razão negativa, sofística, pirronismo.
A pesquisa aqui desenvolvida, tomando a sofística e o ceticismo como expressões do que denominamos de razão negativa, isto é, considerando tais tradições como as formas por excelência do estágio antitético do pensar em geral, busca evidenciar, sobretudo, qual o autêntico estatuto filosófico da relação que permeia a forma mentis de sofistas e céticos. Embora ambos se nos mostrem como legítimos representantes do momento antinômico do pensar em geral, os pressupostos e as peculiaridades de cada um deles são suficientes para indicar (à luz de uma análise filosófica crítico-comparativa) que apenas uma dessas tradições, o pirronismo, atinge a peculiaridade de figurar como a faceta adogmática da razão negativa, porquanto o pirronismo não se constitui como o sucedâneo negativista da especulação dogmática – como calha à sofística –, mas sim como a δύναμις de dissolução ontognosiológica que após instaurar a indecidibilidade aporética adota uma postura suspensiva perante as forças contrárias do λόγος.