Banca de DEFESA: CLARISSA NESI VENZON

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLARISSA NESI VENZON
DATA: 19/09/2013
HORA: 13:30
LOCAL: Auditório do Laboratório de Psicologia
TÍTULO:

CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS DO PACIENTE OBESO GRAVE E SUAS IMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS NA CIRURGIA BARIÁTRICA


PALAVRAS-CHAVES:

Bypass Gástrico. Avaliação psicológica. Rorschach. MCMI-III. Obesidade Mórbida. Compulsão Alimentar Periódica


PÁGINAS: 177
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

A Obesidade é uma doença crônica de etiologia multifatorial, caracteriza-se por excesso de gordura corpórea, seu Grau varia de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC=m2/kg). A obesidade grave é caracterizada por IMC>40, está frequentemente associada a alterações clínicas endócrino-metabólicas ou mecânicas e transtornos psicológicos, o quadro de Compulsão Alimentar Periódica (CPA) tem alta incidência nesta população. A cirurgia Bariátrica vem sendo o tratamento de escolha para a obesidade grave, por apresentar rápido emagrecimento e melhora nas condições clínicas. Apesar disso, têm-se verificado aumento de peso após dois anos de cirurgia em 20% a 30% dos casos. O objetivo geral desta pesquisa é avaliar características psicológicas e comportamentais entre obesos graves submetidos à Cirurgia Bariátrica do tipo Bypass Gástrico há pelo menos 24 meses. Foram investigados aspectos específicos como, (1) Características do funcionamento personalidade e presença de transtornos clínicos e de personalidade; (2) a incidência de CAP e sua relação com perda de peso; (3) a diferença entre os grupos em relação aos acompanhamentos pós-cirúrgicos feitos dos tipos: atividade física, acompanhamento psicológico e nutricional. Método: Participaram da pesquisa 40 adultos (homens e mulheres), com idades entre 23 a 60 anos, submetidos à cirurgia bariátrica há pelo menos 24 meses, na cidade de Natal-RN, divididos em dois grupos com n= 20, Grupo I, com perda < 50% do peso excedente inicial, e o Grupo II, com perda >50%. O protocolo de pesquisa foi composto por questionário biossociodemográfico e 3 instrumentos psicológicos: O método de Rorschach – Sistema Compreensivo; Inventário de Personalidade de Millon (MCMI-III); e Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP). Através do método de Rorschach foram evidenciadas diferenças significativas entre os dois grupos relacionadas aos tipos vivenciais (EB), maior presença de EB Extratensivo no Grupo I (p <0,05) e Intratensivo no Grupo II (p < 0,01); e ao descontrole na expressão dos afetos, com elevação de respostas de Cor Pura no Grupo I (p<0,05). Em relação à população normativa a amostra como um todo apresenta maior tendência a experienciar sofrimento psíquico, autopercepção denegrida, autocrítica excessiva, distorções perceptivas, vulnerabilidade a desenvolver transtornos afetivos e elevação da pontuação na Constelação de Suicídio. Resultados do MCMI-III indicaram maior incidência de transtornos clínicos e de personalidade no Grupo I: Transtorno Depressivo (p<0,05) e Esquizotípico (p<0,01), Ansiedade (p< 0,05), Distimia (p< 0,05), Depressão Maior ( p<0,05);Transtorno do Pensamento (p<0,05), Bipolar- Maníaco (p<0,01) e Transtornos de Estresse Pós-Traumático (p <0,01).   Em relação à ECAP, os resultados indicaram diferença significativa (p<0,01), com elevação de CAP no Grupo I. Foram encontradas diferenças significativas entre a gravidade de CAP e presença de transtornos clínicos e de personalidade. Em relação aos acompanhamentos foi encontrada diferença significativa no quesito atividade física com mediana elevada no Grupo II ( p<0,01). Os grupos ainda se diferenciaram em relação ao peso inicial (p< 0,01) e tempo pós-cirúrgico (p<0.05), indicando que quanto maior o peso inicial e tempo percorrido maior o aumento de peso pós-cirúrgico. Por fim, os resultados ainda revelam que os participantes com mais de 3 anos de tempo cirurgia, apresentam elevação na presença de Transtornos Clínicos de  Transtorno Depressivo Maior (p <0,01); Transtorno Somatoforme (p <0,05); Distimia (p < 0,05). Tais resultados corroboram conclusões de estudos anteriores sobre a relação entre CAP pós-cirúrgico e novo ganho de peso, como também acerca de maior incidência de transtornos clínicos na população obesa grave. Neste sentido, os resultados reforçam a concepção de que o processo cirúrgico é apenas uma faceta do tratamento da obesidade grave, e que o acompanhamento pós-cirúrgico deve receber maior atenção e ocorrer em longo prazo para a manutenção não só dos resultados cirúrgicos, como da melhoria da qualidade de vida dos pacientes.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1323908 - JOAO CARLOS ALCHIERI
Notícia cadastrada em: 17/09/2013 10:39
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa10-producao.info.ufrn.br.sigaa10-producao