Banca de DEFESA: ALYERE SILVA FARIAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALYERE SILVA FARIAS
DATA: 04/12/2015
HORA: 10:00
LOCAL: Setor II - Bloco B - Sala 01
TÍTULO:

A METAMORFOSE EM “MEU TIO O IAUARETÊ”: UM ESTUDO SOBRE AS RECONFIGURAÇÕES DO SER POR MEIO DA PALAVRA


PALAVRAS-CHAVES:

Metamorfose; Guimarães Rosa; Iauaretê; Comparação Diferencial. 


PÁGINAS: 169
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
SUBÁREA: Literatura Comparada
RESUMO:

Este trabalho pretende analisar as metamorfoses na narrativa “Meu tio o Iauaretê”, de João Guimarães Rosa, com o objetivo de investigar a instabilidade da transformação e seus efeitos, tanto no texto, quanto no discurso dos personagens. Publicada em 1961, na revista Senhor, a narrativa foi reescrita por João Guimarães Rosa, e a nova versão do texto passou a fazer parte da coletânea póstuma Estas Estórias em 1969. A primeira metamorfose analisada ocorre nas palavras que compõem esses textos. Para analisar as transformações de ordem linguageira e discursiva, utilizamos como método a Comparação Diferencial (HEIDMANN, 2003, 2010, 2012) para averiguar as alterações propostas em rascunho por Guimarães Rosa, antes de sua morte, que foram adotadas para a edição do livro.  A segunda transformação se dá com o personagem principal da narrativa, que se apresenta como homem e onça a um homem perdido que chega à sua casa no meio do sertão. Com o objetivo de analisar a perspectiva do ser em transformação e do seu interlocutor sobre a metamorfose, evocamos aspectos filosóficos distintos. Utilizamos o levantamento histórico-filosófico sobre o homem, feito pelo filósofo neokantiano Ernst Cassirer (2012), para refletir sobre o personagem interlocutor, que se define como homem. Tecemos aproximações com o Dasein heideggeriano (2008) e conceitos como impessoalidade e falação (HEIDEGGER, 2003, 2010, 2013), para analisar o processo de metamorfose experimentado pelo personagem principal. Além disso, buscamos refletir também sobre a sua compreensão de si, como ser em metamorfose, aproximando-o do processo de construção do Corpo sem Órgãos (DELEUZE E GUATTARI, 1997b). Reservamos a última seção de nosso trabalho para realizar um estudo comparativo diferencial entre obras que também apresentam personagens que se metamorfoseiam. Selecionamos quatro textos para dialogar com a narrativa rosiana: o episódio de Aracne e Minerva, de Ovídio (MET VI 1-145), a novela kafkiana A metamorfose (KAFKA, 1986), o folheto A moça que virou cadela, de Antonio Lucena (2004) e o episódio “Red-Handed” (2011) da série para televisão Once upon a time, de Edward Kitsis e Adam Horowitz. A escolha de narrativas que se inserem em contextos diferentes evidencia o caráter não-hierárquico da Comparação Diferencial e possibilita a reflexão sobre os seres em transformação a partir dos traços contextuais identificados no discurso dos personagens metamorfoseados. O diálogo entre as narrativas citadas e “Meu tio o Iauaretê” ressalta a perspectiva de que a transformação física do personagem não estabelece, por si só, o abandono do modo impessoal, e nem sempre dissolve as fronteiras entre as espécies. A metamorfose rosiana, por outro lado, é instável, apresenta um personagem que não sofre uma transformação, mas a desfruta conscientemente e consegue, pouco a pouco, apagar os limites estabelecidos entre homem e onça, a ponto de compor um ser que utiliza, de maneira premeditada, o seu devir-animal (DELEUZE e GUATTARI, 2003) nos momentos de interação humana. Assim, consideramos que a narrativa rosiana ultrapassa a transformação que é identificável aos olhos do homem comum, abandona os estados definitivos e explora o estar-sendo (HEIDEGGER, 2008), sob a ótica exclusiva do ser em metamorfose.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1496892 - MARCIO VENICIO BARBOSA
Interno - 1550297 - ALEX BEIGUI DE PAIVA CAVALCANTE
Interno - 1299003 - DERIVALDO DOS SANTOS
Externo à Instituição - JOSILENE PINHEIRO MARIZ - UFCG
Externo à Instituição - LUCIANO BARBOSA JUSTINO - UEPB
Notícia cadastrada em: 18/11/2015 14:58
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