Banca de DEFESA: THAIS FERREIRA PINTO DE ARAÚJO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : THAIS FERREIRA PINTO DE ARAÚJO
DATA : 23/04/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Por videoconferência
TÍTULO:

Da ginga à sardinha: etnoictiologia e sistemática molecular de pequenos peixes de valor cultural da costa brasileira


PALAVRAS-CHAVES:

Recursos pesqueiros, Clupeidae, Etnozoologia, Espécies culturalmente importantes, DNA mitocondrial


PÁGINAS: 69
RESUMO:

A avaliação de estoques pesqueiros para o manejo sustentável e medidas conservacionistas são feitas através da estatística pesqueira, que demanda dados confiáveis e é, na maioria dos casos, baseada em nomes populares. Entretanto, dados básicos como taxonomia, nomes populares, distribuição geográfica e delimitação de estoques, por exemplo, muitas vezes não estão disponíveis comprometendo o manejo pesqueiro. Assim, esse trabalho une etnoictiologia e análises filogeográficas de dois táxons de clupeídeos Opisthonema oglinum e Harengula spp. com o objetivo de identificar seus nomes populares e investigar seus padrões filogeográficos, no intuito de delimitar estoques pesqueiros na costa brasileira. No primeiro capítulo, descrevo a percepção dos pescadores e dos consumidores locais acerca da ginga, que são pequenos peixes costeiros que compõem o prato típico “ginga com tapioca”, patrimônio imaterial do Estado do Rio Grande do Norte. Através de entrevistas e obtenção de espécimes em feiras ou mercados de peixe de seis localidades, em três estados do nordeste brasileiro, verifiquei que ginga
consiste em indivíduos juvenis de algumas espécies de sardinhas e arenques, e que a única diferença entre ginga e sardinha é o tamanho, representando a ginga os peixes menores e a sardinha os maiores, às vezes da mesma espécie. O termo é basicamente restrito à região metropolitana de Natal. Além disso, a ginga pode ser considerada uma “espécie culturalmente importante” e, consequentemente, deve estar entre as espécies-alvo para conservação e manejo local. No segundo capítulo,
comparo os padrões filogeográficos dos dois grupos mais representativos da ginga, O. oglinum e Harengula spp., ao longo de suas supostas distribuições no Atlântico Oeste, dos EUA até o sul do Brasil, usando marcadores mitocondriais. Ademais, investigo quantos estoques pesqueiros existem desses táxons na costa brasileira e no arquipélago oceânico de Fernando de Noronha. Nesse arquipélago, onde as sardinhas são usadas como isca para pesca artesanal, um conflito entre os pescadores e os órgãos ambientais está em andamento, e a carência de dados básicos, inclusive a identidade das espécies, é fundamental para o manejo sustentável. Nossos resultados apontam O. oglinum como sendo uma única espécie em todo o Atlântico Oeste e com estruturação populacional entre Brasil, EUA+México e Bermudas, e Harengula como sendo três espécies, Harengula clupeola e H. jaguana na América do Norte e Caribe e uma distinta espécie no Brasil. Além do que, a datação da separação entre as espécies de Harengula do hemisfério norte e do Brasil coincide com o aumento do fluxo de desague dos rios Amazonas e Orinoco. Com esses resultados é possível observar que, apesar da biologia similar, O. oglinum e Harengula spp. não apresentam o mesmo padrão filogeográfico e devem ser manejadas de maneira distinta.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARINA VIANNA LOEB
Presidente - 1865104 - SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA
Externo à Instituição - UEDSON PEREIRA JACOBINA - UFAL
Notícia cadastrada em: 09/04/2020 19:57
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