Do místico aos jogos de linguagem: uma análise da linguagem religiosa na filosofia de Wittgenstein e seus efeitos na epistemologia religiosa.
Wttgenstein, Filosofia da Religião. Místico
O presente trabalho visa demonstrar o lugar da linguagem religiosa, dentro do arcabouço da
filosofia de Wittgenstein, bem como os seus efeitos na epistemologia religiosa. Iniciaremos
desde sua primeira fase que é a fase do Tractatus Logico-philosophicus, até a sua fase mais
tardia pós-Tractatus. Dedicaremos uma parte para explicitarmos como o Da certeza nos lega
princípios importantes para o nosso entendimento do desenvolvimento de nossas crenças, bem
como de nossa cosmovisão. Minha tese é que o grande filósofo do século XX quer proteger a
linguagem religiosa das intromissões da ciência e da metafísica. Ele via o cristianismo como o
único caminho para a felicidade. Na primeira fase do seu pensamento afirmava que a
linguagem religiosa ocupava a esfera mística de valor, sendo, por tanto, inefável. Já na sua
fase mais tardia, ele passa a enxergar a linguagem religiosa ocupando uma forma de vida,
abandonando assim a ideia de que as proposições religiosas são inefáveis, passando a fazer
sugestões quanto a sua gramática e do papel de termos como “Deus”, “Pecado” e “Juízo
Final”. A linguagem religiosa, portanto, é um dos jogos de linguagem.