Banca de DEFESA: MATEUS GERMANO SOUZA LIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MATEUS GERMANO SOUZA LIRA
DATA : 05/09/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Google meet: meet.google.com/nay-abwi-zbx
TÍTULO:

Filogeografia e Modelagem de Nicho Ecológico dos rivulídeos não-anuais do gênero Kryptolebias Costa (Cyprinodontiformes) nos manguezais neotropicais

PALAVRAS-CHAVES:

autofecundação, hermafroditismo, paleoclima, mudanças climáticas, distribuição geográfica

PÁGINAS: 140
RESUMO:

Kryptolebias é um gênero de peixes não-anuais da família Rivulidae, seus representantes habitando diversos microhabitats, que perfazem de pequenos riachos e alagados dulcícolas costeiros à manguezais. As espécies de água doce que são endêmicas da América do Sul, possuem distribuição geográfica restrita, incluindo espécies criticamente ameaçadas de extinção. Por outro lado, os representantes estuarinos possuem uma ampla distribuição geográfica, com as espécies do complexo K. marmoratus (K. marmoratus e K. hermaphroditus) ocorrendo da Flórida, nos Estados Unidos, a São Paulo no Brasil e K. ocellatus ocorrendo do Rio de Janeiro a Santa Catarina. Estas espécies se sobrepõe ao longo da sua distribuição total com K. marmoratus sobrepondo-se com K. hermaphroditus no Atlântico Norte Ocidental em localidades de San Salvador e Cuba, da mesma forma que K. ocellatus sobrepõem-se a K. hermaphroditus em áreas de manguezais do Rio de Janeiro, no Brasil. Historicamente os Kryptolebias de manguezal enfrentaram problemas taxonômicos, com incongruências entre dados moleculares e morfológicos. Entretanto, com os avanços dos estudos genéticos com o grupo, surgiu um maior entendimento sobre os limites de distribuição entre as linhagens e estruturação genética. No Brasil, inicialmente as espécies do gênero Kryptolebias só eram conhecidas da região sudeste, possuindo trabalhos puramente descritivos. Entretanto, registros no norte e nordeste, que incluíam o primeiro macho de K. hermaphroditus em localidade brasileira, além da possível ocorrência de K. marmoratus no nordeste, ascendeu questionamentos sobre a real distribuição do gênero nos manguezais do Atlântico Ocidental. Estudos filogeográficos sugeriam diferentes linhagens ocorrendo no complexo K. marmoratus, mas com grandes lacunas de informações genéticas e de distribuição ao longo da América do Sul. Sendo assim, se fez necessário um projeto com parcerias nacionais e internacionais, afim de investigar a distribuição e história natural das espécies do gênero Kryptolebias. Partindo disso, os objetivos desse trabalho é indicar a distribuição atual para as espécies de Kryptolebias de manguezais na costa brasileira, com uma abordagem filogeográfica, indicando a estruturação genética ao longo da distribuição. Além de testar, a partir de modelos de nicho ecológico, se as mudanças climáticas após o último máximo glacial, principalmente o aumento da temperatura, promoveu a expansão da distribuição de K. hermaphroditus. Os resultados indicam 14 novos registros cobrindo 5.434 km da costa brasileira, ampliando os limites de distribuição do clado Central e Sul (K. hermaphroditus). Uma evidente estruturação genética é observada nas populações do Caribe, Bonaire e Aruba, com a população do nordeste brasileiro demostrando uma provável expansão populacional. Em contrapartida, a população do sudeste de K. hermaphroditus compartilha um único haplótipo mitocondrial, um indício de colonização recente. Já os modelos de distribuição de indicam uma provável expansão de K. hermaphroditus, onde o Holoceno Médio demonstrou uma maior área de adequabilidade de habitat que o cenário atual. O mesmo é observado em K. ocellatus aparenta ter uma perda de adequabilidade no presente, em relação a cenários paleoclimáticos. Apesar da distribuição sobreposta entre K. hermaphroditus e K. ocellatus no sudeste do Brasil, os resultados de sobreposição de nicho ambiental não exibiram valores significativos.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1865104 - SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA
Externo à Instituição - PABLO RIUL - UFPB
Externo à Instituição - ALEX BARBOSA DE MORAES - UFES
Externo à Instituição - ANDERSON VILASBOAS DE VASCONCELLOS - UERJ
Externa à Instituição - FLÁVIA DE FIGUEIREDO PETEAN