Banca de QUALIFICAÇÃO: KEZAUYN MIRANDA AIQUOC

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : KEZAUYN MIRANDA AIQUOC
DATA : 30/04/2021
HORA: 09:00
LOCAL: REMOTO
TÍTULO:

Marcas do racismo! Discriminação racial e exposição às violências entre adolescentes e jovens brasileiros segundo o quesito raça/cor de pele


PALAVRAS-CHAVES:

Violência; Exposição à Violência; Adolescente; Racismo; Saúde Pública.


PÁGINAS: 74
RESUMO:

Introdução: A exposição à violência pode resultar em lesão, dano psicológico, deficiência no desenvolvimento e até a morte. No entanto, a violência afeta a população de modo desigual, gerando riscos diferenciados em função de gênero, raça/cor, espaço social e idade, sobretudo nos adolescentes e na juventude. Objetivo: Analisar a discriminação racial percebida e a exposição às diversas violências em adolescentes e jovens brasileiros, segundo as diferenças de raça/cor da pele. Metodologia: Foram realizadas três análises: 1) estudo transversal com dados Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015 (PeNSE) 2015, no qual foi analisada a prevalência da discriminação racial e sua associação com fatores socioeconômicos, de saúde e do contexto escolar em uma Regressão de Poisson; 2) estudo transversal que analisou as prevalências de diversas tipologias de violência segundo raça/cor da pele, em um modelo de Regressão de Poisson multinível ajustado por idade, sexo e escolaridade materna utilizando dados da PeNSE 2015 e 3) estudo ecológico que analisou as taxas de homicídios de jovens de 15 a 29 anos nos municípios brasileiros no período de 2015-2017, por sexo e raça e variáveis contextuais relativas à educação, renda, escolaridade e vulnerabilidade em uma Regressão Linear multinível. Resultados: A prevalência da discriminação racial percebida entre escolares brasileiros foi de 2,58% (IC95%: 2,40-2,78) e associou-se com os seguintes fatores como o sexo masculino (RP 1,69; 1,40-2,04), ter cor da pele preta (RP 7,39; 5,49-9,96), ser indígena (RP 4,95; 3,32-7,38), com mãe sem escolaridade (RP 1,74; 1,25-2,42) e que possui expectativa de escolaridade até o ensino médio (RP 1,50; 1,24-1,83). Quanto a exposição à violência, os estudantes pretos tiveram maior envolvimento em brigas com armas de fogo e que foram seriamente feridos (RP=1,50; IC95%:1,27-1,76; e RP=1,36;IC95%:1,22-1,52, respectivamente); os indígenas apresentaram maior prevalência de se envolverem em luta física (RP= 1,23; IC95%: 1,09-1,38) e de se envolver em brigas com armas contundentes e perfurocortante (RP= 1,38; IC95%: 1,11-1,73). No modelo multinível, ter a cor da pele preta foi associado a estudar em escola localizada em área de risco e estudar em escola que interrompeu ou suspendeu as aulas por motivo de segurança. Quanto às taxas de mortalidade por homicídios, destaca-se a relação mais acentuada entre os homicídios de jovens negros e as taxas de homicídios na população adulta. Conclusão: os resultados demonstram que existe iniquidade racial na exposição à violência no Brasil, sendo as principais vítimas os adolescentes e jovens pertencentes à população negra e indígena.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2305247 - ISABELLE RIBEIRO BARBOSA MIRABAL
Interno - 3926907 - DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA
Externa ao Programa - 2612129 - MERCES DE FATIMA DOS SANTOS SILVA
Notícia cadastrada em: 15/04/2021 18:25
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