EXPERIÊNCIAS SUBJETIVADORAS NO LIMITE DA PELE: UMA ANÁLISE DE PRÁTICAS DISCURSIVAS INSCRITAS EM TATUAGENS
Subjetividades. Tecnologias do eu. Cuidado de si. Transgressão. Discurso
Esta pesquisa tem como objeto o estudo da constituição de subjetividades em práticas discursivas inscritas em textos imagéticos e verbais de tatuagens. Busca-se apreender efeitos de sentidos que traduzem emoções, experiências e desafetos que marcaram e/ou transformaram a vida de sujeitos tatuados. Esta tese foi ancorada em teorizações foucaultianas (1990, 2010, 2012) que abordam modos de subjetivação a partir das tecnologias da escrita de si, transgressão como ultrapassagem dos limites, abrindo novas possibilidades para o sujeito discursivo produzir o cuidado de si. Ainda se utilizam noções advindas da análise de discurso francesa (AD), como interdiscurso e memória discursiva. A pesquisa de natureza qualitativa tenciona contribuir para a compreensão do discurso enquanto prática social, constituidor de sentidos de maneiras de ser do sujeito, bem como produção de discursividades acerca de normas sociais. O corpus se constitui de depoimentos e textos imagéticos e verbais de cinco sujeitos, entre os dez entrevistados, que tatuaram experiências vivenciadas na pele. Os resultados apontam dados que demonstram a constituição de si por meio de experiências vividas e impressas na pele. Os sentidos gerados na pele constituem tipos de subjetividades que refletem felicidade, superação, proteção e imortalidade. Conclui-se que os sujeitos se posicionam discursivamente de forma a reconstruírem seus corpos e experiências o quanto for necessário e que as imagens e os enunciados registrados nos corpos produzem efeitos de sentidos em torno da reflexão sobre os modos de vida e sobre as escolhas de existência de cada um/a dos/ tatuados/as.