Banca de DEFESA: MARIA ADRIANA VIEIRA DAS GRAÇAS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA ADRIANA VIEIRA DAS GRAÇAS
DATA : 07/06/2019
HORA: 10:00
LOCAL: Sala 4 da Escola de Ciências e Tecnologia
TÍTULO:

LETRAMENTOS DE RESISTÊNCIA: mulheres na luta por terra e território na Chapada do Apodi


PALAVRAS-CHAVES:

Letramentos de resistência. Agente de letramento. Educação Popular. Mulheres na luta por terra e território.


PÁGINAS: 125
RESUMO:

A luta por terra e território que vem sendo travada, desde 2011, na porção norte-rio-grandense da Chapada do Apodi evidencia a disputa entre dois modelos de agricultura. De um lado, estão o agro e hidronegócio que, fundamentados na utilização de grandes áreas de terra e elevada quantidade de água, associada ao uso de agrotóxicos na produção, ameaçam a vida no campo e priorizam o lucro. Do outro, a agricultura familiar e camponesa que, a partir da produção, na maioria dos casos de base agroecológica, em pequenas propriedades, prioriza a vida e a biodiversidade no campo. Essa disputa mobiliza diversos movimentos e organizações locais, nacionais e internacionais contra as desapropriações e a favor das famílias ameaçadas de expulsão de suas terras, constituindo, dessa maneira, um movimento de luta e resistência na (e pela) Chapada do Apodi. Nesse processo, destacamos, nesta dissertação, as ações de leitura, escrita e oralidade – denominadas neste estudo de letramentos de resistência – que foram desenvolvidas por trabalhadoras rurais de Apodi. Inserida no campo da Linguística Aplicada (MOITA-LOPES, 1994; 2006; PENNYCOOK, 1998, 2006), esta pesquisa assume uma abordagem qualitativa-interpretativista (CHIZZOTTI, 2005; MOITA-LOPES, 1994) e está amparada nos estudos de letramento de vertente etnográfica (KLEIMAN, 1995; 2016; STREET, 1993; 2014; TINOCO, 2008; SOUZA, 2009; SITO, 2010), na concepção dialógica da linguagem (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 2006 [1929]) e da educação popular (FREIRE, 2016 [1974]; 1992; 2001; GIROUX, 1997). Seu objetivo geral é analisar os impactos sociais que resultam dos letramentos de resistência protagonizados pela Comissão de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Apodi (STTR) no processo de luta por terra e território na Chapada do Apodi norte-rio-grandense. Os objetivos específicos são (i) compreender o processo de construção de eventos de letramento de resistência na luta por terra e território na Chapada do Apodi e, nesses eventos, (ii) examinar estratégias e táticas de linguagem construídas por trabalhadoras rurais de Apodi para fortalecer suas práticas de agricultura familiar e, ao mesmo tempo, contrapor-se ao discurso das grandes empresas do agro e hidronegócio. Os dados foram gerados por meio da rememoração do processo de luta contra a desapropriação de terras na Chapada do Apodi em seis eventos: duas oficinas com trabalhadoras rurais de Apodi; quatro sessões de entrevistas com coordenadoras e ex-coordenadoras da Comissão de Mulheres do STTR de Apodi. Os resultados apontam que práticas de letramento de resistência, mobilizadas em âmbito local e aliadas a outras práticas sociais de organização popular, podem transformar um problema local em uma luta coletiva internacional e contribuir no fortalecimento da autonomia feminista de trabalhadoras rurais que, independentemente da escolaridade, atuam como importantes agentes de letramento na luta por terra e território no Rio Grande do Norte e além-fronteiras.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2087054 - GLICIA MARILI AZEVEDO DE MEDEIROS TINOCO
Interna - 322.525.604-87 - IVONEIDE BEZERRA DE ARAÚJO SANTOS MARQUES - IFRN
Externo à Instituição - ANDREA LORENA BUTTO ZARZAR - UFRPE
Notícia cadastrada em: 06/05/2019 09:01
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa11-producao.info.ufrn.br.sigaa11-producao