CONFORTO OU CONFRONTO VISUAL?
A influência do conforto visual na satisfação dos usuários do ginásio
de reabilitação do Centro de Reabilitação Infantil, Natal-RN.
Iluminação natural, Arquitetura hospitalar,
Humanização, Avaliação Pós-Ocupação.
Este trabalho aborda a percepção dos usuários em relação ao conforto
visual em espaços terapêuticos. O estudo parte da premissa de que o
espaço é atuante e corrobora com a humanização da saúde ao destacar a
importância da qualidade ambiental como facilitador do processo de
reabilitação. Porém, no Brasil as normas para projetos hospitalares
não tratam de conforto visual. Nessa direção, evidencia os efeitos
fisiológicos e emocionais da luz natural, admitindo a importância da
arquitetura em criar ambientes que gerem satisfação por meio do
conforto visual ao incorporar locais para inspirar, estimular e
auxiliar a restauração. Em projetos hospitalares, os sistemas de
abertura são muitas vezes definidos apenas para seguirem as exigências
das normas que não consideram a paisagem, mas apenas a ventilação e
insolação, e os níveis de iluminação são tratados a partir de
recomendações para iluminação artificial. Todavia, a Política Nacional
de Humanização da Assistência à Saúde apresenta o conforto ambiental
como uma das prioridades na busca pela promoção da qualidade de vida e
saúde ambiental, tornando fundamental a opinião dos atores sociais
destas edificações. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi
avaliar o conforto visual a partir da satisfação dos usuários a fim de
identificar as preferências humanas diante das variáveis: iluminação
natural, acesso à paisagem e privacidade visual. Para isso, adotou
como estratégia de pesquisa a Avaliação Pós-Ocupação (Técnico
Funcional) por meio de uma abordagem multimétodos, que contemplou um
estudo de caso no ginásio de reabilitação do Centro de Reabilitação
Infantil, Natal, Rio Grande do Norte, e um estudo de referência no
Centro de Reabilitação SARAH, unidade Fortaleza, Ceará. Os resultados
apontam a preferência dos profissionais pela privacidade visual em
detrimentos aos demais aspectos analisados. Assim, a definição de
atributos ambientais desejáveis deve considerar as especificidades dos
tratamentos oferecidos. O contato com a natureza, em determinadas
patologias, pode causar interferência negativa no atendimento. Assim,
espera-se que este estudo possa contribuir para a discussão sobre
conforto visual e gerar insumos para futuros projetos ou reformas de
centros de reabilitação.