A FORMAÇÃO PROFISSIONALIZANTE NO CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA PROFESSOR ELISEU VIANA SOB AS DIRETRIZES DA LEI N° 5.692/1971, MOSSORÓ/RN
Formação profissionalizante. Lei nº 5.692/1971. Educação na ditadura militar. Educação Profissional. História da Educação.
Este trabalho tem por objetivo analisar a formação profissionalizante oferecida pelo Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana (CEIPEV) sob as diretrizes da lei nº 5.692/1971. Essa legislação foi implantada no período em que o Brasil vivia o auge da ditadura militar (1964-1985) tendo sido uma das maiores reformas educacionais desse regime. A lei mudou a estrutura existente para o primeiro e segundo grau, atrelado a esse último grau, uma formação profissionalizante compulsória. O CEIPEV foi uma das três primeiras experiências da materialização da reforma no Rio Grande do Norte, sendo a instituição modelo em Mossoró e região. Iniciou o segundo grau no ano letivo de 1973 ofertando os cursos de Técnico em Contabilidade, em Enfermagem e em Agropecuária. Partimos da reflexão sobre a macroestrutura o ensino analisado, os contextos políticos, econômicos e educacionais, e entramos na escola com as análises sobre a formação ofertada, determinando assim, o encadeamento dos capítulos: iniciando a discussão sobre os contextos, refletindo a legislação e culminando na análise da formação profissionalizante ofertada pela escola. Quanto ao aporte teórico, temos três conceitos chaves que permeiam toda análise: trabalho, formação e dualidade. As categorias de análise são: cultura escolar - com base no estudo de Julia (2001) - e memória - Halbwachs (2015) -, que permitiram analisar as seguintes fontes: jornais impressos e digitalizados, documentos de arquivos particulares, entrevistas com agentes educacionais e documentos produzidos pela instituição. Concluímos que o CEIPEV ofertou ensino para o trabalho aos moldes da legislação e, suas primeiras turmas, conseguiram efetivar as diretrizes postas, mas, não de forma integral, gradativamente, passou a sofrer com a falta de investimentos ficando aquém do que era esperado e discursado. Além disso, os interesses de ascender para o Ensino Superior causou o desinteresse dos alunos mudando, assim, a configuração dos estudantes atendidos. Por fim, a chegada de outra instituição de ensino profissionalizante, melhor equipada, deixou sensível a situação da escola. Contudo, atendeu a base ideológica da lei, o capital humano, atendendo apenas aos interesses do mercado econômico e distanciando esse ensino de uma formação emancipatória, omnilateral.