Artista-docente. Processos. Experiências.

Esta dissertação diz respeito à pesquisa denominada “Uma metamorfose: o artista- docente, entre lugares comuns e lugares distintos”. O respectivo objetivo deste trabalho é apresentar a identidade do artista-docente, quando atua em sala de aula, conciliando os papéis de artista e de professor de forma híbrida. Aborda-se as características peculiares e o diálogo em torno do processo, a partir de uma análise bibliográfica e das experiências de profissionais da área, buscando ampliar o discurso dos artistas que se encontram em situação pedagógica. Todavia, não menosprezando e levando em consideração àqueles que somente ministram a disciplina de artes de forma teórica. Tudo isso, visto que, enquanto artista-docente passei a refletir sobre a minha prática cotidiana, identificando a forma plural de tratar os processos de cunho artístico com base nas relações e conteúdo que surgem dos alunos. Tal problemática consiste em responder as seguintes questões: Em que medida o fazer artístico transforma o espaço de sala de aula, promovendo um encontro de valores e referências na contribuição do ensino-aprendizagem? Qual motivação garante que o artista possa usar o ambiente escolar para desenvolver práticas artísticas-culturais? Esses questionamentos se fizeram necessário, pela ótica e considerando a contribuição oportuna, que se dá quando esses papéis, o de professor e a do artista se complementam. Na compreensão de que, enquanto artista-docente, sendo um ou outro não se dissociam, mas se articulam, envolvendo a prática e a teoria em uma dinâmica contínua. Ainda assim, esse estudo apresenta o artista-docente imbuído em propostas que começam de exercícios com experiências artísticas-estéticas à didáticas-pedagógicas. Fomentou-se uma análise do fazer arte em sala de aula, da postura do artista que se inclina a ensinar de forma contemplativa e reflexiva. Para tanto, levou-se em consideração as opiniões apuradas através de um questionário com professores de arte e artistas-docentes da rede pública de ensino, além de trazer o relato/imagens de experiências vivenciadas. Bem como, para o estudo e o desenvolvimento da escrita deu-se como referência: Telles et al. (2021), Perobelli (2009), Loponte (2005, 2010), Corazza (2023), Born (2012), Dewey (2010), Eisner (2008), Larrosa (2020), Arroyo (2000), Paulo Freire (1996), Rancière (2002) dentre outros. Tudo para que seja ampliado o conhecimento da função que desempenha o artista-docente, na esperança de auxiliar no processo de identificação de semelhantes.