O SINDICATO E A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DAS TRABALHADORAS NAS INDÚSTRIAS DE CONFECÇÃO FEMININA E MODA ÌNTIMA DE FORTALEZA
Organização Política, Sindicato, Mulheres.
O governo Temer, em 13/7/2017, aprova a Lei 13.467 denominada Reforma Trabalhista que impõe o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Essa nova legislação fragiliza as entidades e tem como objetivo barrar a resistência dos trabalhadores na retirada de direitos e retrocessos. Em seus primeiros meses de governo, Jair Bolsonaro (PSL) estabelece a Medida Provisória (MP) 873/2019 que prevê em regras gerais que não vale a autorização de desconto da contribuição sindical por aprovação em assembleia, pois esta deve ser individual e expressa. Ela também inclui que a contribuição sindical deve ser paga por boleto bancário, não mais por desconto salarial. Nesse cenário de crise e de ofensiva contra os direitos da classe trabalhadora, esse projeto justificou-se pela necessidade de estudar os sindicatos nessa conjuntura resgatando o papel destes como instrumentos de organização política da classe trabalhadora na atualidade, especialmente para as mulheres trabalhadoras. Nosso local de estudo foi o Sindicato dos Trabalhadores da Confecção Feminina e Indústria Têxtil de Fortaleza (SINDCONFE), pois essa categoria possui o rosto de muitas mulheres que sofrem com a exploração e opressão que o sistema capitalista as impõe. O objetivo foi analisar a organização política das mulheres da Confecção Feminina e Indústria Têxtil de Fortaleza. Para dar conta do problema aqui apresentado e a partir das motivações que nos levaram a ele, utilizou-se dos pressupostos do materialismo e da dialética tais como propostos por Marx e do feminismo marxista/materialista destacando em âmbito nacional e internacional os estudos de Saffioti (2015), Cisne (2014), Davis (2016) e Kergoat(2010). Foram entrevistadas 6 mulheres da diretoria e analisados documentos utilizados em mobilizações do sindicato junto com a sua categoria. Os resultados se dividiram em três grandes blocos: o primeiro relativo às mobilizações contra a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência; o segundo referente a luta feminista como impulsionadora da organização das mulheres no sindicato; e o terceiro apresenta os atravessamentos do racismo enfrentados pelas diretoras.