Análise do fator eucariótico de elongação delta 1 (EEF1D) em carcinoma de células escamosas orais
Carcinoma de Células Escamosas; Tradução de Proteínas; Reação em Cadeia de Polimerase; Western Blot.
O prognóstico do Carcinoma de Células Escamosas Orais (CCEO) é pobre em consequência das altas taxas de recorrência, tendência a metastatizar, diagnóstico tardio, bem como devido à ausência de marcadores adequados para detectar a progressão da doença. Neste sentido, a descoberta de novos alvos moleculares é de grande importância para melhores alternativas de diagnóstico e tratamento desta lesão. O Fator Eucariótico de Elongação Delta 1 (EEF1D) participa da etapa de alongamento da tradução do RNAm durante a síntese proteica e tem sido correlacionado com a transformação oncogênica. O presente estudo objetivou analisar a expressão imunohistoquímica do EEF1D em casos de CCEO, bem como investigou em estudos in vitro realizados com linhagens celulares de CCEO (SCC9) silenciadas (SCC9shEEF1D) e não silenciadas (SCC9shControle) para o EEF1D, a expressão de marcadores associados a Transição Epitélio-Mesenquimal (TEM), a expressão e a atividade gelatinolítica de MMPs -2 e -9, além da capacidade de proliferativa, taxas de apoptose e capacidade invasiva destas células. Uma significativa maior intensidade imunoexpressão de EEF1D foi observada nos casos de CCEO comparados à mucosa oral normal (p=0,0096). Uma menor expressão de E-caderina (p=0,00225), acompanhada de uma maior expressão de vimentina (p=0,0149) foi observada por qRT-PCR na linhagem SSC9sh-EEF1D quando comparada à linhagem SCC9shControle. Resultados semelhantes foram obtidos nos experimentos de Western Blot. Uma maior expressão dos fatores de transcrição associados à TEM Snail1 (p<0,0001), Zeb1 (p=0.03) e Zeb2 (p=0,0007) foi encontrada na linhagem SCC9sh-EEF1D por qRT-PCR. Níveis de expressão significativamente mais elevados de MMP-2 avaliados por qRT-PCR e uma maior atividade gelatinolítica desta metaloproteinase avaliada por zimografia foram identificados nas células SCC9sh-EEF1D. Uma menor capacidade proliferativa (p=0,0119) e uma maior capacidade invasiva (p=0,003) foram observadas nas células SCC9sh-EEF1D. Os achados do presente estudo sugerem uma forte participação do EEF1D na carcinogênese oral, principalmente na modulação da TEM e na capacidade proliferativa das células tumorais.