UMA TRAJETÓRIA DES-VIÁVEL. O PERCURSO PROFISSIONAL DE ARIALDO PINHO ENTRE NATAL E FORTALEZA
Projetista prático; Trajetória profissional; Patrimônio construído; Documentário sobre arquitetura modernista; Nordeste-Brasil.
Parte significativa da produção arquitetônica das décadas de 1950 e 1960 está sendo destruída em Natal, atingindo não somente o acervo edilício, mas levando consigo testemunhos de reminiscências dessa época, incluindo-se os autores desses projetos, que muitas vezes sequer foram devidamente mencionados ou reconhecidos pelos estudos acadêmicos. Entre esses profissionais com distintas formações e procedências, veio à tona, na busca irrequieta pelo registro do ainda existente, Arialdo Pinho. Nascido no Rio de Janeiro, com o domínio da técnica laboral e o significativo aporte cultural, à margem da instrução formal, chega a Natal em 1951 e torna-se importante referência da escola modernista residencial. Em 1958, já em Fortaleza-CE, dá continuidade ao potencial conquistado à luz de suas funções intelectuais e às estreitas relações sociais. Ao custear as fendas atinentes a estas circunstâncias, pergunta-se: como os decursos pessoal, intelectual e profissional de Arialdo Pinho materializado nos empreendimentos nas duas cidades podem ser apreendidos na construção historiográfica dos bens culturais edificados? Acredita-se, assim, que o momento fazia-se favorável para a execução de seus projetos nestas capitais, que vivenciavam a insuficiência de profissionais com formação de nível superior, e cuja clientela composta pela elite, passava a exigir, entretanto, uma arquitetura diferenciada. Nesse delinear perceptivo, configura-se como ponto de partida as trajetórias e as vicissitudes profissionais e o conhecimento e registro da prática da arquitetura. Pretende-se, então, compreender a distinção dos caminhos traçados pelo profissional Arialdo Pinho na sua atuação entre Natal e Fortaleza, contribuindo para a construção de uma ferramenta que condense as informações e ao mesmo tempo estimule e publicize novas reflexões acerca da história da arquitetura e da cidade. Para abranger essas nuanças, os aportes teóricos basearam-se nas contribuições concernentes à memória, ao patrimônio e ao audiovisual. Os acervos estáticos experienciados pelo uso dos dispositivos na vivência de campo resultaram no encontro com Arialdo Pinho e no desfolhar de sua trajetória. A experiência empírica manifestou o documentário “Arialdo Pinho: Uma trajetória des-viável” como produto material, em livre criação argumentativa, da tese. Desses caminhos particulares esquecidos, muitas vezes alijados pela literatura especializada, evidenciou-se um retrato pouco compreendido e explorado das incursões da prática da arquitetura e, portanto, da história das cidades.