrastam com aquele conceito, o que dá vazão para uma série de
    críticas de irracionalismo. Por fim, mostramos como Kuhn contorna essas acusações ao
    apontar para um novo conceito de racionalidade, conceito graças ao qual podemos conciliar
    sua filosofia com uma descrição do desenvolvimento racional da ciência.


  • Mostrar Abstract
  • O trabalho pretende explorar o impacto que a obra filosófica de Thomas Kuhn teve
    sobre a filosofia da ciência, em especial sobre a ideia comum de racionalidade científica. Ao
    lado disso, pretende esclarecer a posição do autor no que diz respeito ao seu entendimento do
    que seja racionalidade em ciência. Para alcançar esse objetivo iniciamos dando um panorama
    da cena filosófico-científica da primeira metade do século vinte, a fim de evidenciar o
    conceito de racionalidade comum na época de Kuhn. Num segundo momento mostramos
    como as ideias desse autor contrastam com aquele conceito, o que dá vazão para uma série de
    críticas de irracionalismo. Por fim, mostramos como Kuhn contorna essas acusações ao
    apontar para um novo conceito de racionalidade, conceito graças ao qual podemos conciliar
    sua filosofia com uma descrição do desenvolvimento racional da ciência.

5
  • ANSELMO CARVALHO DE OLIVEIRA
  • Fundamentos da filosofia moral de Peter Singer

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALCINO EDUARDO BONELLA
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS
  • Data: 11/10/2013

  • Mostrar Resumo
  • Esta investigação tem como objetivo reconstruir e explicitar o argumento proposto por Peter Singer para justificar o princípio de igual consideração de interesses (PICI). O PICI é o princípio normativo básico segundo o qual as pessoas devem considerar igualmente os interesses de todos os seres sencientes afetados ao tomarem uma decisão moral. É o vínculo que Singer estabelece entre a universalizabilidade e o princípio de igual consideração de interesses que se constitui em uma razão convincente para justificá-lo. A universalizabilidade consiste na exigência de desconsiderar as diferenças numéricas, de colocar-se no lugar do outro e de consideração igual pelas preferências, interesses, desejos e ideais dos afetados. O problema consiste na forma de estabelecer consistentemente este vínculo sendo que ele não é analítico. Singer ao vincular a universalizabilidade e o princípio normativo estabelece a forma e o conteúdo da sua teoria. No primeiro capítulo, introduzimos a discussão que será desenvolvida nesta dissertação. No segundo capítulo, apresentamos o panorama histórico-filosófico no qual Singer inicia suas investigações. No terceiro capítulo, apresentamos a sua crítica ao naturalismo, intuicionismo, relativismo e subjetivismo simples e, por fim, ao emotivismo. No quarto capítulo, expomos a concepção do prescritivismo universal proposta por R. M. Hare. O prescritivismo universal indica, para Singer, uma forma consistente para estabelecer o vínculo entre a universalizabilidade e o PICI. Apontamos, também, as críticas feitas por J. L. Mackie e pelo próprio Singer ao prescritivismo universal. Na segunda parte do capítulo, apresentamos resumidamente alguns pontos centrais da concepção clássica do utilitarismo e uma possível relação com a teoria de Singer. No quinto capítulo, apresentamos a tese de Singer sobre a origem da ética e sobre a universalizabilidade como uma característica necessária do ponto de vista da ética, bem como o argumento que é desenvolvido para estabelecer o PICI. No sexto capítulo, expomos as principais distinções que caracterizam o PICI. Encerramos no sétimo capítulo com uma discussão sobre as razões apresentadas por Singer para que uma pessoa oriente a sua vida de acordo com o ponto de vista da ética. Essa estrutura permite-nos explicitar as principais ideias do autor naquilo que concerne aos fundamentos teóricos da sua filosofia moral.


  • Mostrar Abstract
  • Esta investigação tem como objetivo reconstruir e explicitar o argumento proposto por Peter Singer para justificar o princípio de igual consideração de interesses (PICI). O PICI é o princípio normativo básico segundo o qual as pessoas devem considerar igualmente os interesses de todos os seres sencientes afetados ao tomarem uma decisão moral. É o vínculo que Singer estabelece entre a universalizabilidade e o princípio de igual consideração de interesses que se constitui em uma razão convincente para justificá-lo. A universalizabilidade consiste na exigência de desconsiderar as diferenças numéricas, de colocar-se no lugar do outro e de consideração igual pelas preferências, interesses, desejos e ideais dos afetados. O problema consiste na forma de estabelecer consistentemente este vínculo sendo que ele não é analítico. Singer ao vincular a universalizabilidade e o princípio normativo estabelece a forma e o conteúdo da sua teoria. No primeiro capítulo, introduzimos a discussão que será desenvolvida nesta dissertação. No segundo capítulo, apresentamos o panorama histórico-filosófico no qual Singer inicia suas investigações. No terceiro capítulo, apresentamos a sua crítica ao naturalismo, intuicionismo, relativismo e subjetivismo simples e, por fim, ao emotivismo. No quarto capítulo, expomos a concepção do prescritivismo universal proposta por R. M. Hare. O prescritivismo universal indica, para Singer, uma forma consistente para estabelecer o vínculo entre a universalizabilidade e o PICI. Apontamos, também, as críticas feitas por J. L. Mackie e pelo próprio Singer ao prescritivismo universal. Na segunda parte do capítulo, apresentamos resumidamente alguns pontos centrais da concepção clássica do utilitarismo e uma possível relação com a teoria de Singer. No quinto capítulo, apresentamos a tese de Singer sobre a origem da ética e sobre a universalizabilidade como uma característica necessária do ponto de vista da ética, bem como o argumento que é desenvolvido para estabelecer o PICI. No sexto capítulo, expomos as principais distinções que caracterizam o PICI. Encerramos no sétimo capítulo com uma discussão sobre as razões apresentadas por Singer para que uma pessoa oriente a sua vida de acordo com o ponto de vista da ética. Essa estrutura permite-nos explicitar as principais ideias do autor naquilo que concerne aos fundamentos teóricos da sua filosofia moral.

6
  • MARCELLO HENRIQUE MEDEIROS DE PAIVA
  • ESTÉTICA COMO ASCENSÃO PARA O UNO EM PLOTINO

  • Orientador : GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MARCUS REIS PINHEIRO
  • Data: 09/12/2013

  • Mostrar Resumo
  • Para Plotino, a filosofia não se encontra somente na linguagem discursiva, ela também se faz presente no cotidiano e o seu objetivo é elevar a alma do homem. Seguindo o pensamento do filósofo, este trabalho tem como intento dissertar sobre a estética de Plotino como a possibilidade de ascensão para o Uno. Um caminho que se deixa compreender a partir do entendimento de temas inerentes a nossa pesquisa, como: a pergunta sobre como do Uno surge o múltiplo; a relação entre alma e liberdade; a ideia de contemplação e, ainda, o discurso da ética.


  • Mostrar Abstract
  • Para Plotino, a filosofia não se encontra somente na linguagem discursiva, ela também se faz presente no cotidiano e o seu objetivo é elevar a alma do homem. Seguindo o pensamento do filósofo, este trabalho tem como intento dissertar sobre a estética de Plotino como a possibilidade de ascensão para o Uno. Um caminho que se deixa compreender a partir do entendimento de temas inerentes a nossa pesquisa, como: a pergunta sobre como do Uno surge o múltiplo; a relação entre alma e liberdade; a ideia de contemplação e, ainda, o discurso da ética.

7
  • REINILDO MUNIZ DA SILVA
  • SOBRE O PROGRESSO MORAL E TELEOLOGIA EM KANT

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DANIEL TOURINHO PERES
  • Data: 17/12/2013

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação aborda a ideia de progresso histórico sobre uma perspectiva moral, a qual nos é permitido pensar através da perspectiva teleológica kantiana. O objetivo deste trabalho é apresentar uma possível leitura sobre a noção de progresso na filosofia kantiana da história, a qual ultrapassa os limites de uma leitura meramente jurídica, fundamentando-se na noção moral de dever e, se consolidando como uma leitura inserida no sistema crítico, não só porque a noção de progresso é concebida como necessariamente subjetivo, como dever, sobretudo, por ser concebido como um ideal indeterminado. No primeiro capítulo, apresenta-se uma vinculação entre a filosofia prática e a filosofia da história, através da leitura do ensaio de 1784, onde é possível contemplar um progresso histórico moral, baseado na noção do dever de trabalhar para o desenvolvimento de todas as disposições naturais dos seres humanos. No segundo capítulo, apresenta-se, a partir do “Apêndice a Dialética Transcendental”, a legitimidade a priori do princípio de conformidade a fim, também se demonstra como esta noção teleológica não resulta de um interesse simplesmente especulativo da razão, mas para satisfazer o interesse da razão pura prática e, portanto, mostra-se como a noção de teleologia determina a concepção de progresso moral na história da humanidade.


  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação aborda a ideia de progresso histórico sobre uma perspectiva moral, a qual nos é permitido pensar através da perspectiva teleológica kantiana. O objetivo deste trabalho é apresentar uma possível leitura sobre a noção de progresso na filosofia kantiana da história, a qual ultrapassa os limites de uma leitura meramente jurídica, fundamentando-se na noção moral de dever e, se consolidando como uma leitura inserida no sistema crítico, não só porque a noção de progresso é concebida como necessariamente subjetivo, como dever, sobretudo, por ser concebido como um ideal indeterminado. No primeiro capítulo, apresenta-se uma vinculação entre a filosofia prática e a filosofia da história, através da leitura do ensaio de 1784, onde é possível contemplar um progresso histórico moral, baseado na noção do dever de trabalhar para o desenvolvimento de todas as disposições naturais dos seres humanos. No segundo capítulo, apresenta-se, a partir do “Apêndice a Dialética Transcendental”, a legitimidade a priori do princípio de conformidade a fim, também se demonstra como esta noção teleológica não resulta de um interesse simplesmente especulativo da razão, mas para satisfazer o interesse da razão pura prática e, portanto, mostra-se como a noção de teleologia determina a concepção de progresso moral na história da humanidade.

8
  • VERONICA CIBELE DO NASCIMENTO
  • A questão da linguagem e do pensamento a partir da Carta Sobre o Humanismo

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • JOSE NICOLAO JULIAO
  • Data: 18/12/2013

  • Mostrar Resumo
  • O intuito dessa dissertação consiste em apresentar a questão da linguagem e do pensamento a partir da Carta Sobre o Humanismo (1946), em diálogo com Ser e Tempo (1927) e com obras posteriores de Martin Heidegger (1889-1976). Expõe-se a crítica heideggeriana à abordagem instrumental e antropológica dessas questões, apresentando-se a interpretação da linguagem e do pensamento enquanto destino e gratidão ao Ser, contextualizadas com a conquista do homem pastor resultante do afastamento do humanismo tradicional, isto é, da metafísica da subjetividade.


  • Mostrar Abstract
  • O intuito dessa dissertação consiste em apresentar a questão da linguagem e do pensamento a partir da Carta Sobre o Humanismo (1946), em diálogo com Ser e Tempo (1927) e com obras posteriores de Martin Heidegger (1889-1976). Expõe-se a crítica heideggeriana à abordagem instrumental e antropológica dessas questões, apresentando-se a interpretação da linguagem e do pensamento enquanto destino e gratidão ao Ser, contextualizadas com a conquista do homem pastor resultante do afastamento do humanismo tradicional, isto é, da metafísica da subjetividade.

9
  • OSVALDO FERREIRA DE ANDRADE FILHO
  • DEUS, MENTE E MUNDO: SOBRE OS CONCEITOS DE COMPLICATIO, IMAGO E EXPLICATIO A PARTIR DO DIÁLOGO “DE MENTE” DE NICOLAU DE CUSA

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • JOSE TEIXEIRA NETO
  • Data: 23/12/2013

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho versará sobre como os três temas centrais da metafísica tradicional, a saber, Deus, o homem e o mundo, são repensados pela especulação filosófica do cardeal alemão Nicolau de Cusa (1401-1464). Devido à abrangência dessa temática, nossa dissertação terá sempre como ponto de partida e referencial constante o livro que o filósofo escreveu em 1450, Idiota. De mente, segundo escrito que compõe a série de diálogos do Idiota (Idiotae libri), e cuja discussão se desenvolve em torno ao tema da mente humana. A partir do diálogo De mente construiremos nossa reflexão tomando algumas questões e fundamentações teóricas apresentadas no Idiota. De sapientia e no De docta ignorantia, estendendo-a a pouco mais que isso. De acordo com Nicolau de Cusa a mente humana, em seu caráter criativo à imagem da mente divina, transcende as considerações puramente funcionais que lhe podemos atribuir, isto é, no que se refere à sua natureza cognitiva e ao seu papel epistemológico. Para além desses aspectos, o cusano entende a humana mens como um ponto de articulação dos outros dois temas que protagonizam a sua metafísica: Deus e o mundo. Nesse contexto, através dos conceitos de complicatio-explicatio e imago, assim como da intercessão entre o tema do homem imago Dei e o motivo do microcosmo, pretendemos apresentar a filosofia cusana.



  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho versará sobre como os três temas centrais da metafísica tradicional, a saber, Deus, o homem e o mundo, são repensados pela especulação filosófica do cardeal alemão Nicolau de Cusa (1401-1464). Devido à abrangência dessa temática, nossa dissertação terá sempre como ponto de partida e referencial constante o livro que o filósofo escreveu em 1450, Idiota. De mente, segundo escrito que compõe a série de diálogos do Idiota (Idiotae libri), e cuja discussão se desenvolve em torno ao tema da mente humana. A partir do diálogo De mente construiremos nossa reflexão tomando algumas questões e fundamentações teóricas apresentadas no Idiota. De sapientia e no De docta ignorantia, estendendo-a a pouco mais que isso. De acordo com Nicolau de Cusa a mente humana, em seu caráter criativo à imagem da mente divina, transcende as considerações puramente funcionais que lhe podemos atribuir, isto é, no que se refere à sua natureza cognitiva e ao seu papel epistemológico. Para além desses aspectos, o cusano entende a humana mens como um ponto de articulação dos outros dois temas que protagonizam a sua metafísica: Deus e o mundo. Nesse contexto, através dos conceitos de complicatio-explicatio e imago, assim como da intercessão entre o tema do homem imago Dei e o motivo do microcosmo, pretendemos apresentar a filosofia cusana.


2012
Dissertações
1
  • MARIA FERNANDA CARDOSO SANTOS
  • Sujeito e liberdade no pensamento de Michel Foucault

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • CARLOS JOSÉ MARTINS
  • Data: 16/03/2012

  • Mostrar Resumo
  • Michel Foucault declara, em um de seus escritos, que seu trabalho pode ser caracterizado como uma “história crítica do pensamento”, uma história do sujeito em sua relação com os jogos de verdade. Baseado nos estudos das contingências históricas que estão presentes na constituição dos conceitos, Foucault procura demonstrar o quanto o sujeito é constituído a partir de várias determinações, em relações de poder e saber. Ao mesmo tempo em que procura pensar nas determinações que forjam nossas próprias subjetividades, fazendo com que emerja de suas reflexões uma concepção de sujeito sem muitas possibilidades de escolha, coagido de certa maneira por suas contingências, Foucault também considera ser o objetivo de seu trabalho a criação de liberdade, propondo uma ética que se efetive como estética da existência, em um processo agonístico em que faríamos de nossas vidas obras de arte, vivenciando, em práticas concretas, experiências de liberdade.

    Essa aparente contradição na obra foucaultiana – a concepção de sujeito como fruto de determinações, por um lado, e sua postura ética de busca de criação de liberdade, por outro – conduziu as pesquisas e elaborações do presente trabalho. Para compreender a maneira como Foucault articulou essas duas ideias foi necessário elucidar e interrelacionar a maneira como ele pensou os conceitos de sujeito, poder e liberdade. Percorrendo com o autor seu itinerário intelectual, foi possível identificar e descrever profícuas ferramentas conceituais para pensarmos sobre nossas próprias determinações e sobre as possibilidades que temos de, a partir delas, criar novas subjetividades e experiências de liberdade.


  • Mostrar Abstract
  • Michel Foucault declara, em um de seus escritos, que seu trabalho pode ser caracterizado como uma “história crítica do pensamento”, uma história do sujeito em sua relação com os jogos de verdade. Baseado nos estudos das contingências históricas que estão presentes na constituição dos conceitos, Foucault procura demonstrar o quanto o sujeito é constituído a partir de várias determinações, em relações de poder e saber. Ao mesmo tempo em que procura pensar nas determinações que forjam nossas próprias subjetividades, fazendo com que emerja de suas reflexões uma concepção de sujeito sem muitas possibilidades de escolha, coagido de certa maneira por suas contingências, Foucault também considera ser o objetivo de seu trabalho a criação de liberdade, propondo uma ética que se efetive como estética da existência, em um processo agonístico em que faríamos de nossas vidas obras de arte, vivenciando, em práticas concretas, experiências de liberdade.

    Essa aparente contradição na obra foucaultiana – a concepção de sujeito como fruto de determinações, por um lado, e sua postura ética de busca de criação de liberdade, por outro – conduziu as pesquisas e elaborações do presente trabalho. Para compreender a maneira como Foucault articulou essas duas ideias foi necessário elucidar e interrelacionar a maneira como ele pensou os conceitos de sujeito, poder e liberdade. Percorrendo com o autor seu itinerário intelectual, foi possível identificar e descrever profícuas ferramentas conceituais para pensarmos sobre nossas próprias determinações e sobre as possibilidades que temos de, a partir delas, criar novas subjetividades e experiências de liberdade.

2
  • LAURO ERICKSEN CAVALCANTI DE OLIVEIRA
  • O MITSEIN E AS PERSPECTIVAS DECISÓRIAS DA AUTENTICIDADE SEGUNDO A ANALÍTICA EXISTENCIAL: PONDERAÇÕES ONTOLÓGICAS PARA ALÉM DOS LIMITES ÉTICOS E POLÍTICOS DO SER-COM

  • Orientador : GLENN WALTER ERICKSON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • GLENN WALTER ERICKSON
  • PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO
  • Data: 30/03/2012

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho centra esforços na questão do ser-com os outros debatido na filosofia de Martin Heidegger. Para tanto, toma como base os seus escritos mais exponenciais, principalmente os seus excertos das obras Ser e Tempo e Introdução à Filosofia, nos quais o tema é pormenorizado. A linha de desenvolvimento no estudo feito consiste em perscrutar a ligação existente entre a questão do Dasein para com os outros e como essa relação pode ser tomada em seus aspectos de autenticidade e inautenticidade. Para tanto, é necessário tangenciar outros elementos filosóficos atinentes a essa relação de alteridade, analisando fenomenologicamente como o modo de ser-no-mundo do Dasein o influencia em seus termos decisórios mais profundos, os quais o direcionam para a autenticidade ou para a inautenticidade. Diante desse contexto decisório do Dasein, observa-se também a forma de compartilhar a verdade de acordo com a interação com os outros, e como esse modo de ser singulariza toda a estrutura ontológica de compreensão do homem segundo esse elemento integrativo do qual ele não pode escapar, ser-com os outros é uma situação existencial da qual o Dasein não se pode furtar a vivê-la. O trabalho também contempla a aparente contradição do Dasein estar sempre lançado no modo de ser impessoal na lida com os outros, explicando como é possível haver autenticidade (bem como também inautenticidade) nas interações com os outros, sem que haja uma regra definida previamente para tais formas de se relacionar com eles.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho centra esforços na questão do ser-com os outros debatido na filosofia de Martin Heidegger. Para tanto, toma como base os seus escritos mais exponenciais, principalmente os seus excertos das obras Ser e Tempo e Introdução à Filosofia, nos quais o tema é pormenorizado. A linha de desenvolvimento no estudo feito consiste em perscrutar a ligação existente entre a questão do Dasein para com os outros e como essa relação pode ser tomada em seus aspectos de autenticidade e inautenticidade. Para tanto, é necessário tangenciar outros elementos filosóficos atinentes a essa relação de alteridade, analisando fenomenologicamente como o modo de ser-no-mundo do Dasein o influencia em seus termos decisórios mais profundos, os quais o direcionam para a autenticidade ou para a inautenticidade. Diante desse contexto decisório do Dasein, observa-se também a forma de compartilhar a verdade de acordo com a interação com os outros, e como esse modo de ser singulariza toda a estrutura ontológica de compreensão do homem segundo esse elemento integrativo do qual ele não pode escapar, ser-com os outros é uma situação existencial da qual o Dasein não se pode furtar a vivê-la. O trabalho também contempla a aparente contradição do Dasein estar sempre lançado no modo de ser impessoal na lida com os outros, explicando como é possível haver autenticidade (bem como também inautenticidade) nas interações com os outros, sem que haja uma regra definida previamente para tais formas de se relacionar com eles.

3
  • ANTONIO PEREIRA JÚNIOR
  • AGOSTINHO E O CETICISMO: Um estudo da crítica agostiniana ao ceticismo em Contra Academicos

  • Orientador : GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • ROBERTO BOLZANI FILHO
  • Data: 10/04/2012

  • Mostrar Resumo
  • O assentimento da Verdade: eis uma fórmula que parece ter intrigado os filósofos desde a antiguidade. A possibilidade de apreensão da verdade foi defendida por alguns filósofos que foram chamados de dogmáticos,devido à sua precipitação em julgar as aparências como representações da realidade e, refutada por aqueles que preferiram continuar questionando ao invés de se comprometer com o seu pronunciamento. Estes pensadores foram denominados céticos. Entre aqueles que defenderam o assentimento da verdade, ganha destaque nesta pesquisa Santo Agostinho, que se propôs combater a doutrina cética disseminada na antiga Academia de Platão em sua obra Contra Academicos. Assim, para conduzir esta pesquisa perguntamos: Quais os principais argumentos apresentados por Santo Agostinho contra o ceticismo acadêmico? Com o intuito de responder ao problema apontado, propomos investigar a crítica de Santo Agostinho ao ceticismo, identificando e analisando as principais refutações por ele construídas. Para isso, realizamos uma pesquisa que envolveu aspectos tanto do ceticismo quanto da vida e pensamento de Santo Agostinho sobre essa doutrina.  


  • Mostrar Abstract
  • O assentimento da Verdade: eis uma fórmula que parece ter intrigado os filósofos desde a antiguidade. A possibilidade de apreensão da verdade foi defendida por alguns filósofos que foram chamados de dogmáticos,devido à sua precipitação em julgar as aparências como representações da realidade e, refutada por aqueles que preferiram continuar questionando ao invés de se comprometer com o seu pronunciamento. Estes pensadores foram denominados céticos. Entre aqueles que defenderam o assentimento da verdade, ganha destaque nesta pesquisa Santo Agostinho, que se propôs combater a doutrina cética disseminada na antiga Academia de Platão em sua obra Contra Academicos. Assim, para conduzir esta pesquisa perguntamos: Quais os principais argumentos apresentados por Santo Agostinho contra o ceticismo acadêmico? Com o intuito de responder ao problema apontado, propomos investigar a crítica de Santo Agostinho ao ceticismo, identificando e analisando as principais refutações por ele construídas. Para isso, realizamos uma pesquisa que envolveu aspectos tanto do ceticismo quanto da vida e pensamento de Santo Agostinho sobre essa doutrina.  

4
  • BRUNO CAMILO DE OLIVEIRA
  • A METAFÍSICA DE ISAAC NEWTON

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALBERTO OSCAR CUPANI
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • Data: 13/04/2012

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo geral dessa dissertação é analisar os aspectos metafísicos da “mecânica racional” de Isaac Newton, esclarecendo, pelo discurso científico e filosófico, os elementos principais da teoria newtoniana de uma entidade infinitamente racional por trás dos fenômenos de toda a natureza, percebendo Newton como certo empirista que aceita deduções metafísicas; um filósofo-cientista. Os objetivos específicos podem ser assim enumerados: a) breve apresentação do desenvolvimento da ciência moderna, desde os pré-socráticos, buscando compreender a conjectura histórica que possibilitou o surgimento da mecânica newtoniana; b) apresentação dos elementos da metodologia científica e filosófica, visando à compreensão de certa “metodologia newtoniana”, compreendendo como essa metodologia específica consegue apresentar aspectos empíricos, matemáticos, filosóficos e religiosos em comunhão; c) compreender, a partir dos conceitos newtonianos, tanto o papel concernente ao homem no mundo quanto às “noções nocionais” de massa, espaço, tempo e movimento, para que possamos analisar e compreender certos aspectos metafísicos na física de Newton; d) apresentar os conceitos newtonianos referentes ao éter, para entendermos porque ele assume necessariamente características metafísicas e de mediação entre os corpos; e) apresentar e compreender os fatores que levam o empirista Newton assumir a religião na sua mecânica, bem como, a existência e funções de Deus na natureza, para objetar o conteúdo maior de sua metafísica. Posteriormente, descobrimos elementos metafísicos na sua mecânica clássica, elementos que confirmam em sua ciência conceitos como Deus Criador e Preservador das leis naturais. Por fim, analisaremos a importância de Newton para a metafísica moderna e a herança da filosofia da ciência para a ciência contemporânea, refletindo sobre a possibilidade de um argumento teleológico da natureza.

    O objetivo geral dessa dissertação é analisar os aspectos metafísicos da “mecânica racional” de Isaac Newton, esclarecendo, pelo discurso científico e filosófico, os elementos principais da teoria newtoniana de uma entidade infinitamente racional por trás dos fenômenos de toda a natureza, percebendo Newton como certo empirista que aceita deduções metafísicas; um filósofo-cientista. Os objetivos específicos podem ser assim enumerados: a) breve apresentação do desenvolvimento da ciência moderna, desde os pré-socráticos, buscando compreender a conjectura histórica que possibilitou o surgimento da mecânica newtoniana; b) apresentação dos elementos da metodologia científica e filosófica, visando à compreensão de certa “metodologia newtoniana”, compreendendo como essa metodologia específica consegue apresentar aspectos empíricos, matemáticos, filosóficos e religiosos em comunhão; c) compreender, a partir dos conceitos newtonianos, tanto o papel concernente ao homem no mundo quanto às “noções nocionais” de massa, espaço, tempo e movimento, para que possamos analisar e compreender certos aspectos metafísicos na física de Newton; d) apresentar os conceitos newtonianos referentes ao éter, para entendermos porque ele assume necessariamente características metafísicas e de mediação entre os corpos; e) apresentar e compreender os fatores que levam o empirista Newton assumir a religião na sua mecânica, bem como, a existência e funções de Deus na natureza, para objetar o conteúdo maior de sua metafísica. Posteriormente, descobrimos elementos metafísicos na sua mecânica clássica, elementos que confirmam em sua ciência conceitos como Deus Criador e Preservador das leis naturais. Por fim, analisaremos a importância de Newton para a metafísica moderna e a herança da filosofia da ciência para a ciência contemporânea, refletindo sobre a possibilidade de um argumento teleológico da natureza.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo geral dessa dissertação é analisar os aspectos metafísicos da “mecânica racional” de Isaac Newton, esclarecendo, pelo discurso científico e filosófico, os elementos principais da teoria newtoniana de uma entidade infinitamente racional por trás dos fenômenos de toda a natureza, percebendo Newton como certo empirista que aceita deduções metafísicas; um filósofo-cientista. Os objetivos específicos podem ser assim enumerados: a) breve apresentação do desenvolvimento da ciência moderna, desde os pré-socráticos, buscando compreender a conjectura histórica que possibilitou o surgimento da mecânica newtoniana; b) apresentação dos elementos da metodologia científica e filosófica, visando à compreensão de certa “metodologia newtoniana”, compreendendo como essa metodologia específica consegue apresentar aspectos empíricos, matemáticos, filosóficos e religiosos em comunhão; c) compreender, a partir dos conceitos newtonianos, tanto o papel concernente ao homem no mundo quanto às “noções nocionais” de massa, espaço, tempo e movimento, para que possamos analisar e compreender certos aspectos metafísicos na física de Newton; d) apresentar os conceitos newtonianos referentes ao éter, para entendermos porque ele assume necessariamente características metafísicas e de mediação entre os corpos; e) apresentar e compreender os fatores que levam o empirista Newton assumir a religião na sua mecânica, bem como, a existência e funções de Deus na natureza, para objetar o conteúdo maior de sua metafísica. Posteriormente, descobrimos elementos metafísicos na sua mecânica clássica, elementos que confirmam em sua ciência conceitos como Deus Criador e Preservador das leis naturais. Por fim, analisaremos a importância de Newton para a metafísica moderna e a herança da filosofia da ciência para a ciência contemporânea, refletindo sobre a possibilidade de um argumento teleológico da natureza.

    O objetivo geral dessa dissertação é analisar os aspectos metafísicos da “mecânica racional” de Isaac Newton, esclarecendo, pelo discurso científico e filosófico, os elementos principais da teoria newtoniana de uma entidade infinitamente racional por trás dos fenômenos de toda a natureza, percebendo Newton como certo empirista que aceita deduções metafísicas; um filósofo-cientista. Os objetivos específicos podem ser assim enumerados: a) breve apresentação do desenvolvimento da ciência moderna, desde os pré-socráticos, buscando compreender a conjectura histórica que possibilitou o surgimento da mecânica newtoniana; b) apresentação dos elementos da metodologia científica e filosófica, visando à compreensão de certa “metodologia newtoniana”, compreendendo como essa metodologia específica consegue apresentar aspectos empíricos, matemáticos, filosóficos e religiosos em comunhão; c) compreender, a partir dos conceitos newtonianos, tanto o papel concernente ao homem no mundo quanto às “noções nocionais” de massa, espaço, tempo e movimento, para que possamos analisar e compreender certos aspectos metafísicos na física de Newton; d) apresentar os conceitos newtonianos referentes ao éter, para entendermos porque ele assume necessariamente características metafísicas e de mediação entre os corpos; e) apresentar e compreender os fatores que levam o empirista Newton assumir a religião na sua mecânica, bem como, a existência e funções de Deus na natureza, para objetar o conteúdo maior de sua metafísica. Posteriormente, descobrimos elementos metafísicos na sua mecânica clássica, elementos que confirmam em sua ciência conceitos como Deus Criador e Preservador das leis naturais. Por fim, analisaremos a importância de Newton para a metafísica moderna e a herança da filosofia da ciência para a ciência contemporânea, refletindo sobre a possibilidade de um argumento teleológico da natureza.

5
  • SIDINEI JOSE SCHNEIDER
  • DA EMERGÊNCIA DA PERSONAGEM SOCIAL DO HOMOSSEXUAL À CULTURA GAY: UMA LEITURA A PARTIR DE MICHEL FOUCAULT


  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • WANDERSON FLOR NASCIMENTO
  • Data: 28/09/2012

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem como objetivo compreender a conceituação da homossexualidade enquanto uma criação social, que provém dos discursos permeados pelos dispositivos da sexualidade. Discute o tema da homossexualidade, com foco nas obras de Michel Foucault, destacando-se sua obra A História da Sexualidade, em que o autor enfatiza a homossexualidade como uma construção social que se manifesta no decorrer do século XIX. A partir dos discursos foucaultianos, propõem-se a compreensão e a análise da criação do conceito homossexualidade, construção que se volta a uma subordinação do sujeito enquanto agente social, ou seja, a criação da homossexualidade não se remete à prática sexual entre indivíduos do mesmo sexo, e sim a um sujeito social e à posição que toma perante a sociedade. Portanto, juntamente com o nascimento do indivíduo homossexual, tem-se igualmente a construção do indivíduo como sujeito social, ou seja, a homossexualidade e o sujeito homossexual são produtos da imbricação poder-cultura. Ao se abordar essa temática, quebra-se a hegemonia que visa à caracterização “naturalizada” da sexualidade e, consequentemente, da homossexualidade, que nasce com os discursos originados em clínicas médicas e divãs psiquiátricos, nos quais se percebe a atuação do poder nos discursos que implantam as “verdades” voltadas à sexualidade. Com isso, elabora-se uma discussão que busca refutar a eugenia que compreende a sexualidade como algo natural, instituindo o homossexual como um sujeito que nasceu refém de uma genética “ruim”, um ser anormal que deverá ser tratado de sua patologia, e compreender esse indivíduo como um produto do discurso social.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa tem como objetivo compreender a conceituação da homossexualidade enquanto uma criação social, que provém dos discursos permeados pelos dispositivos da sexualidade. Discute o tema da homossexualidade, com foco nas obras de Michel Foucault, destacando-se sua obra A História da Sexualidade, em que o autor enfatiza a homossexualidade como uma construção social que se manifesta no decorrer do século XIX. A partir dos discursos foucaultianos, propõem-se a compreensão e a análise da criação do conceito homossexualidade, construção que se volta a uma subordinação do sujeito enquanto agente social, ou seja, a criação da homossexualidade não se remete à prática sexual entre indivíduos do mesmo sexo, e sim a um sujeito social e à posição que toma perante a sociedade. Portanto, juntamente com o nascimento do indivíduo homossexual, tem-se igualmente a construção do indivíduo como sujeito social, ou seja, a homossexualidade e o sujeito homossexual são produtos da imbricação poder-cultura. Ao se abordar essa temática, quebra-se a hegemonia que visa à caracterização “naturalizada” da sexualidade e, consequentemente, da homossexualidade, que nasce com os discursos originados em clínicas médicas e divãs psiquiátricos, nos quais se percebe a atuação do poder nos discursos que implantam as “verdades” voltadas à sexualidade. Com isso, elabora-se uma discussão que busca refutar a eugenia que compreende a sexualidade como algo natural, instituindo o homossexual como um sujeito que nasceu refém de uma genética “ruim”, um ser anormal que deverá ser tratado de sua patologia, e compreender esse indivíduo como um produto do discurso social.

6
  • RICARDO GENTIL DE ARAUJO PEREIRA
  • Interpretação e análise do problema da indução sob uma visão fundamentada em teoria de conjuntos e teoria de probabilidades.

     

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • JOSE EDUARDO DE ALMEIDA MOURA
  • GIOVANNI DA SILVA DE QUEIROZ
  • Data: 02/10/2012

  • Mostrar Resumo
  • O seguinte trabalho consiste na interpretação e análise do problema da indução sob uma visão fundamentada em teoria de conjuntos e teoria de probabilidades como base para a solução de suas implicações filosóficas negativas relativas aos sistemas de lógica indutiva de maneira geral.

    Devido à importância do problema e aos desenvolvimentos recentes nos referidos campos de conhecimento (início do século 20), bem como às relações visíveis entre eles e o processo de inferência indutivo, tem-se aberto um campo de possibilidades relativamente inexplorado e promissor.

    O ponto-chave para o estudo consiste na modelagem do processo de aquisição de informação usando conceitos de teoria de conjuntos, seguido por um tratamento usando teoria de probabilidades.

    Ao longo do estudo foi possível identificar, como obstáculos principais à justificação probabilística, tanto o problema da definição do conceito de probabilidade quanto do de racionalidade, além da sutil conexão entre ambos. Essa constatação permitiu um maior cuidado na escolha do critério de racionalidade a ser considerado no intuito de viabilizar o tratamento do problema por meio de situações-exemplo específicas, mas sem a perda de suas características originais, de modo que as conclusões obtidas possam ser estendidas a casos clássicos como o relativo à dúvida sobre a continuidade do nascer do sol.


  • Mostrar Abstract
  • O seguinte trabalho consiste na interpretação e análise do problema da indução sob uma visão fundamentada em teoria de conjuntos e teoria de probabilidades como base para a solução de suas implicações filosóficas negativas relativas aos sistemas de lógica indutiva de maneira geral.

    Devido à importância do problema e aos desenvolvimentos recentes nos referidos campos de conhecimento (início do século 20), bem como às relações visíveis entre eles e o processo de inferência indutivo, tem-se aberto um campo de possibilidades relativamente inexplorado e promissor.

    O ponto-chave para o estudo consiste na modelagem do processo de aquisição de informação usando conceitos de teoria de conjuntos, seguido por um tratamento usando teoria de probabilidades.

    Ao longo do estudo foi possível identificar, como obstáculos principais à justificação probabilística, tanto o problema da definição do conceito de probabilidade quanto do de racionalidade, além da sutil conexão entre ambos. Essa constatação permitiu um maior cuidado na escolha do critério de racionalidade a ser considerado no intuito de viabilizar o tratamento do problema por meio de situações-exemplo específicas, mas sem a perda de suas características originais, de modo que as conclusões obtidas possam ser estendidas a casos clássicos como o relativo à dúvida sobre a continuidade do nascer do sol.

7
  • BARBARA ROMEIKA RODRIGUES MARQUES
  •  

    Hannah Arendt e a crise na educação como crise político-filosófica da modernidade



  • Orientador : RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • ODILIO ALVES AGUIAR
  • Data: 15/10/2012

  • Mostrar Resumo
  •  

    Este estudo busca esclarecer e discutir a reflexão de Hannah Arendt sobre a crise na educação no mundo contemporâneo enquanto crise político-filosófica da modernidade. Trata-se de explicitar de que forma o significado da educação está atrelado às condições de instituição, compartilhamento e conservação do mundo comum e humano. Com o intuito de reconstruir as análises da autora sobre os reflexos da crise político-filosófica da modernidade na esfera pré-política da educação, esta pesquisa investiga de que modo o fim da tradição metafísica, o esfacelamento da autoridade, o obscurecimento da esfera pública e a moderna alienação do mundo promoveram uma profunda degradação das capacidades humanas de construir, conservar e compartilhar pela ação e pelo discurso um mundo que possa sobreviver e permanecer um lugar não mortal para seres que nascem e morrem.



  • Mostrar Abstract
  •  

    Este estudo busca esclarecer e discutir a reflexão de Hannah Arendt sobre a crise na educação no mundo contemporâneo enquanto crise político-filosófica da modernidade. Trata-se de explicitar de que forma o significado da educação está atrelado às condições de instituição, compartilhamento e conservação do mundo comum e humano. Com o intuito de reconstruir as análises da autora sobre os reflexos da crise político-filosófica da modernidade na esfera pré-política da educação, esta pesquisa investiga de que modo o fim da tradição metafísica, o esfacelamento da autoridade, o obscurecimento da esfera pública e a moderna alienação do mundo promoveram uma profunda degradação das capacidades humanas de construir, conservar e compartilhar pela ação e pelo discurso um mundo que possa sobreviver e permanecer um lugar não mortal para seres que nascem e morrem.


8
  • MIGUEL PEREIRA NETO
  • UMA ANÁLISE DO TERMO XÉNOS EM O SOFISTA E O POLÍTICO

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DAS GRAÇAS DE MORAES AUGUSTO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • Data: 06/11/2012

  • Mostrar Resumo
  • Neste trabalho abordaremos o hóspede como personagem e método na obra platônica, com destaque para os diálogos O Sofista e O Político de Platão, e como essa noção de hóspede conduz ao inquérito do que seria um sofista, um político e um filósofo. Começaremos com a teorização dos possíveis significados para estrangeiro aos quais ‘hóspede’ pode estar ligado ou não, mostrando como o problema da recepção das diferenças pode ser pensado na obra platônica pelo prisma do estrangeiro. Analisaremos especificamente o diálogo O Sofista, apresentando a proposta do diálogo enquanto uma busca pelas diferenças, tanto no ramo ontológico quanto na definição do sofista. Da mesma forma, analisaremos o diálogo O Político, mostrando as relações que esse diálogo guarda com o seu anterior (O Sofista), no sentido de continuar uma investigação e mostrar como o político deve ser uma figura de conciliação dos problemas. Apresentaremos uma proposta visando pensar o último termo da investigação lançada em O Sofista: o Filósofo como uma proposta que Platão demonstra através de relações durante toda a sua obra e não apenas num diálogo, concluindo o trabalho com as relações que os textos nos deixaram para pensar o Filósofo a partir do prisma da hospitalidade.


  • Mostrar Abstract
  • Neste trabalho abordaremos o hóspede como personagem e método na obra platônica, com destaque para os diálogos O Sofista e O Político de Platão, e como essa noção de hóspede conduz ao inquérito do que seria um sofista, um político e um filósofo. Começaremos com a teorização dos possíveis significados para estrangeiro aos quais ‘hóspede’ pode estar ligado ou não, mostrando como o problema da recepção das diferenças pode ser pensado na obra platônica pelo prisma do estrangeiro. Analisaremos especificamente o diálogo O Sofista, apresentando a proposta do diálogo enquanto uma busca pelas diferenças, tanto no ramo ontológico quanto na definição do sofista. Da mesma forma, analisaremos o diálogo O Político, mostrando as relações que esse diálogo guarda com o seu anterior (O Sofista), no sentido de continuar uma investigação e mostrar como o político deve ser uma figura de conciliação dos problemas. Apresentaremos uma proposta visando pensar o último termo da investigação lançada em O Sofista: o Filósofo como uma proposta que Platão demonstra através de relações durante toda a sua obra e não apenas num diálogo, concluindo o trabalho com as relações que os textos nos deixaram para pensar o Filósofo a partir do prisma da hospitalidade.

9
  • JOSE FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA
  • AS PROVAS METAFÍSICAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS EM RENÉ DESCARTES

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • JAIMIR CONTE
  • Data: 30/11/2012

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem por meta apresentar as provas da existência de Deus apresentadas nas Meditações Metafísicas de René Descartes, evidenciando sua importância e seu papel para o projeto filosófico cartesiano. A pesquisa procurou entender como Descartes, sendo um homem de ciência, buscará em Deus o sustentáculo e a garantia de sua filosofia. Portanto, antes será necessário entender que nessa época o conhecimento vive o caos e que Descartes se propõe substituí-lo se comprometendo a construir uma ciência nova firmada em bases seguras. Assim, o texto obedece a uma ordem que parte da dúvida como elemento metodológico imprescindível na superação de um saber carregado de incertezas e opiniões e difundido como sendo certo, para, enfim, atingir à verdade nas ciências, passando pela descoberta da primeira certeza, o Cogito, eu pensante, por isso existente. Encontrada esta certeza, a do sujeito que possui em si a ideia de um Ser infinito que contem todas as perfeições e, conforme ele irá demonstrar nas provas a posteriori e a priori. E, por isso, este Ser não pode ser pensado como não existente garantindo o projeto de Descartes.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho tem por meta apresentar as provas da existência de Deus apresentadas nas Meditações Metafísicas de René Descartes, evidenciando sua importância e seu papel para o projeto filosófico cartesiano. A pesquisa procurou entender como Descartes, sendo um homem de ciência, buscará em Deus o sustentáculo e a garantia de sua filosofia. Portanto, antes será necessário entender que nessa época o conhecimento vive o caos e que Descartes se propõe substituí-lo se comprometendo a construir uma ciência nova firmada em bases seguras. Assim, o texto obedece a uma ordem que parte da dúvida como elemento metodológico imprescindível na superação de um saber carregado de incertezas e opiniões e difundido como sendo certo, para, enfim, atingir à verdade nas ciências, passando pela descoberta da primeira certeza, o Cogito, eu pensante, por isso existente. Encontrada esta certeza, a do sujeito que possui em si a ideia de um Ser infinito que contem todas as perfeições e, conforme ele irá demonstrar nas provas a posteriori e a priori. E, por isso, este Ser não pode ser pensado como não existente garantindo o projeto de Descartes.

10
  • VILMA VITOR CRUZ
  • ÉTICA: NEUROCIÊNCIA E NEUROÉTICA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO RAFAELO LOPES VAZ
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • ERICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA
  • Data: 11/12/2012

  • Mostrar Resumo
  • O estudo da neuroética situa-se no campo da ética filosófica, onde razão e emoção fazem parte do jogo das decisões morais, constituindo-se elementos importantes dessa analise. Os campos de atuação da neurociência e da neuroética vem oportunizando discussões acerca das mudanças conceituações não só nas ciências médicas, mas também nas ciências sociais, educação e filosofia. Daí, nos determos nas emergências conceituais, no desenvolvimento técnico, tecnológico e biotecnológico, que compõem o repertório do avanço da ciência e dos dilemas morais que lhes são inerentes. Discussão que nos remete aos procedimentos adotados nesses campos de estudos, dado ao fato destes não afetarem somente a vida dos indivíduos submetidos aos procedimentos acadêmicos e/ou tratamentos, mas a sociedade como um todo. A neurociência como qualquer ciência encontra-se submetida a princípios morais e éticos, sobretudo, aos que dizem respeito aos processos de tomada de decisão nos estudos, intervenções ou manipulações envolvendo seres vivos, processo no qual os cientistas assumem responsabilidades e riscos. Para discutir e analisar este tema nos apoiamos como referencia principal, dentre outras, as teses de Emmanuel Kant e Jonh Stuart Mill acerca do dever e da utilidade.  


  • Mostrar Abstract
  • O estudo da neuroética situa-se no campo da ética filosófica, onde razão e emoção fazem parte do jogo das decisões morais, constituindo-se elementos importantes dessa analise. Os campos de atuação da neurociência e da neuroética vem oportunizando discussões acerca das mudanças conceituações não só nas ciências médicas, mas também nas ciências sociais, educação e filosofia. Daí, nos determos nas emergências conceituais, no desenvolvimento técnico, tecnológico e biotecnológico, que compõem o repertório do avanço da ciência e dos dilemas morais que lhes são inerentes. Discussão que nos remete aos procedimentos adotados nesses campos de estudos, dado ao fato destes não afetarem somente a vida dos indivíduos submetidos aos procedimentos acadêmicos e/ou tratamentos, mas a sociedade como um todo. A neurociência como qualquer ciência encontra-se submetida a princípios morais e éticos, sobretudo, aos que dizem respeito aos processos de tomada de decisão nos estudos, intervenções ou manipulações envolvendo seres vivos, processo no qual os cientistas assumem responsabilidades e riscos. Para discutir e analisar este tema nos apoiamos como referencia principal, dentre outras, as teses de Emmanuel Kant e Jonh Stuart Mill acerca do dever e da utilidade.  

11
  • TÚLIO MADSON DE OLIVEIRA GALVÃO
  • Para além da ciência: por uma gaia ciência

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 19/12/2012

  • Mostrar Resumo
  •  

    Em A gaia ciência Nietzsche irá abordar a ciência, especificamente a sua finalidade, sob uma perspectiva crítica, apontando a necessidade de um conhecimento científico mais humano e menos mecanicista, uma ciência mais próxima à arte, que ao invés de descobrir verdades, se ocupe em criar novos valores, visões e perspectivas. Ao longo da obra fica evidente a intenção do autor em não apenas criticar a ciência, mas também, conceber um novo método, uma nova ciência, uma gaya scienza, em alusão a arte dos trovadores medievais, onde vida e conhecimento sejam partes constituintes de um mesmo processo, fazendo do conhecimento um meio de vida. Uma ciência que não se enquadra nas categorias de verdadeiro ou falso, pois o seu valor é diferente do valor da verdade, seu valor maior é a máxima potencialidade da vida em todos os seus aspectos.



  • Mostrar Abstract
  •  

    Em A gaia ciência Nietzsche irá abordar a ciência, especificamente a sua finalidade, sob uma perspectiva crítica, apontando a necessidade de um conhecimento científico mais humano e menos mecanicista, uma ciência mais próxima à arte, que ao invés de descobrir verdades, se ocupe em criar novos valores, visões e perspectivas. Ao longo da obra fica evidente a intenção do autor em não apenas criticar a ciência, mas também, conceber um novo método, uma nova ciência, uma gaya scienza, em alusão a arte dos trovadores medievais, onde vida e conhecimento sejam partes constituintes de um mesmo processo, fazendo do conhecimento um meio de vida. Uma ciência que não se enquadra nas categorias de verdadeiro ou falso, pois o seu valor é diferente do valor da verdade, seu valor maior é a máxima potencialidade da vida em todos os seus aspectos.


12
  • MAURO ROGÉRIO DE ALMEIDA VIEIRA
  • Nietzsche e a modernidade: da crítica à metafísica à crítica à democracia

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 20/12/2012

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação apresenta uma interpretação a respeito das considerações críticas do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sobre a modernidade, mais precisamente a crítica de Nietzsche à verdade, à moral-cristã e à democracia por ele desenvolvidas em Além do bem e do Mal. Nietzsche analisa atentamente os pormenores da modernidade, faz um diagnóstico do homem moderno e encontra o sinal da decadência. Para ele, a decadência, que invade a vida e a cultura moderna e enseja o surgimento de homens domesticados na sua ação e nivelados em seus desejos e anseios, foi provocada pelo modo de valorar do homem moderno que, por sua vez, se realiza a partir de crenças metafísicas, principalmente, a crença metafísica na verdade, que surgiu com a filosofia socrático-platônica. Por isso, consideramos que a crítica de Nietzsche à modernidade passa necessariamente pela crítica à metafísica clássica. Em nossa pesquisa, destacamos algumas questões como: o que em nós aspira à verdade? Por que e para que a moral cristã? O que caracteriza a modernidade? Seria o apelo ao gosto democrático? É possível reinventar a modernidade? Em nosso trajeto, salientamos o vínculo que existe entre a noção de verdade, a democracia e os valores morais cristãos, mostrando que esses valores morais foram herdados da cultura socrática. Também pretendemos esclarecer a proposta nietzschiana de um novo modo de fazer filosofia, que seria capaz de ultrapassar a decadência que impera na moderna cultura europeia. Ou seja, o término desta pesquisa aponta para os “filósofos do futuro”, filósofos capazes, segundo Nietzsche, de afirmar a vida além das oposições metafísicas, além do bem e do mal.


  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação apresenta uma interpretação a respeito das considerações críticas do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sobre a modernidade, mais precisamente a crítica de Nietzsche à verdade, à moral-cristã e à democracia por ele desenvolvidas em Além do bem e do Mal. Nietzsche analisa atentamente os pormenores da modernidade, faz um diagnóstico do homem moderno e encontra o sinal da decadência. Para ele, a decadência, que invade a vida e a cultura moderna e enseja o surgimento de homens domesticados na sua ação e nivelados em seus desejos e anseios, foi provocada pelo modo de valorar do homem moderno que, por sua vez, se realiza a partir de crenças metafísicas, principalmente, a crença metafísica na verdade, que surgiu com a filosofia socrático-platônica. Por isso, consideramos que a crítica de Nietzsche à modernidade passa necessariamente pela crítica à metafísica clássica. Em nossa pesquisa, destacamos algumas questões como: o que em nós aspira à verdade? Por que e para que a moral cristã? O que caracteriza a modernidade? Seria o apelo ao gosto democrático? É possível reinventar a modernidade? Em nosso trajeto, salientamos o vínculo que existe entre a noção de verdade, a democracia e os valores morais cristãos, mostrando que esses valores morais foram herdados da cultura socrática. Também pretendemos esclarecer a proposta nietzschiana de um novo modo de fazer filosofia, que seria capaz de ultrapassar a decadência que impera na moderna cultura europeia. Ou seja, o término desta pesquisa aponta para os “filósofos do futuro”, filósofos capazes, segundo Nietzsche, de afirmar a vida além das oposições metafísicas, além do bem e do mal.

13
  • VANESSA ALVES DE LACERDA SANTOS
  • Ulisses e Narciso: as faces da alma humana através do discurso mítico nas Enéadas de Plotino

  • Orientador : CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MARCUS REIS PINHEIRO
  • Data: 21/12/2012

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação versa sobre o mito em Plotino e tem com objetivo elaborar uma trajetória que indique a visão do discurso mítico enquanto imagem que reflete o Uno como princípio e fim nas Enéadas. Para tanto, partimos  da análise da narrativa mítica dentro do contexto filosófico tomando como ponto de partida uma releitura da crítica platônica à poesia. Como pontos centrais utilizamos duas célebres figuras mitológicas, a saber, Narciso e Ulisses. Estas, fundamentam a noção de alma plotiniana e sua tarefa de retorno à unidade originária. Dessa maneira, a partir dessas figuras míticas, isto é, percorrendo o caminho feito por elas dentro de suas respectivas narrativas, propomos uma possível relação de ascensão e queda da alma. Dividida em três partes, na primeira, tratamos de evidenciar a interpretação de Platão a respeito do mito e a posição de Plotino em relação à visão de Platão, assim como, observamos a crítica de Platão à poesia no contexto da paidéia grega e a noção do mito como imagem da estrutura henologica em Plotino. Na segunda parte, tratamos de estruturar a filosofia de Plotino, traçando um paralelo entre Henologia e Ontologia, particularmente no que se refere às três hipóstases. Na terceira parte evidenciamos o sentido do mito e sua imagem em Plotino a partir dos papeis  que desempenham as figuras míticas nas Enéadas.


  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação versa sobre o mito em Plotino e tem com objetivo elaborar uma trajetória que indique a visão do discurso mítico enquanto imagem que reflete o Uno como princípio e fim nas Enéadas. Para tanto, partimos  da análise da narrativa mítica dentro do contexto filosófico tomando como ponto de partida uma releitura da crítica platônica à poesia. Como pontos centrais utilizamos duas célebres figuras mitológicas, a saber, Narciso e Ulisses. Estas, fundamentam a noção de alma plotiniana e sua tarefa de retorno à unidade originária. Dessa maneira, a partir dessas figuras míticas, isto é, percorrendo o caminho feito por elas dentro de suas respectivas narrativas, propomos uma possível relação de ascensão e queda da alma. Dividida em três partes, na primeira, tratamos de evidenciar a interpretação de Platão a respeito do mito e a posição de Plotino em relação à visão de Platão, assim como, observamos a crítica de Platão à poesia no contexto da paidéia grega e a noção do mito como imagem da estrutura henologica em Plotino. Na segunda parte, tratamos de estruturar a filosofia de Plotino, traçando um paralelo entre Henologia e Ontologia, particularmente no que se refere às três hipóstases. Na terceira parte evidenciamos o sentido do mito e sua imagem em Plotino a partir dos papeis  que desempenham as figuras míticas nas Enéadas.

14
  • WILLIAM LOPES DE SOUZA
  • Kant e o problema do princípio moral supremo na Fundamentação da Metafísica dos Costumes.

  • Orientador : SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN ADOLFO BONACCINI
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • JESUS VAZQUEZ TORREZ
  • Data: 28/12/2012

  • Mostrar Resumo
  • Em sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant investiga a natureza do princípio supremo da moralidade, visando a elaboração de uma metafísica dos costumes. Este estudo busca averiguar o princípio moral supremo a partir da Fundamentação e apresentar os conceitos chave da primeira seção como base para discussão sobre o fundamento da moral. Na sequência, propomo-nos a analisar o restante da obra sob a ótica de duas críticas feitas a Kant por alguns de seus intérpretes, a saber: i) Kant teria criado muitas formulações sobre o “princípio moral supremo” gerando um problema de compatibilidade em relação às formulações; ii) Kant seria obscuro e, por isso, teria falhado nesta empreitada ao tentar demonstrar a dedução do princípio supremo na terceira seção. A partir dessa análise, busca-se verificar, portanto, se as críticas feitas a Kant se sustentam coerentemente frente à Fundamentação, bem como esclarecer, a partir dessa contraposição, o pensamento de Kant acerca do princípio moral supremo.


  • Mostrar Abstract
  •      Emmanuel Kant, in his work Groundwork of the Metaphysics of Morals, inquires about the nature of the supreme principle of morality, aiming at a formulation of the metaphysics of morals. This study tries to determine the supreme moral principle from the Groundwork of the Metaphysics of Morals and to present the key concepts of the first section as the basis for a discussion on the groundwork of morals. Following that, we consider analyzing the remainder of the work from the standpoint of two critics to Kant by some of his interpreters, namely: i) Kant would have created many formulations of “supreme moral principle”, bringing forth a problem of compatibility of formulations; ii) Kant would be unclear and, therefore, would have failed in this task when trying to demonstrate the inference of the supreme principle in the third section. From that analysis, it is intended to verify, therefore, whether the critics to Kant are coherently supported by the Groundwork, as well as to clarify, from this opposition, Kant’s view of the supreme moral principle.

2011
Dissertações
1
  • RAFAEL LUCAS DE LIMA
  • SOBRE O CONCEITO DE PSEUDOCONCRETICIDADEEM KAREL KOSIK

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • PEDRO LEAO DA COSTA NETO
  • Data: 23/03/2011

  • Mostrar Resumo
  • Para o filósofo tcheco Karel Kosik (1926-2003), o mundo contemporâneo é o mundo da pseudoconcreticidade, lugar onde vigora um "claro-escuro de verdade e engano". Nesse mundo, a praxis, enquanto atividade transformadora da natureza e criadora do mundo humano-social, foi convertida em mera atividade abstrata, calculadora, técnica, e desvinculada do trabalho como processo criativo. Essa ruptura assinala algo ainda mais significativo - a consciência e compreensão dos indíviduos acerca dos fenômenos, processos e relações que povoam a vida cotidiana ocorrem como representação, e não como um conhecimento conceitual, solidamente alicerçado no pensamento crítico. Partindo da investigação dialético-materialista, empreendida por Kosik, acerca das condições a partir das quais são formados tanto o modo de ser dos homens nas sociedades atuais como o seu pensamento, colimamos analisar e discorrer - à luz da principal obra daquele pensador: a Dialética do concreto (1963) - sobre o que seka esse conceito de psicoconcreticidade, procurando mostrar como ele é engendrado, como são produzidos os fenômenos pseudoconcretos e, enfim, como é possível, ou mesmo se é possível, destruir a pseudoconcreticidade.


  • Mostrar Abstract
  • Para o filósofo tcheco Karel Kosik (1926-2003), o mundo contemporâneo é o mundo da pseudoconcreticidade, lugar onde vigora um "claro-escuro de verdade e engano". Nesse mundo, a praxis, enquanto atividade transformadora da natureza e criadora do mundo humano-social, foi convertida em mera atividade abstrata, calculadora, técnica, e desvinculada do trabalho como processo criativo. Essa ruptura assinala algo ainda mais significativo - a consciência e compreensão dos indíviduos acerca dos fenômenos, processos e relações que povoam a vida cotidiana ocorrem como representação, e não como um conhecimento conceitual, solidamente alicerçado no pensamento crítico. Partindo da investigação dialético-materialista, empreendida por Kosik, acerca das condições a partir das quais são formados tanto o modo de ser dos homens nas sociedades atuais como o seu pensamento, colimamos analisar e discorrer - à luz da principal obra daquele pensador: a Dialética do concreto (1963) - sobre o que seka esse conceito de psicoconcreticidade, procurando mostrar como ele é engendrado, como são produzidos os fenômenos pseudoconcretos e, enfim, como é possível, ou mesmo se é possível, destruir a pseudoconcreticidade.

2
  • MYRNA SUYANNY BARRETO
  • HERÁCLITO NA FILOSOFIA DO JOVEM NIETZSCHE

  • Orientador : FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MIGUEL ANGEL BARRENECHEA
  • Data: 06/10/2011

  • Mostrar Resumo
  • No início dos anos de 1870, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, professor de filologia em Basileia, inicia a sua produção filosófica, marcada pela publicação de O nascimento da tragédia, em 1872. Nietzsche se dedica com entusiasmo, neste período, a estudar e escrever sobre os gregos, entre eles, sobre os primeiros filósofos. Os textos póstumos de juventude Os filósofos pré-platônicos, também conhecido como as Lições, escritas para uso didático, e A filosofia na época trágica dos gregos são resultado de sua pesquisa profunda e apaixonada pelos mais antigos filósofos. Usando como fonte principal estes dois textos, esta dissertação tem como objetivo elucidar a interpretação desenvolvida por Nietzsche sobre o filósofo Heráclito. Para isso, passamos pelas considerações nietzschianas sobre Tales, Anaximandro (sobretudo) e Parmênides, investigamos os quatro conceitos destacados e analisados nas Lições – devir, justiça (Díke), combate (pólemos) e fogo – e, por fim, aprofundamos nossa análise sobre a metáfora do mundo, isto é, do devir, como um jogo de criança que constrói e destrói castelos de areia à beira mar. Veremos que, para Nietzsche, Heráclito teve uma visão estética do mundo, uma visão contemplativa e alegre do mundo, do devir, marcado pelo eterno construir e destruir. Este é o espetáculo que, segundo Nietzsche, teria sido descortinado primeiramente por Heráclito e que deve ser contemplado eternamente.


  • Mostrar Abstract
  • No início dos anos de 1870, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, professor de filologia em Basileia, inicia a sua produção filosófica, marcada pela publicação de O nascimento da tragédia, em 1872. Nietzsche se dedica com entusiasmo, neste período, a estudar e escrever sobre os gregos, entre eles, sobre os primeiros filósofos. Os textos póstumos de juventude Os filósofos pré-platônicos, também conhecido como as Lições, escritas para uso didático, e A filosofia na época trágica dos gregos são resultado de sua pesquisa profunda e apaixonada pelos mais antigos filósofos. Usando como fonte principal estes dois textos, esta dissertação tem como objetivo elucidar a interpretação desenvolvida por Nietzsche sobre o filósofo Heráclito. Para isso, passamos pelas considerações nietzschianas sobre Tales, Anaximandro (sobretudo) e Parmênides, investigamos os quatro conceitos destacados e analisados nas Lições – devir, justiça (Díke), combate (pólemos) e fogo – e, por fim, aprofundamos nossa análise sobre a metáfora do mundo, isto é, do devir, como um jogo de criança que constrói e destrói castelos de areia à beira mar. Veremos que, para Nietzsche, Heráclito teve uma visão estética do mundo, uma visão contemplativa e alegre do mundo, do devir, marcado pelo eterno construir e destruir. Este é o espetáculo que, segundo Nietzsche, teria sido descortinado primeiramente por Heráclito e que deve ser contemplado eternamente.

3
  • AMANDA VIANA DE SOUSA
  • VIDA SEM-PORQUÊ EM MESTRE ECKHART: DESPRENDIMENTO E COTIDIANO

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • EDRISI DE ARAUJO FERNANDES
  • ENIO PAULO GIACHINI - CENTRO UNIVERSITARIO FRANCISCANO
  • Data: 24/10/2011

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação de mestrado apresenta um estudo sobre a concepção de vida entendida como sem-porquê a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart, mais precisamente, os Sermões Alemães (Deutsche Predigten), O livro da divina consolação (Das Buch der götlichen Trostung), Do homem nobre (Von dem edlen Menschen), Palestras de instrução ou conversações espirituais (Die Reden der Unterweisung) e Do desprendimento (Von Abgeschiedenheit). Seguindo o pressuposto do desprendimento, procura-se compreender e explicitar a concepção de vida sem-porquê como a irrupção que des-vela Deus e homem. Assim, descreve-se primeiramente uma reflexão do que é o desprendimento de acordo com três dimensões: ôntica, ontológica e mística. A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma análise do ontológico de todo ôntico, que para Eckhart é o ser de Deus em sua deidade, inapreensível para o homem. Entretanto, a análise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontológico e o ôntico no mundo. A dimensão mística fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquê. Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestação da vida mesma. Não existe sermão definitivo, método milagroso, caminho percorrido ou estratégia eficaz para tal fim – é na realização da vida que se é capaz de perceber o ressoar da auto-revelação divina que nos escapa. Para elucidar essa manifestação e compreender o significado de vida como sem-porquê, esta dissertação analisa quatro perspectivas dessa injunção: a arché e o telos da vida, o tempo sob o viés do nun, o verbum e o ego sum qui sum como o que justifica a vida sem-porquê e a insistência no cotidiano mundano entendida como transcendência. É difícil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relação à sua concepção de vida, pois todo seu esforço é resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinação. Não obstante, é daí que ele abre um novo horizonte para o sentido de vida. Com isso, não existe rotina e determinação em Mestre Eckhart. Todo o ordinário é o espelho do extraordinário e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgência de restabelecer a unidade do que é corriqueiro pelo viés do que é essencial: a vida nossa de cada dia como sem-porquê.


  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação de mestrado apresenta um estudo sobre a concepção de vida entendida como sem-porquê a partir das obras espirituais de Mestre Eckhart, mais precisamente, os Sermões Alemães (Deutsche Predigten), O livro da divina consolação (Das Buch der götlichen Trostung), Do homem nobre (Von dem edlen Menschen), Palestras de instrução ou conversações espirituais (Die Reden der Unterweisung) e Do desprendimento (Von Abgeschiedenheit). Seguindo o pressuposto do desprendimento, procura-se compreender e explicitar a concepção de vida sem-porquê como a irrupção que des-vela Deus e homem. Assim, descreve-se primeiramente uma reflexão do que é o desprendimento de acordo com três dimensões: ôntica, ontológica e mística. A onticidade da pobreza absoluta nos remete imediatamente a uma análise do ontológico de todo ôntico, que para Eckhart é o ser de Deus em sua deidade, inapreensível para o homem. Entretanto, a análise do ser de Deus nos leva para a vida humana novamente - a unidade entre o ontológico e o ôntico no mundo. A dimensão mística fundamenta essa unidade como totalmente sem-porquê. Mas a possibilidade de falar e pensar sobre o desprendimento se faz a partir da manifestação da vida mesma. Não existe sermão definitivo, método milagroso, caminho percorrido ou estratégia eficaz para tal fim – é na realização da vida que se é capaz de perceber o ressoar da auto-revelação divina que nos escapa. Para elucidar essa manifestação e compreender o significado de vida como sem-porquê, esta dissertação analisa quatro perspectivas dessa injunção: a arché e o telos da vida, o tempo sob o viés do nun, o verbum e o ego sum qui sum como o que justifica a vida sem-porquê e a insistência no cotidiano mundano entendida como transcendência. É difícil expressar a profundidade do pensamento eckhartiano em relação à sua concepção de vida, pois todo seu esforço é resguardar o vigor desse des-velamento do enclausuramento de uma determinação. Não obstante, é daí que ele abre um novo horizonte para o sentido de vida. Com isso, não existe rotina e determinação em Mestre Eckhart. Todo o ordinário é o espelho do extraordinário e todo clamor eckhartiano tem em vista a urgência de restabelecer a unidade do que é corriqueiro pelo viés do que é essencial: a vida nossa de cada dia como sem-porquê.

4
  • HILDEMAR DE ARAUJO BEZERRA
  • A CRÍTICA HEGELIANA DO ENTENDIMENTO E A PERSPECTIVA DA RAZÃO

  • Orientador : JUAN ADOLFO BONACCINI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN ADOLFO BONACCINI
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MARLY CARVALHO SOARES
  • Data: 04/11/2011

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo deste trabalho é apresentar a crítica de Hegel à forma de pensar do
    Entendimento (Verstand) e a perspectiva de um novo conceito de Razão (Vernunft) ou
    racionalidade que daí surge, e isto tendo como base os três momentos do processo
    lógico (o momento do Entendimento, o Dialético e o Especulativo) apresentados por
    Hegel na Enciclopédia das Ciências Filosóficas. Mostrar-se-á que esta crítica se faz
    imanente à própria filosofia de Hegel, pois o Entendimento é tanto o objeto da crítica,
    como um dos momentos que constituem o próprio processo lógico-dialético (método
    dialético) que define a racionalidade hegeliana. Assim, a partir dessa inserção do
    Entendimento na própria Razão, ver-se-á que a crítica de Hegel não se dará apenas de
    forma destrutiva, de modo tal que o Entendimento fosse totalmente negado, mas antes
    elevará este mesmo Entendimento ao nível da Razão especulativa, tirando-lhe assim o
    seu pretenso lugar de faculdade absoluta da verdade e apontando-lhe o seu verdadeiro
    lugar.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo deste trabalho é apresentar a crítica de Hegel à forma de pensar do
    Entendimento (Verstand) e a perspectiva de um novo conceito de Razão (Vernunft) ou
    racionalidade que daí surge, e isto tendo como base os três momentos do processo
    lógico (o momento do Entendimento, o Dialético e o Especulativo) apresentados por
    Hegel na Enciclopédia das Ciências Filosóficas. Mostrar-se-á que esta crítica se faz
    imanente à própria filosofia de Hegel, pois o Entendimento é tanto o objeto da crítica,
    como um dos momentos que constituem o próprio processo lógico-dialético (método
    dialético) que define a racionalidade hegeliana. Assim, a partir dessa inserção do
    Entendimento na própria Razão, ver-se-á que a crítica de Hegel não se dará apenas de
    forma destrutiva, de modo tal que o Entendimento fosse totalmente negado, mas antes
    elevará este mesmo Entendimento ao nível da Razão especulativa, tirando-lhe assim o
    seu pretenso lugar de faculdade absoluta da verdade e apontando-lhe o seu verdadeiro
    lugar.

5
  • CARLOS MOISÉS DE OLIVEIRA
  • A MORAL KANTIANA ENTRE DEONTOLOGIA E TELEOLOGIA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA
  • MARCONI JOSÉ PIMENTEL PEQUENO
  • Data: 29/11/2011

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação analisa a moral kantiana em uma perspectiva teleológica. Trata-se de uma reconstrução da filosofia prática que parte da investigação do imperativo categórico, dos conceitos de dever, vontade, boa vontade, bem como uma abordagem sobre as formas de investigação da natureza, o que possibilitará o fundamento para enveredarmos no argumento teleológico, investigando os seres organizados, o sistema harmônico, a relação deste com o fim último e o mais relevante, sempre flexionando a analise desses conceitos a ideia de finalidade. Posteriormente estabeleceremos uma argumentação sobre o fim terminal e a implicação deste conceito para pensar a própria ideia de sistema em Kant e sua relação ou suporte para a teoria moral. Em essência este trabalho aborda a moral do ponto de vista deontológico, delineando a insuficiência deste campo para a fundação da arquitetônica moral, o que possibilitará o arremete ou indispensabilidade do argumento teleológico como fundamental para teoria moral Kantiana.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação analisa a moral kantiana em uma perspectiva teleológica. Trata-se de uma reconstrução da filosofia prática que parte da investigação do imperativo categórico, dos conceitos de dever, vontade, boa vontade, bem como uma abordagem sobre as formas de investigação da natureza, o que possibilitará o fundamento para enveredarmos no argumento teleológico, investigando os seres organizados, o sistema harmônico, a relação deste com o fim último e o mais relevante, sempre flexionando a analise desses conceitos a ideia de finalidade. Posteriormente estabeleceremos uma argumentação sobre o fim terminal e a implicação deste conceito para pensar a própria ideia de sistema em Kant e sua relação ou suporte para a teoria moral. Em essência este trabalho aborda a moral do ponto de vista deontológico, delineando a insuficiência deste campo para a fundação da arquitetônica moral, o que possibilitará o arremete ou indispensabilidade do argumento teleológico como fundamental para teoria moral Kantiana.

6
  • AVELINO ALDO DE LIMA NETO
  • PRAZER COM RAZÃO: ANÁLISE E CRÍTICA DA ÉTICA SEXUAL KANTIANA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MARCONI JOSÉ PIMENTEL PEQUENO
  • Data: 30/11/2011

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação objetiva apresentar os fundamentos da ética kantiana no que concerne ao juízo moral acerca das práticas sexuais. Mostra que o ato sexual, para o filósofo, inevitavelmente degrada os indivíduos que nele tomam parte, dada a sua natureza objetificadora, manifesta no uso dos indivíduos como meros meios para a obtenção de prazer. Para solucionar tal aporia da natureza – posto que humanidade é um fim em si mesmo, em virtude de ser portadora de racionalidade, não podendo, por isso, ser tratada como mero meio – Kant afirma ser o matrimônio o lócus moral adequado para o exercício da sexualidade, dada a reciprocidade aí forjada, impedindo a degradação.  No casamento, o vínculo estabelecido entre o impulso da natureza para a conservação da espécie – concretizado por meio do intercurso sexual aberto à procriação – e o dever do homem para consigo mesmo enquanto ser animal – preservar a espécie sem degradar a pessoa – é cumprido de modo plenamente moral. Este texto clarifica que a justificativa para a assunção desta solução se fixa em dois desdobramentos do imperativo categórico: as fórmulas da humanidade e da lei da natureza. A despeito do fato da primeira trazer contribuições significativas para as relações humanas graças ao conceito de reciprocidade, a segunda estabelece um papel normativo para o argumento teleológico da sexualidade, tornando-se um entrave na filosofia prática kantiana. Para ultrapassar tal obstáculo, esboçamos uma crítica que recorre aos estudos de Michel Foucault acerca do sexo e das técnicas de poder a ele relacionadas, produtores de uma scientia sexualis no Ocidente, mostrando que a moral do filósofo de Königsberg também se inscreve, de alguma forma, neste projeto. Por fim, numa leitura foucaultiana da Aufklärung kantiana, reconhecemos que, para propor novas possibilidades éticas da vivência da sexualidade, urge pensar e criar novos espaços relacionais nos quais o sujeito assuma, autonomamente, o governo de si.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação objetiva apresentar os fundamentos da ética kantiana no que concerne ao juízo moral acerca das práticas sexuais. Mostra que o ato sexual, para o filósofo, inevitavelmente degrada os indivíduos que nele tomam parte, dada a sua natureza objetificadora, manifesta no uso dos indivíduos como meros meios para a obtenção de prazer. Para solucionar tal aporia da natureza – posto que humanidade é um fim em si mesmo, em virtude de ser portadora de racionalidade, não podendo, por isso, ser tratada como mero meio – Kant afirma ser o matrimônio o lócus moral adequado para o exercício da sexualidade, dada a reciprocidade aí forjada, impedindo a degradação.  No casamento, o vínculo estabelecido entre o impulso da natureza para a conservação da espécie – concretizado por meio do intercurso sexual aberto à procriação – e o dever do homem para consigo mesmo enquanto ser animal – preservar a espécie sem degradar a pessoa – é cumprido de modo plenamente moral. Este texto clarifica que a justificativa para a assunção desta solução se fixa em dois desdobramentos do imperativo categórico: as fórmulas da humanidade e da lei da natureza. A despeito do fato da primeira trazer contribuições significativas para as relações humanas graças ao conceito de reciprocidade, a segunda estabelece um papel normativo para o argumento teleológico da sexualidade, tornando-se um entrave na filosofia prática kantiana. Para ultrapassar tal obstáculo, esboçamos uma crítica que recorre aos estudos de Michel Foucault acerca do sexo e das técnicas de poder a ele relacionadas, produtores de uma scientia sexualis no Ocidente, mostrando que a moral do filósofo de Königsberg também se inscreve, de alguma forma, neste projeto. Por fim, numa leitura foucaultiana da Aufklärung kantiana, reconhecemos que, para propor novas possibilidades éticas da vivência da sexualidade, urge pensar e criar novos espaços relacionais nos quais o sujeito assuma, autonomamente, o governo de si.

7
  • GILBERTO BENEDITO DE OLIVEIRA
  • Cuidado de si e Hermenêutica do Sujeito em Michel Foucault

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • EUGENIA TEREZA CASTELO BRANCO CORREIA KRUTZEN
  • Data: 07/12/2011

  • Mostrar Resumo
  • O trabalho, aqui desenvolvido, tem por objetivo apresentar o objeto de estudo de Michel Foucault em seus últimos anos de ensino no Collège de France, a saber, o cuidado de si. Apresentamos o cuidado de si em seu nascer, em sua origem, a partir do personagem Sócrates e seu desenvolvimento até o início da era cristã. Com um olhar atento, apresentamos com Foucault um trabalho de retorno e resgate do cuidado de si às discussões pessoais e acadêmicas; propomos, a partir do cuidado de si, ao sujeito contemporâneo uma problematização de sua vida para que desta problematização ele crie para si mesmo modos de vida que sejam coerência, conhecimento e cuidado com o que ele tem de mais particular, seu si mesmo. Passando pelas fontes que serviram de fonte de estudo para Foucault esboçar o nascimento do cuidado de si, vamos desenhando a forma com a qual Foucault tratou os documentos que falam do cuidado de si. Apresentamos Sócrates como aquele que por excelência faz com que os outros dêem à luz a formas de conhecimento e cuidado próprios ou, em outras palavras, apresentamos o cuidado de si socrático-foucaultiano como um constante inquietar o outro a prestar atenção aos modos como ele conduz sua vida, cria para si modos de ser e, consequentemente, cria éticas de existência. Apresentamos, enfim, o cuidado de si como causa de contínua imanência de modos de subjetivação do sujeito que se configuram em um não aceitar uma essência determinada, mas uma “forma” continuamente atualizada. O cuidado de si conduz a uma relação única e formadora de modos de subjetivação do sujeito; ele cria, na dinâmica da temporalidade, formas éticas de viver que se sustentam por uma coerência interna do sujeito com ele mesmo; ele não admite estaticidade na formação do sujeito, deseja sempre uma obra de si mais bela; ele não é isolamento, necessita e se faz com o outro. O cuidado de si é o princípio e o telos das batalhas e conquistas do sujeito dentro de sua temporalidade e existência.


  • Mostrar Abstract
  • O trabalho, aqui desenvolvido, tem por objetivo apresentar o objeto de estudo de Michel Foucault em seus últimos anos de ensino no Collège de France, a saber, o cuidado de si. Apresentamos o cuidado de si em seu nascer, em sua origem, a partir do personagem Sócrates e seu desenvolvimento até o início da era cristã. Com um olhar atento, apresentamos com Foucault um trabalho de retorno e resgate do cuidado de si às discussões pessoais e acadêmicas; propomos, a partir do cuidado de si, ao sujeito contemporâneo uma problematização de sua vida para que desta problematização ele crie para si mesmo modos de vida que sejam coerência, conhecimento e cuidado com o que ele tem de mais particular, seu si mesmo. Passando pelas fontes que serviram de fonte de estudo para Foucault esboçar o nascimento do cuidado de si, vamos desenhando a forma com a qual Foucault tratou os documentos que falam do cuidado de si. Apresentamos Sócrates como aquele que por excelência faz com que os outros dêem à luz a formas de conhecimento e cuidado próprios ou, em outras palavras, apresentamos o cuidado de si socrático-foucaultiano como um constante inquietar o outro a prestar atenção aos modos como ele conduz sua vida, cria para si modos de ser e, consequentemente, cria éticas de existência. Apresentamos, enfim, o cuidado de si como causa de contínua imanência de modos de subjetivação do sujeito que se configuram em um não aceitar uma essência determinada, mas uma “forma” continuamente atualizada. O cuidado de si conduz a uma relação única e formadora de modos de subjetivação do sujeito; ele cria, na dinâmica da temporalidade, formas éticas de viver que se sustentam por uma coerência interna do sujeito com ele mesmo; ele não admite estaticidade na formação do sujeito, deseja sempre uma obra de si mais bela; ele não é isolamento, necessita e se faz com o outro. O cuidado de si é o princípio e o telos das batalhas e conquistas do sujeito dentro de sua temporalidade e existência.

8
  • LIS HELENA ASCHERMANN KEUCHEGERIAN
  •  O Lugar No Espaço: De Martin Heidegger para  Eduardo Chillida

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • MIGUEL GALLY DE ANDRADE
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • Data: 15/12/2011

  • Mostrar Resumo
  • Ao construir o livro A Arte e o espaço - intitulado originalmente Die Kunst und der Raum (1969) - juntamente com Eduardo Chillida e dedicar o seu texto  ao escultor, Heidegger parece ver nas obras de Chillida alguns de seus temas fundamentais resgatados e reunidos. Essa mesma fusão de conteúdo e pensamento Heidegger pareceu encontrar em seu diálogo travado, em outro momento, com a poesia de Friedrich Hölderlin.O que se pretende com este trabalho de dissertação é apresentar alguns conceitos fundamentais em Heidegger, notadamente sobre espaço, lugar e arte, assim como o modo como estes dialogam com as obras e o pensamento do escultor Eduardo Chillida.Dentre os pontos principais dessa convergência de pensamento entre o filósofo e o escultor, encontramos: a definição de arte; a relação mundo e terra; o pensamento acerca do lugar da arte nos dias atuais; e os significados de espaçar, in-corporar e de positivar o espaço.


  • Mostrar Abstract
  • Ao construir o livro A Arte e o espaço - intitulado originalmente Die Kunst und der Raum (1969) - juntamente com Eduardo Chillida e dedicar o seu texto  ao escultor, Heidegger parece ver nas obras de Chillida alguns de seus temas fundamentais resgatados e reunidos. Essa mesma fusão de conteúdo e pensamento Heidegger pareceu encontrar em seu diálogo travado, em outro momento, com a poesia de Friedrich Hölderlin.O que se pretende com este trabalho de dissertação é apresentar alguns conceitos fundamentais em Heidegger, notadamente sobre espaço, lugar e arte, assim como o modo como estes dialogam com as obras e o pensamento do escultor Eduardo Chillida.Dentre os pontos principais dessa convergência de pensamento entre o filósofo e o escultor, encontramos: a definição de arte; a relação mundo e terra; o pensamento acerca do lugar da arte nos dias atuais; e os significados de espaçar, in-corporar e de positivar o espaço.

9
  • JAILSON SILVA LOPES
  • ELEMENTOS DE UMA ÉTICA SEXUAL TOMISTA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDERSON DARC FERREIRA
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • GLENN WALTER ERICKSON
  • Data: 16/12/2011

  • Mostrar Resumo
  • .


  • Mostrar Abstract
  • .

2010
Dissertações
1
  • DAVID GOMES COSTA
  • SISTEMAS DE LÓGICA MODAL EM DEDUÇÃO NATURAL

  • Orientador : MARIA DA PAZ NUNES DE MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA PAZ NUNES DE MEDEIROS
  • JOSE EDUARDO DE ALMEIDA MOURA
  • LUIZ CARLOS DIAS PINHEIRO PEREIRA
  • Data: 15/01/2010

  • Mostrar Resumo
  • A formalizacao de sistemas de logica em deducao natural traz muitas vantagens meta-teoreticas, das quais e sempre destacada a prova de normalizacao. Os sistemas de logica modal ate bem recentemente nao eram costumeiramente tratados pelo vies da deducao natural, contudo algumas formulacoes, provas de normalizacao e tentativas de provas surgiram. Esse trabalho e uma apresentacao de alguns sistemas importantes de logica modal em deducao natural ja existentes, e de alguns procedimentos de normalizacao para eles, mas e tambem, e principalmente, a apresentacao de uma hierarquia de sistemas de logica modal em Deducao Natural do sistema K ao sistema S5 e um esquema da prova de normalizacao do sistema K, que e modelo para a normalizacao nos outros sistemas.


  • Mostrar Abstract
  • A formalizacao de sistemas de logica em deducao natural traz muitas vantagens meta-teoreticas, das quais e sempre destacada a prova de normalizacao. Os sistemas de logica modal ate bem recentemente nao eram costumeiramente tratados pelo vies da deducao natural, contudo algumas formulacoes, provas de normalizacao e tentativas de provas surgiram. Esse trabalho e uma apresentacao de alguns sistemas importantes de logica modal em deducao natural ja existentes, e de alguns procedimentos de normalizacao para eles, mas e tambem, e principalmente, a apresentacao de uma hierarquia de sistemas de logica modal em Deducao Natural do sistema K ao sistema S5 e um esquema da prova de normalizacao do sistema K, que e modelo para a normalizacao nos outros sistemas.

2
  • ALAN MARINHO LOPES
  • O ENTARDECER DE UMA ERA

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ACYLENE MARIA CABRAL FERREIRA
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • Data: 15/04/2010

  • Mostrar Resumo
  • O diálogo pensante entre a filosofia de Heidegger e a poesia de Hölderlin e Rilke deve ser travado nos domínios da linguagem. A dificuldade em estabelecer esse diálogo vem do próprio homem, incapaz de pensar fora do arcabouço da ciência e da técnica moderna. A linguagem poética foi esquecida ou ignorada, tornando-se obsoleta diante das facilidades e recursos da técnica. Heidegger busca as essências para que a poesia possa ser compreendida em sua plenitude pelo homem. Técnica, poesia e existência devem ser pronunciadas e investigadas para que o ser se apresente novamente. Para Heidegger, o homem vive em um período de incertezas por se encontrar no entardecer de uma era. A incerteza gera a penúria e a noite do mundo representa a ausência de Deus e das verdades originárias. Apenas com a compreensão fundamental da poesia, o homem de hoje pode ser projetar ao futuro não mais como produto da técnica, mas com a liberdade para escolher. A mensagem da poesia de Hölderlin e Rilke, segundo a interpretação de Heidegger, transmite um alerta ao homem contemporâneo acerca do perigo vigente na relação que ele mantém com a natureza. O objetivo do seguinte trabalho é construir esse diálogo pensante, sem desfigurar a poesia, mas indo de encontro à sua essência, para de lá retirar seu verdadeiro valor existencial.


  • Mostrar Abstract
  • O diálogo pensante entre a filosofia de Heidegger e a poesia de Hölderlin e Rilke deve ser travado nos domínios da linguagem. A dificuldade em estabelecer esse diálogo vem do próprio homem, incapaz de pensar fora do arcabouço da ciência e da técnica moderna. A linguagem poética foi esquecida ou ignorada, tornando-se obsoleta diante das facilidades e recursos da técnica. Heidegger busca as essências para que a poesia possa ser compreendida em sua plenitude pelo homem. Técnica, poesia e existência devem ser pronunciadas e investigadas para que o ser se apresente novamente. Para Heidegger, o homem vive em um período de incertezas por se encontrar no entardecer de uma era. A incerteza gera a penúria e a noite do mundo representa a ausência de Deus e das verdades originárias. Apenas com a compreensão fundamental da poesia, o homem de hoje pode ser projetar ao futuro não mais como produto da técnica, mas com a liberdade para escolher. A mensagem da poesia de Hölderlin e Rilke, segundo a interpretação de Heidegger, transmite um alerta ao homem contemporâneo acerca do perigo vigente na relação que ele mantém com a natureza. O objetivo do seguinte trabalho é construir esse diálogo pensante, sem desfigurar a poesia, mas indo de encontro à sua essência, para de lá retirar seu verdadeiro valor existencial.

3
  • LUIZ FERNANDO FONTES TEIXEIRA
  • A CAMINHO DA FRONTEIRA: IDENTIDADE E DIFERENÇA ENTRE HEIDEGGER E OS JAPONESES

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ACYLENE MARIA CABRAL FERREIRA
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • Data: 16/04/2010

  • Mostrar Resumo
  • A dissertação introduz a relação entre Heidegger e os japoneses, da chamada Escola de Filosofia de Quioto, por meio da investigação do nexo entre Identidade e Diferença como problema central da comparação filosófica Ocidente/Oriente. O intuito é evidenciar como justamente essa questão desperta a chamada Comparative Edge, ou filosofia das fronteiras ou limites comparados, semeando no seio da filosofia contemporânea uma nova possibilidade de pensar os temas convenientes dos tempos hodiernos por meio da comparação entre fronteiras.


  • Mostrar Abstract
  • A dissertação introduz a relação entre Heidegger e os japoneses, da chamada Escola de Filosofia de Quioto, por meio da investigação do nexo entre Identidade e Diferença como problema central da comparação filosófica Ocidente/Oriente. O intuito é evidenciar como justamente essa questão desperta a chamada Comparative Edge, ou filosofia das fronteiras ou limites comparados, semeando no seio da filosofia contemporânea uma nova possibilidade de pensar os temas convenientes dos tempos hodiernos por meio da comparação entre fronteiras.

4
  • BENJAMIM JULIAO DE GOIS FILHO
  • FOUCAULT E A (BIO)POLÍTICA: POSSIBILIDADES E METAMORFOSES DE UM CONCEITO

  • Orientador : ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALIPIO DE SOUSA FILHO
  • DANIEL SOARES LINS
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • Data: 28/04/2010

  • Mostrar Resumo
  • A questão fundamental desenvolvida nesta pesquisa consiste em pensar os possíveis sentidos da biopolítica no pensamento de Michel Foucault. No primeiro capítulo desse estudo procura-se analisar a racionalidade do biopoder. Trata-se de apresentar a racionalidade do poder funcionando como uma maquinaria social na fabricação da subjetividade dos indivíduos, a biopolítica como produtora de corpos e da subjetividade. O tema da biopolítica aparece como inspiração da metáfora nietzscheana da guerra. A idéia de que a história é a guerra pelo domínio dos corpos. No segundo capítulo, a (bio)política será pensada como políticas de resistências, lutas críticas, como uma postura de revolta do sujeito diante de sua condição de assujeitado. O biopolítico, aqui, é pensado como uma ferramenta conceitual para a leitura do pensamento/obra de Foucault. Uma resistência que pode ser pensada como uma biopolítica, como uma “indocilidade refletida”. No terceiro capítulo, procurar-se-á mostrar como no Foucault que discute o poder já estava presente a ética do cuidado de si. Se o sujeito é produto, é capturado pelo discurso do biopoder que fabrica sua subjetividade, o cuidado de si, é a hora de pensar os conteúdos interiores. O cuidado de si é algo que se oferece como resistência, como uma possibilidade de pensar que esses conteúdos são construídos historicamente, e que portanto, é possível refundar-se, o cuidado de si é uma política de combate a esses conteúdos sedimentados que promove a colonização dos sujeitos. É possível passar de governado a governante de si, embora essa busca de liberdade seja sempre inacabada, seja sempre uma tensão, uma vontade de liberdade que pode se realizar não como um estado, mas pelo menos mínima e provisoriamente em formas outras de existência, e modos outros de se relacionar, outras maneiras de sociabilidade, de amizade, de sexualidade.


  • Mostrar Abstract
  • A questão fundamental desenvolvida nesta pesquisa consiste em pensar os possíveis sentidos da biopolítica no pensamento de Michel Foucault. No primeiro capítulo desse estudo procura-se analisar a racionalidade do biopoder. Trata-se de apresentar a racionalidade do poder funcionando como uma maquinaria social na fabricação da subjetividade dos indivíduos, a biopolítica como produtora de corpos e da subjetividade. O tema da biopolítica aparece como inspiração da metáfora nietzscheana da guerra. A idéia de que a história é a guerra pelo domínio dos corpos. No segundo capítulo, a (bio)política será pensada como políticas de resistências, lutas críticas, como uma postura de revolta do sujeito diante de sua condição de assujeitado. O biopolítico, aqui, é pensado como uma ferramenta conceitual para a leitura do pensamento/obra de Foucault. Uma resistência que pode ser pensada como uma biopolítica, como uma “indocilidade refletida”. No terceiro capítulo, procurar-se-á mostrar como no Foucault que discute o poder já estava presente a ética do cuidado de si. Se o sujeito é produto, é capturado pelo discurso do biopoder que fabrica sua subjetividade, o cuidado de si, é a hora de pensar os conteúdos interiores. O cuidado de si é algo que se oferece como resistência, como uma possibilidade de pensar que esses conteúdos são construídos historicamente, e que portanto, é possível refundar-se, o cuidado de si é uma política de combate a esses conteúdos sedimentados que promove a colonização dos sujeitos. É possível passar de governado a governante de si, embora essa busca de liberdade seja sempre inacabada, seja sempre uma tensão, uma vontade de liberdade que pode se realizar não como um estado, mas pelo menos mínima e provisoriamente em formas outras de existência, e modos outros de se relacionar, outras maneiras de sociabilidade, de amizade, de sexualidade.

5
  • MARCONE DE OLIVEIRA MAFFEZZOLLI
  • ELEUTHERIA - A NOÇÃO DE LIBERDADE NA ÉTICA DE EPICURO

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • ANASTACIO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
  • Data: 07/05/2010

  • Mostrar Resumo
  • .


  • Mostrar Abstract
  • .

6
  • CATARINA ROCHAMONTE
  • METAFÍSICA E MORALIDADE NA FILOSOFIA DE SCHOPENHAUER

  • Orientador : JAIMIR CONTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEYVE REDYSON MELO DOS SANTOS
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • JAIMIR CONTE
  • Data: 28/06/2010

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho afirma uma mútua implicação entre metafísica e moralidade na filosofia de Schopenhauer e busca explicitar as diversas nuanças na qual se dá essa relação. Cada capítulo apresenta uma perspectiva na qual a relação entre metafísica e moralidade pode ser abordada. Desse modo, através da exposição de alguns aspectos importantes da teoria da representação de Schopenhauer, tentamos, no primeiro capítulo, explicitar a relação entre seu idealismo e sua concepção de moralidade; no segundo capítulo, o determinismo presente tanto na natureza quanto nas ações morais estabelece a relação entre moralidade e metafísica através da própria noção de metafísica da natureza; no terceiro capítulo, a relação entre metafísica e moralidade se dá através da noção de liberdade como negação do determinismo anterior, liberdade essa possível ao gênio, ao santo e ao asceta. Todas essas perspectivas, entretanto, pressupõem a distinção entre fenômeno e coisa-em-si, figurando tal distinção como indispensável na construção dessa metafísica que busca resguardar a significação moral do mundo ao mesmo tempo em que nega a existência de Deus.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho afirma uma mútua implicação entre metafísica e moralidade na filosofia de Schopenhauer e busca explicitar as diversas nuanças na qual se dá essa relação. Cada capítulo apresenta uma perspectiva na qual a relação entre metafísica e moralidade pode ser abordada. Desse modo, através da exposição de alguns aspectos importantes da teoria da representação de Schopenhauer, tentamos, no primeiro capítulo, explicitar a relação entre seu idealismo e sua concepção de moralidade; no segundo capítulo, o determinismo presente tanto na natureza quanto nas ações morais estabelece a relação entre moralidade e metafísica através da própria noção de metafísica da natureza; no terceiro capítulo, a relação entre metafísica e moralidade se dá através da noção de liberdade como negação do determinismo anterior, liberdade essa possível ao gênio, ao santo e ao asceta. Todas essas perspectivas, entretanto, pressupõem a distinção entre fenômeno e coisa-em-si, figurando tal distinção como indispensável na construção dessa metafísica que busca resguardar a significação moral do mundo ao mesmo tempo em que nega a existência de Deus.

7
  • NELSON CHOUERI JUNIOR
  •  

    INVESTIGAÇÕES EM TORNO DO ANTROPOCENTRISMO E DA ATUAL CRISE ECOLÓGICA

  • Orientador : JAIMIR CONTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JAIMIR CONTE
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • NANCY MANGABEIRA UNGER
  • Data: 30/08/2010

  • Mostrar Resumo
  • Grande parte dos pensadores da ética ambiental credita a crise ecológica da atualidade ao fato de que tanto o pensamento quanto as ações dos seres humanos seriam antropocêntricos, ou seja, teriam como objetivo único a satisfação de necessidades e desejos dos próprios homens. No entanto, uma cuidadosa investigação sobre a relação que os humanos mantêm entre si poderia revelar que talvez não sejamos verdadeiramente nem sequer antropocêntricos. O objetivo deste trabalho é tentar trazer à luz mais conhecimentos sobre isto: se de fato pensamos e agimos de forma antropocêntrica, como é amplamente aceito. E parece que conseguimos nos aproximar de uma resposta satisfatória para a questão.


  • Mostrar Abstract
  • Grande parte dos pensadores da ética ambiental credita a crise ecológica da atualidade ao fato de que tanto o pensamento quanto as ações dos seres humanos seriam antropocêntricos, ou seja, teriam como objetivo único a satisfação de necessidades e desejos dos próprios homens. No entanto, uma cuidadosa investigação sobre a relação que os humanos mantêm entre si poderia revelar que talvez não sejamos verdadeiramente nem sequer antropocêntricos. O objetivo deste trabalho é tentar trazer à luz mais conhecimentos sobre isto: se de fato pensamos e agimos de forma antropocêntrica, como é amplamente aceito. E parece que conseguimos nos aproximar de uma resposta satisfatória para a questão.

8
  • MARCOS AURÉLIO DE LIMA
  • A RETÓRICA EM ARISTÓTELES: da orientação das paixões ao aprimoramento da eupraxia.

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARIA CECILIA DE MIRANDA NOGUEIRA COELHO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 08/09/2010

  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa põe em foco as relações entre a obra Retórica, de Aristóteles, e as concepções acerca de ética e de sabedoria prática desse mesmo autor. Procura mostrar que Aristóteles produziu a Retórica a fim de nortear a construção oratória e a orientação das paixões do homem grego, confirgurando-a como referencial de práticas voltadas para a ordenação social da pólis. Em outras palavras, a Retórica aristotélica, concebida pelo citado filósofo como sendo o estudo do que é persuasivo em cada discurso, não é composta com o significado de persuasão a qualquer custo, pois, noutro sentido, é idealizada por Aristóteles como saber útil ao aprimoramento da eupraxia (o bem agir em conformidade com o justo e o verdadeiro).

    A presente investigação tem em vista que a obra Retórica foi elaborada pelo Estagirita numa época de fortes transformações e agitações sociais na antiga Grécia: o ceticismo se expandia, com cada indivíduo querendo viver para os seus próprios negócios e, principalmente em Atenas, uma cidade que servira como referência intelectual e política, havia uma carência do espírito coletivo. Nesse tumultuado ambiente social, Aristóteles, contando com uma cultura de gregos ansiosos por opiniões confiáveis e socialmente partilháveis no campo da verossimilhança, buscou, com a obra que é núcleo desta investigação, contribuir para o desenvolvimento da ética e da ciência política; para os encaminhamentos judiciais e a organização das inter-relações sociais em ambientes variados, inclusive tentando proporcionar o conhecimento sobre as paixões humanas e o equilíbrio emocional dos cidadãos atuantes em encontros deliberativos.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa põe em foco as relações entre a obra Retórica, de Aristóteles, e as concepções acerca de ética e de sabedoria prática desse mesmo autor. Procura mostrar que Aristóteles produziu a Retórica a fim de nortear a construção oratória e a orientação das paixões do homem grego, confirgurando-a como referencial de práticas voltadas para a ordenação social da pólis. Em outras palavras, a Retórica aristotélica, concebida pelo citado filósofo como sendo o estudo do que é persuasivo em cada discurso, não é composta com o significado de persuasão a qualquer custo, pois, noutro sentido, é idealizada por Aristóteles como saber útil ao aprimoramento da eupraxia (o bem agir em conformidade com o justo e o verdadeiro).

    A presente investigação tem em vista que a obra Retórica foi elaborada pelo Estagirita numa época de fortes transformações e agitações sociais na antiga Grécia: o ceticismo se expandia, com cada indivíduo querendo viver para os seus próprios negócios e, principalmente em Atenas, uma cidade que servira como referência intelectual e política, havia uma carência do espírito coletivo. Nesse tumultuado ambiente social, Aristóteles, contando com uma cultura de gregos ansiosos por opiniões confiáveis e socialmente partilháveis no campo da verossimilhança, buscou, com a obra que é núcleo desta investigação, contribuir para o desenvolvimento da ética e da ciência política; para os encaminhamentos judiciais e a organização das inter-relações sociais em ambientes variados, inclusive tentando proporcionar o conhecimento sobre as paixões humanas e o equilíbrio emocional dos cidadãos atuantes em encontros deliberativos.

9
  • CÍCERO LEÍLTON LEITE BEZERRA
  • Uma Nova Tecnologia no Pensamento de Herbert Marcuse: arte e técnica na sociedade unidimensional

  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • IMACULADA MARIA GUIMARAES KANGUSSU
  • Data: 28/10/2010

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho trata da questão da tecnologia no pensamento de Herbert Marcuse, explicitando
    a fusão entre tecnologia e dominação que resulta num aparato tecnológico totalitário. Desse
    modo, a civilização tecnológica é sustentada e justificada por uma racionalidade tecnológica
    que serve como uma força de ajuste causando uma paralisia da crítica. Ao analisar o aparato
    tecnológico na sociedade administrada percorremos não somente no pensamento filosófico de
    Marcuse, mas de outros grandes pensadores, com Heidegger, Hegel, Marx, como também um
    debate sobre a filosofia da ciência e da lógica lingüística. O autor aponta para a necessidade
    de uma nova racionalidade tecnológica que aconteceria por meio de uma nova sensibilidade
    onde a técnica possibilitaria uma nova relação do homem com a natureza. A partir daí,
    emergiria a necessidade de um novo sujeito, esta transição seria possível por meio da
    sensibilidade, onde arte se converteria em arte da vida. Com a vinculação entre arte e técnica
    possibilitada pela nova sensibilidade, o autor deixa umas das suas principais contribuição, que
    reside no ato de deixar em aberto a possibilidade de uma nova meta.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho trata da questão da tecnologia no pensamento de Herbert Marcuse, explicitando
    a fusão entre tecnologia e dominação que resulta num aparato tecnológico totalitário. Desse
    modo, a civilização tecnológica é sustentada e justificada por uma racionalidade tecnológica
    que serve como uma força de ajuste causando uma paralisia da crítica. Ao analisar o aparato
    tecnológico na sociedade administrada percorremos não somente no pensamento filosófico de
    Marcuse, mas de outros grandes pensadores, com Heidegger, Hegel, Marx, como também um
    debate sobre a filosofia da ciência e da lógica lingüística. O autor aponta para a necessidade
    de uma nova racionalidade tecnológica que aconteceria por meio de uma nova sensibilidade
    onde a técnica possibilitaria uma nova relação do homem com a natureza. A partir daí,
    emergiria a necessidade de um novo sujeito, esta transição seria possível por meio da
    sensibilidade, onde arte se converteria em arte da vida. Com a vinculação entre arte e técnica
    possibilitada pela nova sensibilidade, o autor deixa umas das suas principais contribuição, que
    reside no ato de deixar em aberto a possibilidade de uma nova meta.

10
  • LUCAS FORTUNATO REGO DE MEDEIROS
  • O Filósofo e o Pensamento Intempestivo

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • DANIEL SOARES LINS
  • Data: 10/11/2010

  • Mostrar Resumo
  • Se em todo escrito existe um objetivo, o que esse se propõe é pensar como a figura do filósofo aparece na série Considerações Intempestivas, lançada em quatro volumes entre os anos de 1873 e 1876. Nesses escritos de Nietzsche, no que pese as diferentes temáticas abordadas, ele esboça um tipo de homem propriamente filosófico, assim como apresenta em detalhes o que pensa sobre a filosofia e seu papel relativamente à época, articulando essas idéias de modo intrínseco com uma noção renovada sobre a cultura, que desempenha um papel extremamente importante no conjunto de sua obra. A partir disso, proponho pensar com Nietzsche, mas para além de seu horizonte histórico, como uma filosofia propriamente intempestiva se relaciona com a história. Dizendo de outra maneira, a partir dos caminhos trilhados por Nietzsche nas obras mencionadas, quero trazer para o presente, ensinamentos assimilados ao pensamento vivo, com o cuidado de colocar no primeiro plano o que cabe ao filósofo, considerado como médico da cultura, relativamente à época e à civilização, ou seja, desejo pensar a tarefa do filósofo nos tempos de caos como o que nos toca viver, pensando a um só tempo, como a época recebe a filosofia, e conseqüentemente, a maneira como a filosofia se relaciona com a época.


  • Mostrar Abstract
  • Se em todo escrito existe um objetivo, o que esse se propõe é pensar como a figura do filósofo aparece na série Considerações Intempestivas, lançada em quatro volumes entre os anos de 1873 e 1876. Nesses escritos de Nietzsche, no que pese as diferentes temáticas abordadas, ele esboça um tipo de homem propriamente filosófico, assim como apresenta em detalhes o que pensa sobre a filosofia e seu papel relativamente à época, articulando essas idéias de modo intrínseco com uma noção renovada sobre a cultura, que desempenha um papel extremamente importante no conjunto de sua obra. A partir disso, proponho pensar com Nietzsche, mas para além de seu horizonte histórico, como uma filosofia propriamente intempestiva se relaciona com a história. Dizendo de outra maneira, a partir dos caminhos trilhados por Nietzsche nas obras mencionadas, quero trazer para o presente, ensinamentos assimilados ao pensamento vivo, com o cuidado de colocar no primeiro plano o que cabe ao filósofo, considerado como médico da cultura, relativamente à época e à civilização, ou seja, desejo pensar a tarefa do filósofo nos tempos de caos como o que nos toca viver, pensando a um só tempo, como a época recebe a filosofia, e conseqüentemente, a maneira como a filosofia se relaciona com a época.

11
  • PAULO CESAR GONDIM DA SILVA
  • O CONCEITO DE LIBERDADE EM O SER E O NADA DE JEAN-PAUL SARTRE

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
  • JORGE LUIZ ROCHA DE VASCONCELLOS
  • Data: 19/11/2010

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por objetivo abordar o conceito de liberdade sob a ótica do filósofo francês Jean-Paul Sartre, tendo como pano de fundo principal a obra O Ser e o Nada (Ensaio de Ontologia Fenomenológica). Tentar-se-á aqui, após a apresentação do conceito sartreano de liberdade, mostrar que esse conceito traz a reboque a noção de responsabilidade, o que vem, em última análise, a nos levar a definir a filosofia sartreana como uma filosofia da ação. Embora esta pesquisa esteja balizada pelas densas linhas do ensaio aqui referido, serão abordadas também outras obras do pensador francês no sentido de se tentar atingir o objetivo da pesquisa.                                                          


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação tem por objetivo abordar o conceito de liberdade sob a ótica do filósofo francês Jean-Paul Sartre, tendo como pano de fundo principal a obra O Ser e o Nada (Ensaio de Ontologia Fenomenológica). Tentar-se-á aqui, após a apresentação do conceito sartreano de liberdade, mostrar que esse conceito traz a reboque a noção de responsabilidade, o que vem, em última análise, a nos levar a definir a filosofia sartreana como uma filosofia da ação. Embora esta pesquisa esteja balizada pelas densas linhas do ensaio aqui referido, serão abordadas também outras obras do pensador francês no sentido de se tentar atingir o objetivo da pesquisa.                                                          

12
  • WILLIANE DE SOUZA OLIVEIRA
  • Niilismo e Técnica: A Caminho da Ultrapassagem.

  • Orientador : OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
  • GISELE AMARAL DOS SANTOS
  • CELSO MARTINS AZAR FILHO
  • Data: 22/11/2010

  • Mostrar Resumo
  • Para formular uma discussão plena sobre os elementos que regem uma teorização do niilismo, acentuamos a conceitualização dos temas prementes a filosofia de Nietzsche, para assim firmarmos um caminho seguro no tocante a sua afirmação, e não somente isso, no intuito de identificarmos a sua importância dentro de uma postura metafísica. No processo de escavação e análise dos seus elementos, encontra-se uma profunda cisão com o conjunto de doutrinas que permeiam a modernidade, contudo é importante estabelecer sobre que bases fundam-se esta compreensão a que se chega acerca do niilismo. Como ponto de investigação do primeiro capítulo considera-se o relativo ambiente histórico e filosófico em que parte o niilismo, baseado na leitura apontada por Franco Volpi, seguindo a análise e crítica do filósofo Friedrich Nietzsche, como elemento principal para uma caracterização do niilismo como questão filosófica a partir de conceitos fundamentais que permeiam a sua leitura: decadência, morte de Deus, desvalorização de valores, transvalorização de valores, vontade de poder e eterno retorno, são alguns dos conceitos mais freqüentes para uma caracterização do niilismo e servem de arcabouço para apontar uma crítica à metafísica. No segundo capítulo é feita uma análise sobre as idéias surgidas a partir da leitura tomada em Nietzsche que são desenvolvidas entre o filósofo Martin Heidegger e Ernst Jünger. Um diálogo que circunscreve o niilismo e os seus desdobramentos para a Era da Técnica para pensar a sua superação ou ultrapassagem.


  • Mostrar Abstract
  • Para formular uma discussão plena sobre os elementos que regem uma teorização do niilismo, acentuamos a conceitualização dos temas prementes a filosofia de Nietzsche, para assim firmarmos um caminho seguro no tocante a sua afirmação, e não somente isso, no intuito de identificarmos a sua importância dentro de uma postura metafísica. No processo de escavação e análise dos seus elementos, encontra-se uma profunda cisão com o conjunto de doutrinas que permeiam a modernidade, contudo é importante estabelecer sobre que bases fundam-se esta compreensão a que se chega acerca do niilismo. Como ponto de investigação do primeiro capítulo considera-se o relativo ambiente histórico e filosófico em que parte o niilismo, baseado na leitura apontada por Franco Volpi, seguindo a análise e crítica do filósofo Friedrich Nietzsche, como elemento principal para uma caracterização do niilismo como questão filosófica a partir de conceitos fundamentais que permeiam a sua leitura: decadência, morte de Deus, desvalorização de valores, transvalorização de valores, vontade de poder e eterno retorno, são alguns dos conceitos mais freqüentes para uma caracterização do niilismo e servem de arcabouço para apontar uma crítica à metafísica. No segundo capítulo é feita uma análise sobre as idéias surgidas a partir da leitura tomada em Nietzsche que são desenvolvidas entre o filósofo Martin Heidegger e Ernst Jünger. Um diálogo que circunscreve o niilismo e os seus desdobramentos para a Era da Técnica para pensar a sua superação ou ultrapassagem.

2009
Dissertações
1
  • LUCAS MAFALDO OLIVEIRA
  • Paidéia e Retórica no diálogo Fedro de Platão

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO PIMENTA MARQUES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • Data: 29/10/2009

  • Mostrar Resumo
  • Essa dissertação descreve um estudo realizado sobre o diálogo “Fedro” de Platão, com o

    objetivo de apresentar uma interpretação do mesmo a partir da hipótese de que esse

    diálogo pode ser lido como uma reflexão sobre a questão da paidéia. Encontramos

    indícios para justificar essa leitura tanto no contexto cultural da época do diálogo como

    na própria narrativa do texto. Em relação ao contexto cultural, observamos que a retórica

    se tornara a principal disciplina na formação dos atenienses, em grande parte por causa

    das instituições democráticas que favoreciam esse tipo de prática. Em relação à narrativa,

    observamos que essa é, em larga medida, a história de como Sócrates guia a alma de

    Fedro para a filosofia. Desse modo, consideramos que o objetivo central de Platão é

    problematizar essa disciplina e apresentar a perspectiva filosófica sobre a possibilidade

    de uma arte dos discursos. Para isso, Platão faz uma análise da retórica, uma apresentação

    da dialética e discute a relação entre oralidade e escrita. Consideramos que todos esses

    elementos ganham sentido na medida em que servem para pensar a formação cultural dos

    atenienses.


  • Mostrar Abstract
  • Essa dissertação descreve um estudo realizado sobre o diálogo “Fedro” de Platão, com o

    objetivo de apresentar uma interpretação do mesmo a partir da hipótese de que esse

    diálogo pode ser lido como uma reflexão sobre a questão da paidéia. Encontramos

    indícios para justificar essa leitura tanto no contexto cultural da época do diálogo como

    na própria narrativa do texto. Em relação ao contexto cultural, observamos que a retórica

    se tornara a principal disciplina na formação dos atenienses, em grande parte por causa

    das instituições democráticas que favoreciam esse tipo de prática. Em relação à narrativa,

    observamos que essa é, em larga medida, a história de como Sócrates guia a alma de

    Fedro para a filosofia. Desse modo, consideramos que o objetivo central de Platão é

    problematizar essa disciplina e apresentar a perspectiva filosófica sobre a possibilidade

    de uma arte dos discursos. Para isso, Platão faz uma análise da retórica, uma apresentação

    da dialética e discute a relação entre oralidade e escrita. Consideramos que todos esses

    elementos ganham sentido na medida em que servem para pensar a formação cultural dos

    atenienses.

2
  • ROGÉRIO EMILIANO GUEDES ALCOFORADO
  • UMA (RE)LEITURA TELEOLÓGICA DA FILOSOFIA MORAL EM KANT: por uma necessidade de inclusão do homem na natureza.

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DRANCE ELIAS DA SILVA
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • JULIANO FELLINI
  • Data: 16/11/2009

  • Mostrar Resumo
  • Construída nos alicerces da metafísica, a presente dissertação trata da filosofia moral kantiana. Mas o itinerário das especulações que regem a elaboração dessa (re)leitura, dos pensamentos daquele filósofo, é uma tentativa de flexibilizar o rigor formal, desde sempre associado aos horizontes da ética kantiana. Será da compreensão do que vem a ser esse formalismo, em sua arquitetura da moralidade, que poderemos caminhar ao encontro de um Kant teleológico; e, esse é o elemento fundamental para entender alguns aspectos significativos naquele sistema ético, os quais passam necessariamente pela aproximação que tentamos demonstrar entre razão e sensibilidade, bem como entre natureza e liberdade. Nesse diapasão, temos que a jornada ao encontro da autonomia, enquanto alicerce da liberdade e da moralidade, convoca o auxilio da educação nos padrões kantianos, do que se pode vislumbrar uma trajetória de aperfeiçoamento do homem, enquanto indivíduo e, muito mais significativamente, enquanto espécie. Esse movimento evolutivo, que tende a revelar o destino da humanidade, está engendrado na relação entre necessidade e finalidade, sendo a condição de possibilidade para a estruturação de um projeto para a humanidade. Vale salientar que é um projeto racional, educacional e moral a ser desenvolvido no decurso da história. Daí, a somatória de todos esses elementos proporciona o desenvolvimento das disposições naturais do homem – enquanto ser que busca se auto-conhecer –, tornando-se, assim, digno de ser qualificado como humano. Por fim, o estudo visa compreender a necessidade de inclusão do homem na natureza, o que se dá através da aquisição de consciência dos indivíduos.

     


  • Mostrar Abstract
  • Construída nos alicerces da metafísica, a presente dissertação trata da filosofia moral kantiana. Mas o itinerário das especulações que regem a elaboração dessa (re)leitura, dos pensamentos daquele filósofo, é uma tentativa de flexibilizar o rigor formal, desde sempre associado aos horizontes da ética kantiana. Será da compreensão do que vem a ser esse formalismo, em sua arquitetura da moralidade, que poderemos caminhar ao encontro de um Kant teleológico; e, esse é o elemento fundamental para entender alguns aspectos significativos naquele sistema ético, os quais passam necessariamente pela aproximação que tentamos demonstrar entre razão e sensibilidade, bem como entre natureza e liberdade. Nesse diapasão, temos que a jornada ao encontro da autonomia, enquanto alicerce da liberdade e da moralidade, convoca o auxilio da educação nos padrões kantianos, do que se pode vislumbrar uma trajetória de aperfeiçoamento do homem, enquanto indivíduo e, muito mais significativamente, enquanto espécie. Esse movimento evolutivo, que tende a revelar o destino da humanidade, está engendrado na relação entre necessidade e finalidade, sendo a condição de possibilidade para a estruturação de um projeto para a humanidade. Vale salientar que é um projeto racional, educacional e moral a ser desenvolvido no decurso da história. Daí, a somatória de todos esses elementos proporciona o desenvolvimento das disposições naturais do homem – enquanto ser que busca se auto-conhecer –, tornando-se, assim, digno de ser qualificado como humano. Por fim, o estudo visa compreender a necessidade de inclusão do homem na natureza, o que se dá através da aquisição de consciência dos indivíduos.

     

3
  • HILANA CRISTINA ROCHA SETUBAL
  • O CUIDADO E A ÉTICA DO CUIDADO: UM DIÁLOGO ENTRE LEONARDO BOFF, CAROL GILLIGAN E NEL NODDINGS

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • DARLEI DALL''AGNOL
  • JULIANO FELLINI
  • Data: 30/11/2009

  • Mostrar Resumo
  • Visando a elucidar a importante contribuição da ética do cuidado no aperfeiçoamento das relações humanas íntimas e sociais, este trabalho revela a fragilidade e insuficiência da ética atual para a formação de uma sociedade justa, igualitária, pacífica e cuidadosa. Para tanto é feito um estudo sobre o desenvolvimento moral de homens e mulheres, alertando para as naturais diferenças de comportamento e pensamento existente entre os sexos, as quais modificam para ambos a maneira de ver a vida e de vivê-la - o que não implica em inferioridade para algum dos gêneros. Partindo desse estudo, fica claro que o cuidado natural é inato ao humano, o que lhe propicia a tendência de agir em favor do bem de todas as formas de vida e da natureza como um todo. Mas evidencia-se aqui uma sensibilidade maior das mulheres a esse cuidado por elas possuírem percepção e emotividade mais aguçadas que os homens, o que as tornam mais participativas e envolvidas em relacionamentos. Essa maior abertura ao cuidado encontrada na mulher, deve-se em parte ao forte e duradouro relacionamento com suas mães. Assim, é revelado o poder que as mulheres têm em mudar positivamente a direção dos relacionamentos humanos, proporcionando com seu exemplo cuidadoso, protetor e solícito, o despertar de uma ampla e nova ética - com abertura para a verdade, para particularidades e principalmente para os afetos. Portanto, a ética do cuidado surge das experiências de vida das mulheres e almeja, por meio delas, juntar-se à moralidade masculina no intuito de trazer à tona a relevante realidade da interdependência entre os seres, da fragilidade humana e a necessidade das relações afetivas para a plenitude da vida.


  • Mostrar Abstract
  • Visando a elucidar a importante contribuição da ética do cuidado no aperfeiçoamento das relações humanas íntimas e sociais, este trabalho revela a fragilidade e insuficiência da ética atual para a formação de uma sociedade justa, igualitária, pacífica e cuidadosa. Para tanto é feito um estudo sobre o desenvolvimento moral de homens e mulheres, alertando para as naturais diferenças de comportamento e pensamento existente entre os sexos, as quais modificam para ambos a maneira de ver a vida e de vivê-la - o que não implica em inferioridade para algum dos gêneros. Partindo desse estudo, fica claro que o cuidado natural é inato ao humano, o que lhe propicia a tendência de agir em favor do bem de todas as formas de vida e da natureza como um todo. Mas evidencia-se aqui uma sensibilidade maior das mulheres a esse cuidado por elas possuírem percepção e emotividade mais aguçadas que os homens, o que as tornam mais participativas e envolvidas em relacionamentos. Essa maior abertura ao cuidado encontrada na mulher, deve-se em parte ao forte e duradouro relacionamento com suas mães. Assim, é revelado o poder que as mulheres têm em mudar positivamente a direção dos relacionamentos humanos, proporcionando com seu exemplo cuidadoso, protetor e solícito, o despertar de uma ampla e nova ética - com abertura para a verdade, para particularidades e principalmente para os afetos. Portanto, a ética do cuidado surge das experiências de vida das mulheres e almeja, por meio delas, juntar-se à moralidade masculina no intuito de trazer à tona a relevante realidade da interdependência entre os seres, da fragilidade humana e a necessidade das relações afetivas para a plenitude da vida.

4
  • ADRIANO MARQUES DA SILVA
  • LÓGICA CONDICIONAL

  • Orientador : ANGELA MARIA PAIVA CRUZ
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGELA MARIA PAIVA CRUZ
  • CEZAR AUGUSTO MORTARI
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • Data: 16/12/2009

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo principal deste trabalho é esclarecer os conceitos centrais envolvidos no

    estudo da formalização das sentenças condicionais. Mais especificamente,

    empreendemos uma análise comparativa de duas das principais e mais tradicionais

    propostas de formalização dos condicionais (Lewis (1973c) e Adams (1975)), propostas

    responsáveis pela inauguração de vertentes de análise que ainda se fazem presentes no

    debate contemporâneo sobre o tema. Visamos, fundamentalmente, o esclarecimento das

    principais assunções presentes nessas propostas. Com base em certas técnicas de

    desambiguação presentes em Bennett (2003) e em Lycan (2005), buscamos explicitar

    como essas assunções articulam-se, efetivamente, aos objetivos almejados pelas

    abordagens inaugurais. Os resultados que se seguem mostram que existe um

    pressuposto, não explicitamente declarado, tácito, a definição do objeto de estudo dessas

    teorias, isto é, a definição de

    claramente declarada, a definição do objeto de estudo desempenha um papel

    fundamental na própria inteligibilidade do debate.

    sentença condicional. Argumentamos que, apesar de não


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo principal deste trabalho é esclarecer os conceitos centrais envolvidos no

    estudo da formalização das sentenças condicionais. Mais especificamente,

    empreendemos uma análise comparativa de duas das principais e mais tradicionais

    propostas de formalização dos condicionais (Lewis (1973c) e Adams (1975)), propostas

    responsáveis pela inauguração de vertentes de análise que ainda se fazem presentes no

    debate contemporâneo sobre o tema. Visamos, fundamentalmente, o esclarecimento das

    principais assunções presentes nessas propostas. Com base em certas técnicas de

    desambiguação presentes em Bennett (2003) e em Lycan (2005), buscamos explicitar

    como essas assunções articulam-se, efetivamente, aos objetivos almejados pelas

    abordagens inaugurais. Os resultados que se seguem mostram que existe um

    pressuposto, não explicitamente declarado, tácito, a definição do objeto de estudo dessas

    teorias, isto é, a definição de

    claramente declarada, a definição do objeto de estudo desempenha um papel

    fundamental na própria inteligibilidade do debate.

    sentença condicional. Argumentamos que, apesar de não

5
  • JOSE PEDRO HAROLDO DE ANDRADE FIGUEIRA
  • A FALTA DE ÉTICA E DE ESPÍRITO PÚBLICO NA POLÍTICA BRASILEIRA

  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • RODRIGO RIBEIRO ALVES NETO
  • MARIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 22/12/2009

  • Mostrar Resumo
  • Lamentavelmente, a política brasileira caracteriza-se pela falta de ética. Ressalvadas algumas
    poucas exceções, nossos representantes costumam comportar-se no exercício do poder como
    se ali estivessem para cuidar dos próprios interesses e não da coisa pública. A despeito da
    insatisfação que a situação parece provocar junto à boa parte da sociedade, o eleitorado não
    consegue transformar sua indignação em gesto efetivo no sentido de retirar da cena pública
    pessoas que não sabem honrar o mandato recebido nas urnas. Pelo contrário, a reeleição de
    maus políticos tornou-se fato corriqueiro. Neste estudo, propusemo-nos a discutir o assunto à
    luz das teorias filosóficas tradicionais, selecionando expoentes do pensamento ético do
    Período Antigo até o Moderno. Dedicamos especial ênfase, por conta do amoralismo presente
    nas ideias do pensador florentino, à doutrina política de Maquiavel.

  • Mostrar Abstract
  • Lamentavelmente, a política brasileira caracteriza-se pela falta de ética. Ressalvadas algumas
    poucas exceções, nossos representantes costumam comportar-se no exercício do poder como
    se ali estivessem para cuidar dos próprios interesses e não da coisa pública. A despeito da
    insatisfação que a situação parece provocar junto à boa parte da sociedade, o eleitorado não
    consegue transformar sua indignação em gesto efetivo no sentido de retirar da cena pública
    pessoas que não sabem honrar o mandato recebido nas urnas. Pelo contrário, a reeleição de
    maus políticos tornou-se fato corriqueiro. Neste estudo, propusemo-nos a discutir o assunto à
    luz das teorias filosóficas tradicionais, selecionando expoentes do pensamento ético do
    Período Antigo até o Moderno. Dedicamos especial ênfase, por conta do amoralismo presente
    nas ideias do pensador florentino, à doutrina política de Maquiavel.
2008
Dissertações
1
  • WANDERLAN SANTOS PORTO
  • TÍ ESTIN ANÁMNESIS? UMA ANÁLISE DA ANÁMNESIS DO MÊNON DE PLATÃO
  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANASTACIO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 16/10/2008

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação tem como objetivo analisar de que modo no Mênon, Platão relaciona a anámnesis a outras noções que neste diálogo são discutidas e, deste modo, tentar compreender o que ela é. Esta investigação visa inicialmente situar em outros diálogos platônicos a ocorrência do termo anámnesis para que verifique-se os aspectos que interligam estas obras a fim de precisar a compreensão do sentido mais adequado no Mênon. Verificar-se-à também, quais elementos da teoria do conhecimento platônica vão se interligando no diálogo de modo a revelar que o Mênon, que tem como questão central a areté, resguarda um conflito entre a sofistica e a filosofia. Tal embate acontece entre a Geórgias através do seu ensinado Mênon, e Socrátes que nega as teses do relativismo ético e epistemológico. Observamos também, de que forma se dá a assunção de uma via de acesso ao conhecimento que se configura como mais segura, a saber, a anámnesis. O questionamento de Mênon desde o início do diálogo nos instiga a inquirir esse interesse erístico, que ao ser confrontado com os interesses socráticos levaria-os ao estado aporético inicial e que paulatinamente é substituído pela aporia fundamental do conhecimento, este aporia é ponto de partida para a compreensão da anámnesis. Ao assumir-se a dialética como método investigativo surge a necessidade por parte de Socrátes e de Mênon, de abandonar o didaskein e assumir a mathésis como possibilidade de construção do conhecimento. Abre-se assim uma das questões principais que este trabalho analisa, se a anámnesis é possibilitadora de acesso às Formas e se a mesma possui um estatuto similar a mnéme. No momento em que Socrátes explicita no diálogo o que é anámnesis, através da mostração feita com o escravo Mênon, há a utilização filosófica de elementos míticos que, segundo nossa análise, permitem a compreensão efetiva do sentido da construção dialogada do conhecimento que exterioriza o que se deseja aprender, ou seja: o que é anámnesis.

  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação tem como objetivo analisar de que modo no Mênon, Platão relaciona a anámnesis a outras noções que neste diálogo são discutidas e, deste modo, tentar compreender o que ela é. Esta investigação visa inicialmente situar em outros diálogos platônicos a ocorrência do termo anámnesis para que verifique-se os aspectos que interligam estas obras a fim de precisar a compreensão do sentido mais adequado no Mênon. Verificar-se-à também, quais elementos da teoria do conhecimento platônica vão se interligando no diálogo de modo a revelar que o Mênon, que tem como questão central a areté, resguarda um conflito entre a sofistica e a filosofia. Tal embate acontece entre a Geórgias através do seu ensinado Mênon, e Socrátes que nega as teses do relativismo ético e epistemológico. Observamos também, de que forma se dá a assunção de uma via de acesso ao conhecimento que se configura como mais segura, a saber, a anámnesis. O questionamento de Mênon desde o início do diálogo nos instiga a inquirir esse interesse erístico, que ao ser confrontado com os interesses socráticos levaria-os ao estado aporético inicial e que paulatinamente é substituído pela aporia fundamental do conhecimento, este aporia é ponto de partida para a compreensão da anámnesis. Ao assumir-se a dialética como método investigativo surge a necessidade por parte de Socrátes e de Mênon, de abandonar o didaskein e assumir a mathésis como possibilidade de construção do conhecimento. Abre-se assim uma das questões principais que este trabalho analisa, se a anámnesis é possibilitadora de acesso às Formas e se a mesma possui um estatuto similar a mnéme. No momento em que Socrátes explicita no diálogo o que é anámnesis, através da mostração feita com o escravo Mênon, há a utilização filosófica de elementos míticos que, segundo nossa análise, permitem a compreensão efetiva do sentido da construção dialogada do conhecimento que exterioriza o que se deseja aprender, ou seja: o que é anámnesis.
2
  • LOURIVAL BEZERRA DA COSTA JUNIOR
  • O ARGUMENTO DOS OPOSTOS E A HIPÓTESE SOBRE IMORTALIDADE NO FÉDON DE PLATÃO
  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARIA APARECIDA DE PAIVA MONTENEGRO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 29/10/2008

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa procura mostrar que, Platão, em seu diálogo Fédon desenvolve uma investigação acerca do problema da relação entre opostos no intuito de propiciar a diferença entre “coisas opostas” e “oposto mesmo”, posto que essa diferença determine a distinção entre a visão naturalista e o pensamento platônico. Para o cumprimento de tal tarefa, esse filósofo se vale do argumento dos opostos, tanto no que diz respeito à dupla geração entre opostos, quanto no que concerne dupla exclusão entre eles. Platão refaz o caminho dos naturalistas como estratégia dialógica para no final da apresentação dessa visão corrigir o modo pelo qual se pode afirmar como ocorrem a geração e a corrupção de todas as coisas. A morte histórica de Sócrates, o pálios logos, a dupla geração entre opostos, o argumento da reminiscência, a dupla exclusão entre opostos e a linguagem mítica, são instrumentos usados na construção desse diálogo. No Fédon, a abordagem filosófica da morte é o centro que se dilata de modo discursivo para evocar a questão da geração e exclusão entre opostos. Desde o início desse diálogo a morte tem um sentido maior do que a mera narrativa histórica da morte de Sócrates e da crença nas doutrinas mistéricas do palaios logos, posto que ambos, a morte de Sócrates e o palaios logos, sejam apenas instrumentos para uma filosofia que transcende tanto o aspecto humano quanto o aspecto religioso da personagem principal e do próprio autor do diálogo. A hipótese sobre as verdadeiras causas da geração, decorrente da dialética platônica no desenvolvimento argumentativo dessa obra, passa, necessariamente, pela superação da imaginação (através da purificação do pensamento), alcança pela morte para o filósofo a possibilidade do “pensamento sem misturas” e culmina na inteligibilidade das formas perfeitas, na qual, atinge seu ponto mais alto: a verdadeira causa, as Idéias das quais participam as coisas.

  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa procura mostrar que, Platão, em seu diálogo Fédon desenvolve uma investigação acerca do problema da relação entre opostos no intuito de propiciar a diferença entre “coisas opostas” e “oposto mesmo”, posto que essa diferença determine a distinção entre a visão naturalista e o pensamento platônico. Para o cumprimento de tal tarefa, esse filósofo se vale do argumento dos opostos, tanto no que diz respeito à dupla geração entre opostos, quanto no que concerne dupla exclusão entre eles. Platão refaz o caminho dos naturalistas como estratégia dialógica para no final da apresentação dessa visão corrigir o modo pelo qual se pode afirmar como ocorrem a geração e a corrupção de todas as coisas. A morte histórica de Sócrates, o pálios logos, a dupla geração entre opostos, o argumento da reminiscência, a dupla exclusão entre opostos e a linguagem mítica, são instrumentos usados na construção desse diálogo. No Fédon, a abordagem filosófica da morte é o centro que se dilata de modo discursivo para evocar a questão da geração e exclusão entre opostos. Desde o início desse diálogo a morte tem um sentido maior do que a mera narrativa histórica da morte de Sócrates e da crença nas doutrinas mistéricas do palaios logos, posto que ambos, a morte de Sócrates e o palaios logos, sejam apenas instrumentos para uma filosofia que transcende tanto o aspecto humano quanto o aspecto religioso da personagem principal e do próprio autor do diálogo. A hipótese sobre as verdadeiras causas da geração, decorrente da dialética platônica no desenvolvimento argumentativo dessa obra, passa, necessariamente, pela superação da imaginação (através da purificação do pensamento), alcança pela morte para o filósofo a possibilidade do “pensamento sem misturas” e culmina na inteligibilidade das formas perfeitas, na qual, atinge seu ponto mais alto: a verdadeira causa, as Idéias das quais participam as coisas.
3
  • LOURIVAL BEZERRA DA COSTA JUNIOR
  • O ARGUMENTO DOS OPOSTOS E A HIPÓTESE SOBRE IMORTALIDADE
    NO FÉDON DE PLATÃO

  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • MARIA APARECIDA DE PAIVA MONTENEGRO
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 29/10/2008

  • Mostrar Resumo
  • Platão, em seu diálogo Fédon, desenvolve uma investigação acerca do problema
    da relação entre opostos. A morte histórica de Sócrates (57 a - 60 a / 116
    a - 118), o palios logos (60 b - 70 c), a dupla geração entre opostos (70
    c - 72 e), o argumeno da reminiscência (77 d - 80 e), a dupla exclusão entre
    opostos (95 e - 107 a) e o mito (107 b - 116 a), são instrumentos usados na
    busca da definição da morte para o filósofo. O cerne desta pesquisa, a
    saber, o argumento dos opostos em seus dois modos de articulação: dupla
    geração (70 c - 72 e) e dupla exclusão entre opostos (103 a), quando unido
    ao argumento da reminiscência (72 c - d) se torna decisivo no discernimento
    tanto da verdadeira causa da geração quanto na compreensão do que ocorre no
    processo de exclusão entre os opostos(70 c - 72 e).


  • Mostrar Abstract
  • Platão, em seu diálogo Fédon, desenvolve uma investigação acerca do problema
    da relação entre opostos. A morte histórica de Sócrates (57 a - 60 a / 116
    a - 118), o palios logos (60 b - 70 c), a dupla geração entre opostos (70
    c - 72 e), o argumeno da reminiscência (77 d - 80 e), a dupla exclusão entre
    opostos (95 e - 107 a) e o mito (107 b - 116 a), são instrumentos usados na
    busca da definição da morte para o filósofo. O cerne desta pesquisa, a
    saber, o argumento dos opostos em seus dois modos de articulação: dupla
    geração (70 c - 72 e) e dupla exclusão entre opostos (103 a), quando unido
    ao argumento da reminiscência (72 c - d) se torna decisivo no discernimento
    tanto da verdadeira causa da geração quanto na compreensão do que ocorre no
    processo de exclusão entre os opostos(70 c - 72 e).

4
  • JEZIEL CORDEIRO FALCAO
  • A MORADA DO PENSAMENTO: um encontro com Platão na busca da natureza no sentido em Frege
  • Orientador : DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANASTACIO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
  • CLAUDIO FERREIRA COSTA
  • DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES
  • Data: 30/10/2008

  • Mostrar Resumo
  • A investigação ontológica do sentido, a partir do ponto de vista do filósofo alemão Gottlob Frege, tem por base o entendimento das categorias da referência, das representações, do pensamento e do próprio sentido. Em Frege, conforme seus textos Sobre o Sentido e a Referência, e O Pensamento – uma investigação lógica, o sentido impõe-se como solução para o problema trazido pela relação de identidade. Com o sentido ele busca o acréscimo de conhecimento que a identidade não produz. Mas aqui surge um problema: a definição da sua natureza. O sentido não pode ter sua natureza definida estritamente, pois assim seria reduzido à categoria da referência, e com isso poderia ser confundido com o próprio objeto extralingüístico. Mas Frege diz que o pensamento é o sentido de uma frase. Assim, nesse estreitar de relações entre o sentido e o pensamento, a presente investigação passa a focalizar o pensamento. Para Frege, o pensamento não é o simples ato de pensar do sujeito, não é sua subjetividade em forma de representações, mas é sim uma coisa objetiva, real, eterna, e que existe “em si” num “terceiro reino”. O pensamento existe num reino para além do mundo das representações do sujeito e do mundo percebido pelos sentidos, e isso também leva esta investigação para o mundo das Idéias em Platão. Assim, o pensamento platônico foi incluído no debate sobre a metafísica do terceiro reino em Frege, na tentativa de melhor esclarecer as origens dos conceitos conhecimento, realidade e verdade, fundamentais na abordagem fregeana. Para isso foram pesquisados os diálogos: Teeteto, A República e Fédon. E, para o âmbito de Frege foram trazidas as questões: como ocorre o conhecimento novo? Qual é a realidade do terceiro reino? Qual é a relação entre verdade e pensamento? E estas investigações evidenciaram tanto as origens platônicas da abordagem fregeana, quanto certas diferenças de pensamento entre os dois filósofos.

  • Mostrar Abstract
  • A investigação ontológica do sentido, a partir do ponto de vista do filósofo alemão Gottlob Frege, tem por base o entendimento das categorias da referência, das representações, do pensamento e do próprio sentido. Em Frege, conforme seus textos Sobre o Sentido e a Referência, e O Pensamento – uma investigação lógica, o sentido impõe-se como solução para o problema trazido pela relação de identidade. Com o sentido ele busca o acréscimo de conhecimento que a identidade não produz. Mas aqui surge um problema: a definição da sua natureza. O sentido não pode ter sua natureza definida estritamente, pois assim seria reduzido à categoria da referência, e com isso poderia ser confundido com o próprio objeto extralingüístico. Mas Frege diz que o pensamento é o sentido de uma frase. Assim, nesse estreitar de relações entre o sentido e o pensamento, a presente investigação passa a focalizar o pensamento. Para Frege, o pensamento não é o simples ato de pensar do sujeito, não é sua subjetividade em forma de representações, mas é sim uma coisa objetiva, real, eterna, e que existe “em si” num “terceiro reino”. O pensamento existe num reino para além do mundo das representações do sujeito e do mundo percebido pelos sentidos, e isso também leva esta investigação para o mundo das Idéias em Platão. Assim, o pensamento platônico foi incluído no debate sobre a metafísica do terceiro reino em Frege, na tentativa de melhor esclarecer as origens dos conceitos conhecimento, realidade e verdade, fundamentais na abordagem fregeana. Para isso foram pesquisados os diálogos: Teeteto, A República e Fédon. E, para o âmbito de Frege foram trazidas as questões: como ocorre o conhecimento novo? Qual é a realidade do terceiro reino? Qual é a relação entre verdade e pensamento? E estas investigações evidenciaram tanto as origens platônicas da abordagem fregeana, quanto certas diferenças de pensamento entre os dois filósofos.
5
  • JOSÉ EUDO BEZERRA
  • A PHYSIOLOGÍA DE EPICURO: ASPECTOS GNOSIOLÓGICOS
  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANASTACIO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
  • JAIMIR CONTE
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 31/10/2008

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem como propósito discutir uma compreensão acerca da physiología no pensamento de Epicuro. A questão principal para tal propósito pode ser resumida em: De que modo o homem pode ter uma compreensão da realidade (phýsis)? Para respondê-la, faz-se necessário compreender e discutir o modelo gnosiológico epicúreo. O primeiro passo consiste na exposição dos argumentos gerais de Epicuro sobre o seu pensamento atomista. O segundo está em apresentar o modo pelo qual ele fundamenta a physiología como compreensão da phýsis. Outro problema a ser investigado refere-se à questão dos critérios para a compreensão da phýsis apresentada por Epicuro. A sua gnosiologia tem como propósito evidenciar que é nas sensações (aísthesis) onde se origina o conhecimento. É pelas sensações que podemos validar o que conhecemos. No processo cognitivo do homem com a realidade, Epicuro apresenta o valor das afecções como critério de verdade, possibilitando ao indivíduo emitir juízos e significados. Ademais, outro elemento fundamental na sua gnosiologia refere-se às prolépsis ou antecipações que são responsáveis pelas elaborações intelectivas formuladas pelo indivíduo cognoscente. E, por fim, no que se refere ao processo cognitivo a participação da alma (psyché) como instrumento que possibilita a projeção dessas etapas do conhecer humano ao grau mais elevado do conhecimento. Outro problema a ser apresentado neste estudo referese ao alcance e limites do conhecimento. A partir da phýsis as opiniões são constituídas, proporcionando ao homem agir em conformidade com a natureza. Entretanto, o modelo gnosiológico epicúreo tem como ponto central um saber aplicável aos acontecimentos da vida prática, possibilitando ao physiologós uma investigação contínua e permanente da phýsis.

  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho tem como propósito discutir uma compreensão acerca da physiología no pensamento de Epicuro. A questão principal para tal propósito pode ser resumida em: De que modo o homem pode ter uma compreensão da realidade (phýsis)? Para respondê-la, faz-se necessário compreender e discutir o modelo gnosiológico epicúreo. O primeiro passo consiste na exposição dos argumentos gerais de Epicuro sobre o seu pensamento atomista. O segundo está em apresentar o modo pelo qual ele fundamenta a physiología como compreensão da phýsis. Outro problema a ser investigado refere-se à questão dos critérios para a compreensão da phýsis apresentada por Epicuro. A sua gnosiologia tem como propósito evidenciar que é nas sensações (aísthesis) onde se origina o conhecimento. É pelas sensações que podemos validar o que conhecemos. No processo cognitivo do homem com a realidade, Epicuro apresenta o valor das afecções como critério de verdade, possibilitando ao indivíduo emitir juízos e significados. Ademais, outro elemento fundamental na sua gnosiologia refere-se às prolépsis ou antecipações que são responsáveis pelas elaborações intelectivas formuladas pelo indivíduo cognoscente. E, por fim, no que se refere ao processo cognitivo a participação da alma (psyché) como instrumento que possibilita a projeção dessas etapas do conhecer humano ao grau mais elevado do conhecimento. Outro problema a ser apresentado neste estudo referese ao alcance e limites do conhecimento. A partir da phýsis as opiniões são constituídas, proporcionando ao homem agir em conformidade com a natureza. Entretanto, o modelo gnosiológico epicúreo tem como ponto central um saber aplicável aos acontecimentos da vida prática, possibilitando ao physiologós uma investigação contínua e permanente da phýsis.
6
  • EDNEY JOSE DA SILVA CAVALCANTE
  • O PAPEL DO CETICISMO NA FILOSOFIA DO JOVEM HEGEL

  • Orientador : JUAN ADOLFO BONACCINI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ABRAHAO COSTA ANDRADE
  • JAIMIR CONTE
  • JESUS VAZQUEZ TORREZ
  • Data: 14/11/2008

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho pretende mostrar que o ceticismo é um dos principais desafios para a filosofia moderna desde a deflagração da Reforma Protestante e a redescoberta e tradução dos textos de Sexto Empírico. A recepção desse ceticismo é um dos principais fatores que determinou a nova fundamentação da filosofia moderna com base na subjetividade. É nesse pano de fundo de uma nova fundamentação da filosofia, sob o fundamento da subjetividade, que Hegel aborda o problema do ceticismo. O pensamento desenvolvido por Hegel no período de Jena (1801-1807), principalmente no escrito da Diferença entre as filosofias de Fichte e Schelling, e nos artigos do Jornal Crítico de Filosofia, Relação do ceticismo com a filosofia e Fé e Saber, parte do diálogo com a filosofia do idealismo alemão, que é o ápice do subjetivismo na filosofia desenvolvida a partir da retomada do ceticismo, Hegel tenta, por meio da interpretação e superação do ceticismo, estabelecer um novo fundamento para a filosofia. Portanto o ceticismo, nesse período da filosofia de Hegel, possui o papel de ser a negatividade inerente à autêntica filosofia que aniquila o ponto de vista das filosofias da subjetividade. Esse modo como Hegel incorpora o ceticismo a sua filosofia possui seu ponto alto na Fenomenologia do Espírito. A figura do ceticismo perfeito, apresentada na introdução da Fenomenologia do Espírito, possui o papel de fazer a passagem do ponto de vista das filosofias da subjetividade, para o ponto de vista especulativo da razão.

     

     


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho pretende mostrar que o ceticismo é um dos principais desafios para a filosofia moderna desde a deflagração da Reforma Protestante e a redescoberta e tradução dos textos de Sexto Empírico. A recepção desse ceticismo é um dos principais fatores que determinou a nova fundamentação da filosofia moderna com base na subjetividade. É nesse pano de fundo de uma nova fundamentação da filosofia, sob o fundamento da subjetividade, que Hegel aborda o problema do ceticismo. O pensamento desenvolvido por Hegel no período de Jena (1801-1807), principalmente no escrito da Diferença entre as filosofias de Fichte e Schelling, e nos artigos do Jornal Crítico de Filosofia, Relação do ceticismo com a filosofia e Fé e Saber, parte do diálogo com a filosofia do idealismo alemão, que é o ápice do subjetivismo na filosofia desenvolvida a partir da retomada do ceticismo, Hegel tenta, por meio da interpretação e superação do ceticismo, estabelecer um novo fundamento para a filosofia. Portanto o ceticismo, nesse período da filosofia de Hegel, possui o papel de ser a negatividade inerente à autêntica filosofia que aniquila o ponto de vista das filosofias da subjetividade. Esse modo como Hegel incorpora o ceticismo a sua filosofia possui seu ponto alto na Fenomenologia do Espírito. A figura do ceticismo perfeito, apresentada na introdução da Fenomenologia do Espírito, possui o papel de fazer a passagem do ponto de vista das filosofias da subjetividade, para o ponto de vista especulativo da razão.

     

     

7
  • EDNEY JOSE DA SILVA CAVALCANTE
  • O PAPEL DO CETICISMO NA FILOSOFIA DO JOVEM HEGEL
  • Orientador : JUAN ADOLFO BONACCINI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ABRAHAO COSTA ANDRADE
  • JAIMIR CONTE
  • JESUS VAZQUEZ TORREZ
  • Data: 14/11/2008

  • Mostrar Resumo
  • Trata-se de mostrar que o ceticismo é um dos principais desafios para a filosofia moderna desde a deflagração da Reforma Protestante e a redescoberta e tradução dos textos de Sexto Empírico; a recepção deste ceticismo é um dos principais fatores que determinou a nova fundamentação da filosofia moderna sobre as bases da subjetividade. É neste pano de fundo de uma nova fundamentação da filosofia que Hegel aborda o tema do ceticismo. O pensamento desenvolvido por Hegel no período de Iena (1801-1807), principalmente no escrito da Diferença, e nos artigos do Jornal Crítico de Filosofia, Sobre a Relação do Ceticismo com a Filosofia e Fé e Saber, parte do diálogo com a filosofia do idealismo alemão que é o ápice do subjetivismo na filosofia desenvolvido a partir da retomada do ceticismo. E o ceticismo neste período da filosofia de Hegel possui o papel de ser a negatividade inerente à autêntica filosofia que aniquila o ponto de vista das filosofias da subjetividade. Este modo como Hegel incorpora o ceticismo a sua filosofia possui seu ponto alto na Fenomenologia do Espírito. A figura do ceticismo perfeito, apresentada na introdução da Fenomenologia, possui o papel de fazer a passagem do ponto de vista das filosofias da subjetividade, para o ponto de vista especulativo da razão.

  • Mostrar Abstract
  • Trata-se de mostrar que o ceticismo é um dos principais desafios para a filosofia moderna desde a deflagração da Reforma Protestante e a redescoberta e tradução dos textos de Sexto Empírico; a recepção deste ceticismo é um dos principais fatores que determinou a nova fundamentação da filosofia moderna sobre as bases da subjetividade. É neste pano de fundo de uma nova fundamentação da filosofia que Hegel aborda o tema do ceticismo. O pensamento desenvolvido por Hegel no período de Iena (1801-1807), principalmente no escrito da Diferença, e nos artigos do Jornal Crítico de Filosofia, Sobre a Relação do Ceticismo com a Filosofia e Fé e Saber, parte do diálogo com a filosofia do idealismo alemão que é o ápice do subjetivismo na filosofia desenvolvido a partir da retomada do ceticismo. E o ceticismo neste período da filosofia de Hegel possui o papel de ser a negatividade inerente à autêntica filosofia que aniquila o ponto de vista das filosofias da subjetividade. Este modo como Hegel incorpora o ceticismo a sua filosofia possui seu ponto alto na Fenomenologia do Espírito. A figura do ceticismo perfeito, apresentada na introdução da Fenomenologia, possui o papel de fazer a passagem do ponto de vista das filosofias da subjetividade, para o ponto de vista especulativo da razão.
8
  • JOSE MARIANO NOBRE
  • A ESTÉTICA TRANSCENDENTAL KANTIANA À LUZ DE STRAWSON
  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • CLAUDIO FERREIRA COSTA
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • Data: 19/11/2008

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem por objetivo fazer uma interpretação textual da estética transcendental kantiana, a primeira pilastra de sustentação da epistemologia de Kant e interpretá-la à luz de Strawson. Ela contém a doutrina da sensibilidade responsável pelas intuições, que repousam sobre os conceitos de espaço e tempo e, com isso, a tematização de duas importantes questões. Para a filosofia kantiana em sua vertente epistemológica, qual a importância dos conceitos de espaço e tempo? Como esses conceitos de espaço e tempo se inscrevem com tal estatuto como uma tarefa investigatória da metafísica? Os conceitos de espaço e tempo, especificados como ingredientes das teses tratadas e arroladas nesta dissertação, são noções relevantes da estética transcendental de Kant, aqui interpretados à luz de Strawson. A pesquisa está dividida em dois capítulo. O primeiro capítulo, que consta de duas partes, após fazer uma introdução à estética transcendental de Kant, expõe a doutrina da sensibilidade de que fazem parte espaço e tempo, formas autênticas da intuição. O segundo capítulo, constituído de cinco partes, trata da interpretação do modelo austero de Strawson relacionado com a estética transcendental de Kant. A conclusão do nosso trabalho é a de que, no que pese a declarada objeção de Strawson em sua interpretação austera, que recusa a idealidade do espaço e do tempo, mesmo mantendo o seu caráter a priori, não pode ser aceita A aprioridade, a intuitividade e a idealidade são teses inseparáveis numa abordagem coerente do espaço e do tempo do modelo de epistemologia kantiana.

  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho tem por objetivo fazer uma interpretação textual da estética transcendental kantiana, a primeira pilastra de sustentação da epistemologia de Kant e interpretá-la à luz de Strawson. Ela contém a doutrina da sensibilidade responsável pelas intuições, que repousam sobre os conceitos de espaço e tempo e, com isso, a tematização de duas importantes questões. Para a filosofia kantiana em sua vertente epistemológica, qual a importância dos conceitos de espaço e tempo? Como esses conceitos de espaço e tempo se inscrevem com tal estatuto como uma tarefa investigatória da metafísica? Os conceitos de espaço e tempo, especificados como ingredientes das teses tratadas e arroladas nesta dissertação, são noções relevantes da estética transcendental de Kant, aqui interpretados à luz de Strawson. A pesquisa está dividida em dois capítulo. O primeiro capítulo, que consta de duas partes, após fazer uma introdução à estética transcendental de Kant, expõe a doutrina da sensibilidade de que fazem parte espaço e tempo, formas autênticas da intuição. O segundo capítulo, constituído de cinco partes, trata da interpretação do modelo austero de Strawson relacionado com a estética transcendental de Kant. A conclusão do nosso trabalho é a de que, no que pese a declarada objeção de Strawson em sua interpretação austera, que recusa a idealidade do espaço e do tempo, mesmo mantendo o seu caráter a priori, não pode ser aceita A aprioridade, a intuitividade e a idealidade são teses inseparáveis numa abordagem coerente do espaço e do tempo do modelo de epistemologia kantiana.
9
  • SONIA SOARES
  • MEDICINA FILOSÓFICA: AS RELAÇÕES MEDICINA E FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA E EM KANT
  • Orientador : CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • MARIA DE LOURDES ALVES BORGES
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • Data: 20/11/2008

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho trata da relação entre medicina e filosofia que se estabeleceu desde a Antiguidade, e será aqui discutida também no pensamento de Immanuel Kant. Apresenta o contexto histórico de influências recíprocas em que noções comuns sobre saúde/doença, equilíbrio/justiça, e justa medida permearam tanto o debate médico como o debate filosófico. Considera que a medicina hipocrática surgiu da preocupação com a dietética, o que faz desta o campo de interseção entre a filosofia e a medicina, importante para a análise das contribuições de Kant ao legado hipocrático. A partir disso, o trabalho destaca dois aspectos que aparecem associados na dietética proposta por Kant na obra O Conflito das Faculdades, analisada aqui à luz da sua Doutrina da Virtude, notadamente os deveres para consigo, sobretudo no que se refere ao cuidado com o corpo e a concepção teleológica. Nesse sentido, indica a importância do pensamento de Kant não apenas para enriquecer a medicina no âmbito da dietética, por revesti-la de importância moral, como também para enriquecer a própria filosofia, atribuindo-lhe um efeito terapêutico.

  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho trata da relação entre medicina e filosofia que se estabeleceu desde a Antiguidade, e será aqui discutida também no pensamento de Immanuel Kant. Apresenta o contexto histórico de influências recíprocas em que noções comuns sobre saúde/doença, equilíbrio/justiça, e justa medida permearam tanto o debate médico como o debate filosófico. Considera que a medicina hipocrática surgiu da preocupação com a dietética, o que faz desta o campo de interseção entre a filosofia e a medicina, importante para a análise das contribuições de Kant ao legado hipocrático. A partir disso, o trabalho destaca dois aspectos que aparecem associados na dietética proposta por Kant na obra O Conflito das Faculdades, analisada aqui à luz da sua Doutrina da Virtude, notadamente os deveres para consigo, sobretudo no que se refere ao cuidado com o corpo e a concepção teleológica. Nesse sentido, indica a importância do pensamento de Kant não apenas para enriquecer a medicina no âmbito da dietética, por revesti-la de importância moral, como também para enriquecer a própria filosofia, atribuindo-lhe um efeito terapêutico.
2007
Dissertações
1
  • MARIA JOSE DA CONCEICAO SOUZA VIDAL
  • RAZÃO-ORIGEM, CRISE E RESPOSTS CONTEMPORÂNEAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGELA MARIA PAIVA CRUZ
  • CINARA MARIA LEITE NAHRA
  • GIOVANNI DA SILVA DE QUEIROZ
  • Data: 14/09/2007

  • Mostrar Resumo
  • A discussão que permeia a história da razão é o debate filosófico por excelência, uma vez que razão e filosofia andam juntas. Assim, em Razão - origem, crise e respostas contemporâneas, o objetivo desta pesquisa se dá a partir de olhares na história do desenvolvimento do pensamento racional e demonstrativo. Com esses olhares problematizaremos como se pode pensar na filosofia contemporânea a racionalidade. Quais os princípios de racionalidade norteiam a nossa noção atual de razão? Para buscar respostas retornaremos ao princípio da filosofia, passaremos pela fase dos mitos, analisaremos as contribuições de Heráclito e Parmênides as primeiras concepções de razão e veremos os desdobramentos destas com Platão e Aristóteles. Este último sendo o personagem desse desenvolvimento da racionalidade antiga. A partir daí entram em cena os medievais e o uso filosófico da lógica, por conseguinte discutiremos as vozes questionadoras ao pensamento aristotélico, Hegel e sua crítica ao princípio de não-contradição, assim como as indagações e críticas de Lukasiewicz. Nessa perspectiva veremos o estágio atual do desenvolvimento da razão, com as lógicas modernas que se contrapõem ao modelo de razão pautado por Aristóteles e desse modo consideraremos como pensar a racionalidade nos dias atuais.

  • Mostrar Abstract
  • A discussão que permeia a história da razão é o debate filosófico por excelência, uma vez que razão e filosofia andam juntas. Assim, em Razão - origem, crise e respostas contemporâneas, o objetivo desta pesquisa se dá a partir de olhares na história do desenvolvimento do pensamento racional e demonstrativo. Com esses olhares problematizaremos como se pode pensar na filosofia contemporânea a racionalidade. Quais os princípios de racionalidade norteiam a nossa noção atual de razão? Para buscar respostas retornaremos ao princípio da filosofia, passaremos pela fase dos mitos, analisaremos as contribuições de Heráclito e Parmênides as primeiras concepções de razão e veremos os desdobramentos destas com Platão e Aristóteles. Este último sendo o personagem desse desenvolvimento da racionalidade antiga. A partir daí entram em cena os medievais e o uso filosófico da lógica, por conseguinte discutiremos as vozes questionadoras ao pensamento aristotélico, Hegel e sua crítica ao princípio de não-contradição, assim como as indagações e críticas de Lukasiewicz. Nessa perspectiva veremos o estágio atual do desenvolvimento da razão, com as lógicas modernas que se contrapõem ao modelo de razão pautado por Aristóteles e desse modo consideraremos como pensar a racionalidade nos dias atuais.
2
  • LEILA MARIA DE JESUS DA SILVA
  • A METAFÍSICA DA LUZ EM MARSILIO FICINO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MONALISA CARRILHO DE MACEDO
  • ANASTACIO BORGES DE ARAUJO JUNIOR
  • LÍLIAN DE ARAGÃO BASTOS DO VALLE
  • Data: 09/10/2007

  • Mostrar Resumo
  • O objetivo da presente dissertação constitui analisar como a luz assume o sentido de vínculo universal na cosmovisão de Marsilio Ficino, especialmente a partir de suas obras Quid sit lumen, De Sole, De Amore e De Vita. A influência de Marsilio Ficino (1433-1499) na história do pensamento ocidental é impressionante. Além de ter traduzido para o latim textos importantes da tradição neoplatônica, Ficino presidiu a Academia de Careggi, reunindo importantes humanistas no auge do Renascimento. Os seus tratados sobre amor, beleza, luz, magia e imortalidade da alma influenciaram marcantemente a produção de outros pensadores. O tema da luz é de importância fundamental em sua obra, pois está profundamente relacionado com todos os outros aspectos de sua filosofia. Para ele, a luz é emanação espiritual que a tudo perpassa, sem se macular. Originada da bondade divina, a luz explode em beleza na multiplicidade, incendiando de amor a alma que verdadeiramente a contempla e que com ela se identifica. O ponto de partida dessa relação amorosa entre homem e divindade é, portanto, o mundo físico, que oculta em si a luz metafísica. Palavras-chave: luz; amor; beleza; Renascimento; humanismo; neoplatonismo; Marsilio Ficino.

  • Mostrar Abstract
  • O objetivo da presente dissertação constitui analisar como a luz assume o sentido de vínculo universal na cosmovisão de Marsilio Ficino, especialmente a partir de suas obras Quid sit lumen, De Sole, De Amore e De Vita. A influência de Marsilio Ficino (1433-1499) na história do pensamento ocidental é impressionante. Além de ter traduzido para o latim textos importantes da tradição neoplatônica, Ficino presidiu a Academia de Careggi, reunindo importantes humanistas no auge do Renascimento. Os seus tratados sobre amor, beleza, luz, magia e imortalidade da alma influenciaram marcantemente a produção de outros pensadores. O tema da luz é de importância fundamental em sua obra, pois está profundamente relacionado com todos os outros aspectos de sua filosofia. Para ele, a luz é emanação espiritual que a tudo perpassa, sem se macular. Originada da bondade divina, a luz explode em beleza na multiplicidade, incendiando de amor a alma que verdadeiramente a contempla e que com ela se identifica. O ponto de partida dessa relação amorosa entre homem e divindade é, portanto, o mundo físico, que oculta em si a luz metafísica. Palavras-chave: luz; amor; beleza; Renascimento; humanismo; neoplatonismo; Marsilio Ficino.
3
  • LEONARDO OLIVEIRA FREIRE
  • A FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DO DIREITO NA FILOSOFIA DE KANT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN ADOLFO BONACCINI
  • ABRAHAO COSTA ANDRADE
  • INÁCIO REINALDO STRIEDER
  • Data: 25/10/2007

  • Mostrar Resumo
  • A fundamentação metafísica do direito a que nos propomos a esclarecer na filosofia de Kant assume não somente uma análise de temas jurídicos. Temos uma questão filosófica a tratar: a justiça é possível? Tal indagação não é o tema do texto, mas o que está pressuposto. A análise kantiana, de certo modo, assume metafisicamente a possibilidade da justiça a partir do conceito de liberdade. Mas, com base na liberdade, demonstra a possibilidade da justiça na ética e no direito.A dissertação é composta por três capítulos, a saber: no primeiro capítulo trataremos do conceito metafísico de liberdade; no segundo da liberdade interna e externa; no terceiro capítulo, por fim, do fundamento metafísico do direito. No primeiro capítulo, partindo da reconstrução inicial do conceito de liberdade na Crítica da Razão Pura, descrevemos a construção do conceito cosmológico de liberdade transcendental a partir do terceiro conflito antinômico e de sua solução na Dialética Transcendental. Feito isso, descrevemos o conceito de liberdade no capítulo do Cânon da Razão Pura e discutimos o problema de como compatibilizar liberdade transcendental e liberdade prática.No segundo capítulo, fazemos uma análise da distinção entre a esfera moral e a esfera jurídica das ações humanas partindo da análise da liberdade prática interna (moral) e distinguindo-a da liberdade prática externa (ou jurídica). Nesse contexto, desenvolvemos os pressupostos de uma metafísica do direito, tomando como ponto de partida o conceito de liberdade e o imperativo categórico como princípio da autonomia da vontade, base normativa para a lei universal do direito. No terceiro capítulo, a partir da relação entre ética e direito reconstruímos o conceito de Direito e esclarecemos o fundamento da legitimidade da coerção a partir do princípio normativo de coexistência das liberdades individuais. Analisamos também os aspectos fundamentais do direito, que derivam deste princípio, tal como os conceitos de contrato originário, Estado, lei, coerção, bem como a proposta kantiana de uma paz universal com base numa legislação internacional. No fim, discutimos o aspecto metafísico presente no fundamento do Direito.

  • Mostrar Abstract
  • A fundamentação metafísica do direito a que nos propomos a esclarecer na filosofia de Kant assume não somente uma análise de temas jurídicos. Temos uma questão filosófica a tratar: a justiça é possível? Tal indagação não é o tema do texto, mas o que está pressuposto. A análise kantiana, de certo modo, assume metafisicamente a possibilidade da justiça a partir do conceito de liberdade. Mas, com base na liberdade, demonstra a possibilidade da justiça na ética e no direito.A dissertação é composta por três capítulos, a saber: no primeiro capítulo trataremos do conceito metafísico de liberdade; no segundo da liberdade interna e externa; no terceiro capítulo, por fim, do fundamento metafísico do direito. No primeiro capítulo, partindo da reconstrução inicial do conceito de liberdade na Crítica da Razão Pura, descrevemos a construção do conceito cosmológico de liberdade transcendental a partir do terceiro conflito antinômico e de sua solução na Dialética Transcendental. Feito isso, descrevemos o conceito de liberdade no capítulo do Cânon da Razão Pura e discutimos o problema de como compatibilizar liberdade transcendental e liberdade prática.No segundo capítulo, fazemos uma análise da distinção entre a esfera moral e a esfera jurídica das ações humanas partindo da análise da liberdade prática interna (moral) e distinguindo-a da liberdade prática externa (ou jurídica). Nesse contexto, desenvolvemos os pressupostos de uma metafísica do direito, tomando como ponto de partida o conceito de liberdade e o imperativo categórico como princípio da autonomia da vontade, base normativa para a lei universal do direito. No terceiro capítulo, a partir da relação entre ética e direito reconstruímos o conceito de Direito e esclarecemos o fundamento da legitimidade da coerção a partir do princípio normativo de coexistência das liberdades individuais. Analisamos também os aspectos fundamentais do direito, que derivam deste princípio, tal como os conceitos de contrato originário, Estado, lei, coerção, bem como a proposta kantiana de uma paz universal com base numa legislação internacional. No fim, discutimos o aspecto metafísico presente no fundamento do Direito.
4
  • ANTONIO JULIO GARCIA FREIRE
  • O MEDO DA MORTE E OS TEMORES INFUDADOS: INVESTIGAÇÃO ACERCA DA NATUREZA DA ALMA EM LUCRÉCIO
  • Orientador : MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARKUS FIGUEIRA DA SILVA
  • FERNANDA MACHADO DE BULHOES
  • CÍCERO CUNHA BEZERRA
  • Data: 31/10/2007

  • Mostrar Resumo
  • Para Lucrécio, pensador latino do séc. I. a.C., o temor da morte imputado pela religião e as vãs superstições, alimenta o amor à riqueza, a ambição do poder e os atos insensatos, cujas conseqüências se refletem nas doenças anímicas. O terror que se instala no homem, ao ser confrontado com a morte, é também um obstáculo à liberdade e à vida equilibrada. Os temores infundados só seriam desfeitos, com a compreensão da natureza e do movimento da alma, percebendo a sua geração, corporeidade e finitude. Para isso, a compreensão dos átomos e do vazio como elementos primordiais da natureza fundamentam todo o conhecimento da alma. O objetivo deste trabalho é investigar a natureza da alma em Lucrécio, apresentando uma reflexão sobre os temores infundados e o medo da morte, como uma maneira de perceber o movimento da própria vida, e de que modo a sua filosofia enfrenta o temor da finitude

  • Mostrar Abstract
  • Para Lucrécio, pensador latino do séc. I. a.C., o temor da morte imputado pela religião e as vãs superstições, alimenta o amor à riqueza, a ambição do poder e os atos insensatos, cujas conseqüências se refletem nas doenças anímicas. O terror que se instala no homem, ao ser confrontado com a morte, é também um obstáculo à liberdade e à vida equilibrada. Os temores infundados só seriam desfeitos, com a compreensão da natureza e do movimento da alma, percebendo a sua geração, corporeidade e finitude. Para isso, a compreensão dos átomos e do vazio como elementos primordiais da natureza fundamentam todo o conhecimento da alma. O objetivo deste trabalho é investigar a natureza da alma em Lucrécio, apresentando uma reflexão sobre os temores infundados e o medo da morte, como uma maneira de perceber o movimento da própria vida, e de que modo a sua filosofia enfrenta o temor da finitude
5
  • OSCAR CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE BISNETO
  • HEGEL E A REFUTAÇÃO DO CETICISMO
  • Orientador : JUAN ADOLFO BONACCINI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN ADOLFO BONACCINI
  • JAIMIR CONTE
  • JOSÉ MARIA ARRUDA DE SOUSA
  • Data: 14/12/2007

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação traz alguns apontamentos sobre o significado que assume o ceticismo - tanto em sua forma antiga quanto moderna - no sistema de Hegel, tendo como base seu artigo de 1802, Sobre a relação do Ceticismo com a Filosofia, bem como algumas passagens da Fenomenologia do Espírito e da Ciência da Lógica. Dito isso, nossa abordagem consiste em três momentos. O primeiro, com efeito, tem lugar no estudo crítico de Hegel do tipo de ceticismo advogado por Schulze, estudo no qual verificamos que este cético moderno, além de se equivocar a respeito da verdadeira natureza das fontes do seu ceticismo, o pirronismo, acaba imprimindo um formato contraditório à sua própria teoria, ao atacar determinadas crenças metafísicas, consideradas por ele dogmáticas, com base em outras crenças, de acordo com Hegel, igualmente dogmáticas. O segundo, por seu turno, tem lugar na leitura hegeliana do ceticismo pirrônico, com o intuito de evidenciar o que há de louvável, filosoficamente falando, nesse tipo de postura cética, como, por exemplo, a posse do método de equipolência, bem como o que há nela de censurável, dado a existência, indicada por Hegel, de algumas inconsistências internas. Já o terceiro momento, enfim, baseia-se no argumento de que a função que desempenha a figura do ceticismo na arquitetura interna do sistema hegeliano é mais determinante do que parece à primeira vista, uma vez que a mencionada relação estabelecida pelo nosso autor com os céticos não se deixa circunscrever aos estreitos limites de uma simples interpretação. Muito antes, contudo, sustentaremos que ela guarda íntima ligação com a preocupação hegeliana de encontrar alicerces seguros para fundamentar o sistema. Sendo assim, tentaremos então mostrar, resumidamente, em que medida os conceitos que alicerçam o "começo" do idealismo absoluto de Hegel - tanto o do "puro ser" como o da "circularidade" do sistema - são adquiridos, no início da grande Lógica, junto às implicações céticas dos cinco tropos "posteriores" da suspensão do juízo, cuja autoria é atribuída por Sexto Empírico, no livro primeiro das Hipotiposis Pirrônicas, ao cético Agripa.

  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação traz alguns apontamentos sobre o significado que assume o ceticismo - tanto em sua forma antiga quanto moderna - no sistema de Hegel, tendo como base seu artigo de 1802, Sobre a relação do Ceticismo com a Filosofia, bem como algumas passagens da Fenomenologia do Espírito e da Ciência da Lógica. Dito isso, nossa abordagem consiste em três momentos. O primeiro, com efeito, tem lugar no estudo crítico de Hegel do tipo de ceticismo advogado por Schulze, estudo no qual verificamos que este cético moderno, além de se equivocar a respeito da verdadeira natureza das fontes do seu ceticismo, o pirronismo, acaba imprimindo um formato contraditório à sua própria teoria, ao atacar determinadas crenças metafísicas, consideradas por ele dogmáticas, com base em outras crenças, de acordo com Hegel, igualmente dogmáticas. O segundo, por seu turno, tem lugar na leitura hegeliana do ceticismo pirrônico, com o intuito de evidenciar o que há de louvável, filosoficamente falando, nesse tipo de postura cética, como, por exemplo, a posse do método de equipolência, bem como o que há nela de censurável, dado a existência, indicada por Hegel, de algumas inconsistências internas. Já o terceiro momento, enfim, baseia-se no argumento de que a função que desempenha a figura do ceticismo na arquitetura interna do sistema hegeliano é mais determinante do que parece à primeira vista, uma vez que a mencionada relação estabelecida pelo nosso autor com os céticos não se deixa circunscrever aos estreitos limites de uma simples interpretação. Muito antes, contudo, sustentaremos que ela guarda íntima ligação com a preocupação hegeliana de encontrar alicerces seguros para fundamentar o sistema. Sendo assim, tentaremos então mostrar, resumidamente, em que medida os conceitos que alicerçam o "começo" do idealismo absoluto de Hegel - tanto o do "puro ser" como o da "circularidade" do sistema - são adquiridos, no início da grande Lógica, junto às implicações céticas dos cinco tropos "posteriores" da suspensão do juízo, cuja autoria é atribuída por Sexto Empírico, no livro primeiro das Hipotiposis Pirrônicas, ao cético Agripa.
6
  • RENATO DE MEDEIROS JOTA
  • A INFERÊNCIA CAUSAL NA FILOSOFIA MORAL DE HUME
  • Orientador : JUAN ADOLFO BONACCINI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN ADOLFO BONACCINI
  • CLAUDIO FERREIRA COSTA
  • ANDRÉ LECLERC
  • Data: 26/12/2007

  • Mostrar Resumo
  • O trabalho objetiva investigar se a filosofia moral de Hume fundamenta-se essencialmente no sentimento ou se é uma conseqüência de nossas inferências causais baseadas nas ações humanas, já que o pensamento causal humeano perpassa toda sua obra e incluiria neste percurso a moral. A análise humeana mostra que nossas inferências causais estão ligadas à crença em uma conexão entre o que foi anteriormente observado e algo não observado que se espera no futuro. Essa crença fundamenta nossas inferências sobre as ações dos indivíduos, e conseqüentemente, nos leva a associar determinados comportamentos a certos sentimentos que nos leva associá-las as características dos homens a certas ações, e as convicções morais e ações aos sentimentos com base num principio de causa e efeito. Elenca três capítulos, no primeiro relata a teoria da percepção que constitui parte essencial do principio associativo, e que explica como damos origem aos princípios que ligam idéias em nossa mente, a saber, semelhança, contigüidade, e causa-efeito e que são responsáveis pela maioria de nossas inferências mentais. No segundo trata da análise do percurso causal e como contribuem na formação das inferências para os assuntos morais. No terceiro, aborda a partir da análise de como se processa o conhecimento através da experiência chegaremos a investigar qual a real contribuição para nossas ações da doutrina da necessidade e da liberdade para a formação de nossas inferências causais sobre a moral.

  • Mostrar Abstract
  • O trabalho objetiva investigar se a filosofia moral de Hume fundamenta-se essencialmente no sentimento ou se é uma conseqüência de nossas inferências causais baseadas nas ações humanas, já que o pensamento causal humeano perpassa toda sua obra e incluiria neste percurso a moral. A análise humeana mostra que nossas inferências causais estão ligadas à crença em uma conexão entre o que foi anteriormente observado e algo não observado que se espera no futuro. Essa crença fundamenta nossas inferências sobre as ações dos indivíduos, e conseqüentemente, nos leva a associar determinados comportamentos a certos sentimentos que nos leva associá-las as características dos homens a certas ações, e as convicções morais e ações aos sentimentos com base num principio de causa e efeito. Elenca três capítulos, no primeiro relata a teoria da percepção que constitui parte essencial do principio associativo, e que explica como damos origem aos princípios que ligam idéias em nossa mente, a saber, semelhança, contigüidade, e causa-efeito e que são responsáveis pela maioria de nossas inferências mentais. No segundo trata da análise do percurso causal e como contribuem na formação das inferências para os assuntos morais. No terceiro, aborda a partir da análise de como se processa o conhecimento através da experiência chegaremos a investigar qual a real contribuição para nossas ações da doutrina da necessidade e da liberdade para a formação de nossas inferências causais sobre a moral.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa06-producao.info.ufrn.br.sigaa06-producao