Banca de QUALIFICAÇÃO: JÉSSICA FERNANDA RAMOS COELHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JÉSSICA FERNANDA RAMOS COELHO
DATA : 22/11/2019
HORA: 14:30
LOCAL: Sala de Reuniões do Centro de Biociências
TÍTULO:

Nicho abiótico e efeitos do aquecimento global em Riorajini (Rajiformes, Chondrichthyes), raias do Atlântico subtropical


PALAVRAS-CHAVES:

Conservatismo filogenético de nicho; modelagem de nicho ecológico; mudanças climáticas; simpatria; sobreposição de nicho.


PÁGINAS: 72
RESUMO:

O nicho abiótico de espécies conta parte de sua história ecológica e evolutiva, bem como pode ajudar a identificar grupos mais susceptíveis à extinção em um contexto de rápidas mudanças climáticas. Espécies de ambientes frios estão entre as mais vulneráveis, pois o estresse térmico e demais impactos em cascata do aquecimento global podem resultar em perda de habitat e deslocamento de distribuição geográfica para maiores latitudes. A tribo Riorajini é composta por quatro espécies de raias neotropicais – classificadas pela IUCN como vulneráveis ou em perigo de extinção – que coocorrem no sudoeste Neotropical do Atlântico: Atlantoraja castelnaui, A. cyclophora, A. platana e Rioraja agassizii. A presente dissertação, dividida em dois capítulos, usa esse agrupamento como modelo de estudos ecológico-evolutivos. No primeiro capítulo, objetivou-se identificar o padrão de particionamento de nicho abiótico dessas espécies simpátricas. Tratando-se de espécies filogeneticamente próximas, espera-se que uma baixa sobreposição de nicho reduza competição interespecífica. Em outras palavras, questiona-se o conservatismo filogenético de nicho para um clado de espécies-irmãs competidoras em simpatria. No segundo capítulo, estimaram-se os impactos das mudanças climáticas sobre a atual distribuição geográfica da tribo Riorajini. Modelos de nicho ecológico para cada espécie do grupo foram desenvolvidos sob condições geofísicas e climáticas atuais e futuras (2100, sob cenário climático extremo) do ambiente marinho. Dados ambientais e de ocorrência das espécies foram compilados de bancos de dados públicos e literatura. Análises de sobreposição e deslocamento de nicho foram conduzidas a níveis inter- e intraespecíficos. Os resultados indicam conservatismo filogenético de nicho, no qual a tribo Riorajini compartilha um nicho fundamental, mas as espécies diferem em nicho realizado, configurando um padrão de nicho abiótico limitado a um envelope climático no qual águas rasas, proximidade da costa e baixa concentração de nitrato são as variáveis mais importantes. Em um cenário climático futuro projetado, as áreas de maior adequabilidade ambiental à ocorrência de cada espécie analisada aumentam em até 20%, sugerindo que esse clado resistirá ao estresse térmico decorrente do aquecimento global. Apesar disso, estudos futuros devem considerar efeitos combinados do aumento da temperatura a outros fatores potencialmente determinantes à coexistência dessas espécies, como a disponibilidade de presas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1865104 - SERGIO MAIA QUEIROZ LIMA
Externa à Instituição - MARIA CRISTINA ODDONE FRANCO - UFRN
Externo à Instituição - JUAN PABLO ZURANO

Notícia cadastrada em: 22/11/2019 10:09
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa11-producao.info.ufrn.br.sigaa11-producao