(Des)usos do clítico em instanciações da construção com verbo pronominal
Verbos pronominais. Linguística Funciional Centrada no Uso. Construção.
O presente trabalho investiga (des)usos do clítico em ocorrências da construção com verbos pronominais. Em termos gerais, objetiva analisar essa construção em seus aspectos formais e funcionais. Como objetivos específicos, elencam-se (i) verificar propriedades semânticas dos verbos que podem licenciar a construção com verbos pronominais; (ii) caracterizar a construção com verbos pronominais, considerando o polo da forma e o da função, conforme Croft (2001); (iii) identificar motivações sociointeracionais e semântico-cognitivas subjacentes à recorrência aos padrões estruturais dessa construção; (iv) caracterizar a construção com verbos pronominais quanto a sua esquematicidade, produtividade e composicionalidade. Os dados de análise são ocorrências extraídas do Corpus Discurso & Gramática, de fala e escrita, particularmente das cidades de Natal-RN, Juiz de Fora - MG e Rio Grande-RS. A fundamentação teórica para o estudo é a Linguística Funcional Centrada no Uso, que reúne contribuições da Linguística Funcional norte-americana, com base em Givón (1979, 1990), Hopper (1987), Bybee (2010), Traugott (2011), entre outros, e da Linguística Cognitiva, conforme Langacker (1987), Lakoff (1987), Lakoff e Johnson (2002). Além disso, consideramos a abordagem construcionista tal como caracterizada em Goldberg (1995, 2006), Croft (2001) e Traugott e Trousdale (2013). Considerando as ocorrências observadas no corpus, foi possível identificar a existência de um padrão esquemático para a construção com verbo pronominal [S + (clítico) + VPRON] e o sancionamento de dois padrões microconstrucionais, [S + clítico + VPRON] e [S + VPRON]. Os resultados preliminares mostram que o apagamento do clítico acontece com mais frequência na construção com verbos considerados pseudorreflexivos (47%), e nos dados da cidade de Juiz de Fora.