Banca de QUALIFICAÇÃO: NAYARA PRISCILA DANTAS DE OLIVEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NAYARA PRISCILA DANTAS DE OLIVEIRA
DATA : 19/06/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Ambiente Virtual
TÍTULO:

Desigualdades no adoecimento e morte por câncer de mama e colo do útero no Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Epidemiologia; Câncer de colo do útero; Câncer de mama; Determinantes sociais da saúde; Disparidades em saúde.


PÁGINAS: 130
RESUMO:

Os cânceres de mama e colo do útero destacam-se entre os tipos oncológicos femininos mais incidentes e letais, com consideráveis diferenças regionais. A discussão sobre as desigualdades no adoecimento e morte por câncer de mama e colo do útero possibilita a compreensão do impacto destas doenças a nível populacional. Objetivou-se analisar o estadiamento e a mortalidade por câncer de mama e colo do útero e sua relação com fatores socioeconômicos e de oferta de serviços de saúde no Brasil. Trata-se de um estudo observacional, do tipo ecológico e transversal. Os dados sobre mortalidade (CIDO-3 C50 e C53) foram coletados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para o período de 2011 a 2015. Os dados individuais relacionados ao diagnóstico do câncer e condições socioeconômicas das mulheres foram obtidos a partir do Integrador dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) para o período de 2006 a 2015. As variáveis socioeconômicas contextuais foram coletadas no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil e os dados sobre densidade de médicos e serviços de saúde no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A análise da mortalidade foi realizada por meio do teste de Qui-Quadrado e da Regressão de Poisson com variância robusta para um nível de confiança de 95%. Para análise do estadiamento tardio ao diagnóstico oncológico optou-se pela realização do teste de Qui-Quadrado e do modelo de Regressão de Poisson Multinível, com um intercepto aleatório. A análise descritiva dos dados foi realizada por georreferenciamento para a criação de mapas temáticos. Para a verificação de existência de aglomerados territoriais foi utilizado o índice de Moran Global e Indicador Local de Associação Espacial (LISA). Na análise espacial multivariada optou-se por usar os modelos com efeitos espaciais globais. A taxa média de mortalidade por câncer do colo do útero ajustada foi de 5,95 (±3,97) e a taxa média de mortalidade por câncer de mama foi de 10,65 (± 3,12) por 100.000 mulheres. Observa-se que a alta taxa de mortalidade por câncer do colo do útero associou-se de maneira estatisticamente significativa ao Índice de GINI (p= 0,000) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) (p= 0,030). As altas taxas de mortalidade por câncer de mama estiveram associadas à densidade de médicos generalistas (p= 0,005) e densidade de estabelecimentos de saúde habilitados em oncologia (p= 0,002). A proporção de diagnóstico tardio do câncer de mama no Brasil foi de 40,0%, variando entre os estados e regiões do país. Os resultados da análise multinível apontam que o diagnóstico tardio do câncer de mama está associado a faixas etárias mais jovens (p<0,001), à raça/cor não branca (p<0,001), a menores níveis de escolaridade (p<0,001) e ao acesso público aos serviços de saúde (p<0,001). Observa-se também associação entre o diagnóstico tardio do câncer de mama e a baixa densidade de mamógrafos em uso (p<0,001). Constata-se associação positiva do diagnóstico tardio com maiores índices de desigualdade social local (p=0,002), e negativa com menores valores de IDH (p=0,010). Nos resultados obtidos a partir da análise espacial, observa-se que as taxas ajustadas de mortalidade por câncer de mama apresentaram correlação espacial estatisticamente significativa com o IDH (p<0,001) e com a densidade de médicos ginecologistas (p<0,001).Já a proporção de diagnóstico tardio do câncer de mama apresentou correlação espacial com o Índice de GINI (p = 0,001) e com a densidade de médicos ginecologistas (p = 0,009). O estudo sinaliza as desigualdades sociais envolvidas no diagnóstico tardio e na mortalidade por câncer de mama e colo do útero no Brasil. Destaca-se a importância da estruturação e da equidade no acesso aos serviços e tecnologias de saúde no território brasileiro. Além disso, a reorientação de políticas públicas de saúde possibilitaria otimizar o controle, prevenção e tratamento oportuno do câncer de mama e colo do útero no país.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1149540 - ANGELO GIUSEPPE RONCALLI DA COSTA OLIVEIRA
Interna - 2149611 - CLELIA DE OLIVEIRA LYRA
Presidente - 3926907 - DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 16/06/2020 16:24
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