Laboratório de Documentação Histórica – Labordoc

Considerado um dos laboratórios mais antigos do CERES em funcionamento ininterrupto, hoje (2020), encontra-se sob a coordenação da Professora Paula Fernandes.


O Labordoc, vinculado ao DHC-CERES, foi criado em 1998, a partir de demanda específica ligada à conservação de documentos da esfera criminal provenientes da Comarca de Caicó. Seus objetivos são: atender, de maneira adequada, a demanda por acervos arquivísticos, sobretudo, com problemas de conservação; guardar, sob custódia, fundos arquivísticos, recolhidos parcial ou integralmente, e tratados do ponto de vista técnico como um conjunto orgânico, respeitado o Princípio da Proveniência dos Fundos; criar e manter acervo documental voltado para a História do Rio Grande do Norte e, particularmente, do Seridó, com a finalidade de utilização em pesquisas; apoiar e transferir conhecimento técnico a projetos que tenham como meta a criação e implantação de arquivos públicos municipais na região do Seridó; oferecer espaço para aulas práticas de componentes curriculares do Curso de História que ligam-se ao métier do profissional de História, a exemplo de Arquivologia, Paleografia, Introdução à Pesquisa Histórica e Pesquisa Histórica. O Labordoc possui cadastro, no Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), como entidade custodiadora de acervo arquivístico.

Por meio dos seus canais de comunicação, o site (http://labordoc.ceres.ufrn.br/) e a fanpage (https://www.facebook.com/Labordoc) o Labordoc promove a divulgação dos fundos arquivísticos sob sua custódia, bem como, atividades que desenvolve, ligadas ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão. O laboratório é procurado quase que diariamente por usuários da comunidade interna e, principalmente, externa, interessados em conhecer e fazer pesquisa nos acervos documentais nele acondicionados. Por meio das redes sociais, usuários da internet, distantes fisicamente, mantém acesso aos catálogos disponíveis com a documentação, podendo fazer solicitação de cópia digital, executada dentro das possibilidades da agenda da equipe e remetida, via e-mail, para os solicitantes. Trata-se de mais um serviço prestado à comunidade externa, tendo em vista que a grande maioria da documentação armazenada é de acesso público.

 

Os principais fundos custodiados pelo Labordoc são: Fundo da Comarca de Caicó, composto de documentação judicial (habilitações de casamento, processos criminais, habeas-corpus, guias criminais, inquéritos policiais, inventários post-mortem, demarcações de terra, ajustes pecuários, livros de eleição e ações cíveis) ligada ao território da antiga comarca homônima, cujo epicentro era a cidade de Caicó, abrangendo municípios circunvizinhos; tais documentos remontam aos anos de 1730 e vão até o final do século XX; Fundo da Diocese de Caicó, composto de documentação judicial (habilitações de casamento, processos criminais, habeas-corpus, guias criminais, inquéritos policiais, demarcações de terra, livros de eleição e ações cíveis) ligada ao território da antiga comarca homônima, cujo epicentro era a cidade de Jardim do Seridó, abrangendo municípios circunvizinhos; tais documentos remontam às primeiras décadas do século XIX e vão até o final do século XX; Fundo da Diocese de Caicó, composto por documentos do Movimento de Educação de Base em Caicó, referentes às décadas de 1950 a 1970, bem como, aos registros paroquiais de batizado, casamento e óbito da antiga Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó, que vão da década de 1780 até os anos de 1950, estes, digitalizados a partir dos originais na Casa Paroquial São Joaquim e disponibilizados em formato de imagem; Fundo Joaquim Martiniano Neto (Madureira), composto por tipologias documentais acumuladas pelo pesquisador que nomeia o fundo, que referem-se aos séculos XIX e XX, divididas em duas grandes séries, a do Município do Príncipe (documentos produzidos na esfera da Câmara e Prefeitura Municipal) e a do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (cópias de legislação provincial e republicana referente ao Seridó e de periódicos que circularam em Caicó); Fundo Luciano Alves da Nóbrega, igualmente composto por tipologias documentais acumuladas pelo pesquisador que nomeia o fundo, que referem-se aos séculos XIX e XX, divididas em duas grandes séries, a do Município do Príncipe (documentos produzidos na esfera da Câmara e Prefeitura Municipal) e a do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (cópias de legislação provincial e republicana referente ao Seridó); e o Fundo do Curso de História, que acumula a produção discente do curso (monografias, inventários, repertórios, artigos) e materiais dos eventos produzidos por professores do DHC-CERES.

 

A abrangência quantitativa (somente os Fundos das Comarcas de Caicó e Jardim do Seridó somam documentação disposta em mais de 500 caixas arquivo) e qualitativa dessa documentação sob custódia do Labordoc pode ser percebida a partir do seu uso em pesquisas de pós-graduação stricto sensu. Uma busca no Google Acadêmico com a chave de busca “Labordoc+UFRN” obtém pouco mais de 100 resultados, dentre os quais, aqueles que remetem para os seguintes trabalhos: em nível de mestrado, Ocidentalização, territórios e populações indígenas no sertão da Capitania do Rio Grande, de Helder Alexandre Medeiros de Macedo (História); A Perspectiva da Educação Higienista no Jornal das Moças (1926), de Ana Luiza Medeiros (Educação); Os crimes eleitorais no Seridó na República Velha, de João Batista Lucena de Assis (Ciências Sociais); Tempos de angústia: seca e cotidiano nos sertões da Província do Rio Grande do Norte, Vila do Príncipe, Zona do Seridó, de Jeferson Candido Alves (História); Sobre pedras, entre rios: modernização do espaço urbano de Caicó/RN (1950/1960), de Marcos Antônio Alves de Araújo (Geografia); Caicó: uma cidade entre a recusa e a sedução, de Juciene Batista Félix Andrade (História); Dos atos confessos aos afetos não-ditos: Um olhar sob as múltiplas experiências femininas a partir da análise dos discursos jurídicos, jornalísticos e orais, de Edivalma Cristina da Silva (Ciências Sociais); O desejo, o relato e a prática da cidade: de como são produzidos territórios marginais na cidade do príncipe (1880 - 1900), de Rosenilson da Silva Santos (História); Escravos em ação na Comarca do Príncipe – Província do Rio Grande do Norte (1870-1888) (História); Em nome(s) dos interesses: imaginários toponímicos do Rio Grande do Norte na Primeira República, de Anderson Dantas da Silva Brito (História); Escravidão na Vila do Príncipe, província do Rio Grande do Norte (1850/1888) (História); Templo da Salvação: representações da morte e ritos fúnebres no Seridó nos séculos XVIII e XIX, de Alcineia Rodrigues dos Santos (Ciências Sociais); e, em nível de doutorado, Cidade e sociabilidades (Príncipe, Rio Grande do Norte século XIX), de Olívia Morais de Medeiros Neta (Educação); Aquelas leituras formadoras de culturas (Caicó-RN, século XIX), de Franselma Fernandes de Figueiredo (Educação); Outras famílias do Seridó: genealogias mestiças no sertão do Rio Grande do Norte (séculos XVIII-XIX), de Helder Alexandre Medeiros de Macedo (História); O processo de dessacralização da morte e a instalação de cemitério

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