Banca de QUALIFICAÇÃO: GEOVÁ BEZERRA GUIMARÃES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GEOVÁ BEZERRA GUIMARÃES
DATA : 31/01/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Remoto pelo Meet
TÍTULO:

O ENSINO DA ESCRITA E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO: EM BUSCA DE UM SENTIDO PARA UM CONSENSO


PALAVRAS-CHAVES:

Ensino da escrita; Constituição do sujeito; Análise do Discurso; Slogan da generite


PÁGINAS: 150
RESUMO:

Esta tese estuda produções textuais de alunos da última etapa do ensino fundamental em condição de concurso, com o objetivo de analisar a relação entre o discurso sobre o ensino da escrita, entendido como o conjunto de metodologias didáticas previstas em documentos oficiais, e a constituição em sujeito do aluno, concebido como efeito ideológico produzido pela inserção histórica deste em uma tradição didática. A partir da Análise do Discurso introduzida por Pêcheux (2014; 2015) e ampliada por Courtine (2014) e das discussões sobre educação, ensino e produção de texto propostas por Larossa (2014), Comenius (s/d), Eco (2019), Bourdieu & Passeron (1992), Apple (1979), Geraldi (1984; 1991), Gnerre (1992), Fabiano (2011) e Fairchild (2012), problematiza-se o ensino da escrita que toma os gêneros textuais/discursivos como objetos de ensino, uma vez que há indícios de que essa prática contemporânea nutre e se nutre de discursos que, reproduzindo concepções antigas, tornaram-se consenso. Isso possibilitaria, frente às diretrizes pedagógicas oficiais, a emergência do slogan da generite, um didatismo que é igualmente atualidade (acontecimento discursivo) e sempre já dito (memória discursiva). Assim, são descritos e analisados 43 (quarenta e três) textos escritos por candidatos aprovados em Exame de Seleção nas vagas destinadas a cotistas para ingresso a um Instituto Federal, interpretando-se os efeitos discursivos à luz da leitura-trituração (PÊCHEUX, 2016) e da análise de formulações, associando forma sintática e conteúdo léxico-semântico (COURTINE, 2014). A análise dos textos permite que se identifique uma tendência de manutenção, em um método de ensino de escrita supostamente atual, de práticas discursivas anteriores. Em relação à constituição do sujeito, isso se reflete no controle exercido sobre o dizer, pelo qual o Estado inculca e transforma em habitus o fisiologismo neoliberal que se engendra sub-repticiamente nos documentos oficiais. O resultado é uma monopolização da palavra, fabricada e inventada, gerando um ensino da escrita marcado pela sistematicidade e pela reintrodução, agora sob o rótulo da generite, de rituais de reprodução, de modo que a escola se revela como perpetuadora da função do copista e da ideologia neoliberal, um amálgama que contrasta com o dialogismo bakhtiniano.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1673309 - SULEMI FABIANO CAMPOS
Externo à Instituição - ANDRÉ CAMPOS MESQUITA - UEM
Externo à Instituição - JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA - UFMA
Externo à Instituição - THOMAS MASSAO FAIRCHILD - UFPA
Notícia cadastrada em: 18/01/2022 15:25
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