Variação discursiva entre as perífrases SÓ QUE e SENDO QUE em notícias e reportagens
SÓ QUE; SENDO QUE; variação discursiva; quebra de expectativa.
Esta pesquisa, ancorada na vertente teórico-metodológica da sociolinguística variacionista, analisa o fenômeno de variação discursiva entre as perífrases conjuncionais SÓ QUE e SENDO QUE. Para tanto, foram extraídas do Corpus do Português 500 ocorrências de cada uma das perífrases. A fim de promover uma investigação variacionista, foram consideradas cinco funções semântico-pragmáticas propostas por Longhin (2003): marcação de diferença, marcação da não satisfação de condições, marcação de acontecimento inesperado/indesejado, marcação de refutação e marcação de contra-argumentação. Essas funções são subordinadas à macrofunção de oposição por quebra de expectativa. Os seguintes grupos de fatores controlados quantitativamente: função semântico-pragmática; gênero discursivo: notícia e reportagem; posição das perífrases: início de período e início de oração; tipo de discurso: autoral e citação; e assunto: futebol, celebridade, política, segurança, economia, entretenimento, esporte, saúde etc. Após a codificação das variantes de acordo com os grupos de fatores, foram feitas rodadas estatísticas no programa GoldVarb X. Nesta versão da tese para a qualificação, analisamos os resultados referentes às cinco funções semântico pragmáticas. A hipótese foi comprovada: a perífrase SÓ QUE foi favorecida nas marcações de diferença, não satisfação de condições e acontecimento inesperado/indesejado. Em contraste, a forma concorrente, SENDO QUE, foi favorecida nas marcações de refutação e contra-argumentação.