Banca de DEFESA: JÉSSICA CÁSSIA BARBOSA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JÉSSICA CÁSSIA BARBOSA
DATA : 08/07/2022
HORA: 09:30
LOCAL: https://www.youtube.com/watch?v=NrtfYwSAzv0
TÍTULO:

Potências do falso e a postulação de um outro fim de mundo possível


PALAVRAS-CHAVES:

Gilles Deleuze; potência do falso; sensível; devir; imagem de pensamento.


PÁGINAS: 176
RESUMO:

O problema do pensamento perpassa a filosofia de Gilles Deleuze: o que significa pensar? Como se dá o pensamento? Para o filósofo, dentro da história da filosofia, tais perguntas são tidas como pressupostos que asseguram seus próprios fundamentos. O pensamento aparece como algo natural, isto é, naturalmente inclinado ao verdadeiro e a uma boa vontade do pensador. Mas o que escondem tais pressupostos? O que deseja o homem da verdade? Deleuze encontra na história da filosofia uma imagem dogmática do pensamento. O homem da verdade projeta valores superiores à vida, a partir dos quais julga a vida. “Se alguém quer a verdade, não é em nome do que o mundo é, mas em nome do que o mundo não é” (Deleuze, 2018, p. 124). A diferença é enterrada sob o modelo do Mesmo, ou do si-mesmo. A verdade é a forma pura, é o mundo de formas, das Ideias, como pensava Platão. Por definição é um mundo sem perspectiva, um mundo sem ponto de vista. Ou, quiçá, e essa é nossa hipótese, seria o mundo de uma perspectiva pura, única sobre o todo. Que deseja o homem veraz, uma vez que esse mundo não existe, nunca ninguém viu? Uma perspectiva sobre todas as outras? A europeização / cristianização / heteronormatização do mundo? A europeização, como condição desses valores superiores, tem suas consequências não só ontológicas, mas também políticas. Constitui-se como a história do capitalismo que impede o devir dos povos sujeitados. O sensível aparece como “fundo” de produção do pensamento contra uma imagem dogmática e conservadora. A partir do sensível o pensamento se aproxima de seus processos múltiplos de expressão. A potência do falso faz ver que, para além dos valores do verdadeiro ou do falso, há um jogo vital de uma atividade genérica de produção de sentido. Movimentos da diferença ditos em termos de devires, afectos e perceptos permitem passar dos limites representacionais, e lidar com um conteúdo não-representacional da experiência – as intensidades. A potência do falso é a potência da vida em seu devir próprio, quando o perspectivismo deixa de ser sólido e passa a ser temporal, criando linhas de fuga diante do poder da verdade, que é dos dominantes e do colonizador. Ao processo de descolonização do pensamento (crítica), segue um processo de reapropriação de nossa potência do falso, fabular, com-fabular, outros modos de sentir e estar nesse mundo (criação). O primeiro capítulo inicia a problematização da potência do falso a partir dos questionamentos que Deleuze faz sobre o critério do verdadeiro para o pensamento. O segundo capítulo se atem ao conceito de potência do falso, incluindo os problemas aos quais ele pretende responder. O terceiro capítulo aponta as consequências políticas da potência do falso como pensamento. Esse capítulo também se propõe a discutir os efeitos dos critérios do verdadeiro para o mundo, isto é, quais práticas encontram-se envolvidas e nosso fracasso em habitar esse mundo, que é antes de tudo um fracasso subjetivo, de valores e pensamento. E um quarto capítulo abre algumas questões para se discutir o pensamento experimentativo de um filósofo-falsário. Por fim, num apêndice, discutimos as possibilidades do devir filósofo de um indígena para os nossos tempos, como maneiras para se adiar a “queda do céu” e a descolonização do pensamento, que significa dar-nos novas maneiras de sentir, pensar e habitar esse mundo – três instâncias que parecem interligadas sob a potência do falso.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDRÉ VINÍCIUS NASCIMENTO ARAÚJO
Presidente - 1718581 - EDUARDO ANIBAL PELLEJERO
Externa à Instituição - ESTER MARIA DREHER HEUSER - UNIOESTE
Interno - 2415197 - FEDERICO SANGUINETTI
Externo à Instituição - PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS - UFRRJ
Notícia cadastrada em: 27/06/2022 14:22
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