Conhecimento sobre plantas medicinais e interrelações com o meio ambiente na comunidade do Catu, Canguaretama (RN, Brasil)
Etnoconhecimento, Indígenas do Nordeste, Eleotérios do Catu, Rio Grande do Norte.
O objetivo da presente pesquisa é descrever e caracterizar os etnoconhecimentos sobre plantas medicinais e seus usos terapêuticos em uma comunidade indígena do Nordeste brasileiro. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, buscando-se informações sobre o uso de plantas medicinais, através do método Bola de Neve. O grau de consenso entre as respostas dos informantes foi considerado para identificar as espécies mais importantes para a população. Foram relatadas 68 espécies vegetais com uso medicinal, com predominância de plantas nativas (55,9%). As famílias mais representativas na pesquisa foram Fabaceae (12 spp.) e Lamiaceae (10spp). As espécies que se destacaram com maior número de citação foram o Alecrim (Rosmarinus officinalis L.), o Capim santo (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf.) e a Cidreira (Lippia alba (Mill.) N.E.Brown), destas o Alecrim foi também a planta que apresentou mais usos terapêuticos. As folhas foram as partes mais utilizadas, consumidas nas formas de chás e xaropes, principalmente no tratamento de doenças do aparelho respiratório. As informações contidas neste trabalho evidenciam a diversidade vegetal e a cultura local, bem como valorizam o etnoconhecimento da população. Isto pode revelar um resgate dos costumes tradicionais, de uso e manejo, das plantas com potencial medicinal, para a manipulação caseira de remédios de baixo custo financeiro para toda a comunidade estudada.