Não identidade em As Meninas, de Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles. As meninas. Identidade.
Esta dissertação toma como corpus o romance As meninas, publicado em 1973, da escritora paulista Lygia Fagundes Telles. O elemento primordial de análise são as personagens principais, Ana Clara, Lia e Lorena, cujas identidades revelam-se em formação, portanto indefinidas e mutáveis. Ao partirmos da hipótese de que a identidade das personagens pode ser fragmentada, nosso objetivo é verificar como essa possível fragmentação ocorre. Stuart Hall (2005) discorre sobre essa fragmentação identitária, a qual, na obra em estudo de Lygia, se expande e fragmenta a estrutura narrativa, concretizada em quatro focos narrativos: os de cada uma das protagonistas e de um quarto narrador, heterodiegético. Esse modo múltiplo de narrar possibilita visualizar as diferentes identidades que cada personagem comporta, visto que há um aumento de pontos de vista. Zygmunt Bauman, com seu conceito de liquidez (2005), corrobora com nossa pesquisa sobre as movências identitárias. Autores como Zilá Bernd (2011), Tomaz Tadeu da Silva (2012) e Kathryn Woodward (2012), com seus respectivos estudos sobre identidade, também adensam nossa dissertação. Nossa pesquisa se constitui metodologicamente como bibliográfica e analítica.