Wayfinding no planejamento de campi universitários: reflexões com base na sensibilidade ambiental de pessoas com deficiência visual
wayfinding, acessibilidade, pessoas com deficiência visual, campus universitário
Avanços nas políticas de inclusão no ensino superior têm repercutido no aumento da matrícula de pessoas com deficiência, principalmente a partir do surgimento da Lei 13.409 de 28 de dezembro de 2016, que estabeleceu reservas de vagas nos cursos técnicos de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Apesar disso, nos espaços físicos dos campi universitários brasileiros ainda observam-se muitas lacunas quanto à orientação e mobilidade de pessoas com deficiência visual (SARMENTO, 2017; SILVEIRA, 2019), condição que dificulta o processo de wayfinding, ou seja, a navegabilidade do ambiente por estas pessoas. Partindo desse entendimento, esta pesquisa questiona como o planejamento de campi universitários pode incorporar conhecimentos sobre os processos de wayfinding de pessoas com deficiência visual a fim de melhorar a qualidade ambiental destas áreas. Tem-se como hipótese que o estudo das relações entre os mecanismos de percepção/cognição e os principais atributos ambientais requisitados por pessoas com deficiência visual nos campi pode contribuir para criar diretrizes de wayfinding para a utilização destes espaços por este público específico, os quais serão úteis para o público em geral. Para tanto, objetiva-se investigar os processos de wayfinding de pessoas com deficiência visual em três campi universitários de instituições federais de ensino superior nordestinas (UFC, UFPB e UFRN), a fim de fomentar discussões que possam subsidiar os processos de planejamento com vistas a melhorar a navegabilidades destes espaços. Como participantes da pesquisa, serão recrutados: (i) profissionais dos setores de planejamento do espaço físico atuantes nos campi e (ii) pessoas com deficiência visual em duas condições: vinculadas às instituições (estudantes, professores e funcionários) e não vinculadas às instituições (pessoas da comunidade). O método da investigação será composto por entrevistas semiestruturadas, grupos focais (remotos), percursos comentados (THIBAUD, 2001) e passeios acompanhados (DISCHINGER, 2000).