Banca de QUALIFICAÇÃO: PEDRO FERNANDES DE OLIVEIRA NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PEDRO FERNANDES DE OLIVEIRA NETO
DATA: 27/08/2015
HORA: 14:30
LOCAL: SALA DO ORIENTADOR - 308
TÍTULO:

MODOS DE FIGURAÇÃO DO SUJEITO NO ROMANCE PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO: JOSÉ SARAMAGO E ANTÓNIO LOBO ANTUNES


PALAVRAS-CHAVES:

Sujeito. Figuração. José Saramago. António Lobo Antunes. Literatura contemporânea.


PÁGINAS: 200
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
SUBÁREA: Literatura Comparada
RESUMO:

Entre as diversas questões sobre o sujeito e suas incidências no texto literário, este estudo prefere a de perscrutar acerca de como o tema é figurado no romance; isto é, como se constitui e se apresenta entre as aporias do romanesco, que relação mantém com o externo ao texto (a história, a sociedade), no que interfere na construção da narrativa e na forma do romance, quais questões suscitam, são algumas proposições envolvidas numa leitura que compreende Todos os nomes, de José Saramago e Não entres tão depressa nessa noite escura, de António Lobo Antunes. Esses romances foram elegidos porque se relacionam, respectivamente, a duas das principais correntes da forma romanesca: um mais integrado ao viés objetivo e outro na tradição subjetiva. Sem abolir especificidades, mas ciente que essa não é uma relação dicotômica por compreender que o hiato entre as duas formas se resume basicamente a uma maneira de percepção diversa do romancista sobre a realidade, este estudo se alimenta das duas posições no intuito de lidar com especificidades igualmente diversas de figuração do sujeito no romance. Assim, este estudo dividiu-se nos três momentos ora designadas: (1) revisar sobre como o romance tem construído uma concepção de sujeito desde a ruptura mantida com a epopeia. Essa revisão privilegia três momentos da história do romance: a epopeia, a verve realista do século XIX e o romance impulsionado pelas novas formas dos anos 1920. Esse exercício é intermediado pelas leituras de Krysinski (2007), Lucáks (2009), Zéraffa (2010), Candido (2007), Rosenfeld (1996), Adorno (2003), Benjamin (2012) entre outros; (2) ler Todos os nomes e perscrutar o exercício das personagens centrais do romance – o Sr. José, a mulher desconhecida, o conservador, a senhora do rés-do-chão direito e o espaço da Conservatória por compreendê-la coadjuvante nesse universo; (3) a partir desse mesmo exercício, a leitura de Não entres tão depressa nessa noite escura perscruta as figuras de Luís Filipe, Margarida, Amélia, Ana Maria e Maria Clara. Entre as interseções alcançadas na relação entre as duas obras está a compreensão de que o romance se exercita como artefato de conhecimento sobre sujeito e usa a personagem como figuração sobre suas posições ocupadas na contemporaneidade; são obras que compreendem a iminência do fim de uma civilização pela forma avariada de coletividade e vida tornada repetição invariável. E expõe ao menos duas formas de ruptura dessa condição catastrófica: o sujeito é ação e deve sair para o mundo (José Saramago); a desordem não apenas social é individual e o sujeito é espera enquanto remenda situações possíveis de compreender o estágio de degradação do homem (António Lobo Antunes). São obras responsáveis por reafirmar o interesse do romance nas existências mais arredias e silenciosas por entenderem que nelas esconde-se uma capacidade de reanimação da existência e é tarefa do romancista revelá-la. 

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1299003 - DERIVALDO DOS SANTOS
Interno - 1515458 - MARTA APARECIDA GARCIA GONCALVES
Externo ao Programa - 1055142 - FRANCISCO FABIO VIEIRA MARCOLINO
Notícia cadastrada em: 24/08/2015 14:01
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