A biopolítica em Giorgio Agamben: Estado de exceção, poder soberano, vida nua e campo de concentração.
Biopolítica – Agamben – Exceção – Poder – Vida
O presente estudo empreende um exercício de reconstrução e explicitação do modo como a concepção de “biopolítica” de Giorgio Agamben se estrutura em torno de quatro conceitos fundamentais, quais sejam: poder soberano, vida nua (homo sacer), estado de exceção e campo de concentração. Trata-se de evidenciar a relevante contribuição que a reflexão de Agamben oferece para o diagnóstico crítico da racionalidade política nas sociedades contemporâneas e para o aprimoramento de nossa compreensão sobre as novas formas do poder na modernidade tardia. Os escritos mais fundamentais para a elaboração do presente estudo foram as obras Homo sacer: il potere sovrano e la nuda vita e Stato di eccezione. Não nos detemos, portanto, nos textos estéticos e literários da fase inicial do itinerário agambeniano assim como não são analisados os mais recentes escritos do autor, voltados para uma “arqueologia teológica” de dispositivos linguísticos e econômicos. Buscamos focalizar nossa análise nos vestígios mais estabelecidos e sedimentados do pensamento de Agamben sobre a politização da vida. O propósito geral da pesquisa foi analisar o alcance e o valor heurístico da “arqueologia da biopolítica” empreendida por Agamben, esclarecendo os nexos entre seus conceitos mais fundamentais (poder soberano, homo sacer, estado de exceção e campo de concentração). Almejamos, com a abordagem dessa temática, contribuir com a compreensão do elo existente entre a supressão da política nos regimes totalitários e a insignificância da política nas democracias realmente existentes.