ENTRE O HUMOR E O EROTISMO EM O DIA DAS MOSCAS: ROMANCE DE MAUS COSTUMES
Humor. Erotismo. “O Dia das Moscas”.
O escritor Norte-rio-grandense, Nei Leandro de Castro, em seu primeiro romance O dia das moscas: romance de maus costumes, lançado originalmente em 1983 e reeditado em 2008, toma para si a incumbência de contar, pela veia do humor e do erotismo, a história da fundação da nação potiguar. O autor traz a índia Hosana e o caçador Cançado para abrir essa história através de uma narrativa regional, enviesada por diálogos com outros textos. Selecionado esse corpus, buscamos verificar a presença do humor e do erotismo nesta obra, com vistas à transitividade e à pluralidade dos discursos que enviesam todo o percurso do romance. Metodologicamente, este trabalho se caracteriza por ter cunho qualitativo-interpretativista e é fundamentado pelo conceito de carnavalização de BAKHTIN (1997) e de erotismo, segundo Octavio Paz (1994) e Georges Bataille (1987). Os resultados da análise apontam para comunicabilidade com discursos que circulam socialmente, como: o da esfera religiosa, da tradição e da cultura popular, assim como o destronamento do discurso canônico através do diálogo com a obra Iracema (2013), de José de Alencar, por meio do discurso do humor e do erotismo.