TERRITÓRIO E ACAMPAMENTOS: a luta pela terra no Rio Grande do Norte
Luta pela Terra; Conflitos Agrários; Território; Rio Grande do Norte
A estrutura fundiária brasileira configurou-se a partir de um complexo processo de ocupação que, geograficamente, singularizou-se em um regime de uso, posse e propriedade da terra, alicerçado no predomínio de unidades de grande extensão territorial: o latifúndio. A realidade da fração territorial potiguar não está desconectada dessa realidade nacional. A formação do espaço agrário potiguar é marcada por atividades econômicas vinculadas à agropecuária e às ações que privilegiaram a reprodução das grandes propriedades, reproduzindo uma estrutura fundiária que se assemelha ao cenário do Brasil, com elevado nível de concentração e negação histórica do acesso à terra. Diante do cenário adverso, que se dá de forma desigual e combinada, a partir dos diferentes usos do território potiguar, esta pesquisa se propõe a analisar a territorialização da luta pela terra no Rio Grande do Norte, a partir dos acampamentos existentes no estado, e seus rebatimentos na operacionalização da Política Nacional de Reforma Agrária. A reforma agrária, nesse contexto, torna-se pauta importante e polêmica, sendo a luta pela distribuição de terras e a desconcentração fundiária elementos de disputa política e territoriais. Para tanto, nossa pesquisa tem uma abordagem metodológica quantitativa e qualitativa, pois considera diferentes variáveis com suas naturezas e relações; exploratória, pois busca desvelar a luta pela terra em seus diferentes contextos, adentrando nas relações estabelecidas com os diferentes agentes; e explicativa visto que se propõe a investigar os fatores que contribuem para a ocorrência desse fenômeno.