Banca de DEFESA: MÁRCIA CAVALCANTE VINHAS LUCAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MÁRCIA CAVALCANTE VINHAS LUCAS
DATA : 02/07/2018
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do Departamento de Odontologia
TÍTULO:

DE ONDE VEM, PARA ONDE VAI SIDA? CAMINHOS POSSÍVEIS PARA ERRADICAÇÃO DA EPIDEMIA DE HIV A PARTIR DO TEMPO PRESENTE


PALAVRAS-CHAVES:

Personal Narratives. Política de Saúde. Atenção à Saúde. Pesquisa Qualitativa. Sociologia. Saúde Global.


PÁGINAS: 230
RESUMO:

Ao nos aproximarmos da quarta década da epidemia brasileira de HIV/aids, o contexto epidêmico no país ganha contornos de extrema complexidade. Em 2016, o Brasil apresenta um quadro de reemergência e um perfil de epidemia concentrada em HSH, usuário de drogas, jovens gays e profissionais do sexo, de diminuição dos investimentos internacionais e de acirramento de setores conservadores em relação às políticas públicas com refreamento da abordagem da epidemia com base nos direitos humanos. Ao mesmo tempo, a Organização das Nações Unidas afirma que é possível erradicar a epidemia de HIV/aids até 2030. Esta pesquisa teve por objetivo geral conhecer e analisar experiências de pessoas que vivenciam a epidemia HIV/aids no contexto atual de adoção de estratégias terapêuticas para alcançar metas nacionais e internacionais de erradicação da epidemia até 2030. Foram adotadas duas estratégias metodológicas centrais: entrevistas com foco em histórias de vida e pesquisa documental. Esta última analisou documentos produzidos pelo Sistema ONU que tratam da política global de enfrentamento da epidemia no período de 2000 a 2016, em um total de 26 documentos. Foram explorados também documentos oficiais sobre a Política Brasileira de Controle e Erradicação da epidemia, no período de 1999 a 2016 e os Boletins Epidemiológicos de HIV/aids, entre 2001 a 2016, em um total de 24 documentos.  Na realização das entrevistas, participaram cinco profissionais de saúde e quatro usuários. O exercício interpretativo das entrevistas com foco nas histórias de vida foi referenciado na Sociologia das Emergências, no Trabalho de Tradução e na Ecologia de Saberes, a partir de Boaventura de Sousa Santos. Na análise, buscou-se identificar no discurso local o que, da experiência e das expectativas dos sujeitos que vivenciam o cuidado as pessoas vivendo com HIV, afirmou ou negou saberes e práticas, novos e antigos, e identificou perspectivas que estão se construindo no presente através de práticas de cuidado com o futuro dos indivíduos e das coletividades. O Trabalho de Tradução entre as narrativas dos sujeitos que produzem saberes e práticas locais e as narrativas oficiais que produzem saberes globais, a partir do trabalho argumentativo, baseou-se na análise do material empírico produzido na pesquisa em diálogo com o referencial teórico adotado. A partir desse trabalho de tradução entre saberes e práticas globais, nacionais e locais, a prevenção emergiu como a etapa do cuidado ao HIV/aids mais negligenciada e mais sujeita a retrocessos, ao mesmo tempo que identificou uma diversidade de saberes práticos a ela associados. Trilhando os caminhos epistemológicos orientados pela ecologia dos saberes, identificamos a insuficiência do modelo de prevenção combinada proposto pelo Ministério da Saúde na representação do diagrama de práticas apresentadas pelos diferentes atores como sendo aquelas com potencial para conciliação, suscitando necessidade de sua ampliação. Desse modo, e com base nos resultados do estudo, propomos uma representação gráfica alternativa para a mandala da prevenção combinada, incorporando outros aspectos do cuidado aplicáveis à prevenção. Esta representação foi denominada de “Mandala Ecológica da Prevenção Combinada” e configura-se, nesta pesquisa, como uma contribuição da análise dos seus resultados com base na sociologia das emergências. O exercício interpretativo de aproximação entre diferentes saberes apontou a necessidade de colocar as pessoas e as comunidades e, em especial, o direito à prevenção no centro das respostas para o enfrentamento da epidemia de HIV/aids, se quisermos empreender a reinvenção do presente, mais que projetar um futuro.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149598 - ELIZABETHE CRISTINA FAGUNDES DE SOUZA
Interno - 2566534 - JACILEIDE GUIMARAES
Externo ao Programa - 347162 - ROSANA LUCIA ALVES DE VILLAR
Externo à Instituição - ANGELA APARECIDA CAPOZZOLO - UNIFESP
Externo à Instituição - JOÃO BOSCO FILHO - UERN
Notícia cadastrada em: 20/06/2018 09:55
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