Banca de QUALIFICAÇÃO: LAURISTON DE ARAÚJO CARVALHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LAURISTON DE ARAÚJO CARVALHO
DATA : 06/11/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala I19 - Setor II
TÍTULO:

TRAJETÓRIAS DE VIDA E O ENVOLVIMENTO EM FACÇÕES DE ADOLESCENTES DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO NO RN


PALAVRAS-CHAVES:

facção; materialismo histórico; socioeducação; adolescência.


PÁGINAS: 253
RESUMO:

O surgimento e a expansão das chamadas facções criminosas no Brasil devem ser analisados como resultado das políticas públicas de segurança adotadas pelo Estado, ao passar dos anos. Nessa conjuntura, o hiperencarceramento, as políticas de interiorização dos presídios, a seletividade penal que criminaliza a juventude negra, pobre e periférica, por meio da “guerra às drogas’’, são exemplos dessas políticas repressivas que atravessam a problemática da formação das facções, como produto do sistema penitenciário brasileiro e posterior ocupação desses grupos nas comunidades periféricas das grandes cidades. No caso específico do estado do Rio Grande do Norte, as facções também estão presentes no sistema socioeducativo e nos territórios das cidades. Num trabalho anterior de imersão nas unidades socioeducativas do RN, pudemos perceber o impacto da rivalidade desses grupos nas gestões das unidades e nos próprios adolescentes, por meio de marcas identitárias de pertencimento às facções, sob a forma de desenhos nas paredes e nas roupas, as músicas cantadas e, até mesmo, as tatuagens pelo corpo em carne viva, consequência do uso de artefatos precários. Por se tratar de um fenômeno recente no estado do RN, assunto ainda pouco explorado na literatura científica, assim problematizamos, a partir da trajetória de vida dos adolescentes internos, quais fatores contribuem para a entrada nas facções? E, também, como se constrói a rivalidade entre esses grupos dentro da unidade socioeducativa? Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo geral analisar as trajetórias de vida de adolescentes do sistema socioeducativo do RN, de forma a compreender os fatores que contribuem para a entrada dos mesmos nas facções. Como objetivos específicos visou: (a) Entender as especificidades do recrutamento dos adolescentes pelas facções antes de ingressarem no sistema socioeducativo e dentro dele; (b) Analisar se/como os processos de criminalização nas trajetórias de vida dos adolescentes contribuem para o seu recrutamento pelas facções; (c) Compreender as dinâmicas relacionadas entre os adolescentes e as facções rivais no interior do CEDUC-Pitimbu; (d) Descrever como se dá o processo de saída da facção. Fizeram parte da pesquisa adolescentes do sexo masculino em regime de privação de liberdade, no Centro Educacional Pitimbu – CEDUC Pitimbu – na cidade de Parnamirim/RN, e seus familiares. A coleta de dados foi temporalmente dividida dessa forma: 1) Inserção no cotidiano da unidade socioeducativa em seus diversos espaços; 2) Análise do Plano individual de Atendimento (PIA); 3) Entrevistas em Profundidade com os adolescentes; 4) Entrevistas com as famílias dos adolescentes. Os dados foram analisados a partir de uma perspectiva crítica, à luz do materialismo histórico e dialético. Os resultados produzidos dão conta de apresentar os primeiros indícios de surgimento das facções em determinados territórios na cidade de Natal e Parnamirim. A partir disso, expomos como se dão as aproximações e recrutamentos dos adolescentes pelas facções, perpassados por processos de criminalização nas suas trajetórias de vida. Logo após, descrevemos, especificamente, os trâmites para ingresso na facção antes do sistema socioeducativo e, uma vez pertencente a esses grupos, como se constrói a rivalidade dentro do CEDUC-Pitimbu. A partir dos dados que dispomos, entendemos que a rivalidade se dá, também, num âmbito grupal. Assim, buscamos identificar no imaginário dos adolescentes a caracterização de si próprios e sua facção, como também, do adolescente e a facção rival. Por fim, detalhamos as alternativas de saída da facção, na qual, tomando como base a realidade do CEDUCPitimbu, discutimos as atuações das igrejas evangélicas nesse processo.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1033183 - FELLIPE COELHO LIMA
Presidente - 1720819 - ILANA LEMOS DE PAIVA
Externo à Instituição - NELSON GOMES DE SANT'ANA E SILVA JUNIOR - UFPB
Externo à Instituição - PEDRO HENRIQUE ANTUNES DA COSTA - UnB
Notícia cadastrada em: 05/11/2019 09:20
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