Banca de DEFESA: ALESSANDRA SILVA DE OLIVEIRA MARTINS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALESSANDRA SILVA DE OLIVEIRA MARTINS
DATA : 14/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Sessão REMOTA
TÍTULO:

Discursos no trabalho análogo à escravidão: um estudo de caso de trabalhadores resgatados na cadeia produtiva da carnaúba/RN


PALAVRAS-CHAVES:

Trabalho análogo à escravidão. Cadeia produtiva da carnaúba. Clínica do Trabalho. Análise do discurso


PÁGINAS: 237
RESUMO:

O presente trabalho buscou contribuir para a compreensão dos discursos do contexto de atividade de trabalho análogo à escravidão (TEA) de trabalhadores resgatados da  cadeia produtiva da carnaúba no Rio Grande do Norte (Brasil). Tal esforço interpretativo buscou apoio nos  aportes teóricos da psicologia histórico-cultural, clínicas do trabalho e diálogos com a tradição francófona de análise de discurso, e se desdobrou em três estudos: 1) Gênese, caracterização e do TEA; 2) binômio liberdade-servidão e resistências ao TEA; 3) Narrativas (auto)biográficas dos resgatados do TEA. Em termos de método a presente pesquisa se filia de] a uma abordagem qualitativa-interpretativa, fundada no procedimento do estudo de caso, utilizando as seguintes técnicas de coleta, tratamento e análise do material discursivo obtido: no estudo 1 realizou-se análise dialógica discursiva  do corpus documental obtido na operação de nº 62/2018 pelo  GEFM (Grupo Especial de Fiscalização Móvel), no estudo 2 foi realizada análise narrativa  do corpus teórico-bibliográfico e  no estudo 3 análise discursiva das narrativas (auto)biográficas (AADNA)  do corpus das entrevistas transcritas.. Os resultados apontaram para tensões existentes entre os discursos o patronal caracterizado pela prescrição, injunção e naturalização do crime de trabalho análogo ao de escravo, pouca responsabilização ético-moral e persistência do ciclo de escravização na biografia dos participantes,  e o discurso fiscalizatório, marcado pela narração argumentativa-expositiva-descritiva, em que o real é exposto em seus impedimentos, verificando-se ainda, o compromisso ético-dialógico com a desnaturalização e defesa do trabalho decente, livre e sustentável (estudo 1). Discursos sustentados, ainda, por um sujeito do discurso histórico-cultural afetado em seu devir-potência-ação  face às ilusões das paixões, do medo, dos afetos tristes responsáveis pela servidão (estudo 2) e por fim, narrativas (auto)biográficas perpassadas por histórias e memórias envoltas no TAE geracional e infantil,  marcado por afetos tristes e de sentido dual; reforçado por discursos individualizantes de pseudoliberdade, de “parceria” com as instância de escravização, de ausência por completo de contraditório, de sujeito objetificado, descartável, coisificado, massificado, de ausência de alteridade, de agendas civilizatórias apagadas, esvaziadas. Assim, há que se investir no poder de agir, na autoria do sujeito, no devir-potência, na transformação social.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FRANCISCO PABLO HUASCAR ARAGÃO PINHEIRO - UFC
Interno - 1033183 - FELLIPE COELHO LIMA
Presidente - 1134517 - JORGE TARCISIO DA ROCHA FALCAO
Externo à Instituição - LUCIANO ALVARENGA MONTALVÃO - IFGO
Externo à Instituição - MARCO AURELIO DE MEDEIROS JORDÃO
Notícia cadastrada em: 08/12/2022 17:52
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