DA CIDADE GENÉRICA AO JUNKSPACE
O pensamento de Rem Koolhaas sobre a cidade contemporânea
cidade contemporânea; rem koolhaas; arquitetura; urbano; cotidiano.
A presente pesquisa tem como objetivo realizar uma análise da cidade contemporânea, com base no pensamento de Rem Koolhaas e com foco na relação entre edifício e cidade, por meio de questionamentos apontados ao referido pensamento, utilizando-se em particular do suporte de conceitos e considerações de David Harvey e Henri Lefebvre. Destaca-se ainda outras duas particularidades na presente pesquisa: a dialética existente entre o desenvolvimento da cidade e o sistema capitalista; e a relação entre a teoria e a prática da arquitetura no contexto em questão. Trata-se de uma análise teórico-conceitual que utiliza o método dialético de abordagem, precisamente devido ao caráter dialético: do próprio objeto de estudo; da forma como Koolhaas enxerga tal objeto, na qual o contraditório é aspecto fundamental (e dialético); da relação entre cidade e capitalismo; e das conceituações de Harvey e Lefebvre utilizadas. Dessa forma, esta pesquisa se divide em duas partes, sendo a primeira delas dedicada a entender o pensamento de Koolhaas sobre a cidade contemporânea como um todo, extraindo dele uma base sobre a qual a discussão é promovida, na segunda parte. Assim, aborda-se o contraditório como aspecto fundamental na formação do pensamento de Koolhaas e, portanto, como chave de leitura para a presente análise; para em seguida analisar a construção de seu entendimento sobre a cidade contemporânea. Como resultado, aponta-se a cultura da congestão e a atividade do consumo como sendo os aspectos fundamentais para a discussão realizada na segunda parte, apresentando-lhes questionamentos e utilizando-se do suporte de Harvey e Lefebvre. Assim, aborda-se a relação entre o que Koolhaas entende na cultura da congestão e o que Lefebvre enxerga na formação do urbano e da sociedade urbana, a fim de questionar o papel da arquitetura nesse contexto e que consequências ela traz, para as cidades e para a sociedade. Tal questionamento envolve também o cotidiano a que se refere Lefebvre, com sua dialética da produção do espaço em conjunto com a sociedade. Finalmente, fazendo uso das considerações de Harvey a respeito da dialética entre o capitalismo e o processo urbano, discute-se a cidade contemporânea em função da atividade do consumo, apontando ainda o impacto das alterações na dinâmica espaço-tempo da condição pós-moderna apresentadas por Harvey; e novamente o cotidiano de Lefebvre, representado pela sociedade burocrática de consumo dirigido. Ao longo de toda essa análise, identifica-se uma transformação da cidade e da sociedade (representada no pensamento de Koolhaas pela transição da cidade genérica para o junkspace) a partir da qual questiona-se o papel exercido pela arquitetura e suas consequências.