Banca de QUALIFICAÇÃO: GUILHERME LUCAS DE OLIVEIRA LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GUILHERME LUCAS DE OLIVEIRA LIMA
DATA : 30/05/2019
HORA: 07:30
LOCAL: Sala B, do 5º Subsolo do HUOL
TÍTULO:

COMO A NEUROFOBIA SE DESENVOLVE NOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UFRN?


PALAVRAS-CHAVES:

Neurologia; Fobia; Atitudes; Ensino superior; Currículo; Professores de Medicina.


PÁGINAS: 93
RESUMO:

Introdução: As doenças neurológicas apresentam prevalência crescente devido ao avanço da idade da população mundial. Assim, há necessidade de formação do médico generalista habilitado na resolução das patologias neurológicas mais frequentes na sua região de atuação. Entretanto alguns médicos assumem uma atitude de distanciamento dos doentes neurológicos decorrente de um sentimento de incapacidade, de insegurança, de medo frente à neuromedicina, que é o ramo que congrega as disciplinas que estudam o sistema nervoso. Essa atitude é chamada neurofobia, e está presente em várias regiões do globo acometendo em torno de 50% dos estudantes e médicos. As causas relatadas em vários estudos estão associadas ao ensino da neuromedicina, em principal a complexidade da neurociência e do exame neurológico. O aprofundamento do conhecimento sobre as razões de instalação e agravamento dessa moléstia bem como as soluções para combater a neurofobia precisam ser estudadas. Objetivos: pretendemos diagnosticar a neurofobia e entender seu desenvolvimento nos estudantes da UFRN. Metodologia: Propusemos um estudo misto explanatório com questionário eletrônico com itens sociodemográficos e do tipo Likert sobre os 4 critérios relacionados a neurofobia, a saber: conhecimento, dificuldade, interesse e confiança. Sequencialmente, realizamos um grupo focal, com 8 alunos, e 5 entrevistas com roteiro semi-estruturado. Houve tratamento estatístico das variáveis quantitativas, sendo a significância de p<0,05. A análise categorial do corpus qualitativo, segundo Minayo, permitiu a triangulação dos dados. O estudo foi aprovado pela comissão de ética em pesquisa da instituição sob o número CAAE: 79745317.5.0000.5295. Resultados: Na fase quantitativa, recebemos 215 respostas anônimas do instrumento. Os dados evidenciaram que 41,9% dos avaliados se consideravam neurofóbicos, e estes estudantes apresentavam pior sensação aos 4 critérios quando comparados ao grupo controle. O gênero, a idade, o ano do curso não foram fatores determinantes para a neurofobia na UFRN. Houve uma correlação linear maior entre a neurofobia e a percepção da dificuldade e grau de interesse que os demais critérios. Em nossa instituição a neurofobia tendeu a crescer ao longo do curso médico, corroborando a visão de que o ensino neuromédico promove a neurofobia e não o inverso. Na fase qualitativa, reconhecemos que a visão preconcebida negativa frente à neuromedicina pode advir de um contato familiar ou de detalhes pitorescos de filmes. Percebemos que a origem precoce da neurofobia pode decorrer da atuação docente. Na visão dos estudante, os professores das neurociências aplicaram metodologias que não priorizavam a contextualização; e ao longo do curso, os profesores expuseram temas específicos e de baixa relevância ao médico generalista. Há relatos da pouca prioridade de tempo para neuromedicina na grade curricular densa do curso da instituição. As propostas versaram na mudança da postura do professor que pode possibilitar a integração curricular e a aplicabilidade da neuromedicina no contexto geral. Conclusão: A neurofobia prevalece na região Nordeste do Brasil e está mais relacionada às percepções de alta dificuldade e baixo interesse em neuromedicina, possivelmente devido à fraca atuação do professor. Mudanças no papel desse professor tradicional visando uma aprendizagem significativa adaptativa, com metodologias ativas de aprendizado em um currículo neuromédico integrado, contínuo e focado na formação generalista, podem ser propostas para mitigar a neurofobia entre estudantes de graduação.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2172036 - MARIA JOSE PEREIRA VILAR
Externa à Instituição - ROSANA APARECIDA SALVADOR ROSSIT - UNIFESP
Interna - 2644228 - SIMONE DA NOBREGA TOMAZ MOREIRA
Notícia cadastrada em: 16/05/2019 15:23
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