Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA CLARISSA VIANA DUARTE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA CLARISSA VIANA DUARTE
DATA : 01/10/2018
HORA: 10:00
LOCAL: sala 313
TÍTULO:

Variação discursiva e gramaticalização: extensores gerais na fala natalense


PALAVRAS-CHAVES:

Extensores Gerais; interface variação-gramaticalização; fatores linguísticos; fatores sociais


PÁGINAS: 60
RESUMO:

Extensores Gerais são partículas discursivo-pragmáticas, características da fala, que exibem uma estrutura composicional em comum. No português brasileiro, as variantes apresentam como núcleo da forma os pronomes tudo/tal ou o substantivo coisa, somados a elementos opcionais como o pronome essas, o substantivo muita e a preposição e. Embora haja diversos pesquisadores que analisam esse fenômeno em outros idiomas (Cheshire, 2007; Tagliamonte e Denis, 2010; Pichler, 2010; Pichler e Levey, 2011; Fernández, 2015; Secova, 2017), até o momento, não há trabalhos destinados a analisar a variação das formas no português brasileiro, que seja de nosso conhecimento. Nesta dissertação, temos como objeto de estudo os Extensores Gerais essas coisas, essas coisas assim, muita coisa assim, tal, e tal, tudo, e tudo, tudo isso e tudinho na comunidade de fala natalense. Nosso corpus é composto por 48 entrevistas sociolinguísticas constituintes do Banco de Dados FALA-Natal (cf. TAVARES, 2016). O principal objetivo desta pesquisa é circunscrever os contextos de ocorrência de cada variante, além de descrever e analisar os fatores envolvidos nesse fenômeno. No que se refere à fundamentação teórica, empregamos a sociolinguística variacionista - teoria que defende que a variação, embora seja inerente à língua, não ocorre de modo aleatório, por isso pode ser sistematizada e analisada quantitativamente - somada a gramaticalização, do ponto de vista do funcionalismo norte-americano, - responsável pelos estudos da mudança linguística que objetivam demonstrar como itens lexicais, em certos contextos linguísticos, passam a desempenhar funções gramaticais ou como itens gramaticais desenvolvem novas funções gramaticais. Desse modo, seguimos uma interface variação-gramaticalização, visto que a análise da gramaticalização “permite a elaboração de explicações mais refinadas para os padrões sincrônicos de distribuição de variantes discursivas cuja origem histórica reside em processos de gramaticalização” (TAVARES, 2017, p. 188). A fim de testar as hipóteses propostas nesta pesquisa e fazer comparações com os resultados obtidos em estudos realizados em outros idiomas, adotamos uma análise de cunho quantitativo. No tocante à análise, consideramos as seguintes variantes independentes: sexo, idade, função desempenhada pela forma e extensão composicional da forma. A princípio, foi realizada apenas a análise da função desempenhada pelas formas e os resultados obtidos mostram que, no que se refere às variantes que trazem como núcleo o substantivo coisa, a função mais recorrente foi a de marcação de categoria, dita referencial ou função original. A segunda função mais empregada foi a de indicação de solidariedade, que é um pouco mais avançada no processo de gramaticalização, em relação à função anterior. Quando as variantes em análises são as compostas pelo pronome tal, a função mais recorrente foi a de indicação de solidariedade, seguida pela função de hedge de qualidade. Por último, as variantes compostas pelo pronome tudo mostraram que são mais empregadas na função de solidariedade. A segunda função mais empregada para essa variante foi a função referencial de marcação de categoria.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDAIR GÖRSKI - UFSC
Externo ao Programa - 1525199 - ERICA REVIGLIO ILIOVITZ
Presidente - 1451510 - MARIA ALICE TAVARES
Notícia cadastrada em: 24/09/2018 09:17
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