Banca de DEFESA: ADOLFO VEILLER SOUZA HENRIQUES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ADOLFO VEILLER SOUZA HENRIQUES
DATA : 16/03/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório 02 do PPGEd - NEPSA II
TÍTULO:

“UM TRISTE ESTIGMA DEPOIS DE UMA GRANDE POLÊMICA MUNDIAL”: OS DISCURSOS MÉDICO-PEDAGÓGICOS SOBRE O VÍRUS DO HIV E A AIDS NA PARAÍBA (1985-1995)


PALAVRAS-CHAVES:

HIV. SIDA. Hospital Clementino Fraga. Paraíba. Joana D’Arc Morais da Silveira Frade.


PÁGINAS: 197
RESUMO:

Esta tese tem por objetivo analisar os discursos médicos através das campanhas de combate a disseminação do vírus do HIV, e por sua vez, da doença por ele provocada: a aids, posto em circulação nos jornais paraibanos, bem como, na atuação de médicos infectologistas - ligados ao Hospital Clementino Fraga em João Pessoa, na assistência hospitalar aos pacientes acometidos pelo vírus do HIV, entre os anos de 1985 e 1995. Propomos realizar esta análise, a partir das primeiras notícias sobre a presença do vírus do HIV na Paraíba, analisando as permanências e rupturas históricas num período de 10 (dez) anos no enfrentamento da dita epidemia do HIV/aids através da imprensa e também buscando compreender a atuação Hospital Clementino Fraga através, enquanto espaço de propagação de um saber médico, e, por fim, a atuação da médica Joana D’Arc Morais da Silveira Frade, uma das primeiras profissionais infectologistas paraibanas atuando desde o ano de 1989. Com o diagnóstico dos primeiros casos de infecção por HIV e o desenvolvimento da aids na Paraíba a partir de 1985, teve início uma forte atuação médica no sentido de educar a população para se proteger do contágio, divulgando através de discursos pautados pelo saber médico no campo da educação sexual fora das escolas, na adoção do uso de preservativo durante o sexo, ao mesmo tempo em que se tentava entender o que era o vírus e a doença que já nasceu marcada por estigmas sociais. Esta pesquisa pode se configurar enquanto uma contribuição para o Programa de PósGraduação em Educação (PPGEd) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, uma vez que, esses discursos médico-educativos estariam contemplados nesse leque de opções oferecidos pela linha de pesquisa citada, uma vez que, se tratava de práticas educativas de caráter não-escolar. Utilizo como fontes históricas as notícias publicadas nos jornais em circulação na Paraíba à época, a saber, A União, Correio da Paraíba, O Momento, O Norte, Diário da Borborema e o Jornal da Paraíba, além de 4 (quatro) entrevistas concedidas pela médica Joana D’Arc Morais da Silveira Frade. Metodologicamente, me apoiei em Michel Foucault (2014) para operar a análise do discurso, onde o discurso nada mais é do que um jogo de escritura, no primeiro caso, de leitura, no segundo, de troca, no terceiro. Quando me deparei com esses discursos produzidos e publicados nos impressos paraibanos que circularam no período ora proposto por essa pesquisa, bem como nas 4 (quatro) entrevistas que realizei com a médica a Sra. Joana D’Arc Morais da Silveira Frade, ao pôr os olhos sobre esses escritos fiz leituras. Essa associação culminou com a troca, com o diálogo daquilo que leio com aquilo que compreendo. Nesse momento o discurso se anula e é elaborado um outro discurso na ordem do significante, ou seja, na forma como entendemos e elaboramos. Foi isso o que fiz com as fontes: leituras de “verdades”, para construir outras “verdades”. Para tanto, inspirado pelos modos de fazer história, possibilitados pela História Cultural, recorremos aos conceitos e contribuições de alguns autores que serão primordiais nessa pesquisa: biopolítica de Michel Foucault (2008; 1999), sensibilidades a partir de Sandra Pesavento (2007), doença de acordo com Jacques Le Goff (1985), estigma de acordo Erving Goffman (2013), dentre outros que nos auxiliaram para um melhor embasamento teórico. Conclui-se que por mais que tenha sido feito um forte investimento no que diz respeito a educação para a saúde, para o cuidado com o corpo, com a proteção sexual e em defesa da vida como mecanismo de uma biopolítica, esses discursos pautados pelo saber médico, acabaram por acentuar estigmas, marcas pejorativas sobre os corpos das pessoas e dos espaços dedicados a combater o vírus e a doença.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - ***.871.164-** - AVELINO ALDO DE LIMA NETO - IFRN
Presidente - 2310142 - AZEMAR DOS SANTOS SOARES JUNIOR
Externa ao Programa - 1131585 - PATRICIA IGNACIO - nullExterna à Instituição - REGINA COELLI GOMES NASCIMENTO
Externo à Instituição - THIAGO ALVES MOREIRA NASCIMENTO
Notícia cadastrada em: 06/03/2024 11:32
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