Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTONIO LEONARDO FIGUEIREDO CALOU

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANTONIO LEONARDO FIGUEIREDO CALOU
DATA : 21/10/2022
HORA: 14:30
LOCAL: https://meet.google.com/hjr-tbgs-kqd
TÍTULO:

ETNOCARTOGRAFIAS DE MICROPOLÍTICAS DO DESEJO DE MORTE E PRÁTICAS DE
RESISTÊNCIA EM TRAJETOS HOMOSSEXUAIS


PALAVRAS-CHAVES:

Micropolítica. Desejo de Morte. Resistências. Trajetos
Homossexuais. Etnocartografia.


PÁGINAS: 238
RESUMO:

Teoria pensada por Gilles Deleuze e Félix Guattari, as micropolíticas se caracterizam como as
políticas produtoras da subjetividade que se constituem por um conjunto de forças ativas e
reativas que irão produzir o desejo e, por conseguinte, os sujeitos em sua operação desejante.
Divergente da lógica psicanalítica, sobre a qual o desejo seria produto de faltas inconscientes, a
micropolítica o evidencia como formado por múltiplos, instáveis e coprodutores agenciamentos
semióticos de singularização e subjetivação, que como máquina no encaixe de suas
engrenagens e no atrito de suas peças, ordenam e conduzem a produção do sujeito desejante.
Apoiada nas rizomáticas entradas dessa teoria, esta pesquisa busca defender que se o desejo é

produzido por agenciamentos e esses se engendram numa coprodução de forças ativas e
reativas, de afirmação e negação, é possível considerar que existam agenciamentos que
conduzem e produzem nos sujeitos desejos de morte, desejos autodestrutivos, nos quais toda
uma política de subjetivação vista nos movimentos de reação, o induziria, por meio das
normatividades que se põem como regime da vida, e, que tem na morte, sua tecnologia de
poder/controle. Apostando que o desejo de morte é produzido pelas políticas da vida normativa,
entende-se que tudo que diverge dela – as diferenças – tende a sofrer com suas capturas. São,
portanto, as expressões da diferença, as vidas vulneráveis à normatividade que mais sofreriam
com impedimento da produção de seus modos singulares de vida. Considerando as teorias de
Michel Foucault, Deleuze e Guattari sobre a homossexualidade ser diferença produtora,
elegemos a vida homossexual e as representações de sexo e gênero como meio para
compreender a produção desse desejo, bem como das forças que resistem a ele. Diante disso,
o objetivo desta tese consiste em acompanhar a produção micropolítica do desejo de morte nos
trajetos homossexuais e mapear os agenciamentos e práticas que resistem a elas. Como
entrada metodológica, percebeu-se que a atribuição das micropolíticas do desejo de morte
demandava dispositivos e métodos próprios que precisaram ser pensados. Surge a percepção
do trajeto, que através das leituras de Bergson por Lapoujade e Deleuze, entendeu-se como
uma duração-meio, um espaço-tempo de encontros e acontecimentos que suscitam sempre um
passado-presente e/ou um presente-passado que estão explicitamente implicados, se
coproduzindo. Esse aspecto temporal dos trajetos mostrou dois caminhos para análise: o
etnográfico dos afetos e o cartográfico dos estranhamentos, fazendo nascer a etnocartografia
dos trajetos. O trajeto que tem em si espontaneidade e imprecisão, acontece por toda parte
colocando o pesquisador a pensar o que de seus códigos poder-se-ia decifrar, por esse motivo,
entende-se ser uma pesquisa multissituada, não tendo uma espacialidade na representação de
territórios que identificam sujeitos, grupos e culturas. Dessa forma, a etnocartografia que se dá
pelos trajetos homossexuais são vistos, nesta pesquisa, por diversos enunciados (histórias de
vida, poesia, música, cinema, autobiografias, ações, performances, formação de instituições,
espaços demarcados por representações de sexo e gênero etc.) e são etnocartografados por
um conjunto de dispositivos, sem se limitar a nenhum deles. Esta tese intenta produzir meios
que procuram pensar a produção do desejo de morte e as práticas que resistem a ele,
acompanhando os trajetos homossexuais, para trazer reflexões que contribuam com novos
dispositivos de análise antropopsicossociológica, utilizados num plano ético-estético-político de
expansão da vida.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDER AMARAL E SILVA - UESB
Presidente - 426721 - MARIA TERESA LISBOA NOBRE PEREIRA
Externa à Instituição - MICHELE DE FREITAS FARIA DE VASCONCELOS - UFS
Notícia cadastrada em: 07/10/2022 15:57
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