Um olhar sociofuncionalista sobre o uso dos conectores sequenciadores E e AÍ em textos escritos por alunos do ensino fundamental
Conectores sequenciadores E e AÍ; narrativa de experiência pessoal; conto; escrita; ensino de língua portuguesa.
Neste trabalho, apoiando-me em dois referenciais teóricos, o do funcionalismo linguístico de vertente norte-americana e o da sociolinguística variacionista, tomo como objeto de estudo os conectores sequenciadores E e AÍ, que atuam na função gramatical de indicação de sequenciação retroativo-propulsora de informações. Analiso o uso variável desses conectores em textos escritos produzidos por alunos de duas escolas da rede pública da cidade de Natal-RN, que cursavam, à época da coleta de dados (o ano de 2012), duas séries distintas do ensino fundamental: o quinto e o nono ano. Os alunos que contribuíram para a realização desta pesquisa escreveram, como parte de suas atividades em sala de aula, textos de dois gêneros da esfera narrativa: narrativa de experiência pessoal (de caráter não ficcional) e conto (de caráter ficcional). A título de introdução, descrevo o fenômeno variável sob enfoque, bem como listo objetivos, hipóteses e justificativas para a realização deste estudo. No primeiro capítulo, sintetizo alguns trabalhos já realizados por outros pesquisadores a respeito do uso dos conectores E e AÍ na escrita. No segundo capítulo, dou destaque a conceitos e princípios do funcionalismo e da sociolinguística que serviram como fundamento para a análise dos dados. No terceiro capítulo, caracterizo os dois gêneros textuais que serviram de fonte para a coleta de dados: a narrativa de experiência pessoal e o conto. No quarto capítulo, apresento os procedimentos metodológicos que adotei, e, no capítulo subsequente, realizo a análise quantitativa e qualitativa preliminar dos resultados que obtive em referência a dois grupos de fatores: relações semântico-pragmáticas e gênero textual, relacionando tais resultados à ação de dois princípios: o princípio da persistência, vinculado ao processo de gramaticalização, e o princípio da marcação estilística.